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Instituto Superior Politécnico Evangélico do

Lubango

O Professor: MSc. Fábio Carreiro


Introdução
Neuroanatomia é o ramo da ciência responsável pelo estudo de estruturas
anatômicas complexas do sistema nervoso central e periférico. Esta grande área está
responsável pelas delineações das regiões cerebrais bem como a diferenciação destas
estruturas relacionando todo o conhecimento estrutural ao seu funcionamento. Apesar
de ser uma disciplina específica, ela se origina de grandes áreas como a neurociência,
que é a parte da ciência que descreve o estudo do sistema nervoso central tais como suas
estruturas, funções, mecanismos moleculares, aspectos fisiológicos e responsável
também por compreender as doenças do sistema nervoso.

Historicamente os estudos neuroanatómicos não eram bem delimitados quanto


a especificidade de cada pesquisador, portanto, os estudos eram feito por pesquisadores
de diversas áreas sendo muito comum estes cientistas estudarem órgãos diferentes de
forma praticamente simultânea. Com o desenvolvimento da ciência e a especialização
de diversas áreas da medicina, os estudos passaram a ser delimitados por regiões,
passando a neuroanatomia ser uma área de estudo independente da biologia anatómica
ou de qualquer outra área. Diversos pesquisadores colaboraram com investigações
exaustivas a fim de descrever as funções de áreas distintas do encéfalo, bem como
caracterizar a funcionalidade de diversas vias do sistema nervoso. Atualmente a
neuroanatomia é uma especialização da disciplina de anatomia cuja área doa
conhecimentos específicos aos campos de neurociências.
O Sistema Nervoso
O SNC recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a tomada
de decisões e o envio de ordens. O SNP carrega informações dos órgãos sensoriais
para o sistema nervoso central e do sistema nervoso central para os
órgãos efetores (músculos e glândulas).

O Sistema Nervoso Central


O SNC divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo corresponde
ao telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo,
e tronco encefálico, que se divide em: BULBO, situado caudalmente;
MESENCÉFALO, situado cranialmente; e PONTE, situada entre ambos.

No SNC, existem as chamadas substâncias cinzenta e branca. A substância


cinzenta é formada pelos corpos dos neurónios e a branca, por seus prolongamentos.
Com excepção do bulbo e da medula, a substância cinzenta ocorre mais
externamente e a substância branca, mais internamente.
Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa craniana,
protegendo o encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a medula - também
denominada raque) e por membranas denominadas meninges, situadas sob
a proteção esquelética: dura-máter (a externa), aracnóide (a do meio) e pia-
máter (a interna). Entre as meninges aracnóide e pia-máter há um espaço
preenchido por um líquido denominado líquido cefalorraquidiano ou líquor.
O TELENCÉFALO
O encéfalo humano contém cerca de 35 bilhões de neurónios e pesa
aproximadamente 1,4 kg. O telencéfalo ou cérebro é dividido em dois hemisférios
cerebrais bastante desenvolvidos. Nestes, situam-se as sedes da memória e dos
nervos sensitivos e motores. Entre os hemisférios, estão os VENTRÍCULOS
CEREBRAIS (ventrículos laterais e terceiro ventrículo); contamos ainda com um
quarto ventrículo, localizado mais abaixo, ao nível do tronco encefálico. São
reservatórios do LÍQUIDO CÉFALO-RAQUIDIANO, (LÍQÜOR), participando na
nutrição, proteção e excreção do sistema nervoso.
O cérebro é um órgão do sistema nervoso central muito importante para o
funcionamento do corpo. Esse órgão constitui a maior parte do encéfalo, representando
cerca de 80% da massa total dessa estrutura.
→ Funções do cérebro
O cérebro está relacionado com a inteligência, linguagem, consciência, memória, entre
outros. Além disso, é capaz de processar informações dos sentidos juntamente a outras
estruturas do encéfalo, iniciar movimentos e influenciar o comportamento emocional.
→ Anatomia do cérebro
Pode ser dividido em dois hemisférios: o esquerdo e o direito, os quais estão ligados
pelo corpo caloso, estrutura constituída por fibras mielínicas. Um fato curioso sobre os
hemisférios é que o lado esquerdo controla os movimentos do lado direto, e o lado
direito controla os movimentos do lado esquerdo do corpo.
Os hemisférios são divididos em quatro lobos cerebrais, que apresentam funções
específicas. São eles: lobo frontal, temporal, parietal e occipital. Cada lobo recebe o
nome de acordo com a localização em relação aos ossos do crânio.
Em seu desenvolvimento, o córtex ganha diversos sulcos para permitir que o
cérebro esteja suficientemente compacto para caber na calota craniana, que não
acompanha o seu crescimento. Por isso, no cérebro adulto, apenas 1/3 de sua

