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APRESENTAÇÃO

O corpo humano apresenta variados sistemas que têm como finalidade a manutenção
integrada das funções corporais. Dentro desse conjunto de sistemas funcionais, o
sistema nervoso está incumbido de receber, transmitir, elaborar e armazenar
informações para que haja posterior resposta adequada do organismo humano ao
ambiente o qual está inserido.

O sistema nervoso também desenvolve suas funções atendendo as necessidades


perceptuais para a manutenção de funções vitais em prol do pleno funcionamento de
outros organismos, que trabalham de forma coordenada. Por tanto, pode-se dizer que
o sistema nervoso é um sistema complexo e, ao mesmo tempo, essencial para a
regulação de tudo que ocorre nas mais distintas regiões do corpo.

As alterações ocorridas tanto em meio externo quanto no próprio organismo humano


provocam uma cadeia de estímulos que são conduzidos no percurso do sistema em
direção a uma determinada estrutura de processamento destes estímulos, que
transformam o sinal codificado em informação. A informação percebida pelos centros
neuronais processa mecanismos de resposta para que assim se manifestem os
comportamentos apropriados do individuo em relação ao meio o qual está inserido.

Para que se possa iniciar o estudo do sistema nervoso, torna-se imperativa a


compreensão de que temos variadas formas de distinguir suas estruturas, tendo em
vista que apresentam tipos diversos de células neuronais, funções, localizações.
Porém, para melhor compreensão deste abstruso sistema, a literatura anatômica
comumente distingue-o em dois sub-sistemas, o sistema nervoso central e o sistema
nervoso periférico.
O sistema nervoso central, formado pelo eixo cérebro-espinhal, é responsável
prioritariamente pelo processamento de informações, recebendo constantemente
estímulos e enviado comandos necessários para o pleno funcionamento dos
organismos, além de modular o comportamento respondente entre homem-ambiente.

O sistema nervoso periférico se apresenta como uma rede que integra o sistema
nervoso central às diversas estruturas que constituem o corpo humano. Sua principal
atividade envolve o transporte de estímulos, tanto sensitivos quanto motores
(recepção e envio, respectivamente) através de fibras nervosas as quais servem para
“conduzir” a corrente nervosa.

Como estruturas do sistema nervoso periférico, encontramos nervos, que


correspondem a uma rede de axônios, e gânglios nervosos, que são constituídos pelo
acúmulo de corpos celulares. Por tanto, os nervos e gânglios nervosos transportam à
periferia os estímulos e dela recebem as diversas sensações que são conduzidas ao
sistema nervoso central.

Compreender a anatomia deste sistema possibilita grande facilidade no entendimento


das funções de cada um dos seus componentes e suas funções, já que a localização e
a estrutura dos neurônios estão diretamente relacionadas com as funções do sistema.

No decorrer desta obra, você terá acesso a todas as estruturas que compões tanto o
sistema nervoso central quanto o sistema nervoso periférico e, para seu melhor
aprendizado, buscou-se dividi-lo em capítulos que já fazem alusão a divisão
neuroanatômica do corpo humano.

O primeiro capítulo irá apresentar a unidade neuronal (o neurônio) e seus detalhes


anatômicos, bem como o percurso dos impulsos nervosos, às sinapses e a formação
de fibras e feixes neuronais até que seja possível estabelecer a estrutura
macroscópica do neurônio. Além disso, neste capitulo será apresentado o encéfalo em
sua anatomia e a funcionalidade de suas estruturas.

O segundo capítulo traz consigo as estruturas da medula divididas de acordo com as


regiões vertebrais as quais estão localizadas, sua anatomia funcional quanto aos
trajetos de impulsos nervosos aferentes (sensitivos) e eferentes (motores), bem como
suas comunicações entre o tronco encefálico/encéfalo e o sistema nervoso periférico.

No terceiro e último capitulo traz consigo o sistema nervoso periférico e sua


classificação e divisão funcional que inclui as características do sistema nervoso
periférico voluntário ou somático e do sistema nervoso periférico involuntário ou
autônomo. Apresenta ainda de forma detalhada a origem e o percurso dos nervos
cranianos e nervos raquidianos ou espinhais, bem como suas inserções para
manifestação sensitiva e motora do corpo humano.
Capítulo 1 – Microscopia, constituição do sistema nervoso e sistema nervoso central
encefálico.

A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes objetivos de


aprendizagem:

Saber:

 Conhecer a unidade celular do sistema nervoso central e seu funcionamento;

 Identificar e nomear corretamente as estruturas do encéfalo;

 Descrever o percurso do impulso nervoso e as funções das diferentes regiões


do encéfalo.

Fazer:

 Distinguir as estruturas que compõe a célula nervosa;

 Relacionar a atividade do encéfalo com manifestações sensitivas e motoras do


corpo humano;

 Distinguir as regiões anatômicas do encéfalo de acordo com suas funções.


1.1. ASPECTOS MICROSCÓPICOS E CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA NERVOSO

O sistema nervoso é constituído por estruturas complexas que percorrem todo o corpo humano
com o objetivo básico de manter o seu funcionamento através de impulsos, que apresentam
modos particulares de manifestar-se. Estes impulsos, que podem ser dos tipos voluntários ou
involuntários, determinam como o corpo percebe estímulos externos, do ambiente; e como realiza
seus mecanismos de ação em resposta ao ambiente (SOBOTTA, 2006).

A divisão do sistema nervoso apresenta dois subsistemas que juntos reúnem todos os
componentes anatômicos. O sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (NP).
Cada um desenvolve atividades distintas dentro do sistema nervoso, onde o sistema nervoso
central reúne condições estruturais para o processamento de impulsos, e o sistema nervoso
periférico realizam a captação e o transporte de impulsos (JOTZ, 2017).

O sistema nervoso central concentrar grande quantidade de corpos celulares de neurônios e, com
isso, realiza o processamento de informações sensitivas e motoras, bem como armazena
informações em beneficio dos processos cognitivos. Já o sistema nervoso periférico reúne grande
quantidade de fibras neuronais que juntas, formam os nervos periféricos. As fibras neuronais são
predominantemente constituídas por axônios dos corpos celulares presentes no sistema nervoso
central (JOTZ, 2017; NETTER, 2018).

Os componentes anatômicos que constituem o sistema nervoso central são o encéfalo, que
corresponde ao telencéfalo, diencéfalo e cerebelo; e a medula espinhal, que corresponde ao
prolongamento do sistema nervoso contido no interior do canal vertebral. Entre o encéfalo e a
medula está presente uma estrutura que também faz parte do sistema nervoso central, o tronco
encefálico, que agrega o mesencéfalo, ponte e bulbo. Estes componentes estão interpostos entre
o encéfalo e a medula, apresentando funções e estruturas anatômicas diversificadas (DELGADO-
GARCÍA, 2001; SOBOTTA, 2006).

Polêmica - Esta estrutura agrega um conjunto de funções e disposição anatômica que se


enquadram em ambos subsistemas, encéfalo ou medula. Em sua composição, existem estruturas
que se acomodam dentro do crânio e uma estrutura que se projeta para fora da caixa craniana.
Dentro da caixa craniana estão o mesencéfalo e a ponte. Fora da caixa, está presente o bulbo,
que também é conhecido como medula oblonga. Apesar disso, o tronco encefálico é considerado
como parte integrante do encéfalo pela literatura.

A partir tanto da medula quanto do tronco encefálico surge o sistema nervoso periférico, que
compreende ao prolongamento radicular das fibras neuronais contidas no sistema nervoso central.
Por tanto, o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico são indissociáveis por se
complementarem. Sem a atuação do sistema nervoso central o sistema nervoso periférico não
teria o desempenho conferido aos humanos e vice-versa, mesmo que estes apresentem
estruturas e funções distintas (VANPUTTE, REGAN, RUSSO, 2016).
As informações transportadas no percurso do sistema nervoso são de ordem sensorial (que
correspondem à sensações experimentadas pelos órgãos do sentido – visão, tato, olfato, audição
e paladar), de ordem motora (execução de movimentos a partir da ação muscular), ou de ordem
autônoma (comandos involuntários controlados pelo sistema nervoso central), onde cada tipo de
informação é transportado através de vias distintas (JOTZ, 2017; SOBOTTA, 2006).

A unidade celular do sistema nervoso pode ser identificada, basicamente, por dois tipos de
células, os neurônios e as células glias. Entre estas células, os neurônios exercem o papel de
unidade estrutural e funcional do sistema nervoso que realiza de forma efetiva o transporte de
informações vitais por todo o corpo humano. Por tento, tem a função básica de receber, processar
e enviar informações (NETTER, 2018).

As células da glia, consideradas como células de suporte do sistema nervoso, constituem os


espaços inter-neuronais e apresentam estrutura e funções distintas entre neurônios típicos e entre
si. Dentre suas funções, pode-se elencar a sustentação de neurônios, revestimento ou isolamento
e modulação da atividade neural. Por tanto, as células da glia exercem funções que beneficiam a
atividade neural (VANPUTTE, REGAN, RUSSO, 2016).

Conceito técnico - Os neurônios e as células da glia garantem o pleno suporte estrutural para o
desenvolvimento de funções sensitivas, motoras, memória, raciocínio lógico, dentre outros.
Apesar destas diferenças, a maioria dos neurônios possui apresentação anatômica semelhante
para o desenvolvimento de funções especializadas. Estas estruturas correspondem ao corpo
celular, dendritos e axônios.

FIGURA 1 – CÉLULA NEURONAL (NEURÔNIO)

Fonte: Disponível em:


<https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-neuronio.htm>
Acesso em: 20.02.2019
De acordo c om Sobotta (2006) e Netter (2018), os componentes do neurônio típico são:
Corpo Celular: Constitui a região neuronal responsável pela síntese de proteínas e desenvolve
funções metabólicas. Devido a estas características, o corpo celular é considerado como
componente determinante para a sobrevivência e pleno funcionamento da unidade neuronal.
Anatomicamente, está conectado a grupos de dendritos e quantidade variada de axônios. Esta
variação acompanha a necessidades especificas de cada área a qual o neurônio pode estar
localizado e sua classificação (tipo). O corpo celular também realiza o processamento das
informações recebidas pelo neurônio através dos dendritos e modula as informações transmitidas
pelos axônios.

Dendritos: Fazem parte da região ao entorno do corpo celular e apresentam varias ramificações
difusas, apresentando uma configuração que permite a recepção de estímulos oriundos de
diversas direções da periferia. Quanto a sua configuração anatômica individual, pode-se identificar
que são mais curtos quando comparados a axônios, apesar de estarem presentes em maior
quantidade na unidade neuronal.

As projeções dendriticas captam informações da periferia dos neurônios oriundas de outras


unidades neuronais. Transmitem impulsos para os corpos celulares dos neurônios que seguem
para axônios retransmitirem para outras células neuronais, formando uma cadeia de transmissão
altamente especializada com configuração própria.

Axônios: Os axônios são estruturas que apresentam, em geral, grande prolongamento fino
originado no corpo celular ou um determinado tipo de dendrito principal. Seu cumprimento pode
variar de acordo com a região a qual se apresenta no sistema nervoso, com variação que pode
chegar até a mais de 1 (um) metro de cumprimento.

As terminações nervosas contidas nos axônios conectam-se a outros neurônios indiretamente,


transmitindo informações através de mediadores sinápticos (neurotransmissores); ou podem estar
ligados a tecidos diversos como músculos e glândulas. Portanto, o axônio é especializado em
gerar e conduzir o potencial de ação. No sistema nervoso periférico, o axônio é envolvido por
células especiais; as células de Schwann, que formam a bainha de mielina do axônio. O núcleo e
o citoplasma das células de Schwann ficam por fora da bainha de mielina e constituem o
neurilema

A célula de Schwann, além de proporcionar o isolamento elétrico e proteção ao neurônio,


também atua quando os nervos são seccionados, pois participa da regeneração neuronal. Por
tanto, pessoas com lesões no sistema nervoso periférico podem reestabelecer funções sensório-
motoras após uma lesão graças à atuação destas células.

