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MÉDICOS,

OS AUTISTAS
PRECISAM DA
SUA AJUDA!

PARA O TRATAMENTO
ADEQUADO
Essa cartilha tem por propósito auxiliar as famílias e os médicos na conquista

do tratamento adequado para autistas, uma vez que, na atualidade, existem

grandes entraves dos planos de saúde para acessar o tratamento prescrito,

seja pela falta de profissionais com capacidade técnica, seja pela

indisponibilidade desse serviço.

Ocorre que os pacientes autistas não podem esperar, principalmente àqueles

em idade terna, que devem se apropriar do momento da neuroplasticidade

proprícia para a aquisição de habilidades que levarão para toda a vida.

O médico é o profissional responsável pela determinação de qual o

tratamento deve ser realizado pelo paciente, somente o médico poderá definir

como será e quais as intervenções devem ser feitas. Para isso, é necessário

embasamento científico específico na medicina baseada e evidências, bem

como na individualidade de cada paciente.

Foi pensando nisso que essa cartilha foi feita, ajudar médicos em suas

prescrições e famílias no tratamento adequado.


franklin façanha
advocacia humanizada

Responsável Técnico pelo Estudo


Ms. Esp. Franklin Façanha
http://lattes.cnpq.br/8884813824988269

ShortBio: 12 anos de advocacia (OAB-PE 31.022-D), Palestrante e Consultor em Educação


Inclusiva e Projetos de Inclusão. Mestrando em Direito UNICAP. L.LM (degree) em Direito
Coorporativo. Especialização em Direito Empresarial, Consumidor, Civil e Processo Civil.
Professor da pós-graduação Inclusão e Direitos da Pessoa com Deficiência do CBI of MIAMI.

Fundador do IBDTEA - Instituto Brasileiro de Defesa dos Autistas & LIGATEA - Advogados que
defendem Autistas. Membro da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência
da OAB/PE. Membro da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB/Olinda. Membro da
Comissão Nacional de Defesa dos Autistas da ABA.

Licenciatura em Letras-Português (CFEP 22001371), Especialização em Docência e


Metodologia da Pesquisa Científica, Especialização em Informática Educativa e Especialização
em Neuroeducação.

Pós-graduando em ABA – ANÁLISE COMPORTAMENTAL APLICADA AO AUTISMO.

Autor do livro: Análise econômica dos objetivos macroscópicos da lei


falimentar: A lei falimentar pela ótica da law and economics (ISSN
978-613-9-67595-1), autor de diversos artigos em revistas nacionais e
internacionais, em Direito, Análise Econômica do Direito e em Educação.

Pai e ativista da causa autista, com atuação direta na defesa dos


direitos dos autistas no congresso nacional contra o rol taxativo da
ANS, estando em todo o processo de criação da lei 14.454/2022.

Colunista na Revista Autismo, maior revista da américa latina em


autismo e advogado nacional da União Brasileira das
Associações de Musicoterapia (UBAM).

Clique para ver


o currículo
os autistas merecem o
tratamento adequado,
conforme PRESCRIÇÃO médica e
DE ACORDO COM A medicina
baseada em evidências.
PARA ISTO, SE FAZ NECESSÁRIO QUE
HAJA A FUNDAMENTAÇÃO MÉDICA.
MUDANÇAS NO CENÁRIO REGULATÓRIO

OBRIGATÓRIO
RESPEITAR A
PRESCRIÇÃO
MÉDICA, ANS
RN 529/2022
DE 24/06/2022

Foi publicada, no Diário Oficial da União, em 24/06/2022, a


Resolução Normativa n. 529/2022 da ANS, que determinou a
obrigatoriedade dos planos de saúde oferecerem os métodos
terapêuticos prescritos pelo médico assistente, vejamos:
"Art. 6 º (...)
§ 4 º Para a cobertura dos procedimentos que envolvam o
tratamento/manejo dos beneficiários portadores de transtornos
globais do desenvolvimento, incluindo o transtorno do espectro
autista, a operadora deverá oferecer atendimento por prestador
apto a executar o método ou técnica indicados pelo médico
assistente para tratar a doença ou agravo do paciente."

05
Estas mudanças judiciais e regulatórias impactam diretamente os
beneficiários autistas no acesso aos tratamentos adequados,
segundo as evidências científicas nacionais e internacionais, os
guidelines de instituições de credibilidade médica e segundo a
Medicina Baseada em Evidências (MBE).

Portanto, nos laudos e prescrições médicas para os pacientes


autistas ou com algum outro Transtorno Global do
Desenvolvimento (TGD) [CID10 - f.84], as indicações de ciências,
terapias ou métodos terapêuticos, específicos para cada paciente,
devem ser devidamente fundamentadas, contendo a exposição de
motivos para àquela indicação, em detrimento de outras que
possam existir.

