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NEURÔNIOS E SINAPSES

TECIDO NERVOSO
O tecido nervoso compreende basicamente dois tipos de celulares: os neurônios e as
células glias.

Neurônio: é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso que é
especializada para a comunicação rápida. Tem a função básica de receber,
processar e enviar informações.

• Nervos: após sair do tronco encefálico, da medula espinhal ou dos gânglios


sensitivos, as fibras nervosas motoras e sensitivas reúnem-se em feixes que se
associam a estruturas conjuntivas, constituindo nervos espinhais e cranianos.

• Células Glias: compreende as células que ocupam os espaços entre os neurônios e


tem como função sustentação, revestimento ou isolamento e modulação da
atividade neural.
CURIOSIDADES
O peso do encéfalo de um homem adulto é de 1.300 gramas e na
mulher é de 1.200 gramas.

Admite-se que no homem adulto de estatura mediana o menor encéfalo


compatível com a inteligência normal seria de 900 gramas.

Acima deste limite as tentativas de se correlacionar o peso do encéfalo


com o grau de inteligência esbarram em numerosas exceções (este se
refere ao peso corporal e não ao grau de inteligência, pois ainda não se
conseguiu provar de forma alguma qual dos dois sexos é mais
inteligente).

A inteligência não se refere somente na quantidade de massa cinzenta,


mas sim na capacidade que os seres humanos tem de entender,
raciocinar, interpretar e relacionar o conhecimento sobre experiências
vividas e não vividas e a capacidade adaptativa do ser humano a novas
situações.
NEURÔNIOS:

São células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com


outras células efetuadoras, usando basicamente uma linguagem
elétrica. A maioria dos neurônios possui três regiões responsáveis por
funções especializadas: corpo celular, dendritos e axônios.
O CORPO CELULAR:

É o centro metabólico do neurônio, responsável pela


síntese de todas as proteínas neuronais. A forma e o
tamanho do corpo celular são extremamente variáveis,
conforme o tipo de neurônio. O corpo celular é
também, junto com os dendritos, local de recepção de
estímulos, através de contatos sinápticos.

DENDRITOS:

Geralmente são curtos e ramificam-se profusamente, a


maneira de galhos de árvore, em ângulos agudos,
originando dendritos de menor diâmetro. São os
processos ou projeções que transmitem impulsos para
os corpos celulares dos neurônios ou para os axônios.
Em geral os dendritos são não mielinizados. Um
neurônio pode apresentar milhares de dendritos.
Portanto, os dendritos são especializados em receber
estímulos.
AXÔNIOS:

A grande maioria dos neurônios possui um axônio, prolongamento longo e


fino que se origina do corpo celular ou de um dendrito principal.

O axônio apresenta comprimento muito variável, podendo ser de alguns


milímetros como mais de um metro. São os processos que transmitem
impulsos chamados potencial de ação para que cada neurônio libere sua
eletricidade. que deixam os corpos celulares dos neurônios, ou dos
dendritos.

A porção terminal do axônio sofre várias ramificações para formar de


centenas a milhares de terminais axônicos, no interior dos quais são
armazenados os neurotransmissores químicos.

Portanto, o axônio é especializado em gerar e conduzir o potencial de ação.

O axônio também é especializado em gerar a energia interna de cada


neurônio.
Tipos de Neurônios:

São três os tipos de neurônios:


Sensitivo, Motor e Interneurônio.

Um Neurônio Sensitivo conduz a informação da periferia


em direção ao SNC, sendo também chamado neurônio
aferente.

Um Neurônio Motor conduz informação do SNC em direção à


periferia, sendo conhecido como neurônio eferente. Os
neurônios sensitivos e motores são encontrados tanto no SNC
quanto no SNP.

Interneurônio são aqueles que conectam um neurônio a outro,


sendo encontrados no SNC.
Curiosidades sobre o Sistema Nervoso Periférico

No sistema nervoso periférico, o axônio é envolvido por


células especiais denominadas células de Schwann, que
formam a bainha de mielina do axônio.

