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DESCRIÇÃO
PROPÓSITO
OBJETIVOS
Módulo 1
Definir os conceitos fundamentais da neuroanatomofisiologia
Módulo 2
Descrever a organização morfofisiológica do sistema nervoso
Módulo 3
Compreender o desenvolvimento embrionário do sistema nervoso
Módulo 4
Entender a organização e a divisão do sistema nervoso
INTRODUÇÃO
Neste conteúdo, vamos abordar o sistema nervoso, que é composto de vastas redes
neurais. A sinalização dentro desses circuitos permite o pensamento, a linguagem, o
sentimento, o aprendizado, a memória e todas as funções e sensações. Está bem
estabelecido que, por meio da plasticidade das células existentes, nosso sistema nervoso
pode se adaptar a situações não encontradas anteriormente, mas também foi
demonstrado que as células são plásticas e envolvidas na criação de novas conexões em
adaptação e resposta a lesões.
Entrada sensorial
Integração
Produção motora
INTRODUÇÃO
O sistema nervoso transmite sinais entre o cérebro e o resto do corpo, incluindo órgãos
internos. Dessa forma, a atividade do sistema nervoso controla a capacidade de mover,
respirar, ver, pensar e muito mais.
É importante ressaltar que são diferentes tipos de neurônios que controlam ou realizam
atividades.
Neurônios motores
Transmitem mensagens do cérebro para os músculos a fim de gerar movimento.
Neurônios sensoriais
Detectam luz, som, odor, sabor, pressão e calor, e enviam as mensagens ao cérebro.
Outras partes do sistema nervoso controlam os processos involuntários, o que inclui
manter o batimento cardíaco regular, liberar hormônios como a adrenalina, abrir a pupila
em resposta à luz e regular o sistema digestivo.
Quando um neurônio envia uma mensagem a outro neurônio, ele envia um sinal elétrico
ao longo de seu axônio. No final do axônio, o sinal elétrico muda para um sinal químico.
O axônio então libera o sinal químico com mensageiros químicos
chamados neurotransmissores na sinapse, que é o espaço entre o final de um axônio e
a ponta de um dendrito de outro neurônio.
Os neurotransmissores movem o sinal através da sinapse para o dendrito vizinho, que
converte o sinal químico de volta em um sinal elétrico. O sinal elétrico, portanto, viaja
através do neurônio e passa pelos mesmos processos de conversão conforme se move
para os neurônios vizinhos.
O sistema nervoso também inclui células não neuronais, chamadas de glia, as quais
desempenham funções importantes que mantêm o sistema nervoso funcionando
corretamente. Por exemplo, a glia ajuda a apoiar e manter os neurônios no lugar, protege
os neurônios, cria um isolamento chamado mielina, que ajuda a mover os impulsos
nervosos, repara neurônios e ajuda a restaurar a função dos neurônios, elimina neurônios
mortos e regula neurotransmissores (BEAR; CONNORS; PARADISO, 2017).
Tecido nervoso
O tecido nervoso é uma das quatro classes principais de tecidos. É um tecido
especializado encontrado no Sistema Nervoso Central e no Sistema Nervoso Periférico. É
composto por categorias de células: neurônios e neuroglia (células de suporte).
Neurônios
Os neurônios são células nervosas altamente especializadas que geram e conduzem
impulsos nervosos. Um neurônio típico consiste em: dendritos, corpo celular e axônio.
Dendritos
Corpo celular
Axônio
Neuroglia
Existem seis tipos de neuroglia, quatro no Sistema Nervoso Central (SNC) e duas no
Sistema Nervoso Periférico (SNP). Essas células gliais estão envolvidas em muitas
funções especializadas, além do suporte dos neurônios. Neuroglia no SNC inclui
astrócitos, células microgliais, células ependimárias e oligodendrócitos. No SNP, as
células satélites e as células de Schwann são os dois tipos de neuroglia.
Astrócitos
Os astrócitos têm o formato de uma estrela, participam da barreira hematoencefálica e
regulam a homeostase cerebral, sendo as células gliais mais abundantes do SNC. Eles
têm muitos processos de irradiação que ajudam a aderir aos neurônios e capilares.
Sustentam e protegem os neurônios e os ancoram às linhas de suprimento de nutrientes.
Além disso, ajudam a orientar a migração de jovens neurônios e controlam o ambiente
químico em torno dos neurônios.
Células microgliais
As células microgliais são pequenas e ovoides com processos espinhosos, sendo
encontradas no SNC. Quando um microrganismo invasor ou neurônios mortos estão
presentes, as células microgliais podem se transformar em um macrófago fagocítico e
ajudar na limpeza dos restos neuronais.
Células ependimárias
As células ependimárias são ciliadas e revestem as cavidades centrais do cérebro e da
medula espinhal, onde formam uma barreira bastante permeável entre o líquido
cefalorraquidiano que preenche essas cavidades e as células dos tecidos do SNC.
Oligodendrócitos
Os oligodendrócitos se alinham ao longo dos nervos e produzem uma capa isolante
(bainha de mielina). Eles são encontrados no SNC.
Células satélites
As células satélites circundam os corpos celulares dos neurônios no SNP. São análogas
aos astrócitos no SNC.
Células de Schwann
As células de Schwann são encontradas no SNP e suportam a função neural,
aumentando a velocidade de propagação do impulso. Elas envolvem todas as fibras
nervosas no SNP, formando bainhas de mielina ao redor dessas fibras. São sustentadas
pela bainha medular, que é interrompida em intervalos pelos nós de Ranvier. A função
das células de Schwann é semelhante à dos oligodendrócitos no SNC.
Etapas de formação da bainha de mielina pelas células de Schwann (etapas 1, 2 e 3).
Tipos de neurônios
Os neurônios variam em estrutura, função e composição genética. Dado o grande
número de neurônios, existem milhares de tipos diferentes, assim como existem milhares
de espécies de organismos vivos na Terra. Em termos de função, os cientistas
classificam os neurônios em três grandes tipos: sensoriais, motores e interneurônios.
Neurônios sensoriais
Exemplo
Pisar na areia quente ativa os neurônios sensoriais nas solas dos pés. Esses neurônios
enviam uma mensagem ao seu cérebro, que o torna ciente do calor.
Neurônios motores
Inferiores
Superiores
Exemplo
Quando uma pessoa come, os neurônios motores inferiores da medula espinhal enviam
sinais para os músculos lisos do esôfago, estômago e intestinos. Esses músculos se
contraem, o que permite que os alimentos se movam pelo trato digestivo.
Interneurônios
Exemplo
Quando um indivíduo toca em algo quente, os neurônios sensoriais nas pontas dos dedos
enviam um sinal aos interneurônios da medula espinhal. Alguns interneurônios passam o
sinal para os neurônios motores em sua mão, o que permite que você a afaste. Outros
interneurônios enviam um sinal para o centro de dor em seu cérebro, então, você sente
dor.
Embutidas na bicamada lipídica estão as proteínas, que também flutuam no meio líquido
da membrana. Estes incluem glicoproteínas contendo cadeias de polissacarídeos, que
funcionam, junto com outros carboidratos, como locais de adesão e locais de
reconhecimento para ligação e interação química com outros neurônios.
Sinapses
Em uma sinapse química, os potenciais de ação afetam outros neurônios por meio de
uma lacuna entre os neurônios, chamada de sinapse. As sinapses consistem em uma
finalização pré-sináptica, uma fenda sináptica e uma finalização pós-sináptica.
Quando um potencial de ação é gerado, ele é transportado ao longo do axônio para uma
finalização pré-sináptica. Isso desencadeia a liberação de mensageiros químicos
chamados neurotransmissores. Essas moléculas cruzam a fenda sináptica e se ligam a
receptores na terminação pós-sináptica de um dendrito.
Sinapse química.
Sinapses elétricas
As sinapses elétricas podem apenas excitar. Eles ocorrem quando dois neurônios são
conectados por meio de uma junção de lacuna. Esta lacuna é muito menor do que uma
sinapse e inclui canais de íons que facilitam a transmissão direta de um sinal elétrico
positivo. Como resultado, as sinapses elétricas são muito mais rápidas do que as
sinapses químicas. No entanto, o sinal diminui de um neurônio para o outro, tornando-os
menos eficazes na transmissão.
CÉLULAS DA NEURÓGLIA
O especialista Gláucio Diré Feliciano fala sobre Importância das células gliais para o
Sistema Nervoso.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Nódulo de Ranvier
Sinapse
Citoplasma
Axônio
Dendrito
Responder
Comentário
Nutrir os neurônios.
Revestir os neurônios.
Responder
Comentário
MÓDULO 2
ORGANIZAÇÃO MORFOFUNCIONAL
O Sistema Nervoso Central (SNC) inclui o cérebro e a medula espinhal, juntamente com
vários centros que integram todas as informações sensoriais e motoras do corpo. Esses
centros podem ser amplamente subdivididos em: centros inferiores, incluindo a medula
espinhal e o tronco cerebral, que realizam funções essenciais de controle do corpo e dos
órgãos; e centros superiores dentro do cérebro, que controlam o processamento de
informações mais sofisticado, incluindo nossos pensamentos e percepções. Outras
subdivisões do cérebro serão discutidas em uma seção posterior.
Sistema Nervoso Central (estruturas em vermelho, encéfalo e medula espinhal); Sistema Nervoso
Periférico, nervos e gânglios (estruturas em amarelo e laranja).
Substância cinzenta
É cinza no tecido preservado, mas rosa ou marrom-claro no tecido vivo, contém uma
proporção relativamente alta de corpos celulares de neurônios.
Substância branca
É composta, principalmente, de axônios e tem esse nome devido à cor do isolamento de
gordura chamado mielina, que reveste muitos axônios. A substância branca inclui todos
os nervos do SNP e grande parte do interior do cérebro e da medula espinhal.
NEUROANATOMOFISIOLOGIA
Gânglios
Na neuroanatomia, um núcleo é uma estrutura cerebral que consiste em um agrupamento
relativamente compacto de neurônios. É uma das duas formas mais comuns de
organização de células nervosas, junto com estruturas em camadas, como o córtex
cerebral ou o córtex cerebelar.
As células gliais satélites (CGSs) revestem a superfície externa dos neurônios no SNP.
Essas células também circundam os corpos celulares dos neurônios dentro dos gânglios
e têm origem embriológica semelhante às células de Schwann do SNP, visto que ambas
derivam da crista neural do embrião durante o desenvolvimento.
As CGSs têm uma variedade de funções, incluindo controle sobre o microambiente dos
gânglios simpáticos, acreditando-se que tenham um papel semelhante aos astrócitos no
Sistema Nervoso Central (SNC). Eles fornecem nutrientes para os neurônios
circundantes e têm alguma função estrutural. As células satélites ainda atuam como
células protetoras e amortecedoras, e expressam uma variedade de receptores que
permitem uma variedade de interações com produtos químicos neuroativos.
Neurônios
Os neurônios apresentam muitas projeções longas e delgadas chamadas de axônios, ao
longo das quais os impulsos nervosos eletroquímicos são transmitidos. No Sistema
Nervoso Central (SNC), os feixes desses axônios são chamados de tratos, enquanto, no
Sistema Nervoso Periférico (SNP), são chamados de nervos.
Cada nervo é coberto externamente por uma densa bainha de tecido conjuntivo, o
epineuro. Subjacente a essa camada de células planas, o perineuro forma uma manga
completa em torno de um feixe de axônios chamados de fascículos. Ao redor de cada
axônio, está o endoneuro, que consiste em uma manga interna de um material chamado
de glicocálice e uma delicada malha externa de fibras de colágeno.
Comentário
Os axônios mais longos do corpo humano são os do nervo ciático, que vão da base da
medula espinhal ao dedão de cada pé. Os axônios no Sistema Nervoso Central,
geralmente, mostram árvores complexas com muitos pontos de ramificação, permitindo a
transmissão simultânea de mensagens para um grande número de neurônios-alvo.
Bainha de mielina
Os axônios são descritos como não mielinizados ou mielinizados. A mielina é uma
camada de uma substância gordurosa isolante, formada por dois tipos de células gliais:
as células de Schwann, que revestem os neurônios periféricos; e os oligodendrócitos, que
isolam os do Sistema Nervoso Central.
Nervos espinhais.
Os íons importantes no sistema nervoso são o sódio e o potássio (ambos têm uma
carga positiva, +), cálcio (tem duas cargas positivas, ++) e cloreto (tem uma carga
negativa, -). Existem também algumas moléculas de proteína carregadas negativamente.
Também é importante lembrar que as células nervosas são circundadas por uma
membrana que permite a passagem de alguns íons e bloqueia a passagem de outros
íons. Esse tipo de membrana é denominado semipermeável.
Quando um neurônio não está enviando um sinal, ele está “em repouso”. Quando um
neurônio está em repouso, o interior do neurônio é negativo em relação ao exterior.
Embora as concentrações dos diferentes íons tentem se equilibrar em ambos os lados da
membrana, eles não podem, pois a membrana celular permite que apenas alguns íons
passem pelos canais iônicos.
