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7ª aula
Figura 2.3. Estrutura em camadas das envolventes de protecção do cérebro por lâminas de tecido
conjuntivo, as meninges, etc. (vide explicação no texto): 1 Foice do cérebro; 2 Veia cerebral; 3 Periósteo;
4 Seio longitudinal superior; 5 - Granulações aracnóideas; 6 - Lacuna venosa; 7 Dura mater; 8
Aracnoideia; 9- Espaço sub-aracnoideu.
planta subaquática e se designam por plexus croideus. Porém se o líquido se formasse
sem parar sem ter para onde ir acumulava-se no interior dos ventrículos e a pressão
dentro do crânio aumentaria muito. De facto em certas situações da patologia isto pode
Apontamentos de BIOLOGIA NEURO-ENDÓCRINA_2008-09 5
Organização geral do sistema nervoso II
2.2.1. ENCÉFALO
O encéfalo desenvolve-se a partir de três vesículas embrionárias primordiais (Figura 2.4):
o prosencéfalo, o mesencéfalo e o robencéfalo. Estas primeiras vesículas irão
transfornar-se em cinco vesículas secundárias: o telencéfalo, o diencéfalo, o
mesencéfalo, o metencéfalo e o mielencéfalo. Por fim, destas vesículas secundárias,
originam-se as partes importantes do SNC: o tronco encefálico, o cerebelo e o cérebro.
2.2.1.1. CÉREBRO
O crescimento do cérebro embrionário caracteriza-se por dois fenómenos notáveis que
vão contribuir para dar ao cérebro adulto a sua forma definitiva: a flexão telencefálica e a
girificação = entorcimento (Figura 2.5). A flexão telencefálica afecta os futuros hemisférios
cerebrais de tal modo que a sua morfologia primitiva (em forma de feijão) evolui
progressivamente em torno de um eixo central representado pelo esboço do rego de
Sylvius para criar uma separação cada vez mais nítida entre o lobo frontal e o lobo
temporal. Paralelamente, uma excrescência posterior dá origem ao lobo occipital. A forma
de conjunto do cérebro assim determinada começa então o processo de girificação, ligado
ao crescimento desproporcionado do córtex em comparação com o resto das estruturas,
que leva ao aparecimento progressivo dos sulcos e circunvoluções sobre a superfície
cerebral. Este fenómeno traduz-se, por outro lado, no desenvolvimento considerável
(«opercularização») das regiões ventral do lobo frontal e dorsal do lobo temporal,
conduzindo à criação de um verdadeiro rego de Sylvius que afunda progressivamente nos
seus bordos o lobo da ínsula. Finalmente, flexão e girificação terminam por realizar as
duas características maiores do cérebro humano em comparação com o dos primatas
mais evoluídos: o carácter hipertrófico do lobo frontal e o estabelecimento de uma relação
máxima superfície cortical/volume cerebral.
Tálamo é a parte mais ampla do diencéfalo (Figura 2.6), sendo a zona onde chegam a
maior parte das fibras sensitivas e aqui as informações sensoriais são retransmitidas para
as respectivas áreas do córtex cerebral. Com excepção dos estímulos olfactivos, os quais
são transmitidos directamente ao córtex cerebral, todos os outros, incluindo os do tacto,
da temperatura, da dor, da pressão, bem como todas as fibras visuais e auditivas
estabelecem sinapses nos núcleos talâmicos, no seu percurso em direcção ao cérebro.
Portanto, o tálamo actua como um centro relé anterior ao cérebro.
2.2.1.2. CEREBELO
Metencéfalo - origina, pela parte dorsal, o cerebelo (Figuras 2.6, 2.7 e 2.8),. Este
destaca-se, adquirindo uma individualidade anatómica própria. Apresenta-se de forma
piramidal, comportando uma massa central arborescente, essencialmente branca, mas na
qual também existem núcleos cinzentos, recoberta por uma zona cortical de massa
cinzenta, ou córtex cerebeloso, fortemente pregueado e dividido em dois hemisférios. O
cerebelo é conectado ao mesencéfalo, à ponte e ao bolbo raquidiano por intermédio de
três grandes pedúnculos de massa branca, respectivamente superior, médio e inferior.
possuem axónios curtos (acção local) ou axónios longos que promovem ligações com a
medula espinal ou com o córtex cerebral. É nesta estrutura que se encontram os
principais centros de controlo do sono e da vigilidade.
Mesencéfalo
O encéfalo médio ou mesencéfalo é a zona que processa informação sensorial (visual e
auditiva). O mesencéfalo comporta os tubérculos quadrigémeos, os quais se encontram
situados dorsalmente e compõem-se de dois pares de massas arredondadas: o par
anterior está ligado às vias ópticas e o par posterior, às vias auditivas (vide Figura 2.9).
Para além disso, o mesencéfalo forma dois pilares, os pedúnculos cerebrais, localizados
entre a ponte e o tálamo, e que são a sede de núcleos de massa cinzenta importantes
para a motricidade involuntária e ainda os núcleos cinzentos relativos aos nervos
cranianos III e IV.
Ponte
O metencéfalo origina pela parte basal um semi-anel situado por debaixo do cerebelo,
designado por ponte (Figura 2.6). Aí se encontram núcleos de massa cinzenta relativos
aos nervos cranianos V a VIII.
Bolbo raquidiano
O mielencéfalo origina o bolbo raquidiano (Figura 2.6). Este consiste numa porção
curta e cónica, que se adelgaça para se prolongar pela medula espinal. É sede de
importantes sinapses das vias ascendentes e é atravessado pelas grandes vias motoras,
designadas por feixes piramidais. Comporta núcleos de massa cinzenta relativos a
nervos cranianos (IX a XII) mas também relacionados com o cerebelo e o ouvido interno,
na sua função de equilíbrio. O bolbo desempenha um papel importante na regulação de
funções vegetativas, como o ritmo cardíaco, a respiração, a pressão arterial, ou funções
motoras básicas como engolir. Esta região também influencia o sono e a tosse.