superfície fica "exposta", o restante permanece por entre os sulcos.


O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta áreas funcionalmente
distintas, sendo a maioria pertencente ao chamado neocórtex.

Cada uma das áreas do córtex cerebral controla uma atividade específica.
1. Hipocampo: região do córtex que está dobrada sobre si e possui apenas três
camadas celulares; localiza-se medialmente ao ventrículo lateral.
2. Córtex olfativo: localizado ventral e lateralmente ao hipocampo; apresenta duas ou
três camadas celulares.
3. Neocórtex: córtex mais complexo; separa-se do córtex olfativo mediante um sulco
chamado fissura rinal; apresenta muitas camadas celulares e várias áreas sensoriais e
motoras. As áreas motoras estão intimamente envolvidas com o controle do
movimento voluntário.
A região superficial do telencéfalo, que acomoda bilhões de corpos celulares
de neurônios (substância cinzenta), constitui o córtex cerebral, formado a partir da
fusão das partes superficiais telencefálicas e diencefálicas. O córtex recobre um grande
centro medular branco, formado por fibras axonais (substância branca). Em meio a este
centro branco (nas profundezas do telencéfalo), há agrupamentos de corpos celulares
neuronais que formam os núcleos (gânglios) da base ou núcleos (gânglios) basais -
CAUDATO, PUTAMEN, GLOBO PÁLIDO e NÚCLEO SUBTALÂMICO,
envolvidos em conjunto, no controle do movimento. Parece que os gânglios da base
participam também de um grande número de circuitos paralelos, sendo apenas alguns
poucos de função motora. Outros circuitos estão envolvidos em certos aspectos da
memória e da função cognitiva.

Algumas das funções mais específicas dos gânglios basais relacionadas aos
movimentos são:
1. núcleo caudato: controla movimentos intencionais grosseiros do corpo (isso ocorre
a nível sub-consciente e consciente) e auxilia no controle global dos movimentos do
corpo.
2. putamen: funciona em conjunto com o núcleo caudato no controle de
movimentos intensionais grosseiros. Ambos os núcleos funcionam em associação com
o córtex motor, para controlar diversos padrões de movimento.
3. Globo pálido: provavelmente controla a posição das principais partes do corpo,
quando uma pessoa inicia um movimento complexo, Isto é, se uma pessoa deseja
executar uma função precisa com uma de suas mãos, deve primeiro colocar seu corpo
numa posição apropriada e, então, contrair a musculatura do braço. Acredita-se que
essas funções sejam iniciadas, principalmente, pelo globo pálido.
4. Núcleo subtalâmico e áreas associadas: controlam possivelmente os movimentos
da marcha e talvez outros tipos de motilidade grosseira do corpo.
Evidências indicam que a via motora direta funciona para facilitar a iniciação de
movimentos voluntários por meio dos gânglios da base. Essa via origina-se com uma
conexão excitatória do córtex para as células do putamen. Estas células estabelecem
sinapses inibitórias em neurônios do globo pálido, que, por sua vez, faz conexões
inibitórias com células do tálamo (núcleo ventrolateral - VL). A conexão do tálamo
com a área motora do córtex é excitatória. Ela facilita o disparo de células
relacionadas a movimentos na área motora do córtex. Portanto,
a conseqüência funcional da ativação cortical do putâmen é a excitação da área motora
do córtex pelo núcleo ventrolateral do tálamo.
O DIENCÉFALO (tálamo e hipotálamo)

Todas as mensagens sensoriais, com excepção das provenientes dos


receptores do olfacto, passam pelo tálamo antes de atingir o córtex cerebral. Esta é
uma região de substância cinzenta localizada entre o tronco encefálico e o cérebro. O
tálamo actua como estação retransmissora de impulsos nervosos para o córtex
cerebral. Ele é responsável pela condução dos impulsos às regiões apropriadas do
cérebro onde eles devem ser processados. O tálamo também está relacionado com
alterações no comportamento emocional; que decorre, não só da própria actividade,
mas também de conexões com outras estruturas do sistema límbico (que regula as
emoções).