Potencial de ação
O potencial de repouso fala sobre o que acontece quando um neurônio está em repouso.
Um potencial de ação ocorre quando um neurônio envia informações por um axônio,
longe do corpo celular.
Os neurocientistas usam outras palavras, como “pico” ou “impulso” para o potencial de
ação, que é uma explosão de atividade elétrica criada por uma corrente despolarizante.
Isso significa que algum evento (um estímulo) faz com que o potencial de repouso se
mova para 0mV. Quando a despolarização atinge cerca de -55mV, um neurônio dispara
um potencial de ação. Esse é o limite. Se o neurônio não atingir esse nível de limiar
crítico, nenhum potencial de ação será disparado.
Além disso, quando o nível de limiar é atingido, um potencial de ação de tamanho fixo
sempre dispara. Para qualquer neurônio, o tamanho do potencial de ação é sempre o
mesmo. Não há potenciais de ação grandes ou pequenos em uma célula nervosa, todos
os potenciais de ação têm o mesmo tamanho. Portanto, o neurônio não atinge o limite ou
um potencial de ação completo é disparado, esse é o princípio “Tudo ou Nada”.
A abertura dos canais de potássio demora mais. Quando eles se abrem, o potássio sai da
célula, revertendo a despolarização. Também nessa época, os canais de sódio começam
a se fechar. Isso faz com que o potencial de ação volte para -70mV (uma repolarização).
O potencial de ação na verdade vai além de -70mV (uma hiperpolarização), pois os
canais de potássio permanecem abertos um pouco mais. Gradualmente, as
concentrações de íons voltam aos níveis de repouso e a célula retorna a -70mV.
A. É uma visão esquemática do potencial de ação idealizado. Ilustra as suas várias fases
à medida que ele percorre um único ponto da membrana plasmática.
B. Registros reais de potenciais de ação são comumente distorcidos em comparação às
visões esquemáticas devido a variações nas técnicas eletrofisiológicas de registro.
O especialista Gláucio Diré Feliciano fala sobre as ações de controle dos sistemas
simpático e parassimpático sobre o funcionamento dos órgãos, enfatizando sua ação
antagonista.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O sistema nervoso é dividido em Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso
Periférico (SNP). Assinale a alternativa que contém os órgãos que fazem parte desses
sistemas.
Responder
Comentário
Despolarização
Repolarização
Polarização
Potencial de ação
Hiperpolarização
Responder
Comentário
MÓDULO 3
O Sistema Nervoso Central, inicialmente, começa como uma placa neural simples que se
dobra para formar um sulco neural e, em seguida, tubo neural. Esse tubo neural inicial é
primeiramente aberto em cada extremidade, formando os neuróporos. A falha dessa
abertura para fechar contribui com uma classe importante de anormalidades neurais
(defeitos do tubo neural).
Ectoderma
Mesoderma
Endoderma
Ectoderma
Epiderme
Nervos Periféricos
Cérebro
Medula Espinhal
Mesoderma
Derme
Ossos
Músculos
Estruturas urogenitais
Sistema circulatório
Endoderma
Sistema respiratório
Órgãos do sistema digestivo
Embriogênese: semanas 2 a 8
Começando com o disco germinativo trilaminar, que se refere ao epiblasto e ao
hipoblasto, as células epiblásticas passam por uma transição epitelial-mesenquimal que
substitui o hipoblasto. As células epiblásticas também proliferam na camada intermediária
para formar o mesoderma, onde permanecerá mesenquimal para formar o tecido
conjuntivo.
A neurulação refere-se ao dobramento da placa neural. Essa placa dobra por indução do
notocórdio no tubo neural, que então se torna o neuroectoderma, o qual, finalmente,
forma o SNC, ou seja, o cérebro e a medula espinhal. Dois terços craniais do
neuroectoderma formam o cérebro, e o terço caudal do neuroectoderma forma a medula
espinhal.
Medula espinhal
A mielinização dos axônios periféricos ocorre por meio do neurolema, que vem das
células de Schwann (que vêm das células da crista neural). A mielinização dos axônios
do SNC ocorre via oligodendrócitos, que são derivados do neuroepitélio.
Três camadas membranosas cobrem todo o SNC:
Aracnoide: derivada da crista neural; forma-se como uma única camada com pia-mater.
Neurulação em anfíbios e amniotas. A epiderme externa (em azul), o tubo neural (em
roxo) interno e no meio forma as cristas neurais (em verde).
Cérebro
Finalmente, a hipófise dá origem à glândula pituitária, que tem duas origens. A hipófise
posterior é uma consequência do hipotálamo e, portanto, tem uma conexão direta. Por
outro lado, a hipófise anterior é um crescimento ectodérmico da boca. Depende de uma
densa rede capilar e se comunica com o cérebro por meio do sistema vascular.
Quanto à figura, temos em (A) que, após a gastrulação, no início do estágio de nêurula, o
neuroepitélio começa a se subdividir em diferentes vesículas (prosencéfalo, mesencéfalo,
rombencéfalo). Em (B), ainda no estágio de nêurula, o prosencéfalo subdivide-se mais
uma vez em telencéfalo e diencéfalo. Em (C), passado o estágio de nêurula, percebemos
que a proliferação e as especializações do neuroepitélio são etapas fundamentais para
amadurecimento das vesículas cefálicas. Por fim, em (D-E), observamos que a vesícula
telencefálica aumenta e se especializa enormemente, dando origem ao córtex cerebral
com todas as suas particularidades. Além disso, o mielencéfalo também sofre intensa
proliferação e especialização celular, dando origem ao cerebelo.
Teratogênese
Definida como qualquer fator externo que pode influenciar o crescimento do embrião. Os
embriões são altamente suscetíveis e críticos entre as semanas 3 e 8 porque é quando
os sistemas orgânicos se desenvolvem.
Disrafismo
É a falha de fusão entre metades simétricas de uma estrutura anatômica. Estas incluem,
mas não estão limitadas a, malformações da espinha bífida.
Espinha bífida oculta
Ocorre quando a coluna vertebral não consegue se fundir, mas outras camadas se
desenvolvem normalmente. É a forma menos grave de disrafismo e, geralmente, afeta a
região lombossacra (L5 a S1 mais comumente). Pode estar associada a manchas,
angioma, lipoma e crescimento anormal de pelos na área da anormalidade.
Espinha bífida aperta
Ocorre quando há uma fusão incompleta da pele com ou sem um cisto. A medula
espinhal ainda está recoberta pela aracnoide, preservando o espaço subaracnóide e
evitando o vazamento do LCR.
Espinha bífida cística
É a forma mais grave de disrafismo. Os pacientes podem desenvolver incontinência
urinária ou fecal. 80% dessas lesões ocorrem na região lombossacra.
Encefalocele
Anencefalia
Holoprosencefalia
Craniorraquisquise total
Atenção
Mulheres que desejam engravidar ou que estão grávidas devem tomar multivitaminas,
especialmente, suplementos de ácido fólico para ajudar no neurodesenvolvimento.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Cérebro
Hipotálamo
Cerebelo
Ponte
Gânglio
Responder
Comentário
2. Sabemos que os folhetos germinativos são conjuntos celulares que dão origem a todos
os tecidos e órgãos do corpo. A respeito do ectoderma, marque a única alternativa que
não indica uma estrutura formada por ele.
Pelos
Unhas
Sistema nervoso
Fígado
Glândula sudorípara
Responder
Comentário
MÓDULO 4
O cérebro está contido na cavidade craniana do crânio e a medula espinhal está contida
no canal vertebral da coluna vertebral.
O Sistema Nervoso Periférico tem esse nome porque está na periferia, ou seja, além do
cérebro e da medula espinhal.
Além das divisões anatômicas listadas acima, o sistema nervoso também pode ser
dividido com base em suas funções. Tal sistema está envolvido em receber informações
sobre o ambiente ao nosso redor (funções sensoriais, sensação), gerar respostas a essas
informações (funções motoras, respostas) e coordenar os dois (integração).
Sensação
Sensação refere-se ao recebimento de informações sobre o ambiente, seja o que está
acontecendo fora (ex.: calor do sol) ou dentro do corpo (ex.: calor da atividade muscular).
Essas sensações são conhecidas como estímulos (singular = estímulo) e diferentes
receptores sensoriais são responsáveis por detectar diferentes estímulos.
A informação sensorial viaja em direção ao SNC através dos nervos do SNP na divisão
específica conhecida como ramo aferente (sensorial) do SNP. Quando a informação
surge de receptores sensoriais na pele, músculos esqueléticos ou articulações, entende-
se por informação sensorial somática; quando a informação surge de receptores
sensoriais nos vasos sanguíneos ou órgãos internos, entende-se por informação
sensorial visceral.
Resposta
O sistema nervoso produz uma resposta em órgãos efetores (como músculos ou
glândulas) devido aos estímulos sensoriais. O ramo motor (eferente) do SNP transporta
sinais do SNC para os órgãos efetores.
Integração
Os estímulos que são recebidos pelas estruturas sensoriais são comunicados ao sistema
nervoso, onde a informação é processada. Isso é chamado de integração. No SNC, os
estímulos são comparados ou integrados a outros estímulos, memórias de estímulos
anteriores ou ao estado de uma pessoa em um determinado momento, o que leva à
resposta específica que será gerada.
Portanto, o sistema nervoso pode ser entendido por divisões com base na anatomia e
fisiologia.
Outra abordagem para a divisão do sistema nervoso pode ser nas divisões anatômicas, o
que difere na sua funcionalidade. O SNC e o SNP contribuem para as mesmas funções,
mas essas funções podem ser atribuídas a diferentes regiões do cérebro (como o córtex
cerebral ou o hipotálamo) ou a diferentes gânglios na periferia.
O problema de tentar encaixar diferenças funcionais em divisões anatômicas é que, às
vezes, a mesma estrutura pode fazer parte de várias funções. Por exemplo, o nervo
óptico carrega sinais da retina que são usados para a percepção consciente de estímulos
visuais, que ocorrem no córtex cerebral, ou para as respostas reflexas do tecido muscular
liso, que são processadas através do hipotálamo.
CONTROLANDO O CORPO
O sistema nervoso autônomo pode ser dividido em duas partes, principalmente, com
base em uma diferença funcional nas respostas: sistema nervoso somático e sistema
nervoso autônomo.
Algumas respostas motoras somáticas são reflexos e, muitas vezes, acontecem sem uma
decisão consciente de realizá-las.
Se o seu amigo pular de trás de um canto e gritar “Buu!”, você ficará assustado e poderá
gritar ou saltar para trás. Você não decidiu fazer isso e pode não querer dar ao seu amigo
um motivo para rir às suas custas, mas é um reflexo que envolve as contrações do
músculo esquelético.
As glândulas sudoríparas são controladas pelo sistema autônomo. Quando você está
com calor, a transpiração ajuda a resfriar seu corpo. Esse é um mecanismo
homeostático. Mas, quando você está nervoso, pode começar a suar também. No
entanto, isso não é homeostático, e sim a resposta fisiológica a um estado emocional.
Existe outra divisão do sistema nervoso autônomo que descreve as respostas funcionais:
o Sistema Nervoso Simpático, Sistema Nervoso Parassimpático e o Sistema Nervoso
Entérico.
Como já mencionado, certas vezes, podemos considerar o sistema entérico como uma
parte do sistema autônomo, uma vez que as estruturas neurais que compõem o sistema
entérico são um componente da saída autonômica que regula a digestão. Existem
algumas diferenças entre os dois, mas, para os nossos propósitos aqui, haverá uma boa
sobreposição.
O Sistema Nervoso Autônomo (SNA) regula muitos dos órgãos internos por meio de
um equilíbrio de dois aspectos, ou divisões. Além do sistema endócrino, o sistema
autônomo é fundamental para os mecanismos homeostáticos do corpo. As duas
divisões do sistema nervoso autônomo são a divisão simpática e a divisão
parassimpática.
Exemplo
O coração recebe conexões das divisões simpática e parassimpática. Um faz com que a
frequência cardíaca aumente, enquanto o outro causa uma diminuição dessa frequência.
Você sabia
O Sistema Nervoso Simpático talvez seja mais conhecido por mediar a resposta neuronal
e hormonal ao estresse, comumente conhecida como resposta de luta ou fuga, também
conhecida como resposta simpático-adrenal do corpo. Isso ocorre porque, as fibras
simpáticas pré-ganglionares as quais terminam na medula adrenal secretam acetilcolina,
que ativa a secreção de adrenalina (epinefrina) e, em menor grau, de noradrenalina
(norepinefrina).
Portanto, essa resposta é mediada diretamente por impulsos transmitidos pelo Sistema
Nervoso Simpático e, indiretamente, por catecolaminas secretadas da medula adrenal,
atuando, principalmente, no sistema cardiovascular.
Exemplo
Alguns teóricos da evolução sugerem que o Sistema Nervoso Simpático operava nos
primeiros organismos para manter a sobrevivência, uma vez que é o sistema responsável
por preparar o corpo para a ação. Um exemplo desse priming (preparação) está nos
momentos antes de acordar, nos quais o fluxo simpático aumenta espontaneamente em
preparação para a atividade.
