Você está na página 1de 32

INTRODUÇÃO AO SISTEMA

NERVOSO
PROFA. MS ANDREA PORCHAT – DISCIPLINA NEUROCIÊNCIAS (AVA)
PSICOLOGIA
O SISTEMA NERVOSO: FUNÇÕES E DIVISÃO
• O sistema nervoso está relacionado com a captação,
interpretação e resposta a estímulos.
• "O sistema nervoso é o sistema responsável por captar, processar
e gerar respostas diante dos estímulos aos quais somos
submetidos. É devido à presença desse sistema que somos
capazes de sentir e reagir a diferentes alterações que ocorrem
em nossa volta e mesmo no interior do nosso corpo."
• Pode ser dividido em sistema nervoso central e sistema nervoso
periférico.
DIVISÃO
• Sistema nervoso central: formado pelo
encéfalo e medula espinhal.
• Sistema nervoso periférico: formado
pelos nervos, gânglios e terminações
nervosas.
COMPONENTES DO SISTEMA NERVOSO
"O sistema nervoso é composto por um tipo especial de tecido denominado tecido
nervoso, o qual possui como tipos celulares os NEURÔNIOS e as chamadas CÉLULAS DA
GLIA
O grupo de células chamado CÉLULAS DA GLIA está relacionado com várias funções, tais
como nutrição e regulação do funcionamento dos neurônios. Células ependimárias,
astrócitos, oligodendrócitos, microglia e células de Schwann são células da glia.
Os NEURÔNIOS são responsáveis pela propagação do impulso nervoso e apresentam como
partes básicas o corpo celular, onde está localizado o núcleo, e dois tipos de
prolongamentos, os axônios e os dendritos. De acordo com a função desempenhada, os
neurônios podem ser classificados em dois grupos básicos: SENSITIVOS OU AFERENTES
(levam impulsos para o sistema nervoso) e MOTORES OU EFERENTES (levam impulsos para
outras partes, como músculos e glândulas). Os INTERNEURÔNIOS ou de associação:
Maioria dos neurônios existentes no SNC fazem ligações entre os hemisférios e áreas
cerebrais.
ESTRUTURAS DO NEURÔNIO
Componentes do Neurônio

Os dendritos são prolongamentos do neurônio que


garantem a recepção dos estímulos, levando o impulso
Dendritos nervoso em direção ao corpo celular. A grande maioria
dos neurônios apresenta uma grande quantidade de
dendritos.

Prolongamento que garante a condução do impulso


nervoso. Cada neurônio possui apenas um axônio, o qual
é, geralmente, mais longo que os dendritos. Envolvendo
o axônio, está um isolamento elétrico chamado
Axônio de bainha de mielina. Essa bainha é formada por dois
tipos celulares: oligodendrócitos, no
sistema nervoso central, e células de Schwann, no
sistema nervoso periférico. Os locais onde há falha nessa
bainha são chamados de nódulos de Ranvier.

Local do neurônio onde está presente o núcleo, grande


Corpo celular parte das organelas celulares e de onde partem os
prolongamentos dessa célula.
FUNÇÃO DOS NEURÔNIOS

Os neurônios são células excitáveis, ou seja, conseguem


responder a estímulos com modificações da diferença
de potencial elétrico na membrana celular.

A modificação desse potencial pode propagar-se pela


membrana, fenômeno conhecido como impulso
nervoso.

É por meio do impulso nervoso que os neurônios


conseguem transmitir informações de um neurônio
para outro ou, ainda, para as glândulas ou músculos.

Assim sendo, o neurônio atua garantindo a recepção e


MIELINA E MIELINIZAÇÃO
• A mielinização é a formação da bainha de mielina.
• A mielina presente nas bainhas é produzida por diferentes tipos
de células da glia: oligodendrócitos e células de Schwann.
• A MIELINA é uma substância gordurosa de aparência
esbranquiçada, formada por lipídios e proteínas. Ela é formada
por várias camadas concêntricas de membrana plasmática que
dão origem à BAINHA DE MIELINA ao redor dos axônios.
• A FUNÇÃO da bainha de mielina é aumentar a velocidade de
condução do impulso nervoso.
TRANSMISSÃO DO IMPULSO NERVOSO-
SINAPSES

