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Deficiência sensorial: o que causa, tipos e quais são os sintomas?

Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR 37364

Publicado em: 25/04/2023Última atualização: 25/04/2023

Pessoa sentada a frente de um quadro usado para exame médico.


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A deficiência sensorial é caracterizada como uma série de déficits nos órgãos dos
sentidos, ou seja, na visão e audição. Essas complicações influenciam no fluxo de vida
da pessoa, com comprometimento de variável e baixo ou profundo e permanente em um
ou mais sentidos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1 bilhão de pessoas tem


algum tipo de deficiência, sendo que cerca de 17,2 milhões dessas pessoas são
brasileiras.

Para saber mais sobre deficiência sensorial, suas causas, tipos, sinais e sintomas,
continue acompanhando o artigo!

Índice — Neste artigo, você encontrará:

1. O que causa deficiência sensorial?


2. Tipos
3. Sinais e sintomas
4. Como é feito o diagnóstico de deficiência sensorial?
5. Tratamentos e acompanhamento

O que causa deficiência sensorial?

No caso de deficiência visual (baixa visão), as principais causas estão relacionadas com
outras condições de saúde preexistentes como:

 Retinopatia diabética;
 Complicações da rubéola;
 Miopia degenerativa;
 Descolamento da retina;
 Glaucoma.
Na deficiência auditiva, outras condições podem ser as causadoras, como no caso
da diabetes, tumores cerebrais, acidente vascular cerebral ou meningite.

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Tipos

As deficiências sensoriais são classificadas em dois tipos e envolvem os seguintes


comprometimentos:

Deficiência visual

Esse termo é usado para definir pessoas com dificuldade para enxergar por conta de
perda parcial ou total da visão. Diante disso, é considerada deficiência visual quando há
comprometimento de 40 a 60% da visão.

A baixa visão

Trata-se de uma subcategoria na deficiência visual causada quando uma das estruturas
do olho, denominada como fóvea, é acometida severamente. A condição pode ser
classificada em leve, moderada e profunda.

Cegueira

É caracterizada como uma condição congênita, ou seja, o(a) paciente já nasce cega.
Nesse caso, sua causa está relacionada com má formação.

Deficiência auditiva

A deficiência auditiva é caracterizada por ser uma condição adquirida após o


parto, desenvolvida, ao longo da vida ou então provocada por uma lesão que atinge as
estruturas do ouvido.

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Sinais e sintomas

Alguns dos sinais e sintomas que envolvem as duas condições podem aparecer em
crianças ou em adultos. Entre eles estão:
 Enxergar manchas;
 Visão embaçada;
 Contorno escuro em volta da visão;
 Mancha centralizada na visão;
 Dificuldade de realizar quaisquer atividades por limitações na visão;
 Dificuldade de diferenciar cores;
 Não consegue ouvir em ambientes barulhentos;
 Zumbidos, chiados e apitos no ouvido;
 Se assusta com sons fortes;
 Não responde quando chamado.

Leia mais: Deficiência intelectual: o que causa e como tratar

Como é feito o diagnóstico de deficiência sensorial?

O diagnóstico pode ser realizado por um(a) terapeuta ocupacional por meio de uma
bateria de testes que envolvem a avaliação motora, prática de atividades, percepção
sensorial e percepção visual motora. É diante dos levantamentos dessa testagem que
o(a) terapeuta chegará ao diagnóstico.

Outro modo de se chegar ao diagnóstico é por meio da avaliação de um(a) médico(a)


em conjunto com a escola, família e terapeuta ocupacional. Nesse caso, são levantados
todos os dados sobre a criança e realizadas testagens sensoriais para se chegar ao
diagnóstico.

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Tratamentos e acompanhamento

O tratamento e acompanhamento para essas condições envolvem a adoção de


tecnologias assistivas, que proporcionam melhor adaptação das crianças e adultos com
essa condição. Confira abaixo um pouco sobre cada uma delas:

Tecnologias assistivas (TA)

Utiliza atividades, equipamentos ou dispositivos que possibilitam a participação de


pessoas com deficiência ou de mobilidade reduzida, proporcionando sua autonomia,
qualidade de vida e inclusão social.

Essa terminologia visa identificar a imensidão de recursos e serviços que possibilitam a


ampliação das habilidades funcionais das pessoas com deficiência, promovendo sua
inclusão.