Relaxamento da bexiga.
Inibição de ereção.
Atualmente, essas respostas persistem, mas as respostas de lutar e fugir assumiram uma
gama mais ampla de comportamentos. Por exemplo, a reação de briga pode se
manifestar em um comportamento irado e argumentativo, e a reação de fuga pode se
manifestar por meio de retraimento social, abuso de substâncias e até mesmo assistindo
à televisão.
Respostas parassimpáticas
Como já estudamos, o Sistema Nervoso Parassimpático regula as funções de órgãos e
glândulas durante o repouso e é considerado um sistema de amortecimento de ativação
lenta. Já o Sistema Nervoso Autônomo é a parte do Sistema Nervoso Periférico que atua
como um sistema de controle, funcionando amplamente abaixo do nível de consciência e
controlando as funções viscerais.
O SNA é responsável pela regulação dos órgãos internos e glândulas, o que ocorre de
forma inconsciente. Suas funções incluem a estimulação das atividades
de repouso e digestão que ocorrem quando o corpo está em repouso. Sua ação é
descrita como complementar à de um dos outros ramos principais do SNA, o Sistema
Nervoso Simpático, que é responsável por estimular as atividades associadas à resposta
de luta ou fuga.
A maior parte da transmissão ocorre em dois estágios. Quando estimulado, o nervo pré-
ganglionar libera ACh no gânglio, que atua nos receptores nicotínicos dos neurônios pós-
ganglionares. O nervo pós-ganglionar então, libera ACh para estimular os receptores
muscarínicos do órgão-alvo.
O especialista Gláucio Diré Feliciano fala sobre os fatores que levam as pessoas a terem
reações diferentes diante do perigo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Responder
Comentário
2. A resposta de luta ou fuga diante de um risco iminente pode variar de pessoa para
pessoa, porém, o fato de enfrentar ou fugir dessas situações é gerado por hormônios que
deflagram a primeira etapa da síndrome de adaptação geral. Quais são esses
hormônios?
Adrenalina e catecolamina
Noradrenalina e Catecolamina
Adrenalina e noradrenalina
Catecolamina e adrenalina
Noradrenalina e testosterona
Responder
Comentário
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quanto aos neurônios, aprendemos que são células carregadas: conduzem sinais
elétricos para passar informações pelo corpo. Um neurônio típico consiste em um corpo
celular, dendritos e um axônio com um terminal de axônio. Os dendritos recebem sinais
de tecidos corporais ou outros neurônios e os passam para o corpo celular. Se um sinal
de saída é produzido, ele desce pelo axônio até o terminal do axônio e passa para o
próximo neurônio ou célula-alvo. Essa capacidade condutiva envia informações para cima
e para baixo nas vias nervosas e através do Sistema Nervoso Central, a uma velocidade
incrível.
Cerca de 100 bilhões de neurônios dão ao cérebro seu incrível poder de processamento.
As mensagens do sistema nervoso viajam pelos neurônios como sinais elétricos. Quando
esses sinais chegam ao final de um neurônio, eles estimulam a liberação de substâncias
químicas chamadas neurotransmissores.
Por fim, entendemos que as informações sensoriais e os comandos motores viajam para
cima e para baixo, indo do cérebro e para o cérebro. Esses sinais entram e saem da
medula espinhal por meio dos nervos espinhais, as “rampas de entrada e saída”, que se
ramificam para suprir os membros, o tronco e a pelve. Alguns sinais recebidos exigem
uma resposta simples e imediata, ao passo que a medula espinhal pode disparar um
comando reflexo sem incomodar o cérebro.
DESCRIÇÃO
PROPÓSITO
OBJETIVOS
Módulo 1
Identificar as estruturas e funções da medula espinhal
Módulo 2
Reconhecer as estruturas e funções encefálicas
Módulo 3
Localizar os envoltórios e a vascularização do Sistema Nervoso Central
INTRODUÇÃO
Sensibilidade
Motricidade
Linguagem
Consciência
Raciocínio
Atenção
Memória
Aprendizado
Inteligência
Emoções
Volição (vontade)
Afetividade
Intelectualidade
Sabemos que o sistema nervoso é um todo indivisível, ao passo que sua divisão seria
puramente didática, podendo ser feita de acordo com critérios anatômicos, embriológicos,
funcionais e segmentares.
MÓDULO 1
O termo medula quer dizer miolo, ou seja, o que está dentro. Trata-se de uma massa
cilíndrica, composta por tecido nervoso e que se localiza dentro do canal vertebral. Em
sua porção superior, há a continuação do bulbo, que está localizado a nível do forame
magno do osso occipital. Sua porção inferior no indivíduo adulto se localiza entre a
primeira e a segunda vértebras lombares.
Exemplo
Vale ressaltar a grande importância clínica para esse fato, como nos casos de hérnias de
disco que ocorrem entre as vértebras L4 e L5 ou L5 e S1, as quais não comprimem a
medula espinhal, ou nos casos de traumatismos em que ocorre fratura das últimas
vértebras lombares ou dos ossos do sacro. Essas também não impactam em lesões
medulares, podendo levar a lesões do tipo periférica.
Em sua porção final, a medula afunila-se formando o cone medular, que continua com
um filamento meníngeo delgado, chamado de filamento terminal. Trata-se de um
prolongamento da pia-máter, um dos envoltórios do Sistema Nervoso Central, que será
discutido ao final do módulo.
Me
dula espinhal.
Vale lembrar que a substância cinzenta é formada, principalmente, por corpos celulares e
a branca é constituída por fibras mielinizadas, que sobem e descem a medula, as quais
constituem os vários tratos de fibras - veremos mais adiante.
Podemos fazer uma analogia até aqui sobre a medula espinhal e um fio condutor capaz
de “transportar” energia elétrica nos dois sentidos:
Clique nas etapas a seguir.
Ascendente
Levando informações provenientes da periferia em direção às estruturas encefálicas,
relacionadas basicamente à informação sensorial, como dor e temperatura.
Descendente
Levando informações provenientes da “central de comando”, que são estruturas
superiores em direção à periferia, relacionada à informação motora, para ativação da
musculatura esquelética.
Um indivíduo que sofre algum tipo de lesão nessa estrutura condutora de informações
poderá desenvolver alterações que envolvam os sistemas sensorial e motor.
Fil
amentos radiculares e formação dos nervos espinhais.
Um fato importante para o qual devemos chamar atenção é que existem 8 pares de
nervos cervicais, mas somente 7 vértebras. Isso ocorre porque o primeiro par cervical
emerge acima da primeira vértebra cervical (entre ela e o osso occipital), já o oitavo par
emerge abaixo da sétima vértebra, ocorrendo o mesmo processo com todos os nervos
espinhais abaixo, emergindo sempre abaixo da vértebra correspondente.
A medula não ocupa todo o canal vertebral no indivíduo adulto, pois, conforme já
mencionado, seu limite inferior é a nível da segunda vértebra lombar. Portanto, abaixo
desse nível, estão presentes apenas meninges e raízes nervosas dos últimos nervos
espinhais, que, em conjunto, são chamadas de cauda equina.
A diferença de ritmo entre o crescimento da coluna vertebral e a medula espinhal faz com
que haja afastamento dos segmentos medulares das vértebras correspondentes. Por
esse motivo, existe uma regra prática (Regra de Peele) para tentarmos identificar o
segmento medular subjacente à vértebra.
Saiba mais
Entre os níveis das vértebras C2 a T10, soma-se 2 ao número do processo espinhoso da
vértebra e, assim, temos o número do segmento medular subjacente. A vértebra T10
corresponde ao segmento medular T12. Já as vértebras T11 e T12 correspondem aos 5
segmentos lombares e, por fim, a vértebra L1 corresponde aos 5 segmentos sacrais.
Essas relações podem ser importantes clinicamente, norteando o profissional para o
possível nível de uma lesão medular em um indivíduo que sofreu uma fratura em
determinada vértebra, por exemplo.
ESTRUTURAS MICROSCÓPICAS
Já os neurônios GAMA são menores, de axônio fino e são destinados à inervação das
fibras localizadas mais internamente ao músculo - fibras intrafusais.
Un
idade motora.
Essas informações são importantes para compreendermos que, ao contrair
voluntariamente um músculo, ocorre a ativação de ambos os motoneurônios (ALFA e
GAMA), fenômeno chamado de coativação alfa-gama. Este representa o fato de que
existe uma neurorregulação periférica da contração muscular, porém não podemos
esquecer que ambos estão continuamente sob a influência de várias formações
superiores.
Ainda sobre os neurônios de axônio longo, temos os cordonais, que são aqueles cujos
axônios ganham a substância branca da medula, onde tomam direção ascendente ou
descendente, passando a constituir as fibras que formam os fascículos da medula.
Saiba mais
Esses neurônios podem ser considerados de projeção, quando possuem um axônio longo
que termina fora da medula (por exemplo, no tálamo ou cerebelo), ou podem ser
neurônios de associação, que se bifurcam em ascendente e descendente, terminando na
substância cinzenta da própria medula. Tudo isso com o objetivo de constituir um
mecanismo de integração de segmentos medulares situados em níveis diferentes.
Para finalizarmos o módulo, não podemos deixar de aprender sobre as estruturas que
compõem a substância branca, que, como vimos, é formado por axônios, em sua grande
maioria, mielinizados (o que confere a coloração branca), agrupados em tratos e
fascículos. Estes formam verdadeiros “caminhos” ou “vias”, por onde passam os impulsos
nervosos que sobem e descem em toda extensão da medula espinhal.
Viscerais
Terminando nos neurônios pré-ganglionares do Sistema Nervoso Autônomo
Somáticas
Que podem ser piramidais ou extrapiramidais
As vias piramidais recebem esse nome apenas porque, antes de entrar na medula,
passam pelas pirâmides bulbares, estrutura anatômica localizada no tronco encefálico.
Essas vias compreendem os tratos córtico-espinhal anterior e córtico-espinhal lateral, que
se originam no córtex cerebral e levam impulsos nervosos aos neurônios da coluna
anterior da medula.
Saiba mais
Via córtico-
espinhal.
Os nomes das vias extrapiramidais referem-se aos locais onde eles se originam:
Teto do mesencéfalo
Vestíbulo-espinhal
Núcleos vestibulares
Rubro-espinhal
Núcleo rubro do mesencéfalo
Retículo-espinhal
Por fim, vamos conhecer as vias ascendentes da medula, que se relacionam direta ou
indiretamente com as fibras que penetram pela raiz dorsal, levando impulsos aferentes de
várias partes do corpo, ou seja, informações sensitivas.
Essas fibras também podem ser viscerais, que se originam nos interoceptores, ou
somáticas, que se originam nos proprioceptores, podendo ser conscientes ou
inconscientes e que se originam nos exteroceptores, relacionados com temperatura, dor,
tato e pressão. As fibras ascendentes reúnem-se em tratos e fascículos com
características e funções próprias. Vamos analisá-las separadamente a seguir, de acordo
com os funículos posterior, anterior e lateral.
A especialista Isabela Andrelino de Almeida Shigaki faz uma revisão geral do módulo,
associando os conhecimentos dispostos no texto sobre as funções dessa estrutura com
quadros de lesões, chamando atenção para os sinais clínicos:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Responder
Comentário
2. As fibras da substância branca formam os tratos ou fascículos e se dividem em vias
ascendentes (aferentes) ou descendentes (eferentes). Em relação a essas vias, assinale
a alternativa correta.
Responder
Comentário
MÓDULO 2
TRONCO ENCEFÁLICO
Mesencéfalo
Ponte
Bulbo
Vamos discutir a seguir essas três divisões, iniciando pelo bulbo, que apresenta o seu
limite caudal correspondendo a nível do forame magno do osso occipital, e o limite cranial
é o sulco bulbo-pontino, que corresponde à margem inferior da ponte. Em sua parte
caudal, fibras do trato córtico-espinhal cruzam o plano mediano na decussação das
pirâmides bulbares, conforme mencionado no módulo anterior. Os centros respiratórios,
vasomotor e do vômito estão localizados também no bulbo.
O
tronco encefálico.
A ponte está interposta entre o bulbo e o mesencéfalo, e apresenta numerosos feixes de
fibras que convergem de cada lado para formar um volumoso feixe, conhecido
como pedúnculo cerebelar médio. Este representa bastante importância por se tratar da
maior “porta de entrada” para o cerebelo, responsável pela condução de importantes
informações vindas da medula espinhal, apresentando íntima relação com o movimento
humano.
O mesencéfalo está localizado entre a ponte e o cérebro. Por ele, passa um estreito
canal, o aqueduto cerebral, que une o III ao IV ventrículo. A parte situada dorsalmente ao
aqueduto é o teto do mesencéfalo e, ventralmente, há dois pedúnculos cerebrais, que se
dividem em:
Tegmento
Base do pedúnculo
Em uma secção transversal do mesencéfalo, é possível observar o tegmento separado
da base por uma região escura, a substância negra, que apresenta essa coloração por
ser formada por neurônios que contêm melanina. Essa região apresenta importante
relevância, pois habitam neurônios produtores de um importante neurotransmissor, a
dopamina. Em indivíduos com doença de Parkinson, esses neurônios se degeneram,
levando a uma série de alterações nesses indivíduos, principalmente, relacionados a
distúrbios de movimento.
