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UNIDADE IV • <Título da Unidade IV>

Disfunções Neurológicas
CURSO: Fisioterapia
PROFESSOR (A): Patricia Cunha

ENCONTRO 01: Revisitando as estruturas do Sistema nervoso


central e periférico.

1 Introdução
Olá, estudante. Tudo bem?

Nesse encontro abordaremos sobre a anatomia das estruturas do sistema nervoso central e periférico.
Ao final deste módulo espera-se que voce consiga:
Reconhecer as estruturas do sistema nervoso central.
Reconhecer as estruturas do sistema nervoso periférico.
Identificar as ações de cada estrutura e
Correlacionar as estruturas com as alterações patológicas.
Revisitaremos essas estruturas pra que possam fixar melhor cada função desempenhadas por elas e a
importancia para o raciocinio clinico.

Voce sabia? O conhecimento teórico-prático sobre neuroanatomia é de suma importância à formação


acadêmica do profissional de fisioterapia, pois fundamenta seu raciocínio clínico quanto à escolha de
ferramentas avaliativas e de condutas terapêuticas mais adequadas para cada caso, servindo como
base no processo de ensino-aprendizagem (MACHADO, 2022).

Fique atento: Entender o que o sistema nervoso central (SNC) e periférico (SNP) é, o que ele faz e como
são denominadas suas estruturas, localizações, funções e como ocorrem às conexões é essencial para
o que chamamos de raciocínio clínico. Sendo assim, a noção sobre o que compõe a estrutura básica do
SNC e SNP é o princípio fundamental para assimilar suas funções motoras, sensivas e conitivas. A análise
da neuroanatomia funcional está ligada ao entendimento das funções motoras, da ação dos
neurotransmissores e receptores específicos. O conhecimento peculiar de cada estrutura possibilitará
a avaliação de distúrbios motores e ou sensitivos, e assim pode-se diferenciar o normal do patológico.

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2 Desenvolvimento

A Neuroanatomia se dedica a compreender toda estrutura do cérebro, medula espinhal, nervos e


terminações nervosas. Ou seja, é o estudo do relacionamento entre a estrutura e a função no sistema
nervoso. Estuda o sistema nervoso num parâmetro macroscópico, observando suas generalidades e
particularidades. Graças ao sistema nervoso humano, composto por bilhões de neurônios, o homem
consegue perceber, agir, aprender, se comunicar, lembrar, além de tantas funções sensoriais e motoras
complexas. Anatomicamente, o sistema nervoso é dividido em central (SNC) e periférico (SNP). O SNC é
formado pelas estruturas dentro do esqueleto axial, o encéfalo e medula espinhal, enquanto o SNP é
formado por gânglios e nervos.

O sistema nervoso central (SNC) consiste nas estruturas nervosas localizadas dentro do esqueleto axial,
sendo elas o encéfalo e a medula espinhal. O encéfalo é formado pelo cérebro e tronco encefálico. O
cérebro é composto pelo telencéfalo e pelo diencéfalo.

O telencéfalo consiste no córtex cerebral, dividido em dois hemisférios corticais e na lâmina


terminal. Divididos por sulcos e giros, o córtex é dividido em 5 lobos: frontal, parietal, temporal, occipital
e insular (sendo esse último “escondido” pelo parênquima cortical). A partir do telencéfalo temos a
capacidade para ler, escrever e falar, fazer cálculos, lembrar o passado e planejar o futuro e poder criar e
imaginar as coisas.

O córtex motor é responsável pelo controle e coordenação da motricidade voluntária. Traumas nesta
área causam fraqueza muscular ou até mesmo paralisia. O córtex motor do hemisfério esquerdo controla
o lado direito do corpo, e o córtex motor do hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo. Cada
córtex motor contém um mapa da superfície do corpo: perto da orelha, está a zona que controla os
músculos da garganta e da língua, segue-se depois a zona dos dedos, mão e braço; a zona do tronco fica
ao alto e as pernas e pés vêm depois, na linha média do hemisfério.
O córtex pré-motor é responsável pela aprendizagem motora e pelos movimentos de precisão. É na parte
em frente da área do córtex motor correspondente à boca que reside a Área de Broca, que tem a ver com
a linguagem. A área pré-motora fica mais ativa do que o resto do cérebro quando se imagina um
movimento, sem o executar. Se se executa, a área motora fica também ativa. A área pré-motora parece
ser a área que em grande medida controla o sequenciamento de ações em ambos os lados do corpo.
Traumas nesta área não causam nem paralisia nem problemas na intenção para agir ou planear, mas a
velocidade e suavidade dos movimentos automáticos (ex. fala e gestos) fica perturbada. A prática de
piano, ténis ou golfe envolve o «afinar» da zona pré-motora - sobretudo a esquerda, especializada
largamente em atividades sequenciais tipo série.
Cabe ao córtex do cerebelo, fazer a coordenação geral da motricidade, manutenção do equilíbrio e
postura corporal. O cerebelo representa cerca de 10% do peso total do encéfalo e contém mais neurônios
do que os dois hemisférios juntos. O eixo formado pela adeno-hipófise e o hipotálamo, são responsáveis
pela auto regulação do funcionamento interno do organismo. As funções homeostáticas do organismo
(função cárdio-respiratória, circulatória, regulação do nível hídrico, nutrientes, da temperatura interna,
etc) são controladas automaticamente.

