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Os diferentes aspectos da
comunicação da pessoa com TEA
Tismoo
May 17, 2018 · 4 min read

Autistas se expressam de maneiras distintas do ponto de vista da fala, da linguagem e da


própria comunicação em contextos sociais. Entenda o que isso signi9ca neste artigo!

Você sabe: o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição bastante


complexa e uma das consequências disso é que nenhum autista apresenta as mesmas
características de outro.

Quando observamos a capacidade de comunicação de cada um deles, isso ?ca claro.


Podem existir desde casos mais leves — em que o autista exibe algumas di?culdades
de interagir com outras pessoas, mas sem ter um atraso signi?cativo na linguagem,
por exemplo — até os mais severos — em que ele enfrenta grandes obstáculos
comunicacionais que comprometem sua sociabilidade.

Por isso, no texto desta semana vamos abordar alguns dos principais aspectos da
comunicação de uma pessoa com TEA.

Diferenças entre fala, linguagem e comunicação

Antes de mais nada é preciso entender que esses três componentes estão fortemente
ligados entre si e que uma criança pode apresentar di?culdades com apenas um
deles.

A fala é o ato motor que permite a transmissão de sons, palavras e frases. Seu
desenvolvimento pode ser afetado por alguns fatores, como alterações na percepção
do som (no caso da surdez) ou por problemas estruturais ou motores que atingem os
órgãos que produzem o som.

Algumas crianças podem achar difícil expressar o que estão sentindo por não
conseguirem criar e sequencializar os sons da fala, como no caso da apraxia. Porém,
são capazes de compreender tudo o que os outros dizem e até de se comunicarem
através da escrita ou de gestos.

Nesses casos, os distúrbios de fala não estão necessariamente ligados ao autismo,


mas podem estar. Muitas crianças com TEA comunicam-se normalmente, mas
exibem alterações na prosódia, por exemplo, que está relacionada às diferenças no
ritmo da fala, no tom de voz e na entonação dada a cada palavra. Outros autistas são
completamente não-verbais, mas encontraram uma forma de se expressarem com
ajuda da tecnologia, como no caso do jovem Ido Kedar.
Já a linguagem é o instrumento da comunicação oral. Através dela conseguimos
desenvolver certas competências em quatro áreas: fonológica (aprendemos a
distinguir os sons de letras e sílabas), semântica (aprendemos a atribuir signi?cado
às palavras), sintática (aprendemos a organizar termos em uma frase coerente) e
pragmática (aprendemos a adaptar e adequar a linguagem dentro de um contexto
social).

Assim, uma criança com problemas de linguagem pode pronunciar palavras


perfeitamente, mas não ser capaz de construir frases complexas. Ela consegue se
comunicar, ainda que de forma simpli?cada e restritiva (com sentenças bem curtas,
por exemplo).

Se esses problemas de linguagem estiverem associados ao autismo, a pessoa também


pode inverter pronomes (usando a terceira pessoa para se referir a elas mesmas) ou
não dominar completamente a utilização de metáforas, interpretando certas
expressões literalmente (como “está chovendo canivete” ou “aquela moça é uma
Por”).

Por ?m, a comunicação é o processo complexo onde ocorre a troca de informações


por meio de combinações verbais (fala e linguagem) e não-verbais (expressões
faciais, postura, gestos, olhar e linguagem corporal).

Existem crianças com di?culdades comunicacionais que conseguem falar frases


completas e inteligíveis do ponto de vista da linguagem, mas que não fazem sentido
para quem ouve, prejudicando o entendimento. A ecolalia, por exemplo, é uma
característica presente em alguns autistas em que são repetidas palavras e frases que
foram ditas por outras pessoas ou ouvidas em programas de televisão, desenhos e
?lmes.

Um método de comunicação alternativa bem conhecido e usado por crianças com


TEA é o PECS, que consiste em trocar ?guras ou fotos em um caderno ou painel.
Com ele é possível informar o que se deseja e o que se sente, montando estruturas
que outros poderão entender. Se uma criança tem acesso a cartões com ?guras que
indicam pronomes (“eu”), ações (“quero”), substantivos (“pião”) e adjetivos
(“verde”), por exemplo, ela pode comunicar que quer brincar com determinado
objeto.

E ao contrário do que algumas pessoas pensam, um método alternativo não deixa a


criança acostumada a se comunicar apenas por ele. Pelo contrário: ele estimula o
aparecimento e desenvolvimento de vocalizações.
Uma comunicação realmente funcional e e?ciente ocorre dentro de um contexto de
troca entre pessoas. De forma geral, indivíduos neurotípicos podem apresentar
di?culdades com a fala e com a linguagem, mas são os autistas que mais enfrentam
desa?os na hora de interagir. A boa notícia é que se atrasos como os citados acima
forem detectados rapidamente por pais ou professores, as chances de
desenvolvimento com a ajuda de terapias especí?cas aumentam. Até lá, é papel de
cada um se adaptar para aceitar as diferenças na maneira como os autistas se
expressam.

Tea Autismo Linguagem Comunicação

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