• As sinapses são junções entre a terminação de um neurônio e a


membrana de outro neurônio. São elas que fazem a conexão entre
células vizinhas, dando continuidade à propagação do impulso
nervoso por toda a rede neuronal.
• Os impulsos elétricos percorrem toda a extensão do neurônio,
indo do corpo celular aos axônios, mas não podem passar de um
neurônio a outro.
TRANSMISSÃO DO IMPULSO NERVOSO-
SINAPSES

• O espaço entre as membranas das


células é chamado fenda sináptica. A
membrana do axônio que gera o sinal e
libera as vesículas na fenda é
chamada pré-sináptica, enquanto que a
membrana que recebe o estímulo
através dos neurotransmissores é
chamada pós-sináptica.
TRANSMISSÃO DO IMPULSO NERVOSO-
SINAPSES
• Geralmente a sinapse ocorre entre o axônio de um neurônio e o
dendrito do neurônio seguinte, mas também pode ocorrer do
axônio diretamente para o corpo celular, ou entre do axônio do
neurônio para uma célula muscular.
• Os impulsos nervosos são sinais elétricos que afetam os íons da
membrana do neurônio. O estímulo ocorrido em algum ponto do
neurônio é transmitido através de mudanças bruscas de carga
elétrica, fenômeno chamado potencial de ação, que percorre todo
o neurônio.
Fonte: https://planetabiologia.com/neuronio- estrutura-funcao-e-classificacao/
TIPOS DE SINAPSES

• Existem dois tipos de sinapses: QUÍMICAS E ELÉTRICAS.


• As SINAPSES QUIMICAS são as mais comuns nos seres humanos
e outros mamíferos.
• As SINAPSES ELÉTRICAS são mais comuns em organismos
invertebrados, nos humanos geralmente não ocorrem em
neurônios, apenas nas células gliais ou musculares.
TIPOS DE SINAPSES

• SINAPSES QUÍMICAS
• Essas sinapses iniciam no terminal do axônio (uma região pouco mais
alargada formando um botão) da célula pré-sináptica.
• As vesículas contendo neurotransmissores( são liberadas na fenda sináptica e
reconhecidas por receptores químicos (proteínas específicas) na membrana
da célula pós-sináptica.
• A seguir se fundem com a membrana e liberam o seu conteúdo. A ligação
química entre o neurotransmissor e o receptor do neurônio seguinte gera
mudanças que irão fazer com que o sinal elétrico seja transmitido.
Ex. de neurotransmissores:
 Acetilcolina
 Dopamina
 Serotonina
 Adrenalina
 Noradrenalina  Endorfina
TIPOS DE SINAPSES

SINAPSES ELÉTRICAS
Nessas sinapses não há participação de neurotransmissores, o sinal
elétrico é conduzido diretamente de uma célula a outra através de
junções comunicantes (gap junctions). Essas junções são canais que
conduzem íons, obtendo respostas quase imediatas, isso quer dizer
que o potencial de ação é gerado diretamente.
DIVISÃO ANATÔMICA E
FUNCIONAL DO
SISTEMA NERVOSO
SISTEMA NERVOSOS CENTRAL SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

DIVISÃO ANATÔMICA
O ENCÉFALO
• O ENCÉFALO é uma região pertencente
ao sistema nervoso, e engloba o
CÉREBRO, TÁLAMO, MESENCÉFALO,
PONTE, CEREBELO E BULBO.
• Sua função principal é PROCESSAR E
INTEGRAR as informações nervosas do
corpo humano.
• Envolvendo o encéfalo está a caixa
craniana, responsável por PROTEGER
todos os órgãos do encéfalo.
O ENCÉFALO É TAMBÉM O CENTRO DO
INTELECTO, DAS EMOÇÕES,
DO COMPORTAMENTO EMOCIONAL E
DA MEMÓRIA.

CADA REGIÃO DO ENCÉFALO É


ESPECIALIZADA EM DIFERENTES FUNÇÕES,
MAS NECESSITA TRABALHAR JUNTO COM
AS DEMAIS PARA GARANTIR O BOM
FUNCIONAMENTO DO ORGANISMO E A
SOBREVIVÊNCIA DO INDIVÍDUO.
LOBO FUNÇÃO

Controle voluntário motor dos


músculos esqueléticos; personalidade,
processos intelectuais mais elevados
(ex.: concentração, planejamento,
FRONTAL
tomada de decisões); comunicação
verbal; memória operacional;
participação na memória de longo
prazo.

