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Índice
I - Admissão Hospitalar.................................................................................................................7
1. Admissão do doente.............................................................................................................8
II - Processo de Enfermagem......................................................................................................10
1. Fases do Processo de Enfermagem.....................................................................................11
2. Necessidades Humanas Básicas.........................................................................................15
3. Plano de Cuidados..............................................................................................................16
4. Registos de Enfermagem....................................................................................................16
4.1. Nota de Admissão.......................................................................................................18
4.2. Nota de Transferência..................................................................................................18
4.3. Nota de Alta................................................................................................................19
4.4. Nota Diária ou de Evolução.........................................................................................20
III - Sinais Vitais...........................................................................................................................21
1. Pulso...................................................................................................................................22
2. Temperatura.......................................................................................................................23
3. Respiração..........................................................................................................................25
4. Tensão Arterial...................................................................................................................26
5. Dor......................................................................................................................................27
IV - Controlo de Infecção............................................................................................................29
1. Controlo de Infecção..........................................................................................................30
2. Resíduos Hospitalares........................................................................................................33
V - Mobilidade............................................................................................................................37
1. Mecânica Corporal.............................................................................................................38
2. Mobilizações.......................................................................................................................38
4. Levante...............................................................................................................................41
5. Ligaduras............................................................................................................................42
6. Ajudas Técnicas para Mobilidade.......................................................................................44
7. Massagem..........................................................................................................................44
VI - Eliminação............................................................................................................................45
1. Eliminação Vesical.............................................................................................................46
2. Eliminação Intestinal..........................................................................................................47
3. Necessidades Alteradas na Eliminação...............................................................................49
4. Técnicas de Eliminação......................................................................................................50
I - Admissão Hospitalar
É normal que o utente reaja à situação com base nos se sentimentos: medo ou
apreensão, solidão e insegurança. Para que esta situação seja ultrapassada, o enfermeiro
deve ter uma atitude de:
Cortesia;
Simpatia;
Controle emocional;
Disponibilidade.
É necessário personalizar e humanizar a relação.
1. Admissão do doente
Conjunto de actividades que se processam quando o doente dá entrada no hospital.
O acolhimento do doente é da responsabilidade do enfermeiro.
Objectivos:
Preservar a individualidade do doente.
Facilitar uma boa adaptação do doente/família ao meio hospitalar.
Observar e registar dados em relação ao seu estado.
II - Processo de Enfermagem
Objectivos:
Conhecer o estado de saúde passado e presente do utente/família/comunidade;
Conhecer o padrão de vida do utente/família/comunidade;
Descobrir as expectativas e as necessidades mais imediatas da(s) pessoa(s).
Conhecer os padrões de defesa do utente;
Conhecer a resposta do cliente à situação actual;
Anamnese:
É uma entrevista realizada pelo enfermeiro ao seu paciente, que tem a intenção de ser
um ponto inicial de todo o processo de enfermagem:
-História do doente:
Informações relacionadas com o doente no decurso da doença.
-Identificação:
Nome;
Apelido;
Data de nascimento;
Queixas actuais.
-Funções orgânicas mais importantes:
Apetite/Hidratação;
Evacuação/micção;
Sudorese.
-Antecedentes clínicos.
-História social relevante na prestação de cuidados.
-Anamnese familiar no que diz respeito a patologias:
Hereditariedade na família (pai, mãe e avós);
Colaterais (irmãos e primos).
A anamese vai ser essencial para o início do histórico de enfermagem.
b) Observação:
Método de recolha de dados utilizado durante a fase de elaboração do histórico;
Envolve o uso dos sentidos para aquisição da informação sobre o paciente;
Histórico de Enfermagem:
Consiste na organização dos dados recolhidos, na identificação de inconsistências e
omissões, no estabelecimento dos padrões do paciente e na comparação dos dados
recolhidos com as normas e teorias. Esta informação deve ser organizada por
necessidades humanas básicas e deve conter:
Dados pessoais (sexo, idade, estado civil, profissão, localidade de habitação, tipo
de habitação);
Contexto sócio-familiar;
Motivo da vinda ao hospital/consulta;
Manifestações à entrada;
Antecedentes pessoais;
Antecedentes familiares;
Apreciação das necessidades humanas básicas (padrão de vida e alterações
apresentadas).
c) Exame Físico:
Determinar em profundidade a resposta do cliente ao processo de doença,
principalmente no que é exclusivo das actuações de enfermagem;
Estabelecer uma base de dados para que se possam fazer comparações e avaliar
a eficácia das actuações de enfermagem e médicas;
Confirmar dados subjectivos que foram recolhidos em momentos de interacção
enfermeiro/cliente;
Avaliar os resultados fisiológicos dos cuidados;
Técnicas: Observação, Palpação, percussão, auscultação.
O exame completo do indivíduo - no sentido craneo-caudal tendo em conta os
sistemas do corpo humano:
-Cabeça
-Pescoço
3. Plano de Cuidados
O plano de cuidados é uma manifestação escrita do segundo e terceiro passo do
processo de enfermagem, que identifica os problemas/necessidades do doente, os
objectivos/resultados esperados e as intervenções para tratar os problemas/necessidades:
Diagnóstico de Enfermagem;
Objectivos;
Intervenções;
Avaliação.
Em anexo II encontra-se um exemplo de um Plano de Cuidados.
4. Registos de Enfermagem
Finalidades dos Registos:
Proporcionar um meio de comunicação entre os membros da equipa;
Contribuir com a informação para o diagnóstico de enfermagem e médico;
Facilitar o planeamento coordenado e a continuidade dos cuidados;
Contribuir para a avaliação dos cuidados prestados;
Servir como documento legal;
Rever a utilização eficaz de práticas e facultar dados úteis para a investigação;
Servir como fonte de aprendizagem.
Características do Registos:
1. Devem ser claros, precisos e concisos;
2. Legíveis e a tinta;
3. Ter sequência cronológica e registada a hora;
4. Ser verdadeiros;
5. Significativos e pertinentes;
6. Sem abreviaturas (apenas as convencionadas), rasuras ou sinais;
Regras de Elaboração:
Seguiras normas do serviço/instituição;
Escrever com letra legível;
Iniciar sempre com data e turno;
Anotar cada procedimento, o mais próximo possível da hora a que é efectuado;
Escrever exactamente como, quando e onde se produziram os factos;
Assinar de forma legível, na última linha;
Registar por ordem cronológica, mas lógica;
Não apagar - não usar corrector;
Trancar linhas em branco - comum traço horizontal;
Só se fazem registos dos doentes que temos a nosso cargo;
Os registos são breves, descritivos, explícitos e completos - senão estiver
escrito é porque não foi feito;
Não se registam opiniões nossas (juízos de valor);
Anotar estado das vias invasivas e modalidades terapêuticas;
Anotar visitas médicas e registar ensinos feitos.
Em todos os registos de enfermagem deve-se usar uma linguagem descritiva.
Actuação de Enfermagem:
Informar o doente e familiares;
Ajudar o doente a reunir os seus pertences;
Explicar os cuidados a ter em casa e assegurar-se que o doente e/ou família os
compreenderam (medicamentos a tomar, consultas a realizar).
Devem ser redigidas com uma ordem lógica e com um sentido crânio-caudal.
Anexo III – Guião de Escrita das Notas de Evolução.
Em anexo IV encontra-se um exemplo de cada nota de enfermagem.
Orientações na avaliação:
Conhecer as oscilações normais de cada um dos sinais;
Conhecer os valores de referência do indivíduo;
Conhecer que tipo de medicação o indivíduo toma;
Atender sempre à comunicação não verbal.
Uma vez avaliados os sinais revelam a inter-relação dos sistemas fisiológicos.
1. Pulso
Palpação mais comum:
Radial – adultos e crianças;
Apical – lactentes.
Como se avalia:
Faz-se uma palpação (ligeira) exercida na artéria contra uma estrutura rígida
(óssea), que permite contar o numero de batimentos cardíacos;
No pulso carotídeo colocam-se 2 dedos sobre a maça de Adão ou posição
equivalente na mulher e desliza-se os dedos para o sulco que se encontra entre a
maça de Adão e o músculo do pescoço. Pressiona-se levemente com os dedos
até sentir o pulso.
CARACTERÍSTICAS
2. Temperatura
Capacidade do organismo para equilibrar a produção e a perda de calor:
Central: temperatura constante (termómetros timpânicos)
Cutânea: varia consoante o ambiente.
Para ajudar a manter a temperatura existem sistemas que funcionam como
isolantes:
Tempo/min Outros
Estadios da Febre:
Inicial – Conservar o calor, sente-se frio/arrepios;
Febril – Ponto de viragem (arrefecimento) ou permanece elevada;
Arrefecimento – Retorno ao normal, calor/diaforese.
Actuação:
Inicial - avaliar logo que há suspeita. Atender à necessidade de ingestoa de
líquidos e ao desconforto geral;
Febre – arrefecimento corporal, administração de terapêutica antipirética.
Despiste de náusea e vómitos e registo de pulso e respiração;
Arrefecimento - controlar nova elevação de temperatura.
3. Respiração
Factores que alteram a respiração:
Exercício físico
Stress
Condições ambientais
Mudanças de altitude
4. Tensão Arterial
Força exercida pelo sangue contra a área da artéria – medida em mmHg.
TA máxima - sistólica – pressão máxima exercida nas artérias durante a compressão do
VE.
TA mínima – distólica – pressão exercida na parede das artérias com os ventrículos em
repouso.
5. Dor
Escalas de Avaliação:
Visual Analógica:
Numérica:
Qualitativa:
IV - Controlo de Infecção
b) Reservatório de Infecção:
Ambiente, ser ou objecto no qual o microrganismo pode sobreviver e em alguns
casos multiplicar-se;
Os seres inanimados, seres humanos e outros animais podem funcionar como
reservatórios oferecendo condições essenciais para a sobrevivência de um
microrganismo durante estágios específicos do seu ciclo de vida;
O reservatório humano pode ser um portador sintomático (com infecção clínica
aguda) ou portador são (no período de incubação, convalescença ou crónico);
Reservatório animado – são as pessoas:
-técnicos de saúde;
-doentes;
-visitas;
Reservatório inanimado:
-equipamentos;
-alimentos;
-locais onde a temperatura e adequada a sobrevivencia e manutencao dos
microorganismos.
c) Porta de Saída:
Caminho pelo qual o agente patogénico deixa o reservatório. Geralmente corresponde
ao local onde se desenvolve (Exemplos: trato respiratório, genito-urinário,
gastrointestinal, pele e mucosas, placenta, sangue, entre outros).
e) Porta de entrada:
É um dos elos da cadeia de transmissão de uma infecção. É o caminho por meio do qual
um agente infeccioso invade o hospedeiro susceptível.
Todos os dispositivos invasivos como:
Sondas de alimentação;
Cateter intravenoso;
Algálias;
Entre outros.
f) Hospedeiro susceptível:
O corpo humano está munido de mecanismos de defesa para resistir à invasão e
multiplicação dos microrganismos patogénicos. No hospedeiro debilitado os
microrganismos têm mais hipóteses de invadir e produzir doença.
2. Resíduos Hospitalares
Classificação dos Resíduos Hospitalares de acordo com os grupos:
1. Resíduos não Perigosos:
Grupo I:
Resíduos equiparados a urbanos, não precisam de exigências especiais no seu
tratamento.
Exemplos:
Resíduos provenientes de serviços gerais (gabinetes, salas de reunião, entre
outros) ;
Resíduos provenientes de zonas de apoio;
Embalagens e invólucros comuns;
Resíduos provenientes de hotelaria resultantes da confecção e restos de
alimentos servidos a doentes que não pertencem ao Grupo III.
Grupo II:
Resíduos hospitalares não perigosos não estão sujeitos a tratamentos específicos,
podendo ser equiparados a urbanos.
Exemplos:
Material ortopédico: talas, gessos e ligaduras gessadas não contaminados e sem
vestígios de sangue;
Fraldas e resguardos descartáveis não contaminados e sem vestígios de sangue;
Material de protecção individual utilizado nos serviços gerais de apoio, com
excepção do utilizado na recolha de resíduos;
Embalagens vazias de medicamentos ou de produtos de uso clínico ou comum,
com excepção dos incluídos nos Grupos III e IV;
Frascos de soros não contaminados, com excepção dos do Grupo IV.
Grupo III:
Resíduos hospitalares de risco biológico -resíduos contaminados ou suspeitos de
contaminação, susceptíveis de incineração ou de outro pré tratamento eficaz, permitindo
posterior eliminação como resíduo urbano.
Grupo IV:
Resíduos hospitalares específicos resíduos de vários tipos de incineração obrigatória.
Exemplos:
Peças anatómicas identificadas, fetos e placentas, até publicação de legislação
específica;
Cadáveres de animais de experiência laboratorial;
Materiais cortantes e perfurantes: agulhas, cateteres e todo o material invasivo;
Produtos químicos e fármacos rejeitados, quando não sujeitos a legislação
específica.
V - Mobilidade
2. Mobilizações
Ao mobilizar um indivíduo temos de atender aos tipos de mobilizações que podemos
realizar:
Activas;
Passivas;
Assistidas.
Mantendo sempre os princípios da estabilidade e um movimento corporal eficaz.
3. Posicionamentos
O mecanismo defensivo de posição desconfortável tende a desaparecer num indivíduo
com:
Alteração da sensibilidade;
Alteração da consciência;
Imobilidade imposta por Doença.
Objectivo:
Colocar o indivíduo numa posição segura com alinhamento corporal correcto de forma a
prevenir os inconvenientes da imobilidade.
Princípios Básicos:
Manter ou promover a saúde dos tecidos sujeitos a maior pressão;
Atender à segurança do indivíduo;
Atender ao posicionamento das articulações e à pressão excessiva da roupa;
Atender à higiene;
Atender a uma correcta expansão pulmonar;
Atender às queixas do indivíduo.
4. Levante
Objectivos:
Prevenir complicações da imobilidade;
Treinar o equilíbrio;
Preparar para a marcha;
Incentivar o auto cuidado.
Ter em conta:
Situação clínica do indivíduo;
Indicação médica;
Preferência do indivíduo.
Orientações Gerais:
Ter presente as implicações da imobilidade prolongada;
Primeiro levante é planeado com o indivíduo assim como a sua duração;
Colocar o indivíduo em posição de Fowller antes de colocar as pernas pendentes
Realizar ligaduras de contenção dos MI(s) ou calçar meias antitrombóticas;
Avaliar a TA e o pulso com o indivíduo sentado à beira da cama e
posteriormente no cadeirão;
Adiar o levante se houver sinais de hipotensão ortostática.
5. Ligaduras
Objectivos:
Exercer pressão;
Fixar pensos;
Facilitar o retorno venoso;
Prevenir o tromboembolismo.
Tipos:
Gaze;
Malha elástica;
Rede elástica;
Malha de algodão tubular;
Extensíveis colantes.
Modos de aplicar:
Circular;
Espiral;
Espiral invertida ou espinha;
Oito ou cruzada;
Recorrente.
7. Massagem
Objectivo:
Proporcionar conforto;
Prevenir zonas de pressão;
Estimular a circulação;
Material:
Creme hidratante e Luvas de protecção. Posição das mãos:
VI - Eliminação
Tipos de eliminação:
Vesical;
Intestinal;
Respiratória;
Menstrual - a descamação cíclica do endométrio (menstruação) promove a
eliminação dos resíduos do aparelho reprodutor feminino;
Cutânea.
1. Eliminação Vesical
A manutenção de um padrão normal de eliminação é coadjuvada pela ingestão adequada
de líquidos, pelo exercício e por hábitos de eliminação correctos.
O relaxamento é crucial para a micção, pelo que a privacidade é um elemento
indispensável para o obter.
Nota: Pressionar uma pessoa para que urine, pode inibir o reflexo de micção.