TA para deficiências auditivas


Um dos recursos disponibilizados para pessoas com surdez é a janela de interpretação
de língua dos sinais.

A legendagem para essas pessoas tem como objetivo tradução de falas em produção
audiovisual, em forma de texto escrito e em sinais em uma mesma língua.

Um exemplo é o sistema utilizado pela Justiça Eleitoral, a Rybená, que consegue


converter páginas da interne, para Libras ou Voz, possibilitando que pessoas com baixa
visão e analfabetos funcionais tenham acesso ao conteúdo.

TA para deficiências visuais

O leitor de tela é outro tipo de tecnologia assistiva que fornece informações por voz dos
elementos exibidos no computador. Para navegar utilizando esse software, é necessário
uso dos comandos pelo teclado. Algumas dessas ferramentas são:

 JAWS (Job Acess With Speech);


 NVDA (Non Visual Desktop Acess);
 OSCA;
 TalkBack;
 VoiceOver;
 DOSVOX.

TA para surdocegueira

Essa condição demanda um atendimento diferenciado na comunicação, informação e


mobilidade, pois necessita comunicar-se por meio da língua de sinais táteis. Um
exemplo é o método Tadoma, que corresponde ao toque do polegar no lábio do(a)
interlocutor(a) e mantém os outros dedos na mandíbula, bochecha e garganta,
facilitando o entendimento do que está sendo dito.

Por fim, o acompanhamento para essa condição envolve o terapeuta ocupacional,


psicólogo(a) e fisioterapeuta com o intuito de proporcionar qualidade de vida para o(a)
paciente e mais autonomia em sua rotina.

A deficiência sensorial é um deficit nos órgãos dos sentidos que influenciam no fluxo
normal de vida da pessoa.

Para mais informações sobre saúde, continue acompanhando as redes sociais e o site do
Minuto Saudável!
Referências

 A Experiência Perceptiva é o Solo do Conhecimento de Pessoas com e sem


Deficiências Sensoriais — Psicologia em Estudo;
 Pesquisas Sobre Surdocegueira e Deficiências Sensoriais Múltiplas — Pepsic;
 Deficiência Sensorial: Apostila — Faculdade IDAAM;
 Tecnologias Assistivas no Processo de Escolarização de Alunos com Deficiência
Sensorial — Educação e Fronteiras On-Line;

Dificuldade de aprendizagem, por vezes referida como desordem de


aprendizagem ou transtorno de aprendizagem, é um tipo de desordem pela qual um
indivíduo apresenta dificuldades em aprender efetivamente. A desordem afeta a
capacidade do cérebro em receber e processar informação e pode tornar problemático
para um indivíduo o aprendizado tão rápido quanto o de outro, que não é afetado por
ela.
Características gerais

A expressão é usada para referir condições sócio-biológicas que afetam as capacidades


de aprendizado de indivíduos, em termos de aquisição, construção e desenvolvimento
das funções cognitivas, e abrange transtornos tão diferentes como incapacidade de
percepção, dano cerebral, disfunção cerebral
mínima (DCM), autismo, dislexia e afasia desenvolvimental. No campo da Educação, as
mais comuns são a dislexia, a disortografia e a discalculia.
Um indivíduo com dificuldades de aprendizagem não apresenta necessariamente baixo
ou alto QI: significa apenas que ele está trabalhando abaixo da sua capacidade devido a
um fator com dificuldade, em áreas como por exemplo o processamento visual ou
auditivo. As dificuldades de aprendizagem normalmente são identificadas na fase
de escolarização, por profissionais como psicólogos, através de avaliações específicas
de inteligência, conteúdos e processos de aprendizagem.
Embora a dificuldade de aprendizagem não seja indicativa do nível de inteligência, os
seus portadores têm dificuldades em desempenhar funções ou habilidades específicas,
ou em completar tarefas, caso entregues a si próprios ou se encarados de forma
convencional. Estes indivíduos não podem ser curados ou melhorados, uma vez que o
problema é crônico, ou seja, para toda a vida. Entretanto, com o apoio e intervenções
adequados[1], esses mesmos indivíduos podem ter sucesso escolar e continuar a
progredir em carreiras bem sucedidas, e mesmo de destaque, ao longo de suas vidas.
Em tempo, ainda pode se ressaltar que as chamadas dificuldades de aprendizagens
surgem devidos na maioria das vezes por situações sociais, ou seja, o meio em que
convive. A família é um canal para essa melhoria, pois, o professor que é um
especialista da área de ensinar pode realizar algumas interferências, porém o chamado
educador poderá ser qualquer cidadão, pois educar todos tem essa capacidade, e
professor é uma profissão.
Ainda que o termo dificuldades de aprendizagem tenham se tornado foco de pesquisas
mais intensas nos últimos anos, no entanto, elas ainda são pouco entendidas pelo
público em geral.
As informações sobre dificuldades de aprendizagem têm tido uma penetração tão lenta
que os enganos são abundantes até mesmo entre professores e outros profissionais da
educação. Não é difícil entender a confusão. Para começo de conversa, o termo
dificuldades de aprendizagem refere-se não a um único distúrbio, mas a uma ampla
gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico.[2]"
Definições oficiais