06
l M
a É
D
u
I
d C
o O

Este documento foi preparado para ajudar em eventuais dúvidas que


possam surgir no processo de confecção dos laudos ou justificativas
médicas, bem como há sugestão de evidências científicas atualizadas
específicas para o tratamento de autistas*.

*O documento não é uma proposta de padronização ou qualquer


tentativa de interferir na prescrição, que é ato privativo da categoria
médica, conforme resolução Resolução nº 1.401/93 do Conselho
Federal de Medicina (CFM).

07
RECOMENDAÇÕES PARA
CONSTAR NO LAUDO E NA JUSTIFICATIVA MÉDICA
RECOMENDAÇÕES DE INFORMAÇÕES PARA
CONSTAR NO LAUDO E NA JUSTIFICATIVA MÉDICA
QUE PRESCREVE OS TRATAMENTOS DE AUTISTAS

Atentar para pontos importantes que devem conter nos laudos:

a) Quais as características de diagnóstico e o porquê as terapias prescritas


são tão importantes ao tratamento do paciente, diante do quadro
específico do autista?

b) Com relação à prescrição da Ciência ABA: o porquê esta intervenção


terapêutica (baseada na Ciência da Análise do Comportamento Aplicado -
ABA) é tão importante para o paciente? Por que ela se sobrepõe às sessões
de psicologia padrão (psicanálise)? Qual a importância do Analista de
comportamento na realização desta intervenção? Qual a função dele? Qual
a qualificação que ele precisa ter? E os aplicadores? Há comprovação
científica de sua eficácia? Especificar Analista do Comportamento,
Supervisão, Avaliação e Aplicação.

c) Com relação à Terapia Ocupacional por Integração Sensorial: qual a


sua função prática ao paciente? Quais os ganhos ele vai ter com a
aplicação desta modalidade de terapia? Qual a razão da sua prescrição
específica em detrimento da terapia ocupacional padrão? Qual a diferença
que esta terapia pode fazer na vida do paciente??? Qual a qualificação que
o Terapeuta deve ter para ser considerado especialista em integração
sensorial? Há comprovação científica de sua eficácia?

d) Com relação à Fonoaudiologia por PROMPT: qual a sua função


prática ao paciente? Quais os ganhos ele vai ter com a aplicação desta
modalidade de terapia? Quais os ganhos ele terá? Qual a razão da sua
prescrição específica em detrimento da fonoaudiologia padrão? Qual a
diferença que esta terapia pode fazer na vida do paciente? Qual a
qualificação que o fonoaudiólogo deve ter para ser considerado
especialista em PROMPT? Tem comprovação científica de sua eficácia?

09
e) Com relação ao PECS: qual a sua função prática ao paciente? Quais os
ganhos ele vai ter com a aplicação desta modalidade de terapia? Quais os
ganhos ele terá? Qual a razão da sua prescrição específica em detrimento
da fonoaudiologia padrão? Qual a diferença que esta terapia pode fazer na
vida do paciente? Qual a qualificação que o Fonoaudiólogo deve ter para
ser considerado especialista em PECS??? Tem comprovação científica de
sua eficácia?

f) Com relação à Psicomotricidade: qual a sua função prática ao


paciente? Quais os ganhos ele vai ter com a aplicação desta modalidade
de terapia? Qual a razão da sua prescrição específica ao paciente? Qual a
diferença que esta terapia pode fazer na vida do paciente? Qual a
qualificação que o Profissional deve ter para ser considerado especialista
em Psicomotricidade? Há comprovação científica de sua eficácia? Existe
diferença terapêutica entre a Psicomotricidade Relacional e Funcional?

g) Com relação à Musicoterapia: qual a sua função prática ao paciente?


Quais os ganhos ele vai ter com a aplicação desta modalidade de terapia?
Quais os ganhos ele terá? Qual a razão da sua prescrição específica ao
paciente? Qual a diferença que esta terapia pode fazer na vida do
paciente? Qual a qualificação que o Profissional deve ter para ser
considerado especialista em Musicoterapia? Há comprovação científica de
sua eficácia?

h) Com relação à Hidroterapia/Fisioterapia aquática: qual a sua função


prática ao paciente? Quais os ganhos ele vai ter com a aplicação desta
modalidade de terapia? Quais os ganhos ele terá? Qual a razão da sua
prescrição específica ao paciente? Qual a diferença que esta terapia pode
fazer na vida do paciente? Qual a qualificação que o Profissional deve ter
para ser considerado especialista em Hidroterapia//Fisioterapia aquática?
Há comprovação científica de sua eficácia?