O diencéfalo é uma estrutura ímpar localizada na porção cerebral mais inferior, sendo compreendida
pelas seguintes estruturas:

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• Tálamo: um grande centro de retransmissão de fibras entre o nosso córtex e estruturas


subcorticais, retransmitindo informações de motricidade, comportamento emocional, ativação
cortical e sensibilidade.
• Hipotálamo: grande regulador da homeostase, tem função de controle do SNA, controle do
sistema endócrino, controle da fome e sede, controle da temperatura, controle do
comportamento emocional, controle do sono e vigília.
• Epitálamo: relacionado com a sincronização do ritmo circadiano.
• Subtálamo: faz parte dos núcleos da base, atua no circuito motor de forma subsidiária nos
movimentos automáticos.

Ainda no encéfalo, temos o tronco encefálico que é dividido em mesencéfalo, ponte e bulbo. O
tronco está intimamente relacionado com o funcionamento da homeostase do corpo, sendo de
extrema importância para manutenção da vida. Prova disso é que a morte encefálica é
diagnosticada após exames realizados nesta porção do encéfalo.

• O tronco recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da


cabeça, além de conter circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até
outras regiões encefálicas e, em direção contrária, do encéfalo para a medula espinhal.
• Mesencéfalo: responsável basicamente por estímulos da visão e audição, e movimentos dos
olhos e do corpo.
• Ponte: transmite informações da medula e do bulbo até o córtex cerebral.
• Bulbo: conduz os impulsos nervosos do cérebro para a medula espinal e vice-versa. Também
produz estímulos nervosos que controlam a circulação, a respiração, a digestão e a excreção.

Outra estrutura extremamente importante do sistema nervoso central é a medula espinhal. Esta
fica localizada ao longo do canal vertebral, estendendo-se desde o bulbo até a vértebra lombar – L2.
Após esse ponto ela forma a cauda equina. Ao longo da medula partem os 31 nervos espinais.

• O conhecimento da topografia medular na coluna é importante para a investigação clínica de


patologias que podem afetar tanto essa estrutura do SNC como suas raízes, principalmente em
pacientes com paralisias, cervicalgia e lombalgia.

Figura 1 - Medula espinhal. Netter, Atlas de anatomia humana, 5°ed.

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Outra estrutura merece importância dentro do SNC, o cerebelo. A função do cerebelo é coordenar os
movimentos do corpo para manter seu equilíbrio, postura e locomoção. Regula também o tônus
muscular, que é o estado de semicontração que os músculos se encontram, para entrarem
imediatamente em movimento, sempre que for necessário.

Sistema Nervoso Periférico

O sistema nervoso periférico (SNP) é formado pelas estruturas localizadas fora deste esqueleto. Essas
estruturas são os nervos, os gânglios e as terminações motoras e sensitivas. Tem por função encaminhar
os estímulos detectados nos órgãos ou no meio externo para que sejam processados no sistema
nervoso central.

Os nervos consistem em cordões esbranquiçados que atuam unindo o SNC aos órgãos periféricos. São
divididos em cranianos, caso estejam ligados ao encéfalo, e em espinhais, se estiverem ligados à
medula.

Em termos de nervos cranianos temos 12 pares, identificados por algarismos romanos e e que
transmitem informações sensoriais e motores. Já os nervos espinais são formados por 31 pares e são
denominados conforme a posição em relação à medula e vértebras, assim distribuídas.

Figura 2- Nervos cranianos. Netter, Atlas de anatomia humana, 5°ed.

Já os gânglios, correspondem ao aglomerado de corpos neuronais localizados fora do SNC. Da mesma


forma que os nervos, os gânglios também são caracterizados como sensitivos ou motores (participam do
sistema nervoso autônomo).

As terminações nervosas também são divididas em sensoriais e motores. Essas terminações ficam
localizadas na extremidade das fibras constituintes dos nervos. As terminações nervosas sensitivas são
formadas pelos exteroceptores, que recebem estímulos do meio externo, visceroceptores, que recebem
estímulos dos órgãos internos, e proprioceptores, que fornecem informações sobre a posição corporal.

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3 Encerramento

O entendimento e aprofundamento no conhecimento das estruturas do SNC e SNP possibilitará ao


fisioterapeuta realizar a avaliação com maior discernimento a partir das alterações motoras
apresentadas pelo paciente no momento da avaliação. Para aprofundar o seu conhecimento e tornar
o encontro mais participativo acesse o material disponibilizado na paltaforma.

Fique atento: Procure identificar no dia a dia a utulização das estruturas dos SNC e SNP. Quando

REFERÊNCIAS

CABELLO, C. A. S; SINISCALCHI, M. H. A contribuição e socialização dos conhecimentos da


neuroanatomia no contexto da sala de aula, no processo de ensino e aprendizagem. Revista Ibero-
americana de Educação, nº 51/1, 2009.

MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional, 3a ed., 2014.

NETTER. Atlas de anatomia humana, 5°ed.

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