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Causas e tratamentos do transtorno de fala na infância

Os bebês têm o primeiro contato com a linguagem desde cedo. Apesar de não falarem propriamente,
antes de completar um ano de idade os recém-nascidos se manifestam por meio do olhar, do choro, de gritos
e sorrisos, entre tantas expressões que cativam os pais, amigos e parentes de quem acabou de ter um filho.
Porém, como saber quando essa trajetória pode apresentar uma deficiência como o transtorno de fala?

Antes de prosseguir é necessário deixar claro que o transtorno de fala pode ocorrer de muitas formas.
De um simples retardamento do aprendizado ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), os pequenos podem
ter graus diferentes de dificuldade de fala. Por isso, Cristina de Souza Andrade, fonoaudióloga do GNDI,
explica que é crucial avaliação e diagnóstico para dar início ao tratamento o quanto antes.

“Nesse contexto, o trabalho multidisciplinar entre diferentes especialidades é primordial”, explica.


“O indivíduo não é uma laringe; é parte de um todo e, para traçar esse ‘todo’, precisamos entender o que lhe
cerca”.

“Há tratamentos para o transtorno de fala que podem ser, simplesmente, um estímulo à mudança de
postura da criança, como nos distúrbios articulatórios; outros, porém, acabam sendo mais complexos e
exigem um estímulo constante, como é o caso do TEA”, detalha.

1. Transtorno de fala é definição ampla

2. Possíveis causas

3. Tipos de transtorno

4. Núcleo de Terapias Integradas ABC facilita diagnóstico

Transtorno de fala é definição ampla

Para Clarissa Bueno, neurologista do GNDI, o transtorno de fala acaba servindo como “termo
guarda-chuva”, isto é, uma definição ampla para um problema que tem nuances específicas em cada caso. É
o que ocorre, por exemplo, com a Síndrome de Down que, na maioria dos casos, exige um acompanhamento
profissional neste sentido.

“O atraso na aquisição da fala chama atenção para a possibilidade de um Transtorno do Espectro Autista.”.
Mas falando de linguagem, também podemos estar diante de situações comportamentais ou aquelas que
incluem compreensão e expressão, que podem ser diagnosticadas em diferentes situações e que podem
variar de grau, do mais simples ao mais complexo”, detalha.

A neurologista explica que, no caso da linguagem, o indivíduo pode ter um transtorno que
compromete tanto a sua expressão verbal quanto a própria escrita e/ou, ainda, a compreensão da fala. Nestes
casos, quadros de déficit de aprendizado, como a dislexia, acabam sendo responsáveis por parte desses
problemas.

De acordo com estimativas da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, o Distúrbio Específico da


Linguagem (DEL) pode afetar de 5% a 7% dos bebês nascidos anualmente. Por isso, os pais devem estar
atentos e, caso notem algo, devem levar a criança a um pediatra.
Possíveis causas

Como dito anteriormente, as origens do problema são amplas. Podem envolver aspectos genéticos,
degenerativos, lesionais, ambientais e/ou emocionais. Porém, alguns especialistas classificam os transtornos
com base em dois tipos de fatores: orgânicos, sejam eles genéticos, neurológicos ou anatômicos, e
emocionais.

Tipos de transtorno

Dislalia: normalmente até os seis anos de idade, a maioria dos sons da fala já está adquirida. A
dislalia, ou transtorno específico de articulação da fala, ocorre quando a aquisição dos sons da fala pela
criança está atrasada ou desviada, levando à má articulação e dificuldade para que os outros a entendam e,
também, por omissões ou distorções da fala.

Disfemia: é conhecida pela dificuldade em manter a fluência da expressão verbal. É um transtorno


de fluência da palavra que se caracteriza por uma expressão verbal interrompida em seu ritmo, de maneira
mais ou menos brusca. O tipo mais comum de disfemia é a gagueira.

Afasia: compreende os transtornos de linguagem causados por uma lesão cerebral, ocorrida após a
aquisição total da linguagem ou durante seu processo. Existem diferentes tipos de afasias, porém, elas são
definidas de acordo com o local lesionado.

Disfonias: alterações na qualidade da voz ou em sua emissão, por conta de distúrbios orgânicos ou
funcionais das cordas vocais ou, até mesmo, por uma respiração incorreta. A disfonia pode se apresentar
através da rouquidão, soprosidade ou aspereza da voz. As disfonias podem ser causadas por alterações
orgânicas e problemas nos músculos ou no sistema respiratório.

Núcleo de Terapias Integradas ABC facilita diagnóstico

O Núcleo de Terapias Integradas ABC, do Grupo NotreDame Intermédica, conta com uma equipe
multidisciplinar, formada por psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e
fonoaudiólogos – todos especializados para tratar casos de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e
outros transtornos de desenvolvimento.

A clínica atende pacientes de dois a 16 anos de idade, com o objetivo de proporcionar diagnósticos precoces,
tratamentos personalizados e adaptativos, além de facilidade de acesso – já que todos os profissionais podem
ser encontrados em um só lugar.

“Com um olhar do indivíduo como um todo – com essa discussão próxima dos profissionais centralizados na
condução do caso – temos uma avaliação melhor”, conta Cristina, que explica que a terapia integrada
também é positiva porque, em alguns casos, o paciente crônico – como no caso dos que possuem paralisia
cerebral – precisará do tratamento durante boa parte da vida.

A Unidade fica localizada em São Bernardo do Campo e conta com diversos tipos de terapias, tais
como Método de Análise do Comportamento Aplicada, terapias com PECS, TEACHH, terapia de cabine,
musicoterapia e muitas outras.

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