O hipotálamo, também constituído por substância cinzenta, é o principal


centro integrador das actividades dos órgãos viscerais, sendo um dos principais
responsáveis pela homeostase corporal. Ele faz ligação entre o sistema nervoso e o
sistema endócrino, actuando na activação de diversas glândulas endócrinas. É
o hipotálamo que controla a temperatura corporal, regula o apetite e o balanço de água
no corpo, o sono e está envolvido na emoção e no comportamento sexual. Tem amplas
conexões com as demais áreas do prosencéfalo e com o mesencéfalo. Aceita-se que
o hipotálamo desempenha, ainda, um papel nas emoções. Especificamente, as partes
laterais parecem envolvidas com o prazer e a raiva, enquanto a porção mediana parece
mais ligada à aversão, ao desprazer e à tendência ao riso (gargalhada) incontrolável. De
um modo geral, contudo, a participação do hipotálamo é menor na gênese (“criação”)
do que na expressão (manifestações sintomáticas) dos estados emocionais.

O TRONCO ENCEFÁLICO
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-
se ventralmente ao cerebelo. Possui três funções gerais; (1) recebe informações
sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da cabeça; (2) contém
circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinal até outras regiões
encefálicas e, em direcção contrária, do encéfalo para a medula espinal (lado
esquerdo do cérebro controla os movimentos do lado direito do corpo; lado direito
de cérebro controla os movimentos do lado esquerdo do corpo); (3) regula a atenção,
função esta que é mediada pela formação reticular (agregação mais ou menos difusa
de neurónios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras
nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico). Além destas 3 funções
gerais, as várias divisões do tronco encefálico desempenham funções motoras e
sensitivas específicas.

Na constituição do tronco encefálico entram corpos de neurônios que se


agrupam em núcleos e fibras nervosas, que, por sua vez, se agrupam em feixes
denominados tractos, fascículos ou lemniscos. Estes elementos da estrutura interna do
tronco encefálico podem estar relacionados com relevos ou depressões de sua
superfície. Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou emitem fibras nervosas
que entram na constituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10
fazem conexão no tronco encefálico.
O CEREBELO
Situado atrás do cérebro está o cerebelo, que é primariamente um centro para o
controle dos movimentos iniciados pelo córtex motor (possui extensivas conexões
com o cérebro e a medula espinal). Como o cérebro, também está dividido em dois
hemisférios. Porém, ao contrário dos hemisférios cerebrais, o lado esquerdo do
cerebelo está relacionado com os movimentos do lado esquerdo do corpo, enquanto
o lado direito, com os movimentos do lado direito do corpo.
O cerebelo recebe informações do córtex motor e dos gânglios basais de todos
os estímulos enviados aos músculos. A partir das informações do córtex motor sobre
os movimentos musculares que pretende executar e de
informações proprioceptivas que recebe directamente do corpo (articulações,
músculos, áreas de pressão do corpo, aparelho vestibular e olhos), avalia o
movimento realmente executado. Após a comparação entre desempenho e aquilo
que se teve em vista realizar, estímulos correctivos são enviados de volta ao córtex
para que o desempenho real seja igual ao pretendido. Dessa forma, o cerebelo
relaciona-se com os ajustes dos movimentos, equilíbrio, postura e tônus muscular.
Algumas estruturas do encéfalo e suas funções

Córtex Cerebral
Funções:
 Pensamento
 Movimento voluntário
 Linguagem
 Julgamento
 Percepção
A palavra córtex vem do latim para "casca".
Isto porque o córtex é a camada mais externa do
cérebro. A espessura do córtex cerebral varia
de 2 a 6 mm. O lado esquerdo e direito do córtex
cerebral são ligados por um feixe grosso de fibras
nervosas chamado de corpo caloso. Os lobos são
as principais divisões físicas do córtex cerebral.
O lobo frontal é responsável pelo planeamento
consciente e pelo controlo motor. O lobo
temporal tem centros importantes de memória e
audição. O lobo parietal lida com os sentidos
corporal e espacial. o lobo occipital direcciona a
visão.