Corte transversal do mesencéfalo.
CEREBELO
Loc
alização do cerebelo.
Vale chamar a atenção para esse aspecto anatômico relacionado ao local onde se situa,
por ser praticamente inextensível, o que significa dizer que, se um indivíduo apresentar
um processo expansivo nessa região, mesmo que seja pequeno, poderá provocar
rapidamente um aumento da pressão intracraniana devido à sua relação próxima com o
IV ventrículo.
Ao observar o órgão em uma vista inferior, facilmente, visualiza-se uma pequena porção
cerebelar separada da restante, chamada de flóculo, unido na porção mediana
pertencente ao vérmis, o lóbulo chamado de nódulo.
Ainda de maneira anatômica, podemos dividir o cerebelo em três lobos: lobo flóculo-
nodular (constituído pelo nódulo e flóculos direito e esquerdo) e lobos anterior e posterior,
divididos pela fissura primária.
Essas informações são importantes para compreendermos os estudos filogenéticos, que
relacionam a evolução do órgão em diferentes espécies, demonstrando que algumas
formações são mais antigas e outras mais recentes. Desses estudos, resultou a divisão
do cerebelo em arquicerebelo, paleocerebelo e neocerebelo, que discutiremos agora,
correlacionando com os aspectos funcionais.
A formação mais antiga do cerebelo corresponde ao lobo flóculo-nodular, que é
conhecido como arquicerebelo e apresenta conexões vestibulares. Por isso, também
pode ser conhecido como cerebelo vestibular. Essa porção é responsável pela
manutenção do equilíbrio, sendo assim, para que ocorra essa manutenção, o sistema
vestibular informa ao cerebelo a posição dos nossos olhos em relação à cabeça, a
posição da cabeça em relação aos nossos olhos e a posição da nossa cabeça em
relação ao nosso tronco.
Na sequência, seguindo a evolução filogenética, surgiu o paleocerebelo, que
corresponde ao lobo anterior e apresenta conexões com a medula espinhal, que leva ao
cerebelo informações sobre os impulsos proprioceptivos, como o grau de contração
muscular. Essas informações são importantes para a regulação do tônus muscular e da
postura, uma das funções desse órgão.
Por fim, na última fase de evolução do órgão, surgiu o neocerebelo, que corresponde ao
lobo posterior e apresenta amplas conexões com o córtex cerebral (podendo ser
chamado de cerebelo cortical), que leva informações ao órgão relacionado ao
planejamento e à coordenação motora.
Resumindo
DIENCÉFALO
Epitálamo
Tálamo
Subtálamo
Hipotálamo
Diencéfalo.
Iniciaremos nosso estudo do diencéfalo pelo tálamo, importante estrutura composta por
duas massas volumosas de substância cinzenta, de forma ovoide e fundamentalmente
constituído por vários núcleos bastante numerosos. Esses podem ser divididos em cinco
grupos de acordo com sua localização:
Anterior
Posterior
Lateral
Mediano
Medial
Tál
amo, em azul.
Esse agregado de núcleo possui conexões muito diferentes, o que indica funções
também diversas, sendo que as mais conhecidas se relacionam com a sensibilidade, a
motricidade, o comportamento emocional e a ativação do córtex.
Logo abaixo do tálamo, temos o hipotálamo, uma área relativamente pequena, mas com
importantes funções relacionadas, principalmente, com o controle da atividade visceral. É
considerado o mais importante centro de controle central do Sistema Nervoso Autônomo,
atuando na regulação da temperatura corporal, do comportamento emocional, do sono e
da vigília, da ingestão de alimentos e de água, do controle da diurese, do sistema
endócrino e da regulação dos ritmos circadianos.
Hipotálamo.
NÚCLEOS DA BASE
Exemplo
TELENCÉFALO
O sulco lateral
O central
Os sulcos cerebrais ajudam a delimitar os lobos cerebrais que recebem sua denominação
de acordo com os ossos do crânio, com os quais se relacionam, sendo eles: frontal,
parietal, temporal, occipital e ínsula.
Lobos cerebrais.
Iniciaremos nosso estudo pelo lobo frontal, onde são identificados três sulcos principais:
pré-central, frontal superior e frontal inferior. Entre o sulco central e o sulco pré-central
está o giro pré-central, que representa a principal área motora do cérebro, conhecida
como área motora primária. Esta realiza conexões com outras estruturas, como tálamo,
cerebelo e núcleos da base, e é de onde se origina grande parte das fibras do trato
córtico-espinhal, as quais levam os impulsos nervosos necessários para a contração
muscular
Lo
bo frontal.
Atenção
No giro frontal médio, e não à toa situado ao lado do giro pré-central, localiza-se a área
motora secundária, que se divide em duas áreas: motora suplementar e pré-motora, que
também realiza conexões com os núcleos da base, cerebelo e área motora primária,
responsável pelo planejamento, programação e sequência dos movimentos, preparando
nosso corpo, especialmente os membros para a realização de movimentos mais
delicados.
Saiba mais
A porção mais inferior do lobo frontal é subdividida nas partes orbital, triangular e
opercular, sendo localizada nessa última porção a área de Broca. Na maioria dos
indivíduos, a localização se dá no hemisfério esquerdo, responsável pelo centro cortical
da expressão da linguagem, tanto de maneira falada, quanto de maneira escrita.
Alterações nessa área levam às conhecidas afasias motoras, isto é, quando o indivíduo
compreende as informações faladas e as leituras, porém não consegue se expressar.
Lo
bo parietal.
Se houver lesão nessa região, o indivíduo pode apresentar quadro de anestesia, que é a
ausência total da sensação, ou apenas diminuição, chamada de hipoestesia. Em sua
região mais superior, logo atrás da área sensitiva primária, está presente a área sensitiva
secundária, que é responsável pela interpretação da informação sensorial. Quando há
déficit, chamamos de agnosia, do tipo tátil.
Uma informação importante sobre esses lobos refere-se a um achado que ocorreu na
década de 40, por um médico neurocirurgião canadense, Wield Penfield. Ao investigar
fatores envolvidos na epilepsia, o médico descobriu uma região nas superfícies pré e pós-
central, localizada nos lobos frontal e parietal, responsável pelo controle motor e sensorial
do corpo humano, conforme já mencionado acima. Com isso, observou-se a presença de
uma representação humana das partes do corpo nessas regiões, chamadas de áreas
somatotópicas, que ficou conhecida como homúnculo de Penfield.
Ho
múnculo de Penfield.
O lobo temporal apresenta dois sulcos principais, o sulco temporal superior e inferior.
Entre os sulcos lateral e temporal superior está o giro temporal superior, onde se localiza
a área de Wernicke, que, assim como a área de Broca, localizada no lobo frontal, também
se relaciona com a fala e escrita, porém é responsável pela compreensão dessas
informações.
Lo
bo temporal.
Atenção
Ainda no giro temporal superior do lobo temporal, destacamos as áreas responsáveis por
captar os impulsos auditivos (área auditiva primária) e interpretá-los (área auditiva
secundária). No caso de lesões nessas áreas, podem ser encontrados quadros de:
O lobo localizado em posição mais posterior e que ocupa uma porção relativamente
pequena é o lobo occipital, o qual apresenta pequenos giros e sulcos. Apresenta dois
sulcos importantes: sulco calcarino e sulco parieto-occipital.
Lo
bo occipital.
Nos lábios do sulco calcarino, localiza-se o centro cortical da visão, aonde chegam os
impulsos visuais (área primária da visão), que, em caso de lesão, podem
gerar amaurose (cegueira) ou ambliopia (diminuição da acuidade visual). Nessa região,
também chegam impulsos visuais para serem interpretados (área secundária da visão) e,
caso haja lesão, geram as agnosias visuais (DORETTO, 2001).
Por fim, o lobo da ínsula está localizado mais profundamente, podendo ser observado
após o afastamento dos lábios do sulco lateral, apresentando alguns sulcos e giros. Esse
lobo está envolvido com funções emocionais, fortemente relacionadas ao sistema límbico,
e está envolvido na modulação das funções viscerais, hormonais e autonômicas.
Lobo da ínsula.
OS LOBOS CEREBRAIS
VERIFICANDO O APRENDIZADO
O órgão não possui substância cinzenta, ou seja, córtex, sua principal diferença com o
cérebro.
Repousa sobre a fossa cerebelar do osso parietal e está separado do lobo occipital do
cérebro por um septo da pia-máter (meninge), conhecida como tenda do cerebelo.
Responder
Comentário
2. Um paciente que sofreu uma lesão encefálica apresenta os seguintes sinais clínicos:
não movimenta voluntariamente o braço, alteração de sensibilidade no mesmo membro,
além de fala difícil, lenta e com alguns sons produzidos de forma incorreta. Sua
capacidade de compreensão da linguagem oral e escrita está normal. Diante do exposto,
é correto afirmar que a lesão ocorreu:
No hipotálamo e ponte
Na área de Wernicke
No córtex motor primário e na área de Broca
Responder
Comentário
MÓDULO 3
MENINGES E LÍQUOR
Atenção
Saiba mais
Não podemos deixar de chamar a atenção para as granulações aracnoides. Estas levam
pequenos prolongamentos do espaço subaracnóideo, nos quais o líquor está separado
do sangue apenas por um endotélio e uma fina camada de aracnoide. É, portanto, uma
importante estrutura adaptada à absorção do líquor, que, ao chegar a esse ponto, é
absorvido para o sangue.
O líquor é produzido nos plexos coroides a partir das células ependimárias localizadas
nas paredes ventriculares, principalmente, dos ventrículos laterais, que passa ao III
ventrículo por meio dos forames interventriculares e através do aqueduto central chega
até o IV ventrículo.
Este, por sua vez, passa para o espaço subaracnóideo, sendo então reabsorvido pelas
granulações aracnoides que se projetam para o interior da dura-máter.
A atividade funcional das células nervosas exige para seu metabolismo um suprimento
contínuo e elevado de glicose e oxigênio, principalmente, no encéfalo, que depende de
um processo de oxidação de carboidratos e não pode, nem temporariamente, ser
sustentado por metabolismo anaeróbio.
Você sabia
FSC = PA – PV / RCV
Essa resistência cerebrovascular depende, principalmente, de alguns fatores, como:
A pressão intracraniana
Que pode elevar essa resistência quando aumentada.
A viscosidade do sangue
Indivíduos que apresentam diabetes mellitus podem, em alguns momentos, ter mais
glicose na corrente sanguínea, o que deixa o sangue mais viscoso e aumenta a
resistência, além do calibre dos vasos cerebrais.
É formado pelas porções proximais das artérias cerebrais anteriores, médias e posteriores, direita
e esquerda.
A artéria comunicante anterior é pequena e une as duas artérias cerebrais anteriores, assim como
as artérias comunicantes posteriores unem de cada lado as artérias carótidas internas com as artérias
cerebrais posteriores correspondentes.
É importante conhecermos os territórios de irrigação das artérias cerebrais para
compreendermos um quadro sintomatológico característico das síndromes das artérias
cerebrais. Esses são comuns nos casos de obstrução dessas artérias ou de seus ramos
mais calibrosos, como o que ocorre nos acidentes vasculares encefálicos.
As veias do cérebro drenam o sangue para os seios da dura-máter, de onde o sangue converge
para as veias jugulares internas.
O leito venoso é muito maior que o arterial, sendo a circulação venosa muito mais lenta, o que
confere baixa pressão e pouca variação.
As veias do cérebro dispõem-se em dois sistemas:
Pelas artérias espinhais anteriores, que percorrem o sulco mediano e irrigam os dois
terços anteriores da medula.
Pelas artérias espinhais posteriores, que percorrem os sulcos laterais posteriores e
irrigam a porção posterior da medula.
Já o sistema horizontal é formado pelas artérias radiculares, também ramos das
artérias vertebrais, e se dividem em um ramo anterior e posterior, os quais penetram na
medula com as raízes dos nervos espinhais. Contudo, apenas algumas artérias
contribuem de fato para a vascularização da medula, sendo sua distribuição anterior:
medula cervical e dorsal entre 1 e 2, e medula lombo-sacral entre 1 e 3 artérias. Em
sua distribuição posterior, podem existir entre 10 e 20 artérias.
Saiba mais
POLÍGONO DE WILLIS
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Responder
Comentário
2. Uma membrana serosa, delgada e transparente, que envolve o cérebro e a medula
espinhal, situada entre duas outras membranas, apresentando como principal
característica trabéculas delicadas, nas quais se ligam a uma membrana mais interna.
Assinale a alternativa a seguir que corresponde a essa descrição.
Pia-máter
Dura-máter
Aracnoide
Foice do cérebro
Tenda do cerebelo
Responder
Comentário
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, estudamos quais as estruturas que recobrem e protegem todo esse sistema tão
vital, que faz com que nós, seres humanos, consigamos nos relacionar com o meio em
que vivemos.
