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PSICODIAGNÓSTICO E

TRANSTORNO
DO ESPECTRO AUTISTA
Professor Icaro Costa
INTRODUÇÃO
 o transtorno do espectro autista (TEA) é definido como uma condição neurodesenvolvimental
caracterizada por comprometimentos precoces no desenvolvimento sociocomunicativo e pela
presença de comportamentos repetitivos e estereotipados (American Psychiatric Association
[APA], 2014) além de uma hiper ou hipossensibilidade a estímulos sensoriais

 Aumento da prevalência do TEA na última década (um em cada 68 nascimentos)

 Por que temos um aumento na prevalência?

 1% das populações nacionais

- Alterações na região cortical do cérebro (Pensamento, Movimento voluntário, Linguagem,


Julgamento e Percepção.)
INTRODUÇÃO
 Causas genéticas (mais de 90% dos casos) e também ambientais (carece de estudos)

 Genético x hereditário

 Mais de 1000 genes associados ao autismo

 Combinação de variantes genéticas (raras e comuns)

 Mutações neurais no desenvolvimento do cérebro


ÁCIDO VALPRÓICO
 Torval CR 500mg Torrent
 Depakene Xarope 250mg/5ml

 Remédios contra convulsões (inibição do Sistema Nervoso Central (SNC). Isso serve para
diminuir a atividade elétrica, o que por sua vez faz com que as chances de crises convulsivas
(e de mania) também caiam)
ADVANCED PARENTAL AGE AND AUTISM
RISK IN CHILDREN: A SYSTEMATIC
REVIEW AND META-ANALYSIS
 the lowest parental age category was associated with a reduced risk of autism

 and the highest parental age category was associated with an increased risk of autism

 A idade do pai apresentou maior risco de autismo


INTRODUÇÃO
 O governo brasileiro instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtornos do Espectro do Autismo (Lei 12.764 de 27 de dezembro de 2012)

 urgência de investimentos na qualificação de profissionais em diferentes níveis de atuação e


em políticas de saúde

 Quanto mais cedo, mais fácil de lidar com a questão


INTRODUÇÃO
 Deve ser tratado de maneira multidisciplinar (por onde começar?)

 Ampla variação comportamental dentro do espectro

 Deficiência intelectual

 Comorbidades: transtornos do sono e alimentares, hiperatividade, entre outras

 Grande desafio para a avaliação psicológica


AUTISMO NO DSM-5
 A. Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos

1. Déficits na reciprocidade socioemocional, dificuldade para estabelecer uma conversa


normal a compartilhamento reduzido de interesses, emoções ou afeto, a dificuldade para
iniciar ou responder a interações sociais.
2. Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais usados para interação social
3. Déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos
AUTISMO NO DSM-5
 B. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades

 1. Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos (p. ex., estereotipias
motoras simples, alinhar brinquedos ou girar objetos, ecolalia, frases idiossincráticas).

 2. Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados (sofrimento extremo
em relação a pequenas coisas/mudanças)

 3. Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco (p. ex., forte apego a ou
preocupação com objetos incomuns

 4. Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspectos sensoriais do


ambiente (p. ex., indiferença aparente a dor/temperatura, reação contrária a sons ou texturas específicas,
cheirar ou tocar objetos de forma excessiva, fascinação visual por luzes ou movimento).
AUTISMO NO DSM-5
 C. Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento (mas
podem não se tornar plenamente manifestos até que as demandas sociais excedam as
capacidades limitadas ou podem ser mascarados por estratégias aprendidas mais tarde na
vida).

 D. Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social,


profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo no presente.

 E. Essas perturbações não são mais bem explicadas por deficiência intelectual (transtorno do
desenvolvimento intelectual) ou por atraso global do desenvolvimento. Deficiência intelectual
ou transtorno do espectro autista costumam ser comórbidos
AUTISMO NO DSM-5
 “Indivíduos com um diagnóstico do DSM-IV bem estabelecido de transtorno autista,
transtorno de Asperger ou transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação
devem receber o diagnóstico de transtorno do espectro autista”
QUAIS SERIAM OS DESAFIOS
PARA AVALIAR O AUTISMO?
A IDENTIFICAÇÃO DOS SINAIS DE
ALERTA PARA
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E
SEUS DESAFIOS
 Principais sinais: comprometimento na sociabilidade e ocorrência de comportamentos
repetitivos e estereotipados.

 Mas o que seria autismo e o que seria comportamentos dentro da normalidade?

 A socialização apresenta-se mais afetada quando há um desenvolvimento maior da cognição

 Pessoas com DI, podem “mascarar” o diagnóstico de autismo


A IDENTIFICAÇÃO DOS SINAIS DE
ALERTA PARA
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E
SEUS DESAFIOS
 A comunicação é o núcleo da interação social (Rutter, 2011).

 Pesquisas apontam que crianças apontam para além da necessidade. Destaca-se a ação de
apontar para compartilhar o foco de interesse, pelo prazer da interação social.

 Crianças com tea gesticulam menos que crianças com outros transtornos

 Apresentam regressão de alguma habilidade: na brincadeira e na linguagem


A IDENTIFICAÇÃO DOS SINAIS DE
ALERTA PARA
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E
SEUS DESAFIOS
 transtorno tendem a apresentar comportamento exploratório atípico (foco nos movimentos
repetitivos dos brinquedos e interesse em suas propriedades sensoriais, como textura e cheiro)

 não apresentar brincadeira simbólica, especialmente de “faz de conta”

 Quando o faz, tende a ser de forma rígida e repetitiva, isto é, pouco criativa e restrita aos seus
interesses “estereotipados” (p. ex.,mesma sequência de brincadeira ou tema – trens, carros,
etc.).
INSTRUMENTOS DE RASTREAMENTO:
REALIDADE
BRASILEIRA
 Identificam sinais de alerta, mas não fecham diagnóstico

Instrumentos específicos:

-Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT) - 18 e 24 meses.

- SRS-2

- SSRS

-Protea

-HIS-2
M-CHAT
 23 perguntas sobre vivências associadas ao TEA

 Se a criança obtiver mais de 3 pontos oriundos de quaisquer dos itens, ela é considerada em
risco para autismo.

 Se obtiver 2 pontos derivados de itens críticos (que são as questões 2, 7, 9, 13, 14 e 15)
também é considerada em risco para autismo.
SRS-2

 Destina-se a avaliar crianças (a partir de dois anos e meio)

 escala destinada a mensurar sintomas associados

 Heterorrelato e autorelato

 Informatizado
SSRS
 mapear as competências acadêmicas,

habilidades sociais e comportamentos,


além de monitorar a efetividade de intervenções
voltadas para o desenvolvimento socioemocional
de crianças e adolescentes.

 Crianças de 6 a 13 anos
PROTEA-R
 Situações semiestruturadas de brincadeira

 Duas entrevistas e 3 sessões de brincadeira

 Crianças em torno de 24 a 60 meses de idade (2 a 5 anos)

 Especialmente para não verbais

 Observação da brincadeira da criança


BRINQUEDOS
 Todos tem função

 Aquisição “por fora” do kit


PROTEA-R-NV
PROTEA-R-NV
PROTEA-R-NV
IHS-2
 Autorelato

 Habilidades sociais

 Psicométrico

 forças e fraquezas, de um indivíduo ou grupo

 38 itens

 habilidades indispensáveis para relações satisfatórias e bem-sucedidas


OUTROS TESTES

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