Interpretação somestésica (ex.:


PARIETAL sensações cutâneas e musculares);
memória operacional.

Interpretação das sensações auditivas;


TEMPORAL
memória (episódica e semântica).

Integração dos movimentos de


focalização visual; correlacionar
OCCIPITAL imagens com a experiência visual
prévia e outros estímulos sensoriais,
visão consciente.
O CÓRTEX

• É considerada uma das partes mais importantes do sistema nervoso,


afinal, é no córtex cerebral que irão chegar os impulsos produzidos
pelas vias da sensibilidade e onde elas são interpretadas.
• É ainda do córtex que saem os impulsos nervosos que iniciam e
comandam os movimentos voluntários.
• É o centro do entendimento e da razão, responsável pela memória,
percepção e linguagem.
CLASSIFICAÇÃO DE BRODMANN

• A divisão mais aceita é a do alemão Korbinian Brodman, que


identificou quase 50 áreas designadas por números denominadas
áreas de Brodman.
ÁREAS PRIMÁRIAS
Área motora
Córtex Motor Primário
Áreas sensoriais
Córtices sensoriais primários
Visual, auditivo, somestésico, gustativo, olfativo etc.

ÁREAS ASSOCIATIVAS SECUNDÁRIAS


Área de associação sensorial
Área somestésica secundária Área visual secundária
Área auditiva secundária Área de Wernicke
Área de associação motora
Área motora suplementar Área pré-motora
Área de Broca

ÁREAS ASSOCIATIVAS TERCIÁRIAS


Área pré-frontal
Área temporoparietal
Área de associação límbica
‘ ÁREAS MOTORAS
Estão relacionadas à geração, coordenação, manutenção e finalização dos
movimentos.
Dentro do córtex motor, podemos encontrar diferentes regiões:
•Área motora primária ou 4 de Brodmann. Esta região é caracterizada por um baixo
limiar de excitação. É responsável pela execução de ordens para iniciar movimentos
voluntários, que em geral são movimentos simples.
•Área motora suplementar ou 6 de Brodmann. É caracterizada por ter um alto limiar
de excitação. É responsável por coordenar os movimentos envolvidos na postura. Além
disso, influencia a organização das sequências de movimento dos grandes grupos
musculares.
•Área motora secundária ou 8 de Brodmann. É uma área pré-motora e é responsável,
juntamente com a área 6, por armazenar padrões de movimento de experiências
anteriores. Também se ocupa do movimento dos olhos.
•Área de Broca ou 44 e 45 de Brodmann. São aquelas que têm a ver com os
movimentos necessários para produzir a linguagem. Ou seja: gesticulação, entonação e
processamento semântico. Assim, desempenham um papel crucial na elaboração e
geração da linguagem falada e escrita.
ÁREAS SENSÍVEIS

Compõem a região somatossensorial e são responsáveis ​pelo processamento


cerebral dos fenômenos sensoriais (associação e coordenação de estímulos e
comparação de estímulos anteriores com aqueles vindos do exterior).

Áreas somatostéticas primárias, ou 1, 2 e 3 de Brodmann. Elas estão localizadas


entre o giro parietal e a parte posterior do lobo parietal central. São as principais
áreas responsáveis ​pelo tato e pela propriocepção.
Área somatestésica secundária, ou 5 e 7 de Brodmann. A 5 se encarrega da
percepção tátil e a 7 é uma área integradora, de reconhecimento de objetos
sem usar a visão.
Regiões de sensibilidade acústica: a área 41 detecta mudanças na frequência e
localização do som. A área 42 participa da detecção e reconhecimento da fala e
processa informações do córtex auditivo primário. Além disso, as áreas 20 e 21
reconhecem sons e a área 22 os percebe.
Sensibilidade gustativa. Principalmente a área 43. Está localizada no lábio
posterior da fissura lateral e na área adjacente da ínsula. Graças a ela,
processamos as informações relacionadas ao sabor.
Sensibilidade vestibular. É encontrada no lábio superior da fissura
central e na parte posterior da ínsula e da área 22. Tem a ver com
a percepção das posições do corpo, movimentos da cabeça no
espaço e a manutenção do equilíbrio.