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
DESCRIÇÃO
PROPÓSITO
OBJETIVOS
Módulo 1
Identificar os nervos espinhais, suas funções e correlações clínicas
Módulo 2
Identificar os nervos encefálicos, suas funções e lesões
Módulo 3
Reconhecer as funções do Sistema Nervoso Autônomo
INTRODUÇÃO
Neste conteúdo, vamos estudar as estruturas que fazem parte do Sistema Nervoso
Periférico, que é composto por:
Nervos encefálicos, que são responsáveis principalmente pela inervação das estruturas
da cabeça e pescoço
Esse sistema apresenta como principal função realizar a conexão entre o Sistema
Nervoso Central, a nossa “central de comando”, e todas as estruturas corporais, e assim
enviar e receber os estímulos do meio tanto interno quanto externo.
MÓDULO 1
Os nervos são cordões esbranquiçados compostos por vários feixes de fibras nervosas,
envoltos por tecido conjuntivo, com a função de conduzir impulsos aferentes e eferentes a
partir do Sistema Nervoso Central a estruturas periféricas, em ambos os sentidos. Além
disso, apresentam três bainhas conjuntivas: epineuro, perineuro e endoneuro, que
conferem grande resistência ao nervo.
Atenção
Comentário
Vale lembrar que os nervos também podem ser considerados encefálicos, pois sua união
se faz com o encéfalo, assunto que estudaremos no próximo módulo.
Os nervos espinhais são responsáveis pela inervação do tronco, dos membros e partes
da cabeça. São 31 pares, que correspondem aos segmentos medulares existentes:
12 pares torácicos
5 pares lombares
5 sacrais
1 coccígeo
Cada nervo que emerge da medula é formado pela união da raiz dorsal e raiz ventral.
Raiz dorsal
É responsável pelo recebimento da informação sensitiva, vinda da periferia.
Raiz ventral
É responsável pela saída da informação motora.
Além disso, a união dessas duas raízes forma o tronco do nervo espinhal, sendo assim,
podemos afirmar que o nervo espinhal é considerado um nervo misto, por apresentar
esses dois componentes (motor e sensitivo).
Secção transversal da medula espinhal.
Ainda sobre a estrutura do nervo espinhal, em sua raiz dorsal, está localizado o gânglio
espinhal, onde estão os corpos dos neurônios sensitivos, cujos prolongamentos central e
periférico formam a raiz. Já a raiz ventral é formada por axônios que são originados a
partir dos neurônios motores situados nas colunas anterior e lateral da medula e, por
esse motivo, não apresentam gânglios.
Secção transversal da medula espinhal.
COMPONENTES AFERENTES
As fibras responsáveis pela condução da informação sensitiva, ou seja, aferentes,
podem ser consideradas somáticas, e as estruturas receptoras, ou terminações
nervosas, são conhecidas como exteroceptores, que a nível consciente levam
informações de temperatura, dor, pressão e tato, e também conhecidas
como proprioceptores, localizados nos músculos e articulações, que a nível consciente
e inconsciente levam informações sobre o tônus muscular, movimento e posição da
articulação.
Essas fibras aferentes também podem ser consideradas viscerais, que por meio
dos interoceptores conduzem informações sensoriais dos nossos órgãos internos.
COMPONENTES EFERENTES
Já as fibras responsáveis pela condução da informação motora, ou seja, eferentes,
também podem ser consideradas somáticas, quando o impulso se direciona aos
músculos estriados esqueléticos, e considerados viscerais, uma vez que a informação se
destina a musculatura lisa, cardíaca e glândulas.
O tronco do nervo espinhal sai do canal vertebral pelo forame intervertebral e logo se
divide em um ramo dorsal e um ramo ventral que constituem a raiz nervosa, que, por sua
vez, pode dar origem ao nervo espinhal, como no caso da região torácica, ou, então, a
união de várias raízes nervosas pode constituir os conhecidos plexos, que estão
presentes na região cervical, braquial e lombossacra.
Os nervos originados dos plexos são plurissegmentares, ou seja, contêm fibras
originadas em mais de um segmento medular.
PLEXOS NERVOSOS
A palavra plexo significa trançado, e é a união das raízes nervosas para a então
formação dos nervos terminais. Existem cinco plexos nervosos:
Cervical
Braquial
Lombar
Sacral
Coccígeo
Atenção
O plexo cervical é formado pelas quatro primeiras raízes cervicais, responsável pela
inervação da pele e dos músculos da cabeça, pescoço, cintura escapular e músculo
diafragma.
O plexo cervical.
Seu nervo principal e terminal é o nervo frênico, que inerva o músculo diafragma, o qual
exerce importante função no processo de respiração.
Sabendo disso, já podemos começar a compreender a gravidade do quadro clínico
quando ocorrem lesões em estruturas altas como na região cervical.
Nervos do plexo braquial.
O plexo braquial é formado pelas quatro últimas raízes cervicais e pela primeira raiz
torácica. Eventualmente, pode ter contribuição da quarta raiz cervical ou segunda raiz
torácica. É responsável pela inervação da pele e dos músculos da cintura escapular e
membro superior. Pode ser dividido em algumas partes (tronco, divisão, fascículo e
nervos terminais), que veremos a partir de agora.
O tronco superior é formado pela união dos ramos de C5 e C6, o tronco médio é a
continuação do ramo de C7 e o tronco inferior é formado pela união dos ramos de C8 e
T1.
Cada tronco possui uma divisão anterior e uma posterior e se localiza posteriormente no
terço médio da clavícula até a primeira costela.
O fascículo posterior é formado pela união das divisões posteriores dos troncos superior,
médio e inferior. O fascículo lateral é formado pela união das divisões anteriores dos
troncos superior e médio. O fascículo medial é formado pela divisão anterior do tronco
inferior. Essas designações dos fascículos em posterior, medial e lateral referem-se às
suas relações anatômicas com a artéria axilar.
Plexo Braquial.
A partir dos fascículos medial e lateral, origina-se o nervo mediano; do fascículo posterior,
originam-se os nervos subescapular superior, toracodorsal, subescapular inferior, axilar e
radial.
Dorsal
Levantador
da escápula
da escápula e romboide
Torácico
Serrátil anterior
longo
Supraescapular
Supraespinhal e infraespinhal
Peitoral
Peitorallateral
maior
Musculocutâneo
Músculos do compartimento anterior do braço
Peitoral
Peitoralmedial
menor e maior
Subescapular
Subescapularsuperior
Toracodorsal
Latíssimo do dorso
Subescapular
Subescapularinferior
e redondo maior
O quadro seguinte aponta as principais dificuldades após a lesão de alguns nervos que
se originam do plexo braquial.
Musculocutâneo
Flexão de ombro e cotovelo
Abdução de ombro
Os plexos lombar e sacral podem ser estudados como um só, o plexo lombossacro.
Comentário
O padrão anatômico do plexo lombossacro é mais simples que o plexo braquial, uma vez
que os nervos periféricos dele originados são derivados diretamente das divisões
anteriores ou posteriores das raízes dos nervos espinhais de T12 a S4, não havendo
formações de troncos, divisões e fascículos.
O plexo lombar é formado pela união das raízes de L1, L2 e L3, podendo haver
contribuições eventuais de T12 e L4.
O plexo sacral é formado pela união das raízes de L4, L5, S1, S2 e S4, além de parte de
S4.
O plexo lombar e sacral inerva pele e músculos do abdome, órgãos genitais, cintura
pélvica e membro inferior. O maior nervo do plexo lombar é o femoral, que se distribui
para os músculos flexores de quadril e extensores do joelho e para a pele sobre a face
medial e anterior da coxa e lado medial da perna e do pé. Outro nervo importante desse
plexo é o obturatório, responsável pela inervação dos músculos adutores do quadril e da
pele sobre a face medial da coxa.
O principal e maior nervo do plexo sacral é o ciático, que inerva a musculatura da região
posterior da coxa, como os isquiotibiais e o piriforme, por exemplo. No trajeto do nervo
ciático, na altura da fossa poplítea, divide-se em nervo fibular comum, responsável pela
musculatura da região anterior da perna e do pé, e em nervo tibial, que inerva a
musculatura da região posterior da perna e do pé.
Nervo ciático.
Glúteo
Glúteosuperior
médio, mínimo e tensor da fáscia lata
Glúteo
Glúteoinferior
máximo
Isquiotibiais, piriforme, quadrado da coxa, obturatório interno, adutor magno, gêmeo superior e infe
Fibular
Dorsiflexores
profundo
e extensores dos dedos
Fibular
Extensorsuperficial
curto do hálux, fibular longo e curto
Plantar
Quadradolateral
plantar, abdutor do dedo mínimo, flexores dos dedos e adutor do hálux
Plantar
Abdutormedial
do hálux e flexores dos dedos
O próximo quadro aponta as principais dificuldades após a lesão de alguns nervos que se
originam do plexo lombossacro.
Flexão de joelho
A neuropraxia é uma delas, sendo o tipo de lesão mais leve, pois a estrutura do nervo
permanece intacta e apenas a condução axonal é interrompida, ocorrendo uma perda
temporária da função, portanto apresentando bom prognóstico.
Por fim, o tipo de lesão mais grave é chamado de neurotmese, e ocorre quando o nervo
é totalmente seccionado e, sendo assim, ocorre a lesão tanto do axônio como do
endoneuro, fazendo com que a distância entre esses cotos nervosos seja bastante
variável, não favorecendo assim o processo de regeneração, que fica muito difícil.
Portanto, esse tipo de lesão apresenta um prognóstico ruim.
AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM LESÃO NERVOSA PERIFÉRICA
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Em relação ao plexo braquial, assinale a opção que completa corretamente as lacunas
da sentença abaixo.
Responder
Comentário
Dispraxia
Neurotmese
Axonotmese
Neuropraxia
Apraxia
Responder
Comentário
MÓDULO 2
ASPECTOS GERAIS
Os nervos encefálicos surgem do encéfalo como 12 pares. Eles são numerados de I a XII
(números romanos) aproximadamente na ordem de cima (rostral) para baixo (caudal).
Atenção
Ao contrário dos nervos espinhais, cujas raízes são fibras neurais da substância cinzenta
espinhal, os nervos encefálicos são compostos de processos neurais associados a
núcleos distintos no tronco encefálico e estruturas corticais.
Abducente
Vestibulococlear
Glossofaríngeo
Acessório
Hipoglosso
Audição e equilíbrio
Danos aos nervos cranianos, seus tratos ou núcleos resultam em disfunções
estereotipadas, as quais serão discutidas com mais detalhes na descrição dos
nervos encefálicos.
NERVOS ENCEFÁLICOS
A maioria dos nervos encefálicos surge do tronco encefálico, com exceção do I olfatório e
II óptico, que estão localizados no telencéfalo e ao diencéfalo, respectivamente.
I NERVO OLFATÓRIO
O nervo olfatório transmite impulsos olfativos do epitélio olfatório do nariz para o cérebro,
é um nervo apenas sensitivo. Apresenta vários feixes nervosos, localizados na região
olfatória da fossa nasal, atravessam a lâmina crivosa do osso etmoide e terminam no
bulbo olfatório.
Saiba mais
As lesões na cabeça que fraturam a placa cribriforme podem romper os nervos olfatórios,
resultando em anosmia (perda do olfato) pós-traumática. Anosmia pode também ser
causada pelo bloqueio das cavidades nasais, por exemplo, um pólipo nasal.
II NERVO ÓPTICO
O nervo óptico transmite impulsos visuais da retina para o cérebro, também é um nervo
exclusivamente sensitivo. As suas fibras têm origem na retina, sendo esse nervo
constituído por um grosso feixe de fibras nervosas que emergem próximo ao polo
posterior de cada bulbo ocular, penetrando no crânio pelo canal óptico. Cada nervo óptico
une-se com o do lado oposto, formando o quiasma óptico, onde há cruzamento parcial de
suas fibras, as quais continuam no tracto óptico até o corpo geniculado lateral.
Saiba mais
Nervo oculomotor.
É considerado um nervo misto, pois possui uma raiz sensitiva e outra motora, sendo o
componente sensitivo consideravelmente maior, através de fibras que conduzem
impulsos exteroceptivos e proprioceptivos.
Escolha uma das Etapas a seguir.
Impulsos exteroceptivos
Impulsos proprioceptivos
Saiba mais
O nervo intermédio possui fibras eferentes viscerais gerais que são responsáveis pela
inervação pré-ganglionar das glândulas lacrimal, submandibular e sublingual.
Já as fibras aferentes viscerais especiais recebem impulsos gustativos originados nos 2/3
anteriores da língua.
As lesões do nervo facial causam paralisia facial, sendo comuns e de grande relevância.
A lesão do neurônio motor inferior do nervo facial é denominada de paralisia facial
periférica e tem sintomas diferentes das paralisias faciais centrais ou supranucleares por
lesão do neurônio motor superior.