10
I) Com relação à Equoterapia: qual a sua função prática ao paciente?
Quais os ganhos ele vai ter com a aplicação desta modalidade de terapia?
Quais os ganhos ele terá? Qual a razão da sua prescrição específica ao
paciente? Qual a diferença que esta terapia pode fazer na vida do
paciente? Qual a qualificação que o Profissional deve ter para ser
considerado especialista em Equoterapia? Há comprovação científica de
sua eficácia?

j) Com relação à Psicopedagogia (TEACCH, PECS, Multigestos,


Boquinhas) : qual a sua função prática ao paciente? Quais os ganhos ele
vai ter com a aplicação desta modalidade de terapia? Qual a razão da sua
prescrição específica ao paciente? Qual a diferença que esta terapia pode
fazer na vida do paciente? Qual a qualificação que o Profissional deve ter
para ser considerado especialista em psicopedagogia? Há comprovação
científica de sua eficácia?

k) Com relação à Nutrição em Seletividade alimentar: qual a sua função


prática ao paciente? Quais os ganhos ele vai ter com a aplicação desta
modalidade de terapia? Quais os ganhos ele terá? Qual a razão da sua
prescrição específica ao paciente? Qual a diferença que esta terapia pode
fazer na vida do paciente? Qual a qualificação que o Profissional deve ter
para ser considerado especialista em Nutrição e Seletividade Alimentar?
Há comprovação científica de sua eficácia?

l) Com relação à Protocolos de neuromodulação não-invasiva: qual a


sua função prática ao paciente? Quais os ganhos ele vai ter com a
aplicação desta modalidade de terapia? Quais os ganhos ele terá? Qual a
razão da sua prescrição específica ao paciente? Qual a diferença que esta
terapia pode fazer na vida do paciente? Qual a qualificação que o
Profissional deve ter para ser considerado apto para aplicar a modalidade?
Há comprovação científica de sua eficácia?

11
m) Com relação ao Acompanhante Terapêutico ABA em ambiente
escolar (AT - aplicador ABA): qual a sua função prática ao paciente? Quais
os ganhos ele vai ter com a aplicação desta modalidade de terapia? Quais
os ganhos ele terá? Qual a razão da sua prescrição específica ao paciente?
Qual a diferença que esta terapia pode fazer na vida do paciente? Qual a
qualificação que o Profissional deve ter para ser considerado apto para a
acompanhar o autista na escola, realizando a aplicação da terapia ABA
através do programa ABA? Quem é o profissional responsável pelo
programa ABA? É uma modalidade terapêutica ou
educacional/pedagógica? Há necessidade de supervisão das atividades
do acompanhante? O que é necessário para se considerar apto a exercer o
cargo de supervisão de AT? Há comprovação científica de sua eficácia?

n) Com relação ao Acompanhante Terapêutico ABA em ambiente


domiciliar(AT - aplicador ABA): qual a sua função prática ao paciente?
Quais os ganhos ele vai ter com a aplicação desta modalidade de terapia?
Qual a razão da sua prescrição específica ao paciente? Qual a diferença
que esta terapia pode fazer na vida do paciente? Qual a qualificação que o
Profissional deve ter para ser considerado especialista? Há comprovação
científica de sua eficácia?

o) Por que essas terapias são mais indicadas que as convencionais?


Somente elas trazem resultado ao quadro clínico? São as únicas opções de
tratamento para autistas?

p) Qual o tempo necessário de atendimento em cada sessão? Qual


deve ser a carga horária semanal de intervenções? Quais os ambientes
que as terapias devem ser manejadas?

q) Existe mais alguma modalidade terapêutica indicada para o caso


específico do paciente? Porquê ela se aplica a este paciente? Como ela
deve ser integrada às demais terapias? Quais as comprovações científicas
que tornam este método terapêutico necessário e eficaz ao caso do
paciente? Existe algum outro método ou prática em saúde que possa levar
ao efeito almejado por esta intervenção?
12
EVIDÊNCIAS
CIENTÍFICAS
TRATAMENTO
MULTIDISCIPLINAR PARA

AUTISMO

Nacionais e
internacionais
SAÚDE
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
ESPECÍFICAS PARA O TRATAMENTO DE AUTISMO
As prescrições médicas, nos laudos que diagnosticam pessoas com
Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), seguem um rigoroso processo
de avaliação clínica individualizada, para que sejam prescritas às terapias,
métodos e protocolos de avaliação padronizados, que sigam os preceitos
da Medicina Baseada em Evidências (MBE) e que possuam robustas
evidências científicas em saúde, segundo os critérios estabelecidos na
escala de evidências científicas em saúde da Oxford Centre for Evidence-
based Medicine (OCEBM) [1], além dos critérios diagnósticos
recentemente atualizados pela Classificação Internacional de Doenças
(CID-11) [2] e pelos critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais, de American Psychiatric Association (DSM-V) [3].

Escala de
evidências
científicas
em saúde
OCEBM.

14
O AUTISMO é um Transtorno Global do (neuro)Desenvolvimento
(TGD), cujo seu espectro é complexo, multifatorial, que afeta todas as
áreas do ser, em especial as áreas da comunicação, interação social,
comportamento entre outros [4], tendo suas causas ainda
desconhecidas, mas com forte cunho genético [5] e que não possui cura
ou tratamento medicamentoso [6], sendo o tratamento multidisciplinar e
integrado o único meio de melhorar o prognóstico do paciente e a
qualidade de vida de sua família [7].

