Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FICHA DE LEITURA:
“PROMOVER A VIDA”
Docente:
Profª. Maria de Jesus Maceiras
Discentes:
Adriana Aranha nº 1748
Cláudia Baptista nº 1758
Marisa Matos nº 1782
Pablo Macedo nº 1783
2
COLLIÈRE, Marie-Françoise, Promover a vida, s. ed. Lisboa:
Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, 1989, 1º capítulo, 118 páginas
ISBN 972-95420-0-7-7
Origem das
práticas de
A prática de cuidar é a história mais antiga de sempre. Com
cuidados, sua
o surgir do Homem, surgiu também a necessidade de cuidar, de influencia na
prática de
prestar cuidados ao outro com o intuito de sobrevivência do grupo
enfermagem
social, lutando contra a morte. Prestar cuidados, durante muitos
anos, não foi considerada uma profissão pois englobava qualquer
pessoa que prestasse cuidados a outra.
3
consagrada; e a identificação da prática de cuidados com a “mulher Origem das
práticas de
enfermeira” enquanto auxiliar do médico.
cuidados, sua
influencia na
prática de
enfermagem
4
COLLIÈRE, Marie-Françoise, Promover a vida, s. ed. Lisboa:
Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, 1989, 1º capítulo, 118 páginas
ISBN 972-95420-0-7-7
Identificação
da prática de
Parcella Paula e Fabíola, importantes damas romanas, são
cuidados com
exemplos de mulheres que, ao converterem a sua religião para o a mulher
cristianismo, converteram também os seus palácios e outras infra
estruturas que possuíam em hospitais e asilos, sendo Fabíola
“consagrada a mãe da prática dos cuidados transmitidos pelas
mulheres” (Colliére, 1999, pág.40). Estas mulheres eram
merecedoras de veneração por parte de todos, dado que cuidavam
dos mais necessitados, sendo dotadas de enorme generosidade e,
segundo muitos, de um dom natural. Não mais relevante era
também o facto de, ambas serem da alta sociedade, condição
necessária para o exercício da actividade de cuidar, e para a
atribuição às mesmas das qualidades mencionadas anteriormente.
5
Identificação
da prática de
A formação dos laços básicos era então atribuída ao toque
cuidados com
das mãos, estimulando o prazer e o relaxamento do corpo a cuidar, a mulher
e também à utilização de elementos simbólicos como a água. Factos
como estes influenciaram sem dúvida o desenvolvimento do culto
do corpo até aos dias de hoje: a lavagem (purificação), a massagem
(terapia e relaxamento) entre outros, sempre aliados aos sentidos
humanos e ao uso de óleos e plantas amaciadoras. Embora as
vantagens, devido ao não conhecimento dos seus poderes
terapêuticos, este tipo de cuidados foi excluído do conjunto das
práticas de cuidados.
6
ameaça ao poder espiritual (pois consideravam o corpo Identificação
da prática de
indissociável do espírito), o que fez com que fossem apelidadas de
cuidados com
bruxas e feiticeiras que mereciam ser punidas. Destas ideias surgiu a mulher
então o início da “caça ás bruxas”, praticada durante séculos, após
sucessivas tentativas de repressão dos seus conhecimentos.
7
COLLIÈRE, Marie-Françoise, Promover a vida, s. ed. Lisboa:
Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, 1989, 1º capítulo, 118 páginas
ISBN 972-95420-0-7-7
Identificação
As práticas elaboradas pelas mulheres em torno da da prática dos
cuidados com
agricultura e do corpo não se podiam dissociar de símbolos e dos
a mulher
rituais feitos através dos ciclos naturais, para garantir os laços do consagrada
homem com o universo.
8
A partir da idade média, desenvolveu-se um “novo” Identificação
da prática dos
conhecimento médico, inicialmente sob a autoria da Igreja e mais
cuidados com
tarde controlado por esta. Essa nova prática era exclusiva dos a mulher
consagrada
homens (inicialmente monges, depois padres e clérigos, e de
seguida monges médicos) e só no século XIII é que apareceram as
primeiras faculdades de medicina frequentadas só por homens,
sujeitos ao celibato.
9
Identificação
da prática dos
As várias peregrinações e cruzadas que ocorreram no
cuidados com
passado inspiraram a formação de vários hospitais militares. a mulher
consagrada
10
Com o aparecimento das novas tecnologias, o instrumento Identificação
da prática dos
veio substituir a palavra, havendo uma distância entre o corpo que
cuidados com
tratava e o que era tratado, continuando os cuidados a ser a mulher
consagrada
desvalorizados e entregues a um pessoal considerado subalterno, na
realidade humilde.
11
para socorrer os pobres, levavam as instituições a receber doações, Identificação
da prática dos
assim o hospital beneficiava de vantagens económicas. Por outro
cuidados com
lado, a mão-de-obra era completamente gratuita, à qual era a mulher
consagrada
necessário apenas providenciar vestuário, alimento e dormida. As
mulheres consagradas eram o eixo de um sistema económico
altamente rentável pois, para servir os pobres, elas ofereciam
gratuitamente e durante toda a vida os seus serviços, enquanto que
graças a esses serviços o dinheiro entrava por outras vias, sem que
existisse qualquer avaliação de qualidade aos serviços prestados.
12
era vista como uma fada “benfazeja”, sempre presente junto dos cuidados com a
[mulher] –
que sofriam, trazendo apoio e consolação, e como a auxiliar do
enfermeira→auxi
médico, com menor experiência e sem possuir conhecimentos liar do médico
semelhantes aos deste.
13
determinavam e ordenava, a actividade dos enfermeiros, sendo
que, com o passar dos tempos, foi necessário instrui-los em três
ciências que até então apenas eram leccionadas aos médicos,
tais como, a anatomia, a medicina e a cirurgia. A enfermeira
passou não só a ter os trabalhos de prestar os cuidados básicos,
que à muito eram prestados pelas suas “irmãs mais velhas”,
como também passou a ter os trabalhos prestados pelos
médicos, aos quais nem sempre tinham tempo para se submeter.
A missão da enfermeira era assim tanto de ordem moral, como
de ordem técnica.
14
traduzidos pelo médico podiam entrar nas escolas. Enquanto
que a formação e o exercício das enfermeiras hospitalares iriam
ficar durante muito tempo profundamente marcados por esta
influência, a formação e o exercício profissional das
enfermeiras visitadoras, e depois das assistentes sociais, faria
prova de libertação progressiva desses valores, devido à
necessidade de acesso a novas e diferentes fontes de
conhecimentos.
15
que não era considerada desejável e necessária. O facto de ser
auxiliar do médico realça a sua imagem, torna-a mais
vulnerável por não se valorizar numa função que lhe seja
própria.
16
Prevalência
dos papeis
Não podemos separar o papel social desempenhado da
como modo
prática de cuidados. A prática induz o papel e o papel determina a de
identificação
prática.
das práticas
de cuidados
Os trabalhos realizados pelas mulheres não foram alvo de
escrita e por esse mesmo motivo as práticas das mesmas só
poderiam ser transmitidos a novas gerações através da verbalização
das práticas.
17
de
identificação
“Exigindo” estatuto profissional, as instituições formativas
das práticas
destas mulheres denominaram-se até ao passado século não pela de cuidados
actividade exercida por estas, mas sim pelo seu papel (conceito que
prevalece praticamente até aos nossos dias). Somente no decreto de
31 de Maio de 1978 é que é pela primeira vez é dada relevância à
natureza das funções do Enfermeiro.
18