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Anatomia Humana

UNIDADE 2
Para início de conversa

Olá, querido(a) estudante! Como vai?

Bem-vindo(a) novamente a disciplina de Anatomia Humana. Nesta unidade, vamos conhecer um pouco
mais sobre o corpo humano.

Você irá estudar dois sistemas que integram os demais para manter a vida das células: O Sistema Nervoso
e o Sistema Cardiovascular.

Orientações da Disciplina

Querido(a) aluno(a), a partir de agora é muito importante que você se lembre dos termos de posição
e direção estudados na unidade anterior, em introdução à anatomia, pois daqui por diante eles serão
utilizados para descrever a posição e relação entre os órgãos de todos os sistemas. Além disso, não se
esqueça do nome dos ossos, porque eles dão nome a muitas estruturas que fazem com eles relação de
proximidade.

Bons estudos!

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SISTEMA NERVOSO

Entre todos os sistemas, o Sistema Nervoso é o que dá capacidade de coordenar, integrar, ajustar e
regular todos os outros, sendo assim o mais importante, não desmerecendo os demais, até porque mesmo
sem os outros sistemas, o nervoso não sobreviveria.

Neste módulo do sistema nervoso, você vai entender quais são suas estruturas e onde eles se conectam
e perceberá que cada indivíduo possui os mesmos componentes, porém acabam tendo personalidades
diferentes, pois o sistema nervoso vai se moldando com o meio, ou seja, ele dá capacidade do indivíduo
ter harmonia com o ambiente que ele se encontra.

Podemos dividir o Sistema Nervoso em três critérios, que são:

1. Divisão anatômica, que separa o sistema em duas regiões:

a) Sistema Nervoso Central (SNC)

• Encéfalo (localiza-se dentro do neurocrânio):


• Cérebro
• Tronco encefálico: mesencéfalo, ponte e bulbo.
• Cerebelo
• Medula espinhal (localiza-se dentro do canal vertebral)

b) Sistema Nervoso Periférico (SNP):

• Nervos
• Gânglios
• Terminações nervosas

2. Divisão embriológica, que parte do princípio na formação do embrião.

a) Prosencéfalo (corresponde ao cérebro)

• Telencéfalo
• Diencéfalo

b) Mesencéfalo (corresponde ao mesencéfalo)

c) Rombencéfalo

• Metencéfalo (corresponde ao cerebelo e à ponte)


• Mielencéfalo (corresponde ao bulbo)
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Prezado(a) aluno(a), como você pode perceber no quadro abaixo, note que o cérebro (telencéfalo +
diencéfalo) é apenas uma estrutura do encéfalo, que este é composto também pelo tronco encefálico
(mesencéfalo, ponte e bulbo) e cerebelo. Então quando for falar de cérebro, você só está falando sobre
uma parte do encéfalo!

Figura 1: Desenvolvimento embrionário do sistema nervoso humano. Fonte: http://sereduc.com/MxEFiN

3. Divisão funcional (do Sistema Nervoso Periférico)

a) Divisão sensorial (aferente)

• Somático (sensibilidade de tato, temperatura, dor e pressão da pele e tônus muscular)


• Visceral (sensibilidade de dor ou pressão visceral)

b) Divisão motora (eferente)

• Somático (contração muscular estriada esquelética – movimento do corpo)


• Visceral = Sistema Nervoso Autônomo
• Simpático (controle da ação visceral no alarde)
• Parassimpático (controle visceral no repouso)

Saiba que a unidade funcional do SN é a célula denominada de Neurônio, que é capaz de produzir e
conduzir impulsos nervosos dando a capacidade de enviar, receber e interpretar informações. O neurônio
divide-se em três partes:

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• Dendritos - processos celulares que compõem a região receptiva do neurônio, transmitindo sinais
para o corpo celular.
• Corpo celular - contém o núcleo e o citoplasma, constituindo o centro metabólico do neurônio.
• Axônio - extensão, ou processo neuronal que permite transmitir impulsos ao longo de distâncias
substanciais dentro do corpo, para comunicação com outros neurônios ou com células efetoras
(musculares e secretoras).

Figura 2: Estrutura de um neurônio motor. Fonte: http://sereduc.com/mUVCPp

Os neurônios são tão específicos que necessitam de outras células para defendê-las, nutri-las e sustentá-
las, chamadas de células gliais.

Os dendritos e axônios correspondem às fibras nervosas que propagam o impulso neurônio a neurônio.
Nos axônios as células da glia formam uma bainha lipídica chamada bainha de mielina que dá a estas
fibras aspecto esbranquiçado. Os corpos celulares são os centros coordenadores do trajeto dos impulsos.

Sendo assim, prezado(a) estudante, um conjunto de fibras mielinizadas no sistema nervoso central é visto
como substância branca e os corpos celulares com fibras amielínicas formam a substância cinzenta. No
sistema nervoso periférico, o conjunto de fibras forma um nervo, de substância branca. A ocorrência de
massa cinza na substância branca central é chamada Núcleo, e na substância branca periférica de gânglio.

Uma coisa curiosa é que os neurônios, por serem células excitáveis, procuram outros neurônios mais
próximos a eles para propagar o estímulo que recebem. Chamamos de Plasticidade neuronal a capacidade
que o neurônio tem de fazer novas conexões sempre que estimulado. Por isso é tão perceptível o potencial
de recuperação funcional em crianças que sofrem perca de massa encefálica, por exemplo, por acidentes
ou cirurgias, recuperando déficits motores e sensoriais gradativamente e podendo tornar-se um adulto
sem nenhuma sequela.

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SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)

Localizado na região axial do corpo humano formado pelo encéfalo e medula espinal. É no Sistema
Nervoso Central - SNC que chegam as informações relacionadas aos sentidos (audição, olfato, visão, tato
e paladar) e a partir dele sai ordens destinadas aos músculos e glândulas.

Partindo do sentido podálico-cranial (de baixo para cima), começaremos estudando a medula espinal.

Vamos começar!

Medula espinal

A medula espinal é um órgão formado por tecido nervoso e de forma cilindroide, localiza-se ao longo da
coluna vertebral passando pelos arcos vertebras que quando sobrepostos estruturam o canal vertebral.
No adulto a medula começa ao nível do forame magno, grande abertura óssea localizada na base do
crânio, e se estende até as vértebras lombares L1 e L2 afilando-se em formato de cone, o chamado cone
medular.