O núcleo e o citoplasma das células de Schwann ficam por


fora da bainha de mielina e constituem o neurilema. Essa
estrutura é importante nos casos em que o nervo é
seccionado, pois ela é responsável, em parte, pela
regeneração do mesmo.

Assim os nervos reconstituídos cirurgicamente, podem


eventualmente restabelecer suas conexões, permitindo a
recuperação da sensibilidade e dos movimentos.
Classificação do Neurônio
quanto aos seus
prolongamentos:

A maioria dos neurônios


possuem vários dendritos e um
axônio, por isso são chamados
de multipolares.

Mas também existem os


neurônios bipolares e
pseudo-unipolares.

Nos neurônios bipolares, dois


prolongamentos deixam o corpo
celular, dendrito e um axônio.

Nos neurônios
pseudo-unipolares, apenas um
prolongamento deixa o corpo
❖ Quando falamos em tecido nervoso, nos lembramos, na maioria das vezes,
apenas das células denominadas de neurônios, as quais estão diretamente
relacionadas com o impulso nervoso. Entretanto, além desse tipo celular, é
possível encontrar no tecido nervoso as chamadas células da glia ou da
neuróglia, as quais desempenham funções primordiais para a manutenção
do nosso corpo.

❖ Desempenham um papel extremamente importante, pois ajudam a isolar,


apoiar e nutrir os neurônios.

❖ Elas não geram impulsos nervosos, não formam sinapses mas, ao


contrário dos neurônios, são capazes de se multiplicar através do processo
de mitose, mesmo em indivíduos adultos.

❖ Assim, as células da glia atuam como células de suporte aos neurônios.


❖ Dentre as diversas funções exercidas por essas células,
podemos destacar:

• Sustentação e isolamento dos neurônios;


• Transporte de substâncias nutritivas aos neurônios;
• Participação no equilíbrio iônico do fluido extracelular;
• Remoção de excretas e fagocitose de restos celulares.

As células da glia são mais numerosas que os


neurônios, existem cerca de 10 células da glia para
cada neurônio no sistema nervoso central. No
entanto, por ter um tamanho reduzido, ocupam
aproximadamente a metade do volume do tecido
nervoso.
Podemos encontrar nas células da glia os
seguintes tipos celulares:

• ASTRÓCITOS: são as maiores células,


possuem núcleo central e esférico. Têm como
função a sustentação e a nutrição, pois suas
ramificações se ligam a capilares sanguíneos
fazendo o transporte de nutrientes;

• MICRÓGLIA: apresentam o corpo alongado


e pequeno, com um núcleo também alongado
e denso. São células macrofágicas,
responsáveis pela fagocitose de corpos
estranhos e restos celulares;

• OLIGODENDRÓCITOS: são caracterizadas


por apresentarem poucos e curtos
prolongamentos celulares. Produzem
a mielina do sistema nervosos central. No
sistema nervoso periférico, essa função é
exercida pelas células de Schwann;

• EPENDIMÁRIAS: são cilíndricas, com


núcleos alongados, apresentando arranjo
epitelial. Sua função é o revestimento das
ASTRÓCITOS

Essas células, como o próprio nome indica, têm formato estrelado, característica conseguida graças aos
seus prolongamentos. São o tipo celular mais numeroso e com maior diversidade de funções.

Funções principais: sustentação, controle da composição iônica e molecular do ambiente onde estão
localizados os neurônios, transferência de substâncias para os neurônios, resposta a sinais químicos,
entre outras atividades.

Os astrócitos podem ser classificados de acordo com a quantidade e o tamanho de seus


prolongamentos em dois tipos a seguir:

Os astrócitos protoplasmáticos são aqueles que possuem os prolongamentos curtos e espessos e


estão localizados na substância cinzenta. Já os astrócitos fibrosos são aqueles que possuem
prolongamentos menos numerosos e mais longos e estão localizados na substância branca.
OLIGODENDRÓCITOS
• São células responsáveis pela produção
da bainha de mielina em neurônios presentes
no sistema nervoso central.

• Essas células enrolam-se em volta do axônio,


formando a bainha, que funciona como um
isolante elétrico. Os oligodendrócitos são
capazes de envolver até 60 axônios de
neurônios.
Células de Schwann
• Assim como os oligodendrócitos, as células de
Schwann também são responsáveis por formar
a bainha de mielina.