Cerebelo
Funções:
 Movimento
 Equilíbrio
 Postura
 Tônus muscular
A palavra cerebelo vem do latim para "pequeno
cérebro”. O cerebelo fica localizado ao lado do tronco
encefálico. É parecido com o córtex cerebral em alguns
aspectos: o cerebelo é dividido em hemisférios e tem um
córtex que recobre estes hemisférios.
Tronco Encefálico
Funções:
 Respiração
 Ritmo dos batimentos cardíacos
 Pressão Arterial

Mesencéfalo
Funções: O Tronco Encefálico é uma área
do encéfalo que fica entre o tálamo e a
 Visão
medula espinhal. Possui várias
 Audição
estruturas como o bulbo,
 Movimento dos Olhos
o mesencéfalo e a ponte. Algumas
 Movimento do corpo
destas áreas são responsáveis pelas
funções básicas para a manutenção da
vida como a respiração, o batimento
cardíaco e a pressão arterial.
Bulbo: recebe informações de
vários órgãos do corpo, controlando as
funções autónomas (a chamada vida
vegetativa): batimento cardíaco,
respiração, pressão do sangue, reflexos
de salivação, tosse, espirro e o acto de
engolir.
Ponte: Participa de algumas
actividades do bulbo, interferindo no
controle da respiração, além de ser um
centro de transmissão de impulsos para
o cerebelo. Serve ainda de passagem
para as fibras nervosas que ligam o
cérebro à medula.

O tálamo recebe
informações sensoriais
do corpo e as passa para
o córtex cerebral. O
córtex cerebral envia
Tálamo informações motoras
Funções: para o tálamo que
 Integração Sensorial posteriormente são
 Integração Motora distribuídas pelo corpo.
Participa, juntamente
com o tronco encefálico, do sistema reticular, que é
encarregado de “filtrar” mensagens que se dirigem
às partes conscientes do cérebro.
Sistema Límbico
Funções:
 Comportamento Emoci
onal
 Memória
 Aprendizado
 Emoções
 Vida vegetativa
(digestão, circulação,
excreção etc.)

O Sistema Límbico é um grupo de estruturas


que inclui hipotálamo, tálamo,
amígdala, hipocampo, os corpos mamilares e o giro
do cíngulo. Todas estas áreas são muito importantes
para a emoção e reacções emocionais.
O hipocampo também é importante para a memória
e o aprendizado.

Medula espinal

A medula espinhal, também chamada de medula espinal, é uma porção


alongada do sistema nervoso central (SNC). Possui cerca de 45 cm de comprimento em
homens e 42 cm em mulheres. Ela se encontra dentro da coluna vertebral, também
conhecida como espinha dorsal, estendendo-se a partir do bulbo e ocupando o espaço
que segue do forame magno até a junção entre a primeira e a segunda vértebra lombar.
A partir desse ponto até as vértebras sacrais, encontram-se apenas raízes nervosas, que
são feixes de fibras nervosas (prolongamentos de células nervosas) que se estendem a
partir da medula.

Funções da medula espinhal


A medula espinhal é responsável por conduzir informações de diversas regiões
do organismo para o cérebro e deste para outras regiões. Essas informações são
transmitidas por meio dos chamados impulsos nervosos. Além disso, ela atua de forma
independente do cérebro, sendo responsável pelos chamados atos reflexos, que são
respostas involuntárias rápidas do organismo mediante determinados estímulos.

Constituição da medula espinhal


A medula espinhal apresenta um canal central, o qual é preenchido pelo líquido
cefalorraquidiano. Esse líquido incolor, também chamado de liquor, apresenta em sua
constituição diversas substâncias, como
 proteína;
 glicose;
 lactato;

 enzimas;
 potássio;

 magnésio;

 cloreto de sódio.

