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Cocaína

Derivada da planta Erythroxylon coca,


arbusto nativo da Bolívia e do Peru (também
cultivada em Java e Sri-Lanka), em cuja
composição química se encontram os
alcalóides Cocaína, Anamil e Truxillina (ou
Cocamina), foi sintetizada em 1859.
Aspirada, fumada ou injetada na veia, a cocaína se distribui pelo
corpo e age em todo o organismo, mas sua ação no cérebro é
responsável pelo efeito que provoca dependência.

O estímulo é transmitido de um para outro neurônio. Estes não se


ligam, porém, como os fios elétricos. Entre eles existe um pequeno
espaço livre chamado sinapse onde várias substâncias químicas são
liberadas e absorvidas. Uma das mais importantes é a dopamina.

Num estímulo prazeroso, por exemplo, a dopamina cai no interior


da sinapse e, penetra nos receptores do neurônio seguinte e
transmite a sensação de prazer. A dopamina que sobra na sinapse é
reabsorvida pelos receptores da membrana do neurônio que emitiu
o sinal e a sensação de prazer desaparece.
A droga entope os receptores que reabsorvem a
dopamina, deixando-a por mais tempo na sinapse e
perpetuando a sensação de prazer.
Sem
cocaína

Com
cocaína
Ação da Cocaína
RECEPTORES.
O vício pela cocaína está diretamente correlacionado a um
aumento no cérebro dos receptores para substâncias opióides,
como as endorfinas, que são naturais, e drogas de abuso, como
 
a heroína e o ópio.

Quanto maior a intensidade do vício, maior esse número


de receptores dopaminérgicos e maior a quantidade de
dopamina atuando. 
RECAIDA

Viciados em cocaína foram testados em pesquisa, eles


 
ficavam um mês longe da droga, em alguns deles o número
de receptores voltava ao normal, mas em outros continuava
alto.

Pode haver uma correlação entre esse fato e a


susceptibilidade do drogadito voltar ao vício ou não.
Sintomatologia
• Quando aplicada externamente bloqueia a condução de impulsos
nas fibras nervosas, produzindo uma sensação de amortecimento
e enregelamento.

• Vaso constrictora, isto é, contrai os vasos sangüíneos inibindo


hemorragias, além de funcionar como anestésico local, sendo este
um dos seus usos na medicina.

• Ingerida ou aspirada, a cocaína age sobre o sistema nervoso


periférico, inibindo a reabsorção, pelos nervos, da norepinefrina
(uma substância orgânica semelhante à adrenalina). Assim, ela
potencializa os efeitos da estimulação dos nervos.
• Estimulante do sistema nervoso central, agindo sobre ele,
com efeito, similar ao das anfetaminas.
• Aumento de excitabilidade;
• Ansiedade;
• Elevação da pressão sangüínea;
• Náusea;
• Alucinações. Um relatório norte-americano afirma que
uma característica peculiar da psicose paranóica,
resultante do abuso de cocaína, é um tipo de alucinação
na qual formigas, insetos ou cobras imaginárias parecem
estar caminhando sobre ou sob a pele do cocainômano;
  Reações alérgicas fatais;
 
  Produz forte dependência psicológica e física;
 
  Depressão profunda.
 
  Bastam alguns meses ou mesmo semanas para que ela cause
um emagrecimento profundo, insônia, sangramento do nariz
e corisa persistente, lesão da mucosa nasal e tecidos nasais,
podendo inclusive causar perfuração do septo.
 
  Doses elevadas consumidas regularmente também causam
palidez, suor frio, desmaios, convulsões e parada
respiratória.
  No cérebro, a cocaína afeta especialmente as áreas motoras,
produzindo agitação intensa. A ação da cocaína no corpo é
poderosa, porém breve, durando cerca de meia hora, já que a
droga é rapidamente metabolizada pelo organismo.

Fig. 1: Corte cerebral pós-mortem de um adito em cocaína. A lesão mostrada refere-se a uma hemorragia cerebral
massiva e está associada ao uso da cocaína.
Ecstasy
Denominado como 3,4 metilenodioximetanfetamina e
abreviado por MDMA, o ecstasy é uma substância
fortemente psicoativa

O MDMA (ecstasy) foi sintetizado pela Merck em 1914


com a finalidade de ser usado como um supressor do
apetite
Atuam sobre o sistema de recompensa induzindo a
liberação maciça de dopamina na fenda, em uma
quantidade muito maior do que a observada em
estímulos naturais. Ela também inibe a recaptação,
mas numa intensidade muito menor, se comparada à
cocaína.

De qualquer forma, o resultado final é um excesso de


dopamina, que será removida com mais dificuldade,
deixando-a agir mais tempo sobre os receptores e
produzindo efeitos de euforia mais intensos.
O ecstasy, também atua no sistema serotonérgico provendo efeitos
alucinógenos e sinestésicos. O sistema serotoninérgico, quando
estimulado, também atua positivamente sobre o sistema de
recompensa, aumentando ainda mais o efeito euforizante produzido
por este.
Interfere no sistema serotoninérgico, o que lhe confere propriedades
alucinógenas.

Os neurônios serotninérgicos encontram-se agrupados no núcleo da


rafe. O ecstasy bloqueia a recaptação da serotonina e a mantém
atuando sobre os receptores por mais tempo e de forma intensificada
NICOTINA
Estimula o sistema de recompensa
de maneira indireta. Se liga aos
receptores do sistema sistema
colinérgico.

A ligação aos receptores


nicotínicos estimula a liberação de
outro neurotransmissor, de
natureza excitatória, conhecido
por glutamato.