Posicionamentos usuais para urinar:
Mulher – sentada
Homem – de pé
2. Eliminação Intestinal
Tal como na eliminação vesical, a manutenção de um padrão normal de eliminação, e
coadjuvada pela ingestão adequada de líquidos e alimentos ricos em fibras, pelo
exercício e por hábitos de eliminação adequados.
O padrão de eliminação intestinal varia de indivíduo para indivíduo, podendo ser de 3 a
4 vezes/dia até 1 a 2 vezes/semana.
A defecação normal é controlada pelo indivíduo, sem dor ou desconforto.
A quantidade das fezes é descrita como reduzida, moderada ou abundante ou
grande, média ou pequena quantidade. As fezes líquidas podem ser medidas em ml (se
necessário).
Necessidade Nutricional:
A ingestão de alimentos está directamente relacionada com a eliminação intestinal: a
ausência de fibras na dieta resulta em menor volume de resíduos, aumentando a
probabilidade de obstipação.
O horário irregular das refeições também aumenta esta probabilidade.
A distensão e inflamação intestinal interferem com a digestão dos alimentos.
Indivíduos com diarreia poderão ter indicação para dieta líquida ou zero, no intuito de
reduzir o número de dejecções.
Necessidade de Oxigenação:
A falta de oxigénio para os rins e intestinos, dependendo do grau, pode conduzir à
isquémia dos tecidos (hipóxia), com implicações no seu funcionamento.
Indivíduos com dispneia, qualquer que seja a sua causa, podem retardar ou reduzir ao
mínimo a eliminação, devido à fadiga aos mínimos esforços. Esta quebra dos padrões de
eliminação normal pode levar a aumentos na frequência de retenção urinária, infecção e
obstipação.
Necessidade de Termoregulação:
A eliminação é afectada no doente febril.
Durante os estados febris, aumenta o risco de obstipação, devido à:
Anorexia
Diminuição generalizada do tónus muscular
Redução do volume dos líquidos corporais
Necessidade de Exercício:
A actividade física promove o aumento do tónus muscular e estimula o peristaltismo do
aparelho digestivo.
Necessidade Psico-social:
Os estados emocionais afectam os padrões de eliminação:
Privacidade: na sua ausência, o indivíduo pode sentir embaraço e inibir-se
(atenção especial como do ente acamado).
Stress: aumenta ou diminui a frequência da eliminação.
Depressão: lentifica o peristaltismo.
O controlo das funções intestinal e vesical é uma capacidade altamente
valorizada socialmente, pelo que a sua perda leva a uma diminuição da auto-
estima com consequente restrição das interacções sociais.
Necessidade da Dor:
A dor interfere com a preservação de uma eliminação a intervalos regulares.
É difícil ao indivíduo com dor ingerir uma dieta equilibrada, realizar exercícios
necessários à manutenção de um bom tónus muscular e relaxar os esfíncteres na
defecação ou micção.
4. Técnicas de Eliminação
Técnicas que Favorecem a Eliminação Vesical:
Som de água a correr;
Mergulhar as mãos em água;
Entornar água morna sobre o períneo;
Sentar em água morna.
Providenciar:
Privacidade;
Urinol;
Providenciar:
Privacidade;
Arrastadeira;
Luvas;
Papel higiénico;
Papel para cobrir.
Quantidade de água = 1 litro a 1,5 litro, administrada a baixa pressão (50 cm acima do
nível da cama).
Enema de Limpeza:
Decúbito lateral esquerdo (MIE em extensão e MID flectido):
Sonda lubrificada;
Expurgar o sistema;
Introduzir 15 a 20 cm da sonda no recto;
Controlar a quantidade de líquido que entra;
Colocar a arrastadeira.
Enema de Retenção:
Decúbito lateral direito (MIE flectido e MID em extensão). Neste enema o líquido
difere consoante o objectivo terapêutico.
Sonda lubrificada;
Expurgar o sistema;
Introduzir 15 a 20 cm da sonda no recto;
Controlar a quantidade de líquido que entra (reter a água 30 mn.) ;
Colocar a arrastadeira.
Material:
Pasta de dentes;
Escova ou espátula montada;
Copo com água;
Elixir dentífrico;
Cuvete riniforme;
Toalha turca.
Procedimento:
Leve o material para junto do doente;
Coloque a toalha dobrada em V sobre o peito do doente;
Peça ao doente para bochechar com a água do copo;
Ofereça a cuvete ao doente para ele expelir a água;
Coloque a pasta dentífrica na escova e ofereça-a ao doente;
Dê novamente água ao doente e deixe-o bochechar tantas vezes quantas as
necessárias segurando na cuvete para ele expelir a água;
Deixe o doente confortável;
Arrume o material.
Nota: a espátula é utilizada embebida num elixir dentífrico sempre que o doente não
possua escova de dentes. Nos doentes inconscientes ou que não colaborem, a técnica é
realizada com escova ou espátula montada e sob aspiração.
Objectivos:
Limpar a pele;
Proporcionar conforto;
Proporcionar um estímulo circulatório, muscular e articular;
Observar o doente;
Proporcionar um espaço privilegiado para a relação enfermeiro/doente;
Incentivar o auto cuidado.
Nota: se o doente possuir artigos de higiene e roupa pessoal, estes devem ser solicitados
previamente e utilizados.
Preparação:
A privacidade do doente deve ser mantida, pelo que, na enfermaria, se deve
isolar a unidade do doente com as cortinas próprias da unidade ou com um
biombo;
Fechar as janelas e portas, evitando correntes de ar;
Levar o material para junto do doente, certificando-se que a água está a uma
temperatura ideal para o mesmo, mudando sempre que necessário;
Explicar o que se vai fazer pedindo, sempre que possível, a colaboração do
doente;
Lavar as mãos;
Calçar as luvas.
2. Proceda aos cuidados de higiene oral, colocando uma toalha turca dobrada em V
sobre o peito do doente;
3. Lavagem dos olhos – lave os olhos começando pelo olho mais afastado, do canto
externo para o canto interno;
7. Lavagem dos membros superiores – faça campo de trabalho do lado oposto ao seu,
coloque a toalha dobrada em harmónio sob o braço do doente ao nível da axila.
Estique a toalha. Comece a lavagem pela mão em direcção à axila, fazendo
movimentos circulares, dando especial atenção à região axilar. Enxugue
cuidadosamente;
9. Lavagem dos membros inferiores – faça campo de trabalho do lado oposto ao seu.
Coloque a toalha dobrada em harmónio sob a coxa da perna mais afastada, estique a
toalha e peça ao doente para flectir a perna. Inicie a lavagem partindo do tornozelo
em direcção à coxa, fazendo movimentos circulares. Enxugue bem a pele. Repita
estes passos para lavar a perna que se encontra mais perto de si;
11. Lavagem dos genitais – coloque a toalha dobrada em harmónio sobre a região das
pernas e puxe-a ao mesmo tempo que dobra o campo de trabalho de baixo para
cima. Lave os genitais utilizando o toalhete, utilize a toalha para secar;
12. Lavagem das costas e nádegas – ajude o doente a voltar-se de lado. Faça campo de
trabalho e ponha a toalha ao longo do corpo do doente. Lave bem as costas e
nádegas do doente e enxugue bem a pele. Faça uma massagem nas costas do
doente, utilizando óleo de amêndoas doces ou creme hidratante;
15. Coloque uma toalha sob a cabeça do doente e penteie-o, retire a toalha com cuidado;
17. Registe no processo do doente, a hora e tipo de banho, as observações que efectuou
e a reacção do doente.
Observações:
-Se o doente se puder sentar na cama, deve ser incentivado a fazer por ele próprio a sua
higiene oral, bem como a higiene da face, pescoço, pavilhões auriculares, etc.
-Por vezes os pés do doente apresentam calosidades, peles grossas e unhas bastante
rijas. Neste caso, antes de iniciar o banho, deve-se olear os pés do doente com bastante
óleo ou creme gordo, e na altura da lavagem dos pés deve deixar-se algum tempo
imersos na bacia, o que facilita a remoção das peles e calosidades e os cuidados às
unhas.
Se o doente pode ir à casa de banho para tomar duche, ele próprio fará a lavagem da
cabeça ou apenas necessitará de uma pequena ajuda. No caso de um doente que se pode
levantar mas não pode tomar duche, pode-se lavar a cabeça no lavatório, fazendo-o
sentar-se de costas para o mesmo.
Nos doentes acamados esta lavagem é realizada na cama. É um método menos cómodo
mas permite lavar a cabeça a um doente que não se pode levantar.
Objectivos:
Proporcionar conforto;
Limpar o cabelo;
Activar a circulação sanguínea do couro cabeludo através da massagem;
Eliminar parasitas com ajuda de um champô medicamentoso, se necessário.
Material:
Carro de higiene;
1 Jarro;
1 Bacia;
2 Toalhas turcas;
Champô;
Pente/escova;
1 Par de luvas;
Secador.
Norma:
Desentale a roupa da cama e retire a colcha e cobertores, fazendo campo de
trabalho;
Retire a almofada;
Enrole o lençol de baixo, sujo contra sujo, até à região das omoplatas;
Dobre o colchão até à zona das omoplatas;
Coloque a bacia no estrado da cama;
Proceda à lavagem da cabeça, massajando suavemente o couro cabeludo, dando
especial atenção à região retro auricular.
Nota:
Antes de proceder à lavagem da cabeça, como está descrito na norma, certifique-se que
o doente pode ser colocado na posição indiciada na mesma. Senão terá de fazer as
adaptações necessárias, respeitando sempre os posicionamentos que o doente possa
adoptar.
O momento de fazer a cama deve ser aproveitado para massajar e mobilizar o doente,
activando a circulação, prevenindo assim o aparecimento de escaras e complicações
respiratórias. Embora o enfermeiro deva mobilizar o doente, todos os seus gestos devem
ser calmos e seguros, transmitindo segurança ao mesmo.
O momento de fazer a cama ocupada deve ser aproveitado para conversar com o doente,
avaliar o seu grau de consciência e motivá-lo para que colabore, tornando-se cada vez
mais independente.
Objectivos:
Proporcionar conforto e segurança ao doente;
Assegurar uma boa higiene.
Material:
1 Colcha;
1 Cobertor;
2 Lençóis;
1 Resguardo de pano ou 1 lençol dobrado ao meio;
1 Resguardo de celulose;
1 Fronha;
1 Almofada;
Carro de roupa suja.
Preparação:
Feche as portas e/ou janelas, evitando correntes de ar;
Explique ao doente o que vai fazer e peça a sua colaboração se possível;
Se possível, coloque a cama em plano horizontal;
Lave as mãos;
Reunir o material necessário e levá-lo para junto do doente;
Colocar uma cadeira junto da cama, para colocar a roupa;
Dobre o lençol de cima como mostra a figura 1 e coloque-o na cadeira.
Observações:
A mudança da roupa da cama, deve fazer-se sempre que necessário, de forma a manter
um ambiente limpo e higiénico e proporcionar o máximo de conforto ao doente que tem
de permanecer acamado.
Ao fazer a cama, o enfermeiro deve ter presente a sua postura corporal atendendo aos
princípios da mecânica corporal, utilizando da melhor forma a sua força muscular, para
que possa aplicar a técnica de uma forma eficaz e eficiente.
Introdução
A técnica de fazer este tipo de cama varia um pouco de instituição para instituição,
havendo no entanto determinados princípios que são comuns.
Objectivos:
Evitar movimentos desnecessários e bruscos ao doente operado;
Facilitar a transferência do doente da maca ou mesa operatória para a cama;
Facilitar a mudança rápida da roupa, assim que estiver suja.
Material:
2 Lençóis;
1 Resguardo de borracha;
2 Resguardos de pano (se não houver resguardos utiliza-se lençóis dobrados ao
meio);
2 Cobertores;
1 Colcha.
Preparação:
Reúna o material necessário;
Lave as mãos.
Norma:
1. Faça a base da cama, utilizando um lençol, o resguardo de borracha e um resguardo
de pano, fazendo os cantos em envelope e esticando bem os resguardos;
2. AVC’s
As doenças cérebro vasculares são os processos patológicos ao nível do cérebro
causados pela alteração da permeabilidade vascular, como por exemplo, a ruptura de um
vaso. Esta alteração aguda da irrigação cerebral com sintomatologia neurológica. Como
as células cerebrais não têm reservas de energia, qualquer alteração no aporte sanguíneo
é sentido, podendo resultar em isquémia e lesões daí decorrentes. O aporte sanguíneo é
realizado pelas artérias Carótidas (2) e artérias Vertebrais.
2.1.2. Hemorrágico:
Hemorrágico: ocorre quando existe uma ruptura do vaso que pode ser no interior ou no
espaço subracnóide.
Hipertensão craniana =
coma
Artéria cerebelosa infero- -Síndrome de Wallenberg:
posterior -Vertigens de rotação;
-Vómitos;
-Rouquidão;
-Nistagmo;
-Paralesia facial;
Avaliação do doente:
História de doenças anteriores;
Antecedentes familiares;
Alterações na mobilidade/sensibilidade (atenção ao nível de mobilidade
anterior);
Alterações posturais;
Alterações na comunicação;
Alterações visuais;
Alterações auditivas;
Alterações na eliminação.
Intervenções de Enfermagem:
Sinais vitais (TA h/h até o doente estar estabilizado);
Estado de consciência;
Alterações na função respiratória / Vigiar;
Progressão de Hemiparésia, alteração da consciência.
Padrão anti-espástico:
Prostração do ombro com rotação externa;
Extensão do antebraço com supinação;
Extensão digital com abdução;
Prostração da pelve com rotação interna da perna;
Flexão da articulação coxo-femural, joelho e tibio-társica;
Alongamento do tronco do lado afectado.
Hemiplegia/ hemiparesia;
Alteração do tónus muscular;
Alterações posturais.
Acções de Enfermagem:
Detectar alterações sensitivas;
Estimular a sensibilidade;
Provocar a integração do hemicorpo afectado;
Contacto físico;
Virar na cama “rolamento”, estimulando também o aparecimento de respostas
motoras;
Posicionamento sobre o lado afectado;
Exercício para o quadrícipe e glúteos;
Uso de talas insufláveis;
Ponte;
Automobilização;
Acções de Enfermagem:
Determinar o nível de compreensão e expressão do doente:
Avaliar o nível de compreensão: obedecer a ordens simples; capacidade de
responder sim/não; capacidade de repetir palavras simples/complexas;
capacidade de repetir frases; capacidade de mencionar o nome dos objectos que
lhe são mostrados.
Avaliar níveis de expressão do doente: capacidade de dizer ou demonstrar a
função dos objectos que lhe são mostrados; capacidade de executar pedidos
escritos; capacidade de escrever pedidos; capacidade de identificar letras,
sílabas, palavras e textos; ser capaz de compreender o texto; fazer a
correspondência entre palavras escritas e as imagens.
Promover uma comunicação eficaz.
É necessário:
Diminuir ou eliminar possíveis distracções;
Usar perguntas simples e curtas;
Falar devagar;
Dar tempo ao doente para responder, (Não manifestar impaciência);
Usar tom de voz normal (não gritar);
Olhar de frente para o doente;
Não interromper para ajudar a responder;
Acções de Enfermagem:
Determinar o nível nutricional do doente;
As primeiras ingestões de líquido devem ser realizadas através de uma palhinha;
Na primeira refeição deve-se ter preparado o material de aspiração;
Alimentação dada pela família só com supervisão do enfermeiro;
Avaliar a capacidade que o doente tem para se alimentar sozinho;
Proporcionar um ambiente calmo às refeições;
Ensinar o doente a flectir o pescoço para poder mastigar e depois engolir;
Fazer a higiene oral;
Colocar os alimentos no campo visual do doente;
Satisfazer as preferências alimentares;
Apresentar os alimentos de forma atractiva;
Refeições fraccionadas;
Uso de talheres adequados;
Promover a autonomia.
Paralisia facial:
-Decúbito lateral sobre o lado não afectado
Hidratação:
-2 a 3 litros de líquidos dia salvo indicação em contrário.