Ele atua protegendo a medula contra impactos, levando nutrientes


e hormônios filtrados a partir do sangue (cerca de 70% desse líquido é formado a partir
da filtração do sangue) e removendo resíduos.
A medula espinhal apresenta também uma substância branca, mais externa,
constituída principalmente por feixes de fibras dos axônios, e uma substância cinzenta,
mais interna, constituída principalmente por corpos celulares de neurônios. Essa
distribuição pode ser observada por meio de um corte transversal da membrana. A
substância cinzenta fica disposta na forma da letra H.
Além disso, a medula espinhal é revestida por três membranas, que são constituídas por
tecido conjuntivo e são denominadas meninges.
 A pia-máter é a mais interna e encontra-se em contato direto com o sistema
nervoso.
 A intermediária, denominada aracnoide, apresenta um aspecto de teia de aranha
e tem como função amortecer possíveis impactos.
 A dura-máter é a meninge mais externa e mais grossa, sendo ricamente
inervada.

É importante destacar também que 31 pares de nervos espinhais ramificam-se


a partir da medula, conectando-a a todas as partes do corpo. Eles emergem do canal
vertebral por meio dos forames intervertebrais a partir de regiões específicas da medula
e recebem nome relacionado à região de onde emergem.
 Nervos espinhais cervicais (8 pares)

 Nervos espinhais torácicos (12 pares)

 Nervos espinhais lombares (5 pares)

 Nervos espinhais sacrais (5 pares)

 Nervo espinhal coccígeo (1 par)


Os nervos espinhais são constituídos por uma raiz ventral, apresentando fibras de
neurônios motores, e uma raiz dorsal, apresentando fibras de neurônios sensitivos. Esses
nervos se ramificam em:
 ramo meníngeo: apresenta fibras nervosas entre as meninges e os ligamentos
intervertebrais;
 ramo dorsal: geralmente menor, apresenta fibras nervosas que se distribuem
pela pele e músculos da região posterior da cabeça, pescoço e tronco;
 ramo ventral: apresenta fibras que inervam os membros superiores e inferiores,
bem como a região ventral da cabeça, pescoço e tronco;
 Um quarto ramo pertence ao sistema nervoso autônomo.

Arco reflexo
Um reflexo pode ser definido como um padrão involuntário de resposta a um
estímulo sensitivo. Depende da integridade de estruturas que compõem o chamado arco
reflexo: um órgão receptor, um neurônio aferente, um neurônio efetor, e um órgão
efetor. Pode ser monossináptico, quando envolve somente um contato sináptico, ou
polissináptico.

Na medula espinal, os reflexos têm um papel importante na manutenção do


tônus muscular e, assim, na postura. O órgão receptor situa-se na pele, em músculos ou
em tendões musculares. O corpo celular do neurônio aferente (sensitivo) localiza-se no
gânglio sensitivo da raiz dorsal. Seu axônio entra na medula e vai estabelecer sinapse
com o neurônio eferente, cujo axônio sai da medula pela raiz anterior.

O reflexo é uma reação automática que se produz a nível de um órgão. Ele é


involuntário, pois consiste num mecanismo de defesa, cuja resposta deve ser rápida, não
necessitando passar pelo encéfalo.

Por exemplo um estímulo doloroso num dedo do pé provoca a retirada imediata


do pé. Este acto é considerado um reflexo.
O Mecanismo do Arco reflexo é a forma mais simples de funcionamento da
medula espinal e consequentemente de avaliação clínica do sistema nervoso.

Todos os Arcos Reflexos contêm a seguinte cronologia básica necessária


para sua função normal:

1 – Uma excitação periférica desencadeia a propagação de um influxo nervoso por


intermedio de um neurónio sensitivo;

2 – O influxo segue a raiz posterior sensitiva que, graças ao seu axónio, penetra na
medula espinal até a substancia cinzenta;

3 – Na substancia cinzenta o axónio entra em contacto com o neurónio intermediário


(interneuronio) que contacta com o neurónio motor. Na substancia cinzenta o axónio
entra em contacto com o neurónio intermediário (interneuronio) que contacta com o
neurónio motor.