Ainda de acordo com os mesmos autores, os neurônios podem ser tipificados em três distintas
configurações:
 Neurônio Sensitivo: Conhecidos como neurônios aferentes, conduzem impulso
sensorial da periferia em direção ao sistema nervoso central, com predominante transporte
de informações do ambiente para interpretação.
 Neurônio Motor: Conhecidos como neurônios eferentes, conduzem informação
respondente ao estimulo sensitivo após o processamento ou conduzem impulsos nervosos
para a realização de funções corporais como, por exemplo, contrações musculares.
 Neurônio Interneurônio: Também conhecidos como neurônios integradores,
conectam neurônios formando um elo de inputs nervosos com a finalidade de manter a
rede de condução de informações do sistema nervoso.

FIGURA 2 – TIPOS DE NEURÔNIO

Fonte: Disponível em:


<https://slideplayer.com.br/slide/7241763/>
Acesso em: 20.02.2019

A anatomia estrutural das células neuronais permite que possamos estabelecer uma
Classificação do Neurônio quanto aos seus prolongamentos. As variadas apresentações de
suas ramificações estão diretamente relacionadas com a variabilidade de funções e as
necessidades apresentadas por cada região do sistema nervoso a qual o neurônio encontra-se.
Por tanto, de acordo com Moore (2014) e Netter (2018), podemos classificar os neurônios como:

Multipolares: Sua nomenclatura já sugere que, a partir do corpo celular, várias ramificações
estão presentes, sendo a maior parte destes neurônios possuem ramificação axonal única e
vários dendritos. São os neurônios mais comumente encontrados no corpo humano.

Bipolares: Apresentam necessariamente dois prolongamentos a partir do corpo celular, sendo um


para recepção de informações (dendrito) e outro para envio (axônio). Esta configuração é muito
presente em regiões com demanda sensorial elevada como na retina e na mucosa olfatória.
Pseudo-unipolares: A partir do corpo celular, apresentam somente uma ramificação que não
pode ser denominada como dendrito ou axônio. Apesar disso, este prolongamento se subdivide
para dar espaço a duas ramificações posteriores que são os próprios dendritos e axônio. Em seu
funcionamento, o prolongamento hora da passagem a estímulos oriundos dos dendritos, hora da
passagem ao estimulo do axônio. Nos neurônios pseudo-unipolares, apenas um prolongamento
deixa o corpo celular.

FIGURA 3 – CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS QUANTO AO PROLONGAMENTO

Fonte: Disponível em:


<https://www.energiabarreiros.com.br/uploads/file_1534192338.pdf>
Acesso em: 21.02.2019

Os neurônios se comunicam exclusivamente através de suas terminações nervosas ao entrarem


em contato indireto com outros neurônios, passando-lhes informações através de mecanismos de
propagação mediados por neurotransmissores de ordem química ou elétrica. Os locais de tais
contatos são denominados sinapses (JOTZ, 2017; SOBOTTA, 2006).

Uma sinapse é constituída pela extremidade de uma ramificação neuronal (dendrito ou axônio) e
por um espaço virtual que separa as duas ramificações, conhecido como fenda sináptica. Nesta
fenda transitam os neurotransmissores quando dois neurônios trocam estímulos (SOBOTTA,
2006).

Conceito técnico - Os neurotransmissores são armazenados nas extremidades dos dendritos e


axônios e são liberados ou secretados a partir da atividade celular do neurônio.
Borges e colaboradores (2015) afirmam que nas sinapses existe uma diferença de potencial
gerado por uma célula nervosa em atividade. O neurônio que ocasiona a alteração que leva a
liberação de neurotransmissores é chamado pré-sináptico, enquanto o neurônio que sofreu a ação
e que recebe os neurotransmissores é chamado pós-sináptico, formando um sentido de
propagação de impulso nervoso conforme indicado na figura a seguir.

FIGURA 4 – PROPAGAÇÃO DO IMPULSO NERVOSO E SINAPSES

Fonte: Disponível em:


<http://www.scielo.br/pdf/rbef/v37n2/0102-4744-rbef-37-02-2310.pdf>
Acesso em: 22.02.2019

Atividade de estudo - As sinapses podem ser entendidas como zonas de comunicação entre os
neurônico, que transmitem informações entre si sem estabelecer comunicação direta. Sendo
assim, quais são as formas de transmissão de impulsos nervosos entre os neurônicos presentes
nas regiões conhecidas como fendas sinápticas? Como são chamadas as sinapses estabelecidas
entre dendritos e axônios, que são as sinapses mais comuns no sistema nervoso.

Resposta - Os impulsos neuronais podem ser transmitidos através de mediadores químicos


(sinapses químicas) e impulsos elétricos (sinapses elétricas). As sinapses axo-dendríticas são as
mais frequentes no sistema nervoso e são estabelecidas entre dendritos e axônios.

Estudando - Os neurônios, em coletivo, formam tanto o sistema nervoso central quanto o


periférico, porém existem diferenças quanto à disposição das estruturas do neurônio e seus
diferentes tipos de configuração ao longo do sistema nervoso.

O neurônio é o menor componente do sistema nervoso e seus prolongamentos são constituídos


por camadas de revestimento de funções distintas. A primeira camada é a bainha de mielina, que
corresponde a um componente de tecido lipídico e proteico não continuo com diversas dobras em
espiral no percurso da ramificação neuronal. Este componente tem como principais funções a
proteção, isolamento elétrico e aceleração de impulsos nervosos no prolongamento do neurônio,
sendo denominado a partir de então como fibra nervosa (NETTER, 2018).

Ao redor da fibra nervosa também está presente externamente uma camada fina de tecido
conjuntivo que tem como principal função o agrupamento destas estruturas. A camada de tecido
conjuntivo que forma o envolto destas da fibra nervosa é denominada endoneuro. Esta junção de
fibras nervosas passa a ser denominado feixe ou fascículo neuronal, que confere à estrutura o
aspecto de cilíndrico (JOTZ, 2017; VANPUTTE, REGAN, RUSSO, 2016).

Os feixes ou fascículos podem apresentar nomenclatura variada de acordo com sua localização.
No sistema nervoso central é denominado simplesmente pela sua nomenclatura original, feixe, ou
receber a denominação de “trato”. Já no sistema nervoso periférico é conhecido como “nervo”
(JOTZ, 2017).

O fascículo nervoso também apresenta uma camada externa de tecido conjuntivo mais calibroso
denominado Perineuro, que tem função e constituição semelhante ao Endoneuro, que é de
conectar estruturas adjacentes à fibras nervosas de características funcionais semelhantes, que fu
turamente trabalharam em conjunto para o compartilhamento e transporte de informações
(VANPUTTE, REGAN, RUSSO, 2016).

A camada de tecido conjuntivo mais externo a constituir o nervo é possui tecido conjuntivo denso
e irregular denominado Epineuro. Esta camada rodeia o nervo reunindo diversos fascículos e
pode ser visto macroscopicamente em varias régios do corpo humano, resultando no mesmo
aspecto cilíndrico conferido às menores ramificações neuronais.
Fonte: Disponível em:
< http://www.conteudoacademicoweb.com.br/2016/06/sistema-nervoso.html?m=1>
Acesso em: 27.02.2019

No entorno da célula nervosa, células de suporte contribuem para a sobrevivência da própria


unidade neuronal, executando funções de nutrição, sustentação, isolamento e proteção,
manutenção de composição iônica e molecular, reparação, entre outras. Por tanto, podemos
elencar as seguintes células da glia com suas respectivas descrições anatômicas e funções:

Astrócitos: Apresentam forma de astro celeste (estrela) e recebem nomenclatura condizente com
suas caraterísticas anatômicas devido a conter numerosos prolongamentos. Sua participação na
manutenção da célula está em proporcionar nutrição e sustentação celular do sistema nervoso,
além de promover a regulação de neurotransmissores (atuação a nível de potencial sináptico).

Conceito técnico - Os Astrócitos com prolongamentos extensos e pouco numerosos são


encontrados em abundancia junto à substância branca (parte interna do encéfalo e externa
da medula), sendo conhecidos como astrócitos fibrosos. Já os astrócitos mais curtos e de
maior calibre são encontrados predominantemente na substancia cinzenta (córtex cerebral e parte
interna da medula), sendo conhecidos como astrócitos protoplasmáticos.

Oligodendrócitos: Sua forma anatômica se assemelha a uma teia de conexões originada de uma
estrutura nuclear. Eles atuam no isolamento elétrico dos axônios e apresenta em sua
estrutura a formação da bainha de mielina, que permite uma condução mais rápida do
impulso nervoso. Por tanto, a presença e atuação dos oligodendrócitos nos neurônios permite
com que haja maior transporte de estímulos elétricos no percurso dos axônios do sistema
nervoso. Sua abrangência está limitada ao sistema nervoso central.

Micróglia: são pequenas quando comparadas as outras células da glia, apesar de possuírem
prolongamentos que contribuem substancialmente com a função de fagocitose. Por tanto, estas
células são essenciais para o processo cicatricial e de reparação celular do sistema
nervoso.

Células de Schwann: Conhecidas como "neurolemocitos", são as células que estão diretamente
conectadas aos axônios do sistema nervoso periférico, revestindo-os como uma manta. São
semelhantes aos oligodendrócitos quanto à função. Porém, como comentado anteriormente, os
oligodendrócitos atuam no sistema nervoso central; já as Células de Schwann atuam
exclusivamente no sistema nervoso periférico formando a bainha de mielina e o isolamento
elétrico. Por tanto, pessoas com patologias que cursam com a destruição da bainha de mielina,
como esclerose múltipla, perdem essas funções gradativamente.

Noticia de jornal - Segundo os médicos, a causa da esclerose múltipla é desconhecida. O que se


sabe é que a doença ataca as bainhas de mielina, que são espécies de "capas" dos neurônios –
sem essa proteção, os impulsos começam a passar em uma velocidade mais lenta. Disponível
em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/10/medicos-falam-de-esclerose-multipla-e-
esclerose-lateral-amiotrofica.html

Células ependimárias: O formato destas células pode ser descrito como semelhante ao de um
cubo multiciliado e sua função envolve o revestimento de regiões especificas do cérebro
denominados ventrículos. Essas células apresentam a função de revestimento de cavidades, a
nível de sistema nervoso central pra garantir o fluxo de líquido cefalorraquidiano.

FIGURA 6 – CÉLULAS DA GLIA

Fonte: Disponível em:


< https://yyoconestosnervios.wordpress.com/2018/01/26/el-universo-de-las-celulas-gliales/>
Acesso em: 28.02.2019

Atividade de estudo – Dentre as células da glia, os oligodendrócitos desempenham funções


essenciais para os neurônios. Por tanto, comente sobre a atuação desta célula de suporte junto
ao neurônio e estabeleça sua diferença com as células de Schwann.

Resposta – Os oligodendrócitos são capazes de produzir a bainha de mielina que apresenta


função de revestir do neurônio, efetivando o isolamento elétrico dos axônios e acelerando a
transmissão de impulsos elétricos. As células de Schwann possuem semelhança funcional aos
oligodendrócitos, mas enquanto os oligodendrócitos atuam no sistema nervoso central, as células
de Schwann estão presentes somente no sistema nervoso periférico.

As unidades estruturais do sistema nervoso, quando reunidas, formam o sistema nervos como um
todo. Este sistema é constituído por estruturas complexas que percorrem todo o corpo humano
com o objetivo básico de manter o seu funcionamento através de impulsos, que apresentam
modos particulares de manifestar-se. Estes impulsos, que podem ser dos tipos voluntários ou
involuntários, determinam como o corpo percebe estímulos externos, do ambiente; e como realiza
seus mecanismos de ação em resposta ao ambiente (MOORE, 2014).

A divisão do sistema nervoso apresenta dois subsistemas que juntos reúnem todos os
componentes anatômicos. O sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (NP).
Cada um desenvolve atividades distintas dentro do sistema nervoso, onde o sistema nervoso
central reúne condições estruturais para o processamento de impulsos, e o sistema nervoso
periférico realizam a captação e o transporte de impulsos (JOTZ, 2017; MOORE, 2014,
SOBOTTA, 2006).