Acções de Enfermagem:
Cuidados inerentes a doentes algaliados (fazer a higiene nos locais de inserção
da algália e dos genitais);
Vigiar o débito urinário sistematicamente para que se possua um termo de
comparação;
Observar as características da urina, (coloração, concentração, odor);
Vigiar perdas extra-algália;
Promover a continência, oferecendo a algália ou a arrastadeira ao doente em
intervalos regulares, ensinar o doente que quando tem urina reter para treinar a
musculatura, incutir confiança, não mostrar desagrado se o doente não
conseguir;
Avaliar as reacções do doente e da família de uma possível incontinência.
Eliminação intestinal:
-Obstipação devido à diminuição do tónus muscular.
-Observar padrão de eliminação e pesquisa de fecalomas.
Acções de Enfermagem:
Ver estado da pele;
Procura de lesões anteriores;
Detectar zonas de maior pressão;
Massajar sempre com creme hidratante após qualquer posicionamento;
Estado de nutrição e hidratação;
Tratamento a úlceras de pressão;
Realizar mobilizações activas e passivas;
Acções de Enfermagem:
Mostrar disponibilidade;
Alertar familiares e cuidadores;
Permitir que expresse os seus sentimentos;
Esclarecer as dúvidas do doente, e explicar a possibilidade de recuperação,
demonstrando empatia e respeito pelo doente;
Combinar sinais para os doentes afásicos, pois estes podem ficar triste por não se
conseguirem fazer entender.
Acções de Enfermagem:
Supervisionar a alimentação e observar se só ingerem metade da alimentação,
havendo a necessidade de rodar o prato para que visualizem a outra metade.
3. Crises Convulsivas
Epilepsia:
É ma alteração na actividade eléctrica do cérebro temporária e irreversível
Manifestações motoras, sensitivas, sensoriais e psíquicas.
Tendência a sofrer crises convulsivas recorrentes ou recidivantes.
Crise Convulsiva:
É a resposta a uma descarga eléctrica anormal no cérebro.
Descreve várias experiências e manifestações do comportamento.
Qualquer coisa que irrite o cérebro pode produzir uma crise convulsiva.
3.2. Sintomatologia
As crises convulsivas são precedidas frequentemente por auras – sensações
incomuns de odores, sabores ou visões ou uma sensação intensa de que uma crise
convulsiva está preste a ser desencadeada. Esta sintomatologia:
Tremores num músculo específico;
Alucinações de flashes de luz;
Dormência ou formigueiro numa parte específica do corpo;
Alucinações de imagens e comportamento repetitivo complicado;
Movimentos de mastigação, estalar dos lábios;
Alucinação intensa de um odor (agradável ou desagradável).
Depende da parte do cérebro que foi afectada pela descarga eléctrica anormal. A
descarga pode envolver uma parte mínima (odor ou sabor estranho), ou pode
envolver grandes áreas, levando a uma convulsão (espasmos musculares
generalizados). Sintomatologia na crise convulsiva:
Episódios breves de alteração da consciência;
Perda da consciência;
Perda do controle muscular;
Perda do controle vesical;
Confusão mental;
Rotação acentuada da cabeça para um lado;
Dentes firmemente cerrados.
3.3. Classificação
As crises dividem-se em três períodos:
1. Crítico - período em que a crise ocorre
2. Intercrítico - período ente duas crises
3. Pós-crítico - período imediato após a crise (enquanto o doente recupera)
TIPO CONSCIÊNCIA SINAIS / PÓS-CRÍTICO
SINTOMAS
Parciais Simples Não afecta Mioclonia focal Não
(focais) de uma
extremidade
Interrupção do
discurso
Sensações visuais
especiais e
sensação de medo
ou morte
Parciais Complexas Afecta - Pode iniciar-se Sim
como crise parcial
simples e evoluir
para complexa
- Comportamentos
automáticos
(estalar os lábios,
mastigar)
3.6. Tratamento
• Tratar ou corrigir cada situação.
Causa conhecida • As crises convulsivas podem não
(tumor, infecção, valores analíticos necessitar de tratamento, desde que esteja
anormais) controlado o problema médico.
• Administrar fármacos anticonvulsivantes,
Causa desconhecida ou não é possível com o objectivo de prevenir o
controlar nem tratar completamente a aparecimento de novas crises.
perturbação • Não é necessária a administração nos
casos de um só episódio, mas sim em
casos recorrentes.
EFEITOS SECUNDÁRIOS
Leucopénia
Anemia
Sedação
Gengivas Inflamadas
Ardores
Aumento de peso
Alopécia
4. Paralisia Facial
Central – quando a lesão no nervo ocorre antes da sua entrada no canal auditivo interno
(geralmente após AVC).
Manifesta-se por:
Paralisia dos músculos da face/assimetria facial;
lagoftalmo = olho permanentemente aberto;
Desaparecimento de rugas de expressão;
Perda parcial do sentido do paladar;
Hiperacusia ou distorção do som;
Sinal de Bell.
Exercícios:
Levantar as sobrancelhas;
Franzir as sobrancelhas;
Expressão de mau cheiro, franzir o nariz;
Fechar os olhos com força;
Aproximar e comprimir os lábios;
Sorrir mostrando os dentes;
Sorrir com os lábios juntos;
Soprando (enchendo a bochecha de ar);
Protrusão do lábio inferior.
5. Parkinson
Manifestações:
Tremor – Sinal mais comum, piora com o repouso, interfere com a actividade
diária.
Muscular – Associada a dor muscular, responsável pelas alterações posturais.
Bradicinésia – Lentidão na realização das actividades (mímica facial, inicio
marcha, comunicação escrita e oral, movimentos doas membros)
Fases da Doença:
1. Inicial = tremor intermitente;
Tratamento:
Farmacológico – Utilizam fármacos isoladamente ou em associação que
corrigem o desequilíbrio entre a dopamina e a acetilcolina.
Tratamento Cirúrgico
Exercício = de forma a manter a flexibilidade e tonificação musculares (andar,
jogging, natação).
Dieta = peso a mais significa mais esforço para os músculos.
Fisioterapia = auxilia no trabalho de diversos grupos musculares, mantendo-os
menos rígidos.
Grupos de Apoio = o objectivo é que o indivíduo partilhe os seus sentimentos,
medos e frustrações.
Visitas Médicas = devem ser vistas como uma regularidade a manter.
6. Esclerose Múltipla
Manifestações clínicas:
A sintomatologia surge consoante a localização da desmielinização dos neurónios.
Sinais e sintomas:
Neurite óptica,
Alterações da sensibilidade táctil,
Retenção urgência urinária,
Dor, dificuldade em pensar,
Perda de força nos membros superiores e inferiores,
Desequilíbrio e descoordenação.
Tratamento:
Corticóides = combatem a inflamação;
Interferões = reduzem a ocorrência de surtos.
2. Alimentação - disfagia.
Intervenções:
Permanecer com o tronco direito durante a refeição;
Tempo suficiente;
Refeições pequenas e frequentes.
6. Comunicação - disartria.
Intervenções:
Terapia da fala.
Fisiopatologia
A alteração mais marcante da ELA é a atrofia, degeneração e perda dos neurónios da
parte anterior da medula. No córtex cerebral também ocorre perda das células
piramidais, que são grandes neurónios responsáveis pelo início dos movimentos.
Sintomatologia
Fadiga
Dificuldade nos movimentos finos
Disfagia/disartria
Tratamento
Sintomático, tendo em conta a evolução da doença e os défices que se vão instalando.
Não é possível realizar prevenção primária.
Intervenções de Enfermagem
Dirigem-se às incapacidades instaladas:
Mobilização;
Alimentação;
Respiração;
Comunicação.
8. Miastenia Gravis
Doença crónica que causa fraqueza e fadiga anormalmente rápida dos músculos
voluntários. Doença da junção neuromuscular.
Fisiopatologia
O sistema imunitário liberta anticorpos par defenderem o organismo de
microorganismos patogénicos, por ex. as bactérias.
Nesta doença, considerada do foro autoimune, estes anticorpos atacam e danificam as
células musculares.
O TIMO tem um papel no desenvolvimento da doença. É uma glândula localizada na
parte ântero-superior do tórax, por detrás do esterno e adiante do coração.
Tratamento
Não existindo cura, a abordagem baseia-se em:
Medicamentos anticolinesterásicos (Mestinon);
Corticoides;
Timectomia.
Complicações:
- Crise Miasténica – exacerbação da fraqueza que pode ameaçar a vida. É devida a
stresse, infecções, excesso de actividade física…
- Crise Colinérgica – devida a doses excessivas de drogas anticolinesterásicas.
Intervenções de Enfermagem
Consoante o grau de dependência e dirigidas às necessidades humanas afectadas;
Ensino ao próprio e à família sobre a medicação e os seus efeitos, assim como as
complicações;
Grupos de apoio.
9. Síndrome de Guillain-Barré
Doença degenerativa do Sistema Nervoso Periférico, também chamada de
Polineuropatia Desmielinizante Aguda. Etiologicamente é de origem desconhecida, no
entanto é, geralmente, antecedida por uma infecção viral.
Sintomatologia
Parestesias
Diminuição da força muscular nos MI(s), com progressão ascendente
Abolição dos reflexos tendinosos
Dor muscular profunda a nível da coxa e ombro
Tratamento
- Corticoides: como anti inflamatórios, na fase inicial da doença, são benéficos.
- Plasmaferese: substituição do plasma do indivíduo por novo plasma, através de uma
técnica de separação dos elementos do sangue.
- Gamaglobulinas: imunoglobulinas do tipo Gama (IgG), limitam a progressão da
doença.
IX - Afecções Respiratórias
Fisiopatologia:
Reacção antigénio-anticorpo: desencadeia libertação de mediadores químicos
(histamina) que produzem 3 reacções essenciais nas vias aéreas:
2. Bronquite Crónica
Bronquite é a inflamação dos brônquios.
Existem dois tipos:
Bronquite aguda, que geralmente é causada por vírus ou bactérias
— Tosse;
— Expectoração (que expulsa, por meio da tosse, secreções provenientes da
traqueia, brônquios e pulmões);
— Dispneia;
— O tratamento pode ser realizado com antibióticos, broncodilatadores, entre
outros.
Bronquite crónica, não necessariamente causada por uma infecção, e
geralmente faz parte de uma síndrome chamada DPOC (doença pulmonar
obstrutiva crónica). É caracterizada por tosse e expectoração (que expulsa, por
meio da tosse, secreções provenientes da traquéia, brônquios e pulmões) e
sintomas relacionados à obstrução das vias aéreas pela inflamação e pelo
expectorado, como dificuldade de respiração e chiados. O tratamento pode ser
realizado com antibióticos, broncodilatadores, entre outros.
Acções de Enfermagem:
Avaliar sinais vitais;
3. Enfisemas
Alterações destrutivas nas paredes alveolares com dilatação dos espaços aéreos distais
ao bronquíolo terminal. Provoca um aumento da resistência das vias aéreas.
Fisiopatologia:
-Enfisema centrilobular (distensão e lesão dos bronquíolos respiratórios);
-Enfisema panlobular (destruição dos alvéolos).
Alterações Fisiológicas:
Aumento da compliance pulmonar (perda de elasticidade);
Aumento da resistência das vias aéreas (na expiração, quando o ar fica retido nos
espaços distais);
Alteração da troca de O2 e CO2 (obstrução das paredes dos bronquíolos.
Sintomatologia:
Dispneia de esforço;
Produção de expectoração escassa;
Retenção de ar (aumenta o diâmetro torácico).
Diagnóstico:
-Provas de função pulmonar (redução do volume de ar e aumento do volume residual);
-Gasimetria arterial (PaO2 normal – desce com actividade e PaCO2 normal).
Acções de Enfermagem:
(as mesmas que se aplicam no caso de Bronquite)
Esse espaço poderá ser ocupado em situações patológicas (doenças) com a formação de
colecções de:
Gases ou ar (Pneumotórax);
Líquido (derrame pleural, empiema pleural, hemotórax, Hemopneumotórax).
5. Apneia do sono
Suspensão da respiração durante o sono. Estes episódios de apneia (do grego ápnoia,
falta de respiração) podem durar alguns segundos, após os quais é retomada a respiração
normal, e ocorrem várias vezes durante o sono.
Na infância:
-Hipertrofia de tecido linfóide das vias aéreas superiores (adenóides e amígdalas);
-Mal formações.
Cuidados de Enfermagem:
Optimizar oxigenação;
Avaliar SV e Oximetria;
Administrar terapêutica prescrita (AB e aerossol).
7. Bronquiectasias
Dilatação anormal e irreversível dos brônquios, pode ser difusa ou afectar uma ou duas
áreas;
Obstrução do fluxo do ar e comprometimento da eliminação de secreções.
Etiologia:
Mecanismo da doença – agressão por uma infecção e deficiente expulsão das secreções)
Congénita;
Adquirida.
Sintomatologia:
Tosse;
Tratamento:
Antibioterapia;
Drenagem Postural.
Diagnóstico:
Exame Clínico;
Radiografia do tórax;
TAC torácico.
Cuidados de Enfermagem:
Incentivar a ingestão de líquidos;
Uso de mascara;
Alternância de decúbito;
Administrar O2 e antibioterapia;
Cinesiterapia respiratória.
8. Atelectasias
Expansão incompleta do pulmão com diminuição da área comprometida devido ao
colapso dos alvéolos.
Fisiopatologia:
Acumulação de secreções;
Inalação de corpo estranho;
Tumores Pulmonares;
Pós cirurgia ou Imobilidade Prolongada.
Sintomatologia:
Dispneia;
Dor torácica;
Tosse.
Tratamento:
Fisioterapia /Drenagem Postural;
Antibióticos e mucolíticos;
Broncoscopia.
Prevenção:
Ensino Pré operatório;
Cinesiterapia profiláctica;
Evitar imobilidade prolongada (alternância de decúbitos, privilegiando o pulmão
afectado);
Ingestão de líquidos.
9. Cancro do Pulmão
Expansão e transformação maligna do tecido pulmonar.
É o tipo mais letal de cancro no mundo todo, responsável por 1,2 milhões de
mortes anualmente.
É causado principalmente pelos hábitos tabágicos.
Afecta predominantemente homens.
Mas o número tem vindo a aumentar nas mulheres.
10. Pneumonia
Infecção do parênquima pulmonar (das principais causas de morte).
Agentes causadores:
Inalação de agente infeccioso (Pneumococcus é responsável em 90%);
Transporte de microrganismos pela corrente sanguínea;
Aspiração, inalação de fumos ou produtos químicos.
Diagnóstico:
Rx tórax;
Auscultação pulmonar;
Colheita de secreções;
Análise ao sangue –(leucograma e hemocultura).
Tratamento:
Antibioterapia (preferencialmente endovenosa);
Cinesiterapia Respiratória;
Nebulizações;
Em caso de hipoxemia grave – EOT.
Cuidados de Enfermagem:
Avaliar SV e Oximetria;
Administrar terapêutica prescrita (AB e aerossol) ;
Controlo hídrico;
Posicionar o doente em Fowller;
Posicionar com o lado afectado para cima;
Ponderar o uso de mascara na prestação de cuidados;
Registo de balanço hídrico;
Dieta adequada;
Ensino sobre medidas de prevenção e contaminação da doença.
11. Tuberculose
-A tuberculose dissemina-se através de aerossóis no ar (tosse, espirro).
-A transmissão ocorre somente a partir de pessoas com tuberculose infecciosa activa.
Diagnóstico:
Rx tórax (cavitações, calcificações, cicatrizes, atelectasias e derrames);
Auscultação pulmonar;
Colheita de secreções (Pesquisa de BK – 3 colheitas positivas);
Analise ao sangue –(leucograma e hemocultura).
Tratamento:
Antibioterapia (preferencialmente endovenosa) e antituberculostáticos;
Cinesiterapia Respiratória;
Nebulizações;
Em caso de hipoxemia grave – EOT.