O glutamato é capaz de estimular


a liberação de dopamina no
sistema de recompensa.
Outra ação da nicotina: atua
no sistema GABA
(inibitório).

Ao contrário do sistema
glutamato (excitatório), esse
sistema inibi todos os outros
sistemas do cérebro,
inclusive o de recompensa.

Assim sendo, a sensação de


bem-estar e euforia
proporcionada pelo consumo
de cigarros torna-se ainda
mais intensa, duradoura e
causadora de dependência
OPIÁCEOS
Há uma grande concentração de receptores
opiáceos ao redor da área tegmental ventral
e do nucleus accumbens.

O organismo possui receptores naturais para


os opiáceos (heroína, dolantina, morfina,
codeína e outros).

Há três classes de receptores opióides envolvidos no surgimento de


dependência: receptores um, delta e kappa.

O primeiro é o responsável pelos efeitos de bem-estar


experimentados durante o consumo de opiáceos.
Os opiáceos ativam o
sistema de recompensa
indiretamente por
meio de duas ações:

1° Consiste na ligação dos opiáceos com os receptores opióides


dentro do sistema de recompensa. A ligação faz com que um
sinal seja enviado para liberar dopamina.
2° Os opiáceos bloqueiam a ação do sistema GABA que inibe a
liberação de dopamina.
Desse modo, os efeitos da dopamina tornam-se mais potentes e
duradouros.
ALCOOL
Atua sobre o sistema de recompensa indiretamente, por meio de sua
ação no sistema glutamato (excitatório), GABA (inibitório), opióide
(prazer e analgesia) e serotonina (humor e controle dos impulsos).

Todos esses sistemas são capazes de interferir no sistema de


recompensa. Ao inibir o sistema glutamato e estimular o sistema
GABA, produz uma sensação de relaxamento, modulada pelo
sistema de recompensa.

Sua ação sobre a serotonina também produz uma sensação de


euforia e bem-estar, predicativos que levam os indivíduos a
desejarem novas experiências com a substância.
Alguns estudos apontam para a ação do álcool sobre o sistema
opióide. O álcool parece atuar positivamente sobre os receptores
opióides mu e negativamente sobre os receptores delta.

Estudos com animais demonstraram que aqueles que não possuíam


receptores delta ingeriram álcool com mais avidez e descontrole. Já
a estimulação dos receptores mu aumentava a procura por álcool
entre esses animais.

Desse modo, o sistema opióide atua


diretamente sobre o sistema de
recompensa e está associado ao
desenvolvimento da dependência.
Alguns indivíduos parecem possuir déficits na neurotransmissão de
dopamina.

O álcool, de alguma forma, consegue sanar essa deficiência.

Para esses indivíduos, o consumo de álcool pode ter sua origem


como uma forma de 'automedicação', ou seja, uma forma de mantê-
lo relaxado, tranqüilo, uma vez que tais estados não acontecem
naturalmente entre eles.

Ficam, assim, extremamente


predispostos ao desenvolvimento
da dependência.
Algumas substâncias
psicoativas são capazes de
estimular diretamente o
receptor GABA-A, em
especial o álcool, os
benzodiazepínicos e os
barbitúricos.

A ação inibitória do
sistema GABA, quando
estimulado em baixas
doses por essas
substâncias, alivia a
ansiedade e provoca bem-
estar.
O alcoolismo é uma doença reconhecida pela OMS
(Organização Mundial da Saúde) e como a ferrugem nos
metais leva à uma degeneração do organismo, lenta e
progressiva até a morte.

Após o primeiro gole, o álcool se distribuí rapidamente,


pelo sangue, à todo o organismo, principalmente cérebro e
fígado.

No início, se percebe uma sensação de euforia. Com


ingestão de doses maiores há uma diminuição dos reflexos,
raciocínio e a fala torna-se arrastada. Em doses ainda mais
elevadas provoca náuseas, vômitos, coma ou mesmo a
morte.
Cont.

O álcool contido nas bebidas utilizadas é o etanol, obtido


através da fermentação de determinados produtos
naturais.

O processo de doença se manifesta através da hipertensão


arterial, miocardiopatias, hepatite, cirrose, gastrite,
impotência sexual, dores musculares, diarréia, pancreatite,
deficiência nutricional decorrentes da falta de vitaminas e
minerais como o acido fólico e a vitamina B12, câncer de
boca e de esôfago, alterações cerebrais e neurológicas.

Os alcoolistas vivem 10 a 12 anos menos comparados


com os que não bebem bebidas alcoólicas.
Tranqüilizantes: benzodiazepínicos e barbitúricos

A ação de ambos sobre o sistema de recompensa é indireta, através


da ação sobre o sistema GABA.

Tal ação produz redução da ansiedade e relaxamento. Tais efeitos


são encarados como reforçadores e contribuem para o surgimento da
dependência.
Maconha
O princípio ativo da maconha, o D-9-THC, possui receptores
específicos dentro do sistema de recompensa.

Há uma grande concentração destes ao redor da área tegmental


ventral, do nucleus accumbens e do hipocampo.

Não se sabe até o momento, porém, como o THC estimula o


sistema de recompensa. Uma das teorias vigentes postula que o
THC, ao se ligar ao seu receptor específico dentro do sistema de
recompensa, faz com que essa ligação envie um sinal que estimula
a liberação de dopamina e provoca os efeitos de bem-estar e
relaxamento observados.

O THC, provavelmente, é capaz de estimular o sistema opióide, que


por sua vez estimula o sistema de recompensa.
Há evidências da capacidade do THC em estimular o sistema de
recompensa a partir dos sistemas canabinóide e opióide.

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