O termo "dificuldade de aprendizagem" (no original em língua inglesa, "learning


disability") aparentemente foi usado pela primeira vez e definida por Kirk (1962, citado
em Streissguth, Bookstein, Sampson, & Barr, 1993, p. 144). O autor referia-se a uma
aparente discrepância entre a capacidade da criança em aprender e o seu nível de
realização. Nos Estados Unidos uma análise das classificações de Dificuldades de
Aprendizagem em 49 dos 50 estados revelou que 28 dos estados incluíram critérios de
discrepância de QI/realização em suas diretrizes para Dificuldades de Aprendizagem
(Ibid., citando Frankenberger & Harper, 1987). No entanto, o Joint National Committee
for Learning Disabilities (NJCLD) (1981; 1985) preferiu uma definição ligeiramente
diferente:
"Dificuldades de Aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo
heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na
aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades
matemáticas. Esses transtornos são intrínsecos ao indivíduo e presume-se que
devido à disfunção do Sistema Nervoso Central. Apesar de que uma dificuldade
de aprendizagem pode ocorrer concomitantemente com outras condições
incapacitantes (por exemplo, deficiência sensorial, retardo mental, distúrbio
social e emocional) ou influências ambientais (por exemplo, diferenças culturais,
instrução insuficiente/inadequada, fatores psicogênicos), não é o resultado direto
dessas condições ou influências.
Ainda nos Estados Unidos, o "Individuals with Disabilities Education Act" (Lei de
Educação das Pessoas Portadoras de Deficiência) define uma dificuldade de
aprendizagem da seguinte forma:
"(...) [um] transtorno em um ou mais dos processos psicológicos básicos
envolvidos na compreensão ou na utilização de linguagem falada ou escrita,
que pode manifestar-se em uma habilidade imperfeita para ouvir, pensar, falar,
ler, escrever, soletrar, ou fazer cálculos matemáticos (...). Dificuldades de
Aprendizagem incluem condições como deficiências perceptivas, lesão cerebral,
disfunção cerebral mínima, dislexia e afasia de desenvolvimento."
Distinção de outras condições

Indivíduos com um QI abaixo de 70 são geralmente caracterizados como


portadores de retardo mental, deficiência mental ou dificuldades cognitivas e
não são compreendidos na maioria das definições sobre dificuldades de
aprendizagem, uma vez que neles essas dificuldades estão ligadas diretamente
ao seu baixo QI. Em contraste, indivíduos que apresentam dificuldades de
aprendizagem têm potencial de aprendizagem tanto quanto outros indivíduos de
inteligência mediana, mas muitas vezes são impedidos de alcançar esse
potencial.
Na Grã-Bretanha a expressão "dificuldades de aprendizagem" é frequentemente
e de maneira confusa usada como sinónimo de "retardo mental" devido ao
estigma social ligado ao último termo. Entretanto, isto não é reconhecido
internacionalmente, e o termo correto para indivíduos com QI abaixo de 70
continua a ser retardamento mental.
O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é frequentemente
estudado em conexão com as dificuldades de aprendizagem, mas atualmente
não está compreendido nas definições padrão de dificuldades de aprendizagem.
É verdade que indivíduos com TDAH debatem-se com a aprendizagem, mas
com frequência podem aprender adequadamente, uma vez que estejam
adequadamente tratados/medicados. Uma pessoa pode ter TDAH mas não
possuir dificuldades de aprendizagem, ou ter dificuldades de aprendizagem mas
não apresentar TDAH. As concepções de infância, de desenvolvimento do
psiquismo e de aprendizagem, com ênfase no aspecto biológico e inato, levam
os professores a recorrerem aos serviços de saúde para buscar diagnósticos
médicos e medicamentos que controlam o comportamento discente por meio de
remédios, mas sem tentar compreender “[…] as tramas sociais que corrompem e
desumanizam a infância” (Luengo, 2010, p. 58). [3]
Também é comum a confusão entre dificuldades de aprendizagem e
as necessidades educativas especiais assim como com a inadaptação por déficit
socioambiental. De modo geral, a criança com dificuldades de aprendizagem:

 apresenta uma linha desigual em seu desenvolvimento;


 as suas dificuldades de aprendizagem não são causadas
por pobreza ambiental;
 as suas dificuldades de aprendizagem não são causadas por atraso mental ou
transtornos emocionais.
Dessa forma, só é procedente referir dificuldades de aprendizagem em relação a
crianças que:

 Apresentam um quociente intelectual normal, muito próximo da


normalidade ou mesmo superior;
 Possuem ambiente sóciofamiliar normal;
 Não apresentam deficiências sensoriais e nem afecções neurológicas
significativas;
 O seu rendimento escolar é manifesto e reiteradamente insatisfatório.
Tipos de dificuldades de aprendizagem
Áreas de percepção envolvidas
Dificuldades de aprendizagem envolvem muitas áreas de percepção, entre as
quais:

 discriminação visual ou auditiva;


o percepção das diferenças em ambos as vistas ou ouvidos;
 impedimento visual ou auditivo;
o preenchimento da falta de peças de imagens ou sons;
 discriminação figura-fundo visual ou auditiva;
o focalização de um objeto, ignorando os seus antecedentes;
 memória visual ou auditiva, nem a curto nem a longo prazo;
 sequenciamento visual ou auditivo;
o colocação do que é visto ou ouvido na ordem certa;
 associação e compreensão auditiva;
o relacionamento do que é ouvido a outras coisas, incluindo definições de
palavras e significados de sentenças;
 percepção espacial;
o lateralidade (acima e abaixo, entre, dentro e fora) e posicionamento no
espaço;
 percepção temporal;
o intervalos de tempo de processamento da ordem de milissegundos,
fundamental para o desenvolvimento da fala de transformação;
 incapacidade de Aprendizado Não-Verbal ("Nonverbal Learning
Disability");
o processamento de sinais não-verbais em interações sociais.
Terminologia e classificação
São empregados vários termos para descrever dificuldades de aprendizagem em
particular. Um indivíduo pode apresentar uma ou mais de uma. Algumas delas
são (os códigos apresentados são CID-10 e DSM-IV, respectivamente):

 (F80.0-F80.2/315.31) Disfasia/Afasia - Distúrbios de fala e linguagem


o dificuldade em produzir sons da fala (distúrbio da articulação)
o dificuldade em colocar as suas ideias em forma oral (desordem
expressiva)
o dificuldade em perceber ou entender o que as outras pessoas dizem
(transtorno receptivo)
 (F81.0/315.02) Dislexia - termo geral para uma deficiência na área da
leitura.
o dificuldade em mapeamento fonético, onde doentes têm dificuldade em
correspondência com várias representações ortográficas para sons
específicos
o dificuldade com orientação espacial, que é estereotipado na confusão
das letras b e d, assim como outros pares. Na sua forma mais
grave, b, d, p e q, todos distinguidos principalmente pela orientação à
mão, aparência idêntica à do disléxico
o dificuldade com a ordenação sequencial, de tal forma que uma pessoa
pode ver uma combinação de letras, mas não percebê-las na ordem
correta
 (F81.1/315.2) Disgrafia - o termo geral para uma deficiência na área da
escrita física. É geralmente associada à dificuldade de integração visual-
motora e habilidades motoras finas.
 (F81.2-3/315.1) Discalculia - o termo geral para uma deficiência na área da
Matemática.
Uma forma aceita de se referir a estes indivíduos como "especiais" é devido às
suas circunstâncias especiais.
Hoje em dia é considerado como insensível e rude ridicularizar ou fazer troça de
alguém portador de uma deficiência.
Possíveis causas