Do cone medular até o cóccix permanece apenas um filamento meníngeo, chamado filamento terminal. Ao
redor do cone medular e do filamento terminal existem as raízes nervosas dos últimos nervos espinhais –
essa região é chamada cauda equina. Ao longo da medula existe 2 regiões mais calibrosas denominadas de
intumescência cervical (conexão com o plexo braquial; inervação dos membros superiores) e intumescência
lombar (conexão com o plexo lombossacral; inervação dos membros inferiores) que podemos observar na
figura abaixo.

Fique ligado!

No feto e na criança recém-nascida a medula ocupa todo o canal vertebral, e os pares de nervos espinais
conectam-se a ela horizontalmente entre uma vértebra e outra. Como o crescimento da medula não
acompanha a do crescimento da coluna vertebral, os nervos finais tornam-se verticais para sair pelo seu
forame intervertebral correspondente, e o canal vertebral abaixo de L2 fica sem medula espinal, ocupado
apenas pela cauda equina e meninges preenchidas por Líquido Cérebro Espinal (LCE).

Uma anestesia raquidiana incorpora anestésico neste líquido que banha os nervos por uma injeção lombar
entre L3 e L4, sem risco de lesão medular.

A medula espinhal possui três funções básicas, que são:

1. Inervação sensório-motora do corpo inteiro abaixo da cabeça, através dos nervos espinhais
que se conectam a ela.

2. Condução de sinais entre o corpo e o encéfalo, nos dois sentidos, através dos tratos
ascendentes e descendentes que percorrem sua substância branca.

3. Centro importante para os reflexos, por meio da integração sensório-motora em sua substância
cinzenta.

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Figura 3: Visão posterior da estrutura macroscópica da medula espinal. Fonte: http://sereduc.com/mzTEN8

Querido(a) estudante, existem 31 (trinta e um) pares de nervos espinhais que se conectam à medula, por
meio das raízes dorsal e ventral de cada um deles. Esses pares de nervos podem ser divididos em grupos
de acordo com sua localização em:

• Cervical (8)
• Torácico (12)
• Lombar (5)
• Sacral (5)
• Coccígeo (1)

O primeiro nervo espinhal sai acima da vértebra C1; cada nervo espinhal cervical subsequente sai na
posição inferior a uma vértebra cervical. Os nervos espinhais torácicos, lombares e sacrais saem abaixo
da vértebra da qual receberam o nome.

Agora, vamos analisar um corte transversal da medula espinhal.

O sulco mediano posterior e a fissura mediana anterior percorrem todo o comprimento da medula,
dividindo-a parcialmente nas metades direita e esquerda. Além disso, podemos ver que ela apresenta
duas regiões: a externa de substância branca e a interna de substância cinzenta.

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Figura 4: Corte transverso da parte torácica da medula espinal. Fonte: http://sereduc.com/0vqPJY

A substância branca da medula espinhal é formada por axônios mielinizados e não mielinizados que
permitem a comunicação entre diferentes partes da medula espinal e entre a medula e o encéfalo. Essas
fibras são classificadas em três tipos:

• Ascendentes ou Aferentes - transmitem informações sensoriais dos neurônios sensoriais do


corpo até o encéfalo.

• Descendentes ou Eferentes - transmitem instruções motoras do encéfalo para a medula espinal


para a contração dos músculos.

• Comissurais - transmitem informações da medula espinal de um lado para o outro.

A substância branca em cada lado da medula espinal é dividida em três funículos (anterior, lateral e
posterior) que contêm muitos tratos fibrosos.

A substância cinzenta da medula espinhal é formada por uma mistura de corpos celulares neuronais,
neurônios curtos e não mielinizados e neuróglia. Ela tem a forma da letra H ou de uma borboleta, no corte
transversal, e pode ser dividida nas seguintes partes:

• Cornos dorsais/posteriores (dois braços posteriores do H) - formados por interneurônios, os


quais recebem informações dos neurônios sensoriais cujos corpos celulares estão situados do lado de
fora da medula espinhal nos gânglios da raiz dorsal e cujos axônios alcançam a medula espinhal via
raízes posteriores.

• Cornos ventrais/anteriores (dois braços anteriores do H) e cornos laterais (apenas


nos segmentos torácico e lombar superior da medula espinhal) - contêm corpos celulares de
neurônios motores que enviam seus axônios para fora da medula espinhal via raízes anteriores, a fim
de abastecer músculos e glândulas.

• Comissura cinzenta - barra transversal do H.

• Canal central - cavidade central da medula espinhal, vestígio da luz do tubo neural ou medula
primitiva.

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Os órgãos do sistema nervoso central (medula e encéfalo) são revestidos por três tecidos chamados de
meninges.

Você sabe o que é meninge?

As meninges são três membranas de tecido conjuntivo situadas no lado externo do encéfalo e da medula
espinhal, partindo da parte mais externa para a mais interna, temos:

• A Dura-máter é a mais espessa e resistente. Ao redor do encéfalo, apresenta duas camadas,


a mais externa aderida ao periósteo craniano (folheto periostal) e a mais interna invagina-se nas
fissuras do encéfalo (folheto meníngeo) formando verdadeiras paredes membranáceas que limitam
o movimento do cérebro dentro do crânio: a foice do cérebro, a foice do cerebelo e o tentório do
cerebelo. Nos locais onde elas se separam são formados espaços aonde o sangue venoso do encéfalo
é despejado. São os seios venosos da dura-máter. Na circulação sistêmica, as veias jugulares, do
pescoço, drenam este sangue dos seios conduzindo-o em direção ao coração.

• A Aracnoide-máter encontra-se logo abaixo da dura-máter e entre elas situa-se o fino espaço
subdural. Abaixo dela está o amplo espaço subaracnóideo, que é atravessado por fios como uma teia,
que segura a aracnoide-máter na pia-máter subjacente. Esse espaço é preenchido com LCE que foi
produzido dentro do encéfalo e por aberturas encefálicas ali extravasadas. Sobre a parte superior do
encéfalo, a aracnoide-máter forma as granulações aracno-deas, que se projetam no folheto meníngeo
da dura-máter e agem como válvulas, permitindo a passagem do LCE do espaço subaracnóideo para
os seios venosos durais, que fazem a reabsorção do excesso de líquido no encéfalo.