• Entretanto, esse tipo celular envolve neurônios que


estão presentes no sistema nervoso periférico.

• Diferentemente dos oligodendrócitos, as células de


Schwann formam mielina em apenas um neurônio.
Células ependimárias

• Essas células revestem cavidades no cérebro


(ventrículos) e o canal central da medula
espinhal.

• Sua função é garantir a movimentação do


líquido cefalorraquidiano (líquor) e
consequentemente ajuda na proteção das
meninges no SNC.
Micróglia
• Células (menores células da glia) com pequenos
prolongamentos que se destacam por
sua capacidade fagocitária (capacidade de algumas
células envolverem substâncias com extensões da
membrana plasmática e as digerirem já no seu
interior).

• Elas localizam-se no sistema nervoso central e atuam


em processos inflamatórios e reparando esse
sistema.
Sinapses
• Os neurônios, principalmente através de suas
terminações axônicas, entram em contato com
outros neurônios, passando-lhes informações.

• Os locais de tais contatos são denominados


sinapses.

• Ou seja, os neurônios comunicam-se uns aos


outros nas sinapses – pontos de contato entre
neurônios, no qual encontramos as vesículas
sinápticas, onde estão armazenados os
neurotransmissores.

• A comunicação ocorre por meio de


neurotransmissores – agentes químicos liberados
ou secretados por um neurônio.

• Os neurotransmissores mais comuns são a


acetilcolina e a norepinefrina.

• Outros neurotransmissores do SNC incluem a


CÓRTEX CEREBRAL: ASPECTOS FUNCIONAIS
No córtex cerebral existem neurônios, células neurogliais e fibras • Os neurônios e as fibras
distribuem-se de vários modos, em várias camadas, sendo a estrutura do córtex cerebral muito
complexa e heterogênea
FIBRAS E CIRCUITOS CORTICAIS • As fibras que saem ou que entram no córtex cerebral
passam, necessariamente, pelo centro branco-medular
FIBRAS E CIRCUITOS CORTICAIS PODEM SER:

• Associação: ligam áreas diferentes do córtex cerebral, no mesmo hemisfério ou


no hemisfério situado do lado oposto (fibras comissurais)

• Projeção: ligam o córtex a centros subcorticais, podendo ser aferentes ou


eferentes.

Fibras de projeção aferente do córtex cerebral de origem extratalâmica

• Distribuem-se a todo o córtex cerebral, mas seu modo de terminação


não é uniforme. Não exercem uma ação generalizada de excitação ou
inibição do córtex Aumentam ou diminuem a atividade em regiões
corticais específicas durante determinadas etapas do processamento da
informação.

• Sua ação sobre o córtex é geralmente considerada como moduladora


modificam as características eletrofisiológicas das células corticais,
influenciando assim o seu funcionamento.
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
Qual é a função do sistema nervoso autônomo?

Sistema nervoso autônomo (também chamado sistema neurovegetativo ou


sistema nervoso visceral) é a parte do sistema nervoso que está relacionada ao
controle da vida vegetativa, ou seja, controla funções como a respiração,
circulação do sangue, controle de temperatura e digestão.

https://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/biologia/sist_nervoso_autonomo/
Qual é a divisão do sistema nervoso autônomo?

O sistema nervoso periférico é formado pelos gânglios e nervos. O sistema


nervoso autônomo apresenta duas divisões, a parassimpática e a simpática.
O SNP pode ser dividido sob um critério funcional (fisiológico) em:

Sistema Nervoso Somático: nervos com fibras sensoriais e motoras que conferem controle
voluntário à musculatura esquelética.
Sistema Nervoso Autônomo: nervos com fibras sensoriais e motoras que conferem
controle aos mecanismos involuntários e vitais (funções vegetativas) fundamentais à
homeostase (equilíbrio dinâmico do metabolismo) como a contração da musculatura lisa
das vísceras, a secreção glandular, os ritmos cardíaco e respiratório, etc…

Por exemplo, você pode até prender voluntariamente a respiração por certo tempo, mas quando a
falta de Oxigênio parecer crítica ao organismo, o SNA desencadeia novamente os movimentos
respiratórios. Por isso, ninguém consegue se suicidar prendendo a respiração.
O SNA é dividido em Sistema Nervoso Simpático e Sistema Nervoso Parassimpático, dois
conjuntos distintos de nervos que controlam, em geral, os mesmos órgãos de forma
antagônica.