Várias teorias tem sido formuladas para explicar a causa ou as causas das
dificuldades de aprendizagem. Elas são concebidas de modo a envolver
o cérebro de alguma forma. As causas mais comuns apontadas são:

 defeitos ou erros na estrutura do cérebro;


 abuso de drogas;
 má nutrição;
 herança genética dos pais;
 falta de envolvimento dos pais durante as fases de desenvolvimento precoce
do bebê;
 falta de comunicação entre as várias partes do cérebro;
 quantidades incorretas de vários neurotransmissores, ou problemas no uso
dos mesmos por parte do cérebro;
o problemas comuns com os neurotransmissores incluem níveis
insuficientes de dopamina, regulagem inadequada de serotonina e
recaptação excessiva da dopamina, onde neurônios emissores de
dopamina reabsorvem-na em quantidade demasiada após liberá-la para
se comunicar com outros neurônios (também implicado nos quadros
de depressão clínica).
 doenças meningocócicas principalmente meningite do tipo
bacteriano que afeta toda a estrutura cerebral (regiões frontais e
laterais) comprometendo de forma significativa o aprendizado,
sendo esta um déficit adquirido e não biológico, portanto não
hereditário, afirmações estas explicitadas devido a dificuldade de
aprendizagem não ser tão comum quando de origem cerebral, e não
meramente ambiental.
Tratamento

Dificuldades de aprendizagem podem ser tratadas com uma variedade


de métodos, mas geralmente são consideradas como desordens vitalícias.
Alguns (ajustes, equipamentos e auxiliares) são projetados para acomodar ou
ajudar a compensar a deficiência, enquanto outros (educação especial)
destinam-se a fazer melhorias nas áreas fracas. O psicopedagogo Reuven
Feuerstein, autor da Teoria da modificabilidade cognitiva estrutural, afirma que
a inteligência pode ser "expandida". Segundo ele, qualquer pessoa,
independente de sua idade e mesmo que seja considerada inapta, pode
desenvolver sua inteligência e adquirir a capacidade de aprender.[4]
Os tratamentos incluem:

 ajustes na sala de aula:


o atribuições de lugares especiais;
o tarefas escolares alternativas ou modificadas;
o procedimentos de avaliação/testes modificados;
 equipamento especial:
o fonadores eletrônicos e dicionários;
o processadores de texto;
o calculadoras falantes;
o livros em fita;

 assistentes de sala de aula:


o tomadores de nota;
o leitores;
o Corretores;

 educação especial:
o horários prescritos em uma classe especial;
o colocação em uma classe especial;
o matrícula em uma escola especial para a aprendizagem dos alunos com
deficiência.
Ver também

 Deficiência
 Educação inclusiva
 Fenilcetonúria
 Inibição cognitiva
 Modalidades de aprendizagem
Notas e referências

1. ↑ Como recursos de adequação ambiental, por exemplo.


2. ↑ SMITH, C; STRICK, L (2012). Dificuldades de aprendizagem de A-Z:
guia completo para educadores e pais. Porto Alegre: Penso. 15 páginas
3. ↑ Szymanski, Maria Lidia Sica; Teixeira, Andrise (23 de fevereiro de
2022). «Quando a queixa é Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade». Linhas Críticas: e40200–e40200. ISSN 1981-
0431. doi:10.26512/lc28202240200. Consultado em 26 de agosto de
2022 soft hyphen character character in |jornal= at position 11 (ajuda)
4. ↑ Scribd - Os milagres do Dr.
Feuerstein. Revista Seleções, Abril de 2002, pág.95. Acessado em
28/02/2013.

Disortografia: O que é e como resolver este problema


A vida escolar geralmente é um grande desafio para muitos alunos que todos os dias
têm de assimilar novos conhecimentos. Contudo, para uma parcela destes estudantes, as
dificuldades são ainda maiores, especialmente para aqueles que sofrem de disortografia.
Existem inúmeros transtornos de aprendizagem que podem dificultar seriamente a vida
escolar das crianças. Atualmente já se verifica uma ação mais eficaz quando surgem
este tipo de problemas.
Um dos transtornos é a disortografia e mais à frente vamos explicar o que é, como
identificar e quais são os tratamentos.