• A Pia-máter é delicada e altamente vascularizada com finos vasos sanguíneos. Ao contrário das
outras meninges, ela adere firmemente à superfície do encéfalo, acompanhando cada espiralamento.
Ela envolve as cavidades internas dos encéfalos, chamadas Ventrículos, e dentro dos ventrículos há
uma associação de pia-máter, capilares sanguíneos e células ependimárias que juntos produzem o LCE
partir de elementos do plasma sanguíneo.

A dura-máter espinal não se adere no canal vertebral, e seus dois folhetos são firmemente aderidos
entre si. O espaço epidural contém tecido adiposo, vasos e nervos. A pia-máter espinal, além de formar o
filamento terminal no cone medular, une a medula espinal lateralmente às vértebras com os ligamentos
denticulados em toda a sua extensão.

Sendo assim, entendemos que as funções das meninges são:

• Revestir e proteger o SNC;

• Confinar e proteger os vasos sanguíneos que abastecem o SNC;

• Conter o líquido cerebrospinal no espaço subaracnóideo e ventrículos encefálicos.

Podemos reforçar também o entendimento de que o líquido cerebrospinal é um líquido aquoso que
preenche o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares do encéfalo e da medula espinhal e ajuda
na proteção e nutrição do tecido neural. O encéfalo e a medula espinhal realmente flutuam no líquor, o que
impede que esses órgãos delicados sejam esmagados sob seu próprio peso. Embora tenha composição
similar ao plasma sanguíneo que o origina, o líquido cerebrospinal contém mais íons sódio e cloro e
menos proteínas.
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O caminho natural do LCE é fluir dos ventrículos mais superiores aos inferiores, saindo dos ventrículos
para fora do cérebro pelo IV ventrículo, e banhando toda a superfície externa do SNC.

Se estas comunicações forem obstruídas, o LCE ficará retido dentro do encéfalo causando a compressão
da massa encefálica de dentro para fora. Há procedimentos cirúrgicos que podem minimizar os danos,
pela desobstrução das vias do LCE. Outro caso mais grave com mesmas consequências é uma ineficiência
das granulações aracnóideas impedindo que haja reabsorção do LCE nos seios da dura-máter, levando à
retenção do LCE no espaço subaracnóideo e a uma pressão centrípeta do líquido sobre a massa encefálica.
Normalmente a causa é congênita, sendo então mais frequente em bebês e crianças, e o quadro é
perceptível pelo alargamento da cabeça, devido aos ossos ainda não estarem totalmente formados.

Ficou curioso sobre esta alteração Anatomo-fisiológica?

Então, descubra um pouco mais!

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Figura 5: Formação, localização e circulação do líquido cerebroespinal. Fonte: http://sereduc.com/jfodKT


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As barreiras hematoencefálicas são junções impermeáveis entre as células ependimárias do epitélio dos
capilares cerebrais protegendo o tecido nervoso contra toxinas transportadas pelo sangue, como a ureia,
as toxinas brandas dos alimentos e as toxinas bacterianas. Porém, permitem a entrada de nutrientes
(incluindo o oxigênio) e dos íons necessários para os neurônios, além de moléculas lipossolúveis
(permitindo que o álcool, a nicotina e os agentes anestésicos cheguem aos neurônios cerebrais).

Tronco encefálico

Encontra-se logo acima da medula espinhal e abaixo ao diencéfalo, ficando anteriormente ao cerebelo e
é dividido em três partes: bulbo, ponte e mesencéfalo.

Figura 6: Relação entre o tronco encefálico e o diencéfalo. Fonte: http://sereduc.com/Ap08NP

Ele apresenta quatro funções gerais:

1. É uma via de passagem para todos os tratos fibrosos que vão do cerebelo até a medula espinhal.

2. Participa da inervação da face e da cabeça (10 a 12 pares de nervos craniais se conectam a ele).

3. Produz comportamentos programados e automáticos, essenciais para a sobrevivência.

4. Integra os reflexos auditivos e visuais.

Bulbo

Encontra-se na parte inferior do tronco encefálico em continuidade a medula espinal, o bulbo, também
conhecida como medula oblonga que tem como função a “vida vegetativa” do indivíduo, como o controle
da frequência cardiorrespiratória, controle da pressão arterial, ato de engolir e espirro.

Nesta estrutura podemos evidenciar:

• Pirâmides bulbares - localizadas uma de cada lado da linha média anterior do bulbo. São formados
pelos tratos piramidais, grandes tratos fibrosos que se originam em neurônios piramidais no cérebro e
descem pelo tronco encefálico e a medula espinhal, transmitindo saída motora voluntária para a medula
espinhal.

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• Decussação das pirâmides - é “um cruzamento em forma de X”, no qual 70 a 90% das fibras
piramidais atravessam para o lado oposto do encéfalo. Como consequência, cada hemisfério cerebral
controla os movimentos voluntários do lado oposto do corpo.

• Olivas - localizadas ao lado de cada pirâmide. Elas contêm os núcleos olivares inferiores, formados
por substância cinzenta. Esse núcleo encefálico é uma estação retransmissora (processa e edita as
informações antes de passá-las adiante) das informações sensoriais que seguem para o cerebelo,
especialmente as proprioceptivas que sobem da medula espinhal.

• Pedúnculos cerebelares inferiores - tratos fibrosos que conectam o bulbo ao cerebelo no lado dorsal.

• Núcleo grácil e núcleo cuneiforme - núcleos retransmissores situados internamente. As fibras


ascendentes transmitem a sensação geral dos sentidos discriminativos (tato, pressão, posição do
membro/articulação) da pele e os proprioceptores se comunicam por sinapse nesses núcleos bulbares
ao longo do caminho até o cérebro.

Quatro pares de nervos cranianos emergem no bulbo:

• Nervo glossofaríngeo (IX par)

• Nervo vago (X par)

• Nervo acessório (XI par)

• Nervo hipoglosso (XII par)

Ponte

Na sua face posterior, a ponte forma uma ligação central entre o tronco encefálico e o cerebelo através
dos pedúnculos cerebelares médios. O espaço entre os pedúnculos cerebelares é denominado fossa
romboide, sendo o assoalho do IV ventrículo, cujo teto é o cerebelo.

Os espessos tratos motores piramidais que descem do córtex cerebral passam pela ponte na direção
anterior. De cada lado da face ventral da ponte percebemos as eminências pontíneas, separadas na linha
mediana pelo sulco basilar (local de trajeto da artéria basilar, elemento da irrigação na base do cérebro).
Essa via está ligada à coordenação dos movimentos voluntários. A ponte está separada do bulbo pelo
sulco pontíneo inferior, e do mesencéfalo pelo sulco pontíneo superior.