O sistema nervoso central concentrar grande quantidade de corpos celulares de neurônios e, com
isso, realiza o processamento de informações sensitivas e motoras, bem como armazena
informações em beneficio dos processos cognitivos. Já o sistema nervoso periférico reúne grande
quantidade de fibras neuronais que juntas, formam os nervos periféricos. As fibras neuronais são
predominantemente constituídas por axônios dos corpos celulares presentes no sistema nervoso
central (JOTZ, 2017).

Os componentes anatômicos que constituem o sistema nervoso central são o encéfalo, que
corresponde ao telencéfalo, diencéfalo e cerebelo; e a medula espinhal, que corresponde ao
prolongamento do sistema nervoso contido no interior do canal vertebral (DELGADO-GARCÍA,
2001; MOORE, 2014).

Entre o encéfalo e a medula está presente uma estrutura que também faz parte do sistema
nervoso central, o tronco encefálico, que agrega o mesencéfalo, ponte e bulbo. Estes
componentes estão interpostos entre o encéfalo e a medula, apresentando funções e estruturas
anatômicas diversificadas (MOORE, 2014).

Polemica: Esta estrutura agrega um conjunto de funções e disposição anatômica que se


enquadram em ambos subsistemas, encéfalo ou medula. Em sua composição, existem estruturas
que se acomodam dentro do crânio e uma estrutura que se projeta para fora da caixa craniana.
Dentro da caixa craniana estão o mesencéfalo e a ponte. Fora da caixa, está presente o bulbo,
que também é conhecido como medula oblonga. Apesar disso, o tronco encefálico é considerado
como parte integrante do encéfalo pela literatura.
Os nervos que constituem o sistema
A partir da medula e do tronco encefálico surge o
nervoso periférico, ao serem
sistema nervoso periférico, que compreende ao
projetados do sistema nervoso
prolongamento das fibras neuronais contidas no
central em direção diversas partes
sistema nervoso central. Na medula, observa-se a
do corpo, comunicam os órgãos e
projeção de nervos radiculares que participam da
tecidos ao processamento de
inervação de uma pequena parte do crânio e face, dos
informações para a manifestação
membros superiores, membros inferiores, tronco e
comportamental humana.
pelve. Na região encefálica, mais predominantemente
no tronco encefálico, originam-se os nervos que se destinam a inervação de crânio e face e
pequena parte de órgãos e tecidos inervados por fibras do sistema nervoso autônomo (MOORE,
2014).

As informações transportadas no percurso do sistema nervoso são de ordem sensorial (que


correspondem à sensações experimentadas pelos órgãos do sentido – visão, tato, olfato, audição
e paladar), de ordem motora (execução de movimentos a partir da ação muscular), ou de ordem
autônoma (comandos involuntários controlados pelo sistema nervoso central), onde cada tipo de
informação é transportado através de vias distintas (VANPUTTE, REGAN, RUSSO, 2016; JOTZ,
2017).

O sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico são indissociáveis por se


complementarem. Sem a atuação do sistema nervoso central o sistema nervoso periférico não
teria o desempenho conferido aos humanos e vice-versa, mesmo que estes apresentem
estruturas e funções distintas. O fluxograma abaixo ilustra resumidamente a visão anatômica do
sistema nervoso (JOTZ, 2017).

FLUXOGRAMA 1 – SUBDIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO


SISTEMA NERVOSO

ENCÉFALO
SISTEMA NERVOSO
CENTRAL
MEDULA

NERVOS
CRANIANOS
NERVOS
SISTEMA NERVOSO NERVOS
PERIFÉRICO RAQUIDIANOS
GÂNGLIOS

Fonte: Arquivo do autor

Polêmica - Outras divisões do sistema nervoso podem ser encontradas facilmente na literatura,
que costuma apresentar o sistema nervoso periférico em sua divisão funcional (sistema nervoso
periférico somático e sistema nervoso periférico autônomo) ao invés de evidenciar a divisão
puramente anatômica (nervos cranianos e nervos raquidianos), o que acaba confundindo alguns
leitores que nunca tiveram contato com assunto. Mas, vale ressaltar que ambas as divisões estão
corretas.
No sistema nervoso há semelhança entre nomenclaturas, funções e aspectos estruturais nos
diversos segmentos anatômicos. Porém, cada segmento responde de forma distinta às demandas
que o corpo humano sofre. Sendo assim, o modo como cada componente do sistema nervoso
trabalha em prol da manutenção das funções corporais está disposto de forma detalhada nos
capítulos que seguem.

1.2. SISTEMA NERVOSO CENTRAL ENCEFÁLICO - TELENCÉFALO E DIENCÉFALO

O telencéfalo e o diencéfalo juntos formam o cérebro, que é constituído por milhões de neurónios.
Apresenta subdivisões anatômicas que também são determinadas pelas funções de cada
estrutura. O funcionamento do cérebro depende de variáveis que basicamente se traduzem na
integridade de seus componentes e na sua ativação por meio de fatores sócio-histórico-culturais
que estão dispostos no ambiente o qual o indivíduo é exposto (CARTER, 2012).

FIGURA 7 – SISTEMA NERVOSO CENTRAL ENCEFÁLICO

Fonte: Disponível em:


<https://br.pinterest.com/pin/515310382345719899/?autologin=true/>
Acesso em: 03.03.2019

TELENCÉFALO

O telencéfalo é reconhecido anatomicamente através do conjunto entre hemisférios cerebrais


(direito e esquerdo), divididos por uma linha mediana conhecida como fissura longitudinal.
Apresenta diversos giros, que são estruturas com grande quantidade de corpos neuronais; e
sulcos, compreendidos como o espaço fisiológico que divide os giros. A disposição de giros e
sulcos gera a aparência rugosa do telencéfalo, com constantes altos e baixos relevos (NETTER,
2018).
Estudando - Apesar de aparentar ser uma estrutura rugosa, o telencéfalo ao toque se configura
como estrutura lisa e escorregadia, que em contato com os fluidos encefálicos deslizam facilmente
sobre as mãos.

A partir de um corte sagital na fissura longitudinal, torna-se possível analisar o conteúdo do


telencéfalo. Por tanto, ao observar a face interna é possível identificar largas faixas de fibras
comissuras que formam uma estrutura densa denominada corpo caloso. Imediatamente abaixo do
corpo caloso, acorrem vários acidentes anatômicos que são responsáveis pela cognição, funções
endócrinas, regulação da atividade corporal autônoma, olfato, dentre outras (MOORE, 2014;
CARTER, 2012).

Para que seja possível o entendimento do funcionamento das estruturas e o reconhecimento de


suas funções no processamento de informações motoras, sensitivas e cognitivas; cada região
deve ser minuciosamente descrita. O aspecto neuroanatômico contribui para que seja possível o
reconhecimento estrutural, e a apresentação da funcionalidade esclarece qual a importância da
estrutura no para o desenvolvimento das atividades inerentes ao organismo humano (SOBOTTA,
2006; CARTER, 2012).

A descrição anatômica do telencéfalo inclui a divisão do córtex cerebral em quatro lobos


principais. Os lobos frontais (direito e esquerdo), posicionados na porção anterior do cérebro onde
ocorre os mecanismos de planejamento motor e pensamento abstrato; os lobos occipitais,
localizados na porção póstero-inferior do cérebro onde ocorre o processamento dos estímulos
visuais e o reconhecimento parcial dos objetos visualizados; os lobos temporais, localizados na
porção latero-inferior do cérebro, que apresentam como principal função o processamento de
estímulos auditivos; e os lobos parietais, que ocupam região superior do cérebro e respondem a
estímulos somatosensoriais (SOBOTTA, 2006; MOORE, 2014).

FIGURA 8 – TELENCÉFALO (VISTAS LATERAL E SUPERIOR)


Fonte: Disponível em:
<https://www.todamateria.com.br/cerebro/
Acesso em: 03.03.2019

Abaixo dos lobos frontal, parietal e temporal está localizado um lobo que ainda é alvo de muitos
estudos que buscam desvendar complemente suas funções, o lobo da ínsula, também conhecido
com ilha de Reil. Até o momento, esta região do telencéfalo já foi relacionado à linguagem,
funções vegetativas e comportamento motor. Apresenta em seu limite superior, anterior e inferior
os sulcos circulares superior, anterior e inferior da insula, respectivamente (BAKKER, 2002;
CHADDAD NETO, 2006).

Em cada lobo; sulcos e giros possuem funções especificas. A presença dos sulcos promove a
acomodação das estruturas corticais do telencéfalo para que ocupem menos espaço mantendo a
grande extensão de áreas corticais. Os giros têm coloração acinzentada, conferindo ao órgão a
popularização do nome “massa cinzenta” e possuem funções especificas que estão de acordo
com suas vias de comunicação entre as estruturas e órgãos (CARTER, 2012).

No córtex do lobo frontal, estão localizadas as áreas motoras responsáveis pelo processamento
da atividade motora do corpo. No córtex do lobo parietal, estão às áreas sinestésicas
(processamento da sensibilidade) e gustativas. No córtex do lobo temporal estão presentes a área
olfatória (posicionada na porção anterior) e as áreas de processamento auditivo. No córtex do lobo
occipital estão presentes os centros de processamento visual e suas zonas de associação
(PETRIDES, 2012).
Estudando - No córtex cerebral, a área responsável pelo processamento este localizada em uma
zona de comunicação entre os córtices parietal, temporal e occipital.

FIGURA 9 – DIVISÃO ANATÔMICA DO CÉREBRO POR FUNÇÃO

Fonte: Disponível em:


<https://www.ebah.com.br/content/ABAAAgOvUAJ/apostila-neuroanatomia>
Acesso em: 05.03.2019

Para melhor compreender a localização dos sulcos e giros no telencéfalo, serão apresentadas a
seguir as estruturas que compõe os lobos frontais, occipitais, parietais, temporais e insula de
acordo com as observações de Moore (2014), Netter (2018) e Chaddad Neto (2006).

a. GIROS E SULCOS DO LOBO FRONTAL

Giro Pré-central: É o mais importante dentre os giros do lobo frontal por ser considerado como
detentor da área motora principal do cérebro. Está localizado entre o sulco central e o sulco pré-
central.

Giro Frontal Superior: Localiza-se acima do sulco frontal superior e continua seu percurso na
face medial e anterior do cérebro. É a estrutura cerebral mais anterior dentre todos os giros,
estando mais exposta a lesões no caso de traumas cranianos frontais.
Giro Frontal Médio: Localiza-se entre o sulco frontal superior e inferior. Está posicionado
verticalmente em vista lateral e perpendicularmente aos giras frontal superior e pré-central. Em
sua porção póstero-inferior, está intimamente próximo ao giro frontal inferior, já o seu assoalho
entra em contato com os giros orbitais.

Giro Frontal Inferior: Localiza-se abaixo do sulco frontal inferior e na região posterosuperior dos
giros orbitais. Este giro representa a região do cérebro responsável pela expressão da fala e
construção e palavras.

Sulco Pré-central: está posicionado anteriormente ao giro pré-central e se posiciona


paralelamente ao sulco central, giro pré-central e pós-central. Mais ou menos paralelo ao sulco
central.

Sulco Frontal Superior: é um dos sulcos mais extensos do encéfalo por iniciar seu percurso
próximo aos eixo coronal central do encéfalo e se estender até a porção anterior do lobo frontal.
Sua parte posterior está em contado com a porção superior do sulco pré-central e.medialmente
está posicionado o giro frontal superior.

Sulco Frontal Inferior: Está localizado entre o giro frontal superior e o giro frontal inferior. Inicia
na parte superior do giro pré-central e forma um percurso em diagonal rumo a região inferior do
lobo frontal.

b. GIROS E SULCOS DO LOBO TEMPORAL

Giro Temporal Superior: Localiza-se entre o sulco posterior lateral, mais conhecido como sulco
de Sylvius, e o sulco temporal superior. Inicia seu trajeto no termino dos giros supramarginal e
angular. Apresenta predominantemente função auditiva e contribui com o reconhecimento da fala
em uma área conhecida como área de Wernicke.