Cuidados de Enfermagem:
Avaliar SV e Oximetria;
Administrar terapêutica prescrita (AB e aerossol);
Controlo hídrico;
Posicionar o doente em Fowller;
Espontâneo (primário – sem doença previa ou secundário quando existe doença previa
como um DPOC).
Mecanismos responsáveis:
-Aumento pressão hidrostática na microcirculação;
-Diminuição espaço pleural.
Diagnóstico:
O objectivo e diferenciar o tipo de derrame – transudado, exsudado, malignidade ou
não):
Radiografia do tórax;
Análise do líquido pleural (bioquímica, bacteriológico e citológico);
Toracocentese.
Tratamento:
Drenagem do derrame;
Terapêutica de Posição (posicionar par o lado são, evitar estar sobre o local
afectado, para não formar aderências).
Caso seja necessário realizar colheita de líquido pleural para diagnóstico, além do
material supra citado, serão necessários:
Tubos para as amostras de líquido pleural ou dos fragmentos de biopsia.
Acção de Enfermagem:
Preparar e colocar junto do utente todo o material e equipamento;
Lavar as mãos;
Tipos de drenagem:
Passiva - O conteúdo drena livremente para o exterior, por diferencial de pressão/ acção
da gravidade e movimentos respiratórios.
Etiologia:
Essencialmente cardíaca (falência do VE) com manifestações pulmonares: HTA,
Taquipneia e indisposição súbita
Acções de Enfermagem:
Sentar doente com MI pendente (facilita estase venosa e retorno venoso);
Administrar O2 a alto débito;
Monitorizar ritmo cardíaco e TA;
Administrar medicação de urgência (diuréticos e vasodilatadores).
12.3. Hemoptise
Consiste na expectoração de sangue proveniente da árvore traqueobrônquica.
Minor – produção de pequenas quantidades;
Maciço – superior a 200ml/24h.
Factores de Risco:
Hábitos tabágicos;
Sexo, Idade e Raça;
Hiperactividade brônquica;
Exposição ambiental/profissional;
Infecção Respiratória.
Sintomatologia:
Tosse produtiva;
Dispneia;
Expiração prolongada;
Cianose;
ICC.
Exames complementares:
Espirometria;
Gasimetria arterial;
Hemograma;
Exame bacteriológico expectoração;
Rx tórax/ TAC pulmonar.
Intervenções de Enfermagem:
Avaliar sinais vitais;
Assumir posições de alívio da dispneia;
Administrar aerossóis e inaladores;
Realizar nebulizações;
Administrar oxigénio;
Incentivar Cinesiterapia respiratória;
Adequada ingestão de líquidos;
Ensino sobre tosse eficaz.
Fisiopatologia:
O êmbolo obstrói a corrente sanguínea (Hipoxia tecido local), como resposta dá-se uma
Vasoconstrição dos vasos pulmonares associados criando alteração da ventilação-
perfusão, que leva a hipoxémia arterial.
Manifestações Clínicas:
Dor repentina;
Dispneia;
Tosse;
Hemoptise;
Choque (situação mais grave).
Tratamento:
Tem por base a anticoagulação com heparina.
Intervenções de Enfermagem
(objectivo: optimizar ventilação e oxigenação)
Observar sinais de hemorragia (venopunções, epistaxis, hematúria, ptéquias,
sangue oculto nas fezes);
Administrar HBPM (vigiar efeitos secundários da terapêutica anticoagulante);
Incentivar ao repouso absoluto (com tronco elevado);
Vigiar SV;
Administração de O2;
Vigiar dor torácica:
1. Acções de enfermagem durante a administração de Heparina:
-despiste de hemorragias;
-evitar medicação por via IM;
-mais tempo de compressão nos locais de punção;
-colher sangue para controlo de valores de referência;
2. Ensino ao doente a fazer anticoagulantes orais:
-tomado diariamente e a mesma hora;
-portador de identificação terapêutica;
-diminuir ingestão de legumes de folha verde;
-não ingerir álcool;
-evitar o uso de aspirina;
-usar escovas de dentes macias e evitar o uso de lamina de barbear.
X - Afecções Cardíacas
Factores de Risco:
A idade e a predisposição genética ou hábitos familiares podem levar a doenças
cardíacas. Mas para além disto, outros factores como:
Hipercolesterolémia;
Hipertensão arterial;
Diabetes;
Obesidade;
Sedentarismo;
Stress;
Padrão comportamental tipo A (associado a hiperactividade);
Tabagismo.
Sintomatologia:
Dispneia:
-Surge quando há falência do VE;
Edema:
-Acumulação anormal de líquido no tecido intersticial;
-Nestas doenças normalmente situados nos tornozelos, pés e região sagrada;
Pré-Cordialgia:
-Dor no peito devido a isquémia do miocárido;
-IE – localização, duração intensidade, factores precipitantes, sintomas
associados e factores de alívio;
Palpitações:
-Batimentos cardíacos rápidos, falta de batimentos e irregulariedade;
-Causa sensação de desconforto, pressão e agitação;
-Realizar ECG;
-IE – avaliar e registar frequência e características do pulso.
Antes da Prova:
Descansar na véspera;
Refeição leve 2h antes;
Não fumar, beber bebidas alcoólicas ou café;
Tomar medicação habitual;
Descansar após exame.
Cuidados de Enfermagem:
Preparação psicológica;
Assinar termo de responsabilidade;
Anamnese de alergias;
Jejum 6/8h antes;
Registar peso e altura no processo;
Tricotomia da região a puncionar;
Puncionar veia periférica.
Objectivo:
Definir as principais consequências do funcionamento cardíaco e do metabolismo
celular, sendo assim possível:
Sintomatologia:
Dor tipo moinha (não alivia com vasodilatadores);
Diaforese;
Náuseas;
Ansiedade;
Sensação de morte eminente.
Diagnóstico:
Laboratorial:
-Enzimas;
Alterações ECG:
Nota: O electrocardiograma inicial não é diagnóstico em 40% dos casos. Podem ocorrer
sem as alterações agudas ou mesmo sem nenhuma alteração. Tais casos podem não ser
diagnosticados na fase aguda.
Localização:
Região ântero-septal do ventrículo esquerdo – derivações V1 a V3;
Ápice do ventrículo esquerdo – derivações de V4 a V6;
Parede lateral do ventrículo esquerdo – derivações V5, V6 e a VL;
Parede inferior do ventrículo esquerdo – derivações II, III e a VF.
Intervenções de Enfermagem:
Avaliar características da dor (fase aguda);
Avaliar sinais vitais;
Monitorizar doente;
Acessos venosos periféricos;
Proporcionar ambiente calmo;
Posicionar doente em semi fowller.
Sintomatologia:
Palpitações;
Desmaio;
Edemas;
Dor Anginosa;
Dispneia;
Frequência cardiaca < 50bpm ou >140bpm.
Manifestações Clínicas:
Insuficiência Ventricular Direita;
Edema (sinal de Godet);
Congestão dos órgãos;
Distensão das veias do pescoço (aumento da pressão venosa sistémica quando o
doente está sentado);
Insuficiência Ventricular Esquerda;
EAP;
Derrame pleural,
Tratamento:
Redução das necessidades de O2 do organismo através de Oxigenoterapia;
Repouso;
Intervenções de Enfermagem:
Posição de sentado ou semi-fowller;
Administrar O2 a altas concentrações;
Avaliar SV com frequência (10-10 min);
Monitorizar doente (avaliar frequência cardíaca);
Monitorizar débito urinário (algaliar se necessário) e incentivar a diminuição de
ingestão de líquidos;
Puncionar 1 a 2 veias periféricas;
4. Endocardite
Processo inflamatório do endocárdio na qual qualquer camada do músculo pode ser
afectada (especialmente as válvulas). É um processo agudo (lesão susceptivel do
endotélio vascular) que pode ser provocado por distúrbios bacterianos, virais e fúngicos,
ou reacções inflamatórias.
Classificação:
Aguda: desenvolve-se nas válvulas normais, progressão rápida, provoca destruição
grave e pode ser fatal caso não seja tratado.
Sintomatologia:
Febre;
Esplenomegalia;
Hematúria;
Ptéquias;
Cansaço fácil.
Intervenções de Enfermagem:
Avaliar SV;
5. Miocardite
Inflamação das paredes do miocárdio.
Sintomatologia:
Fadiga;
Dispneia;
Palpitações;
Precordialgia;
Intervenções de Enfermagem:
Administrar terapêutica;
Repouso;
Avaliar S;
Administrar O2.
6. Pericardite
Síndrome provocado por uma inflamação dos folhetos visceral e parietal do coração.
Sintomatologia:
Dor torácica;
Febre;
Sinais de ICC;
Tamponamento cardíaco (excesso de liquido que afecta o enchimento
diastólico).
Intervenções de Enfermagem:
Tratamento:
Pericardiocentese;
Técnica utilizada para o tratamento do tamponamento cardíaco;
Técnica asséptica;
Doente monitorizado, semi sentado.
Tipos de Pacemaker:
Definitivo Endocárdico – o mais utilizado;
Funcionamento:
Regulado através de 3 critérios:
Frequência cardíaca;
Módulo de estimulação (fixo ou “On Demant”);
Sensibilidade.
Intervenções de Enfermagem:
Período pré implementação:
Tricotomia;
Acesso venoso;
Sedação;
Preparação de medicação de Urgência;
Monitorização continua.
8. Disritmias Peri-Paragem
8.1. Bradicardia
Algoritmo:
Assegurar ABC, administrar oxigénio, obter acesso EV;
Monitorizar ECG, pressão arterial e saturação de SpO2;
Registar ECG de 12 derivações (ou pelo menos tira de ritmo);
Identificar e corrigir causas reversíveis (K+, Mg2+, Ca2+);
Pesquisa de sinais e critérios de gravidade;
Identificar se há risco de assistolia (assistola recente, situações mais graves em
Bloqueio de 3º grau e de 2º grau Mobitz II, pausas ventriculares superiores a
3seg.).
Sinais de instabilidade:
Deterioração da consciência;
Frequência cardíaca <40 bpm;
Pressão arterial sistólica <90 mmHg
Insuficiência cardíaca;
Arritmias ventriculares;
Baixo débito cardíaco:
— Palidez;
— Sudorese;
Tratamento:
Sem sinais de gravidade:
1. Atropina 1F (0,5 mg) EV (repetir até ao máximo de 3 mg/6F);
Situações de Bradicárdia:
-Mobitz I: Vai ocorrer um afastamento progressivo cada vez maior entre a onda
P e o complexo QRS, até o estímulo auricular não ser conduzido.
BAV 3º grau – neste caso verifica-se uma falência incompleta da condução do impulso
eléctrico com origem no nódulo SA para os ventrículos. Em resultado, as ondas P, não
mantém qualquer relação com o complexo QRS. Nestes casos as ondas P têm uma
frequência mais elevada que os complexos, uma vez que estes últimos têm origem num
ponto de pacemaker auxiliar que despolariza os ventrículos. A frequência e morfologia
dos QRS estão dependentes da localização do pacemaker auxiliar.
Disritmia juncional – vai ocorrer uma junção entre a aurícula e o ventrículo, em que os
impulsos criados são originados pelo nódulo AV. (há inexistência ou onda P invertida)
8.2. Taquicardia
Algoritmo:
Verificar se há pulso (se não tem SAV) ;
Assegurar ABC, administrar oxigénio, obter acesso EV;
Monitorizar ECG, pressão arterial e saturação de SpO2;
Registar ECG de 12 derivações (ou pelo menos tira de ritmo) ;
Identificar e corrigir causas reversíveis (K+, Mg2+, Ca2+);
Pesquisa de sinais e critérios de gravidade.
Sinais de instabilidade:
Deterioração da consciência;
Dor torácica;
Frequência cardíaca > 120 bpm;
Pressão arterial sistólica <90 mmHg;
Insuficiência cardíaca.
Tratamento:
Sem sinais de gravidade:
1. Amiodarona (1F – 150mg/3cc, hipotensor) 300mg/100 de dextrose em 30
minutos, seguindo de mais 600mg nas 24h seguintes.
Situações de Taquicárdia:
Fibrilhação Auricular (com RVR) – ritmo irregular e que não s visualizam ondas P,
uma vez que na aurícula vários pontos disparam espontânea e rapidamente (focos
ectópicos), tornando-se impossível a propagação e organização da despolarização.
Ritmo desorganizado mas com complexo QRS normal.
Taquicardia Supraventricular – ritmo com origem nas aurículas mas fora do nódulo
SA, em que a frequência cardíaca apresentada
varia entre 120-250 bpm. É um ritmo regular e
rápido, com complexos QRS estreitos.
Actividade Eléctrica Sem Pulso – após a confirmação de que não há pulso, deve-se
efectuar a Desfibrilhação.
-Uma forma mais rápida, é contar o número de quadrados largos (5 mm) entre dois
complexos QRS consecutivos, e dividir 300 por esse número, o que dá a frequência dos
QRS por minuto.
XI - Afecções Gastrointestinais
O refluxo permite que o conteúdo gástrico e duodenal refluam para o esófago inferior.
Fisiopatologia:
Pressão reduzida do EEI;
Peristaltismo esofágico reduzido;
Esvaziamento gástrico retardado;
Defesa da mucosa do esófago diminuída;
Ruptura anatómica do esfíncter;
Relaxamento transitório do EEI, sem anomalia anatómica.
Factores:
Predisponentes:
Gravidez;
Obesidade;
Obstipação;
Alimentação;
Medicamentos;
Vómitos repetidos;
Sonda nasogástrica;
Hérnia de hiato;
Úlcera péptica.
Associados:
Medicamentos: progesterona, anti-inflamatórios não esteróides, prostaglandina,
bloqueadores do canal de cálcio;
Envolvimento pulmonar: Bronquite crónica, asma, pneumonia recorrente por
aspiração;
Outros: tosse crónica, sinusites, otites, laringite crónica.
Tratamento:
Tem como objectivo:
Aliviar os sintomas;
Cicatrizar as lesões;
Prevenção.
Intervenções de Enfermagem:
Avaliação inicial:
-Dados subjectivos:
Pirose (gravidade e duração);
Regurgitação (presença e gravidade);
Dieta e padrão alimentar;
Relação dos sintomas com os alimentos, padrão alimentar e actividade;
Disfagia ou odinofagia;
Erutação ou flatulências;
Tosse nocturna (presença e gravidade);
Utilização de medicamentos de venda livre (antiácidos e antagonistas dos
receptores do H2);
Diagnóstico de Enfermagem:
Diagnóstico - factores etiológicos;
Dor - Refluxo ácido no esófago;
Défice de conhecimentos – alterações da dieta ou do estilo de vida necessários
ao controlo do refluxo.
Promoção do bem-estar:
Ensino ao doente o esquema terapêutico;
Informar os possíveis efeitos secundários e sugerir estratégias.
Prevenção/Promoção:
Prevenção 1ª: manutenção do peso ideal e evitar uma alimentação exagerada;
Prevenção 2ª: inquirir directamente o doente, sobre os seus sintomas (ex. Azia).
Exames:
Endoscopia;
Biopsia.
3. Gastroentrite
É uma inflamação da mucosa de revestimento do estômago e intestino provocada por:
vírus, protozoários, bactérias ou parasitas.
Sintomatologia:
Náuseas e Vómitos;
Diarreia;
Cãibras abdominais;
Ruídos hidroaéreos hiperactivos;
Febre;
Cefaleias.
Exames:
Análises laboratoriais: hemograma, ionograma;
Cultura de fezes.
Cuidados de Enfermagem:
Cateterizar acesso IV periférico para reposição hidroelectrolítica;
Administrar antieméticos e analgésicos conforme a necessidade;
Administrar antibióticos dependendo da história do doente e da sintomatologia.