Os nervos cranianos que se conectam a ponte são:

• Nervo trigêmeo (V par)

• Nervo abducente (VI par)

• Nervo facial (VII par)

• Nervo vestibulococlear (VIII par)

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Mesencéfalo

Está situado entre o diencéfalo e a ponte. Posteriormente está conectado ao cerebelo através dos
pedúnculos cerebelares superiores. O mesencéfalo contém em seu interior um canal central: o aqueduto
do mesencéfalo (une o 4º ventrículo ao 3º ventrículo), que divide o mesencéfalo em teto, no lado posterior,
e pedúnculos cerebrais, no lado anterior. Ele apresenta as seguintes estruturas:

• Pedúnculos cerebrais - na superfície anterior do mesencéfalo, formam um par de pilares


verticais que parecem segurar o cérebro; contêm tratos motores piramidais que descem do cérebro
para a medula espinhal.

• Substância negra - observada no corte transversal, é composta por corpos celulares neuronais
ricos em melanina. Esse núcleo cerebral está ligado funcionalmente à substância cinzenta profunda
do cérebro, os núcleos (gânglios) basais, e ao controle do movimento voluntário. A degeneração dos
neurônios na substância negra é a causa da doença de Parkinson.

• Núcleo rubro - abaixo da substância negra, apresenta corpos celulares ricos em ferro. Ajuda a
realizar movimentos de flexão dos membros e está intimamente associado ao cerebelo pelas fibras do
pedúnculo cerebelar superior.

No mesencéfalo estão localizados os núcleos dos nervos cranianos oculomotor (III par) e troclear (IV par).

Há quatro núcleos cerebrais (corpos quadrigêmeos) que formam intumescência na superfície posterior do
mesencéfalo:

• Dois colículos superiores - atuam nos reflexos visuais; por exemplo, quando os olhos acompanham
objetos em movimento, mesmo se a pessoa não estiver olhando para eles conscientemente.

• Dois colículos inferiores - pertencem ao sistema auditivo; por exemplo, quando você se assusta
com um som alto, sua cabeça e seus olhos viram-se automaticamente para a direção de que veio esse
som.

Entre os corpos quadrigêmeos encontra-se uma depressão em formato de cruz denominada de sulco
cruciforme.

Cerebelo

Está situado em posição dorsal por trás da ponte e ao bulbo, dos quais está separado por um espaço
denominado de quarto ventrículo. Funcionalmente o cerebelo é a parte do encéfalo responsável pela
manutenção do equilibro e pelo controle dos tônus muscular e dos movimentos involuntários, bem como
pela aprendizagem motora.

Dependemos do cerebelo para andar, correr, pular, andar de bicicleta, entre outras atividades.

É constituído por dois hemisférios - os hemisférios cerebelares, e por uma parte central, chamada de
Vermis. Os hemisférios cerebelares são subdivididos em três lobos:

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• Lobo Anterior

• Lobo Posterior

• Lobo floculonodular

Onde os dois primeiros lobos estão relacionados à coordenação dos movimentos do tronco e dos membros,
já o lobo floculonodular está relacionado ao ajuste da postura para manter o equilíbrio e coordenação do
movimento da cabeça e dos olhos. Duas fissuras da superfície separam os lobos entre si: a fissura prima
e a fissura horizontal.

Figura 7 - Estrutura do cerebelo.


Imagem superior: córtex e centro medular com o núcleo denteado.
Imagem esquerda: Vista ventral do cerebelo com a divisão nos lobos anterior (vermelho), posterior (verde) e
flóculo-nodular (azul) e acima deste, o espaço do IV ventrículo, limitado de cada lado pelos três pedúnculos
cerebelares. Fonte: http://sereduc.com/d659Tq

O termo cerebelo deriva do latim e significa “pequeno cérebro”. Todas as fibras que entram e saem do
cerebelo são ipsilaterais (vão e vêm do mesmo lado do corpo). Numa secção mediana vemos substância
cinza na periferia (córtex cerebelar) e branca no centro (corpo branco medular). As placas de córtex são
vistas em faixas pela superfície e determinadas folhas cerebelares separadas pelos sulcos cerebelares.
A substância branca irradia-se ao córtex cerebelar como ramos de uma árvore, o que leva a ser também
chamada de “árvore da vida”. No centro branco medular está o núcleo denteado, que faz comunicação
com o mesencéfalo, que envia ao cérebro informações aferentes do comportamento motor do corpo.

Diencéfalo

Forma a parte central do encéfalo e é circundado pelos hemisférios cerebrais direto e esquerdo. O
diencéfalo consiste praticamente em cinco estruturas pareadas: tálamo, hipotálamo, subtálamo, epitálamo
e metatálamo. Elas margeiam o terceiro ventrículo e são constituídas principalmente de substância
cinzenta.

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• Tálamo: Paredes laterais do III ventrículo. É o filtrador das sensações. É composto por inúmeros
núcleos com especializações para diversos tipos de sensações (fome e saciedade, calor, sede...).

• Hipotálamo: Extremidade anterior do III ventrículo. É estruturado por uma parte secretora de
hormônios associado à glândula hipófise, além de possuir os corpos mamilares (sistema límbico) e do
quiasma óptico (vias visuais).

• Subtálamo: Está abaixo do III ventrículo, entre este e o mesencéfalo. Coordena movimentos.

• Epitálamo: Extremidade posterior do III ventrículo. É formado por elementos secretores (glândula
pineal e seu pedículo) que regulam o sono pela secreção da melatonina, e por elemento não secretores
(habénulas) ligados à olfação.

• Metatálamo: Lateralmente ao epitálamo e acima do mesencéfalo são constituídos por dois


pares de eminências arredondadas denominadas corpos geniculados mediais e laterais. Os corpos
geniculados do Diencéfalo têm função conjunta com os quatro colículos do Mesencéfalo nos reflexos
visuais e auditivos.

Telencéfalo

O telencéfalo é formado pelos dois hemisférios cerebrais, o direito e o esquerdo, que são separados
parcialmente pela fissura longitudinal do cérebro. Sendo que é dividido em cinco lobos: frontal, parietal,
occipital, temporal e a ínsula, sendo que esta última não se relaciona diretamente com nenhum osso e
situa-se profundamente no sulco lateral.