Conceito técnico - No giro temporal superior existe uma região descrita pelos anatomistas como
giros temporais transversos. Estes ocupam a extremidade superior do giro temporal superior no
terço central e corresponde a área de Heschl que atua na audição.

Pesquisa - A afasia de Wernicke é uma patologia neurológica causada por lesão na área
de Wernicke, próxima ao córtex auditivo primário. Em sua manifestação, é possível
observar que a pessoa acometida não tem dificuldade em falar, mas sim de expressar a
construção lógica de palavras, o que dificulta uma fala compreensível e com fluidez, o que
chama a atenção é a pessoa não ter consciência do problema e negligencia a sua doença.

Giro Temporal Médio: Localiza-se entre os sulcos temporal superior e o temporal inferior
contribuindo para funções referentes a linguagem semelhantes às apresentadas pelo córtex do
giro temporal superior. Sua capacidade para aprendizagem e memória confere ao lobo temporal
grande participação no processamento de funções cognitivas.
Pesquisa – A porção posterior do lobo temporal realiza função conjunta à região occipital no
processamento de informações visuais.

Giro Temporal Inferior: inicia seu trajeto próximo ao a incisura pré-occipital e está posicionado
paralelamente e, ao mesmo tempo, abaixo do sulco temporal inferior. Contribui para funções de
percepção de formas visuais e da cor.

Sulco Temporal Superior: disposto entre o giro temporal superior e o giro temporal médio. Inicia
seu trajeto anterior ao giro angular e termina no polo temporal, percorrendo quase que a totalidade
da extensão do lobo temporal.

Sulco Temporal Inferior: Localizado entre o giro temporal médio e o giro temporal inferior, se
dispõem em paralelo ao sulco temporal superior.

c. GIROS E SULCOS DO LOBO PARIETAL

Giro Pós-central: está localizado entre os sulcos central e pós-central. Apresenta-se paralelo ao
giro pré-central no plano coronal. Sua atuação é essencial para o pleno funcionamento das
funções sensitivas do corpo humano.

Atenção! - O córtex parietal apresenta em sua anatomia dois lóbulos separados por pelo sulco
intraparietal; o lóbulo Parietal Superior e o lóbulo parietal inferior. Ambos estão posicionados no
limite posterior do lobo parietal com o lobo occipital.

Sulco Pós-central: encontra-se posterior ao giro pós-central e traça o trajeto longitudinal na


região lateral superior do córtex encefálico, paralelo ao sulco central.

Sulco Intraparietal: este sulco inicia seu trajeto em pseudo-conexão com o sulco pós-central,
segue em direção a região occipital no plano sagital.

Polêmica – alguns autores consideram que o sulco intraparietal faz parte do sulco pós-central
dada a sua intima ligação, o que faz com que se tenha a impressa de que este sulco é uma
ramificação em direção ao lobo occipital.

FIGURA 10 – CÓRTEX CEREBRAL – VISTA LATERAL


Fonte: Disponível em:
O lobo occipital está integrado a
<https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/
várias outras regiões do encéfalo
sistema-nervoso/telencefalo>
para a realização da sua principal
Acesso em: 09.03.2019
atividade, a interpretação de
estímulos visuais. Esta integração
d. GIROS E SULCOS DO LOBO OCCIPITAL
permite que o estímulo visual seja
A descrição neuroanatomica da região cervical relacionado a outros tipos de
apresenta uma curiosidade: não segue um padrão manifestação somato-sensoriais e a
completamente definido. Segundo Petrides (2012), cognição.
parte considerável dos detalhes encontrados na anatomia da região occipital foi perdida no
decorrer das últimas décadas já que atualmente são citados comumente apenas os principais
sulcos e giros.

De acordo com Alves (2014), pode-se encontrar no lobo occipital os sulcos occipital transverso,
occipital lateral, intraoccipital, semilunar, occipital anterior, sulco calcarino e sulco parietoccipital.
Os sulcos calcarino e parietoccipital são típicos da face medial enquanto os outros da face
superolateral. Quanto aos giros, o mesmo autor declara que podem ser encontrados o giro
occipital superior, occipital médio e occipital inferior, além de um polo occipital formado pela
conversão posterior dos giros occipitais.

Os sulcos mais proeminentes são o intraoccipital, occipital transverso e occipital lateral. Por isso, a
literatura comumente leva em conta disposição desses sulcos para poder determinar a quantidade
de giros contida na região, já que dependendo do percurso traçado pelos sulcos é possível
identificar dois ou três na região, sendo maior a ocorrência de dois giros (CARTER, 2012).
Indicação de site – Para saber mais, acesse o endereço
file:///C:/Users/Administrador/Downloads/RaphaelVicenteAlves.pdf

Atividade de estudo – Os lobos temporal, parietal e occipital estão posicionado respectivamente


na região lateral inferior, lateral superior e dorsal do telencéfalo. O ponto de encontro dos três
lobos é conhecido como área de Wernicke responsável por funções especificas no
comportamento humano. Sendo assim, identifique a qual função principal da área de Wernicke
comentando a repercussão de possíveis lesões nessa área.

Resposta – A área de Wernicke é descrita como uma região de integração entre os lobos occipital,
temporal e parietal e apresenta como principal contribuição no comportamento humano a
capacidade planejamento e organização das palavras no ato da fala para a expressão de
construções lógicas das palavras verbalizadas. Pessoas com lesão nesta área do telencéfalo
apresentam dificuldade de construção da fala e, apesar de conseguirem verbalizar, não
são plenamente capazes de formar um sentido logico às frases e com fluidez de ideias,
tornando o ato da fala incompreensível para o ouvinte. a pessoas com lesão na área de
Wernicke apresenta, ainda, a dificuldade em reconhecer que sua fala tem prejuízo de
construção e não tem consciência do problema, o que culmina com a negligência do
problema doença

FIGURA 11 – VARIAÇÃO ANATÔMICA DA REGIÃO OCCIPITAL COM DOIS (A ESQUERDA) E


TRÊS GIROS (A DIREITA)

Fonte: Disponível em:


< file:///C:/Users/Administrador/Downloads/RaphaelVicenteAlves.pdf>
Acesso em: 09.03.2019

e. GIROS E SULCOS DO LOBO DA INSULA


Segundo Chaddad Neto (2006) o lobo da ínsula, que também é conhecido com ilha de Reil, está
localizado abaixo dos lobos frontal, parietal e temporal. Sua conformação se assemelha a uma
“pirâmide de base invertida” e seu limite superior corresponde ao sulco circular superior da ínsula,
o limite anterior ao sulco circular anterior da ínsula e o limite inferior ao sulco circular inferior da
ínsula.

Giro Longo da Ínsula: está localizado abaixo do sulco central da ínsula.

Giros Curtos da Ínsula: São quatro e estão localizados anteriormente ao sulco central da ínsula
separados por sulcos rasos.

Sulco Central da Ínsula: Parte do sulco está posicionado em diagonal na insula e a partir dele o
lobo pode ser dividido em giros longos e giros curtos.

Sulco Circular superior da Ínsula: é a estrutura que delimita o lobo da insula em sua
extremidade superior.

Sulco Circular inferior da Ínsula: é a estrutura que delimita o lobo da insula em sua extremidade
inferior.

Sulco Circular anterior da Ínsula: é a estrutura que delimita o lobo da insula em sua
extremidade anterior

As pesquisas relacionadas ao lobo da insula comumente envolvem suas conexões neuronais,


inclusive com o córtex motor suplementar, e suas características angiográficas, bem como seu
papel na epilepsia, linguagem e funções neurovegetativas (MOORE, 2014). Além disso, o papel
da insula nas funções cardíacas, arritmias, picos hormonais, bem como na morte súbita entre
pacientes com acidentes cerebrais isquêmicos e epilepsia ainda são pesquisados para que sejam
mais bem compreendidos (CHADDAD NETO, 2006; PETRIDES, 2012).

FIGURA 12 – LOBO DA INSULA


Fonte: Disponível em:
<http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com/2012/05/pesquisando-sobre-o-cerebro-
3.html>
Acesso em: 10.03.2019

FIGURA 13 – GIROS DO LOBO DA INSULA

Fonte: Disponível em:


< https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/telencefalo/>
Acesso em: 10.03.2019

f. CORPO CALOSO

A principal característica do corpo caloso é sua grande quantidade de fibras mielínicas que unem
áreas simétricas do córtex dos hemisférios cerebrais. Esta característica proporciona ao corpo
caloso a função de ser a zona de troca de informações entre os hemisférios direito e esquerdo do
cérebro (CARTER, 2012; PETRIDES, 2012).

O corpo caloso possui uma forma elíptica em meia-lua quando observado num corte sagital. Na
região anterior, está presente o joelho do corpo caloso a; em sua porção posterior, apresenta o
esplênio do corpo caloso; e o tronco do corpo caloso corresponde à estrutura compreendida entre
o joelho do corpo caloso e o esplênio do corpo caloso (NETTER, 2018; CARTER, 2012).

FIGURA 14 – CORPO CALOSO E SUAS ESTRUTURAS ADJACENTES


Fonte: Disponível em:
<https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/telencefalo/>
Acesso em: 11.03.2019

Na porção inferior do esplênio do corpo caloso está localizada a uma estrutura denominada fórnix
que apresenta duas metades simétricas e afastadas por quase todo o seu percurso quando
comparada ao corpo caloso. Possui o formato similar ao corpo caloso e pode ser dividido em
porção lateral, intermediaria e anterior. As colunas anteriores do corpo caloso são as únicas
estruturas que apresenta proximidade considerável. No restante do seu percurso, as suas regiões
estão completamente separadas ou conectadas por comissura (SOBOTTA, 2006; CARTER,
2012).

Convergindo para a região inferior das colunas anteriores do fórnix estão localizados os corpos
mamilares que apresentam função importante para a cognição, já que estão associados ao
processamento de memórias de curto prazo. Por tanto, o individuo que apresenta lesão nesse
segmento cerebral reduz ou até mesmo estingue a capacidade de localizar-se no tempo e espaço,
bem como não consegue realizar funções básicas de memorização de tarefas imediatas e simples
(NETTER, 2018).

Os corpos do fórnix contidos em cada hemisfério cerebral são porções alongadas e possuem
formato arqueado com convexidade superior. Estes corpos estão conectados por fibras da
comissura do fórnix, que contribuem para a comunicação entre os hemisférios cerebrais. O fim
das comissuras estabelece a porção limite do corpo do fórnix e representam o inicio da coluna
posterior do fórnix que segue até a fimbria do hipocampo (VANPUTTE, REGAN, RUSSO, 2016).
Ainda no fórnix, localizado na porção inferior da coluna Entre os dois hemisférios cerebrais
posterior, está presente o hipocampo. Esta estrutura também está localizado o septo
figura como área cerebral importante para a pelúcido, compreendido entre o
manifestação comportamental humana por ser corpo caloso e o fórnix. Além disso,
conhecido como o centro da memória. Assim como os separam os dois ventrículos laterais.
corpos mamilares, fazem parte do sistema límbico e
fazem a integração de informações sensitivas e sensoriais com o estado psíquico do individuo,
envolvendo diretamente a memoria correlacionada (VANPUTTE, REGAN, RUSSO, 2016;
MOORE, 2014).

FIGURA 15 – FÓRNIX E O HIPOCAMPO

Fonte: Disponível em:


<https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/telencefalo/>
Acesso em: 11.03.2019

Atividade de estudo - No telencéfalo estão presentes dois giros essenciais para o


desenvolvimento de funções motoras e sensitivas. Por tanto, identifique quais são os giros em
questão e descreva a sua localização.

Resposta – O giro mais importante para a execução de comportamento motor é o giro pré-central,
que está localizado no lobo frontal entre o sulco central e o sulco pré-central; e o mais importante
para a execução de funções sensitivas é o giro pós-central, que está localizado entre os sulcos
central e pós-central. Apresenta-se paralelo ao giro pré-central no plano coronal.
g. GIROS E SULCOS DA FACE MEDIAL DO TELENCÉFALO

Os sulcos internos do cérebro não estão presentes necessariamente em apenas um lobo cerebral.
A maior parte divide ou cruza lobos, não respeitando os limites anatômicos convencionais. Por
isso, serão apresentados de forma individualizada para que a compreensão sobre seu
posicionamento seja mais claro e preciso (CARTER, 2012).