Sensibilidade visual. Existe a área de Broadman 17, ao redor da


fissura calcarina e do polo occipital, que processa o conteúdo
visual com uma distribuição retinotópica das representações
visuais. Além disso, as áreas 18 e 19 de Brodmann relacionam as
informações recebidas da área 17 com experiências visuais
passadas registradas, para o reconhecimento e apreciação do que
é visto.
ÁREAS ASSOCIATIVAS

SÃO ÁREAS MULTISSENSÍVEIS, CAPAZES DE ASSOCIAR VÁRIAS SENSAÇÕES ENTRE SI E DE


ASSOCIÁ-LAS, POR SUA VEZ, COM ÁREAS DO TIPO MOTOR. ELAS ESTÃO LIGADAS AO
COMPORTAMENTO, À DISCRIMINAÇÃO PERCEPTIVA E À INTERPRETAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS
SENSÍVEIS.

ÁREAS PRÉ-FRONTAIS OU 9, 10, 11 E 12 DE BRODMANN. ELAS SE ENCARREGAM DE ASSOCIAR AS


EXPERIÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA PRODUZIR IDEIAS ABSTRATAS. ALÉM DISSO, ESTÃO
RELACIONADOS ÀS FUNÇÕES EXECUTIVAS, PERSONALIDADE E EMOÇÕES.
ÁREA DO VINCO CURVO OU ÁREAS 39 E 40 DE BRODMANN. ELAS ASSOCIAM INFORMAÇÕES VISUAIS,
PROPRIOCEPTIVAS E TÁTEIS PARA CONSOLIDAR CONCEITOS DE FORMA, TAMANHO E TEXTURA. ALÉM
DISSO, TÊM A VER COM A VALORIZAÇÃO E CONSCIÊNCIA DA IMAGEM.
ÁREA TEMPORAL ANTERIOR. INTERVÉM NO ARMAZENAMENTO DE EXPERIÊNCIAS SENSÍVEIS. SUA
ESTIMULAÇÃO LEMBRA OBJETOS OU MÚSICAS QUE FORAM PREVIAMENTE EXPERIMENTADOS. A
ÁREA 38 DESTA REGIÃO É CREDITADA COM O MOVIMENTO DO PÉ QUE FAZEMOS AO SEGUIR O RITMO
DE UMA MÚSICA QUANDO OUVIMOS UMA MELODIA.
ÁREAS ASSOCIATIVAS DA LINGUAGEM. A ÁREA DE BROCA É DEDICADA À GERAÇÃO MOTORA DA
LINGUAGEM FALADA. A ÁREA DE WERNICKE PERMITE A COMPREENSÃO DA LINGUAGEM ESCRITA E
FALADA, ASSOCIANDO SONS A CONCEITOS. O CENTRO DE EXNER INTERFERE NA LINGUAGEM
ESCRITA, E OS DE DEJERINE E LURIA SE DEDICAM À ORGANIZAÇÃO ADEQUADA DA PALAVRA.
ÁREAS DE LINGUAGEM
 Área de BROCA que está relacionada com a expressão da
linguagem. (roxo)

 Área de WERNICKE que está relacionada
basicamente com a percepção da linguagem. (verde)

AFASIAS = A palavra afasia deriva do grego (A =


não, ausência,) (FASIA = falar) apesar do radical de
ausência, as afasias são disfunções dos
componentes da linguagem e não ausência da fala.

“Enquanto os pacientes de Broca podiam


compreender mas não podiam falar, os pacientes de
Wernicke podiam falar mas não compreender”
O HOMÚNCULO
• A representação motora e sensorial tátil
do corpo, que se distribui ao longo das
áreas centrais do córtex cerebral.
• Estudada em detalhe pelo
neurocirurgião Wilder Penfield (Canadá)
durante as décadas de 1940 em diante.
O homúnculo (homem pequeno) é uma
representação distorcida do corpo , onde
determinadas áreas recebem mais
inervação (como é o caso da face e da
mão em humanos) de acordo com a sua
importância e necessidade de precisão
de movimentos e sensações.
OBRIGADA!

• BOM ESTUDO!

Você também pode gostar