• Lobo frontal

Responsável pela elaboração do pensamento, planejamento, programação de necessidades individuais e


emoção. Os lobos frontais são considerados o nosso centro de controle emocional. Nele desenvolvemos
nosso senso de julgamento do que é bom e ruim, certo ou erado.

Apesar de estruturalmente os dois hemisférios cerebrais serem simétricos, as conexões entre os


neurônios são formadas ao longo da vida de forma assimétrica. Nos lobos frontais, por exemplo, existe
uma tendência a comandarmos os movimentos ligados à linguagem com o hemisfério esquerdo, enquanto
com lado direito desenvolvemos outras atividades motoras e de planejamento.

Apesar desta tendência, ambos os hemisférios cerebrais estão envolvidos praticamente em todos os
comportamentos e têm potencial para tal.

• Lobo temporal

O Lobo temporal recebe este nome por alojar-se na fossa temporal do crânio, ou seja, exatamente sobre o
osso temporal, na parte lateral do cérebro. Nesta região, encontram-se também as estruturas da cabeça
relacionadas à audição. Como vimos, os ossículos do ouvido ficam alojados dentro do osso temporal, e
essa relação anatômica também se torna funcional uma vez que o córtex do lobo temporal tem como
principal função processar os estímulos auditivos.

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Na face súperolateral do telencéfalo, o lobo temporal é separado do lobo parietal por uma linha horizontal
e profunda: o sulco lateral. Neste sulco fica a área primária auditiva que processa os primeiros tipos
de sons que aprendemos e faz conexões com áreas secundárias, inclusive com a memória auditiva,
participando na linguagem pela compreensão da palavra ouvida (área de Wernicke).

• Lobo Parietal

Responsável pela somestesia, ou seja, percepção de sensação de dor, tato, gustação, temperatura, pressão.
Estimulação de certas regiões deste lobo em pacientes conscientes produzem sensações gustativas.

• Lobo Occipital

Localiza-se na porção posterior onde o osso occipital o protege, É responsável pelo processamento da
informação visual. Danos nesta área promove cegueira total ou parcial.

• Lobo da Ínsula

O lobo da ínsula está localizado na parte mais profunda do cérebro na face interna do lobo frontal. Uma
de suas funções principais é coordenar as emoções fazendo parte do sistema límbico.

Caro(a) aluno(a), a ínsula funciona como uma espécie de intérprete do cérebro, ao traduzir sons, cheiros,
sabores, sentimentos de nojo, desejos, raiva, orgulho e todas as formas de emoção e sentimentos são
processados na porção frontal da ínsula.

Figura 8: Lobos e fissuras dos hemisférios cerebrais. Fonte: http://sereduc.com/DljKB5

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

É formada por células de tecido nervoso que se localizam fora do SNC. Os corpos celulares periféricos
podem se agrupar formando os gânglios, os quais podem ser sensitivos ou motores. As fibras nervosas
periféricas podem se agrupar formando os nervos.

As fibras nervosas transmitem impulsos que saem (eferentes ou motoras) do SNC ou chegam (aferentes
ou sensoriais) a esse sistema. Cada fibra nervosa é formada por um axônio e seu envoltório, chamado
neurilema. De acordo com a produção de mielina pelo neurilema, elas são classificadas como mielínicas
(conduzem o impulso rapidamente) ou amielínicas.

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Um nervo é composto por:

• Um feixe de fibras nervosas.

• O tecido conjuntivo que as reveste - formado por três camadas: endoneuro, perineuro e epineuro.

• Os vasos sanguíneos que as nutrem.

Os nervos são classificados como cranianos ou espinhais ou podem ser derivados deles.

Nervos Cranianos

Existem 12 pares que, por definição, saem do Sistema Nervoso Central – SNC.

Conheça cada um deles:

I. Olfatório - é o nervo sensitivo do olfato.

II. Óptico - é nervo sensitivo da visão.

III. Oculomotor - inerva quatro dos músculos extrínsecos do olho (movem o globo ocular na órbita).

IV. Troclear - inerva um músculo extrínseco do olho.

V. Trigêmeo - possui três grandes ramos que fornecem inervação sensitiva geral para a face e
inervação motora para os músculos da mastigação.

VI. Abducente - inerva o músculo que abduz o globo ocular.

VII. Facial - inerva os músculos da expressão facial, além de outras estruturas.

VIII. Vestibulococlear - é o nervo sensitivo da audição e do equilíbrio.

IX. Glossofaríngeo - inerva a língua e estruturas da faringe.

X. Vago - inerva vísceras no tórax e no abdome; pertence ao sistema parassimpático.

XI. Acessório - faz inervação motora aos músculos trapézio e esternocleido- mastóideo.

XII. Hipoglosso - inerva músculos da língua.

Nervos espinhais

São 31 pares de nervos que se conectam a medula espinhal, saindo da coluna vertebral por meio dos
forames intervertebrais. Cada um deles tem duas raízes (raízes ventrais e dorsais).

SISTEMA AUTÔNOMO

É responsável pelo controle das funções viscerais como, por exemplo: motilidade do trato gastrointestinal,
sudorese e controle da pressão arterial. O sistema autônomo é composto por três sistemas, que são: o
simpático, parassimpático e entérico.

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Sistema Nervoso Autônomo Simpático

Conta com uma cadeia de gânglios simpáticos paravertebrais situadas bilateralmente ao lado da coluna
vertebral torácica e lombar. Tem como função o sistema nervoso simpático estimular ações que permitem
ao organismo responder a situações de enfrentamento ou fuga, como por exemplo um assalto, fazendo com
que ocorra aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, o aumento da adrenalina, a
concentração de açúcar no sangue pela ativação do metabolismo geral do corpo e processam-se de forma
automática, independentemente da nossa vontade.

Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático

Anatomicamente o sistema nervoso autônomo parassimpático está situado na porção cranial e caudal
da coluna vertebral. Tem como função economia e conservação de energia do organismo, acalmando e
restabelecendo o corpo após uma situação de emergência.

Logo abaixo, podemos evidenciar como estes sistemas funcionam, onde um regula o outro:

Figura 9: Representação esquemática do Sistema Nervoso Autônomo (SNA). Fonte: http://sereduc.com/fsQ9Sr

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O sistema nervoso é muito complexo, mas ao mesmo tempo fascinante!


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SISTEMA CIRCULATÓRIO

Sabemos que a célula recebe nutrientes e ao mesmo tempo elimina os produtos finais de seu metabolismo,
para garantir sua própria sobrevivência.

