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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do

neurodesenvolvimento, ou seja, é um distúrbio no desenvolvimento cerebral.


O autismo é considerado uma síndrome, sendo assim é uma condição
permanente. Diferente das doenças, as síndromes não têm cura.Os déficits
de desenvolvimento se manifestam, geralmente, na primeira infância – do
nascimento aos seis anos de idade – e variam desde limitações específicas
na aprendizagem e controle motor até prejuízos nas habilidades sociais e na
inteligência. É nessa fase que o cérebro realiza a maioria das ligações entre
os neurônios, estabelecendo as condições para o desenvolvimento da
criança.

Incidência do TEA no mundo


A partir da última edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-5) – que é um guia de classificação diagnóstica
utilizado pelos profissionais da saúde para relacionar os sintomas com a
identificação dos transtornos mentais – o Transtorno do Espectro Autista
passou a agrupar além do autismo clássico, o Transtorno Desintegrativo
da Infância, o Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Não-
Especificado e a Síndrome de Asperger. A denominação de espectro é
porque engloba diversas características com variações na severidade das
manifestações dos sintomas – de leve, moderado a grave. Embora haja uma
ampla variação no funcionamento cognitivo e comportamental tanto nos
sinais de identificação quanto no comportamento posterior, os distúrbios que
integram o TEA apresentam dois sintomas em comum: falhas comunicativas
e interesses restritos e repetitivos.
Uma em cada 44 crianças aos 8 anos de idade nos Estados Unidos é
diagnosticada com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), segundo relatório do
CDC (Centro de Controle de Doenças e Prevenção), publicado hoje (2.dez.2021). O
número — com dados de 2018 — representa mais um aumento de 22% em relação
ao estudo anterior (1 para 54 — divulgado em 2020). Numa transposição dessa
prevalência (de 2,3% da população) para o Brasil, teríamos hoje cerca de 4,84 milhões
de autistas no país. Porém, ainda não temos números de prevalência de autismo no
Brasil.

CAUSAS DO AUTISMO

As causas do autismo são majoritariamente genéticas.


Confirmando estudos recentes anteriores, um trabalho científico de 2019 demonstrou
que fatores genéticos são os mais importantes na determinação
das causas (estimados entre 97% e 99%, sendo 81% hereditário), além de fatores
ambientais (de 1% a 3%) ainda controversos, que também podem estar associados
como, por exemplo, a idade paterna avançada ou o uso de ácido valpróico na gravidez.
Existem atualmente 1.031 genes (atualizado em março/2022) já mapeados e sendo
estudados como possíveis fatores de risco para o transtorno — sendo
TRATAMENTO E SINAIS

Alguns sinais de autismo já podem aparecer a partir de um ano e meio de idade,


até mesmo antes em casos mais graves. Há uma grande importância de se iniciar
o tratamento o quanto antes — mesmo que ainda seja apenas uma suspeita clínica,
ainda sem diagnóstico fechado —, pois quanto antes comecem as intervenções,
maiores são as possibilidade de melhorar a qualidade de vida da pessoa. O tratamento
psicológico com mais evidência de eficácia, segundo a Associação Americana de
Psiquiatria, é a terapia de intervenção comportamental — aplicada por psicólogos. A
mais usada delas é o ABA (sigla em inglês para Applied Behavior Analysis — em
português, análise aplicada do comportamento). O tratamento para autismo é
personalizado e interdisciplinar, ou seja, além da psicologia, pacientes podem se
beneficiar com intervenções de fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outros
profissionais, conforme a necessidade de cada autista. Na escola, um mediador pode
trazer grandes benefícios, no aprendizado e na interação social.
O tratamento da síndrome é baseado em um conjunto de terapias
multidisciplinares, visando reduzir os prejuízos das manifestações e à exposição da
criança a estímulos que intensificam o seu neuro-desenvolvimento. “Não há até o
momento um medicamento que melhore os sintomas chave do autismo. Estes visam
apenas o controle de sintomas comportamentais associados, como agitação,
agressividade, impulsividade e distúrbios do sono” . Michele Michelin Becker,
neurologista infantil do Hospital da Criança Conceição e Hospital de Clínicas de Porto
Alegre (HCPA).

A INFLUÊNCIA DAS CORES: MUITO ALÉM QUE SE PODE IMAGINAR

No autismo, o azul estimula o sentimento de calma e de maior equilíbrio para


as pessoas. Nesse caso, o azul auxilia em situações em que a criança, por exemplo,
apresenta uma sobrecarga sensorial; algo que precisa ser lidado com sabedoria para
o bem-estar do pequeno. Vale ressaltar que isso representa mais leveza no aspecto
emocional do autista. Um detalhe que faz toda diferença.
As cores laranja e amarela, por terem uma relativa proximidade, são
responsáveis pelo estímulo à socialização da criança. Um dos motivos que levam a isso
é o fato de a cor laranja, em especial, ser expansiva e quebrar a monotonia.
Outra curiosidade está na influência que os tons alaranjados exercem no bom
humor e na criatividade da criança autista, possibilitando-a a uma boa qualidade de
vida; sobretudo nas relações com as pessoas.

CONCLUSÃO:

Enquadrar o autismo como síndrome incapacitante prejudica o


tratamento das crianças que têm esse tipo de transtorno e ofusca a questão
central dessa discussão, que é a forma como vemos os indivíduos e os modos
classificatórios que usamos ao enquadrá-las como pessoas “normais” e
“anormais”. A escassez de incentivo à inclusão e a falta de adaptação social
para lidar com as pessoas que divergem do quadro que chamamos de
“normal” é, segundo Cleonice, o que resulta em eventuais incapacidades.

REFERENCIAS:
CUNHA, Eugenio. Autismo e inclusão: psicopedagogia práticas educativas na escola e
na família. 6 ed. Rio de Janeiro: Wak Ed. 2015. 140 p.
https://www.canalautismo.com.br/noticia/eua-publica-nova-prevalencia-de-autismo-
1-a-cada-44-criancas-segundo-cdc/.
Grandin, Temple, 1947- O cérebro autista [recurso eletrônico] / Temple Grandin,
Richard Panek; tradução Maria Cristina Torquilho Cavalcanti. - 1. ed. - Rio de Janeiro:
Record, 2015.

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