4 – o neurónio motor transmite o influxo nervoso recebido, por intermedio da sua raiz
anterior motora, até ao musculo estriado, que reage.

Todos os Arcos Reflexos contêm a seguinte cronologia básica necessária para sua
função normal:
Tecidos nervosos
O tecido nervoso compreende um conjunto de células nervosas altamente
especializadas designadas Neurónios e fibras nervosas cujo papel é encaminhar
diferentes mensagens entre as diversas partes do corpo, sob a forma de influxo nervoso.
Anatomicamente, a maioria dos neurônios possui três
estruturas responsáveis por funções especializadas:
1º Um corpo celular;
2º Uma estrutura condutora (Axónios);
3º Uma estrutura receptora (Dentritos).

Neurónios
Os neurônios, também chamados de células nervosas, são células do sistema
nervoso que estão relacionadas com a propagação do impulso nervoso, sendo
consideradas as unidades básicas desse sistema.
Estrutura dos neurônios
Os neurônios apresentam três partes básicas: os dendritos, o axônio e o corpo celular.
Veja as características de cada um desses componentes no quadro a seguir:
Componentes do Neurônio
Dendritos Os dendritos são prolongamentos do neurônio que garantem a recepção
dos estímulos, levando o impulso nervoso em direção ao corpo celular. A
grande maioria dos neurônios apresenta uma grande quantidade de
dendritos.
Axônio Prolongamento que garante a condução do impulso nervoso. Cada
neurônio possui apenas um axônio, o qual é, geralmente, mais longo que
os dendritos. Envolvendo o axônio, está um isolamento elétrico chamado
de bainha de mielina. Essa bainha é formada por dois tipos celulares:
oligodendrócitos, no sistema nervoso central, e células de Schwann,
no sistema nervoso periférico. Os locais onde há falha nessa bainha são
chamados de nódulos de Ranvier.
Corpo Local do neurônio onde está presente o núcleo, grande parte das organelas
celular celulares e de onde partem os prolongamentos dessa célula.
Comunicação Entre Neurónios/Sinapse
A comunicação entre os neurónios se dá numa região
denominada Sinapse. Essa comunicação não é direta porque
os neurônios estão separados uns dos outros. A sinapse se
realiza por meio de substâncias químicas chamadas
neurotransmissores.
A sinapse é uma região onde há a comunicação entre os neurônios, entre
neurônios e músculos e entre neurônios e glândulas. Na grande maioria das sinapses, a
transmissão de informação é possível graças à presença de neurotransmissores, que são
mensageiros químicos. Nesse tipo de sinapse, chamada de sinapse química, o impulso
nervoso (sinal elétrico) de um neurônio pré-sináptico é transformado em sinal químico,
que atua na célula pós-sináptica. É importante salientar que existem ainda as
chamadas sinapses elétricas. Nessas sinapses, as correntes elétricas fluem diretamente
de um neurônio a outro.
Função dos neurônios

Os neurônios são células excitáveis, ou seja, conseguem responder a estímulos


com modificações da diferença de potencial elétrico na membrana celular. A
modificação desse potencial pode propagar-se pela membrana, fenômeno conhecido
como impulso nervoso. É por meio do impulso nervoso que os neurônios conseguem
transmitir informações de um neurônio para outro ou, ainda, para as glândulas ou
músculos. Assim sendo, o neurônio atua garantindo a recepção e transmissão de
informações.