Na literatura médica especializada, entende-se que ATUALMENTE as


terapias com maior evidência de benefício são baseadas na ciência
da Análise do Comportamento Aplicada (ABA - Applied Behavior
Analysis), associada a terapias auxiliares, sendo a indicada para o
tratamento de AUTISTAS [8,9,10,11,12,13], não podendo ser
substituída por terapias convencionais ou não especializadas para o
transtorno [14,15], pois a ABA integrada ao plano terapêutica do
paciente, produz melhoria na qualidade de vida do paciente e de sua
família.

Tais intervenções não podem ocorrer em carga horária inferior a 25 horas


semanais [16], sendo 40 horas o ideal para os fins propostos [17].

O tratamento para autistas deve ser integrado, multidisciplinar e


intensivo [18], devendo haver OBRIGATORIAMENTE a SUPERVISÃO de
Analista do Comportamento (mestre ou doutor em ABA) responsável
pelo plano terapêutico e pelas avaliações do paciente e da equipe clínica,
um COORDENADOR ABA (especialista em ABA) avaliando as técnicas
específicas em cada modalidade terapêutica manejada e reportando à
Supervisão ABA, que será trabalhada em cada área problema do
paciente, por isto as terapias precisam ser individualizadas e se inter-
relacionar em caráter transdisciplinar, para atender as complexidades
próprias do TEA [19].

As terapias e métodos que possuem evidências científicas robustas,


indicam que a equipe multidisciplinar deve ser composta por
profissionais INTEGRADOS, ESPECIALISTAS e ESPECIALIZADOS EM
MÉTODOS ESPECÍFICOS [20], sendo eles:

15
1. Psicóloga com capacitação e formação em ABA para aplicação de
estratégias de modulação comportamental
[4,7,9,10,11,12,13,15,16,17,48,49,50,51,52];
2. Psicóloga com abordagem familiar e individualizada, em Terapia
Cognitivo Comportamental ou Terapia Cognitiva Breve [4,21];
3. Psicopedagoga (metodologia TEACCH) [4,22];
4. Fonoaudióloga (metodologias PROMPT/PEC) [23,24];
5. Terapeuta Ocupacional habilitada em treinamento de Atividades de
Vida Diária – AVDs (básicas e instrumentais) [4,7,9, 20,37,38];
6. Terapias de Integração Sensorial de Ayres em sala multifuncional
[4,20,25,26,38];
7. Psicomotricidade relacional e funcional [27,28,29,30,31,32];
8. Musicoterapia [4,20,33,34,35];
9. Fisioterapia Bobath ou Cuevas Medek [36,37,38,39,40,41];
10. Hidroterapia/ Fisioterapia aquática [20,42];
11. Nutrição especializada em seletividade alimentar para o TEA
[28,30,31,32,43];
12. Protocolos de neuromodulação não-invasiva próprios para idade
[44,45,46];
13. Acompanhante Terapêutico ABA em ambiente escolar e diário, em
todo horário escolar, de assistente terapêutico ABA (AT - aplicador ABA)
que deve ser capacitado com curso específico para tal finalidade e
possuir a supervisão [4,7,9,10,11,12,13,15,16,17,47,48,49,50,51,52,53];
14. Supervisão de assistente terapêutico ABA (AT - aplicador ABA) por
profissional de maior graduação, ambos ligados à clínica gerenciadora do
programa terapêutico multidisciplinar.
15. Os Acompanhantes terapêuticos (AT ABA - aplicadores ABA) são
terapeutas atuando no ambiente escolar (dentro e fora da sala de aula) e
não são professores ou assistentes de sala de aula, bem como para
atuando no ambiente domiciliar para manejo do comportamento em
todos os ambientes que o autista frequenta.
[4,7,9,10,11,12,13,15,16,17,47,48,49,50,51,52,53];
16. Devem ser supervisionados por ANALISTA DO COMPORTAMENTO.
Tanto o Analista como o Acompanhante Terapêutico devem fazer parte
da mesma Equipe Multidisciplinar [47,48,49,50,51,52,53].
17. Acompanhante Terapêutico ABA em ambiente domiciliar (AT -
aplicador ABA) [4,5,6,20,28,49,50,51,52,53].

16
Órgãos nacionais de maior relevância que recomendam a ABA e o
tratamento integrado para autistas: Conselho Federal de Medicina (CFM),
Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Academia Brasileira de Neurologia
(ABN), Associação Médica Brasileira (AMB), Associação Brasileira de Medicina
Comportamental (ABPMC), Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil
(SBNI), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Ministério da Saúde, Conselho
Nacional de Saúde (CNS), entre vários outros.