Dois sulcos são os mais importantes devido a sua extensão. O sulco do corpo caloso e o sulco do
cíngulo. O primeiro contorna praticamente toda a borda
O giro frontal superior aparece
superior do corpo caloso, formando uma linha convexa ocupando grande parte da face
no sentido craniocaudal. O segundo está presente medial do telencéfalo, porém sua
descrição já foi apresentada
desde a porção inferior interna do lobo frontal, passa
anteriormente no estudo dos giros
pelo sulco paracentral localizando na porção anterior do do lobo frontal.
lóbulo paracentral (parte do lobo parietal) até o limite
posterior do lóbulo paracentral, projetando-se ao córtex cerebral. Ambos cruzam tanto o lobo
frontal quanto o lobo parietal, sendo o sulco do cíngulo mais externo que o sulco do corpo caloso
(PETRIDES, 2012; NETTER, 2018).

Na porção posterior da face medial do telencéfalo estão localizados o sulco parieto-occipital, que
divide os cúneos e o giro occipitotemporal medial, e o sulco calcarino, que divide os cúneos do
giro occipito-temporal medial. ambos iniciam seu trajeto na porção posterior do corpo caloso,
próximos a coluna posterior, e seguem em direção ao córtex cerebral emergindo no limite entre o
lobo parietal e temporal (sulco parieto-occipital) e na região occipital propriamente dita (sulco
calcarino) (PETRIDES, 2012; CARTER, 2012).

Junto aos sulcos mediais internos outras estruturas são identificadas no telencéfalo num corte
sagital da linha média. São eles o giro do cíngulo, o lobo paracentral, os pré-cúneos, os cúneos e
o giro occipito-temporal medial.

O giro do Cíngulo está disposto acima do sulco do corpo caloso, contornando a superfície do
corpo caloso da região posterior a anterior. Está presente no limite interno de todos os lobos, de
frontal a occipital, ligando-se ao giro parahipocampal pelo istmo do giro do cíngulo. Apresenta
ainda um conjunto de feixes neuronais chamado de fascículo do cíngulo (CARTER, 2012).

Estudando - O lóbulo paracentral faz parte do lobo parietal e está compreendido entre o sulco
marginal e o sulco paracentral. Este componente do encéfalo participa da sensibilidade da perna e
do pé, bem como suas funções motoras.

Os pré-cúneos e os cúneos estão intimamente próximos, separados apenas pelo sulco parieto-
occipital. Os pré-cúneos representam o limite posterior da região parietal e os cúneos a fazem
parte do limite anterior do lobo occipital. A região de pré-cúneos é considerada como de
associação contribuindo, inclusive, para funções especializadas como expressão e leitura; já os
cúneos fazem parte da área que corresponde ao córtex visual secundário e conseguem contribuir
especialmente para visão de cores e contrastes (MOORE, 2014; PETRIDES, 2012).

O Giro occipito-temporal Medial está posicionado imediatamente abaixo dos cúneos. Em todo o
percurso da sua porção superior está localizado o sulco calcarino. Ele está relacionado às funções
visuais primaria, o que corresponde à recepção do estimulo visual para o reconhecimento de
padrões e compreensão do que está sendo visualizado. Atua também na conexão de seus
impulsos em áreas especializadas de associação (CARTER, 2012, MOORE, 2014).

FIGURA 16 – GIROS E SULCOS DA FACE MEDIAL DO TELENCÉFALO

Fonte: Disponível em:


<http://desbravarbiologia.blogspot.com/2015/09/sistema-nervoso-diencefalo.html>
Acesso em: 12.03.2019

h. GIROS E SULCOS DA FACE INFERIOR DO TELENCÉFALO

A vista inferior do lobo temporal dispõe basicamente de cinco sulcos: o sulco occipito-temporal, o
sulco colateral, o sulco rinal, o sulco do hipocampo e o sulco calcarino. O sulco calcarino já foi
descrito anteriormente junto aos sulcos e giros da face medial e citado também na região occipital
(NETTER, 2018; CARTER, 2012).

O sulco occipito-temporal divide dois giros: o occipito-temporal medial e o occipito temporal lateral
(conhecido como giro fusiforme). Como já relatado anteriormente, o giro occipito temporal medial
é responsável por funções relacionadas à visão, sendo considerado como um dos componentes
do córtex visual primário. Em contrapartida, a funcionalidade do occipito-temporal lateral ainda é
controversa na literatura por ser relacionado a funções visuais de cor e reconhecimento facial/
corpora (PETRIDES, 2012)l.

O percurso do sulco colateral inicia próximo ao polo occipital e seguem em direção a borda lateral
do giro parahipocampal até, aproximadamente, dois terços deste giro. Quando seu percurso
finaliza, inicia-se o curto trajeto do sulco rinal que acompanha a bora lateral do giro
parahipocampal no terço restante (NETTER, 2018).

O sulco calcarino também apresenta relação de continuidade com outro sulco, o sulco do
hipocampo. O calcarino apresenta seu percurso na borda lateral do ístimo do cíngulo. Já o sulco
do hipocampo percorre a borda medial do giro parahipocampal, separando-o do úncus, e na face
superior do giro occipito-temporal medial e ístimo do cíngulo (NETTER, 2018).

Dentre os giros da face inferior do telencéfalo, o giro temporal inferior está posicionado no bordo
lateral inferior da região temporal e occipital, estando envolvido em processos de memorização
auditiva e sua zona posterior atua junto ao processamento visual. Ao lado deste giro, após o sulco
occipito-temporal, estão presentes o giro occipitotemporal lateral e medial, apresentados
anteriormente. A região em questão também comporta giros que, em conjunto, formam o sistema
límbico que regula as emoções e o controle do sistema nervoso autônomo. Os componentes
límbicos são o úncus, o giro parahipocampal, o istmo do cíngulo e o próprio giro do cíngulo
(CARTER, 2012; NETTER, 2018).

Na região inferior correspondente ao lobo frontal a maior parte dos sulcos é conhecida como
sulcos orbitários e apresentam variações quanto a sua forma comprimento, o que obriga a
denominação generalizada das estruturas. O mesmo ocorre com os giros encontrados na periferia
destes sulcos, que também recebem uma nomenclatura comum devido a sua variabilidade sendo
conhecidos como giros orbitários (SOBOTTA, 2006; CARTER, 2012).

Numa porção medial e inferior do lobo frontal está localizado o giro reto. A estrutura está
posicionada ao lado dos giros orbitais e se estende medialmente na base do telencéfalo próximo
ao trato olfatório em direção a porção mais anterior dos giros orbitários. Ele está separado dos
giros orbitários pelo sulco olfatório (SOBOTTA, 2006).

Estudando - Os giros orbitários, assim como o giro reto, fazem parte do córtex pré-frontal e são
responsáveis armazena aprendizado sobre o que é certo e errado e imposição de limites em
convívio social. Por tanto, é responsável pelo comportamento social e atitudes interpessoais.

Na base do telencéfalo são visualizadas estruturas responsáveis pela recepção de estímulos


olfativos. Como principal componente desta região, o bulbo olfatório é representado como
dilatação de substância cinzenta em forma elíptica que se conecta ao trato olfatório para receber
nervos responsáveis pela percepção dos odores ambientais. Na parte posterior do bulbo, estrias
olfatórias (lateral e medial) são os caminhos pelo quais os estímulos seguem para estabelecer
associação com componentes do diencéfalo (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2015).

Os receptores olfatórios estão localizados entre as células olfatórias na mucosa olfatória,


imediatamente abaixo da lâmina crivosa do osso etmoide. Esta é considerada como a região do
sistema nervoso mais exposta ao ambiente externo e será melhor descrita no capitulo 3, na
sessão dos Nervos Cranianos.

FIGURA 17 – GIROS E SULCOS DA FACE INFERIOR DO TELENCÉFALO

Fonte: Disponível em:


<https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/telencefalo>
Acesso em: 12.03.2019

DIENCÉFALO

A região central do cérebro composta por componentes do III ventrículo e pode ser dividido como
tálamo, epitálamo, hipotálamo e subtálamo. Ele age no cérebro com centro para processamento
de informações sensoriais e controle de funções autônomas. Esta parte do cérebro tem como
limites a área inferior ao corpo caloso e a área superior ao mesencéfalo e está em comunicação
com varias outras estruturas do sistema nervoso central, o que confere à região centrais do
cérebro funções diversas (NETTER, 2018).

FIGURA 18 – DIENCÉFALO
Fonte: Disponível em:
<https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/diencefalo>
Acesso em: 14.03.2019

a. TÁLAMO

Com aparência ovoide, o tálamo está localizado na porção lateral do III ventrículo e sua divisão é
representada em núcleos que, em sua maioria, se dedicam a funções sensitivas. Além disso,
reúne funções que envolvem controle somático, visceral e o sistema emocional (SOBOTTA, 2006;
MOORE, 2014).

O tálamo é considerado como uma zona intermediaria de informação, que recebe e redistribui
impulsos da região inferior do encéfalo para a medula e vice-versa. Possui grande conexão com
áreas somatosensoriais para contribuir com a classificação e direcionamento das sensações
experimentadas no corpo humano para áreas especificas de interpretação (SOBOTTA, 2006).

Seus componentes são os mais complexos do diencéfalo pela diversidade de estruturas e


funções. Em sua constituição estão presentes os núcleos geniculado medial, geniculado lateral e
ventral posterior. O núcleo geniculado medial está envolvido na tradução de estímulos auditivos; o
núcleo geniculado lateral faz parte da via óptica e o núcleo ventral posterior contribui para a
percepção gustativa e tato. Logo, a junção destes três núcleos configura um grupo de funções
essenciais para a interação do homem com o meio em que vive (MOORE, 2014).

Polêmica - Alguns autores consideram a junção núcleo geniculado medial e do núcleo geniculado
lateral, que fazem parte dos núcleos posteriores do tálamo, como uma nova divisão do diencéfalo,
o metatálamo. Eles contribuem significativamente junto ao sistema nervoso central para o
processamento auditivo e visual, respectivamente.

Pesquisa - Diversos autores como Netter (2011) dividem o tálamo em diversos outros núcleos,
são eles os núcleos talâmicos centro-medial, dorsolateral, póstero-lateral, medial, medial dorsal,
ventral anterior, ventral intermédio, ventral-lateral, ventral posterior, ventral póstero-lateral e
ventral póstero medial.

O tálamo vários núcleos que podem ser divididos em grupos, de acordo com as suas localizações.
São eles o grupo de núcleos anteriores, posteriores, laterais, medianos e mediais.

Grupo Anterior - Possui núcleos relacionados com funções do sistema límbico, por tanto,
contribui para funções emocionais, de aprendizado e memória.

Grupo Posterior - Atende às áreas temporo-parietal, visual e auditiva, estabelecendo conexões


que propiciam o direcionamento de impulsos nervosos.

Grupo Lateral – Dentre os núcleos do grupo lateral, os núcleos ventral póstero-lateral e ventral
póstero-medial estão relacionados com a sensibilidade. O primeiro contribui para sensibilidade tátil
e propriocepção. O segundo a sensibilidade especial gustativa e somática geral da cabeça. Em
contrapartida, o núcleo ventral anterior e o núcleo ventral lateral estão ligados a funções de
motricidade e estão em contato com o globo pálido.

Grupo mediano - Está localizado na aderência intertalâmica e contribui para funções viscerais.

Grupo medial – Apresenta os núcleos intralaminares e dorsomediais. Suas funções giram em


torno de associação que permitem a ativação cortical cerebral, em especial com a região pré-
frontal, o que confere ao grupo a característica de contribuir com funções executivas de
planejamento de comportamentos e pensamentos complexos, expressão da personalidade,
tomadas de decisões e modulação de comportamento social (YANG; RAINE, 2009).

