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BASES

NEUROLÓGICAS
COGNITIVAS E
COMPORTAMENTAIS

Msc. Andreza Carla Lopes


Neuropsicóloga / Psicóloga Clínica Doutoranda e Mestre em
Neurociências e Comportamento / USP Coordenadora da
Equipe de Neuropsicologia do Ambulatório de Transtornos
Alimentares – AMBULIM - HCFMUSP
OBJETIVO DA DISCIPLINA

• Estudar os principais conceitos sobre as bases neurológicas


dos processos cognitivos e comportamentais, visando a
compreensão da integração entre estes aspectos.
O homem deve saber que de nenhum outro lugar, mas apenas do encéfalo, vem a alegria,
o prazer, o riso e a diversão, o pesar, o luto, o desalento e a lamentação. E por isso, de uma
maneira especial, nós adquirimos sabedoria e conhecimento e enxergamos e ouvimos e sabemos
o que é justo e injusto, o que é bom e o que é ruim, o que é doce e o que é insípido...
E pelo mesmo órgão nos tornamos loucos e delirantes, e medos e terrores nos assombram...
Todas essas coisas nós temos de suportar do encéfalo quando não está sadio... Nesse sentido,
opino que é o encéfalo quem exerce o maior poder sobre o homem.

— Hipócrates, Sobre a Doença Sagrada (Séc. IV a.C.)


SISTEMA NERVOSO CENTRAL:
DIVISÃO ANÁTOMO-FUNCIONAL
VÍDEO
NEUROFISIOLOGIA BÁSICA
NEUROFISIOLOGIA BÁSICA

• O sistema nervoso é o que nos permite perceber e interagir


com o nosso ambiente.
• O encéfalo regula a função voluntária e involuntária,
permite-nos estar atentos e receptivos e possibilita que
respondamos física e emocionalmente ao mundo.
• A função cerebral é o que nos torna a pessoa que somos.
COMUNICAÇÃO
CELULAR

• As células do sistema nervoso são a base construtora para


as complexas funções que ele desempenha. Mais de 100
milhões de neurônios preenchem o sistema nervoso
humano.
• Cada neurônio tem contato com mais de mil outros
neurônios. Os contatos neuronais são organizados em
circuitos ou redes que se comunicam para o
processamento de todas as informações conscientes e
inconscientes do encéfalo e da medula espinal.
• A segunda população de células, as chamadas células
gliais, tem a função de apoiar e proteger os neurônios.
Núcleo da célula, onde são
produzidos todos os
hormônios, as proteínas e
os neurotransmissores

NEURÔNIOS
COMUNICAÇÃO
CELULAR: ELÉTRICA

• Permite a corrente fluir de uma célula excitável para a


seguinte, por meio de vias de baixa resistência entre
as célula, chamadas junções comunicantes. Uma
junção comunicante é um complexo de poro e
proteína (conexina) que permite que os íons e outras
moléculas pequenas se movam entre as células
• Não apresenta mediados químicos.
• Comunicação rápida
COMUNICAÇÃO
CELULAR:
QUÍMICA
• Uma sinapse química é composta
de um terminal pré-sináptico, uma
fenda sináptica e um terminal pós-
sináptico. As cargas e os íons não
se movem diretamente entre as
células. A comunicação se dá por
neurotransmissores.
• Permite comunicação rápida a
longas distâncias.
• Pode ser realizada entre 2
neurônios ou neurônio -célula
efetora.
NEUROTRANSMISSORES

Os neurotransmissores são
moléculas liberadas pelos neurônios
pré-sinápticos e são o meio de
comunicação em uma sinapse
química. Eles se ligam a receptores
de neurotransmissores, podendo se
acoplar a um canal iônico (receptores
ionotrópicos) ou a um processo de
sinalização intracelular (receptores
metabotrópicos). São específicos para
o receptor em que se ligam e
provocam uma resposta específica
nos neurônios pós-sinápticos,
resultando em um sinal excitatório ou
inibitório.
SISTEMA NERVOSO

• O Sistema Nervoso é um dos sistemas mais complexos do


corpo humano, ele é o centro de nossas emoções,
responsável por controlar as funções orgânicas do corpo e
a interação desde com o ambiente. É composto pelo
Sistema Nervoso Central (SNC) e pelo Sistema Nervoso
Periférico (SNP).
SISTEMA NERVOSO: FUNÇÃO

De maneira geral, o Sistema Nervosos possui três funções básicas


principais, que são:

1. SENSITIVA: Responsável por receber estímulos, tanto do meio


interno quanto do meio externo do corpo.
2. INTEGRADORA: Recebe as informações sensitivas, armazena uma
parte delas e toma decisões sobre comportamentos apropriados a
serem tomados dependendo do tipo de estímulo que foi recebido.
3. MOTORA: Envia a resposta ao estímulo, que geralmente é uma
resposta de contração muscular ou secreção muscular.
DIVISÃO MORFOLÓGICA DO SISTEMA
NERVOSO

• SN CENTRAL: É o sistema que • SN PERIFÉRICO: É formado


esta localizado centralmente por Nervos, Gânglios e
ao corpo, e é composto pelo Terminações Nervosas. Esses
Encéfalo e Medula Espinhal. nervos podem ser cranianos
Dentro dele, a muitos tipos de (Quando eles saem do
informações sensitivas que Encéfalo) ou espinais
estão interligadas. (Quando saem da medula
Pensamentos e emoções são espinhal). Os nervos são
geradas e a memória é responsáveis por conduzir
formada e armazenada. impulsos nervosos para
dentro ou para fora do SNC.
SISTEMA NERVOSO
CENTRAL
O sistema nervoso central (SNC) humano é composto pelo encéfalo
e pela medula espinal. O encéfalo humano pesa cerca de 400 g no
momento do nascimento, peso que triplica durante os primeiros três
anos de vida, principalmente devido à adição de mielina e ao
crescimento de processos neuronais. O encéfalo adulto pesa cerca
de 1.400 g; portanto, é uma estrutura relativamente pequena,
constituindo cerca de 2% do peso corporal. O encéfalo ocupa-se de
funções muito diversas, como pensamento, linguagem,
aprendizagem e memória, imaginação, criatividade, atenção,
consciência, experiências emocionais e sono. Além disso, regula ou
modula funções endócrinas, viscerais e somáticas.
SISTEMA NERVOSO
CENTRAL
ENCÉFALO
A parte do SNC dentro da cavidade do
crânio é chamada de encéfalo. Consiste
em cérebro (prosencéfalo), mesencéfalo
e rombencéfalo. O cérebro consiste em
hemisférios cerebrais, estruturas
profundas e diencéfalo.
CÉREBRO
SISTEMA NERVOSO
CENTRAL: CÉREBRO
ORIENTAÇÃO DO ENCÉFALO
No cérebro, a superfície ventral do encéfalo é também a
superfície inferior, e a dorsal é a superior. Na medula
espinal e no tronco encefálico, a superfície ventral é
também a superfície anterior, e a dorsal é a posterior.
Rostral descreve algo em direção ao polo anterior do
cérebro. É responsável pela flexura que ocorre no nível do
mesencéfalo. Caudal descreve algo em direção ao polo
inferior da medula espinal, ou em direção à “cauda”.
SISTEMA NERVOSO
CENTRAL: CÉREBRO

PLANOS DE ORIENTAÇÃO
O encéfalo pode ser cortado em diferentes
planos de orientação. Cortes coronais seccionam
o órgão de dorsal para ventral, como uma tiara
ou coroa (corona, em latim, significa “coroa”)
colocada na cabeça. Cortes horizontais ou
axiais seccionam o encéfalo paralelamente ao
solo, no mesmo plano em que estaria o horizonte
para uma pessoa em pé. Cortes sagitais
seccionam o encéfalo de anterior para posterior,
como uma flecha. Um corte sagital médio separa
os dois hemisférios.
SISTEMA
NERVOSO
CENTRAL:
CÉREBRO
SUBSTÂNCIA CINZENTA

A substância cinzenta é qualquer acúmulo de


corpos celulares neuronais. No encéfalo, eles se SUBSTÂNCIA BRANCA
encontram na camada cortical na superfície do
A substância branca é a soma de todos os feixes de fibras. Um trato é um feixe de
cérebro e cerebelo. também pode ser
axônios que se desloca de uma área à outra. Esses axônios são na sua maioria
encontrada em estruturas profundas do cérebro,
mielinizados, resultando em um aspecto esbranquiçado. No SNP, um feixe de
gânglios da base e estruturas do sistema límbico
axônios é chamado de nervo.
SISTEMA NERVOSO CENTRAL:
CÉREBRO - TELENCÉFALO

HEMISFÉRIOS CEREBRAIS
Os dois grandes hemisférios cerebrais são, em termos anatômicos, quase
imagens espelhadas um do outro. Cada hemisfério é dividido em quatro
lobos, nomeados de acordo com os ossos cranianos que a eles se
sobrepõem. As cristas do córtex são chamadas de giros, e as ranhuras são
chamadas de sulcos ou fissuras (sulcos mais profundos). A fissura
longitudinal do cérebro está localizada ao longo do plano sagital médio e
separa os dois hemisférios. O sulco lateral (ou fissura sylviana) separa o lobo
temporal dos lobos frontal e parietal. Já o sulco parietoccipital é visível na
superfície medial do cérebro e separa o lobo occipital do parietal.
• Estrutura de 100 bilhões de neurônios
HEMISFÉRIOS CONEXÕES INTRAHEMISFÉRICAS

CEREBRAIS CONEXÕES INTERHEMISFÉRICAS


Dinâmica funcional complexa • Áreas motoras, sensoriais primárias e de associação
Conectividade complexa
• IDENTIFICAR OS LOBOS CEREBRAIS,
ATIVIDADE 1 DESCREVER SUAS FUNÇÕES E
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
LOBO FRONTAL

• Área Motora e Córtex Pré-Frontal


• Centro de julgamento, raciocínio, personalidade, motivação, inibição de
impulsos. LOBO FRONTAL

• Controle emocional, habilidades sociais, linguagem expressiva


• FUNÇÕES • Movimentos voluntários – área motora
primária
• Alerta
• Linguagem expressiva
• Atenção e concentração • Memória para hábitos e atividades motoras
• Memória • Controle emocional e de impulsos
• Cognição • Associações de palavras
• Habilidade para seguir instruções
• Motivação
• Tomadas de decisão
• Julgamento • Personalidade
• Raciocínio
LOBO PARIETAL

• Orientação espacial
• Recebimento e processamento de informações de sensibilidade (dor,
calor, frio, pressão, tamanho, forma, textura)
LOBO PARIETAL
• FUNÇÕES
• Atenção visual
• Percepção de relações espaciais
• Reconhecimento de faces
• Movimentos voluntários objetivos
• Manipulação de objetos
• Integração das aferências sensitivas
• Escrita e fluência verbal
LOBO OCCIPITAL

• Lesões prejudicam a visão, tanto na percepção como


interpretação. LOBO OCCIPITAL

• FUNÇÕES
• Percepção visual
• Aferências visuais
• Percepção e reconhecimento de palavras (leitura)
• Movimentos dos olhos
LOBO TEMPORAL

• FUNÇÕES
• Localizado ao lado dos lobos frontal e parietal
LOBO TEMPORAL
• Audição, música e linguagem receptiva
• Centro para os sentidos de olfação, gustação
• Compreensão da linguagem
• Aquisição da memória
• Memória para eventos não-verbais
• Recuperação de informações
• Algumas percepções visuais
• Categorização de objetos
• Comportamento
ÁREAS FUNCIONAIS DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS
ESTRUTURAS PROFUNDAS
ESTRUTURAS PROFUNDAS

• Sob a camada cortical contendo os corpos celulares neuronais, extensos tratos de substância
branca ligam as várias partes do cérebro umas às outras. Além disso, podem ser encontrados
núcleos de substância cinzenta em áreas profundas do cérebro, a saber, os gânglios da base
e as estruturas do sistema límbico.

Gânglios da base: Os gânglios da base são Estruturas límbicas: O sistema límbico é constituído
um grupo de núcleos interligados e por estruturas interligadas e interconectadas que
interconectados dentro do cérebro, repousam fornecem um substrato neuroanatômico para
profundamente nos hemisférios cerebrais e comportamentos relacionados a motivação e emoção
incluem os núcleos caudado e lenticular e atuam na aprendizagem e memória. Os
(putame e globo pálido). Desempenham componentes profundos do cérebro do sistema
papel essencial na inicialização e no controle límbico incluem a amígdala (ou corpo amigdaloide)
da motricidade voluntária. e o hipocampo, ambos localizados no lobo
temporal.
SISTEMA NERVOSO
CENTRAL: CÉREBRO
- DIENCÉFALO
O tálamo é uma estação de
processamento essencial para todas as
informações sensoriais (exceto olfatórias)
em seu caminho para o córtex;
desempenha um papel fundamental no
processamento de informações motoras,
na integração de informações cognitivas
e emocionais superiores e na regulação
da atividade cortical. O hipotálamo é
estruturalmente parte do diencéfalo, mas,
do ponto de vista funcional, faz parte do
sistema límbico. Desempenha um papel
fundamental na coordenação e integra
funções endócrinas, autonômicas e
homeostáticas. O subtálamo faz parte
dos gânglios da base e desempenha um
papel importante na modulação e
integração da motricidade voluntária e
do tônus muscular.
TRONCO
ENCEFÁLICO
O Tronco encefálico é o conduto pelo
qual passa toda informação
ascendente e descendente entre o
encéfalo e a medula espinal. Os nervos
cranianos fornecem informações
sensoriais e motoras da/para a cabeça,
além de mediar sentidos especiais. O
tronco encefálico também tem uma
função de integração. Isso é
conseguido em grande medida pela
atividade dos núcleos da formação
reticular. Esses núcleos difusos
encontram-se principalmente ao longo
da linha média do tronco encefálico.
Aspectos da função cardiovascular e
respiratória, da atividade cortical e da
consciência são organizados e
integrados em diferentes áreas do
tronco encefálico.
É a área mais rostral do tronco encefálico, caracterizada
pelo grande par de pedúnculos cerebrais na sua
MESENCÉFALO superfície anterior e por dois pares de núcleos, os
colículos superior e inferior, na sua superfície
posterior.
PONTE E BULBO
CEREBELO

O cerebelo é uma excrescência da ponte e se sobrepõe ao


quarto ventrículo. Tem dois hemisférios e uma área central
chamada verme do cerebelo; sua superfície é recoberta pelo
córtex cerebelar, que se desdobra em muitas partes. O cerebelo
é ligado ao tronco encefálico pelos pedúnculos cerebelares,
que carregam informações do/ para o cerebelo. O cerebelo tem
um papel importante no processamento de informações
sensoriais e na coordenação da motricidade voluntária.
Evidências mais recentes indicam que ele também atua na função
cognitiva.
IDENTIFIQUE AS ÁREAS DE ATIVAÇÃO
CEREBRAL NAS IMAGENS DE
ATIVIDADE 2 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
FUNCIONAL
RELAÇÃO ENTRE MENTE E
CÉREBRO, COMPORTAMENTO E
EMOÇÕES
PROBLEMA DE NATUREZA FILOSÓFICA

• O problema mente-cérebro atravessa quase todo a história


da filosofia. Possui muitas ramificações: dualidade
corpo/alma; causalidade/intencionalidade; fatos/valores;
quantidade/qualidade; matéria/espiritualidade;
natureza/cultura; exterioridade/interioridade;
objetividade/subjetividade.
HISTÓRICO

• Há milhares de anos os homens ligam o cérebro às funções


mentais. Os homens primitivos observavam que fortes traumas
cranianos eram responsáveis pela perda de consciência e de
memória, por convulsões e alterações da percepção e do
comportamento.

• A mais antiga cirurgia realizada é a trepanação. Arqueólogos


encontraram praticamente em todo o mundo milhares de
crânios com buracos cirúrgicos.
HISTÓRICO: Há 40.000 anos atrás, no período neolítico,
já eram realizadas cirurgias no crânio.

Trepanação é a abertura de um
ou mais buracos no crânio.
Seu registro mais antigo data
de 8 mil anos, se tornando o
mais velho procedimento
cirúrgico conhecido – e,
incrivelmente, a técnica era
usada por várias culturas
antigas, desde civilizações
pré-colombianas até as
primeiras civilizações
europeias.

Crânios trepanados do Neolítico


Histórico: trepanações...

As trepanações eram realizadas para


aliviar sintomas mentais, para retirar
os demônios e espíritos ruins que os
médicos antigos acreditavam serem os
responsáveis pela loucura e doença do
cérebro.
Trepanação realizada em um
crânio na América do Sul
(astecas)
Antigo Egito:

• As primeiras e mais importantes informações sobre as cirurgias


cerebrais foram extraídas do famoso Papiro Cirúrgico de Edwin
Smith (Egito - 1.600 AC)
• Nele são descritos 30 casos clínicos de trauma cranioencefálico
e da medula, contendo as primeiras descrições conhecidas das
suturas cranianas, da superfície externa do cérebro, do fluido
cerebroespinal e das pulsações intracranianas.
Antigo
Egito:
• Tal papiro descreve como as lesões cerebrais eram associadas a
mudanças da função de outras partes do corpo, especialmente as
dos membros inferiores, tais como contraturas hemiplégicas,
paralisias, incontinência urinária, etc.
Grécia antiga:

• Alcmeon, Demócrito, Diógenes, Platão e Teófrasto


acreditavam que o cérebro detinha o comando das
atividades corporais e era tido como responsável pelas
sensações e pensamentos (sec. V AC)
Grécia antiga:

• Hipócrates (460-379 AC) descreve de maneira surpreendente a


relação entre o cérebro e a mente:
"Deveria ser sabido que ele é a fonte do nosso prazer, alegria, riso e
diversão, assim como nosso pesar, dor, ansiedade e lágrimas, e nenhum
outro que não o cérebro. É especificamente o órgão que nos habilita a
pensar, ver e ouvir, a distinguir o feio do belo, o mau do bom, o prazer do
desprazer. É o cérebro também que é a sede da loucura e do delírio, dos
medos e sustos que nos tomam, muitas vezes à noite, mas ás vezes
também de dia; é onde jaz a causa da insônia e do sonambulismo, dos
pensamentos que não ocorrerão, deveres esquecidos e excentricidades".
Grécia antiga:

• Aristóteles discorda de seus contemporâneos e retoma a noção


bastante antiga de que a sede das emoções seria o coração. Até
hoje somos influenciados por esta noção (símbolo do amor –
coração)

• Posteriormente, Galeno (sec. II AC) um estudioso e dissecador,


refuta as ideias de Aristóteles e propõe que a massa cerebral é
responsável pelas atividades mentais.
Idade Média:

• Período ainda caracterizado por uma concepção metafísica das


funções cerebrais.

• Reina a teoria dos spiritus: spiritus naturalis (fígado) → spiritus


vitalis (pulmões) → spiritus animalis (cérebro).
• Descartes (sec. XVII): glândula pineal é a sede da atividade mental
(esta estrutura foi escolhida por ser um órgão único, as demais
estruturas cerebrais são bilaterias).
Idade Moderna:

Busca de um substrato material dos processos psíquicos.

• Meyer - memória → córtex cerebral; imaginação e juízo →


substância branca; vontade → regiões basais; corpo caloso +
cerebelo → integração de todas as funções.
COMPREENSÃO LOCALIZACIONISTA,
GLOBALISTA E CONEXIONISTA EM
NEUROSCIÊNCIAS
Século XIX - Auge do localizacionismo

Joseph Gall:
• Afirmou categoricamente que o cérebro era o órgão do espírito, ou
seja era responsável pelos sentimentos e pela faculdades mentais.
➢Foi o primeiro a descrever as diferenças entre a substâncias
cinzenta e branca do cérebro.
➢Gall fundou a Frenologia (ciência que acreditava que o cérebro era
constituído por um agregado de órgãos. Cada um desses órgãos
possuía uma faculdade psicológica específica – os “centros”).
Frenologia

• Gall e seus seguidores identificaram 37


faculdades mentais e morais que pensavam
estarem representadas na superfície do crânio ( as
proeminências externas do crânio refletem a
forma interna do cérebro).
• Portanto, a forma do cérebro podia ser utilizada
para diagnosticar faculdades mentais particulares
de um indivíduo.
FRENOLOGIA

Grande parte das faculdades mentais


identificadas referia-se a características
de personalidade, tais como firmeza,
cautela, espiritualidade, amabilidade,
etc.
• Flourens (1820): ao contrário de Gall afirma que as funções
mentais não eram dependentes de partes específicas do cérebro,
mas que este funcionava como um todo.

• Séc. XIX: Os neurologistas Paul Broca, na França e Karl Wernicke,


na Alemanha, chamam a atenção do mundo da medicina com
estudos sobre doentes com lesões cerebrais.
Histórico:
• Broca (1861): surgimento da Neuropsicologia Moderna → H.E.
cumpre um papel dominante na produção da linguagem.

• Wernick (1874):
» centro das imagens sonoras da linguagem (compreensão da
linguagem).
» área descrita por Broca: centro da representação motora da
linguagem.
Caso: Phineas Gage – 1848

• 25 anos de idade e supervisor da construção de ferrovias em


Vermont, EUA.
• enquanto estava preparando uma carga de pólvora para
explodir uma pedra, distraidamente socou uma barra de aço no
buraco. A explosão resultante projetou a barra (de 2.5 cm de
diâmetro e mais de um metro de comprimento) em alta
velocidade contra o seu crânio. A barra entrou pela bochecha
esquerda, destruiu o olho, atravessou a parte frontal do cérebro,
saindo pelo outro lado do topo do crânio.
Phineas Gage – 1848:
Séc. XX - Duas grandes correntes:

» Subordinação das funções isoladas às regiões concretas do


encéfalo (cérebro como um conjunto de órgãos ou centros
funcionais) → localizacionismo.
» Cérebro como um conjunto que origina uma atividade psíquica
única e que não se decompõe → Integracionismo.
Localizacionismo X integracionismo
• Neuroanatomista Korbinian Brodmann (1909): diferenciação
histológica e grande número de regiões estruturais = separação
espacial das funções.

Mapa citoarquitetônico
de Brodmann
Localizacionismo X integracionismo

Lashey (1929):
• estudo com ratos lesionados em tarefas de labirintos.
• A organização cerebral é mais dinâmica e envolve o todo o “Sistema
Cerebral”.

Outros autores integracionistas, partindo de suas investigações sobre


a linguagem, afirmam que os complexos sistemas de semântica e de
abstração não se restringem a regiões ou sistemas, mas envolvem toda
a massa cortical.
Goldstein (1934):
• Cunha o termo NEUROPSYCHOLOGICAL para se referir a
processos de pensamentos aberrantes em pacientes com lesões
cerebrais.
• Era nomeado o novo campo de investigação e tratamento (já em
exercício), relacionando sistematicamente o conhecimento da
Psicologia e da Neurologia.
Penfield (1947):
• Confirmou o papel das áreas de
Broca e Wernicke com estimulação
elétrica de cérebros vivos antes da
cirurgia para epilepsia.
• Com esta técnica fez o
mapeamento das área somato-
sensitivas primárias
ALEXANDER
LURIA
PROCESSOS PSICOLÓGICOS
BÁSICOS, FUNÇÕES EXECUTIVAS
E FUNÇÕES SUBCORTICAIS
Pensar, Raciocinar, memorizar, compor, falar, entender a linguagem ou a
música, escrever, ler, cantar, tocar instrumentos musicais, etc
ATENÇÃO
Princípios e fundamentos da neurociência da
atenção
A atenção é absolutamente valiosa em nossa vida diária.
Princípios e fundamentos da neurociência da
atenção

• A palavra “atenção” tem vários significados. Entretanto, ela


normalmente se refere à seletividade do processamento, como foi
enfatizado por William James (1890, pp. 403-4).

Atenção é [...] a posse pela mente, de forma clara e vívida, de um entre vários
objetos ou sequências de pensamentos que parecem simultaneamente possíveis.
Sua essência é constituída pela focalização, pela concentração e pela
consciência.
Princípios e fundamentos da neurociência da
atenção

• ... conjunto de processos que permitem controlar a atividade


nervosa relacionada a eventos externos e/ou internos, de modo a
selecionar aspectos que receberão processamento prioritário.

• Esses processos podem incluir a intensificação da atividade


nervosa em circuitos relacionados a informações sensoriais
presentes e/ou esperadas, a manutenção e/ou o resgate de
informações arquivadas na memória e ações ou planos motores.
Princípios e fundamentos da neurociência da
atenção
• O desenvolvimento dessa habilidade de controlar a atividade
nervosa depende da história de interação do organismo com o
ambiente. Num processo de
ESTÍMULOS aprendizagem que leva
a modificações
no seu funcionamento,
CONTINGÊNCIAS caracterizando
ESPACIAIS alterações “de-baixo-
para-cima” [bottom-up
processing]. Definida
CONTINGÊNCIAS como uma atenção
TEMPORAIS passiva quando
controlada por estímulos
.
externos (p. ex., um ruído
alto).
Princípios e fundamentos da neurociência da
atenção

Com o acúmulo desses registros sobre ocorrências


anteriores – memórias – e a identificação de
regularidades na ocorrência desses eventos, o sistema
nervoso passa a gerar previsões (probabilísticas) sobre o
ambiente. Então, passa a agir antecipatoriamente e a
selecionar as informações que serão processadas – um
processo de
“cima-para-baixo” [top down processing] –, o que confere
Atenção ativa quando controlada de
grande vantagem adaptativa. forma top-down pelos objetivos ou
pelas expectativas do indivíduo.
Princípios e fundamentos da neurociência da
atenção

1
ATENÇÃO FOCALIZADA
OU SELETIVA

2 ATENÇÃO DIVIDIDA
Situação na qual os
indivíduos tentam
prestar atenção a
apenas uma fonte
de informação,
ignorando outros
estímulos; também
conhecida como
atenção seletiva.
ATENÇÃO SELETIVA
ATENÇÃO SELETIVA
Situação na qual
duas tarefas são
realizadas ao
mesmo tempo;
também
conhecida como
multitarefas.
ATENÇÃO DIVIDIDA
ATENÇÃO DIVIDIDA
As quatro funções principais da atenção

1 FUNÇÃO
Vigilância e
DESCRIÇÃO
Geralmente, as pessoas
EXEMPLO
Em um submarino de
detecção de sinais tentam vigilantemente pesquisa, pode-se
detectar algum sinal ou procurar sinais de sonar
determinado estímulo de incomuns; em uma rua
interesse. Por meio da escura, pode-se tentar
atenção vigilante à detecção identificar sinais ou sons
de sinais, os indivíduos são indesejados; ou, após um
submetidos ao priming para terremoto, pode-se ficar
agir com rapidez sempre atento a cheiros de
que detectam estímulos de vazamento de gás ou de
sinais. fumaça.
As quatro funções principais da atenção

2 FUNÇÃO DESCRIÇÃO EXEMPLO


Atenção seletiva Constantemente, as pessoas fazem Pode-se prestar atenção à
escolhas com relação aos estímulos leitura de um livro didático ou
aos quais prestam atenção ou ouvir uma aula enquanto se
ignoram. Ao ignorar ou, pelo menos, ignoram estímulos como
não dar ênfase a alguns estímulos, rádio e televisão próximos ou
destacam-se, particularmente, os pessoas que chegam mais
estímulos salientes. O foco tarde à aula.
concentrado de atenção em
determinados estímulos de
informação melhora a capacidade de
manipular esses estímulos para
outros processos cognitivos, como a
compreensão verbal
ou a solução de problemas.
As quatro funções principais da atenção

3 FUNÇÃO DESCRIÇÃO EXEMPLO


Atenção dividida Frequentemente, as pessoas Motoristas experientes
conseguem realizar mais de uma podem facilmente falar
tarefa ao mesmo tempo e te enquanto dirigem, na maior
direcionam os recursos da parte das vezes; mas, se
atenção, distribuindo-os outro
prudentemente, segundo as veículo parece desviar em
necessidades. direção ao carro,
imediatamente, eles
redirecionam toda a atenção
da conversa para a condução
do veículo.
As quatro funções principais da atenção

4 FUNÇÃO DESCRIÇÃO EXEMPLO


Busca Muitas vezes, os indivíduos realizam Ao detectar fumaça (como
buscas ativas por determinados resultado da vigilância),
estímulos. pode-se realizar uma busca
ativa pela fonte da fumaça.
Além disso, algumas pessoas
estão sempre procurando
chaves, óculos e outros
objetos perdidos. Muitas
vezes, os adolescentes
"procuram“ objetos perdidos
na geladeira (com pouco
sucesso - até que alguém os
mostre a eles).
VIGILÂNCIA

• Vigilância é a capacidade do indivíduo de prestar


atenção em um campo de estimulação por um
período prolongado, durante o qual busca detectar o
surgimento de um determinado estímulo-alvo de
interesse.
• Quando está vigilante, o indivíduo espera atentamente
para detectar um sinal de estímulo que possa aparecer
em um momento desconhecido.
• A vigilância é necessária em ambientes em que um
dado estímulo ocorre raramente, mas requer atenção
imediata assim que ocorre.
BUSCA

• Compreende procurar um alvo de modo hábil e ativo se refere a


uma varredura no ambiente para encontrar características
definidas – procurar ativamente algo quando não se tem certeza
de quando ele surgir.

• A busca fica ainda mais difícil em razão dos fatores de distração,


estímulos que não são alvos e que desviam a atenção dos
estímulos-alvos.
• Grande parte da pesquisa
sobre atenção seletiva
concentra-se no
processamento auditivo,
mas ela também pode ser
estudada por meio do
processamento visual.
Uma das tarefas mais
utilizadas com esse
propósito foi formulada
por John Ridley Stroop
(1935): o efeito Stroop.
• O efeito Stroop demonstra
a dificuldade psicológica
ATENÇÃO
ATENÇÃOSELETIVA:
SELETIVA:O
O
de prestar atenção à cor da
tinta e tentar ignorar a
EFEITO
EFEITOSTROOP
STROOP
palavra que está impressa
coma tinta daquela cor.
O EFEITO STROOP

• Você achará difícil deixar de ler intencionalmente e, ao invés disso, concentrar-


se na identificação da cor da tinta, desconsiderando a palavra impressa na cor
daquela tinta.
• Uma explicação alternativa é que a saída de uma resposta ocorre quando os
caminhos mentais para a produção da resposta são suficientemente ativados.
• No teste de Stroop, a palavra colorida ativa uma via cortical para dizê-la. Por
sua vez, o nome da cor ativa uma via para dar nome à cor, mas o primeiro
interfere no segundo. Nessa situação, leva mais tempo para se juntar força de
ativação suficiente para produzir a resposta de dar nome à cor e não a resposta
de ler o nome da cor.
O EFEITO
STROOP

Stroop Numeral

Stroop Direcional

Stroop Animal

Stroop Emocional
• A visão é a
modalidade mais
importante entre
nossos sentidos,
com mais córtex
dedicado a ela do
que a qualquer
outra modalidade
sensorial.
ATENÇÃO
ATENÇÃOVISUAL
VISUAL
Como é a atenção visual focalizada?
• Sua atenção visual é como um holofote?
Um holofote ilumina uma área
relativamente pequena, pouco pode ser
visto fora de seu feixe de luz e ele pode
ser direcionado para focalizar qualquer
outro objeto.
• A atenção visual se parece com uma lente
zoom. Podemos deliberadamente
aumentar ou reduzir a área de atenção
focal da mesma forma como uma lente
zoom pode ser ajustada para alterar a área
que ela abrange.
Transtornos de Atenção Visual
NEGLIGÊNCIA EXTINÇÃO
Transtorno que envolve Transtorno da atenção
lesão no hemisfério visual no qual um
direito (geralmente), estímulo apresentado
condição em que o lado no lado oposto à lesão
esquerdo dos objetos cerebral não é
e/ou objetos
apresentados ao campo
detectado quando
visual esquerdo não são outro estímulo é
detectados; a condição apresentado ao
se parece com extinção, mesmo tempo no lado
mas é mais grave. da lesão.
NEGLIGÊNCIA
VISUAL
MEMÓRIA
MEMÓRIA -
CONCEITO

Aristóteles

Memória: “faculdade de reter coisas que voltam espontaneamente ao


espírito. O registro e o resgate se fazem sem esforço”.

Reminiscência: “faculdade de encontrar, pelo esforço, algo que se sabe


saber”.
MEMÓRIA – INTER-RELAÇÕES
Conservação da Identidade Organização da história

Memória
Coerência de
pensamentos

Aprendizagem

Capacidade de Adaptação Linguagem


MEMÓRIA
MEMÓRIA

Que dia é hoje?


O que você comeu no café da
manhã?
Como foi seu primeiro dia de aula
na faculdade?
MEMÓRIA
O termo memória vem do grego e significa “mnemis” ou do
latim “memória”, e segundo Relvas (2015) significa a faculdade
de reter e/ou readquirir ideias, imagens, expressões e
conhecimentos.
Para Sternberg (2017) é o meio pelo qual retemos e nos valemos
de informações sobre nossas experiências passadas para usá-las
no presente.
Gazzaniga (2018) afirma ser a capacidade do sistema nervoso
de manter e recuperar habilidades e conhecimentos,
possibilitando que os indivíduos levem informações de
experiências e armazenem-nas para posterior recuperação.
MEMÓRIA

✓A memória é uma capacidade funcional do sistema nervoso responsável por


selecionar, arquivar e evocar os estímulos do meio.

✓É fundamental para o pensamento e aprendizagem.

✓Requer um bom sistema atencional e estado emocional favorável.

✓Nos primeiros meses de vida a memória possui características sensoriais e afetivas.

✓A experiência repetida será o elemento constituinte e organizador.

✓Posteriormente com, informações mais sofisticadas, vai se constituir no componente


essencial da arquitetura cognitiva das Funções Executivas.
MEMÓRIA
MEMÓRIA
MEMÓRIA

Os dados
sensoriais
transformam-se
em uma forma de
representação
mental.
MEMÓRIA
É a retenção daquilo que foi
codificado em forma de
representação mental, ou seja, o
sistema nervoso registra o que
foi experimentado, mantendo-o
como um evento memorável,
através das novas conexões
neurais que foram estabelecidas
pelas novas sinapses,
consolidando a informação.

Os dados
sensoriais
transformam-se
em uma forma de
representação
mental.
É a última fase da memória,
MEMÓRIA onde são acessadas as
É a retenção daquilo que foi memórias armazenadas,
codificado em forma de trazendo à mente quando for
representação mental, ou seja, o necessário.
sistema nervoso registra o que
foi experimentado, mantendo-o
como um evento memorável,
através das novas conexões
neurais que foram estabelecidas
pelas novas sinapses,
consolidando a informação.

Os dados
sensoriais
transformam-se
em uma forma de
representação
mental.
NEUROBIOLOGIA DA MEMÓRIA

Neurologicamente, a memória é
resultado da atividade cerebral. A
assimilação é o primeiro processo para a
construção da memória, através do qual
as informações são enviadas para a
memória curta ou de longa duração, em
seguida há a ativação do hipocampo, que
ajuda a selecionar onde os aspectos
importantes para fatos, eventos serão
armazenados e também está envolvido
como o reconhecimento da rota. O
hipocampo filtra os dados, usa e joga
fora informações de curto prazo e se
encarrega de enviar outras para
diferentes partes do córtex cerebral.
NEUROBIOLOGIA DA MEMÓRIA
MEMÓRIA
MEMÓRIA
Richard Atkinson e Richard Shiffrin apud Sternberg (2017), afirmavam que a memória varia em duração,
dividindo-a assim, em três sistemas: memória sensorial, memória de curto prazo e memória de longo
prazo.
A memória sensorial A memória de curto A memória de longo

Curto Prazo

Longo Prazo
Sensorial

é uma memória prazo, é uma prazo apresenta uma


breve, ou seja, é um memória ativa, onde capacidade ampla de
sistema de memória há uma capacidade armazenamento por
temporária de armazenamento um longo período de
intimamente ligada por períodos mais tempo, sendo
aos sistemas longos, com duração considerada
sensoriais, e uma de segundos à horas, relativamente
informação que dura mas que são permanente.
apenas algumas vulneráveis à
frações de segundos perturbações
e não há consciência
sobre ela
MEMÓRIA
SENSORIAL

• Ultracurta, relaciona-se a
órgãos sensoriais e percepções
registradas.
• Memória icônica ecóica
(visual)e memória ecóica
(auditiva).
MEMÓRIA DE CURTO PRAZO
O termo memória de trabalho (working memory), segundo Baddeley (2011)
fundamenta-se na suposição de que existe um sistema para a manutenção e a
manipulação temporária de informação, e de que isso é útil na realização de
muitas tarefas.
A memória de trabalho tem uma capacidade limitada, e exige repetição e ensaio
para ser conservada, mesmo que por pouco tempo.
Segundo Eysenck (2017), recentemente Baddeley tem utilizado o modelo da
memória de trabalho que apresenta quatro componentes:
E um buffer episódico,
Um esboço visuoespacial
Uma alça fonológica que com armazenamento
Um executivo central especializado para o
processa e armazena temporário das
isento de modalidade, processamento espacial
informações brevemente informações integradas
que “é um sistema e visual e para o
de uma forma fonológica provenientes do esboço
atencional” armazenamento
(baseada na fala) visuoespacial e da alça
temporário
fonológica.
MEMÓRIA DE TRABALHO
Componente da
MEMÓRIA DE TRABALHO memória
de trabalho isento
de modalidade e com
capacidade limitada.
Componente da
MEMÓRIA DE TRABALHO memória
de trabalho isento
de modalidade e com
capacidade limitada.

Componente da
memória de
trabalho
em que
informações
fundamentadas na
fala são
processadas e
armazenadas,
ocorrendo
articulação
subvocal.
Componente da
MEMÓRIA DE TRABALHO memória
de trabalho isento
de modalidade e com
capacidade limitada.

Componente da
memória Componente da
de trabalho usado memória de
para trabalho
processar em que
informações informações
visuais e espaciais e fundamentadas na
armazená-las por fala são
um processadas e
breve período. armazenadas,
ocorrendo
articulação
subvocal.
Componente da Componente da
memória de trabalho; é MEMÓRIA DE TRABALHO memória
essencialmente passivo de trabalho isento
e armazena brevemente de modalidade e com
informações integradas. capacidade limitada.

Componente da
memória Componente da
de trabalho usado memória de
para trabalho
processar em que
informações informações
visuais e espaciais e fundamentadas na
armazená-las por fala são
um processadas e
breve período. armazenadas,
ocorrendo
articulação
subvocal.
MEMÓRIA DE TRABALHO
MEMÓRIA
DE
LONGO
PRAZO
MEMÓRIA DECLARATIVA DE LONGO PRAZO

MEMÓRIA IMPLÍCITA (não


declarativa ou de procedimentos) , MEMÓRIA EXPLÍCITA (memória
ela é manifesta de forma declarativa) é altamente flexível, requer
automática, não requerendo um esforço consciente, pode ser descrita
esforço consciente por parte do verbalmente, incluindo a memória
indivíduo, e não pode ser descrita episódica, relacionada ao tempo e
verbalmente. eventos experimentados pela própria
pessoa; e a memória semântica, que
podem ser declaradas verbalmente, ou
com a lembrança de fatos e
conhecimentos.
MEMÓRIA DECLARATIVA DE LONGO PRAZO

MEMÓRIA IMPLÍCITA (não


declarativa ou de procedimentos) , MEMÓRIA EXPLÍCITA (memória
ela é manifesta de forma declarativa) é altamente flexível, requer
automática, não requerendo um esforço consciente, pode ser descrita
esforço consciente por parte do verbalmente, incluindo a memória
indivíduo, e não pode ser descrita episódica, relacionada ao tempo e
verbalmente. eventos experimentados pela própria
pessoa; e a memória semântica, que
podem ser declaradas verbalmente, ou
com a lembrança de fatos e
conhecimentos.
MEMÓRIA DECLARATIVA DE LONGO PRAZO

MEMÓRIA IMPLÍCITA (não


declarativa ou de procedimentos) , MEMÓRIA EXPLÍCITA (memória
ela é manifesta de forma declarativa) é altamente flexível, requer
automática, não requerendo um esforço consciente, pode ser descrita
esforço consciente por parte do verbalmente, incluindo a memória
indivíduo, e não pode ser descrita episódica, relacionada ao tempo e
verbalmente. eventos experimentados pela própria
pessoa; e a memória semântica, que
podem ser declaradas verbalmente, ou
com a lembrança de fatos e
conhecimentos.
MEMÓRIA
EPISÓDICA
MEMÓRIA
SEMÂNTICA
MEMÓRIA NÃO-DECLARATIVA OU
PROCEDIMENTAL

• A memória não-declarativa é o tipo de memória que guarda as


informações adquiridas que nos permitem saber como realizar
procedimentos motores.
• São fixadas por condicionamento.
• Comer com faca e garfo, guiar um automóvel, andar de bicicleta, tocar
guitarra, piano, escovar os dentes, etc., são aptidões adquiridas de forma
relativamente lenta, mas, uma vez adquiridas tornam-se comportamentos
quase automáticos, que se executam com pouco esforço consciente e
que duram, normalmente, toda a vida
MEMÓRIA NÃO-
DECLARATIVA
OU
PROCEDIMENTAL
Categoria M. Sensorial M. Curto Prazo M. Longo Prazo

Tipo de material Padrões sensoriais não Matéria significativa Matéria significativa


armazenado analisados quanto a interpretada interpretada
significado

Duração Uma fração de segundo Em torno de 15 Minutos, horas, dias,


segundos ou minutos. anos.

Capacidade Grande (registrada por Máxima: cerca de 7 Ilimitada


todos orgãos sensoriais) elementos.

Atenção Requerida Nenhuma Pelo menos nível Geralmente, nível


mínimo moderado

Recuperação de Dados Recuperados pela Recuperados fácil e Dados recuperados com


atenção: material rapidamente por média variados graus de
transferidos 15 segundos a 1 minuto. dificuldade
automáticamente para a
MCP

Causas prováveis de Deterioração; Deterioração, Falhas na codificação,


esquecimento mascaramento interferência no armazenamento ou
na recuperação
Sistema Outros Termos Subsistemas Resgate

Habilidades motoras,
cognitivas Implícito
Procedimento Não-declarativa
Condicionamento simples
Aprendizado Associativo
Simples
Sistema Pré-ativação Descrição estrutural Forma Implícito
perceptual verbal visual Forma verbal
representativo auditiva
Semântico Genérico Factual Espacial Relacional Implícito
Conhecimento

Primário Memória de trabalho ou Visual Explícito


operacional (working memory)
Curto Prazo

Episódico Pessoal Autobiográfico Explícito


Memória para eventos
PERCEPÇÃO
PERCEPÇÃO

O conjunto de processos
psicológicos pelos quais
as pessoas reconhecem,
organizam, sintetizam e
conferem significação (no
cérebro) às sensações
recebidas dos estímulos
ambientais (nos órgãos
dos sentidos)
PERCEPÇÃO

A percepção é um processo mediante o


qual a informação sensorial é
ativamente organizada e interpretada
pelo cérebro e que nos ajuda a
compreender o mundo à nossa volta.
A PERCEPÇÃO
SENSAÇÃO PERCEPÇÃO

É a detecção e recepção dos É a interpretação, organização e


estímulos descodificação dos dados sensíveis,
nos órgãos dos sentidos, que são feita pelo cérebro.
traduzidos em impulsos nervosos
que sãoconduzidos ao Sistema Seleciona, organiza, interpreta,
Nervoso Central atribui sentido.
pera serem processados pelo
cérebro. É um processo mental ativo, embora
dependa da sensação.
PERCEPÇÃO
A visão que temos do mundo
não é uma reprodução, mas
sim uma interpretação.
Fazemos uma correção
mental, e de modo
automático, ao conteúdo da
nossa percepção de modo a
manter a regularidade do
mundo externo
A PERCEPÇÃO

• Toda a informação sensorial é captada pelos sentidos e


enviada para diferentes áreas do cérebro, onde é
representada.

• Não reproduz o mundo como um espelho, como uma


fotografia, porque o cérebro constrói uma representação
mental ou imagem da realidade.
A PERCEPÇÃO

“É no cérebro que a
papoila se torna
vermelha, que a maçã
se torna aromática,
que a cotovia canta.”
Oscar Wilde
FATORES INTERNO À PERCEPÇÃO
INERENTES AO SUJEITO
ESTRUTURAS FISIOLÓGICAS EXPERIÊNCIAS ANTERIORES

MATURAÇÃO PERSONALIDADE

EXPERIÊNCIAS PESSOAIS FATORES SOCIAIS

CULTURA VALORES

MOTIVAÇÃO NECESSIDADES

ATENÇÃO PROFISSÃO

MEMÓRIA APRENDIZAGEM

ESTRUTURAS FISIOLÓGICAS EXPERIÊNCIAS ANTERIORES


FATORES EXTERNOS À PERCEPÇÃO
INERENTES AO OBJETO
INTENSIDADE TAMANHO CONTRASTE
Tendência a perceber os estímulos Tendência para captar objetos Tendência para ser mais sensível a
com maior intensidade. com tamanhos maiores. estímulos que contrastem no meio.

Brilho forte, um som alto, uma cor Figuras grandes num desenho. Um brilho na penumbra, uma erva
berrante… aromática não habitual num prato
cozinhado…
SURPRESA E NOVIDADE REPETIÇÃO MOVIMENTO
Muito utilizado quando se Tendência para prestar atenção a Tendência para perceber mais
pretende chamar a atenção. um estímulo novo e repetitivo. facilmente estímulos em
movimento.
Um slogan publicitário.
Uma bola rodando para chamar a
atenção de um gato.
PERCEPÇÃO VISUAL
PERCEPÇÃO VISUAL
A visão é a percepção de
raios luminosos pelo sistema
visual. Esta é a forma de
percepção mais estudada
pela psicologia da
percepção. A maioria dos
princípios gerais da
percepção foram
desenvolvidos a partir de
teorias especificamente
elaboradas para a percepção
visual.
PERCEPÇÃO VISUAL

Considerando os sistemas cerebrais envolvidos


no processo de percepção visual, a área
posterior do córtex é responsável pela visão, e
o processamento visual é realizado em
aproximadamente 25 áreas cerebrais distintas,
considerando o lobo occipital, a parte posterior
do cérebro, estendendo-se até os lobos
temporal e parietal (Eysenck; Keane, 2017).
PERCEPÇÃO VISUAL

Na percepção e no reconhecimento dos objetos, o circuito cerebral


funciona a partir da percepção visual, e estudiosos aplicam o
processo de ilusão para entender como o cérebro usa essa
informação para determinar a forma, o tamanho e as distâncias dos
objetos.
Segundo Gazzaniga, Heatherton e Halpern (2018), muitos
pesquisadores se baseiam em truques de ilusão para revelar
sistemas receptivos automáticos que na maioria das vezes resultam
de uma percepção precisa, ou seja, de uma organização perceptual.
PERCEPÇÃO VISUAL
• Com base na ideia de organização perceptiva, os teóricos da Gestalt
(palavra alemã que significa formato ou forma) defendem que a
percepção é mais do que a soma de resultados sensoriais
acumulados. Por isso, propuseram que “o cérebro usa princípios
inatos para organizar a informação sensorial em todos organizados.”
(Gazzaniga; Heatherton; Halpern, 2018, p. 188).
• Esse princípio explica a maneira como todos nós percebemos e
reconhecemos um carro a partir da percepção do todo e nunca
pensamos em um objeto de metal, com rodas, portas, vidros e
maçanetas, visto por seu todo, e não por suas características.
PERCEPÇÃO
AUDITIVA

A audição é a percepção de sons pelos


ouvidos. A psicologia, a acústica e a
psicoacústica estudam a forma como
percebemos os fenómenos sonoros. Uma
aplicação particularmente importante da
percepção auditiva é a música.
PERCEPÇÃO OLFATIVA
• O olfato é a percepção de odores pelo
nariz. Este sentido é relativamente
ténue nos humanos, mas é importante
para a alimentação. A memória olfativa
também tem uma grande importância
afetiva. A perfumaria e a enologia são
aplicações dos conhecimentos de
percepção olfativa.
• Em alguns animais, como os cães, a
percepção olfativa é muito mais
desenvolvida e tem uma capacidade de
discriminação e alcance muito maior
que nos humanos.
PERCEPÇÃO GUSTATIVA

O paladar é o sentido de sabores pela língua.


Importante para a alimentação. Embora seja
um dos sentidos menos desenvolvidos nos
humanos, o paladar é geralmente associado ao
prazer e a sociedade contemporânea muitas
vezes valoriza o paladar sobre os aspectos
nutritivos dos alimentos. A culinária e a
enologia são aplicações importantes da
percepção gustativa. O principal fator desta
modalidade de percepção é a discriminação de
sabores.
PERCEPÇÃO TÁTIL
• O tato é sentido pela pele em todo o
corpo. Permite reconhecer a presença,
forma e tamanho de objetos em contato
com o corpo e também a sua
temperatura. Além disso o tato é
importante para o posicionamento do
corpo e a proteção física.
• O tato não é distribuído
uniformemente pelo corpo. Os dedos
da mão possuem uma discriminação
muito maior que as demais partes,
enquanto algumas partes são mais
sensíveis ao calor. O tato tem papel
importante na afetividade e no sexo.
PERCEPÇÃO ESPACIAL
• Assim como as durações do tempo, não possuímos um
órgão específico para a percepção espacial, mas as
distâncias entre os objetos podem ser efetivamente
estimadas. Isso envolve a percepção da distância e do
tamanho relativo dos objetos.
• Aparentemente a percepção espacial é supramodal, ou
seja, é compartilhada pelas demais modalidades e utiliza
elementos da percepção auditiva, visual e temporal.
• Assim, é possível distinguir se um som procede
especificamente de um objeto visto e se esse objeto (ou o
som) está se aproximando ou se afastando.
CINESTESIA
• É a capacidade em reconhecer a
localização espacial do corpo, a sua
posição e orientação, a força exercida
pelos músculos e a posição de cada parte
do corpo em relação às demais, sem
utilizar a visão.
• Este tipo específico de percepção permite
a manutenção do equilíbrio postural e a
realização de diversas atividades
práticas.
• Resulta da interação das fibras
musculares que trabalham para manter o
corpo na sua base de sustentação, de
informações táteis e do sistema
vestibular, localizado no ouvido interno.
LEIS DA PERCEPÇÃO
• A teoria da GESTALT foi formulada no início do século XX por um grupo de Psicólogos
alemães (Wertheimer, Kolher e Koffka).
• Gestalt significa forma, padrão, configuração.
• Este movimento elaborou um conjunto de leis que tentaram explicar como a mente, de
forma imediata, interpreta as informações sensoriais e produz uma percepção
organizada.
• Gestaltistas apontam alguns princípios:
- Percepção de figura-fundo
- Proximidade
- Semelhança
- Continuidade
- Fechamento
- Lei de Pragnanz
PRINCÍPIO DA
TOTALIDADE
A principal tese dos
gestaltistas é esta: o todo
é maior que a soma das
partes. Temos a
percepção de formas
unificadas e não de peças
ou fragmentos.
PRINCÍPIO DA
TOTALIDADE
Só reconhecemos uma melodia
ouvindo-a globalmente:
isoladas, as notas musicais nada
significam. Uma vez
organizada a melodia damos
atenção à forma conjunta e não
a notas isoladas.
CONSTÂNCIA
PERCEPTIVA
A constância perceptiva é a
capacidade de perceber um
objeto com os seus
atributos básicos,
independentes da
variedade sensorial com
que ele se apresenta.
CONSTÂNCIA DA
DIMENSÃO/TAMANHO

O reconhecimento de que
um objeto continua a ser o
mesmo ou a ter a mesma
dimensão
independentemente da sua
imagem na retina mudar.
CONSTÂNCIA
QUANTO À COR

Capacidade de perceber a
cor dos objetos familiares
como constante, apesar da
sensação da cor mudar.
CONSTÂNCIA
QUANTO A FORMA

A tendência para perceber


um objeto como tendo uma
forma constante mesmo
quando muda a imagem
que é projetada na retina.
CONSTÂNCIA
PERCEPTUAL
É a habilidade para perceber
que um objeto possui
propriedades inalteradas tais
como: forma, posição e
tamanho.
Ex.: Conforme a porta vai sendo aberta,
percebemos a constância da sua forma
retangular, apesar da imagem projetada na
retina mudar.
PERCEPÇÃO
FIGURA-FUNDO

A nossa atenção seleciona


partes da imagem e forma a
percepção consoante à
escolha feita.
LEI DO AGRUPAMENTO
PERCEPTIVO

Tendência para agrupar os


estímulos recebidos num todo
coerente.
Quando percepcionamos um
aglomerado de objetos (estímulos
perceptivos), tendemos a ver os
objetos que estão próximos uns
dos outros como formando um
grupo ou unidade.
PROXIMIDADE
SEMELHANÇA
CONTINUIDADE
FECHAMENTO
LEI DE
PRAGNANZ
APRAXIAS
PRAXIAS
• Função que permite a realização de gestos coordenados e eficazes.

• Ação própria, particular de alguém. Maneira de agir, de se


comportar.

• É a sequência harmônica dos movimentos necessários para a


execução de atos motores mais ou menos complexos, com uma
intenção e objetivo determinados por um contexto.
É a habilidade de idealizar e
executar um ato motor
normalmente gestual, tratando-se
do componente cognitivo do
comportamento motor
propriamente dito.

Sequência harmônica dos


movimentos necessários para a
execução de atos motores
complexos – atividade gestual e
uso de objetos.

Caracterizam-se como funções


neuropsicológicas complexas que
correspondem a sistemas de
PRAXIAS/HABILIDADES movimentos coordenados em

VISUOCONSTRUTIVAS função de um resultado ou


intenção.
PRAXIAS /HABILIDADES
VISUOCONSTRUTIVAS
• HABILIDADE VISUOPERCEPTIVA: se dá a partir do processamento
cerebral ativo de informações visuais que chegam aos nossos órgãos
visuais periféricos.
• HABILIDADE VISUOCONSTRUTIVA (também referida como praxia
construtiva): refere-se à habilidade de juntar ou manejar partes ou
estímulos físicos organizadamente, de maneira que formem uma
entidade única ou objeto.
• Regiões corticais posteriores como os córtex parietal e occipital são
importantes nessas funções.
PRAXIAS /HABILIDADES
VISUOCONSTRUTIVAS

Habilidade de juntar ou
manejar partes ou
HABILIDADE É a capacidade de realizar
atividades formativas ou
estímulos físicos
CONSTRUTIVA construtivas.
organizadamente, de
maneira que formem uma
entidade única ou objeto.
PRAXIAS /HABILIDADES
VISUOCONSTRUTIVAS
A capacidade para desempenhar essas atividades requer algumas
condições:

Habilidade
Capacidade
para
Percepção Raciocínio Comportamento de monitorar
formular
visual espacial motor o próprio
planos ou
desempenho
metas

O indivíduo precisa ser capaz de operar sobre


dados visuoperceptivos e visuoespaciais.
PRAXIAS /HABILIDADES
VISUOCONSTRUTIVAS
Esses estágios, embora sucessivos, estão em constante interação. Dentre as
habilidades visuoperceptivas e visuoespaciais encontram-se as capacidades de:
✓Discriminação visual
✓Diferenciação figura e fundo
✓Síntese visual
✓Reconhecimento de faces
✓Percepção e associação de cores
✓Localização de pontos no espaço
✓Julgamento de direção e distância
✓Orientação topográfica
✓Percepção de profundidade e de distância.
PRAXIAS /HABILIDADES
VISUOCONSTRUTIVAS
• Na prática clínica, o que se avalia não são as praxias, mas a presença
e caracterização de seus distúrbios, isto é, as apraxias.

• O primeiro ponto a ser considerado é a lateralização da lesão. A


observação de que os dois hemisférios cerebrais diferem quanto suas
capacidades de processamento das informações chamou a atenção
para as diferenças em tarefas visuoconstrutivas de pacientes com
lesões unilaterais.
PRAXIAS /HABILIDADES
VISUOCONSTRUTIVAS
• Lesões à direita tendem a uma • Lesões à esquerda embora
abordagem fragmentada , mantivessem a proporção e
a ideia geral de sua
negligenciando o lado
“construção”, perdem
esquerdo de sua produção ou detalhes fazendo uma
empilhando itens à esquerda. produção pobre
Além disso, costumavam
perder componentes
importantes ou distorcer a
perspectiva e proporção, dando
uma sensação de falta de ritmo
na produção final.
Denomina-se apraxia a
dificuldade/ impossibilidade
de realizar corretamente
movimentos gestuais como
consequência de um
acometimento neurológico
que afete o planejamento
motor, estando ausentes
alterações sensoriais,
perceptivas, motoras
(anteriores à lesão) e de
compreensão linguística.
Destacam-se, dentre os
componentes práxicos, a
APRAXIAS praxia ideomotora,
construtiva e reflexiva.
APRAXIAS

As apraxias são perturbações da atividade


gestual, quer se trate de “movimentos
adaptados a um fim” ou de manipulação
real ou em mimica de objetos, e que não
são explicadas “nem por um dano motor,
nem por um dano sensitivo, nem por uma
alteração intelectual” (Dejerine, 1914) e
que surgem quando da lesão de certas
zonas cerebrais.
APRAXIAS
• Apraxia Ideomotora: prejuízo da realização de gestos
simples ou simbólicos (por exemplo, dar tchau,
mandar um beijo), onde o plano ideatório do ato
motor não está afetado. A despeito de o paciente saber
o que fazer, mostra-se incapaz de fazê-lo de forma
intencional. Nota-se que ele pode realizar esses
mesmos movimentos de modo automatizado. Do
ponto de vista clínico, se ordenássemos que ele fizesse
o sinal da cruz, ele não o faria; no entanto, realizá-lo-ia
de maneira automática quando entrasse em uma
igreja.
APRAXIAS
• APRAXIA IDEATÓRIA: Inabilidade para a realização
de uma sequência lógica e harmoniosa de gestos de
um ato complexo. Esses pacientes apresentam
dificuldades para sequenciar os movimentos de
acordo com uma ordem apropriada. Deve-se
considerar que cada etapa poderia ser realizada
separadamente, no entanto, na tentativa de execução
de toda a ação proposta nota-se erros por omissão
e/ou troca de etapas. Na prática clínica, esses aspectos
seriam evidenciados se solicitassem o que tentasse
acender um cigarro com um fósforo, colocasse na boca
e tragasse. Comumente visto nos casos de Alzheimer.
APRAXIAS

• Apraxia Mielocinética: : é a incapacidade de executar


movimentos adquiridos delicados; a rapidez e a habilidade
estão afetadas, independentemente da complexidade do gesto;
pode ser identificada na mímica, sendo mais evidente quando
se testam os movimentos distais independentes, principalmente
os mais rápidos (ex.: o paciente é incapaz de imitar o ato de
passar a ferro)
APRAXIAS
• Apraxia da marcha: corresponde
a um déficit da marcha, que não
pode ser explicado por fraqueza,
perda sensorial ou incoordenação
motora. A marcha é lenta, com
passos pequenos, arrastados e
hesitantes, às vezes com pausa; o
início da marcha é difícil e a piora
é progressiva, sendo que nos
casos mais graves os pacientes
são incapazes de dar um passo,
como se seus pés estivessem
colados ao chão.
APRAXIAS
• Apraxia do Vestir:
incapacidade de orientar
peças de vestuário em relação
ao corpo, com distúrbios
gnósicos do esquema
corporal; nas formas mais
intensas, o paciente não
consegue colocar a própria
camisa. Frequentemente, o
erro é maior ao colocar a
manga esquerda.
APRAXIAS

• Apraxia bucofacial: o paciente é


incapaz de realizar os movimentos
voluntários da deglutição,
movimentos voluntários da língua,
movimentos faciais ao comando (ex.:
lamber os lábios, soprar um fósforo),
mas automaticamente fumam e
recolhem migalhas nos lábios com a
língua.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
DEFINIÇÃO

“ Conjunto de habilidades e capacidades que permitem ao


indivíduo controlar, regular seus pensamentos e comportamentos,
executando as ações necessárias para atingir um objetivo, ou seja,
a realização de ações voluntárias, independentes, autônomas,
auto organizadas e direcionadas para metas específicas”.
(Gazzaniga et al, 2006; Lezak, 2012; Gil, 2002)
Áreas Cerebrais Envolvidas
Áreas Cerebrais Envolvidas
Abordagens explicativas das FE
• ABORDAGEM COGNITIVISTA
• Relação Psicologia Cognitiva e o Processamento de
Dados .... os seres humanos também seriam capazes de armazenar, recuperar e
processar uma quantidade de informações de maneira limitada, além de
transformá-las para a produção de novas informações, devolvendo-as ao meio.
Uehara et al. (2013)

Seleciona a Teoria Atencional da Seleção da Filtro colocado O “controle Constituído das


Resposta (Deustch e Deustch, 1960)

Programa de sub-rotinas

Modelo Modal ou de Múltiplos


Filtro Atencional (Broadbent, 1958)

independentes (Neisser, 1967)

(Atkinson e Shiffrin, 1968)


Armazenadores da Memória
informação tardiamente, de executivo” memórias
segundo as modo a auxiliar a orquestrador de sensorial, de curto-
propriedades resposta e o processos prazo e de longo
físicas (cor, forma, armazenamento cognitivos básicos prazo, onde a
intensidade) (ênfase na (percepção e informação passa
visando um representação memória) durante sucessivamente
posterior mental). a resolução de através da
armazenamento. problemas codificação,
armazenamento e
decodificação
Abordagens explicativas das FE

Memória de Trabalho (Baddeley & Hitch, 1974) – armazenamento temporário e a


manipulações necessárias em tarefas complexas – como aprendizagem, linguagem,
raciocínio e consciência.

Modelo Executivo Central (Baddeley, 2000) – sistema multifuncional com a função de:
focar a atenção em uma informação relevante enquanto inibi outras informações
distratoras; coordenar múltiplas atividades cognitivas simultaneamente; selecionar e
executar planos e estratégias; alocar recursos em outras partes da memória de trabalho; e,
evocar informações armazenadas na memória de longo prazo.
PROCESSOS
• Embora haja algum debate sobre o que são as funções executivas, existe um consenso geral sobre
quais habilidades compõem as nossas funções executivas. As principais habilidades são as seguintes:
• Alteração: habilidade para adaptar suas opiniões e condutas a situações novas, variáveis e
inesperadas.
• Inibição: habilidade para controlar respostas impulsivas e automáticas através da atenção e do
raciocínio.
• Atualização: habilidade para supervisar a conduta e garantir que você está realizando
adequadamente o plano de ação estabelecido.
• Planejamento: habilidade para pensar em futuros eventos e antecipar mentalmente a maneira correta
de realizar uma tarefa ou alcançar um objetivo específico.
• Memória operacional: habilidade para armazenar e lidar com informações temporariamente para
realizar tarefas cognitivas complexas.
• Tomada de decisões: habilidade para selecionar uma opção entre diferentes alternativas de forma
eficiente e criteriosa.
• Resolução de problemas: habilidade para chegar a uma conclusão lógica ao considerar o
desconhecido.
Abordagens explicativas das FE
• ABORDAGEM NEUROPSICOLÓGICA
• Luria (1973) – funcionamento cerebral dividido em três unidades
funcionais:

Unidade 1 Unidade 2 Unidade 3

• Regulação das funções • Áreas posteriores do • Funções de


básicas: tônus cortical, cérebro: região parietal, programação, regulação
vigília e batimentos temporal e occipital, e verificação das
cardíacos, associada à responsável por obter, atividades mentais,
estruturas subcorticais. analisar e armazenar compreendendo
informações por meio principalmente, os
das modalidades visual, lobos frontais
auditiva e tátil.

• Unidade 3 – papel executivo de auto regulação e monitoramento do indivíduo.


• Lobos frontais sintetizam informações acerca do mundo e são o meio pelo qual o comportamento é
regulado conforme o efeito produzido por suas ações.
• Danos nesta unidade provocam mau funcionamento na formulação de planos, planejamento das
ações, controle dos impulsos conscientes, entre outras competências mais complexas do
comportamento.
Abordagens explicativas das FE
• Lezak (1982) – primeira a usar o termo “função executiva”, ao se referir a quatro grandes domínios:

Planejamento: Ação Intencional:


Volição: refere-se à capacidade de iniciar e
capacidade de
motivação, à manter as sequencias
identificar a sequencia
intenção, e à de comportamentos
de passos necessária
autoconsciência ao de um plano, bem
para solucionar um
desempenhar como a capacidade de
problema ou atingir
comportamentos modificar ou
uma meta.
intencionais. interromper as ações
planejadas, caso
Desempenho efetivo: necessário.
habilidades de
autocorreção,
monitoramento e
regulação do
comportamento.
Abordagens explicativas das FE
• ABORDAGENS SOCIOAFETIVAS – importância do papel das emoções, não se
restringindo apenas às atividades cognitivas.

O caso Phineas Gage (séc. XIX) Lobotomia (séc. XX)


Abordagens explicativas das FE
• Teoria de Tomada de Decisão - Hipótese do Marcador Somático (Damásio, 1994)
• Inter-relação entre o córtex orbitofrontal, o giro do cíngulo anterior e a amígdala.
• Observou efeitos do dano frontal sobre a capacidade de decidir e a função social, sem
identificar qualquer tipo de prejuízo cognitivo aparente.
• A escolha racional é guiada por reações emocionais que influenciam a tomada de
decisão.
• Visão sócio afetiva das FE – existência de uma relação íntima entre o cérebro e o corpo,
entre a razão e a emoção.
Comportamento Humano
Dividido em três dimensões fundamentais (Lezak, 2012):
Emoções e
Inteligência Sentimentos

Função de Controle = Funções Executivas


Importância das Funções
Executivas na vida prática

• FUNÇÃO EXECUTIVA INTACTA


• Mesmo com perdas cognitivas, permanece independente e produtiva, se
conseguir de alguma forma dirigir seu comportamento.

• FUNÇÃO EXECUTIVA PREJUDICADA


• Não é capaz de adequar seu comportamento e manter a vida social
adequada.
Exemplos de funções executivas

• As funções executivas cumprem um papel em quase todos os trabalhos ou profissões


que precisam de organização, planejamento, resolução de problemas, tomada de
decisões ou processamento de dados. Qualquer função, desde trabalhar em uma loja a
uma cirurgia de coração aberto, usará todas essas habilidades cognitivas.
• As funções executivas também cumprem um papel fundamental ao estudar, pois elas são
as que permitem controlar a atenção e manter a concentração durante a aula e organizar
as anotações para uma prova.
• Você usa as funções executivas ao organizar uma viagem de carro, quando algo
inesperado acontece e você deve tomar uma decisão rápida ou quando você deve parar
uma ação não apropriada para uma situação.
• As funções executivas são importantes para organizar planos de forma eficaz e bem-
sucedida, realizar tarefas, adaptar-se a uma alteração inesperada (se há trabalhos de
construção na estada) e várias atividades cotidianas diferentes que você realiza no dia a
dia.
Na prática...

• Função da maçaneta da porta.


• A porta para ser aberta.
• A calçada para ser andada.
• Dificuldade de controle dos pensamentos e falas.
• Comportamentos passam a ser generalizados em qualquer
contexto.
• Ex.: Violência contra a esposa; não inibe o comportamento diante de
outras pessoas.
Síndrome Disexecutiva
• Principal causa de incapacidade em distúrbios neuropsiquiátricos, pois envolve
• Predomínio do comprometimento de circuitos frontais específicos
• Córtex pré-frontal dorsolateral
• Córtex pré-frontal orbitofrontal
• Cíngulo anterior

• Sintomas
• Cognitivos
• Comportamentais
• Emocionais
Síndrome Disexecutiva

• DORSOLATERAL

• ALTERAÇÕES:
• Planejamento
• Memória Operacional
• Flexibilidade
• Estabelecimento de Metas
• Solução de Problemas
• Monitoração
Síndrome Disexecutiva
• ORBITOFRONTAL

• SINTOMAS:
• Alterações de Personalidade
• Dificuldade em inibir
comportamentos impróprios
• Tendências imediatistas nas
tomadas de decisões
Síndrome Disexecutiva

• CÍNGULO ANTERIOR

• SINTOMAS:
• Apatia
• Falta de Motivação
• Dificuldade no controle atencional
• Desinibição de respostas instintivas
Alterações Executivas

• TDAH
• Autismo
• Transtorno Obsessivo Compulsivo
• Depressão
• Transtorno Bipolar
• Transtornos Alimentares
• Etc.
Funções Executivas
• Processo cognitivo complexo que envolve vários sub processos para realização de uma META.
• Não pode ser definido por 1 conceito.
• Inclui:
• INICIATIVA
• PLANEJAMENTO
• CAPACIDADE PARA FORMULAR HIPÓTESES
• TOMADA DE DECISÕES
• AUTO REGULAÇÃO
• JULGAMENTO CRITICO
• UTILIZAÇÃO DE FEEDBACK E AUTOPERCEPÇÃO

• Solucionar problemas novos através da MODIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO, baseadas em


novas informações AO ESTABELECER ESTRATÉGIAS E SEQUENCIAR AÇÕES COMPLEXAS.
Funções executivas são o
conjunto de processos cognitivos
que, de forma integrada,
permitem ao indivíduo direcionar
comportamentos a metas, avaliar
a eficiência e a adequação
desses comportamentos,
abandonar estratégias ineficazes
em prol de outras mais eficientes
e, desse modo, resolver
problemas imediatos, de médio
e longo prazo, intrínsecos à
habilidade de responder
adaptativamente a novas
situações. São a base de muitas
habilidades cognitivas,
emocionais e sociais. Consistem
nas capacidades que tornam a
pessoa capaz de engajar com
sucesso, o comportamento auto
dirigido e auto independente e
proposital (Andrade, 2004; Lezak,
2012; L. F. e. a. Malloy-Diniz,
2010).
Processos Cognitivos Envolvidos

• Atenção
• Memória Operacional
• Planejamento
• Fluência
• Categorização
• Flexibilidade
• Controle Inibitório
• Tomada de Decisões
Atenção
• Processos atencionais mais complexos
• Envolvem
• Engajar/desengajar
• Sustentar
• Alternar
• Inibir interferências
• Manipulação de informações

• Testes: BPA, Trilhas, AC...


Memória Operacional
• Arquivamento temporário e manipulação das informações, que serão
disponibilizadas para outros processos cognitivos.
• Exemplo: dificuldade em entender um texto/cálculos mentais rápidos/
dificuldade em seguir instruções longas.
BIBLIOGRAFIA

• YUDOFSKY, C., S., HALES, E., R. Fundamentos de Neuropsiquiatria e Ciências do


Comportamento. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
• KANDEL, Eric, SCHWARTZ, James, JESSEL, Thomas, SIEGELBAUM, Steven, HUDSPETH, A.J.
Princípios de Neurociências. Porto Alegre: Artmed, 2014.
• BEAR, F., M. Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso. 4 ed. Porto Alegre: Artmed,
2017.
• KREBS, Claudia. Neurociências Ilustrada. Porto Alegre: Artmed, 2013.
• EYSENCK, Michael W; KEANE, MARK T. Manual de Psicologia Cognitiva. 7 ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
• SADOCK, Benjamin J., SADOCK, Virginia A., RUIZ, Pedro. Compêndio de Psiquiatria: Ciência
do Comportamento e Psiquiatria Clínica. 11 ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO
TRANSTORNOS DO
NEURODESENVOLVIMENTO
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM-5

Deficiências Intelectuais

Especificar a gravidade atual:


317 (F70) Leve
318.0 (F7i) Moderada
318.1 (F72) Grave
318.2 (F73) Profunda
315.8 (F83) Atraso Global do Desenvolvimento
319 (F79) Deficiência Intelectual (Transtorno do Desenvolvimento Intelectual) Não
Especificada
PERFIL COGNITIVO

Comportamento
Redução das
Adaptativo:
capacidades
conceituais,
Intelectuais
sociais e práticas.

Aprendizado,
Desenvolvimento
Memória e
Maturacional
Cognição
TRANSTORNOS DO
NEURODESENVOLVIMENTO
Transtornos da Comunicação

315.32 (F80.2) Transtorno da Linguagem


315.39 (F80.0) Transtorno da Fala
315.35 (F8G.81) Transtorno da Fluência com Início na Infância (Gagueira)
Nota: Casos com início tardio são diagnosticados como 307.0
(F98.5) Transtorno da fluência com início na idade adulta.
315.39 (F80.89) Transtorno da Comunicação Social (Pragmática)
307.9 (F80.9) Transtorno da Comunicação Não Especificado
TRANSTORNOS DO
NEURODESENVOLVIMENTO

Transtorno do Espectro Autista

299.0 (F84.0) Transtorno do Espectro Autista

Especificar se: Associado a alguma condição médica ou genética conhecida ou a fator


ambiental; Associado a outro transtorno do neurodesenvolvimento, mental ou
comportamental Especificar a gravidade atual para Critério A e Critério B: Exigindo
apoio muito substancial, Exigindo apoio substancial, Exigindo apoio Especificar se: Com
ou sem comprometimento intelectual concomitante, Com ou sem comprometimento da
linguagem concomitante, Com catatonia (usar o código adicional 293.89 [F06.1])
PERFIL COGNITIVO

Funções Executivas
Memória de
Memória
Trabalho
Controle Inibitório

Atenção
Comportamento
Concentrada,
Adaptativo
Dividida e
/Cognição Social
Alternada
TRANSTORNOS DO
NEURODESENVOLVIMENTO

Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade

Determinar o subtipo:
314.1 (F90.2) Apresentação combinada
314.0 (F9Q.0) Apresentação predominantemente desatenta
314.1 (F90.1) Apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva
Especificar se: Em remissão parcial
Especificar a gravidade atual: Leve, Moderada, Grave
314.1 (F90.8) Outro Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade Especificado
314.1 (F90.9) Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade Não Especificado
PERFIL COGNITIVO

Dificuldade de
Inteligência Normal Atenção Seletiva, Dificuldade de Déficit de
ou acima da média Sustentada, Organização Processamento
Concentrada Temporal

Dificuldades de Déficit de Déficit de


Déficit Escolar Socialização ou Memória Controle
Adaptação Operacional Inibitório
PERFIL COGNITIVO

Dificuldade em sustentar a atenção

Dificuldades em alternar o foco entre duas ou mais tarefas

Perdas e esquecimentos de Objetos

Dificuldade de Memorizar e de recordar

Desorganização
TRANSTORNOS DO
NEURODESENVOLVIMENTO

Transtorno Específico da Aprendizagem


Especificar se:
315.0 (F81.0) Com prejuízo na leitura (especificar se na precisão na leitura de palavras, na velocidade ou
fluência da leitura, na compreensão da leitura)

315.2 (F81.81)Com prejuízo na expressão escrita (especificar se na precisão na ortografia, na precisão na


gramática e na pontuação, na clareza ou organização da expressão escrita)

315.1 (FS1.2) Com prejuízo na matemática (especificar se no senso numérico, na memorização de fatos
aritméticos, na precisão ou fluência de cálculo, na precisão no raciocínio matemático)
Especificar a gravidade atual: Leve, Moderada, Grave
PERFIL COGNITIVO

Habilidades de
Funções não verbais organização viso espacial,
Habilidades psicomotoras

Matemática

Memória Operacional Quociente de Inteligência


PERFIL COGNITIVO
Dificuldades
Motoras

Dificuldades
Monitoramento na Linguagem

Escrita
Velocidade de
Planejamento
Processamento

Memória
Atenção
Operacional
PERFIL COGNITIVO
Déficit no
Processamento
Fonológico

Consciência Memória
Fonológica Operacional

Dislexia
Diferença
Alterações
entre o QIV e
Motoras
QIE

Alterações
Atenção
Visuais
PLASTICIDADE
CEREBRAL
NEUROPLASTICIDADE

Capacidade de adaptação do sistema nervoso


às mudanças nas condições do ambiente que
ocorrem no dia-a-dia da vida dos indivíduos.

Relacionada ao DESENVOLVIMENTO, à
ADAPTAÇÃO e ao APRENDIZADO.
Neuropsicóloga GISELE CALIA
NEUROPLASTICIDADE

1 Alterações no nº e tipo de receptores de neurotransmissores


2↑ ou ↓ de dendritos ou terminações nervosas

3- Regenerações de axônios
Embora processos de neuroplasticidade em adultos sejam limitados,
estudos recentes demonstram que algumas funções cognitivas podem ser
substituídas por áreas adjacentes a áreas lesionadas ou homólogas no
outro hemisfério.
PLASTICIDADE NEURONAL

Remoção de conexões preexistentes

Crescimento de novas conexões


APRENDIZADO: BASTAM 2 NEURÔNIOS ronal Princípios
• Padrão de atividade eficiente:
neurônio B manda msg para A dizendo que o
reconhece diálogo aprendizado memória celular

▪ Aumento de facilitação sináptica: depois do 1º estímulo, o


mesmo neurônio pós-sináptico precisa de uma intensidade menor
do mesmo estímulo para responder
Princípio primordial da NEUROPLASTICIDADE

“A entrada muda a resposta”

•O neurônio pós-sináptico é capaz de se modificar para tornar a


resposta mais eficiente

•Mesmo depois de passado um longo tempo a


potência de resposta fica aumentada
Cérebro humano se modifica
pela estimulação
JANELAS DE
DESENVOLVIMENTO

HENNEMANN, Ana L. Janelas de Oportunidades. Novo Hamburgo, 19 nov/ 2015. Disponível online
em: http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2015/11/janelas-de-oportunidades.html
AVALIAÇÃO
NEUROCOGNITIVA/NEUROPSICOLÓGICA

O que é? É um exame que tem como objetivo mensurar e descrever o perfil de


desempenho cognitivo, avaliando suspeitas de alterações cognitivas que podem
ser decorrentes de desordens neurológicas e outros transtornos.

Como é feito? Por meio de entrevista e testes neuropsicológicos padronizados, o


psicólogo poderá investigar o funcionamento cognitivo e estabelecer as
habilidades e as dificuldades específicas de uma pessoa para planejamento de
intervenção.

Qual o objetivo? Para investigar o perfil cognitivo na presença de queixas de


desempenho ocupacional, de aprendizagem e comportamentais, com impacto na
vida diária do paciente.
AVALIAÇÃO
NEUROCOGNITIVA/NEUROPSICOLÓGICA

1. Detectar uma desordem


neurológica (por exemplo:
2. Estabelecer diagnóstico
A Avaliação lesões por anoxia, quadros
diferencial entre uma
Quando é indicado? Neuropsicológica é indicada de demência, acidente
síndrome psicológica e uma
quando há necessidade de: vascular cerebral,
síndrome neurológica.
traumatismo crânio
encefálico etc.).

6. Responder questões
4. Avaliar o funcionamento
acerca das possibilidades do
cognitivo de uma pessoa
paciente dirigir veículo
3. Monitorar a recuperação afim de propor um trabalho 5. Orientar os familiares do
automotor, cuidar do seu
cognitiva ou evolução de de reabilitação ou o paciente sobre a melhor
dinheiro, retornar ao
uma desordem neurológica. desenvolvimento de forma de ajudá-lo.
trabalho ou à escola, viver
estratégias para lidar com as
independentemente, tipo de
dificuldades vividas por ela.
terapia mais indicada etc.
AVALIAÇÃO
NEUROCOGNITIVA/NEUROPSICOLÓGICA
O profissional • Planejamento e
• Atenção,
O que é avalia os organização
memória e
avaliado? seguintes (funções
aprendizagem.
pontos: executivas).

• Habilidades
• Habilidades • Habilidades • Resolução de
perceptivas e
visuo-espaciais. acadêmicas. problemas.
motoras.

• Capacidade de
• Humor e
raciocínio e • Linguagem.
comportamento.
julgamento.
ANAMNESE E ENTREVISTA CLÍNICA
ESTRUTURADA

• É um conjunto de técnicas de investigação, de tempo delimitado,


dirigido por um entrevistador treinado, que utiliza conhecimentos
psicológicos, em uma relação profissional, com o objetivo de
descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos
(indivíduo, casal, família, rede social), em um processo que visa a
fazer recomendações, encaminhamentos ou propor algum tipo de
intervenção em benefício das pessoas entrevistadas.
Cunha,
ANAMNESE
• A anamnese é um tipo de entrevista realizada para investigar a
história do examinando, ou seja, os aspectos de sua vida
considerados relevantes para o entendimento da queixa.
Etimologicamente, a palavra vem do grego anamnesis, composta por
“aná”, que se refere à lembrança, ao ato de trazer à mente,
juntamente com a raiz “mnesis”, que significa recordar, fazer lembrar
(Soares et al., 2014). (Simon 52)
ANAMNESE
• Um de seus principais objetivos é a busca de uma possível conexão entre os
aspectos da vida do avaliando e o problema apresentado (Cunha, 2000). (Simon
52)
• Na prática, quando se avaliam crianças, a anamnese é feita com os pais ou
responsáveis.
• No caso de adolescentes, ela pode ser realizada com o próprio jovem, com os
pais, ou com ambos, em momentos diferentes. Quando feita com os pais, a
anamnese de adolescentes pode ser complementada e discutida com o jovem.
• Quando se trata de uma avaliação com adultos ou idosos, o processo geralmente
é feito com o próprio paciente (exceto em casos em que há um quadro
psicopatológico que compromete a qualidade das informações, como, por
exemplo, em casos de depressão profunda ou de problemas de memória).(Simon
52)
ANAMNESE
• A anamnese é um tipo de entrevista clínica direcionada a investigar
fatos e, por isso, o psicólogo tem uma posição mais ativa nos
questionamentos. Durante o processo, deve-se dosar o uso de
interpretações ou mesmo de apontamentos, pois é um momento de
coleta de informações. Deve-se evitar posicionamentos a respeito do
avaliando, que poderão ser oportunamente retomados na devolução
dos resultados (Simon 52).
• A entrevista de anamnese tem caráter investigativo, priorizando o
levantamento de informações cronologicamente organizadas e que
guiam a tomada de decisão sobre como prosseguir com a avaliação
(Cunha, 2000).
ANAMNESE
• A anamnese geralmente é feita em forma de entrevista
semiestruturada, ou seja, há um roteiro prévio contendo aspectos -
essenciais a serem abordados para orientar algumas perguntas, e esse
roteiro vai sofrendo adaptações durante a entrevista. (Simon 53).
• Antes de iniciar a anamnese, é necessário estabelecer um rapport
adequado com o informante, explicando os objetivos gerais da
entrevista, bem como sua duração e seu papel no processo de
psicodiagnóstico.
• Iniciar perguntando sobre o motivo da busca da avaliação.
ANAMNESE
• Reforçar a participação do informante como algo essencial para o bom
andamento do processo de avaliação e para responder às suas possíveis
dúvidas.
• Demonstrar interesse pelo que a pessoa relata e escutar com atenção os
conteúdos das narrativas que ela traz espontaneamente. Deve-se deixá-la
confortável e garantir que a “conversa” flua naturalmente.
• Nesse momento, o psicólogo não deve dar feedbacks sobre possíveis
resultados da avaliação e deve ter cuidado com o uso de expressões e en-
tonações que possam exprimir cobrança ou julgamento.
ANAMNESE
• Apesar de a entrevista de anamnese ter um papel fundamental no
psicodiagnóstico, é importante considerá-la um recurso limitado. No
encontro inicial com o avaliando ou com quem explicita a queixa,
psicólogo e informante sofrem influências recíprocas de experiências
prévias e de expectativas sobre o processo psicodiagnóstico. Um dos
principais desafios é estabelecer uma comunicação que permita a
evolução comum do entendimento das queixas atuais do paciente e
de sua evolução no tempo.
ANAMNESE
• O registro da entrevista de anamnese é um aspecto muito importante a ser
considerado. O psicólogo precisa ter habilidades para perguntar, escutar,
prestar atenção no informante e anotar o que ele diz.
• As respostas do entrevistado devem ser anotadas com exatidão e,
preferencialmente, nas palavras dele, a fim de se evitar interferências da
interpretação do psicólogo no registro.
• Anotar ao mesmo tempo em que se escuta pode ser desafiador, podendo-
se perder informações da observação e causar certo distanciamento do
informante. Confiar na memória e anotar tudo após a sessão pode ser
arriscado, pois as informações serão filtradas pela escuta do psicólogo,
perdendo-se partes importantes da fala do informante (Benjamin, 2011).
ANAMNESE
• Em relação à duração, não há uma regra sobre quantas sessões
devem ser destinadas à entrevista de anamnese. Em nossa prática de
psicodiagnóstico, costumamos destinar o tempo de uma sessão e,
posteriormente, se houver necessidade de checar informações
adicionais, solicitamos ao avaliando ou ao seu responsável que
respondam às dúvidas que tenham surgido.
ESPECIFICIDADES DA ENTREVISTA
• Aspectos comuns a todas as entrevistas de anamnese incluem:
(a) evolução da queixa, ou seja, há quanto tempo o avaliando apresenta o
problema e se teve momentos em que ele foi mais ou menos comprometedor;
(b) histórico de tratamentos de saúde atuais e pregressos;
(c) uso de medicamentos;
(d) efeitos do problema sobre o funcionamento psicossocial do paciente no
momento atual;
e (e) percepção do examinando em relação à queixa. Entretanto, alguns
aspectos se tornam mais ou menos importantes do que outros dependendo da
idade, o que implica a necessidade de adaptar as questões da anamnese a
essas especificidades.
ANAMNESE DE CRIANÇAS
• Na anamnese de crianças, a avaliação da história pré e perinatal e o alcance dos
marcos do desenvolvimento têm uma importância central.
• Condições de saúde física e mental da mãe durante a gravidez e após o
nascimento do bebê, sobre a realização de acompanhamento pré-natal e sobre
possíveis intercorrências na gravidez (quedas, acidentes e outros eventos
significativos).
• Detalhes sobre o parto, sobre as condições emocionais e de saúde da mãe neste
momento, sobre as condições da criança ao nascer, sobre o índice Apgar no
primeiro e no quinto minuto, sobre as características e capacidades iniciais do bebê,
sobre a reação dos pais, sobre a ocorrência de conflitos familiares na época, entre
outros.
• É importante que seja investigada a possível exposição da mãe a teratógenos,
agentes que podem causar danos estruturais na fase embrionária e no
desenvolvimento do cérebro (doenças infecciosas, medicamentos como
antibióticos, anticonvulsivantes, antidepressivos e antipsicóticos, o uso de drogas, a
exposição a substâncias químicas como radiação, chumbo, mercúrio e
fenilbenzenos, as deficiências de vitaminas e a subnutrição da mãe na gravidez)
(Belsky, 2010).
ANAMNESE DE ADOLESCENTES
• A entrevista de anamnese com adolescentes deve considerar as
diversas mudanças que ocorrem nessa fase, especialmente as
hormonais, físicas e relacionadas à formação da identidade. Os
marcos do desenvolvimento na infância devem ser retomados de
forma mais breve e geral, buscando-se identificar se problemas
ocorridos na infância repercutem ou ainda persistem na
adolescência. Deve-se dar atenção especial à socialização, ao
interesse em relacionamentos íntimos, às questões relacionadas à
sexualidade, ao histórico escolar e aos problemas específicos dessa
fase da vida.
ANAMNESE COM ADULTOS
• Na anamnese com adultos, o desenvolvimento nas fases anteriores da
vida é investigado em termos da possível ocorrência de problemas
pregressos relevantes, sem grande detalhamento. As questões mais
importantes referem-se às demandas desenvolvimentais esperadas
nos âmbitos sexual, familiar, social, ocupacional e físico.
(1) relacionamento íntimo,
(2) vida familiar,
(3) vida profissional,
(4) vida social
(5) alterações físicas.
A IMPORTÂNCIA DOS CONHECIMENTOS
TEÓRICOS PARA A REALIZAÇÃO DA
ENTREVISTA DE ANAMNESE
• A entrevista de anamnese exige conhecimentos de áreas diversas,
como desenvolvimento humano, técnicas de entrevista, processos
psicológicos e psicopatologia. O conhecimento especializado pode
guiar as perguntas e ajudar o psicólogo a conduzir o relato do
entrevistado a fim de esclarecer aspectos de interesse.
• O psicólogo deve ter conhecimentos suficientes sobre os fenômenos
avaliados ou buscar esses conhecimentos para a compreensão
posterior dos dados coletados.
Para a prática de anamnese e para a avaliação psicológica, sugerimos que o
psicólogo faça leituras básicas sobre o desenvolvimento infantil e ao longo
das diversas faixas etárias. Podem ser realizadas pesquisas em sites
confiáveis, com responsáveis técnicos identificados, como o da Sociedade
Brasileira de Pediatria e o do Ministério da Saúde. Além disso,
recomendamos que sejam feitas consultas a manuais diagnósticos, como o
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5) ou a
Classificação internacional de doenças e problemas relacionados à saúde
(CID-10). Além disso, é importante a atualização em resultados de pesquisas
recentes publicadas em fontes confiáveis. Em websites brasileiros, as
melhores fontes são aquelas que disponibilizam periódicos científicos, como
Scielo e o Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES). Além de consultar livros clássicos sobre
psicologia do desenvolvimento, o psicólogo pode fazer buscas de artigos
indexados em bases como a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Deve-se
estar atento à qualidade da revista em que o artigo está publicado,
baseando-se em avaliações científicas (p. ex., Qualis-CAPES).
Simon, HUTZ, C., BANDEIRA, Ruschel, TRENTINI, Marceli, KRUG, Silva.
Psicodiagnóstico - Coleção Avaliação psicológica. ArtMed, 01/01/2016.
COMPETÊNCIAS DO AVALIADOR E A
QUALIDADE DA RELAÇÃO
1)estar presente, no sentido de estar inteiramente disponível para o outro naquele momento, e
poder ouvi-lo sem a interferência de questões pessoais;
2) ajudar o paciente a se sentir à vontade e a desenvolver uma aliança de trabalho;
3) facilitar a expressão dos motivos que levaram a pessoa a ser encaminhada ou a buscar ajuda;
4) buscar esclarecimentos para colocações vagas ou incompletas;
5) gentilmente, confrontar esquivas e contradições;
6) tolerar a ansiedade relacionada aos temas evocados na entrevista;
7)reconhecer defesas e modos de estruturação do paciente, especialmente quando elas atuam
diretamente na relação com o entrevistador (transferência);
8) compreender seus processos contra transferenciais;
9) assumir a iniciativa em momentos de impasse;
10) dominar as técnicas que utiliza.
ASPECTOS NEUROLÓGICOS E COMPORTAMENTAIS DO DECLÍNIO
COGNITIVO NORMAL
É possível não envelhEcer?
Afinal, o que é
envelhecer?

Fragilidade
Perda de reserva
Risco de doenças = Mistério
Risco de morte
Envelhecimento Populacional
terapia gênica

70 hormônios

expectativa de vida ao nascer 2000’

hábitos de vida ‘60


50
vacinas 50’
antibióticos 40’
nutrição 1900’
saneamento 1800’

Eventos
Disciplina de Geriatria - UNIFESP
Fatores Hábitos Fatores
genéticos de vida ambientais

Por que
envelhecemos?

Não há 2 pessoas que envelhecem da mesma


maneira!
Incapacidade
Causas de Anos Vividos com Incapacidade
PRÓXIMOS 20 ANOS

Depressão 1

Quedas 3

Demência 4

Artrose 8

The Global Burden of Disease 1996


ENVELHECIMENTO
CEREBRAL
• Neurônios expressam entre 50
a 100 vezes mais genes do que
outros tecidos

• A função neuronal é única e


específica

• Aspectos de
desenvolvimento e de
regeneração celular são
diferenciados
RESERVA COGNITIVA
• O que é reserva cognitiva (RC)?
A RC é a capacidade do cérebro de armazenar por períodos
prolongados as habilidades que foram adquiridas ao longo da
vida e de resistir aos prejuízos de um quadro demencial, evitando
o surgimento de sintomas clínicos significativos no início da
doença. Sabe-se que as doenças neurodegenerativas são
progressivas; no entanto a RC permite que o progresso da
doença seja bem mais lento do que o habitual.

Stern Y. Cognitive Reserve and Alzheimer Disease. Alzheimer Dis Assoc Disord, 20 (2): 112-117, 2006.

Whalley LJ et al. Cognitive reserve. Ageing Research Reviews, 3: 369-382, 2004


%
40
35
30
25
20
15
10
5
0
60-69 70-74 75-79 80-84 85+
anos

Jorm et al. 1987


• Oxidação de proteínas,
ácidosnúcleios e lípides de
membrana

• Disfunçãomitocondrial

• Acúmulo de agregados
protéicos intra e
• extra-celulares
⚫ Acetilcolina
⚫ Dopamina
⚫ Serotonina
⚫ Noradrenalina
⚫ Glutamato
⚫ GABA
Envelhecimento e Cognição
Habilidades verbais

Pensamento criativo não-verbal

Estratégias de resolução de novos


problemas
⚫ Atenção –

⚫ Sustentada
⚫ Alternada

⚫ Funções executivas ?
 Em geral...

 Novas informações

 Memória Visual

 Memória Remota e Semântica


⚫ Linguagem
– Compreensão
– Produção

⚫ Habilidades vísuo-espaciais

⚫ Psicomotricidade
- Velocidade de percepção
- Função motora
TRANSTORNOS
NEUROCOGNITIVOS
TRANSTORNOS
NEUROCOGNITIVOS
Comprometimento Cognitivo leve (DSM 5)
•Queixas de alteração cognitiva relatada pelo paciente, informante próximo ou profissional.
Evidência de comprometimento cognitivo em um ou mais domínios tipicamente memória)
obtida através de avaliação que compreenda memória, função executiva, linguagem e
habilidades viso-espacias.
•Manutenção da independência com mínimo de assistência (ex: pagar contas ou fazer
compras ou ser levar um tempo maior);
•Ausência de demência.

Demência
Síndrome caracterizada pelo declínio da capacidade intelectual, suficientemente
grave para interferir nas atividades sociais ou profissionais. Independe de distúrbio
do estado de consciência (ou da vigília) e é causada por comprometimento do
sistema nervoso central.
COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE
DEMÊNCIA
VASCULAR
DOENÇA DE CORPOS DE LEWY
DEMÊNCIA FRONTO TEMPORAL
Doença de Alzheimer
•É a forma mais comum de demência na terceira idade.
•O acometimento da memória (sobretudo a recente) é o sintoma mais comum.
Como se manifesta?
Repetições de informações num curto intervalo
de tempo; acompanhado de redução da
capacidade de aprendizado.

Principais características neuropsicológicas da D.A


Inteligência geral Q.I não-verbal mais comprometido que o Q.I verbal
Memória Comprometimento da memória episódica e rebaixamento da fluência verbal
para categorias
Atenção Atenção dividida comprometida
Funções executivas Comprometimentos precoces no julgamento, tomada de
decisões, raciocínio abstrato e resolução de problemas.
Linguagem Erros de nomeação semântica, circunlóquios. Fonologia e sintaxe
relativamente preservadas.
Praxia e percepção Pode haver apresentações com agnosia (topográfica, visual), apraxia para se
vestir.
DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL X
ALZHEIMER
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA NA
VIDA ADULTA E ENVELHECIMENTO
- Avaliação da cognição para definição diagnóstica.
- Situações que levam a prejuízos ou modificações cognitivas,
afetivas e/ou sociais.
- Identificação de disfunções cognitivas, alvos para reabilitação
ou remediação cognitiva.
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA NA
VIDA ADULTA E ENVELHECIMENTO
Em caso de: • Doenças endócrinas ou metabólicas
• Demências • Deficiências vitamínicas
• Deficiência Intelectual • Epilepsias
• Transtornos de Aprendizagem
• Transtornos Afetivos (Depressão, Transtorno Bipola
• Transtornos do Desenvolvimento (Autismo)
• Esquizofrenia
• Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade
• Transtornos de Personalidade
• Traumatismo crânio encefálico
• Acidente Vascular Cerebral – AVC
• Tumor cerebral
• Síndromes neurológicas
• Distúrbios Tóxicos
• Dentre outros.
ENTREVISTA NEUROPSICOLÓGICA

• O QUE PRECISA TER DE DIFERENTE NA ENTREVISTA


NEUROPSICOLÓGICA? (Padlet)
NORMATIVAS CONSELHO FEDERAL DE
PSICOLOGIA-LAUDO E PARECER
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2019/09/Resolu%C3%A7%C3%A3o-
CFP-n-06-2019-comentada.pdf
BATERIAS DE EXAME
NEUROCOGNITIVO/NEUROPSICOLÓGICO
TESTES EXCLUSIVOS DA PSICOLOGIA

http://satepsi.cfp.org.br/
TESTES NEUROPSICOLÓGICOS

• https://www.pearsonclinical.com.br/produtos/avaliacao-
neuropsicologica.html
ATIVIDADE FINAL
• Modelo de entrevista neuropsicológica infantil: anote os principais pontos a serem levados em consideração durante o rastreio
neuropsicológico.
• Criar uma ficha (roteiro) com os principais instrumentos para a anamnese de crianças OU de idosos.
• Dicorrer sobre avaliação neuropsicológica breve (instrumentos focais), disponíveis atualmente. Sugestão:
(https://revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/25373/17001) OU (Avaliação Neuropsicológica Infantil. org. Luciana
Tisser.Sinopsys,2017).
• Descrever um caso clínico importante que tenham tido contato, e que apontem as formas como julgam adequada a avaliação
neuropsicológica do caso.
• Roteiro de avaliação neuropsicológica para crianças, adultos e idosos. OU planejar um protocolo de avaliação neuropsicológica
(https://memnon.com.br/produto/manual-de-avaliacao-neuropsicologica-volume-1-instrumentos-de-avaliacao-neuropsicologica-
de-aplicacao-multidisciplinar/) .
E-mail: andrezaneuropsicologa@gmail.com
@andrezaneuropsicologa
@andrezacarla_AM

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