Órgãos internacionais de maior relevância que recomendam a ABA:


Autism Speaks, Associação Americana de Déficit de Desenvolvimento
Intelectual (AAIDD), Academia Americana de Psiquiatria Infantil e de
Adolescentes (AACAP), Organização Mundial da Saúde (OMS), Behavior
Analyst Certification Board (BCBA), American Academy of Pediatrics (AAP),
National Autism Center (NAC), Center for Autism & Related Disorders (CARD),
National Institute of Mental Health (NIH), , Associoation for Science in Autism
Treatment (ASAT), Autism Europe, Spark center for Autism, European
Association for Behaviour Analysis (EABA) entre vários outros.

17
Cabe salientar que nenhuma das modalidades terapêuticas
indicadas possuem caráter educacional/pedagógico e muito
menos experimental. Todas elas possuem evidências científicas
ao longo de décadas de literatura específica em saúde.

TRATAMENTO PARA AUTISTAS, PELA CIÊNCIA ABA E METODOLOGIAS


COM EVIDÊNCIA CIENTÍFICA EM SAÚDE [47,48,49,50,51,52,53]:

1. A ciência da ABA norteia todo o


CIÊNCIA plano terapêutico do AUTISTA.
Applied Behavior Analysis ou
Análise do Comportamento Aplicada 2. Para o desenvolvimento do plano
terapêutico e sua reavaliação pelos
Analista do Comportamento analistas do comportamento, é
necessária a aplicação de protocolos
Equipe Multidisciplinar
de avaliação específicos ao TEA,
Integrada entre si dentre os quais, os protocolos de
avaliação específicos ao TEA, validados
pela comunidade médica são: VB-
MAPP (Verbal Behavior Milestones
Assessment and Placement Program),
PEP-R (Perfil Psicoeducacional
Revisado) ou ABLLS-R (Assessment of
Basic Language and Learning Skills –
Revised), os quais devem ser realizados
no próprio estabelecimento clínico
responsável pelo desenvolvimento do
tratamento multidisciplinar.
3. Este plano terapêutico deve ser,
Modelo de tratamento OBRIGATORIAMENTE, desenvolvido
multidisciplinar para autistas, com por um analista do comportamento,
terapias integradas entre si, onde que acompanhará permanentemente o
cada uma trabalha uma área paciente e guiará a equipe
específica do TEA e que estão dentro multidisciplinar.
do contexto clínico, sob a supervisão
Integração
multidisciplinar
de um analista do comportamento e 4. Intervenções baseadas na ciência do
entre terapias no
seguindo as diretrizes de tratamento comportamento ABA só existem em
contexto pela ciência do comportamento saúde se houver SUPERVISÃO DE
terapêutico (ABA). ANALISTA DO COMPORTAMENTO, e
de autistas. aplicação por terapeutas certificados,
com formação acadêmica e
Terapias que totalizam 40 horas experiência profissional necessárias às
semanais, com sessões de, nomínimo, 45 especificidades de cada método
minutos, integradas entre si e terapêutico solicitado.
supervisionadas, comocritériodesaúde. 5. A equipe multidisciplinar é composta
pelos profissionais das diversas áreas:
FAMÍLIA/CASA
psicologia, fonoaudiologia, terapia
ocupacional, fisioterapia, psicopedagogia,
psicomotricidade, musicoterapia,
hidroterapia/fisioterapia aquática,
educação física, além das especialidades
TERAPIA EM integração sensorial, e estimulação motora
TODOS OS e cada um desenvolvendo um manejo
AMBIENTES terapêutico específico para cada paciente.
CLÍNICA DO AUTISTA ESCOLA

18
ANALISTA DO COMPORTAMENTO é um profissional específico e essencial
para o desenvolvimento adequado de um plano terapêutico baseado na
Análise do Comportamento Aplicado (ABA).
Segundo a Associação Brasileira de Medicina Comportamental (ABPMC): Os
diferentes agentes de ensino podem desempenhar funções de Analista do
Comportamento Supervisor, Analista do Comportamento Coordenador e
Aplicador. A composição dos agentes é variável e é organizada a partir do
delineamento do serviço, mas a presença do Analista do Comportamento
Supervisor é indispensável [53]. A operacionalização de suas atividades deve
seguir a seguinte ordem hierárquica e as qualificações específicas:

19
REFERÊNCIAS
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Based Medicine 2011 Levels of Evidence, University of Oxford.
[2] Organização Mundial Da Saúde - OMS (2022). ICD-11 for Mortality and Morbidity Statistics
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22
médicos

como seria um laudo ideal


para atender as necessidades atuais dos pacientes
autistas e que tenham evidências científicas para tal !

Afinal, não adianta ter um papel


com a prescrição médica, se o
paciente não consegue acessar
o tratamento prescrito

23
XXXXXXXXXXXXX, xx anos, Transtorno do Espectro do Autismo – TEA
associado a Apraxia da Fala da Infância – AFI (CID-10: F84.0 + F80.1/ CID-11: 6A02.2 +
6A01.0), com comprometimento qualitativo da linguagem, jargonismos e baixa intenção
comunicativa, poucas oportunidades de sociabilização, com algumas estereotipias,
hiperlexia, desatenção e irritabilidade. Estas características, embora tratáveis no ambiente
clínico, podem trazer limitações por toda vida do paciente.