Os nervos simpáticos têm ação


Os nervos parassimpáticos atuam
excitatória sobre tais órgãos,
inibindo a atividade destes órgãos,
colocando o organismo em estado
levando o organismo a um estado
de prontidão e alerta em situações
de relaxamento.
de estresse.

Assim, quando nos assustamos, nosso organismo mostra-se apto à luta ou à fuga nos momentos em que estas
atitudes forem necessárias por ação do Sistema Nervoso Simpático: o ritmo cardiorespiratório aumenta, as pupilas
dilatam, os músculos esqueléticos recebem mais sangue etc.

Ao fim dessa situação o Sistema Nervoso Parassimpático leva ao restabelecimento da condição normal de
funcionamento do organismo.
RESUMINDO...
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

• INTRODUÇÃO
– O Sistema Nervoso pode ser dividido
funcionalmente em:

• SOMÁTICO
• VISCERAL
Sistema Nervoso Somático:

• Relacionado à musculatura estriada que é


voluntária.

– Nervos Aferentes - sensibilidade somática da pele.

– Nervos Eferentes - motricidade somática que sai do


SNC e vai para musculatura estriada.
Sistema Nervoso Visceral

• Relacionado à musculatura lisa que é considerada


involuntária.

– Componente Aferente: Sensibilidade Visceral

– Componente Eferente: Motricidade Visceral



• Sistema Nervoso Autônomo S. N. Simpático
S. N. Parassimpático
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

• Nervos aferentes - sensibilidade visceral que ocorre nos órgãos:


pulmões, rins, bexiga etc.

• Nervos eferentes - motricidade visceral.

Por definição o SNA é apenas o componente eferente do Sistema


Nervoso Visceral .

Se divide em: Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático.


ORGANIZAÇÃO GERAL DO S.N.A.

Neurônios que unem o SNC ao órgão


efetuador:

Neurônio Pré-ganglionar - corpo dentro do


SNC.

Neurônio Pós-ganglionar - corpo fora do


SNC e localizados em gânglios.
DIFERENÇAS FARMACOLÓGICAS DO SNA

A ação da fibra nervosa sobre o músculo ou a


glândula se faz por liberação de um
neurotransmissor.
DIFERENÇAS FARMACOLÓGICAS
DO SNA

Sistema Nervoso Simpático: libera


noradrenalina e adrenalina (em casos de
emergência)

Sistema Nervoso Parassimpático: libera


acetilcolina
AÇÕES DOS MEDIADORES
QUÍMICOS
• Fibras do Simpático - adrenérgicas
(noradrenalina)
– Adrenalina só é liberada em casos de emergência.

• Fibras do Parassimpático - colinérgicas


(acetilcolina)
REAÇÃO DE ALARME
• Do Cérebro - Hipotálamo - descem impulsos
nervosos pelo Tronco Encefálico e Medula
ativando os neurônios simpáticos da coluna
lateral de onde os impulsos nervosos
ganham diversos órgãos enviando a reação
de alarme (vai lutar ou vai fugir).
REAÇÃO DE ALARME

• Transformação de Glicogênio em Glicose.

• Aumento de Glicose no sangue: aumento de energia consumida pelo


organismo.

• Aumenta quantidade de sangue nos músculos estriados


esqueléticos.

• Aumento do ritmo cardíaco - aumenta circulação coronária.


REAÇÃO DE ALARME

• Vasoconstricção nos vasos mesentéricos e cutâneos (Palidez) -


aumenta sangue nos músculos.

• Aumento da pressão arterial - morte por ruptura nos vasos


cerebrais.

• Brônquios dilatam.

• Dilatação da pupila.

• Menor peristaltismo no Tubo Digestivo.


Até a próxima aula...

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