Esse fato é explicado porque as fibras córtico-nucleares, que vão para os neurônios
motores do núcleo do nervo facial que inervam os músculos da metade superior da face,
serem homo e heterolaterais, ou seja, terminam no núcleo do seu próprio lado e no do
lado oposto. De modo diferente, as fibras que controlam os neurônios motores que
inervam a metade inferior da face são todas heterolaterais, o que gera alterações motoras
nos músculos da mímica facial da metade inferior da face do lado oposto; porém, na
metade superior, os movimentos são mantidos pelas fibras homolaterais que
permanecem intactas.
As lesões do par VIII podem causar perda da audição, no caso da parte coclear. Os
sintomas causados pela lesão da parte vestibular são vertigem, alterações do equilíbrio.
Outro sintoma frequente é um movimento oscilatório dos olhos chamado de nistagmo.
IX NERVO GLOSSOFARÍNGEO
Esse nervo é classificado como misto e emerge do sulco lateral posterior do bulbo.
A partir desse gânglio, originam-se as fibras nervosas do nervo auriculotemporal que vão
levar os impulsos para a glândula parótida.
Saiba mais
X NERVO VAGO
O maior dos nervos encefálicos é o nervo vago, que tem função mista e exclusivamente
visceral. Origina-se no sulco lateral posterior do bulbo, como filamentos radiculares que
juntos formam o nervo vago, que por sua vez emerge do crânio pelo forame jugular,
percorrendo a extensão do pescoço e o tórax, terminando no abdome.
O nervo motor mais importante da laringe é o nervo laríngeo, originado a partir do nervo
vago, os quais suas fibras são em grande parte originadas no ramo interno do nervo
acessório.
O nervo vago possui dois gânglios sensitivos (gânglio superior e inferior), e entre os quais
reúne-se o ramo interno do nervo acessório, que estudaremos a seguir.
Raiz espinhal
Ramo interno
Ramo externo
Atenção
Na lesão do nervo hipoglosso, ocorre a paralisia dos músculos de uma das metades da
língua. Dessa maneira, quando o paciente faz a protrusão da língua, ela se desvia para o
lado da lesão, por ação da musculatura do lado normal, não contrabalançada pelos
músculos da metade paralisada.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Suprir a inervação motora dos músculos da face, dos olhos, da língua, do maxilar e dos
músculos cervicais.
Responder
Comentário
Responder
Comentário
MÓDULO 3
Neurônios pré-ganglionares
Neurônios pós-ganglionares
Atenção
Taquicardia Bradicardia
Brônquios Constrição
O SISTEMA SIMPÁTICO
Antes do estudo do sistema simpático, vale lembrarmos alguns pontos importantes sobre
a musculatura cardíaca, que se difere do músculo esquelético e do músculo liso.
Vale chamar a atenção que todos os nervos espinhais possuem fibras simpáticas pós-
ganglionares, que é a forma pela qual o sistema simpático atinge alguns de seus alvos,
como os vasos cutâneos, as glândulas sudoríparas e os músculos eretores dos pelos.
Acomodação visual.
Saiba mais
O alvo das fibras pós-ganglionares são o tecido muscular liso, cardíaco ou o tecido
glandular, que assumem seu trajeto através do nervo espinhal ou de um nervo
independente, como os nervos cardíacos oriundos dos gânglios cervicais, ou ainda
podem se alocar a uma artéria, ficando superpostos à sua parede.
O SISTEMA PARASSIMPÁTICO
A partir dos gânglios, saem as fibras pós-ganglionares para as glândulas, músculo liso e
cardíaco.
Exemplo
Comentário
Este módulo é de grande importância clínica, tendo em vista que muitos pacientes
apresentam quadros que são característicos de reações psicossomáticas, destituídos de
causas orgânicas, decorrentes de ações nesse sistema. Portanto, a sua compreensão,
embora seja complexa, é bastante relevante para a atuação do profissional.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Assim como o Sistema Nervoso Somático, o Sistema Nervoso Visceral também
apresenta componentes aferentes e eferentes. Acerca desse tema, assinale a alternativa
correta:
A porção eferente do Sistema Nervoso Visceral leva impulso para glândulas, musculatura
lisa e cardíaca.
Responder
Comentário
2. Sabe-se que o Sistema Nervoso Autônomo apresenta uma porção conhecida como
sistema simpático. De acordo com sua localização e estruturas, assinale a alternativa
correta.
Sua localização está no tronco encefálico e nos segmentos sacrais da medula espinhal.
Responder
Comentário
CONCLUSÃO
Finalizamos mais uma aula de estudo muito importante para sua vida profissional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Você conheceu quais as estruturas que fazem parte do Sistema Nervoso Periférico e
compreendeu principalmente sobre como ocorre a relação com as estruturas centrais e
seus locais de ligação, como as ligações entre os nervos espinhais por meio das raízes
nervosas, e entre os nervos encefálicos, o telencéfalo e o tronco encefálico.
Você também aprendeu sobre os tipos de lesão que podem ocorrer nesse sistema, o seu
prognóstico e o quadro clínico que o paciente pode apresentar se acometido por esses
nervos (espinhais e encefálicos).
DESCRIÇÃO
PROPÓSITO
OBJETIVOS
Módulo 1
Descrever o mecanismo de plasticidade neural e a sua relação com o processo de
aprendizagem
Módulo 2
Descrever o mecanismo da plasticidade neural relacionado à recuperação de função
INTRODUÇÃO
MÓDULO 1
PLASTICIDADE NEURAL
Embora, há bastante tempo, tenha sido levantada a hipótese de que o sistema nervoso
poderia se adaptar ao longo da vida, agora, há ampla evidência de que o cérebro adulto
mantém a capacidade de reorganização ou plasticidade. Tradicionalmente, pensava-se
que a plasticidade era limitada ao desenvolvimento do sistema nervoso. Na verdade, os
períodos críticos relacionados com maior expressividade de neuroplasticidade são
aqueles em que os neurônios competem por locais sinápticos. Mudanças nos circuitos
neurais dependentes da atividade neural, geralmente, ocorrem durante um período
restrito de desenvolvimento ou um período crítico, quando o organismo é sensível aos
efeitos das experiências que são vivenciadas.
Atenção
Após o nascimento, o sistema nervoso continua a amadurecer. Embora a maioria dos 100
bilhões de neurônios já esteja formada no nascimento, os neurônios continuam a fazer
novas conexões com outras estruturas, por meio de ramificações dendríticas, bem como
remodelam outras conexões já existentes.
O tamanho da coluna vertebral está correlacionado com a força da sinapse que nela se
manifesta. A experiência pós-natal desempenha um papel importante na indução de
mudanças no desenvolvimento, fortalecendo o padrão de conexões sinápticas do
sistema.
Exemplo
Saiba mais
NEUROGÊNESE
Atenção
A zona subependimária do ventrículo lateral adulto é vista como uma matriz proliferativa
residual que sobrou do tubo neural embrionário. No adulto, os novos neurônios gerados
nessa região entram na corrente migratória rostral, completam suas últimas divisões e
continuam a migrar para o bulbo olfatório, onde se diferenciam em novos neurônios. Na
formação hipocampal, as células progenitoras dividem-se ao longo da fronteira entre o
hilo e a camada de células granulares, e as células filhas se diferenciam em neurônios de
células granulares. As células-tronco neurais foram isoladas, clonadas e expandidas com
sucesso a partir dessas regiões proliferativas do cérebro adulto.
Essas células podem dar origem aos três principais tipos de células do sistema nervoso,
que são os neurônios, os astrócitos e os oligodendrócitos. Em alguns casos, as
células-tronco neurais podem permanecer in vitro, ou seja, fora do seu ambiente natural,
por anos.
Exemplo
Estudos recentes têm mostrado que lesão cerebral aguda, incluindo a causada por
isquemia, convulsões e traumas, pode estimular a neurogênese no hipocampo adulto. No
entanto, a neurogênese intensificada também é causada por atividade convulsiva,
isquemia global leve do prosencéfalo e acidente vascular cerebral não associado à morte
neuronal no hipocampo. Assim, a morte celular não é necessária para a neurogênese
induzida por injúria.
Também foi relatado que o acidente vascular cerebral (AVC) aumenta a neurogênese na
região subependimal.
As consequências funcionais da neurogênese induzida por injúria ainda não são claras. É
possível que o aumento da neurogênese possa ser um mecanismo compensatório de
substituição de neurônios perdidos e neutralização de deficiências funcionais. Também
foi demonstrado que a aprendizagem por meio de tarefas dependentes do hipocampo
melhorou a sobrevivência das células recém-nascidas, enquanto as tarefas de
aprendizagem independentes do hipocampo não tiveram impacto na geração de novos
neurônios.
A integração funcional das células granulares geradas durante a idade adulta no circuito
do hipocampo foi relatada em estudos usando marcação retrógrada e anterógrada.
Estudos subsequentes indicaram que a estimulação ambiental afeta a proliferação e a
diferenciação dessas células em modelos experimentais in vivo. Especificamente, a
exposição a um ambiente enriquecido aumenta a neurogênese do giro denteado.
Atenção
Saiba mais
O termo engrama foi utilizado pela primeira vez por Richard Semon, um biólogo alemão.
Geralmente, refere-se a mecanismos (ou tags) pelos quais as memórias são
armazenadas. A visão predominante hoje é de que a memória deve deixar alterações
físicas (por exemplo, moleculares) e, muitas vezes, distribuídas no tecido neuronal.
Outra opinião bem aceita é que não há nada como “memória universal”, em vez disso,
existem vários sistemas de memória com seus recursos cerebrais específicos
(parcialmente concorrentes, mas também compartilhados) para cumprir suas tarefas.
Existe um conceito de que a memória pode ser armazenada (pelo menos em mamíferos)
em mudanças distribuídas nas redes sinápticas, que podem modular a sincronização e o
agrupamento de disparos de montagens neuronais. Uma introspecção posterior do
engrama e sua natureza também provoca muitas questões sobre estabilidade,
localização, curso de tempo de possíveis mudanças e consolidação e transformação de
um traço de memória.
Exemplo
Exemplo
Saiba mais
Exemplo
Exemplos de neuroplasticidade
NEUROGÊNESE
A neurogênese é a criação de novos neurônios nas partes centrais do cérebro, o
hipocampo e o bulbo olfatório. A neurogênese ocorre em altas taxas no cérebro jovem e
pode ocorrer no cérebro adulto até por volta da décima década de vida.
SINAPTOGÊNESE
A sinaptogênese é a criação de novas conexões neurais. A sinaptogênese ocorre quando
o cérebro é exposto a novos ambientes e experiências em atividades, como viajar ou
aprender um novo instrumento musical.
POTENCIAÇÃO DE LONGO PRAZO
A potenciação de longo prazo é uma forma de plasticidade dependente da atividade que
resulta em um aumento persistente da transmissão sináptica.
DEPRESSÃO DE LONGO PRAZO
A depressão de longo prazo é o enfraquecimento das sinapses que não estão sendo
usadas. Está associada à memória e ao aprendizado motor. Pesquisas realizadas no
campo investigativo da neuroplasticidade estudaram o papel da depressão de longo
prazo na perda de memória de distúrbios neurológicos, como a doença de Alzheimer e
drogas que prejudicam o córtex pré-frontal, como a cocaína.
PLASTICIDADE NEURAL
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Neuroplasticidade
Condução saltatória
Condução contínua
Polarização
Memória
Responder
Comentário
2. A partir de experiências vividas pelo indivíduo, redes de neurônios são reorganizadas,
sinapses são reforçadas e são possibilitadas novas respostas em função do que é
necessário. Há pouco tempo, o cérebro humano era visto como um órgão desenhado no
momento do nascimento e que não poderia jamais se modificar, restando a ele apenas
crescer como outros órgãos do corpo. Mas, pelo contrário, mesmo durante a velhice, o
cérebro continua se adaptando ativamente ao ambiente. Por uma série de estímulos
sensoriais e bioquímicos, esse fenômeno promove seu crescimento a cada:
Novo aprendizado
Disfunção glial
Estresse oxidativo
Neurônio perdido
Responder
Comentário
MÓDULO 2
Exemplo
Se um hemisfério do cérebro está danificado, o hemisfério intacto pode assumir algumas
de suas funções. O cérebro compensa os danos efetivos reorganizando e formando
novas conexões entre neurônios intactos. Um bom exemplo de lesão cerebral é o
acidente vascular cerebral (AVC). A recuperação da função após o AVC é uma
consequência dependente de muitos fatores, incluindo a resolução do edema e a
sobrevivência da penumbra isquêmica.
O resultado dessa reorganização é uma nova arquitetura funcional, que irá variar de
paciente para paciente dependendo da anatomia do dano, da idade biológica do paciente
e da cronicidade da lesão.
O sucesso de qualquer intervenção terapêutica depende de quão bem ela interage com
essa nova arquitetura funcional. Portanto, é crucial que o estudo de novas estratégias
terapêuticas para tratar o comprometimento motor após o AVC considere isso. É
fundamental compreender as mudanças adaptativas funcionalmente relevantes no
cérebro humano após dano focal. Uma maior compreensão de como essas mudanças
estão relacionadas ao processo de recuperação permitirá não apenas o desenvolvimento
de novas técnicas terapêuticas baseadas em princípios neurobiológicos e projetadas para
minimizar o prejuízo em pacientes que sofreram AVC, mas também direcionar essas
terapias aos pacientes apropriados.