Pesquisa - O Sistema Límbico pertencente ao tálamo está relacionado não somente a emoções,
como também à comportamentos sexuais, aprendizagem, memória, motivação e respostas
homeostáticas. Sua atuação na regulação comportamental é complexa por integrar informações
sensitivo-sensoriais com o estado mental, conectado memórias pré-existentes com informações
afetivas, o que faz com que o corpo responda de forma adequada a emoção e manifeste
alterações conscientes e/ou vegetativa no corpo.

FIGURA 19 – TÁLAMO
Fonte: Disponível em:
<https://www.psicoactiva.com/blog/diencefalo-caracteristicas-funcion/>
Acesso em: 14.03.2019

b. EPITALAMO

O epitálamo pode ser encontrado na parte posterior do terceiro ventrículo sobre o sulco
hipotalâmico. Em sua constituição podemos encontrar a glândula pineal, órgão subcomissural, a
comissura posterior, trígono das habenulas e os núcleos habenulares (CONSTANTINIDES, 2015;
NETTER, 2018).

A glândula pineal é formada a partir de um apêndice da extremidade caudal do diencéfalo


sendo reconhecida como a estrutura mais importante desta região por ser responsável pela
produção de melatonina, que corresponde a uma substancia endócrina derivada da
serotonina. Esta substância provoca no organismo a regulação do sono nos ciclos
circadianos e sazonais sendo mais ativada em ambientes escuros que remetem a hora de
dormir. Além disso, a melatonina também é responsável por diversos processos
fisiológicos com ação anti-inflamatória, antitumoral, antioxidante e cronobiológica
(BRANDÃO, 2017; CONSTANTINIDES, 2015; BRANDÃO; LIMA; PORTO, 2017).

O órgão subcomissural também funciona como componente endócrino do epitálamo e este


situado na porção inferior da comissura posterior. Sua atuação interfere no equilíbrio de
substancias salinas no corpo e, consequentemente, contribui para a estabilização da água e
regulação da sede. Sua principal atuação está no controle da glândula supra-renal por produzir o
hormônio adrenal (MOORE, 2014).
A comissura posterior é o único componente do epitálamo que não está relacionado ao sistema
límbico. Está intimamente próxima da lamina inferior do corpo pineal, localizada no prolongamento
em que o aqueduto cerebral se liga ao III ventrículo limitando o mesencéfalo e o diencéfalo. A
apresenta pequenos núcleos, como o Núcleo de Darkschewitsch e o Núcleo Intersticial de Cajal
que se comunicam com o núcleo vestibular para a recepção de estímulos (CONSTANTINIDES,
2015).

O trígono da habenula corresponde a uma região de limites triangulares localizado entre o tálamo
posterior e a glândula pineal. Os núcleos habenulares fazem parte deste trígono e possuem
componentes da amígdala para o envio de estímulos ao núcleo interpeduncular do mesencéfalo,
contribuindo para estabelecer conexão de impulsos que favorecem o controle das funções
corporais autônomas (CONSTANTINIDES, 2015).

Polêmica - Algumas estruturas são consideradas por certos autores como constituintes do
epitálamo, porém não fazem parte exclusivamente desta região. Como exemplo disso, a estria
medular do tálamo e os núcleos paraventriculares do hipotálamo. Ambas participam diretamente
do funcionamento da região em conexão com outras estruturas do diencéfalo para regulação de
funções autônomas.

FIGURA 20 – EPITALAMO

Fonte: Disponível em:


<https://docplayer.es/81285046-Diencefalo-clase-dr-henriquez.html>
Acesso em: 14.03.2019
c. HIPOTALAMO

O hipotálamo corresponde a uma pequena área disposta abaixo do tálamo. Divide-se anatômica e
fisiologicamente em três partes: anterior, médio e posterior. Sua região corresponde à porção
corporal de maior produção de hormônios. Em sua composição, encontra-se o corpo mamilar, o
quiasma óptico, o túber cinéreo, o infundíbulo e a hipófise que é amplamente estudada devido às
suas diversas funções na síntese (produção) e secreção (liberação), apesar de apresentar
tamanho pequeno (semelhante a um grão de milho) (SOBOTTA, 2006; NETTER, 2018)..

O corpo mamilar atua como retransmissor de informações oriundas da amigdala cerebelosa e do


hipocampo para tálamo. Ao mesmo tempo, é uma estrutura de grande valor para as funções de
memória, tanto presente quanto retrograda. Já o quiasma óptico, como o próprio nome sugere,
possui fibras neuronais que carregam informações do sistema visual e sua participação nesse
sistema é essencial por ser uma zona de decussação de fibras, o que proporciona troca de
impulsos visuais entre os hemisférios cerebrais (DELGADO-GARCÍA, 2001; MOORE, 2014).

O túber cinéreo está localizado imediatamente atrás do quiasma óptico e sobre o infundíbulo.
Apresenta aspecto acinzentado e suas fibras comunicam se comunicam com o infundíbulo para
se direcionarem a porção superior da hipófise. Ambas estruturas são importantes para a
comunicação entre a hipófise com o resto do hipotálamo (MOORE, 2014).

A hipófise, que também é conhecida como glândula pituitária, é comumente dividida em porção
anterior (adenohipófise) e porção posterior (neurohipófise). Está localizada sobre uma estrutura
óssea que possui formato semelhante, a cela túrcica, que contorna sua porção inferior e lateral, o
que parece ser uma forma de proteger esta estrutura nervosa tão importante para o
funcionamento das funções vegetativas humana (NETTER, 2018).

A divisão anatômica da hipófise proposta por muitos autores pode ser considerada como
incompleta por desconsiderar a porção intermediaria que é responsável pela produção de um
hormônio com função especifica de regulação da atividade dos melanócitos, o hormônio
melanotrófico (MSH) (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2015).

Tanto o hipotálamo quanto seu componente glandular, hipófise, produzem hormônios. A hipófise
depende do comando do hipotálamo para a realização de suas atividades endócrinas. Em
conjunto, atuam direta e indiretamente sobre várias
O hormônio melanotrófico vem
estruturas corporais, estimulando a atividade de
sendo alvo de diversas pesquisas
diversas outras glândulas como a tireoide, adrenais e
que envolvem sua ação no
as glândulas mamárias. Para que se entenda melhor
desenvolvimento fetal e na
este processo, segue abaixo a relação de hormônios
regulação do peso corporal através
sintetizados no hipotálamo que agem na hipófise
de depósitos de gordura.
estimulando a síntese e liberação de outros hormônios
na hipófise anterior direcionados para o resto do corpo (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2015).

QUADRO 01 - HORMÔNIOS DO HIPOTÁLAMO (região neurossecretora da hipófise) QUE


ESTIMULAM A ADENOHIPÓFISE

HORMÔNIO HIPOTALÂMICO ESTIMULADOR HORMÔNIO ESTIMULADO NA


DA ADENOHIPÓFISE ADENOHIPOFISE

GHRH - Hormônio liberador de hormônio do


Hormônio do crescimento
crescimento

DA- Dopamina, "Fator Inibidor De Prolactina" -


Prolactina (inibição)
PIF

GnRH - Hormônio liberador de gonadotrofina Hormônio folículo-estimulante

GnRH - Hormônio liberador de gonadotrofina Hormônio luteinizante

Hormônio estimulante da tireoide e prolactina


TRH - Hormônio liberador de tireotrofina
(síntese e secreção)

CRH - Hormônio liberador de corticotrofina Hormônio adrenocorticotrófico

Quando se fala em produção excreção de hormônios endócrinos que circulam pela corrente
sanguínea é necessário que seja feita a distinção entre hormônios produzidos pelo hipotálamo e
pela hipófise. Vale ressaltar que estes hormônios produzidos no hipotálamo e que circulam pelo
corpo não são os mesmos que se direcionam diretamente para a adenohipófise para a produção
de outros hormônios endócrinos. Existem dois hormônios sintetizados pelo hipotálamo e
secretados pela hipófise neurohipófise denominados oxitocina (OT) e hormônio Antidiurético (ADH
ou HAD) (VANPUTTE, REGAN, RUSSO, 2016; MOORE, 2014).

Apesar da diferença no local de produção (adenohipófise e região neurossecretora hipotalâmica),


todos os hormônios produzidos na região que caem na corrente sanguínea e transitam pelo corpo
humano são secretados somente pela hipófise (adenohipófise ou neurohipófise) (MOORE, 2014).
Os hormônios sintetizados tanto pelo hipotálamo quanto pela hipófise, seus locais de excreção,
bem como suas funções no organismo humano, são descritos no quadro a seguir baseado nas
observações de Moore (2014).

QUADRO 2 - HORMÔNIOS SECRETADOS PELA HIPÓFISE E SUAS FUNÇÕES

ESTRUTURA ESTRUTURA
HORMÔNIO/ SIGLA FUNÇÃO
PRODUTORA SECRETORA

De crescimento – GH Glândula Age no crescimento de vários


Adenohipófise
(Somatotrofina) hipófise tecidos e órgãos

Adrenocorticotrófico – Glândula Adenohipófise estimula a produção dos hormônios


ACTH hipófise cortisol e aldosterona na glândula
suprarrenal

Glândula Atua estimulando a produção de


Prolactina – PRL Adenohipófise
hipófise leite pelas glândulas mamárias.

Estimula o desenvolvimento dos


Folículo estimulante – Glândula folículos ovarianos e , no homem,
Adenohipófise
FSH (gonadotrofina) hipófise estimula a formação dos
espermatozoides.

Age na ruptura dos folículos


Luteinizante – LH Glândula
Adenohipófise ovarianos, o que resulta na
(gonadotrofina) hipófise
liberação do óvulo.

Age estimulando a síntese dos


Estimulante da
Glândula hormônios tireoidianos, os quais
glândula tireoidea – Adenohipófise
hipófise atuarão na regulação do
TSH (tireotrofina)
metabolismo celular.

Glândula Porção Regula a pigmentação corpora


Melanotrófico – MSH
hipófise intermediária (melanina).

Estimula a contração uterina


durante o trabalho de parto e a
contração dos músculos lisos das
glândulas mamárias na expulsão
Oxitocina – OT Hipotálamo Neurohipófise
do leite. Também está relacionado
com sentimentos de afeto e, por
isso, é também reconhecido como
o “hormônio do amor”.

Antidiurético – ADH ou Atua nos túbulos renais,


Hipotálamo Neurohipófise
HAD promovendo a reabsorção de água.

FIGURA 21 – HIPOTALAMO, HIPÓFISE E SEUS HORMÔNIOS


Fonte: Disponível em:
<https://www.sobiologia.com.br/conteudos/FisiologiaAnimal/hormonio2.php>
Acesso em: 16.03.2019

SUBTALAMO

Como o próprio nome sugere, o subtálamo está imediatamente abaixo do tálamo. É a estrutura
que limita a comunicação entre diencéfalo e o tronco encefálico e sua principal estrutura é o
núcleo subtalâmico, de Luys, que pertence ao sistema extrapiramidal participando da execução de
funções motoras (MOORE, 2014; NETTER, 2018).

Estudando - Devido à atuação nas funções motoras, patologias que envolvem lesão de suas
estruturas levam a um quadro de perda de controle motor, em especial nos membros.

Uma das patologias relacionadas ao subtálamo é o hemibalismo, caracterizado como distúrbio


neuromotor que apresenta como principal sintoma movimentos descoordenados, involuntários e
de grande amplitude e que pode está relacionada tanto a lesão do núcleo subtalâmico de Luys
quanto a prejuízo nas conexões com o globo pálido, impedindo a ação inibitória de
neurotransmissores (VANPUTTE, REGAN, RUSSO, 2016).

Atividade de estudo – A melatonina é uma substancia secretada no diencéfalo e seus


componentes se assemelham aos da serotonina, que é um neurotransmissor que é
constantemente relacionado a sensação de bem-estar, porém a alteração da síntese deste
hormônio pode gerar transtornos de humor, como ansiedade e depressão. Mas, caso a
melatonina também apresente alteração em sua síntese, qual seria a principal consequência e
qual região do diencéfalo deve ser o foco para investigação de alterações na produção desse
neurotransmissor?