O impulso nervoso é um fenômeno complexo que envolve alteração no


potencial elétrico da membrana da célula nervosa. Para entender melhor como o
impulso nervoso ocorre, acesse nosso texto específico

Tipos de neurônios

Os neurônios podem ser classificados, de acordo com sua morfologia, em


neurônios multipolares, neurônios bipolares e neurônios pseudounipolares.
Tipos de neurônios
Neurônios Esse tipo de neurônio possui mais de dois prolongamentos celulares.
multipolares É a ocorrência mais comum.
Neurônios Possui apenas um axônio e um dendrito. Pode ser encontrado na
bipolares mucosa olfatória, na retina e nos gânglios coclear e vestibular.
Neurônios Possui um prolongamento único, que se divide em dois. Esse tipo de
pseudounipolares neurônio pode ser observado nos gânglios espinais.
Os neurônios também podem ser classificados de acordo com sua função.
Tipos de neurônios
Neurônios São responsáveis por conduzir impulsos nervosos para órgãos
motores efectores, como músculos e glândulas.
Neurônios Recebem estímulos, os quais podem ser provenientes do
sensoriais próprio organismo ou do meio ambiente.
Interneurônios Garantem a conexão entre neurônios.

Sistema Nervoso Periférico

O Sistema Nervoso Periférico (SNP) é formado pelos nervos e gânglios


nervosos. Sua função é ligar o Sistema Nervoso Central aos outros órgãos do corpo e
com isso realizar o transporte de informações.

Ele é uma das divisões do Sistema Nervoso, que anatomicamente, é dividido


em:

Sistema Nervoso Central (SNC): encéfalo e medula espinhal;


Sistema Nervoso Periférico (SNP): nervos e gânglios nervosos que conectam
o SNC aos órgãos do corpo.
Componentes do Sistema Nervoso Periférico

O SNP é constituído por nervos e gânglios. Eles são os responsáveis por


interligar o SNC as partes do corpo.

Nervos
Os nervos correspondem a feixes de fibras nervosas envolvidas por tecido conjuntivo.
Eles são responsáveis por fazer a união do SNC a outros órgãos periféricos e pela
transmissão dos impulsos nervosos.

Os nervos apresentam a seguinte divisão:

 Nervos Espinhais: compostos por 31 pares, são os que fazem conexão com a
medula espinhal. Estes nervos são responsáveis por inervar o tronco, os membros e
algumas regiões específicas da cabeça.

Nervos Cranianos: compostos por 12 pares, são os que fazem conexão com o encéfalo.
São estes nervos que inervam as estruturas da cabeça e do pescoço : 1- Olfatório, 2-
Óptico, 3- Oculomotor, 4- Troclear, 5- Trigêmeo, 6- Abducente, 7- Facial, 8- Vestíbulo-
coclear, 9-Glossofaríngeo, 10- Vago, 11- Acessório, 12- Hipogloso.
Os nervos apresentam os seguintes tipos:
 Nervos Aferentes (Sensitivos): enviam sinais da periferia do corpo para o
sistema nervoso central. Este tipo de nervo é capaz de captar estímulos como o calor e
a luz, por exemplo.
 Nervos Eferentes (Motores): enviam sinais do sistema nervoso central para os
músculos ou glândulas.
 Nervos Mistos: formados por fibras sensoriais e fibras motoras, por exemplo, os
nervos raquidianos.

Gânglios
Os gânglios nervosos são aglomerados de corpos celulares de neurônios que se
localizam fora do sistema nervoso central, próximo à coluna vertebral, que se associam
aos nervos, funcionando como estações de interligação entre neurônios e estruturas do
organismo. Estes gânglios nervosos se mostram como pequenas dilatações em alguns
nervos.

O gânglio é envolvido pelo tecido conjuntivo, e internamente o gânglio é constituído


por neurônios esféricos ou asteriscos (que são grandes células com núcleos que
possuem vesículas).

Existem dois tipos de gânglios, os sensitivos e os autónomos.

Sistema nervoso somático ou voluntário


O sistema nervoso somático corresponde à parte do sistema nervoso que
controla a musculatura esquelética, que é responsável pela nossa locomoção e por
outros movimentos voluntários. Além disso, também tem como função produzir
respostas ao ambiente externo que podem ser controladas conscientemente.

O sistema nervoso somático é dividido em duas partes:

 Aferente: sensitivo, que leva as informações ao sistema nervoso central.


 Eferente: motor, que traz as respostas voluntárias aos órgãos efetores.
Sistema Nervoso Autónomo
O sistema nervoso autónomo é responsável por manter o funcionamento da
vida interna ou vegetativa.