O sistema cardiovascular ajuda neste processo, tanto nutrindo como ajudando a eliminar as excretas
metabólicas.

Para facilitar nosso estudo, consideramos os seguintes componentes do sistema circulatório:

• Pericárdio
• Coração
• Artérias
• Veias
• Capilares
• Vasos linfáticos

Pericárdio

O pericárdio é uma membrana fibrosserosa que reveste o coração e o início dos grandes vasos (aorta
ascendente, tronco pulmonar e veia cava superior). É um saco fechado formado por duas camadas:

• Pericárdio fibroso - camada externa grossa e resistente (tecido conjuntivo denso). Funde-se ao
diafragma no ligamento pericardiofrênico.

• Pericárdio seroso:

• Lâmina parietal - reveste internamente o pericárdio fibroso.

• Lâmina visceral (epicárdio) - aderido ao coração.

Entre essas duas lâminas há a cavidade pericárdica, com uma fina película de líquido, a qual permite o
deslizamento das lâminas durante as mudanças de volume do coração.

O pericárdio encontra-se em uma região da cavidade torácica denominada de mediastino inferior, na sua
porção média.

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O mediastino é uma região que fica entre os pulmões e que se estende no sentido sagital da face posterior
do esterno até a face anterior da coluna vertebral, e no sentido crânio-caudal vai da abertura superior do
tórax até o músculo diafragma.

Figura 10 - Adaptada: Localização e relações do coração no mediastino. Fonte: http://sereduc.com/vC4meA

O pericárdio tem como função separar o coração completamente dos órgãos vizinhos. Colabora em manter
o coração na sua posição e devido seu formato e estrutura, permite uma liberdade de movimentação do
coração reduzindo o atrito com os órgãos adjacentes.

Figura 11: Camadas pericárdicas da parede cardíaca. Fonte: http://sereduc.com/y0eQi2

Coração

Localiza-se na porção média do mediastino inferior, possui uma forma cônica apresentando uma base
voltada para direita, para trás e para cima e um ápice para baixo, para frente e voltado para o lado
esquerdo.
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Muitos autores consideram o tamanho do coração igual ao tamanho da mão fechada, porem esse relato
nem sempre corresponde à realidade. A parede do coração é formada por três camadas:

• Epicárdio (mais externa);

• Miocárdio (o músculo cardíaco propriamente dito);

• Endocárdio (mais interna, de revestimento das cavidades).

O coração é um órgão oco dividido em quatro câmaras cárdicas. Onde se comunicam entre si e com
os grandes vasos através de quatro valvas (duas atrioventriculares e duas semilunares). Essas valvas
se abrem ou se fecham durante o ciclo cardíaco para regular a passagem do sangue. O ciclo cardíaco
apresenta basicamente duas fases: diástole (ventrículos relaxados, que se enchem de sangue que vem
dos átrios) e sístole (ventrículos se contraem, ejetando o sangue para os grandes vasos).

Prezado(a), podemos entender cada câmara estudando separadamente:

• Átrio direito - recebe sangue venoso (ou seja, rico em CO2) das veias cavas superior e inferior e do
seio coronário que ejeta sangue para baixo no sentido do ventrículo direito. Podemos observar neste
espaço algumas estruturas como:

• Valva atrioventricular direita - é a antiga valva tricúspide, que impede o refluxo de sangue do
ventrículo direito para o átrio direito durante a sístole ventricular. É formada por três válvulas ou
folhetos (daí o seu nome).

• Septo interatrial - é uma parede, que separa os dois átrios. Do lado direito, contém a fossa
oval, que corresponde ao local do forame oval que se fechou (uma comunicação entre os dois átrios
existente no período fetal) e sua borda é denomina de limbo da fossa oval.

• Triângulo do nó sinoatrial - região entre a valva atrioventricular direita e o seio coronário, que
contém o nó sinoatrial (ou nó sinusal).

• Músculos pectíneos - começam à direita na crista terminal do átrio direito (este músculo só
aparece nesta câmara cardíaca), formam cristas pareadas que, como esteira, auxilia a quebrar
coágulos que chegam da circulação produzindo atrito.

• Aurícula direita - câmara acessória projetada da parte ântero-superior do átrio, entre o ventrículo
direito e a veia cava superior e envolve a porção inicial da aorta e sua forma lembra ligeiramente a
orelha externa. Contém muitos músculos pectíneos.

• Ventrículo direito - recebe sangue venoso do átrio direito, durante a diástole ventricular e sístole
atrial. Durante a sístole ventricular, ejeta sangue para o tronco arterial pulmonar, que depois se divide
nas artérias pulmonares direita e esquerda, mandando o sangue para seus respectivos pulmões. Tem
a parede mais delgada do que o ventrículo esquerdo e possui:

• Valva pulmonar - é uma valva composta por três válvulas. Impede o refluxo de sangue do tronco
pulmonar para o ventrículo direito durante a diástole encontra-se na entrada do tronco arterial
pulmonar.

• Septo interventricular - uma parede espessa que separa os dois ventrículos.


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• Átrio esquerdo - recebe sangue arterial das quatro veias pulmonares e ejeta para o ventrículo
esquerdo.

• Valva atrioventricular esquerda - é a antiga valva bicúspide ou mitral (nome associado à


mitra – chapéu do papa e bispos, com dois folhetos), que impede o refluxo sanguíneo do ventrículo
esquerdo para o átrio esquerdo durante a sístole. É formada por dois folhetos.

• Aurícula esquerda - situa-se ventralmente e à esquerda do tronco pulmonar, sendo mais estreita
e alongada que a aurícula direita.

• Ventrículo esquerdo - recebe sangue do átrio esquerdo durante a diástole e ejeta sangue para
a aorta durante a sístole. Apresenta uma parede grossa e tem maior força de contração, afinal, ele
é responsável por bombear sangue para o corpo inteiro! Precisa de força para vencer a resistência
periférica.

• Valva aórtica - é uma valva composta por três válvulas semilunares que impedem o refluxo
sanguíneo da aorta para o ventrículo esquerdo durante a diástole. As válvulas formam três seios
aórticos: esquerdo (contém a abertura da artéria coronária esquerda), direito (contém a abertura da
artéria coronária direita) e posterior.

Guarde essa ideia!