Resposta – A principal consequência caso haja alteração na síntese de melatonina será a


desregulação do sono nos ciclos circadianos e sazonais, sendo a glândula pineal, localizada no
epitálamo, a estrutura que deve ser alvo de investigação por ser responsável pela síntese e
secreção de melatonina.

FIGURA 22 – HIPOTALAMO, HIPÓFISE E SEUS HORMÔNIOS

Fonte: Disponível em:


<http://sandramerlo.com.br/nucleos-da-base/>
Acesso em: 16.03.2019

1.3. SISTEMA NERVOSO CENTRAL ENCEFÁLICO – TRONCO ENCEFÁLICO E CEREBELO

CEREBELO

Localizado na porção posterior do tronco encefálico e sobre a fossa cerebelar do osso occipital, o
cerebelo é considerado por alguns anatomistas como um anexo do cérebro que contribui para as
funções motoras especializadas dos vertebrados. Para outros, é parte essencial do sistema
nervoso central e sem ele não os movimentos poderiam ser iniciados, mas não seriam
suavizados, precisos, harmoniosos e funcionais como de fato são. Além disso, a estrutura do
cerebelo justifica a sua importância para o sistema nervoso central, já que seu peso
correspondente a 10% do peso total do encéfalo e, ao mesmo tempo, possui a metade dos
neurônios existentes nele (NETTER, 2018; DELGADO-GARCÍA, 2001).
Lesões nesta região podem desencadear alterações posturais em repouso e em movimento. Além
disso, por atualmente serem relacionado também com funções cognitivas e sensoriais, as
repercussões das doenças que podem acometer o cerebelo podem ser gravíssimas e
incapacitantes ao envolver funções vitais do corpo humano além das funções motoras, como a
audição e o controle emocional (BARCO; ENGEBY, 2014; USTÁRROZ,2010).

O cerebelo pode ser dividido de modos variados de acordo com o que se pretende observar em
seu estudo. Dentre estas possibilidades de divisão observa-se a divisão ontogenética, que
considera a estrutura do cerebelo de acordo com a evolução humana; a divisão filogenética, que
se dedica a apresentar o cerebelo em considerando sua evolução a partir dos seres mais simples
aos mais complexos; e a divisão puramente anatômica, que envolve a divisão fisiológica das
estruturas cerebelares (DELGADO-GARCÍA, 2001; NETTER, 2018).

A divisão ontogenética divide o cerebelo em três lobos: O lobo floculonodular, o lobo anterior e o
lobo posterior, sendo que os dois últimos juntos constituem o corpo cerebelar. Esta divisão não se
assemelha a nenhuma outra e para a análise do cerebelo do ponto de vista funcional, a divisão
ontogenética não é relevante, salvo quando o estudo gire em torno da evolução das espécies
(USTÁRROZ et al., 2010; MOORE, 2014).

Em sua descrição anatômica, é possível identificar que o cerebelo está posicionado abaixo da
região occipital, separado do cérebro pela tenda do cerebelo e conectado ao tronco encefálico por
meio dos pedúnculos cerebelares superior, médio e inferior. O pedúnculo superior apresenta
fibras eferentes, e os pedúnculos médio e inferior possuem fibras aferentes (MOORE, 2014;
DELGADO-GARCÍA, 2001).

O aspecto do córtex cerebelar, apesar de possuir substancia cinzenta, não se parece com o
córtex cerebral. Aparenta ser mais organizado devido à disposição de seus lóbulos, separados por
sulcos de maior profundidade; e de suas laminas organizadas paralelamente, denominadas folhas
cerebelares. Ao centro, o cerebelo possui uma densa camada de substancia branca com
pequenos núcleos de substância cinzenta identificados como núcleo embrioforme, núcleos
globosos (no plural por serem dois núcleos), núcleo denteado e núcleo fastigal, como
representado na figura a seguir (PETRIDES, 2012; USTÁRROZ et al., 2010).

FIGURA 23 – CEREBELO - SECÇÃO OBLIQUA


Fonte: Disponível em:
<https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/cerebelo>
Acesso em: 16.03.2019

Os lóbulos e fissuras do cerebelo estão dispostos de forma transversal nos hemisférios e ao


passarem pela linha media, no vermis, não são continuas, apresentando nomenclatura
diferenciada. Dentre a divisão anatômica do vermis de acordo com seu posicionamento frente aos
hemisférios cerebelares está posicionada a língula como primeira estrutura no sentido cranial-
caudal, seguida respectivamente pelo lóbulo central, o cúlmen, o declive, o folium, o túber, a
pirâmide, a úvula e o nódulo (SOBOTTA, 2006; USTÁRROZ et al., 2010).

Nos hemisférios, observa-se que as estruturas laterais dispostas na mesma direção recebem
outra nomenclatura. Por exemplo, na direção do lóbulo central do vermis o nome dado a sua
projeção no hemisfério é asa do lóbulo central; assim como imediatamente abaixo destas
estruturas é possível identificar o Cúlmen do vermis e sua projeção nos hemisfério chamada de
parte anterior do lóbulo quadrangular (NETTER, 2018). Abaixo, a tabela 1 e a figura subsequente
apresentam de forma organizada a nomenclatura de cada estrutura do vermis e sua projeção nos
hemisférios, além de informarem qual fissura está disposta entre cada lóbulo

TABELA 1 - DIVISÃO ANATÔMICA DO VERMIS, HEMISFÉRIOS E FISSURAS CEREBELARES

VÉRMIS HEMISFÉRIOS FISSURAS

Língula --- Pré-central


Lóbulo central Asa ou ala do lóbulo central

Pré-culminar

Cúlmen Parte anterior do lóbulo quadrangular

Prima

Declive Parte posterior do lóbulo Quadrangular

Pós –clival

Folium Lóbulo semilunar superior

Horizontal

Túber Lóbulo semilunar inferior

Pré-piramidal

Pirâmide Lóbulo biventre

Pós-piramidal

Úvula Tonsila

Póstero - lateral
Nódulo Flóculo

Fonte: Arquivo do autor

Acesso em: 05.01.2019

FIGURA 24 – CEREBELO - SECÇÃO OBLIQUA


Fonte: Disponível em:
<https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/cerebelo>
Acesso em: 16.03.2019

A divisão anatômica é importante para que seja possível a identificação de cada componente do
cerebelo, porém esta divisão é considerada como inadequada do ponto de vista funcional e
clínico. A divisão filogenética ajuda a entender como a evolução do cerebelo no homem
influenciou a disposição das funções cada região. Dessa forma, o estudo das repercussões
funcionais das lesões cerebelares se tona mais consistente com o conhecimento da divisão
filogenética (DELGADO-GARCÍA, 2001; MOORE, 2014).

Estudando - Basicamente, o cerebelo apresenta três divisões estruturais de acordo com a divisão
filogenética. Esta divisão é base para o prognóstico de lesões cerebelares e para identificação de
patologias especificas do cerebelo.

Abaixo, segue a divisão filogenética de acordo com as observações de Moore (2014) e


comentários de Delgado-García (2001).

Aquicerebelo (cerebelo vestibular) - Relacionado a funções de equilíbrio.

Paleocerebelo (cerebelo espinhal) - Recebe impulsos de propriocepção pela medula espinhal e


está relacionado ao tônus, marcha e postura humana.

Neocerebelo (cerebelo cortical) – Relacionado ao controle de movimentos finos e coordenação


motora.

O cerebelo recebe informações de movimento através da pele, articulações, músculos, olhos e


aparelho vestibular. Do córtex cerebral, o cerebelo recebe informações sensitivas, emotivas e
cognitivas, além de receber informações sobre o planejamento motor.

Pesquisa - Muitas conexões do córtex cerebral com o cerebelo são direcionadas especificamente
ao neocerebelo e a finalidade de várias delas ainda permanece desconhecida.

Atividade de estudo - O cerebelo está relacionado a manifestação de funções de movimento no


corpo e sua atuação reflete no controle motor. Sendo assim, caso o cerebelo seja lesionado quais
serão as possíveis consequências?

Resposta - Devido ao cerebelo ser responsável pela integração de diversas manifestações


motoras, certamente irão ter prejuízos os movimentos voluntários. Além disso, o planejamento
motor, informações sensitivas, emotivas, cognitivas, propriocepção, tônus, marcha e postura
também tem potencial de sofrerem alterações.

TRONCO ENCEFÁLICO
O tronco encefálico corresponde a porção do encéfalo que se posiciona inferior ao diencéfalo e
anterior ao cerebelo. Representa o limite entre o encéfalo e a medula e recebe todos os estímulos
interpostos entre medula e encéfalo, tanto aferentes quanto eferentes. Em sua divisão anatômica,
apresenta três estruturas, o mesencéfalo (posição superior, abaixo do diencéfalo), ponte (posição
intermediaria, entre o mesencéfalo e o bulbo) e o bulbo (posição inferior, último segmento do
tronco encefálico posicionado imediatamente acima da medula) (SOBOTTA, 2006).

FIGURA 25 – TRONCO ENCEFÁLICO – VISTA ANTERIOR

Fonte: Disponível em:


<http://nerdscolam.blogspot.com/2016/06/neuroanatomia-anatomia-do-tronco.html>
Acesso em: 17.03.2019

Seu aspecto exterior se assemelha com a medula por possuir grande disposição de substancia
branca, o que dá a impressão errônea ao observador de que a estrutura faz parte da medula.
Mas, apesar do aspecto exterior esbranquiçado apresenta pequenas zonas de substância
cinzenta pouco perceptíveis que reúnem corpos celulares de células que controlam funções
essenciais como a pressão arterial e a atividade respiratória (MOORE, 2014).

Parte importante do sistema nervoso periférico está diretamente conectada ao tronco encefálico,
os nervos cranianos. Estes nervos estão organizados em 12 pares, sendo que 10 destes
conectados diretamente a pelo menos uma região do tronco encefálico. Eles são responsáveis
pelas funções motoras e sensitivas da face, pescoço e outras regiões do corpo que manifestam,
inclusive, funções autônomas e vegetativas. Em suas composições, todas as áreas do tronco
encefálico apresentam componentes do sistema ventricular, que são cavidades preenchidas por
liquido cefalorraquidiano produzido pelo plexo coroide (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2015;
MOORE, 2014).
Pesquisa - Plexo coroide é uma estrutura encontrada nos ventrículos do sistema nervoso onde é
produzida a maior parte do líquido cefalorraquidiano.

a. MESENCÉFALO

Dentre as estruturas do tronco encefálico, o mesencéfalo é a que está posicionada mais próxima
ao cérebro. Seu limite superior está localizado imediatamente a baixo dos corpos mamilares do
diencéfalo e comissura branca posterior. Seu limite inferior corresponde ao sulco ponto-
peduncular que atravessa o tronco encefálico no plano transversal (NETTER, 2018).

Suas principais estruturas são os colículos superiores, colículos inferiores, pedúnculos cerebrais,
o aqueduto cerebral, o tecto do mesencéfalo, os núcleos mesencefálicos (que darão origem a
alguns nervos cranianos) e a substância negra. Junto à sustância negra existem dois sulcos
longitudinais: um lateral, sulco lateral do mesencéfalo, e o sulco medial do pedúnculo cerebral
(SOBOTTA, 2006).

FIGURA 26 – MESENCÉFALO – VISTA POSTERIOR

Fonte: Disponível em:


<https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/tronco-encefalico/>
Acesso em: 17.03.2019
Na porção anterior do mesencáfalo é possível visualizar os pedúnculos cerebrais, que possuem
fibras nervosas motoras conectadas aos giros pré-centrais para seguirem rumo às pirâmides
bulbares. São divididos pela fossa interpeduncular que contem os corpos mamilares do
hipotálamo. Entre o pedúnculo cerebral e o tegmento encontra-se a substância negra (SOBOTTA,
2006).

Pesquisa - A área tegmental corresponde a um conjunto de 450.000 corpos de neurônios


conhecida como uma das principais estruturas de controle dopaminérgicos, além de star
relacionada a recompensa do cérebro. Por tanto, atua nas funções de cognição, motivação, prazer
e paixão.