Saiba mais
Evidências de mudanças neurais plásticas podem ser observadas em vários níveis, por
exemplo, mudanças celulares/sinápticas, mudanças na estrutura e função das regiões e
redes do cérebro e mudanças no comportamento, como habilidade e adaptabilidade
melhoradas. Fortes evidências científicas demonstram que o cérebro tem notável
capacidade de plasticidade e reorganização, mas a exploração desse conhecimento para
melhorar os resultados clínicos ainda está em sua infância.
Exemplo
Neuroplasticidade negativa
Neuroplasticidade positiva
Atenção
Os resultados da reabilitação são atualmente variáveis, e as evidências que suportam
tratamentos novos ou mais eficazes são limitadas.
Mudanças na plástica neural ocorrem após lesão cerebral, como acidente vascular
cerebral. As mudanças podem ocorrer nos dias, semanas, meses e anos após o AVC.
Podem ser adaptativas ou não adaptativas. Por exemplo, uma pessoa pode aprender a
não usar o membro ou desenvolver posturas distônicas após a perda sensorial. No
entanto, ainda temos de aproveitar essa janela de oportunidade para a recuperação
contínua, tanto no curto como em longo prazo após o AVC.
Atenção
Existem diferentes condições sob as quais essa plasticidade pode ser aumentada,
facilitada e/ou consolidada. Essas diferentes condições provavelmente afetam o tipo de
neuroplasticidade facilitada e os resultados comportamentais observados. Um
conhecimento avançado deles ajudará a orientar o desenvolvimento de intervenções
baseadas na neurociência.
Lesão cerebral é um termo usado para descrever uma série de traumas que afetam o
cérebro e as áreas adjacentes. Para lesões cerebrais mais graves, as taxas de
mortalidade dos pacientes estão entre 50% e 60%. Lesão cerebral traumática pode
causar uma série de efeitos físicos, cognitivos, emocionais e comportamentais e são
fisiologicamente muito semelhantes a derrames vasculares em termos de seu impacto na
função cerebral do paciente. Até recentemente, fisioterapia, terapia da fala, terapia
recreativa, terapia ocupacional e terapia da visão eram os métodos de tratamento
primários para tentar aliviar os sintomas e restaurar as funções-padrão em pacientes com
lesão cerebral traumática.
Atenção
Como o cérebro controla todas as funções corporais, qualquer dano a esse órgão,
independentemente da gravidade, requer um longo processo de recuperação com os
métodos tradicionais de tratamento atuais.
NEUROPLASTICIDADE E REABILITAÇÃO
Tradicionalmente, a ênfase na reabilitação de pacientes pós-AVC tem sido no tratamento
de deficiências neurológicas primárias, ou seja, tratar fraqueza muscular e perda de
coordenação por meio de exercícios guiados. Depois de ter alta de um centro de
reabilitação, de 60 a 80% dos pacientes pós-AVC são capazes de andar de forma
independente. Porém, a recuperação motora dos membros superiores ainda é um desafio
para a reabilitação neurológica. Em termos de habilidade motora, a perda da função dos
membros superiores é uma sequela comum e incapacitante.
Você sabia
Inicialmente, mais de 85% dos indivíduos apresentam déficit motor no membro superior
afetado, com recuperação funcional sendo relatada apenas por 25% a 35% dos
indivíduos acometidos. Para entender melhor o impacto de AVC, é importante incorporar
medidas de avaliação das deficiências provocadas por essa doença.
Após uma lesão unilateral, esse equilíbrio é alterado, o que resulta em hiperexcitabilidade
do córtex motor não afetado.
O hemisfério intacto irá, então, exercer ação inibitória sobre o hemisfério lesado,
provocando, assim, o fenômeno denominado inibição inter-hemisférica.
Regulação positiva
Regulação negativa
Atenção
Resumindo
Neuroplasticidade funcional
O primeiro está relacionado a mudanças no funcionamento fisiológico dos neurônios, por
exemplo, na excitabilidade, nível de resposta ou sincronicidade dentro das redes neurais.
Mas, a duração do efeito sugere que nem toda plasticidade funcional tem relevância
direta para a reabilitação. A plasticidade sináptica de curto prazo corresponde a um
aumento ou diminuição da probabilidade de liberação do neurotransmissor em menos de
alguns minutos (possivelmente apenas dezenas de milissegundos), por meio de
facilitação neural, aumento sináptico ou fadiga ou depressão sináptica.
Exemplo
A plasticidade sináptica intensa que ocorre nas espinhas dendríticas dos neurônios
estabelece uma ligação importante entre a neuroplasticidade funcional e estrutural.
Neuroplasticidade estrutural
Em uma escala mais ampla, a neuroplasticidade estrutural envolve mudanças regionais
de volume ou formação de novas vias neurais, por meio de sinaptogênese, brotamento
axonal ou dendrítico, mudanças na mielina ou produção de novos neurônios – sendo esta
considerada impossível no cérebro humano após a infância (em contraste com outros
mamíferos). Porém, a geração de neurônios, cuja função ainda precisa ser esclarecida,
agora, foi documentada em várias partes do cérebro humano adulto.
Atenção
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Espasticidade
Hipotensão
Hipertensão
Hiperglicemia
Hipoglicemia
Responder
Comentário
Limita a neuroplasticidade.
Responder
Comentário
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
DESCRIÇÃO
PROPÓSITO
OBJETIVOS
Módulo 1
Reconhecer as estruturas que constituem o sistema límbico e suas funções
Módulo 2
Identificar as funções relacionadas ao sistema límbico, bem como suas correlações
anatomoclínicas
INTRODUÇÃO
Atenção
Saiba mais
Outras partes do sistema límbico incluem: bulbos olfatórios, núcleos anteriores, fórnice,
coluna do fórnice, corpo mamilar, septo pelúcido, comissura habênula, giro cingulado,
giro parahipocampal, córtex límbico e áreas do mesencéfalo límbico.
Este sistema categoriza a experiência de uma emoção como um estado mental agradável
ou desagradável.
CONCEITOS HISTÓRICOS
Saiba mais
Paul Pierre Broca (1824-1880) que, em 1878, falou de le grand lobe limbique ou o grande
lobo límbico, ao qual aplicou o termo límbico (do latim limbo para borda) à borda curva
do córtex que inclui os giros cingulado e parahipocampal.
No entanto, seu suposto papel na emoção foi elaborado pelo médico americano James
Papez, em 1937, no artigo seminal intitulado Um mecanismo proposto de emoção. Esse
modelo anatômico é conhecido como circuito de Papez.
Em 1952, Paul D. MacLean cunhou o termo sistema límbico para descrever o Lobo
Límbico de Broca e os núcleos subcorticais relacionados como o substrato neural coletivo
para a emoção.
MacLean também foi fundamental para propor e definir o conceito Triune do cérebro. A
evolucionária teoria do cérebro triuno de MacLean propôs que o cérebro humano
consistia, na realidade, em três cérebros em um:
O sistema límbico
+
O neocórtex
O conceito de sistema límbico desde então foi expandido e desenvolvido por Nauta,
Heimer e outros pesquisadores.
Evolução do cérebro.
Atenção
Essas estruturas formam uma rede complexa para controlar a emoção (JOTZ, 2017).
Além disso, muitas dessas áreas são cruciais para determinados tipos de memória.
Saiba mais
Algumas dessas regiões estão intimamente ligadas ao sistema olfatório, uma vez que
esse sistema é crítico para a sobrevivência de muitas espécies.
As regiões corticais que estão envolvidas no sistema límbico incluem o hipocampo, bem
como áreas do neocórtex, incluindo o córtex insular, o córtex orbital frontal, o giro
subcaloso, o giro cingulado e o giro parahipocampal. Esse córtex foi denominado lobo
límbico porque forma uma borda ao redor do corpo caloso, seguindo o ventrículo lateral.
Uma maneira pela qual o sistema límbico foi conceitualizado é como o cérebro que
sente e reage que se interpõe entre o cérebro pensante e os mecanismos de saída do
sistema nervoso. Nessa construção, o sistema límbico está, geralmente, sob controle
do cérebro pensante, mas, obviamente, pode reagir por conta própria. Além disso, o
sistema límbico tem seu lado de entrada e processamento (o córtex límbico e o
hipocampo) e um lado de saída (os núcleos septais e o hipotálamo).
Lobo límbico
O lobo límbico, situado na face inferomedial dos hemisférios cerebrais, consiste em dois
giros concêntricos ao redor do corpo caloso: giro límbico (externo e maior) e giro
intralímbico, (interno e menor).
1 - Lobo frontal
2 - Lobo parietal
3 - Lobo occipital
4 - Lobo temporal
5 - Giro parahipocampal
6 - Lobo límbico
7 - Giro cingulado
O giro límbico (ou lobo límbico) consiste no istmo do giro cingulado, no giro
parahipocampal (ambos contínuos por meio de um feixe de substância branca
denominado cíngulo) e na área subcalosa (MACHADO, 2014).
O giro cingulado (do latim = cume do cinto) dorsal ao corpo caloso está fortemente
interconectado com as áreas de associação do córtex cerebral.
O giro parahipocampal no lobo temporal medial contém várias regiões distintas, a mais
importante sendo o córtex entorrinal.
Saiba mais
O córtex entorrinal canaliza informações corticais altamente processadas para a
formação do hipocampo e serve como sua principal via de saída.
Hipocampo
A palavra hipocampo significa “cavalo marinho” em grego, devido a sua semelhança com
esse animal. O hipocampo é uma estrutura localizada nos lobos temporais do cérebro
humano, considerada a principal sede da memória e importante componente do sistema
límbico. É uma estrutura trilaminada com uma camada molecular externa, uma camada
piramidal média e uma polimórfica interna.
Atenção
Para entusiastas embriológicos, o CA4 não faz parte do Cornu Ammonis, sendo uma
estrutura separada - o hilo dentado.
O campo CA1, também conhecido como setor de Sommer, contém as células piramidais
localizadas mais próximas do subículo.
Enquanto o campo CA4 contém células dentro do hilo do giro (circunvolução) denteado.
Tal como os seus nomes indicam, os campos CA2 e CA3 estão localizados entre os dois
campos anteriores. Uma característica especial do campo CA3 a notar é que os
colaterais dos processos axonais que se estendem a partir das células piramidais CA3
são conhecidos como colaterais de Schaffer ou recorrentes, e essas fibras projetam-se
mesmo de volta ao campo CA1.
As curas do fórnice convergem para formar o corpo do fórnice, que mais tarde forma as
colunas do fórnice e passam pelo hipotálamo para os corpos mamilares.
A formação do hipocampo no lobo temporal tem três zonas distintas: o giro dentado, o
hipocampo propriamente dito e o subículo.
Giro denteado
O giro denteado é composto por três camadas:
Complexo subicular
O complexo subicular tem três componentes: o pré-subículo, o parassubículo e
o subículo.
Atenção
Amígdala
Identificada por Burdach no início do século XIX, a amígdala, uma estrutura em forma de
amêndoa nas profundezas do lobo temporal, é uma coleção de núcleos situados abaixo
do uncus.
Saiba mais
Área septal
A área septal é uma estrutura de substância cinzenta, imediatamente acima da comissura
anterior, que contém extensas conexões recíprocas com o hipocampo (via fórnice). A
área septal também se projeta para os núcleos da habênula por meio do tálamo da estria
medular e do hipotálamo anterior.
Você sabia
Esta área constitui um dos centros do prazer do cérebro. Acredita-se que esteja
relacionada ao orgasmo (outros acham que é comandado pelo hipocampo, pela amígdala
e pelo núcleo caudado, em conjunto).
Hipotálamo
O hipotálamo está localizado no centro do sistema límbico e na confluência de muitas
vias neurais. É subdividido da parte anterior para a posterior em três zonas:
A região supraóptica
A região tuberal
A região mamilar
As três zonas são divididas pelo fórnice em cada lado em áreas medial e lateral.
CIRCUITO DE PAPEZ
O delineamento de James Papez de um circuito depois de injetar o vírus da raiva no
hipocampo de um gato e monitorar sua progressão através do cérebro desvendou a base
do controle cortical da emoção. A elaboração posterior do circuito incluiu o córtex pré-
frontal (CPF), a amígdala e o septo, entre outras áreas.
O circuito emocional de Papez.
CIRCUITO INTERNO
As conexões intrínsecas do hipocampo envolvem fibras da área entorrinal, do giro
denteado, do corno de Ammon e do subículo. As três vias primárias desta área são
chamadas de via perfurante, fibras musgosas e colaterais de Schaffer. A existência
de uma quarta via, tendo sido questionada a via alvear da área entorrinal ao corno de
Ammon através do alvéolo.
A via perfurante é considerada a principal via aferente para o hipocampo, na qual as
fibras glutamatérgicas da área entorrinal perfuram o subículo e alcançam o giro dentado
(camada de células granulares), atravessando a fissura hipocampal fundida.