4. Doença de Cronh
Doença crónica intestinal inflamatória, ocorre ao nível do íleon e do colón, podendo
afectar outras partes do tracto gastrointestinal. O processo inflamatório provoca
alterações ao nível da parede e glândulas intestinais, de tal forma que o intestino vai
gradualmente perdendo a sua função digestiva. Causando desta forma: má absorção de
nutrientes; produção deficiente de secreções intestinais; causa cicatrizes e um
espessamento nos segmentos afectados; lúmen intestinal mais estreito; inibição do
transporte do bolo alimentar.
Sintomas:
Diarreia;
Dor abdominal (principalmente, à volta do umbigo;
Náuseas;
Vómitos;
Febre moderada;
Sensação de distenção abdominal;
Perda de apetite;
Tratamento:
Medicamentos;
Complementos nutricionais;
Cirurgia;
Intervenções de Enfermagem:
O enfermeiro deve aconselhar o doente a:
Fazer uma dieta Hipercalórica (depois de passar a fase aguda da doença, a
alimentação do doente é progressivamente retomada. De principio o arroz é o
principal alimento constituinte da dieta, podendo ser combinado com outros
alimentos, caso seja bem tolerado adiciona-se à dieta carne magra e ovos,
seguida de gorduras, através dos triglicéridos da cadeia média e mais tarde
alimentos como manteiga e óleos não cozinhados);
Ingerir líquidos ao longo do dia;
Manter a área rectal limpa;
No caso de ter diarreia informar o médico;
Verificar o peso todos os dias;
Regularizar o seu horário de dormir;
5. Apendicite
É uma obstrução da entrada para o apêndice diminui o fornecimento de sangue e conduz
a invasão bacteriana.
Se não for tratada a inflamação evolui para gangrena do peritoneu.
Sinais e sintomas:
Dor abdominal difusa e peri umbilical, passando depois a intensa e localizada no
quadrante inferior direito;
Dor clássica: interior da crista ilíaca no ponto de McBurney;
Náuseas, vómitos, taquicardia mal-estar, anorexia, febre, arrepios.
Tratamento:
Apendicectomia por laparoscopia.
Cuidados de Enfermagem:
Posição de conforto: decúbito dorsal com ancas e joelhos flectidos;
Dieta zero;
Acesso endo-venoso e administração de antibióticos.
Sinais e Sintomas:
Palidez;
Vertigens;
Fraqueza Letargia;
Dor abdominal;
Náuseas;
Vómitos;
Hematoquésia ou Melenas.
Sinais de hipovolémia:
Taquicardia;
Hipotensão ortostática;
Síncope;
Confusão mental;
Icterícia;
Ascite.
Exames:
ECG;
Análises (hemograma, ionograma, tipagem, ureia, creatinina, glucose…);
Rx tórax.
Tratamento:
Suporte Básico de Vida: (ABC)manutenção das vias aéreas, respiração, circulação;
7. Oclusão intestinal
Ocorre em pessoa de ambos os sexos em qualquer idade por diversas causas.
Etiologia:
Aderências resultantes de cirurgia abdominal anterior;
Hérnia inguinal encarcerada;
Corpo estranho;
Volvo;
Fecaloma;
Cálculos biliares;
Hematoma.
Tipologia:
1. Mecânica: distúrbio extrínseco aos intestinos, bloqueio no interior do lúmen
intestinal;
Características:
O conteúdo intestinal acumula-se acima da área de obstrução;
Distensão abdominal;
Edema intestinal.
Exames:
Análises laboratoriais: hemograma, ionograma, ureia, glucose, creatinina;
1.1. Hepatite A
Infecção provocada pelo vírus da hepatite A, que entra no organismo através do
aparelho digestivo e multiplica-se no fígado, causando neste órgão a inflamação
denominada de hepatite A. Encontra-se nas fezes da pessoa infectada.
Sintomas:
Náuseas;
Febre;
Falta de apetite;
Fadiga;
Diarreia;
Icterícia.
Prevenção:
Contactos com pessoas infectadas – redobrar cuidados no período infeccioso e
pesquisa de anticorpos;
Injecções de Imunoglobulina ou realizar a vacina.
Tratamento:
Sem medicação para o tratamento;
Repouso, durante a fase aguda (até análises hepáticas normal;
Evitar grandes esforços;
Alimentação equilibrada –rica proteínas e com baixo teor de gorduras;
Diarreia e vómitos –ingestão hídrica reforçada;
Evitar o álcool;
Refeição mais completa durante a manhã –náuseas e falta de apetite no final do
dia;
1.2. Hepatite B
É a forma mais perigosa da hepatite e uma das doenças mais frequentes do
mundo;
Portadores podem desenvolver doenças hepáticas graves –cirrose e neoplasia do
fígado;
Transmite‐se através do contacto com sangue e fluidos corporais de um
indivíduo infectado, tal como o VIH – mas mais infeccioso.
Sintomas:
Febre;
Mal-estar;
Desconforto;
Dor abdominal;
Artralgias;
Erupções na pele;
Tardiamente – icterícia, urina escura, fezes claras;
Hepatite crónica – pode não apresentar sintomas específicos, mas existe
manifestação de debilidade associada a cansaço.
Prevenção:
Evitar contacto com sangue infectado ou de quem se desconheça o seu estado de
saúde;
Não partilhar objectos cortante e perfurantes, nem materiais usados para a
preparação de drogas injectáveis;
Uso do preservativo nas relações sexuais.
Tratamento:
Repouso, evitar consumo de álcool, alimentos e medicamentos que possam ser
hepatotóxicos;
Hepatite crónica – tratamento com interferão – interrompe a multiplicação do
vírus e destrói as células infectadas;
1.3. Hepatite C
Inflamação do fígado provocada por um vírus, que quando crónica pode evoluir para
cirrose, insuficiência hepática e neoplasia.
Sintomas:
Parte dos infectados apresenta queixas inespecíficas: letargia, mal-estar, febre,
falta de concentração, perda de apetite, náuseas, intolerância ao álcool, dores
abdominais;
Sinal específico: icterícia;
Muitas vezes sintomas semelhantes ao da síndrome gripal;
Portador crónico – assintomático, sente‐se saudável apesar de estar a
desenvolver uma cirrose ou neoplasia.
Transmissão:
Via sanguínea – pequena quantidade de sangue contaminado na corrente sanguínea
através de um corte, ferida ou seringas;
Via sexual pouco frequente e não se propaga através de convívio social ou de partilha
de loiça ou outros objectos.
Prevenção:
Evitar sangue contaminado – evitar partilha de escovas de dentes, lâminas,
tesouras ou objectos de uso pessoal, seringas;
Desinfectar feridas e cobrir com pensos e ligaduras;
Uso de preservativos nas relações sexuais, quando existem múltiplos parceiros.
Ensino doente/família:
Precauções com fluidos corporais;
Limitar a actividade durante a convalescença;
Práticas sexuais seguras;
Cuidados ao doente no domicílio;
Necessidade de vacinação entre familiares/amigos;
Cuidados a ter até os valores laboratoriais normalizarem;
Todas as intervenções de enfermagem levam o doente a retomar a sua actividade
normal assim como prevenir a disseminação da doença ou a reinfecção.
2. Meningite
A meningite é uma infecção das meninges. Pode ocorrer devido à infecção por um
agente patogénico, mas é sobretudo causada pela doença invasiva provocada pelas
bactérias ou vírus. No seu estado mais avançado pode causar septicemia.
A sua causa pode não ser infecciosa mas sim devido a uma irritação das meninges
(fractura do crânio).
Exames e diagnóstico:
TAC Urgente;
Exclusão de abcesso cerebral ou de outra lesão ocupante de espaço (LOE);
Cuidados de Enfermagem:
Avaliação da sintomatologia;
Registo de alterações clínicas;
Ensino ao doente sobre a infecção, diagnóstico, técnica da punção lombar e
transmissibilidade;
Referir ao doente que é uma doença de Declaração Obrigatória;
Saber dos contactos com outras pessoas;
Saber da partilha de utensílios;
Avaliação do estado de consciência permanentemente.
3. Tuberculose Pulmonar
A tuberculose pulmonar é uma infecção causada por um microrganismo chamado de
Mycobaterium tuberculosis, também conhecido porbacilo de Koch(BK).
Sinais e sintomas comuns:
Tosse ( mais de 15 dias);
Febre (mais comum ao entardecer);
Sudorese nocturna;
Falta de apetite;
Emagrecimento;
Cansaço fácil;
Exames:
Exame realizado com a expectoração do doente, baciloscopia, suspeito de ser
vítima de TP;
A expectoração deve ser colhida de manha (maior quantidade) após a higiene
oral;
Enviada para o exame de pesquisa directa de bacilo ácido-álcool resistente
(BAAR);
Teste de Tuberculina - substancia extraída da prova de mantoux bactéria,
injectando-a de forma Intra-dérmica;
Se ocorreu exposição à bactéria, o doente deve apresentar resposta imunológica
na pele. Dependendo dos factores de risco do indivíduo, a mais de 10 unidades
de Mantoux é considerado um resultado positivo, indicando infecção por M.
Tuberculosis.
Tratamento:
Antibióticos (o tratamento deve ser continuo mesmo após a inexistência de
sintomatologia, porque leva-se muito tempo até consegui eliminar as bactérias de
crescimento lento).
4. VIH/SIDA
A infecção pelo VIH, pode ser transmitida das seguintes formas:
1. Contacto sexual com presença de fluidos (vaginal ou sémen) - principal meio difusor
da doença;
Manifestações clínicas:
Evolução da Sintomatologia (VIH – SIDA);
Arrepios e febre;
Sudorese nocturna;
Tosse seca e produtiva;
Dispneia;
Confusão;
Rigidez cervical;
Tonturas;
Cefaleias;
Mal-estar geral;
-Teste de Elisa:
Detecta anticorpos anti-VIH em quase todos os indivíduos, quando infectados;
Quando positivo deve ser confirmado com outro teste -devido aos falsos
positivos;
-Teste de Western-Blot:
Sensível e muito fiável;
Serve de teste de confirmação e realizado em todos os indivíduos com teste de
Elisa positivo;
Se WB positivo indica que há infecção pelo VIH;
Se WB negativo -de momento o indivíduo não está infectado.
Intervenções de Enfermagem:
-O enfermeiro deve:
Avaliar o conhecimento e o conforto da e com a doença;
Investigar com SUBTILEZA os antecedentes pessoais e familiares e hábitos de
vida;
Procurar pessoas próximas do doente;
Prevenir as infecções oportunistas – NÃO ISOLE O DOENTE, SÓ A
INFECÇÃO;
-Precauções a tomar:
Uso de barreiras de protecção – luvas de látex, mas cara(com protecção ocular),
aventais e bata.
2. Dor ureteral: é provocada pela obstrução aguda. A dor tem origem no espasmo da
musculatura uretral devido à presença do cálculo. É uma dor que irradia para o
quadrante ínfero-anterior do abdómen, referida a nível do testículo ou da vulva.
3. Dor renal: é geralmente percebida como uma dor fraca e persistente no angulo
costovertebral, que irradia para o quadrante ântero-inferior do abdómen. Este tipo de dor
esta geralmente associada a infecção/inflamação.
4. Dor vesical: dor originada no corpo da bexiga geralmente percebida na região supra-
púbica e descrita muitas vezes como uma sensação de peso.
5. Dor prostática: não é uma dor comum. Ocorre quando há inflamação da próstata,
podendo ser apresentado um desconforto na região perineal.
Proteinúria: eliminação urinária de proteínas superior a 150 mg por dia. Pode indicar
mal funcionamento do rim.
Glicosúria: presença de glicose na urina. Comum na Diabetes Mellitus, uma vez que
nestes doentes também se dá filtração de glicose a nível dos rins. A presença de
glicosúria sem diabetes, pode indicar doença dos túbulos renais.
Urina verde: Normalmente originada pela ingestão de corantes artificiais, pode também
ocorrer com medicamentos como o propofol e indometacina.
Urina vermelha ou rosa: Urina vermelha em geral é sinal de hemorragia, mas pode ser
também por medicamentos e alimentos
3. Via Linfática
2.2. Cistite
A cistite é uma infecção urinária da bexiga. As cistites decorrem da invasão da bexiga
por bactérias de origem intestinal, que penetram no trato urinário da uretra. Dois
factores anatómicos explicam a maior propensão das mulheres a desenvolverem cistites:
Sinais e sintomas:
Disúria, poaquiúria, urgência, nictúria
Dor supra-púbica
Hematúria, urina turva e com odor intenso (mais frequente)
Normalmente sem febre nem dor dorsal
Pode também ocorrer a infecção por via hematogénica, em que a bactéria é transportada
através da circulação sanguínea alojar-se no rim.
A infecção urinária alta é de maior gravidade podendo ocorrer risco de lesão renal, risco
de evolução para septicemia e a mortalidade pode atingir os 10/20% dos doentes
internados.
Sinais e sintomas:
Os sintomas de uma infecção no rim em geral começam repentinamente com:
Dor lombar
Febre (+/- 40° C)
Náuseas, vómitos
Murphy renal positivo
Piúria
Intervenções de Enfermagem:
1. Infecção presente:
- Administrar antibioterapia via parental ou oral
- Executar colheita de urina
- Monitorizar sinais vitais
2. Eliminação urinária alterada presente:
- Administrar líquidos
Principais causas:
1. IRA Pré-renal - Diminuição da perfusão renal sem lesão celular. Função renal
tubular e glomerular intactas
Hipovolémia - hemorragia, desidratação, queimaduras, perdas gastrointestinais
(vómitos, diarreia) perdas renais (diuréticos)
Diminuição débito cardíaco - Insuficiência cardíaca congestiva
Vasodilatação periférica – anafilaxia, septicémia
Evolução:
1. Fase Inicial
- Após a exposição até ao início da fase oligúrica.
- Duração variável segundo a etiologia.
- Início progressivo dos sinais e sintomas -Débito urinário normal ou diminuído
2. Fase Oligúria
- Diminuição débito urinário (< 400 ml\24h)
- Aumento sérico progressivo de ureia, creatinina, K
- Acidose metabólica crescente - H+, bicarbonato (HCO3)
- Agravamento de sinais e sintomas: oligúria, anúria, náuseas, vómitos, sonolência,
irritabilidade, convulsões, hipertensão, dispneia, edema
3. Fase Poliúrica (diurética)
- Aumento progressivo débito urinário (100-200 ml\24h) até volumes 3 a 4 L\24h
- No início mantém retenção de ureia e de creatinina no sangue
- No final da fase poliúrica começa a redução dos níveis séricos de ureia e creatinina
- Sinais e sintomas -poliúria, hipotensão arterial, arritmia, desidratação
- Fase crítica pelos desequilíbrios hidroeletrolíticos – 25% de mortalidade nesta fase
4. Fase de recuperação
- Normalização progressiva da função renal com redução do débito urinário e
redução gradual de ureia e creatinina.
Tratamento:
Reverter a causa subjacente
Controle do aporte calórico e proteico
Corrigir distúrbios hidroelectrolíticos
Causas:
Hipertensão arterial: 27% dos casos
Obstrução do trato urinário: 7% dos casos
Glomerulonefrite 20% dos casos
Diabetes Mellitus: 33% dos casos
Distúrbios auto-imunes (p.ex., lúpus eritematoso sistémico) e alterações renais
(p.ex., rim poliquístico ) 13% dos casos
Sinais e sintomas:
Alterações neurológicas - sonolência, irritabilidade, desorientação, convulsões,
tremores musculares, agitação.
Alterações gastrointestinais - perda de apetite, náuseas, vómitos, estomatite,
halitose.
Alterações hematológicas - hemorragias, alterações na coagulação, anemia.
Alterações da pele - aumento da pigmentação da pele (cor amarelo-acastanhada),
prurido.
