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ESQUIZOFRENIA

Profa. Sabrina Serra Matos


Termo sugerido por BLEULER para substituir a expressão
“demência precoce”.

Rejeitou tal expressão porque, em sua experiência, a

deterioração profunda (demência) não é o resultado final

inevitável do processo mórbido, e porque nem sempre se


manifesta no período da adolescência (precoce).
UMA DAS CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS:

a separação de porções da psique, as quais podem então
dominar a vida psíquica do indivíduo durante certo tempo e
levar uma existência independente, ainda que tais porções
possam ser contrárias e contraditórias à personalidade como
um todo.
Em 1911, BLEULER descreveu a esquizofrenia como:
“uma deterioração lenta e progressiva de toda a
personalidade, envolvendo principalmente a vida afetiva e se
expressando em distúrbios de sentimento, emoção,
pensamento e conduta, com tendência para afastar-se da
realidade”.
Assinalou que as esquizofrenias eram, por vezes,
progressivas, outras vezes intermitentes, e podiam cessar ou
regredir em qualquer estágio; mas que mostravam, em todo o
caso, uma tendência para a deterioração e, uma vez
deflagradas, não permitiam uma plena restitutio ad integrum.
Estabeleceu a natureza MULTIDIMENSIONAL DAS
ESQUIZOFRENIAS.

Acreditava que eram orgânicas mas, ao mesmo tempo,


sublinhou a interação de características psicogênicas e
fisiogênicas em sua psicopatologia e desenvolvimento.
BLEULER subdividiu os sintomas das esquizofrenias em dois
grupos:

 Sintomas fundamentais, primários ou básicos que são característicos ou


patognomônicos do processo mórbido. São eles:

 Distúrbios nas associações


 Distúrbios de afeto
 Ambivalências do afeto, intelecto e/ou vontade
 Autismo
 Defeitos de atenção
 Distúrbios de vontade
 Despersonalização
 Distúrbios de atividade e comportamento.
 Sintomas acessórios ou secundários, os quais são
frequentemente observados nas esquizofrenias e
podem até ocupar a primeira linha do quadro
sintomático, mas que também são vistos em outros
grupos nosológicos, assim como – e especialmente
– nos tipos de reação orgânica (síndromes cerebrais
agudos e crônicos). São eles:
 Alucinações
 Delusões
 Idéias de referência
 Perturbações de memória
ETIOLOGIA:

 Ainda desconhecida.

 Existem hipóteses etiológicas.


MODELO ESTRESSE-DIÁTESE:

Um indivíduo pode ter uma vulnerabilidade específica
(diátese) que, quando influenciada por fatores ambientais
estressantes, permite o desenvolvimento dos sintomas da
esquizofrenia.
Nesse modelo, tanto o estresse como a diátese podem ser:
biológicos, ambientais ou ambos.

Como um componente ambiental pode ser biológico?



Ex.: infecção
Como um componente ambiental pode ser psicológico?

Ex.: situação familiar estressante
HIPÓTESE DOPAMÍNICA:

Neurotransmissor DOPAMINA – HIPERATIVIDADE


Qual o fundamento dessa hipótese?

As drogas antipsicóticas eficazes ligam-se a receptores
dopamínicos.
PROBLEMAS COM ESSA HIPÓTESE:

Os antagonistas dopaminérgicos são eficazes no tratamento


de outras patologias, não importando o diagnóstico;

Dados eletrofisiológicos sugerem que os neurônios


dopaminérgicos podem aumentar sua taxa de ativação em
resposta à exposição crônica às drogas antipsicóticas. Esses
dados implicam que a anormalidade inicial na esquizofrenia
pode envolver um estado hipodopaminérgico.
Expectativa média de esquizofrenia na população:
1%

Ocorre em todos os segmentos da população, independente da


raça, cultura ou classe social.
Idade:

Homens: entre 15 e 25 anos


Mulheres: entre 25 e 35 anos
Raro: antes de 10 e depois de 50
CURSO E PROGNÓSTICO:

Geralmente com os sintomas prodrômicos (curso).


Pode ser agudo ou gradual.
Geralmente aparece na adolescência podendo haver um
evento precipitador identificável (mudança de escola, morte
de um parente).
O curso clássico: remissões relativas e exacerbações.
O prognóstico parece ser mais benigno em
nações menos desenvolvidas (reintegração
familiar e social).
CRITÉRIOS DE BOM PROGNÓSTICO:

Início tardio
Fatores desencadeantes óbvios
Início agudo
Boa história social, sexual e profissional pré-mórbida
Sintomas afetivos (especialmente depressão)
Casado
Bons sistemas de apoio
Sintomas positivos
CRITÉRIOS DE MAU PROGNÓSTICO:

Início precoce
Ausência de fatores desencadeantes
Início insidioso
Fraca história social, sexual e profissional pré-mórbida
Comportamento retraído e autista
Solteiro, divorciado ou viúvo
História familiar de esquizofrenia
Fracos sistemas de apoio
Sintomas negativos
Muitas recaídas
História de agressividade
Ausência de remissão em três anos

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