Já foi alertado, em laudos anteriores que, caso essa condição de saúde da criança
não seja adequadamente abordada e tratada, podem ocorrer graves limitações por toda vida
da criança. XXXXXX tem demonstrado evolução, acredito que manterá seus bons resultados
e alcançará ainda melhores resultados mantendo-se inserido em intervenções intensivas
com a mesma equipe terapêutica com quem já criou vínculos afetivos essenciais para o
processo de reabilitação.

O TEA é de um quadro clínico permanente, sendo atualmente considerado uma


condição humana, cujas causas ainda não estão totalmente esclarecidas, porém, a ciência
possui evidências que demonstra que tal condição seja multifatorial e com implicações
genéticas, sendo que, definitivamente, as estimulações adequadas, integradas, precoces e
intensivas, FAVORECEM O BOM PROGNÓSTICO, UMA VEZ QUE NÃO POSSUI CURA,
DEVENDO TER INÍCIO IMEDIATO, EM REGIME DE URGÊNCIA.

Para acessar melhores patamares de saúde e de qualidade de vida, reforço a


necessidade de manutenção do vínculo terapêutico, pois há mais de um quarto de século a
pesquisa de desenvolvimento lançou luz sobre o papel importante do envolvimento afetivo
entre a criança e seu(s) terapeuta(s) na promoção de novas habilidades, incluindo o
desenvolvimento da linguagem, social, cognitivo e perceptual. Estudos demonstraram que a
reabilitação é facilitada quando ocorre no contexto de uma relação social rica em afeto
(KUHL, 2007; KUHL, TSAO & LIU, 2003). À luz de estudos que demonstraram que as
crianças com autismo apresentam déficits na partilha afetiva (DAWSON et al., 1990) e têm
sensibilidade reduzida ao valor de recompensa da informação social (DAWSON, BERNIER
et al., 2012), as intervenções de desenvolvimento começaram a incorporar estratégias de
intervenção que promovem o envolvimento afetivo e aumentam a motivação social por
parte da criança com seu terapeuta (ROGERS & PENNINGTON, 1991). Estudos simultâneos
que demonstraram respostas neurais reduzidas a estímulos sociais e afetivos por crianças
pequenas com autismo também apoiaram a necessidade de focar diretamente no
envolvimento social como parte do programa de intervenção (DAWSON et al., 2002;
DAWSON, WEBB, et al., 2004).

Segundo o DSM-V, o diagnóstico do Transtorno do Espectro do Autismo pode ser


dado por déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos
contextos, atualmente ou por história prévia, manifestados por todos a seguir: déficit na
reciprocidade emocional, déficits nos comportamentos comunicativos não verbais usados
para interação social e déficit para manter, desenvolver e compreender relacionamentos.
Além disso, o paciente precisa apresentar padrões restritivos e repetitivos de
comportamento, interesses ou atividades, conforme manifestado por pelo menos dois dos
seguintes, atualmente ou por história prévia: movimentos motores, uso de objetos ou fala
estereotipados ou repetitivos; insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou
padrões ritualizados de comportamento verbal ou não-verbal; interesses fixos e altamente
restritos; hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspectos
sensoriais do ambiente.

O autismo é um quadro clínico permanente e vitalício, sendo atualmente considerado


uma condição humana e uma deficiência, cujas causas ainda não estão totalmente
esclarecidas, contudo se acredita que sejam multifatoriais e com forte cunho genético, porém
apenas uma minoria é determinada por um único gene. Por estes motivos, em geral, o
diagnóstico é clínico, não sendo necessária solicitação de ressonância magnética,
eletroencefalograma ou exames genéticos, exceto nos casos de involução do
desenvolvimento, epilepsia e dismorfias (MASHURA et al, 2017). Como o paciente acima
não apresenta estas situações o diagnóstico se baseou na anamnese e exame neurológico.

O tratamento com intervenções adequadas, integradas e intensivas, favorecem um


bom prognóstico, com atenuação de algumas das características do transtorno, uma vez que
não há cura. O plano terapêutico individualizado, baseado em terapias cognitivo-
comportamentais, com intervenção comportamental intensiva e precoce é o que apresenta
resultados mais promissores. (MASHURA et al, 2017). Entre os modelos comportamentais,
o que apresenta trabalhos com maior robustez, baseados em revisões sistemáticas são os
baseados em ABA (Applied Behavior Analysis), praticado por profissionais com formação
neste método (ROANE, FISHER & CARR, 2016). Consiste no estudo e na compreensão do
comportamento da criança, de sua interação com o ambiente e com as pessoas com quem
se relaciona. Para correção dos comportamentos problemáticos e para estimular os
assertivos, são desenvolvidos treinamentos e estratégias individualizadas, por meio de
reforçadores positivos. (TEIXEIRA, 2019). São necessários no mínimo 10 (dez) horas, para
os casos mais leves, havendo possibilidade de alcançarmos até 40 (quarenta) horas
semanais de estimulação (ROANE, FISHER & CARR, 2016). As estratégias podem ser
aplicadas por mediadores terapêuticos nos ambientes mais frequentados pela criança e
supervisionados por psicólogo com esta formação.

Para que tenha chances de uma boa evolução e melhor prognóstico, XXXXXX deve,
de MODO URGENTE, incrementar seus acompanhamentos com equipe multiprofissional e
realizar terapias específicas para o quadro e integradas entre si, sendo indicadas
intervenções baseadas na ciência do comportamento ABA (Applied Behavior Analysis -
Análise do Comportamento Aplicada), sob supervisão presencial e semanal de
analista de comportamento e aplicação por terapeutas certificados, com formação
acadêmica e experiência profissional necessárias às especificidades de cada método
terapêutico solicitado. Preciso esclarecer que, os profissionais de supervisão e de
aplicação devem ter formação em grau de especialização, mestrado ou doutorado (sendo o
profissional de supervisão aquele mais graduado) e suas atividades precisam ser realizadas
no domicílio do paciente, na escola e em clínica multiprofissional.

As intervenção devem ser, OBRIGATORIAMENTE , realizadas nos ambientes


domiciliar, escolar e clínico, devendo este ser realizado em clínica especializada para o
tratamento multidisciplinar do autismo e outras comorbidades ou centro terapêutico único,
QUE SEJA CAPAZ DE OFERECER PLANO TERAPÊUTICO INDIVIDUALIZADO E COM
TODAS AS TERAPIAS INTEGRADAS, devendo este atender a todos as condições e
modalidades terapêuticas abaixo estabelecidas, haja vista haver necessidade de rotina
estruturada para as pessoas com TEA, por serem estas as diretrizes de saúde para
tratamento clínico multidisciplinar de pessoas com TEA, com comprovação científica
atualizada na área de saúde.

Todo o plano de tratamento deve ter carga horária suficiente e necessária para
aquisição de bons resultados e novas habilidades, tendo hoje a indicação de executar pelo
menos, no mínimo, 40 (quarenta) horas semanais [I.], distribuídas em escola (onde a
criança já passará a contar com 20 horas de atividades obrigatoriamente supervisionadas),
domicílio (sendo necessário treinamento, acompanhamento psicológico ABA e supervisão
dos pais e responsáveis) e clínica de reabilitação especializada, capaz de gerenciar e
oferecer o plano terapêutico individualizado, com todas estas terapias integradas entre si de
maneira multidisciplinar e transdisciplinar, em encontros, individualizados ou em grupo, de
acordo com demandas sugeridas em instrumentos de avaliação periódica como o [II.] VB-
MAPP (Verbal Behavior Milestones Assessment and Placement Program), e/ou PEP-R
(Perfil Psicoeducacional Revisado), e/ou ABLLS-R (Assessment of Basic Language
and Learning Skills – Revised), os quais devem ser realizados no próprio estabelecimento.

Há de salientar que em algumas intervenções que se fizer necessário a presença de


um ou mais terapeutas, elas devem ocorrer de maneira coordenada e com finalidade
terapêutica, uma vez que os acompanhantes terapêuticos, devem acompanhar o paciente
em todas as etapas da sua vida, incluindo o ambiente clínica, domiciliar e escolar, bem com
as extensões desses ambienta, haja vista que o tratamento multidisciplinar para o TEA, com
base na ciência da Análise do Comportamento, requer o processo de generalização nas
terapias, ou seja, faz parte da intervenção terapêutica a inclusão dos acompanhantes em
todas as etapas das intervenções.

Nessa carga horária mínima, deve HAVER [III.] SUPERVISÃO PRESENCIAL


SEMANAL DE ANALISTA DO COMPORTAMENTO (profissional que deve ter qualificação
mínima de especialização, mestrado ou doutorado), que desenvolverá o programa
terapêutico do paciente e supervisionar a equipe terapêutica, além disto todos os
aplicadores devem ser igualmente capacitados, com formação específica para tal, em
grau de especialização, mestrado ou doutorado, sendo preciso haver intervenção de
[IV.] psicóloga com capacitação e formação em ABA (5 horas por semana), [V.]
psicóloga convencional (com abordagem familiar e individualizada, em Terapia Cognitivo
Comportamental ou Terapia Cognitiva Breve, 3 horas por semana), [VI.] psicopedagoga
na metodologia TEACCH (3 horas por semana), podendo ser manejada por profissional
de saúde ou com formação em pedagogia e especialização em psicopedagogia
clínica ou institucional, [VII.] fonoaudióloga associando sessões com a metodologia
PROMPT, Multigestos ou POD (3 horas por semana)/ fonoaudióloga associando
sessões com a metodologia PECS (3 horas por semana)/ fonoterapeuta especializada
em Comunicação Aumentativa Alternativa – CAA (2 horas por semana), [VIII.] terapeuta
ocupacional habilitada em Treinamento de Atividades de Vida Diária – AVDs (básicas e
instrumentais, 3 horas por semana), [IX.] terapias de integração sensorial (3 horas por
semana), [X.] psicomotricidade relacional (3 horas por semana), [XI.]
Psicomotricidade funcional (3 horas por semana) conduzidas por terapeuta
ocupacional, fisioterapeuta, psicólogo(a) ou educador(a) físico(a), [XII.] estimulação
motora ABA (2 horas na semana), conduzidas por educador(a) físico(a) ou
fisioterapeuta, [XIII.] terapia aquática - estimulação no ambiente aquático –
Hidroterapia (2 horas por semana), [XIV.] musicoterapia (2 horas por semana), que
deve ser manejada obrigatoriamente por profissional que possua graduação
ou pós-graduação em Musicoterapia, não se confundindo com aulas de iniciação
musical, uma vez que são ciências diferentes, [XV.] Fisioterapia motora BOBATH ou
CUEVAS MEDEK (2 horas por semana), [XVI.] equoterapia – estimulação com animais (2
horas por semana), [XVII.] neurofeedback ou estimulação neural não invasiva (2 horas
por semana), [XVIII.] Acompanhamento nutricional por Nutricionista materno infantil
especializada em seletividade alimentar (1 consulta por semana) e [XVII.]
acompanhamento psicológico ABA em ambiente domiciliar, para instrução acerca
da aplicação dos métodos terapêuticos pelos pais e familiares (4 horas na semana).
O paciente deve frequentar sistema de ensino regular e deve OBRIGATORIAMENTE,
possuir [XVIII.] acompanhamento terapêutico individualizado ABA (AT), para o manejo
dos comportamentos no ambiente de ensino (5 dias na semana, 4 horas por dia), sendo
obrigatório curso específico para tal finalidade [XIX.] com a devida supervisão, realizada
por profissional com maior graduação acadêmica, bem como, que seja por profissional
especializado em ABA ou intervenções inclusivas e psicológicas, pois tal acompanhamento
terapêutico não é de responsabilidade da escola, pois deve ser integrado ao programa
terapêutico multidisciplinar.
Cabe salientar que tais profissionais (AT e SUPERVISÃO) devem estar integradas ao
tratamento multiprofissional e ao plano terapêutico proposto ao paciente, pois SÃO
TERAPEUTAS ATUANDO NO AMBIENTE DO ENSINO, E NÃO PROFESSORES OU
MEROS ASSISTENTES DE SALA DE AULA, que atuarão em todas às áreas de convivência
da criança, e com formação específica para tais práticas terapêuticas, não excluindo as
práticas pedagógicas próprias da rede de ensino. Deve continuar [XX.] acompanhamento
médico com pediatra e [XXI.] neurologista pediátrico regularmente, devendo retornar a
cada três meses para avaliação.

Todas as intervenções devem ser realizadas por profissionais qualificados e


capacitados no atendimento de pacientes com TEA, com experiência nos métodos
solicitados e com participação dos pais nas intervenções em casa e nas terapias, devendo
um dos genitores acompanhar o processo terapêutico, com o devido acompanhamento
psicológico familiar no ambiente domiciliar, fornecido pelo centro terapêutico que realiza o
tratamento multidisciplinar. Ratifico que, [XXII.] tais abordagens necessitam ser
contínuas, ininterruptas, integradas, estruturadas para cada indivíduo, por meio de
plano terapêutico em ABA ESTRUTURADO e NATURALISTA e realizadas por TEMPO
INDETERMINADO.

A manutenção continua e a intensidade das intervenções aproveitam o potencial


neuroplástico próprio da infância, quando habilidades são rapidamente adquiridas e
comportamentos são mais fáceis de modificar. Retardar ou reduzir o tratamento trará
impacto fortemente negativo no desenvolvimento da criança, visto que com a falta de
intervenções especificas e com o progredir da idade, janelas de oportunidade são perdidas
e dificilmente recuperadas.

Este modelo terapêutico, nos termos prescritos neste laudo médico, é o único
tratamento disponível na Medicina Baseada em Evidências que poderá promover o
melhoria no prognóstico do paciente e incluí-lo socialmente, bem como as terapias para
que surtam os efeitos necessários, devem possuir carga horária mínima de 45 (quarenta e
cinco) minutos, tendo respaldo de órgãos internacionais como o (BCBA) e Qualified
Behavior Analyst (QBA), que só entendem válidas para contabilizar horas de supervisão,
sessões que contenham tempo mínimo de 45 minutos, como prescrito.

A falha em seguir essa prescrição é danosa ao prognóstico, sob pena de


regressão no quadro clínico-comportamental, de difícil reparação, e,
consequentemente, a qualidade de vida do paciente e de sua família.

____________________________________________

Neurologia Pediátrica

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