Tratamento:
1. Tratamento conservador (idêntico à IRA)
- Prevenção e tratamento precoce (protecção cardiovascular)
- Dieta (controle do aporte calórico, proteico e hídrico; restrição de Na e K)
- Controle (doenças de base, controle de peso, alterações metabólicas, anemia)
2. Diálise
3. Transplante Renal
Diálise:
a) Hemodiálise
A hemodiálise é um procedimento de substituição da função renal em que se faz o
sangue circular através de um aparelho externo – Monitor de diálise. Em geral é feita
três vezes por semana, com duração de quatro horas.
O processo de hemodiálise:
1. O sangue sai através de uma agulha inserida na fístula AV, é impulsionado por uma
bomba.
2. É adicionado um anticoagulante (heparina).
3. O sangue passa pelo dialisador em sentido contrário ao dialisado e é filtrado.
4. O filtrado é removido saindo do circuito.
5. O sangue sai pela extremidade do dialisador, retornando ao paciente pela linha
venosa
b) Diálise Peritoneal
Técnica pela qual se infunde uma solução dialítica dentro da cavidade peritoneal por
determinado tempo, com subsequente drenagem. Solutos e fluidos são trocados entre os
capilares sanguíneos e a solução dialítica, através da membrana biológica (peritoneu).
Este tipo de diálise é recomendada para pacientes com IRC que apresentam
instabilidade cardiovascular, o que impede o acesso vascular de hemodiálise.
Na diálise peritoneal, uma solução de diálise (glicose, lactato de sódio, cloreto de sódio
e de cálcio, bicarbonato de sódio) é infundida e permanece por um determinado tempo
Intervenções de Enfermagem:
1. Explicar o procedimento ao doente e lavar as mãos
2. Avaliar e registar sinais vitais
3. Inspecionar a solução de diálise aquecida
4. Preparar campo de trabalho estéril junto ao doente
5. Ligar as linhas de infusão ao saco da solução de diálise e pendure os sacos no suporte
para soros
6. Colocar o saco colector de drenagem abaixo do paciente para facilitar a drenagem por
gravidade
7. Abrir a linha de infusão e permitir que a solução preencha toda a linha
8. Calçar luvas esterilizadas e limpar o cateter com solução de iodo-povidona com um
movimento circular para fora, antes de cada tratamento de diálise
9. Verificar a integridade da pele no local do cateter e procurar sinais de infecção
10. Conectar o cateter peritoneal, á linha de infusão, usando técnica asséptica
11. Infundir 500ml da solução de diálise para a cavidade peritoneal para testar a
permeabilidade do cateter. Feche as linhas do paciente e abra as linhas para o saco
colector de drenagem para permitir a drenagem de líquido no saco colector.
12. De seguida abrir as linhas para o paciente para que o líquido seja infundido num
período de 10-20 minutos. Assim que o saco da solução esvazie, desligar as linhas de
modo a evitar a entrada de ar na linha de infusão.
13. Deixe a solução permanecer na cavidade peritoneal durante o tempo prescrito
14. No final do tempo, abrir a linha para a bolsa de drenagem e deixar a solução drenar
da cavidade peritoneal para o saco.
Complicações:
Dor (frequente no inicio da diálise. Deve-se à irritação peritoneal pela solução a
entrar)
Distensão abdominal (a entrada da solução na cavidade peritoneal produz
aumento da pressão intra-abdominal).
Obstrução do cateter (coágulos ou dobras no cateter)
Despiste de sinais de dificuldade respiratória
Despiste de sinais de peritonite (febre, dores abdominais, náuseas e vómitos,
rubor e hipersensibilidade no local de inserção, liquido drenado turvo e espesso).
Sintomas:
Hematúria
Dor no flanco Tríade clássica de apresentação
Massa abdominal palpável
Perda ponderal e hipertensão
Anemia
Fadiga
Tratamento:
O único tratamento é a cirurgia, uma vez que este tipo de neoplasia é consistentemente
resistente à radioterapia e a quimioterapia. O tratamento cirúrgico efectivo é a
nefrectomia que pode ser:
Sinais e sintomas:
Hematúria
Sintomas irritativos vesicais
Obstrução urinária
Sintomas de metástases ósseas ou pulmonares
Tratamento:
RTU (Ressecção Endoscópica Transuretral): remoção via uretral e com auxílio
de cistoscópio
Citesctomia: é um procedimento em que se retira cirurgicamente toda ou parte
da bexiga
Radioterapia e quimioterapia (metástases): utilizados como adjuvantes
Sinais e sintomas:
Iniciais:
Polaquiúria
Nictúria
Urgência
Tardios:
Hesitação/dificuldade em iniciar micção
Diminuição da força e calibre do jacto
Sensação de esvaziamento incompleto
Retenção urinária
Tratamento:
Farmacológico – medicações de uso oral para diminuir o tamanho da próstata ou
causar o relaxamento do esfíncter e colo da bexiga.
Cirurgia convencional (prostatectomia aberta) – remoção completa da próstata.
Usada para tratamento de próstatas muito grandes.
Resseção Transuretral da próstata (RTUP) – é a remoção via uretral da porção
da próstata que bloqueia a uretra.
Irrigação continua:
Este procedimento é realizado para ajudar a prevenir a obstrução do trato urinário,
expulsando pequenos coágulos que se formam após a cirurgia de próstata ou bexiga.
Material:
-Cateter 3 vias (inserido no intra-operatório)
* 1ª via – drenagem da urina
* 2ª via – insuflação do balão com agua destilada
* 3ª via – irrigação contínua
- Solução de irrigação
Procedimento:
- Reunir o material
- Explique o processo e providencia privacidade
- Lave as mãos
- Conectar o sistema à solução de irrigação e retirar o ar
- Colocar no suporte a uma altura superior a 50cm do paciente
- Com luvas, limpar a abertura de entrada do cateter com compressas e álcool
- Ligar o sistema ao lúmen de drenagem
- Controlar o gotejamento para 40/60 gotas por minuto
- Trocar o balão da solução sempre que o anterior acabar
- Esvaziar o saco colector sempre que o mesmo estiver cheio
- Controlar a quantidade de líquido infundido drenado
Tratamento:
Cirurgia – prostatectomia radical, que consiste na remoção da próstata e o colo
vesical é anastomosado ao topo livre da uretra.
Radioterapia / Braquiterapia – pequenos fragmentos de material emissor de
radiações que são introduzidos na próstata.
Sinais e sintomas
Hematúria
Dor (depende da localização e tamanho, cálculos pequenos geralmente
assintomáticos e cálculos impactados – cólica renal)
1) Litíase renal:
Inicialmente assintomático ou dor lombar e no flanco (profunda, pesada, fixa,
persistente)
Irradiação anterior
Hematúria local
2) Litíase uretral:
Dor lombar
Irradiação para quadrante infero-anterior do abdómen
Referida ao testículo ou à vulva
Hematúria
Se obstrução Cólica renal
3) Litíase vesical:
Dor supra-púbica
Disúria, polaquiúria
Retenção urinária = globo vesical
Hematúria terminal
7. Cólica renal
Corresponde a uma dor na região lombar e tende a irradiar para a região inguinal e para
os genitais externos. É uma dor súbita, muito intensa e aguda, intermitente. Em
determinados casos a dor é acompanhada por náuseas e vómitos. O cálculo impactado
no ureter aumenta a obstrução do fluxo urinário.
Localização:
Ângulo costovertebral
Região abdominal inferior
Vulva e testículos
Sinais e sintomas:
Náuseas
Vómitos
Sudorese
Hematúria macroscópica
Tratamento:
Analgésicos (Tramadol, Petidina, Morfina)
AINE (Diclofenac 75mg IM, Cetorolac 30mg EV)
Anti-eméticos (Metoclopramida 10mg EV)
Controlar aporte hídrico (evitar hiperhidratação)
Intervenções de enfermagem:
1. Dor aguda
- Vigiar e monitorizar dor
- Administrar analgésicos
- Gerir administração de líquidos
- Ensinar estratégias não farmacológicas para alívio da dor
2. Eliminação urinária alterada
- Monitorizar líquidos
- Vigiar eliminação urinária
- Incentivar a deambulação
3. Risco de infecção
- Vigiar sinais e sintomas de infecção
- Monitorizar temperatura corporal
- Administrar ATB’s via parental ou oral
4. Conhecimento sobre medidas de prevenção
- Incentivar a ingestão de líquidos
8. Hidronefrose
É a dilatação da pelve renal e dos cálices de um ou ambos os rins provocada pela
acumulação de urina devido a um obstáculo permanente ou temporário localizado nas
vias urinárias. As principais causas de obstrução são:
Cálculos (rim, ureter, bexiga e uretra)
Compressão externa do ureter (tumor ou gravidez)
Estenose uretral (trauma cirúrgico, infecção)
Tumores na bexiga, próstata, ureter ou rim
9. Uropatia obstrutiva
É uma condição caracterizada pela existência de um obstáculo ao fluxo de urina. De
acordo com a localização do ponto de obstrução do fluxo de urina, pode ser classificada
em dois tipos:
Tratamento:
Nefrostomia – é um procedimento em que um cateter é introduzido no rim,
através da pele para drenar a urina.
Cateterização uretral – usado em situações de obstrução uretral, em que é
inserido o cateter para drenar a urina.
Sinais e sintomas:
Incapacidade súbita de urinar
Dor supra-púbica
Globo vesical (> da concentração de urina, > do volume da bexiga, > distenção
abdominal)
Agitação
Tratamento:
Correcção da causa da obstrução urinária por:
- Cateterismo urinário
- Punção supra-púbica
-Tecidos que não dependem da insulina para o transporte da glicose mas que precisam
de níveis adequados de glicose para a função normal: cérebro; fígado; eritrócitos.
É uma causa dos problemas cardíacos, cegueira no adulto, amputações de origem não
traumática, hipertensão.
Causas:
Factores genéticos
Factores auto imunes
Factores ambientais
Factores víricos
Tipos de diabetes:
Tipo I ou insulino dependente
Tipo II ou não insulino dependente
Gestacional
Diabetes secundária
2. Tipos de Diabetes
2.1. Diabetes Mellitus Tipo I ou Insulino Dependente
-Surge com maior frequência em pessoas com idades inferiores a 30 anos;
-Os anticorpos contra as células das ilhotas pancreáticas conduzem a uma redução de 80
a 90% das células Beta antes de surgirem as manifestações.
Predisposição genética;
Exposição a vírus.
Manifestações:
Os anticorpos das ilhotas responsáveis pela destruição das células Beta encontram- se
presentes antes do início dos sintomas (meses ou anos) e as manifestações surgem
quando o pâncreas não produz mais insulina e os doentes recorrem aos serviços de
saúde por cetoacidose.
Sinais e sintomas:
Perda de peso;
Polidipsia;
Poliúria;
Polifagia
Prevalência:
Tipo de diabetes mais prevalente;
Surge em idades superiores aos 40 anos dos quais, 80 a 90% apresentam
aumento de peso;
Provavelmente têm uma causa genética.
Factores Influenciadores:
Obesidade – aumenta a necessidade de insulina para o metabolismo dos
alimentos que são ingeridos;
Incapacidade do pâncreas para secretar insulina suficiente;
Número diminuído de receptores de insulina;
Aumento de idade;
HIPERGLICÉMIA
Alterações:
Hiperglicémia – aumento de glicose no sangue – acima de 120 mg/dl.
Hipoglicémia – Diminuição da concentração de glicose no sangue – menor que
60mg/dl.
Glicosúria – Presença de glicose na urina.
Corpos cetónicos – Ácidos que perturbam o equilíbrio ácido-base do corpo quando se
acumulam em quantidades elevadas (acidose diabética).
Complicações:
Agudas:
Hipoglicémia
Hiperglicémia
Crónicas:
Doenças macrovasculares;
Doenças microvasculares (olhos, rins);
Doenças neurológicas;
Úlcera da perna;
Afecção os nervos autónomos, sensoriais e motores
Existe maior probabilidade de acontecer na diabetes tipo I mas pode ocorrer também na
diabetes tipo II nomeadamente em condições de doença, stress, cirurgia.
Causas:
Infecções;
Outras doenças;
Doses inadequadas de insulina;
Diabetes tipo I não diagnosticada;
Fisiopatologia:
Défice de insulina impede que a glicose seja utilizada como fonte de energia;
Decomposição dos depósitos de gorduras no organismo como fonte secundária
de energia;
As cetonas são sub-produtos ácidos do metabolismo das gorduras;
A cetose altera o equilíbrio do PH do organismo -> Acidose metabólica.
Manifestações:
Desidratação com manifestações cutâneas e das mucosas - Sede;
Taquicardia;
Hipotensão;
Agitação;
Pulso fraco e rápido;
Letargia e debilidade;
Dor abdominal acompanhada de anorexia, náuseas e vómitos;
Respiração de Kussmaul (respiração profunda, rápida associada a dispneia para
compensar a acidose metabólica);
Hálito cetónico;
Aumento das micções;
Tratamento:
Administração de insulina EV;
Administração de líquidos intravenosos;
Restituição de electrólitos;
Avaliação dos sinais vitais;
Avaliação do estado mental;
Balanço hídrico;
Controlo de PVC (pressão venosa central em caso de indicação médica);
Controlo dos valores da glicémia;
Controlo das cetonas no sangue e na urina;
Controlo do traçado cardíaco;
Avaliação do estado cardiovascular e respiratório;
Administrar potássio e bicarbonato de sódio mediante prescrição médica.
3.1. Hiperglicémia
Provocada por:
Ausência de insulina;
Quantidade inadequada de insulina;
Presença de doença ou infecção
Manifestação inicial de uma diabetes não diagnosticada nem tratada.
Manifestações clínicas:
Desidratação;
Perda de electrólitos;
Acidose.
Tratamento:
-Correção de:
Desidratação
Perda de electrólitos
Acidose
-Insulina EV Inibe a quebra de gorduras e bloqueia a produção dos ácidos.
Prevenção e orientação:
Não eliminar as doses de insulina quando ocorrem náuseas e vómitos;
Consumir pequenas quantidades de hidratos de carbono;
Ingerir líquidos (evita a desidratação);
Controlo de glicemia e corpos cetónicos 3/3h ou 4/4h;
As habilidades de auto-cuidado da diabetes devem ser avaliadas para garantir
que não ocorrem erros;
Os pacientes e membros de família devem ter acompanhamento psicológico caso
seja necessário.
3.2. Hipoglicémia
Pode ocorrer repentinamente e a qualquer hora -> Descida da glicémia abaixo de
40mg/dl.
Tratamento:
Se a pessoa está consciente:
-10 a 15 gramas de açúcar ou alimentos doces – oral;
-10 a 15g de hidratos de carbono;
Se sintomas persistirem – repete-se;
Depois dos sintomas desaparecerem o indivíduo deve ingerir uma pequena
refeição;
Administração parentérica de glucagon ou glicose hipertónica consoante
prescrição médica.
Intervenção:
A gravidade das hipoglicémias reside na ausência do reconhecimento atempado dos
sintomas pelo próprio indivíduo obrigando assim à intervenção de terceiros.
O tratamento tem de ser imediato.
Se há alteração de consciência:
-Intervenção de outra pessoa -> Papa de sacarose para evitar o risco de aspiração.
-Se o indivíduo apresenta incapacidade de deglutição -> Administrar glucagon
1ml SC ou IM Ou Glicose hipertónica EV (no Hospital).
4. Insulinoterapia
Tratamento de Insulina - diminui o açúcar no sangue porque:
Promove o transporte de glicose para as células
Por inibir a conversão de glicogénio e aminoácidos em glicose
Tipos de insulina:
-De acção rápida
-De acção intermédia
-De acção lenta ou longa
As propriedades de cada insulina equiparam-se à dieta e actividade da pessoa.
Podem ser feitas combinações das diferentes insulinas para ajustar o tratamento.
Administração:
A via subcutânea mantém-se como a via mais segura e de efeito terapêutico mais
previsível.