No SNA encontram-se diversos nervos motores que conduzem impulsos do


sistema nervoso central à musculatura lisa dos órgãos viscerais, músculo cardíaco e
glândulas. A sua regulação é feita de forma inconsciente e controla as diversas funções
viscerais como: pressão arterial, batimentos cardíacos, motilidade do trato
gastrointestinal, e a sudorese.

O sistema nervoso autónomo é constituído pelo Sistema nervoso Simpático e


Parassimpático.

O Sistema nervoso autônomo simpático é constituído por uma cadeia de


gânglios simpáticos situados bilateralmente ao lado da coluna vertebral torácica e
lombar.

O sistema nervoso autônomo parassimpático é constituído por uma cadeia de


gânglios parassimpáticos situados ao lado da coluna vertebral cervical e sagrada, ou
seja, na porção cranial e caudal da coluna vertebral.

Do ponto de vista funcional as suas ações são antagónicas (contrárias) ou seja


um corrige os excesso do outro. Por exemplo, se o sistema simpático acelera
demasiadamente os batimentos cardíacos, o sistema parassimpático entra em ação,
diminuindo o referido batimentos.

Se o sistema simpático acelera o trabalho do estômago e dos intestinos, o


parassimpático entra em ação para diminuir as contrações desses órgãos.

O Sistema simpático, de modo geral, estimula ações que mobilizam energia, e


prepara o organismo para situações de estresse (instinto de fuga ou luta). Por exemplo, o
sistema simpático é responsável pela aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento
da pressão arterial, da concentração de açúcar no sangue e pela ativação do metabolismo
geral do corpo. Já o Sistema parassimpático estimula principalmente atividades
relaxantes, como as reduções do ritmo cardíaco e da pressão arterial, entre outras.
Factos importantes sobre o sistema nervoso periférico

Definição Uma divisão do sistema nervoso composta por todo o tecido nervoso
encontrado fora da caixa craniana e do canal vertebral.

Componentes Nervos periféricos (nervos espinhais, nervos cranianos, nervos


anatômicos autonômicos)
Gânglios
Componentes Sistema nervoso autônomo (SNA) - parte involuntária que controla as
funcionais células cardíacas, lisas e glandulares. Consiste nas divisões simpática e
parassimpática.
Sistema nervoso somático (SNS) - parte voluntária que controla os
músculos esqueléticos e o processamento da sensação somática.

Função Transmite informações motoras e sensoriais entre o sistema nervoso


central e os tecidos do corpo periférico.

Resumo Sistema Nervoso

Sistema Definição: Uma rede de neurônios cuja função principal é gerar, modular e
nervoso transmitir informações entre todas as partes do corpo.
Divisões estruturais: sistema nervoso central (SNC), sistema nervoso
periférico (SNP)

Sistema Definição: Tecido neural dentro do crânio e coluna vertebral que é o centro
nervoso integrador e de comando do corpo.
central Partes: Cérebro/Encéfalo, medula espinal

Sistema Definição: Tecido neural fora do SNC, cuja função é transmitir as


nervoso informações entre o SNC e o resto do corpo.
periférico Partes: Nervos periféricos, gânglios
Divisões funcionais: sistema nervoso autônomo (SNA), sistema nervoso
somático (SNS)
Sistema Definição: Componente involuntário do SNP que controla as células
nervoso musculares cardíacas, glandulares e lisas.
autônomo Divisões: sistema nervoso simpático (SNAS), sistema nervoso
parassimpático (SNAP)

Sistema Definição: Componente voluntário do SNP responsável por direcionar os


nervoso movimentos corporais voluntários e transmitir estímulos sensoriais da pele,
somático músculos e articulações.
Referência Bibliográfica
Consenza, R. M. (1998). Fundamentos de Neuroanatomia. Editora Guanabara
Koogan. 2ª ed. Belo Horizonte.
Machado, A. (1998). Neuroanatomia Funcional. Editora Atheneu. 2ª ed.. São Paulo
Bear, F.; Barry W; & Michael A. Neurociências - desvendando o sistema
nervoso. Artemed Editora S.A. 2. ed. Porto Alegre.
Burt, A. M. (1995). Neuroanatomia. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro.

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