A porção posterior apresenta como estruturas mais evidentes os colículos. Eles estão dispostos
em quatro unidades (duas superiores e duas inferiores). Os colículos superiores são responsáveis
por funções motoras relacionadas ao sistema visual com fibras projetadas ao núcleo geniculado
lateral, em outras palavras, suas funções são prioritariamente envolvidas no movimento dos olhos
e com o ritmo destes movimentos. Já os inferiores, estão envolvidos com funções auditivas devido
a possuírem fibras que se dirigem ao corpo geniculado medial (DRAKE; VOGL; MITCHELL,
2015).

A face lateral do mesencéfalo apresenta sulcos que delimitam tanto os pedúnculos cerebrais
quanto os cerebelares. Os pedúnculos cerebelares superiores (que faz parte do mesencéfalo) e
médio (que faz parte da ponte) são divididos pelo sulco interpeduncular; e os pedúnculos
cerebrais são limitados em sua superfície externa pelo sulco lateral do mesencéfalo (DRAKE;
VOGL; MITCHELL, 2015; SOBOTTA, 2006).

Entre o tegmento e os pedúnculos cerebrais está localizada uma estrutura de aspecto escuro
devido a sua elevada concentração de melanina, a substância negra. Sua função está diretamente
relacionada ao tônus muscular e a lesão nesta região pode ocasionar redução no controle motor e
tremores devido ao prejuízo na produção da dopamina, que é o principal neurotransmissor
produzido na região.

Além da substancia negra, o mesencéfalo também possui outra estrutura denominada sob
influência de sua coloração, o núcleo rubro. Como o próprio nome sugere, o núcleo rubro possui
coloração vermelha e seu aspecto se deve à grande vascularização do local e presença de ferro,
que é muito aparente em seus neurônios. Apresenta conexões com o córtex cerebral e cerebelo,
além de fazer parte do percurso de fibras motoras do sistema ocular e porção sensitiva
direcionada a medula espinha l(MOORE, 2014).

Os núcleos que dão origem aos nervos cranianos projetados a partir do mesencéfalo são
basicamente 3: O núcleo da raiz mesencefálica do nervo trigêmeo (V par craniano), que forma
uma região dispersa na porção lateral da substância cinzenta do aqueduto mesencefálico; o
núcleo do nervo troclear (IV par craniano), que se localiza no mesmo plano do colículo inferior; e o
núcleo do nervo oculomotor (III par craniano), que se posiciona horizontalmente em relação ao
colículo superior (SOBOTTA, 2006; MOORE, 2014).

Pesquisa – O aqueduto cerebral ou aqueduto de Sylvius é uma estrutura tubular que permite o
transito do líquido cefalorraquidiano pelo mesencéfalo.

b. PONTE
Localizada na porção intermediaria do tronco encefálico, a ponte apresenta organização fibrosa de
neurônios diferente das outras estruturas do tronco encefálico. Suas fibras estão dispostas no
plano transversal (horizontal) e recobrem a área ventral da porção média do tronco encefálico e
projeta suas fibras para a área posterior formando um feixe de fibras que correspondem ao
pedúnculo cerebelar médio que penetra no cerebelo. O limite posterior da ponte que separa o
pedúnculo cerebelar e a ponte está posicionado na raiz do nervo trigêmeo, que compõe a lista dos
12 pares de nervos cranianos (NETTER, 2018).

Alguns outros nervos cranianos também emergem da ponte, como os nervos abducente,
vestibulococlear e o facial. Grande parte da constituição da ponte corresponde ao IV ventrículo e
pode ser dividida do ponto de vista anatômico por núcleos, que correspondem ao núcleo motor do
nervo trigêmeo, núcleos sensitivos do nervo trigêmeo, núcleo do nervo abducente, núcleo do
nervo facial, núcleo do nervo vestibulococlear (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2015; MOORE, 2014).

Todos os nervos que se projetam a partir da ponte têm sua origem na porção interna da estrutura
e seus núcleos estão dispostos em diferentes localizações. No nervo trigêmeo, tanto o núcleo
motor quanto o sensitivo podem ser encontrados na porção lateral do quarto ventrículo sendo
projetados para a região anterossuperior e lateral da ponte (SOBOTTA, 2006).

O núcleo do nervo abducente está localizado no IV ventrículo, mais especificamente na parede


posterior da ponte. Suas fibras atravessam a ponte no sentido póstero-anterior-caudal para
acessarem o sulco bulbopontino e acessarem o musculo reto lateral do olho para a execução da
lateralização do globo ocular (NETTER, 2018).

O núcleo do nervo facial está na posição anterolateral quando referenciado a partir do núcleo do
nervo abducente. Suas fibras sensitivas percorrem a ponte contornando a periferia deste núcleo
vizinho e sua curvatura é conhecida como joelho interno do nervo facial. As fibras deste nervo,
apesar de seguirem sentidos distintos dentro da ponte, são projetadas para a porção antero-
caudal e emergem juntas a partir da porção lateral do sulco bulbopontino .

Por possuir fibras de funções distintas, o nervo vestibulococlear se origina por meio de mais de
um núcleo. Os núcleos vestibulares, localizados abaixo do joelho interno do nervo facial próximo
ao núcleo abducente; e os núcleos cocleares ventrais e dorsais, sendo o primeiro comumente
situado abaixo dos núcleos vestibulares e o segundo em uma projeção anterior no plano
transversal (SOBOTTA, 2006).

FIGURA 27 – PONTE – SECÇÃO SAGITAL (VISTA LATERAL)


Fonte: Disponível em:
<https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/tronco-encefalico/>
Acesso em: 17.03.2019

c. BULBO

O bulbo, por se comunicar intimamente com a medula, não apresenta uma delimitação anatômica
bem definida. Na região, não há nenhum acidente anatômico entre sua composição e a porção
superior da medula, o que causa certa confusão na analise anatômica. Este fato certamente tem
relação com a variação de nomes atribuídos a estrutura bulbar, sendo possivelmente o nome
“medula oblonga” a mais conhecida entre os anatomistas (SOBOTTA, 2006).

Polêmica - As expressões “bulbo raquidiano”, “medula oblongada” e “medula oblonga” são


completamente equivocadas do ponto de vista anatomia-fisiológico por fazerem menção à
estrutura raquidiana (medular). Como já exposto no presente capítulo, o bulbo é integralmente
parte do encéfalo.

O aspecto do bulbo é semelhante a um cone e apesar do seu limite não ser definido por acidentes
anatômicos, convenciona-se dizer que seu limite inferior equivale ao posicionamento do forame
magno cranial. Sua porção superior é delimitada pelo sulco bulbo-pontino.

No bulbo como um todo é possível encontrar diversas estruturas paralelas direcionadas


longitudinalmente. Alguns sulcos são projetados nervos cranianos como o vago e o hipoglosso
(Ver capitulo 3) e se estendem até o a base da ponte. Entre as fissuras estão presentes porções
densas de tecido neuronal que carregam informações sensitivas oriundas da medula e dos nervos
cranianos (MOORE, 2014).
Na porção ventral estão localizadas as pirâmides bulbares, que carregam fibras nervosas
motoras. Estas fibras descendentes (que levam informação do centro para a periferia do sistema
nervoso) são responsáveis pela condução de estímulos nervosos voluntários oriundos das áreas
motoras do cérebro e que percorrem os tratos córtico-espinhais da medula, fazendo parte do
sistema piramidal (JOTZ, 2017; NETTER, 2018).

Na porção inferior das pirâmides ocorre a formação de um componente de grande importância


para o comportamento motor humano, a decussação das pirâmides bulbares. O aspecto da zona
de decussação não acompanha o sentido longitudinal das estruturas bulbares e suas fibras estão
dispostas no eixo horizontal. Ela corresponde a zona onde ocorre a troca de fibras motoras
oriundas dos dois hemisférios cerebrais após o cruzamento da linha mediana bulbar (JOTZ,
2017).

Estudando - Parte das fibras do hemicorpo direito passa para o esquerdo, e vice-versa,
ocasionando o comando motor do hemicorpo esquerdo pelo córtex motor do lobo direito do
encéfalo e o comando motor do hemicorpo direito pelo córtex motor do lobo esquerdo do encéfalo,
a partir dos nervos raquidianos.

Na vista anterior também estão localizadas duas estruturas idênticas de formato ovoide em lados
opostos do bulbo, posicionadas ao lado das pirâmides denominadas olivas. Sua função é de
contribuir para a aprendizagem motora e, para isso, recebe informações do córtex cerebral, da
medula e do núcleo rubro e do cerebelo (MOORE, 2014; NETTER, 2018).

Na porção posterior do bulbo, estão presentes o fascículo grácil e fascículo cuneiforme, que são
divididos pelo sulco intermédio posterior. Ambos apresentam fibras aferentes que, na medula,
fazem parte do sistema extrapiramidal e transportam informações sensitivas. Estes fascículos
apresentam fibras que se direcionam a dois núcleos bulbares de substância cinzenta,
direcionados à porção cranial e que recebem o mesmo nome de seus fascículos correspondentes,
o núcleo bulbar grácil e o núcleo bulbar cuneiforme. A partir destes núcleos surgem o tubérculo
grácil e o tubérculo cuneiforme (MOORE, 2014).

Estudando - O fascículo e o tubérculo cuneiforme estão envolvidos em parte das funções


sensitivas do braço, em especial a propriocepção de componentes do esqueleto axial. Já o
fascículo e tubérculo cuneiforme são responsáveis pela sensibilidade nos membros inferiores.

Pesquisa - Devido ao bulbo deter funções vitais para a manutenção da integridade do organismo
humano, lesão nesta região podem ser fatais. Além disso, as alterações nesta estrutura podem
levar facilmente a quadros graves de falência de órgãos vitais como o coração e os pulmões.

FIGURA 28 – BULBO – VISTA POSTERIOR


Fonte: Disponível em:
<https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/tronco-encefalico/>
Acesso em: 17.03.2019

Atividade de estudo – No tronco encefálico, o mesencéfalo é a estrutura posicionada mais


superior e que possui conexão com diversas vias motoras e sensitivas. O núcleo geniculado
lateral e núcleo geniculado medial estabelecem conexões com estruturas mesencefalicas para o
desenvolvimento de algumas destas atividades. Logo, identifique quais são as estruturas do
mesencéfalo estão relacionadas às funções dos núcleos geniculado medial e lateral e comente
quais são estas funções.

Resposta- O núcleo geniculado medial possui fibras nervosas que conduzem informação auditiva
e está integrado ao colículo inferior do mesencéfalo; já o núcleo geniculado lateral atua na
transmissão de impulsos motores aos olhos e estabelece conexão com os colículos superiores,
que coordenam e o ritmo de movimento dos olhos.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

O sistema nervoso apresenta grande riqueza de detalhes e se configura como uma das principais
estruturas do corpo humano devido a sua função de integração e controle corporal, permitindo que
seja estabelecida a relação entre o homem com o meio o qual está inserido em prol da
sobrevivência da espécie humana.

Funções motoras, sensitivas, sensoriais, autônomas, vegetativas, dentre outros tipos de


classificações funcionais para órgãos e tecidos, têm participação direta do sistema nervoso
central. Por tanto, conhecer este sistema e seus componentes macroscópicos e microscópicos
equivale a conhecer a base do funcionamento de diversos sistemas do corpo, por esse motivo as
repercussões de uma lesão neurológica são consideradas de grande interesse clínico e cientifico.

A divisão anatômica do sistema nervoso central nem sempre respeita a função de cada estrutura,
sendo necessários estes conhecimentos que, apesar de parecerem distintos, são
complementares. Variações neurológica existentes entre os indivíduos nem sempre são um
problema. Existem tanto variações fisiológicas quanto patológicas que merecem atenção. As
fisiológicas devem ser estudadas constantemente para que possam ser desvendadas a sua
origem e as possíveis variações funcionais que podem ocasionar nos indivíduos. Algumas
alterações patológicas ainda carecem de estudos e instigam a curiosidade dos profissionais da
saúde por todo o mundo. Por fim, pode-se dizer que a neuroanatomia do sistema nervos central
ainda está em constante construção e abre portas para a colaboração de vários “curiosos”.
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