2. Datas de validade:
-Pode haver uma perda de potência da insulina nos frascos em uso durante mais de um
mês
5. Exercícios Físicos
Diminui a glicose sanguínea
Aumenta a captação da glicose pelo músculo
Favorece a circulação
Favorece o tónus muscular
Contribui para a perda de peso
Diminui o stress
Contribui para o bem-estar
Diminui os níveis de colesterol total e triglicéridos
Prevenção:
O controlo metabólico efectuado ao longo do tempo previne a situação de neuropatias e
alterações vasculares.
Acção de Enfermagem:
No hospital o enfermeiro:
Tem a responsabilidade de inspeccionar os pés do paciente
Avalia comportamentos considerados de risco -> Andar descalço; utilizar botijas
de água quente; cortar calos; cortar unhas.
Medidas importantes:
Higiene adequada
Secagem correcta dos pés
Hidratação da pele
Inspecção diária dos pés:
-Alteração da cor
-Presença de flictenas
-Fissuras
-Calosidades
6. Papel do Enfermeiro
Objectivos do ensino:
1. Autovigilância diária:
Glicémia
Glicosúria
Cetonúria
2. Adaptação diária:
Doses de insulina
Reconhecer e intervir adequada e atempadamente - complicações da terapêutica
3. Descompensações agudas
XV - Afecções Hematológicas
b) Causas:
Traumatismo;
Cirurgia;
Disfunção Plaquetária;
Perturbações de coagulação.
Notas:
-Diminuição da Hgb e Hematócrito – podem não ser evidentes até várias horas após a
perda de sangue.
-A gravidade dos sintomas será tanto maior quanto maior for a perda de sangue.
b) Causas:
Malignidade gastrointestinal;
Hemorragia por úlceras ou hemorroidas;
Menorragia.
d) Tratamento:
Identificar a causa e instituir o tratamento adequado à causa;
Terapia por transfusão:
b) Causas:
Absorção inadequada de ferro;
Perda excessiva de ferro.
c) Sinais e Sintomas:
Estomatite;
Língua vermelha e lisa;
Sensibilidade ao frio;
Cabelos frágeis e unhas em forma de colher;
Dispneia de esforço;
Taquicardia;
Tonturas;
Disfagia;
Parestesias;
Cefaleias e fadiga.
d) Histórico de Enfermagem:
Colheita de dados;
Factores causais ou de risco – história alimentar, história familiar, problemas
psicossociais e medicações.
e) Tratamento:
Alimentação rica em ferro;
Suplementos de ferro (medicação):
IDENTIFICAR SINAIS E
-Diminuir a gravidade da anemia
SINTOMAS - MONITORIZAR
Actuação:
-Identificar quais as necessidades humanas básicas que estão alteradas por falta de
forças, falta de vontade ou falta de conhecimentos – (entrevista, observação e exame
físico):
Fazer o diagnóstico de Enfermagem, traçar objectivos e planear acções;
Avaliar diariamente a evolução do doente no sentido da autonomia para a
satisfação das necessidades humanas básicas;
Identificar o risco de agravamento da situação e actuar de acordo com a
exigência da situação;
Actuar em interacção com o médico - Observação/acompanhamento do
doente, análises ao sangue, administração de terapêutica prescrita, transfusão
sanguínea (eventualmente).
Durante o turno:
Atender à informação passada nas ocorrências;
Vigiar perdas sanguíneas:
2.1. Trombocitopénia
a) Conceito:
Número de plaquetas circulantes inferior ao normal (Adulto normal: 150.000 a
400.000/m3) – tendência para hemorragia;
<60.000 Hemorragia por traumatismo;
<20.000 Hemorragia espontânea (risco de vida).
b) Causas:
Diminuição da produção de plaquetas;
Menor sobrevivência das plaquetas;
Maior destruição das plaquetas (+ comum);
Retenção de plaquetas no baço (esplenomegalia).
c) Sinais e Sintomas:
Petéquias;
Equimoses;
Menorragias;
Púrpura;
Gengivorragias;
Epistaxis;
Exames.
d) Diagnóstico:
Exames laboratoriais – contagem de plaquetas.
e) Tratamento:
Transfusão de plaquetas (POOL):
-Realizar contagem 1 hora após;
Nota: Existem fármacos que provocam trombocitopénia, tais como: álcool, aspirina,
heparina, penicilina, agentes hipoglicémicos orais.
Ensino:
Natureza da perturbação;
Sinais de diminuição de plaquetas;
Medidas para evitar lesões:
2.2. Hemofilia
a) Conceito:
Perturbação hereditária da coagulação;
Caracteriza-se por:
Hemofilia A – Deficiência de factor VIII (a mais comum);
b) Diagnóstico:
Realizado na infância ou após o nascimento;
História clínica – tendência para hemorragias (hemorragia excessiva após
circuncisão ou extracções dentárias);
Provas específicas dos factores VIII, IX e XI;
PTT (tempo parcial de tromboplastina) prolongado;
PT e contagem de plaquetas normais.
c) Sinais e Sintomas:
Anemia;
Leucocitose;
Aumento de plaquetas (trombocitose);
Sinais de choque (grandes hemorragias);
Hematúria (ocasionalmente);
Hemorragias da mucosa oral, nasal;
Hematomas;
Equimoses;
Hemartroses com dor e limitação do movimento;
Hemorragias em extracções dentárias, circuncisão e amigdalectomias;
Anquilose (endurecimento de uma articulação);
Hemorragias repetidas podem provocar osteoporose, atrofia muscular e
articulação rígida.
d) Tratamento:
Visto ser uma doença hereditária não ter cura mas tem tratamento a vários
níveis:
-Tratamento Farmacológico:
Hemorragias nasais:
Feridas Cutâneas:
3.1. Neutropénia
a) Conceito:
Consiste num número de neutrófilos inferior a 2.000/mm3.
Notas:
-Está associada a outras perturbações como: doenças malignas da medula óssea, anemia
aplástica, anemia megalablástica, uso de agentes de quimioterapia, etc.
-Um indivíduo com neutropénia grave corre o risco de contrair infecção que pode
colocar a sua vida em risco.
b) Causas:
Ocorre como reacção a uma diversidade de fármacos e substâncias químicas (ex.
Cloranfenicol – AB de largo espectro – depressão da medula óssea).
c) Tratamento:
Afastar o agente agressor;
Em caso de neutropénia grave – transfusão de granulócitos.
3.2. Neutrofilia
a) Conceito:
Consiste num número de neutrófilos superior a 10.000/mm3.
Notas:
-Aumento prolongado sem causa aparente requer investigação da causa subjacente.
-Normalmente associado a leucemia, perturbações sistémicas e inflamatórias, etc...
b) Causas:
Infecção bacteriana – reacção normal a infecções.
4. Transfusão de Hemoderivados
A hemoterapia moderna baseia-se no uso selectivo dos componentes do sangue. A
utilização correcta dos diversos hemocomponentes, associados a um maior controlo de
qualidade nas diversas etapas desde a colheita até o fraccionamento, tem tornado a
hemoterapia mais segura.
Passo 1 -
-Devem ser obtidos sinais vitais de base antes do início da infusão, incluindo
temperatura, pulso, tensão arterial e frequência respiratória.
Notas:
- O sangue deve ser administrado num período de 4 horas.
- O doente deve ser observado por pelo menos 5 minutos após o início da transfusão
-Os doentes devem ser instruídos a chamar se qualquer sintoma ou sensação estranha
ocorrer durante a transfusão.
-Após o fim de cada bolsa, verificar os sinais vitais e registá-lo sem processo e
comparar com as notas do início da transfusão.
Cuidados de Enfermagem:
Identificar doente/receptor;
Conferir prescrição médica/processo;
Conferir processo: nome completo, registo hospitalar;
Via de acesso venoso exclusivo (preferencialmente periférico);
Não diluir a bolsa, não acrescentar medicamentos;
Pulseira de identificação ou cama do doente (nome completo, registo);
Controlar o débito para o tempo ideal, utilizando etiquetas (início/fim);
Concentrado de eritrócitos mínimo 2 horas e máximo 4 horas (idosos/crianças
deve ser rigorosamente em 4 horas, salvo excepções) com abocath 20/18;
Aquecer produtos ou bolsas de sangue (aquecer o doente);
Manter os rótulos de identificação bolsa/receptor até o final da transfusão;
Não administrar o concentrado através de cateter heparinizado;
Colocar na torneira fechando-a para o soro;
Utilizar sempre equipamentos com filtro (trocando-os a cada transfusão).
Reacções Transfusionais;
Todas as reacções transfusionais devem ser registadas e notificadas. A falha e/ou o erro
transfusional não podem ser omitidos ou mesmo mascarados.
Podem ocorrer:
Trocas e/ou identificação incorrecta:
-amostras de sangue para exames pré -transfusionais;
-doente / receptor;
Trocas laboratoriais:
-amostras do doente/ receptor;
-bolsas de sangue;
Trocas de produtos e/ou doente/receptor:
-identificação inadequada (maior incidência de erros!).
XVI - Feridas
Cuidados à pele:
Cuidados de higiene de rotina;
Limpeza rápida de alguma zona conspurcada;
Utilização de água quente na limpeza;
Utilização de creme hidratante ou creme gordo;
Evitar massajar nas proeminências ósseas.
Categoria II:
Perda parcial da espessura da derme apresentando-se
como uma úlcera aberta superficial com um leito de
ferida vermelho/ rosa, sem amarelo em crosta.
Categoria III:
Perda total da espessura da pele.
Categoria IV:
Perda total da espessura tecidular.
Usar emolientes para hidratar a pele seca, a fim de reduzir o risco de dano da
pele;
Transporte e Conservação:
Em tubo estéril e enviada ao laboratório em meio de transporte apropriado ou
conservar à temperatura ambiente.
b) Exsudado Orofaríngeo:
Colheita (doente em jejum):
Deprimir língua com espátula;
Transporte e Conservação:
Em tubo estéril e o transporte deve ser imediato.
Transporte e Conservação:
Enviar em meio de transporte apropriado ao laboratório ou refrigerar a 4°C.
b) Lavado Bronco-Alveolar:
Colheita:
Volume mínimo de instilação: 5ml de SF por colheita;
A amostra deve ser colhida para três frascos esterilizados com tampa de rosca.
Transporte e Conservação:
Transporte ao laboratório deve ser imediato.
c) Escovado Brônquico:
Colheita:
Escovado deve ser colhido para frasco esterilizado com tampa de rosca,
contendo exactamente 1ml de soro fisiológico.
Transporte e Conservação:
Transporte ao laboratório deve ser imediato, não deverá ultrapassar os 15 min
após a colheita.
Transporte e Conservação:
Transporte ao laboratório deve ser imediato.
Transporte e Conservação:
Em tubo estéril e enviada ao laboratório em meio de transporte apropriado ou
conservar à temperatura ambiente.
b) Exsudado do Endocérvix:
Colheita (em posição ginecológica):
Recorrendo a espéculo, limpar colo do útero (com compressa seca);
Introduzir e rodar zaragatoa cerca de 1,5cm no endocérvix;
Repetir manobra para realização de esfregaço em lâmina, colocando-a em
recipiente adequado.
Transporte e Conservação:
Enviar colheita ao laboratório utilizando meio de transporte com carvão, sem
refrigera.
Transporte e Conservação:
Enviar colheita imediatamente, utilizando meio de transporte fornecido pelo
laboratório, sem refrigerar.
Nota: Para pesquisa de micobactérias a amostra deve ser colocada em tubo seco
esterilizado e conservada a 4°C.
Transporte e Conservação:
Transporte ao laboratório deve ser imediato ou a amostra conservada à
temperatura ambiente até à entrega.
1.4. Biópsias
a) Hepática, Óssea, Ganglionar, etc.:
Colheita:
Colocar amostra em placa de Petri ou tubo seco esterilizado com SF.
Identificar frasco e o tipo de amostra colhida.
Transporte e Conservação:
Transporte ao laboratório deve ser imediato.
Nota: Para pesquisa de micobactérias e fungos deve ser colhido o máximo de LCR.
Transporte e Conservação:
Transporte ao laboratório deve ser imediato ou conservar amostra em estufa a
37ºC até à entrega.
c) Outros Líquidos:
Pleural, Ascítico, Pericárdico...
Colheita (técnica asséptica):
Recolher 10-30ml de amostra para frasco esterilizado com tampa de rosca.
Transporte e Conservação:
Enviar colheitas aos laboratórios utilizando meio de transporte apropriado à
temperatura ambiente.
Transporte e Conservação:
Enviar colheitas aos respectivos laboratórios utilizando meio de transporte
apropriado, à temperatura ambiente.
Nota: Na cultura de anaeróbios pode ser enviado na seringa ou utilizar duas zaragatoas:
uma para exame directo outra para cultura.
Transporte e Conservação:
Enviar em meio de transporte apropriado ao Laboratório de Bacterologia ou
conservar à temperatura ambiente.
f) Catéteres Centrais:
Colheita:
Desinfectar o local de inserção do CVC com Cutsept;
Colher 2 HC (uma pelo catéter e outra por veia periférica);
Retirar CVC, cortar segmento distal (cerca de 5cm) e introduzir num recipiente
esterilizado;
Identificar frasco e o tipo de amostra colhida.
Transporte e Conservação:
Enviar ao laboratório até 30min. após colheita.
1.5. Hemoculturas
Pesquisar presença de bactérias no sangue.
Colheita:
Colher 3 HC em 24 horas, com intervalos de 30-60 min. em diferentes locais de
venopunção;
A introdução nos frascos deve ser:
- 1º anaeróbios, (tampa laranja);
- 2º aeróbios (tampa verde);
- Outros exames analíticos;
- Identificar os frascos referindo a ordem de colheita;
1.6. Fezes
a) Exame Bacteriológico (Coprocultura):
Colheita:
3 amostras em dias diferentes ou 3 emissões no mesmo dia;
Escolher porções com muco, pus ou sangue mas sem urina e/ou água.
Transporte e Conservação:
Enviar em meio de transporte apropriado ao Laboratório de Bacterologia ou
refrigerar a 4°C até entrega.
b) Exame Parasitológico:
Colheita:
3 amostras em dias diferentes ou 3 emissões no mesmo dia;
Escolher porções com muco, pus ou sangue mas sem urina e/ou água.
Transporte e conservação:
Enviar em meio de transporte apropriado ao Laboratório de Bacterologia ou
refrigerar a 4°C.
Transporte e Conservação:
Levar ao laboratório até 2h após colheita ou refrigerar a 4°C até entrega da
mesma.
b) Urocultura:
Exame asséptico para diagnosticar uma infecção urinária.
Colheita:
Assépsia do pénis/vagina com água e sabão, enxaguar e secar;
Geralmente a primeira urina da manhã ou 2 a 3h após última micção;
Desperdiçar o primeiro jacto de urina, colher jacto intermédio;
Identificar correctamente o frasco.
Transporte e Conservação:
Levar ao laboratório até 2h após colheita ou refrigerar a 4°C até à entrega.
Transporte e Conservação:
Levar ao laboratório até 2h após colheita ou refrigerar a 4°C até à entrega.
Transporte e Conservação:
Levar ao laboratório até 2h após colheita ou refrigerar a 4°C até à entrega.
e) Drenagem de Nefrostomia:
Colheita:
Desadaptar a nefrostomia do sistema colector e colher para frasco esterilizado;
Identificar correctamente o frasco.
Transporte e Conservação:
Levar ao laboratório até 2h após colheita ou refrigerar a 4°C até à entrega.
2. Normas Gerais
Colheita:
Estabelecer o “timing” adequado para colheita para obter resultados antes de
iniciar tratamento (antibioterapia);
Evitar contaminação da amostra pela flora de tecidos adjacentes;
Obter volume de amostra suficiente para a realização dos exames requisitados;
Transporte:
Acompanhada da requisição (com identificação completa e exames pretendidos);
Devidamente fechada e identificada com vinheta do doente, data e tipo de
colheita (não colar sobre código de barras);
Acondicionada em mala térmica ou meio de transporte apropriado, na vertical;
Encaminhada o mais rápido possível para o laboratório e/ou conservada da
forma correcta até entrega.