Os investigadores debatem se algumas fibras perfurantes alcançam o corno de Ammon.
As fibras musgosas glutamatérgicas, então, se estendem do giro denteado para o CA3
(camada piramidal), embora algumas fibras eferentes de CA3 se projetem para a fímbria.
Muitos axônios de CA3, no entanto, emitem colaterais de Schaffer que atingem os
dendritos de CA1. Esse é considerado a principal saída do hipocampo com fibras que se
estendem ao alvéolo, à fímbria e, depois, ao fórnice.
Acredita-se que uma ligação suplementar com o subículo também esteja presente.
Eferentes hipocampais
A função dos eferentes é enviar sinais do hipocampo para outras partes do cérebro. As
fibras eferentes da região hipocampal formam três grupos:
Fórnice pré-comissural
As fibras pré-comissurais do fórnice podem se originar do corno amoníaco ou do
subículo. Essas fibras viajam dentro da fímbria, da crura e do corpo do fórnice. As fibras
do corno amoníaco terminam exclusivamente no núcleo do septo lateral, enquanto as
fibras subiculares se distribuem pelo núcleo accumbens, núcleo olfatório anterior, núcleo
septal lateral, hipocampo pré-comissural, córtex frontal medial e giro reto.
Fórnice pós-comissural
As fibras pós-comissurais terminam principalmente no corpo mamilar, embora algumas
fibras também se projetem para o núcleo talâmico anterior, núcleo leito da estria terminal
e núcleo hipotalâmico ventromedial.
CIRCUITOS DA AMÍGDALA
A amígdala serve para integrar o processamento de informações entre os córtices de
associação pré-frontal/temporal e o hipotálamo. A amígdala tem duas vias de saída
principais:
A rota dorsal via estria terminal se projeta para a área septal e para o hipotálamo; e
A rota ventral pela via amigdalofugal ventral termina na área septal, no hipotálamo e no
núcleo talâmico dorsal medial.
A amígdala também tem conexões com o circuito dos gânglios basais por meio de suas
projeções para o pálido ventral e o estriado ventral, que é retransmitido de volta ao córtex
pelo núcleo dorsomedial do tálamo.
CIRCUITO BASOLATERAL
Este circuito é transmitido por meio da amígdala basolateral. Ele consiste nos córtex
orbitofrontal e temporal anterior, na amígdala (especialmente a amígdala basolateral) e
na divisão magnocelular do núcleo dorsomedial do tálamo (via frontotalâmica), que
retransmite para o córtex orbitofrontal. Este circuito codifica informações sobre sinais
sociais e planos sociais para atos sociais.
O circuito foi proposto como um substrato para a capacidade humana de inferir as
intenções dos outros a partir de sua linguagem, olhar e gestos (Teoria da Mente e
Cognição Social).
O Córtex Pré-Frontal
O córtex pré-frontal não faz parte do sistema límbico, porém, as conexões desse sistema
estão diretamente ligadas a ele por estruturas como a amígdala e o tálamo. O córtex pré-
frontal é conhecido não apenas por estar envolvido em respostas emocionais, mas
também por ter várias conexões com outras partes do cérebro que são responsáveis pelo
controle da dopamina, da norepinefrina e da serotonina, três neurotransmissores
importantes na regulação do humor.
Mais especificamente...
O córtex orbitofrontal parece nos permitir adiar certas gratificações imediatas e suprimir
certas emoções a fim de obter maiores benefícios a longo prazo.
As duas metades do córtex pré-frontal também parecem ter funções especializadas, com
a metade esquerda envolvida no estabelecimento de sentimentos positivos e a metade
direita, no estabelecimento de sentimentos negativos. De fato, em pessoas deprimidas, é
o córtex pré-frontal esquerdo que mostra os maiores sinais de fraqueza. Em outras
palavras, quando as pessoas estão deprimidas, elas acham muito difícil não apenas
estabelecer metas para obter recompensas, mas também acreditar que tais metas podem
ser alcançadas.
Atenção
Também se observa que, quando o córtex pré-frontal esquerdo de alguém está operando
em plena capacidade, os níveis de glicocorticoides no sangue são geralmente muito
baixos. Isso segue logicamente, considerando os efeitos prejudiciais que altos níveis de
glicocorticoides têm sobre o humor.
A extensão da atrofia no hipocampo até parece ser proporcional à soma das durações, e
os episódios de depressão e as depressões tratadas rapidamente não parecem levar a
essa redução no volume do hipocampo.
O especialista Gláucio Diré Feliciano faz um resumo das estruturas do sistema límbico e
suas funções:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Hipocampo
Hipotálamo
Tálamo
Subtálamo
Epitálamo
Responder
Comentário
2. Esta área não faz parte do sistema límbico, porém, suas conexões estão diretamente
ligadas a ele em estruturas como a amígdala e o tálamo. No caso de lesão desta região,
o paciente apresenta redução na concentração e perde o senso das responsabilidades
sociais. O enunciado da questão refere-se:
À hipófise
À área pré-frontal
Ao tálamo
À pineal
Ao giro do cíngulo
Responder
Comentário
MÓDULO 2
Saiba mais
Vejamos a seguir o processamento das informações por este sistema por meio de: olfato,
apetite, sono, respostas emocionais e memórias.
Olfato
As estruturas límbicas estão intimamente relacionadas ao córtex olfatório e
desempenham um papel no processamento da sensação olfatória. A amígdala está
envolvida na resposta emocional ao cheiro, enquanto outra estrutura límbica, o córtex
entorrinal, está relacionada às memórias olfativas.
Sono e sonhos
A tomografia por emissão de pósitrons (TEP) e a ressonância magnética funcional (RMf)
mostraram que o sistema límbico é uma das áreas cerebrais mais ativas durante o
processo de sonhar.
Ele também envia axônios que terminam dentro do prosencéfalo basal colinérgico, o
núcleo pedunculopontinetalâmico (PPT) e o núcleo dorsal talâmico lateral (DTL).
Atenção
As projeções de VLPO para essas áreas são de natureza inibitória, pois são substâncias
ácido γ-aminobutiricoérgicas (GABAérgico) e galaninérgico (galanina – GAL).
O VLPO, por meio de sua inibição dos principais mecanismos de excitação, funciona
como um interruptor de sono, promovendo o sono.
LC = locus coeruleus;
NRf = núcleos da rafe;
TMN = núcleo tuberomamilar;
VLPO = núcleo pré-óptico ventrolateral;
GAL = galanina;
GABA = ácido gama-aminobutírico;
ORX = orexina
Esquem
a do modelo flip-flop switch do ciclo sono-vigília.
Medo
Resposta ao medo.
Atenção
Isso, por sua vez, ativa várias respostas autonômicas para disparar a resposta de fuga ou
susto.
Saiba mais
A destruição da amigdala abole o medo e suas respostas autônomas e endócrinas. A
amígdala também está envolvida na aprendizagem do medo, que é bloqueada quando a
potenciação de longo prazo é interrompida nas vias para a amígdala. Estudos de imagem
mostraram que ver rostos amedrontadores ativa a amígdala esquerda.
Comentário
O animal lembra do ocorrido e então, percebe que não pode andar livremente, como se
nada tivesse acontecido. Ele criou uma memória de medo. O rato tinha uma reação a um
ambiente que inicialmente era neutro e que agora não é mais, pois aprendeu que aquele
é um ambiente perigoso. Esse é o medo aprendido.
Raiva e placidez
A raiva também pode ser gerada pela estimulação de uma área que se estende de volta,
através do hipotálamo lateral, até a substância cinzenta central do mesencéfalo.
Saiba mais
Atenção
Comportamento sexual
A AMe envia inervações direta e indireta (através do núcleo leito da estria terminal) para a
área pré-óptica medial (APOM).
APOM e AMe recebem dados genitosensoriais da medula espinhal pelo campo tegmental
central (CTC). A porção parvocelular do CTC chamada de núcleo subparafascicular
(SPFp) parece ser especialmente importante para estímulos relacionados à ejaculação.
Atenção
Vício e motivação
Essa via está envolvida na motivação para o consumo de drogas de abuso (busca de
drogas) e na natureza compulsiva do consumo de drogas.
Memória
Memória emocional
A emoção tem uma influência poderosa no aprendizado e na memória. A amígdala, em
conjunto com o córtex pré-frontal e o lobo temporal medial, está envolvida na
consolidação e na recuperação de memórias emocionais. Amígdala, córtex pré-frontal e
hipocampo também estão envolvidos na aquisição, extinção e recuperação de medos
para pistas e contextos. O hipocampo é crítico para o armazenamento de memória
declarativa de longo prazo.
O giro cingulado
&
A amígdala
CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS
Epilepsia
A epilepsia do lobo temporal é a mais comum em adultos e a mais frequentemente
causada pela esclerose hipocampal.
ESCLEROSE HIPOCAMPAL
A esclerose hipocampal com envolvimento adicional da amígdala e do giro
parahipocampal é denominada esclerose mesial temporal (EMT).
O CA1, ou setor de Sommer, é a região mais vulnerável à hipóxia.
O CA4, às vezes descrito como endfolium, tem vulnerabilidade intermediária a insultos,
enquanto o CA3, que entra na concavidade do giro dentado, é apenas ligeiramente
vulnerável.
O CA2 é o setor mais resistente e bem preservado.
A frequência e a distribuição generalizada dessas anormalidades cerebrais sugerem que
o EMT não se limita ao lobo temporal medial, mas, em vez disso, representa um distúrbio
do sistema límbico.
Você sabia
Saiba mais
Encefalite límbica
A encefalite límbica é uma síndrome paraneoplásica que foi relatada com carcinoma do
pulmão, mama e alguns outros primários. O mecanismo da doença não é conhecido, mas
se manifesta como encefalite que envolve principalmente o hipocampo, a amígdala, o giro
cingulado, a ínsula e o córtex orbitofrontal. Os pacientes afetados desenvolvem:
Demência
Movimentos involuntários
Ataxia
Demência
Mudanças degenerativas no sistema límbico, provavelmente, têm um papel na gênese de
doenças neurodegenerativas, particularmente, a doença de Pick e a doença de
Alzheimer.
Atenção
Saiba mais
Esquizofrenia
Estudos têm mostrado volumes límbicos reduzidos na esquizofrenia. Os circuitos
envolvidos são:
Circuito de Papez
Circuito basolateral
Causas de morte
As principais causas de morte na esquizofrenia são os suicídios, acidentes e outras
patologias associadas, devido às manifestações que acometem o paciente.
Fatores de risco
Outros fatores de risco são o consumo de drogas, pouca adesão à terapêutica, baixa
autoestima, estresse, desesperança, isolamento, depressão e eventos negativos na vida
do paciente.
Saiba mais
Transtornos afetivos
Estudos têm mostrado variação nos volumes dos lobos frontais, gânglios da base,
amígdala e hipocampo em transtornos afetivos, além da diminuição da atividade
do cíngulo anterior e pré-frontal.
Atenção
O cíngulo anterior é o centro para a integração da produção atencional e emocional e
ajuda no controle de esforço da excitação emocional.
A disfunção desse sistema (rede límbica anterior) é sugerida no transtorno bipolar, mas
seu papel na depressão não é claro.
TDAH
Estruturas límbicas têm sido implicadas na gênese do transtorno do deficit de atenção e
hiperatividade (TDAH):
Não seria difícil encontrar vários quadros patológicos que incluíssem um defeito da
atenção, da hiperatividade e da impulsividade. Além disso, já que não é necessário que
todos os sintomas estejam presentes para que o diagnóstico do TDAH seja definido, sua
história poderia ser orientada pela predominância de um dos seus três sintomas centrais.
Saiba mais
Síndrome de Kluver-Bucy
A síndrome de Kluver-Bucy resulta de uma destruição bilateral do corpo amigdaloide e do
córtex temporal inferior. É caracterizada por agnosia visual, placidez, hipermetamorfose,
hiperoralidade e hipersexualidade. Esse distúrbio pode ser causado por muitas
condições, incluindo trauma cerebral, infecções como herpes e outras encefalites,
Doença de Alzheimer e outras demências, Doença de Niemann-Pick e doença
cerebrovascular.
Psicose de Korsakoff
A psicose de Korsakoff é causada por danos aos corpos mamilares, ao núcleo
dorsomedial do tálamo e ao hipotálamo (circuito de memória diencefálico). É uma
síndrome associada ao comprometimento proeminente crônico das memórias recente e
remota.
Atenção
Autismo
O autismo e a síndrome de Asperger envolvem o comprometimento desproporcional em
aspectos específicos da cognição social. As estruturas límbicas envolvidas incluem o giro
cingulado e a amígdala, que medeiam os processamentos cognitivo e afetivo. O circuito
basolateral integral para a cognição social é interrompido nos transtornos do espectro do
autismo.
O especialista Gláucio Diré Feliciano faz um resumo sobre as funções do sistema límbico
e suas correlações anatomoclínicas
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Intelectuais
Cardíacas
Respiratórias
Digestivas
Endócrinas
Responder
Comentário
A resposta correta é:
I e II estão corretas.
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Comentário
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS