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Introdução a História da Neuropsicologia
Djalma Freitas
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análises. Galeno propunha que os nervos se originavam no cérebro e na
medula diferente do que Aristóteles propunha. Neste ponto estava
praticamente aceito que cérebro era o responsável pelas sensações,
movimento e intelecto. Já na medicina foi Hipócrates (460-355 a.C) que
colocou o cérebro como uma das partes mais importantes do corpo e
responsável pela inteligência. René Descartes (1596-1650), muito tempo
depois, sustenta a hipótese cerebral, porém, tratando o homem de dualista, ou
seja, divisível entre corpo e alma.
Foi no século XIX que a ideia de o cérebro ser a sede de funções
mentais foi totalmente aceita. Contudo, havia novas questões, por exemplo,
não mais se questionava se a cognição se localizava no cérebro, mas, sim
quais eram as estruturas que compunham a cognição?
Franz Gall (1758-1828), médico alemão, foi o responsável por ser um
dos primeiros a realizar divisões no cérebro destacando a localização de
estruturas da cognição. Pouco tempo depois de Gall, Paul Broca (1824-1880),
médico francês, consegue estabelecer relações entre distúrbios de linguagem
com lesões cerebrais, especialmente no que se refere a expressão da
linguagem. Assim como Broca, Karl Wernicke (1848-1909), neuropatologista de
origem alemã, estudou o impacto de lesões cerebrais sobre a linguagem.
Wernicke descreveu casos em que lesões cerebrais causava alterações na
linguagem, especialmente, na compreensão.
Estava totalmente certo de que as funções cognitivas tinham estruturas
totalmente passiveis de serem localizadas. Entretanto, uma dúvida persistia:
Estas estruturas interagem entre si? Na corrida para responder esta questão
Lev Vygotsky (1896-1934) demonstrou em seus trabalhos que as estruturas
cerebrais se inter-relacionam ou estão inter-relacionadas entre si. Os estudos
de Vygotsky influenciaram os trabalhos de Alexander Luria (1902-1977),
importante personagem nas neurociências até hoje. Luria dividiu as estruturas
cognitivas em blocos: ativação, funcional e programação. Para ele, a partir
desta divisão, a neuropsicologia deveria dar conta de identificar lesões
cerebrais – fazer diagnósticos -, bem como, explicar como funciona o cérebro e
suas inter-relações.
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Os achados de Luria influenciaram boa parte dos trabalhos no século
XX. O século XX é marcado também por trazer a Neuropsicologia como uma
especialidade do conhecimento. No período da segunda grande guerra muitos
achados sobre as relações entre cérebro (cognição) e comportamento foram
estabelecidos, assim como, a criação de mecanismos de reabilitação
neuropsicológica foram criados.
A história nos conta que no início de 1970 a neuropsicologia passa a
ser considerada uma profissão. Embora, tenhamos discutido questões da
história da neuropsicologia ao redor do mundo, esta história remonta a história
da neuropsicologia no Brasil.
No Brasil a neuropsicologia foi considerada uma especialidade em 2004
pelo conselho federal de Psicologia na Resolução 02/2004 que define a
profissão como atua no diagnóstico, no acompanhamento, no tratamento e na
pesquisa da cognição, das emoções, da personalidade e do comportamento
sob o enfoque da relação entre estes aspectos e o funcionamento cerebral.
Utiliza-se para isso de conhecimentos teóricos angariados pelas neurociências
e pela prática clínica, com lógica estabelecida experimental ou clinicamente.
Utiliza instrumentos especificamente padronizados para avaliação das funções
neuropsicológicas envolvendo principalmente habilidades de atenção,
percepção, linguagem, raciocínio, abstração, memória, aprendizagem,
habilidades acadêmicas, processamento da informação, visuoconstrução,
afeto, funções motoras e executivas. Estabelece parâmetros para emissão de
laudos com fins clínicos, jurídicos ou de perícia; complementa o diagnóstico na
área do desenvolvimento e aprendizagem.
O objetivo teórico da neuropsicologia e da reabilitação Neuropsicológica
é ampliar os modelos já conhecidos e criar hipóteses sobre as interações
cérebro-comportamentais. Trabalha com indivíduos portadores ou não de
transtornos e sequelas que envolvem o cérebro e a cognição, utilizando
modelos de pesquisa clínica e experimental, tanto no âmbito do funcionamento
normal ou patológico da cognição, como também estudando-a em interação
com outras áreas das neurociências, da medicina e da saúde. Os objetivos
práticos são levantar dados clínicos que permitam diagnosticar e estabelecer
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tipos de intervenção, de reabilitação particular e específica para indivíduos e
grupos de pacientes em condições nas quais:
A. Ocorreram prejuízos ou modificações cognitivas ou comportamentais
devido a eventos que atingiram primária ou secundariamente o sistema
nervoso central;
B. O potencial adaptativo não é suficiente para o manejo da vida prática,
acadêmica, profissional, familiar ou social;
C. Foram geradas ou associadas a problemas bioquímicos ou elétricos do
cérebro, decorrendo disto modificações ou prejuízos cognitivos,
comportamentais ou afetivos.
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B. Instituições hospitalares, forenses, clínicas, consultórios privados e
atendimentos domiciliares, realizando diagnóstico, reabilitação, orientação à
família e trabalho em equipe multidisciplinar. (CFP, 2004).
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