Nas cavidades ventriculares, os feixes do miocárdio se dispõem em um padrão irregular, desenhando


elevações na superfície interna, às trabéculas cárneas. Elas se projetam da parede em três graus distintos:
1) as cristas são mais discretas, dando forma estriada à parede; 2) os músculos papilares projetam-se
para cima na cavidade ventricular como colunas de extremidade arredondada, e 3) a ponte, que se projeta
da margem do coração, cruza a cavidade, e fixa-se no septo interventricular.

Nos músculos papilares prendem-se as válvulas da valva atrioventricular pelas cordas tendíneas, e
durante a sístole ventricular, o miocárdio tenciona as cordas que aproxima as válvulas fechando a valva e
impedindo o retorno do sangue para os átrios.

Figura 12: Anatomia macroscópica do coração. Fonte: http://sereduc.com/fEHzUm


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Circulação

O coração tem como função levar o sangue para todo o corpo inclusive para ele mesmo onde a irrigação é
feita pelas artérias coronárias direita e esquerda (ramos originados da aorta ascendente).

A drenagem venosa do coração é realizada principalmente por veias que desembocam no seio coronário
(e dele tributam para o átrio direito).

Em seu trajeto, a aorta curva-se para a esquerda. Do arco da aorta emergem três ramos que irrigam a
parte superior do corpo:

• O tronco arterial braquicefálico: do troncobraquicefálico formam-se as artérias subclávia direita


e carótida comum direita.

A artéria carótida comum esquerda: as duas carótidas comuns ascendem para irrigar pescoço e cabeça.

• A artéria subclávia esquerda: as duas subclávias tomam posição lateral e irrigam os membros
superiores.

A drenagem dos membros superiores se dá pelas veias subclávias, e da cabeça e pescoço chegam às
veias jugulares. A anastomose das veias subclávias com as jugulares forma os troncos braquiocefálicos
direito e esquerdo, que se unem na veia cava superior, levando o sangue venoso ao coração.

O arco toma posição descendente, estendendo-se no tórax (parte torácica), atravessando o músculo
diafragma pelo hiato aórtico, e no abdome (parte abdominal) terminando na altura das cristas ilíacas. Em
seu trajeto emite ramos para oxigenar os órgãos destas regiões. Na pelve ela divide-se em duas artérias
ilíacas comuns (direita e esquerda). Estas se dividem em ilíaca interna (irriga aos órgãos pélvicos) e ilíaca
externa (irriga os membros inferiores).

A drenagem venosa dos membros é feita pelas veias ilíacas externas, que se unem às veias ilíacas
internas da pelve e formam as veias ilíacas comuns direita e esquerda. Estas se unem para formar a veia
cava inferior, que por sua vez ascende pelo abdome e tórax, atravessando no diafragma o forame da veia
cava inferior, até chegar ao coração. Em seu trajeto, recebe a drenagem venosa dos órgãos destas regiões.

Circuitos cardiovasculares

- Circulação pulmonar: É o trajeto que o sangue faz, saindo do ventrículo direito com muito CO2 pelo
tronco pulmonar, indo para os pulmões (aonde ocorre à hematose), até voltar ao átrio esquerdo com muito
O2 pelas veias pulmonares.

- Circulação sistêmica: É o trajeto onde o sangue sai do ventrículo esquerdo para o corpo, pela artéria
aorta, levando O2 às células, até seu retorno ao coração no átrio direito, trazendo o CO2 produzido pelas
células de todo o corpo.

Para que ocorra a contração o coração possui um sistema de condução próprio que coordena as contrações
que acontecem em cada ciclo cardíaco.
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A origem do impulso nervoso começa no nó sinoatrial (ou nó sinusal), localizado, como vimos no átrio
direito. Esse nó é o marca-passo cardíaco natural (diferente do artificial): ele inicia e controla os impulsos
elétricos para o coração se contrair.

Tem a capacidade de iniciar sozinho o impulso, e isso acontece cerca de 70 vezes por minuto!

Por toda a vida podendo aumentar ou diminuir de acordo com a situação que o indivíduo esteja
necessitando. O sinal emitido pelo nó sinoatrial é transmitido pelas fibras musculares, provocando a
contração dos átrios. Além disso, o impulso propaga-se principalmente por três fascículos até o nó
atrioventricular. Este nó está localizado na porção inferior do septo interatrial, próximo da abertura do seio
coronário. O nó atrioventricular transmite o impulso para o fascículo atrioventricular, que segue pelo septo
interventricular e se divide em ramos direito e esquerdo. Cada um deles depois se ramifica nas chamadas
ramos subendocárdicos, que se distribuem pelas paredes dos ventrículos e músculos papilares, levando
o sinal para que eles se contraiam.

Visite a Página

Caso tenha interesse de saber um pouco mais sobre o marca-passo cardíaco artificial,
acesse este link clicando aqui.

Vasos sanguíneos

Os vasos sanguíneos são os condutores do sangue do e para o coração. Para realizar essa operação, são
divididos em três tipos:

1. Artérias - com suas paredes espessas, recebem o sangue que sai do coração em alta pressão e
o distribui pelo corpo, através de um sistema ramificado, até as arteríolas, que passam o sangue para
os capilares.

2. Capilares - compõem o leito capilar e neles ocorre a troca de gases, nutrientes, resíduos e outras
substâncias. Os capilares transportam o sangue para vênulas e, dessas, o sangue vai para pequenas
veias.

3. Veias - recebem o sangue das vênulas e se ramificam em estruturas maiores até levar o sangue,
bem menos oxigenado, de volta ao coração.

Ou seja, enquanto as artérias irrigam os órgãos, os capilares facilitam a troca gasosa do sangue para o
tecido e vice-versa, as veias drenam o sangue dos órgãos para o coração.

Dica

Um fenômeno muito importante é o da anastomose, que significa a comunicação entre os vasos sanguíneos.

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Quando o padrão normal de comunicação entre os vasos é interrompido por uma doença, pela compressão
de uma artéria ou por outros fatores, formam-se redes de transporte auxiliar. Em um tempo relativamente
curto, uma série de canais menores se torna o caminho opcional e eles podem aumentar de tamanho, a
fim de garantir a circulação colateral.

SISTEMA LINFÁTICO

Os componentes do sistema linfático estão distribuídos por quase todas as partes do corpo. Tem início
no espaço intersticial de quase todos os tecidos, através de vasos de calibres microscópico, que vão se
reunindo em vasos de calibre cada vez maiores e terminam em dois grandes vasos, que se abrem em
grandes veias do pescoço.

O sistema linfático retira o excesso de líquido que está no compartimento intersticial (entre as células),
filtra através dos linfonodos e o transporta de volta para a corrente sanguínea. É um sistema auxiliar de
drenagem, ou seja, auxiliar do sistema venoso.

Devido ao sistema linfático, em condições normais esse volume é constante e não há excesso de proteínas
ou outros resíduos celulares nesses espaços intersticiais.

O sistema linfático é formado por:

1. Plexos linfáticos - são redes de capilares cegos, presentes na maioria dos tecidos e localizados
nos espaços intercelulares. Seu endotélio muito fino permite que elementos como proteínas
plasmáticas, bactérias, resíduos celulares e até mesmo células inteiras entrem nesses capilares, junto
com o excesso do líquido tecidual.

2. Vasos linfáticos - estão distribuídos em todo o corpo e, além de terem paredes finas, também
dispõem de válvulas linfáticas. Esses vasos só não estão presentes em ossos, dentes, medula óssea
e no sistema nervoso central.

3. Linfa - esse é o nome dado ao líquido tecidual, que costuma ser transparente, amarelado e
aquoso. Ele entra nos capilares (plexos) linfáticos.

4. Linfonodos ou nódulos linfáticos - são pequenos órgãos, geralmente ovoides, compostos por
tecido linfático, interpostos no trajeto dos vasos linfáticos. São responsáveis pela filtragem da linfa
até o sistema venoso. Em um processo inflamatório, o linfonodo pode inchar e tornar-se doloroso,
fenômeno conhecido popularmente como íngua.

5. Linfócitos - essas são as células de defesa que reagem quando identificam elementos estranhos.

6. Órgãos linfoides - é nesses órgãos que os linfócitos (ou as células envolvidas na imunidade) se
desenvolvem e são capazes de realizar as suas funções: timo, baço, medula óssea vermelha e tonsilas.
Também existe tecido linfoide nas mucosas, principalmente no sistema digestório.

Os ductos linfáticos mais calibrosos são:

• Duto linfático direito - é responsável pela drenagem da linfa do quadrante superior direito do
corpo, incluindo lado direito da cabeça, pescoço, tórax e membro superior direito. Desemboca na
junção da veia jugular interna direita com a veia subclávia direita.
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• Duto torácico - é responsável pela drenagem da linfa do resto do corpo. Desemboca na junção
da veia jugular interna esquerda com a veia subclávia esquerda.

No nosso corpo há órgãos que estão relacionados ao sistema linfático, que são o baço e o timo.

Baço

Está situado principalmente na região do hipocôndrio esquerdo, com sua extremidade superior atingindo
a região epigástrica. Situa-se entre o fundo do estômago e o diafragma. A cauda do pâncreas chega à sua
face medial e o rim esquerdo relaciona-se com o baço posteriormente. É um órgão carnoso e arroxeado
que tem tamanho e formato semelhante a uma mão fechada.

Maior dos órgãos linfáticos participa dos processos de hematopoese (produção de células sanguíneas,
durante a vida fetal) e hemocaterese (destruição de células sanguíneas defeituosas ou velhas, com mais
de 120 dias). Sua função imunológica de produção de anticorpos e proliferação de linfócitos ativados,
protegendo contra infecções, é extremamente importante.

Timo

O tamanho do timo varia muito com a idade. Consiste em dois lobos laterais unidos entre si por meio de
tecido conjuntivo. Por ocasião do nascimento ele tem um peso em torno de 10g e continua a crescer até
a puberdade quando seu peso atinge 30-40 gramas. Da puberdade em diante diminui progressivamente
e vai sendo substituído por tecido adiposo, de maneira que no adulto médio normal pesa cerca de 10
gramas.

Ele se localiza na porção anterossuperior do mediastino, na cavidade torácica.

Palavras Finais do Professor

Querido(a) aluno(a), que bom que estamos conhecendo mais sobre o corpo humano! Nesta unidade
pudemos conhecer os sistemas nervoso e cardiovascular.

Vimos que o pelo sistema nervoso o nosso corpo interage com o ambiente através das sensações e dos
movimentos. Conhecemos as estruturas responsáveis por essa ligação e como elas coordenam nossos
pensamentos, decisões, e como podemos registrar tudo isso em nossa memória adquirindo o aprendizado.

Conhecemos o neurônio, a principal célula do nosso sistema nervoso, e suas propriedades, e entendemos
um pouco sobre a plasticidade neuronal. É fascinante perceber como uma célula pode se especializar a
ponte de realizar funções tão complexas!

Aprendemos também sobre alguns casos clínicos associados ao sistema nervoso, como a hidrocefalia e
a anestesia raquidiana.

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Aprendemos também sobre o sistema cardiovascular, este conjunto de órgãos que nos permite distribuir
para todo o corpo os nutrientes de nossa digestão e o oxigênio da nossa respiração, dando condições para
as células se desenvolverem, regenerarem, e realizar suas funções metabólicas.

Conhecemos a anatomia tão perfeita do coração, que ritmicamente bombeia o sangue em um fluxo
unidirecional auxiliado por diversas estruturas como as valvas e as cordas tendíneas.

Percebemos como se dá a organização na distribuição do sangue para todas as regiões do corpo de modo
a nutrir cada célula e delas recolher o sangue venoso.

E a interação do sistema cardiovascular com os pulmões, que na circulação pulmonar liberam do organismo
o gás carbônico no ar atmosférico e incorporam ao sangue o oxigênio, tão precioso à vida das células.

Assim, entendemos como estes sistemas são essenciais para a vida, coordenando nossas funções e
nutrindo nossas células.

Não se esqueça de revisar o guia de estudos, pois a leitura reforçada garante um melhor aprendizado.

Bons estudos!

Acesse o Ambiente Virtual

Querido(a) aluno(a), encerrando nossa segunda unidade, vamos consultar o ambiente virtual para organizar
as ideias. Lá, você poderá reforçar os pontos mais importantes da nossa unidade e com isso começar a
integrar os conhecimentos. Não esqueça de realizar as atividades e em caso de dúvidas, consulte o tutor.

Um abraço, e até a próxima unidade!

Referências Bibliográficas

MARIEB, E. N. & HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia. 3 ed. Porto Alegre: Editora Artmed, 2008.

TORTORA, G. J. & NIELSEN, M. T. Princípios de Anatomia Humana. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2013.

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