-[CO2] está baixa, o centro respiratório reduz a FR, para normalizar o CO2.
2. Regulação do pH no organismo
Tampão: capaz de neutralizar ácidos e bases em excesso, dificultando as oscilações do
pH.
Mecanismo Renal: de acção lenta, promove a poupança ou a eliminação do ião
bicarbonato.
-O Sangue Arterial é o padrão habitual para a avaliação do pH. Situa-se na faixa mais
alcalina (7,4 e 7,45).
Ácido:
A reacção produz um sal, formado com o bicarbonato e ácido carbónico.
Essa reacção vai diminuir as bases e altera a relação entre o bicarbonato e o
ácido carbónico.
O ácido carbónico dissocia-se em CO2 e água, sendo o CO2 eliminado pelos
pulmões, repondo o equilíbrio.
4. Acidose
-Aumento da concentração dos iões H+ livres
-pH no sangue arterial está abaixo de 7,35
5. Alcalose
-Redução da concentração dos iões H+ livres no sangue
-pH no sangue arterial está acima de 7,45
Verificação da PCO2:
Após determinar a presença de acidose ou alcalose, deve-se determinar a etiologia do
distúrbio. Avaliar o componente do EAB – Ácido Carbónico. A sua quantidade pode ser
determinada pela pressão parcial do CO2 (oscila entre 35-45 mmHg).
PCO2 acima de 45 mmHg – retenção de CO2 – redução do pH – acidose
respiratória.
PCO2 abaixo de 35 mmHg – excessiva eliminação de CO2 – elevação do pH –
alcalose respiratória.
7. Acidose Respiratória
Causas:
Alterações do SN que podem dificultar a respiração;
Alterações tóraco-pulmonares.
Quadro laboratorial:
pH baixo – inferior a 7,35
PCO2 está elevada – acima de 45 mmHg
Nos distúrbios agudos, em geral, a reservas de bases é normal (BR).
Tratamento:
Consiste em medidas para estimular a ventilação pulmonar – oxigenação e ventilação
adequadas:
Incentivo da tosse (Cinesiterapia Respiratória);
Manutenção das vias aéreas permeáveis;
Tratamento das infecções respiratórias;
Eliminação de secreções bronco-pulmonares;
Entubação traqueal e ventilação mecânica – cuidadosamente conduzida e
monitorizada (inadequada ventilação pode ser levar a hipoventilação, retenção
CO2e produção de acidose respiratória) ;
Administração de Bicarbonato com base no valor do pH.
8. Alcalose Respiratória
Causas:
Consequência da Hiperventilação Pulmonar;
Secundária a doença pulmonar;
Resposta quimio receptora do organismo em consequência de hipoxémia.
Tratamento:
Remover a causa da hiperventilação.
Os casos mais frequentes de alcalose respiratória, devem-se á ventilação
mecânica prolongada – tratamento consiste no controlo adequado dos
parâmetros ventilatórios á situação do doente.
Sedação dos doentes ansiosos e agitados.
9. Acidose Metabólica
Causas:
Distúrbio severo capaz de produzir sérias complicações, levando mesmo á morte,
comum em situações de urgência, de pós-operatório e de terapia intensiva.
1. Aumento dos ácidos não voláteis
2. Ingestão de substâncias ácidas
3. Dificuldade na eliminação de ácidos fixos
4. Perda excessiva de bases
Os objectivos:
Os objectivos terapêuticos consistem em identificar um mal nutrição pré-existente e
evitar maiores deficiências em proteínas e calorias, optimizando o estado geral e reduzir
a morbilidade.
2. Tipos de fórmulas
Padrão: dietas com misturas de alimentos totais, sendo mais baratas, apresentando no
entanto, um maior risco de proliferação bacteriana, necessitando de uma sonda de maior
calibre pois são mais viscosas. As fórmulas estéreis homogéneas são adequadas a
sondas do pequeno calibre e com a composição fixa de nutrientes.
Modular: estas fórmulas são constituídas por um único nutriente, podendo ser
combinados com outros módulos (nutrientes), criando assim uma alimentação adequada
ao doente.
3. Composição nutricional
Glícidos:
Lactase: ajuda a digestão da lactose;
Proteínas:
Polímeros: as proteínas estão na sua fórmula completa e original;
Hidrolisados: proteínas fraccionadas para facilitar a sua absorção;
Elementar: proteínas que não exige digestão, prontas a serem absorvidas, sendo
utilizados nas doenças renais e hepáticas;
Lípidos:
Triglicéridos de cadeia longa: fonte importante de ácidos gordos essenciais,
vitaminas lipossolúveis e calorias;
Triglicéridos de cadeia média: aceleram a absorção dos lípidos mas têm menos
efeitos colatorais de náuseas e vómitos, distensão abdominal e diarreia.
5.
Desequilíbrios electrolíticos susceptíveis de ocorrerem
Sódio: Necessidades diárias de 60-150mEq. O sódio é o catião extracelular mais
importante para a mudança da concentração e volume do líquido extracelular.
Hipernatremia Hiponatremia
Hipercaliemia Hipocaliemia
Hipermagnesemia Hipomagnesemia
Hipercalcinémia Hipocalcinémia
6. Resultados esperados
7 Dias após o início da alimentação o doente tenha um nível de nutrição adequado, que
se manifesta pela manutenção ou pelo crescimento regular do peso de 113 a 225g dia;
melhoria ou valores normais das reservas proteicas, equilíbrio do azoto, presença de
tecido de granulação nas feridas e ausência de infecção.
Realizar o estudo e a avaliação nutricional do doente nas 72h após a
administração, e depois reavaliar semanalmente;
Monitorizar o ionograma, a urinémia e a glicemia diariamente até à
estabilização. Assegurar-se de que a albumina sérica, a transfererrina ou a
préalbumina e os oligoelementos sejam avaliados semanalmente.
Pesar o doente diariamente;
Realizar o balanço hídrico, avaliando as suas tendências;
Administrar a fórmula num intervalo de 10% do ritmo prescrito. Verificar hora a
hora o volume infundido e o ritmo de infusão;
Assegurar-se de que o doente recebe a quantidade de calorias prescrita.
Alimentação realizada em ângulo superior a 30º, quando não for possível, deitar
para o lado direito para a gravidade favorecer a passagem pelo jejuno.
XX – Administração Terapêutica
Intervenção Justificação
Verificar se as medicações estão de acordo
com as prescrições médicas
Confirmar a terapêutica
Verificar a prescrição médica e comparar
Prevenir erros
com a folha de registos de terapêutica
Conferir a folha de registo de terapêutica com
o respectivo medicamento
Lavar as mãos Prevenir contaminação
Preparar o material Economizar tempo
Conhecer a acção e os efeitos prováveis da
droga, a dosagem máxima por cada via de
administração e os possíveis efeitos
secundários;
Preparar o medicamento utilizando as cinco Prevenir erros
regras da preparação e administração de
terapêutica:
-Doente certo
-Dose certa
-Via de administração certa
-Medicamento certo
-Horário certo
Transportar o medicamento para a unidade do Dar continuidade ao
doente procedimento
Administrar o medicamento tanto quanto Prevenir erros
possível logo que ele é preparado e pela Prevenir possíveis alterações das
mesma pessoa que o preparou, à excepção da características do fármaco que
unidose possam alterar o efeito
terapêutico
Identificar o doente antes de lhe administrar a Prevenir erros
medicação
Explicar o procedimento ao doente e pedir a Informar e obter consentimento
O transporte da medicação até ao doente deve ser feito num tabuleiro de inox.
2. Prescrição de Terapêutica
3. Registos de Medicação
Toda a medicação ou medidas terapêuticas contidas na prescrição médica de terapêutica
devem ser transcritas na integra para uma folha de terapêutica de enfermagem (cardex)
que está no processo de cada doente.
Nesse documento devem estar incluídos medicamento, dose, horário, via prescritos.
Vantagens:
Maior rapidez e eficiência na absorção quando se pretendem efeitos sistémicos
Maior certeza da quantidade absorvida
Irritação do aparelho digestivo e da perda de alimentos por expulsão involuntária
ou destruição pelos ácidos
Desvantagens:
A injecção pode ser dolorosa e a lesão do tecido no local da injecção pode ser
um factor predisponente à infecção
Possibilidade (se bem que remota) da agulha se partir nos tecidos
Uma medicação de absorção lenta ou irritante pode ocasionar necroses, abcessos
e dores persistentes
Se o local da injecção for incorrectamente escolhido, pode haver lesão de um
nervo ou de qualquer outro tecido vital
Uma vez a medicação injectada é difícil ou impossível recuperá-lo ou impedir
que seja totalmente absorvido
A administração EV inadvertida de uma solução inapropriada para essa via pode
ter consequências graves ou até fatais
A punção venosa:
Consiste na administração de medicação directamente na veia, a fim de obter
uma acção imediata do medicamento.
A medicação poderá ser administrada em qualquer veia periférica visível.
Esta via é utilizada em casos de emergência na qual o doente se encontra muitas
vezes inconsciente.
IMPORTANTE:
O garrote é imediatamente retirado após a punção e antes da administração do
medicamento.
Técnica com:
Catéter tipo “abocath”
Catéter tipo “butterfly”
Atenção:
Quando se canaliza uma veia - surge sangue no canhão da agulha
Quando se canaliza uma artéria – temos sangue no canhão da agulha
No caso de uma artéria, o sangue pulsa e será de uma cor mais viva.
- Aplica-se quando:
Quadros de reacção anafilática (emergente)
Doentes pouco cooperantes (ex: doentes do foro psiquiátrico)
Doentes que não podem tomar medicação via PO
Medicações alteradas pelo suco gástrico
- A opção de injecção IM deve ter em conta o local de punção e o estado físico geral do
doente.
- Não podem ser administradas em locais inflamados, com edema e irritação cutânea,
locais com tecido cicatrizado e outras lesões.
Por haver baixa absorção sistémica dos agentes injectados por via intradérmica, este
tipo de injecção é usado principalmente para produzir um efeito local.
Vantagens:
Permite uma administração medicamentosa mais lenta e gradual
Provoca mínimo traumatismo tecidual
Menor risco de atingir vasos sanguíneos de grande calibre e nervos.
Contra- indicada:
-Locais inflamados, edemaciados, cicatrizados ou
cobertos por uma mancha
-Doentes com alteração do mecanismo de coagulação
Locais de punção:
Face externa da porção superior do braço
Face anterior da coxa
Tecido laxo do abdómen inferior
Região glútea
Técnica: fazer prega cutânea com o polegar e indicador; introduzir a agulha total e
perpendicularmente; manter a prega durante a injecção
Finalidade
Administrar líquidos – Sempre que o doente esteja incapacitado para ingerir em
quantidade suficiente
Electrólitos para recuperar ou conservar o equilíbrio electrolítico
Vitaminas e alimentos sob a forma de glicose e proteínas quando o doente não é
capaz de absorver os alimentos necessários
Material Necessário:
Balão de soro
Sistema de soro
Sistema de punção
Tipos de soros:
Requisitos necessários:
Conhecimento da anatomia torácica
Domínio da técnica a utilizar, pois podem existir:
-pneumotórax
-hidrotórax (soro na cavidade pleural)
-hemotórax (por laceração da veia ou punção da artéria)
Local de Punção
-A escolha do local de inserção do CVC depende de quem executa o procedimento.
Complicações:
Sistémicas:
Embolia provocada por um fragmento de cateter (pode ir alojar-se no coração ou
no pulmão). Requer RX e cirurgia imediata
Embolia gasosa – Manifesta-se através de dispneia e cianose, hipotensão, pulso
rápido e fraco, perda de consciência
Infecção, a sua gravidade varia desde a infecção local à sistémica (septicémia)
Locais:
Hematomas relacionados com a técnica de punção. Controla-se através de
compressão acentuada no local
Cuidados de Enfermagem:
A preparação psicológica do doente é extremamente importante. O enfermeiro deve
explicar o que é o CVC, a sua necessidade de colocação e alguns aspectos sobre o
procedimento de colocação.
4 – Colocar o doente em ligeiro trendelenburg, com a cabeça virada para o lado oposto
ao da punção, no caso de uma veia subclávia colocar no lado da punção uma toalha
enrolada sob a coluna vertebral.
14 – Lavar as mãos
Durante a colocação do CVC para além de assistir o médico, o enfermeiro deve estar
atento a alterações que possam surgir no doente:
Cuidados na Manutenção:
Vigiar sinais vitais 2 vezes ao dia (febre de origem desconhecida)
Vigiar alterações locais (dor, calor, rubor, supuração)
O penso deve ser mudado no máximo ao quarto dia e no mínimo ao segundo e
sempre que for necessário
O cateter deve ser retirado ao 1º sinal de infecção
Substituição do cateter o mais cedo possível
Substituição do cateter quando este foi colocado em situações de emergência
(técnica asséptica questionável)
Adultos saudáveis:
Ingestão atinge 2500 cc/dia, com variação de 1800 a 3000 cc
Perdas atingem 2500 cc/dia em média, com variações de 2100 a 2900 cc.
Procedimento:
Todo o líquido deve
ser medido antes de dar ao doente e o
Todo o líquido eliminado pelo doente deve ser medido e registado na coluna
correspondente. (diurese, vómitos, líquidos de drenagem, diarreia).
Os fluidos que não puderem ser medidos poderão ser avaliados utilizando-se símbolos
como:
Pequena quantidade +
Moderada quantidade ++
Grande quantidade +++
O fecho do BH pode ser parcial – ao final de cada turno (+/- 8 horas) – ou total – ao
final de 24 horas.
Princípios fundamentais:
Separar entradas e saídas (devem ser contabilizadas e registadas)
Registos devem ser: totais, correctos e exaustivos
Inicia-se e termina-se a uma hora fixa
Os intervalos do BH devem ser bem administrados: h/h, 8/8, 24 horas
O BH deve ser = 0, excepcionalmente pode ser + ou –
Contar sempre com perdas insensíveis
Ao fechar o BH assinale as perfusões contínuas – a quantidade administrada e a
que falta administrar
Some as entradas e saídas, calcule a diferença entre ambas, registe o resultado
final na folha de registo na hora correspondente ao término do balanço
Se o balanço for de 24 horas, substituir todos os sacos e frascos de embalagem
Restrição
hídrica:
Consiste na limitação na quantidade de líquidos que o indivíduo pode receber em 24
horas.
Procedimento:
Orientar o doente sobre o procedimento
Orientar o doente para esvaziamento de bexiga
Anotar o horário e começa a colheita de 24 horas
Fornecer frascos (urinóis) necessários para a colheita
Caso necessário, deve-se algaliar o doente
Competências do enfermeiro:
Explicar ao doente ao que vai ser submetido
Aliviar o seu medo respondendo a todas as suas questões
Colaborar com o médico para a colocação de CVC
Técnica de Medição:
1. Explicar o procedimento ao doente
3. Fixar a
régua de
PVC no
suporte
de soros
4. Testar
funcionamento da torneira
5. Posicionar a régua de PVC de forma a colocar o zero da régua ao nível da
linha média axilar do doente
6. Conectar o soro à torneira de 3 vias (colocando-a para a posição soro – régua)
Interpretação de Valores:
O valor médio normal situa-se em os 5 e os 15 cm/H2O – valor que pode variar
de doente para doente
Para uma avaliação correcta deve-se determinar uma margem normal para cada
doente – realizar uma série de medições com intervalos de 15, 30 e 60 min.
A medição da PVC é um meio para controlar a reposição de líquidos, mas pode levar a
interpretações erradas, pois um aumento da PVC pode apenas ser uma consequência de
um aumento da velocidade de administração de líquidos.
Quando existe uma alteração significativa da PVC, o médico deve solicitar um Rx e
ECG para despistar complicações cardíacas e pulmonares.