Disortografia: Conheça as causas, sintomas e tratamentos


Podemos definir esta patologia como uma deficiência que afeta as habilidades de escrita
de um indivíduo. Como resultado, quem sofre deste transtorno apresenta dificuldades ou
incapacidade de estruturar, produzir e organizar os textos que escreve.
Geralmente é identificada ao perceber que a estrutura textual da criança é muito precária
para o nível escolar em que se encontra. Isso fica bastante evidente com o uso de um
vocabulário curto e pobre.
Além disso, há uma elevada quantidade de erros ortográficos na elaboração de textos.
Ao perceber estes sinais na criança, é importante estar atento pois pode ser um indício
deste transtorno.

Quais são as causas?


É importante saber que a disortografia, grande parte das vezes, está acompanhada pela
dislexia, podem até ser confundidas pela semelhança de sintomas. Nestes casos, o
transtorno é uma das consequências da dislexia.
Entretanto, existem casos em que se manifesta devido a influências externas.
Nomeadamente um processo de aprendizagem inadequado nas fases iniciais de leitura e
escrita.
Quando a educação é comprometida neste estágio, pode resultar em dificuldades e
insegurança para que a criança consiga se expressar através da escrita.
A má aprendizagem das normas gramaticais induz a erros ortográficos. Já que existe
uma lacuna no entendimento gramatical da língua, torna-se muito trabalhoso inserir
esses conhecimentos posteriormente.

Como identificar a disortografia?


Para detetar é preciso estar atento ao processo de escrita da criança e observar como
constrói a estrutura textual. Alguns sinais que podem evidenciar o transtorno são:

 Dificuldade em organizar parágrafos: Os textos da criança são


desorganizados e até desagradáveis visualmente
 Falta de clareza nas ideias: Apresenta muita dificuldade em elaborar um texto
coerente e com ideias claras
 Muitos erros gramaticais: As palavras podem ser escritas de forma errada, com
letras a mais ou em falta, além do uso incorreto da pontuação
 Má estruturação: A estruturação do texto também pode ser confusa, com
parágrafos fora da linha, letras maiores e espaçamento inadequado

Como é feito o diagnóstico?


Caso os pais ou professores detetem estas características na produção de textos da
criança, então ela deverá passar por uma avaliação. A avaliação pode ser feita por um
psicólogo, psicopedagogo ou neuropsicólogo.
Para que o diagnóstico seja preciso, deve ser feito após 2 anos de estímulos na leitura e
escrita da criança. Este é o tempo necessário para observar se a dificuldade é resultado
da metodologia de ensino ou se realmente deriva do transtorno.

Como tratar a disortografia?


É muito importante que os pais e professores deem atenção especial à criança com esta
dificuldade. Uma vez que o transtorno pode afetar diretamente a sua autoestima.
As consequências refletem-se no crescente desinteresse em aprender e, principalmente,
de se expressar na escrita.
Por isso, o tratamento foca-se na reeducação de cada competência fonológica da criança
com dificuldade em aprender. Além disso, aperfeiçoa a perceção visual-espacial da
criança, focando-se também no processamento fonológico.
Tudo isso é feito em sessões de terapia, onde a criança recebe estímulos multissensoriais
de forma a desbloquear a inibição quanto à escrita. O terapeuta, juntamente com pais e
professores, é essencial nesta jornada.
Procure sempre a ajuda de um profissional para direcionar a aprendizagem da criança e
ajudar a derrubar esta barreira chamada de disortografia.

Deficiência intelectual é considerada um distúrbio do desenvolvimento neurológico.


Distúrbios de neurodesenvolvimento são condições neurológicas que aparecem
precocemente na infância, geralmente antes da idade escolar, e prejudicam o
desenvolvimento do funcionamento pessoal, social, acadêmico e/ou profissional.
Normalmente envolvem dificuldades na aquisição, retenção ou aplicação de habilidades
ou conjuntos de informações específicas. Transtornos no desenvolvimento neurológico
podem envolver disfunções em um ou mais dos seguintes: atenção, memória, percepção,
linguagem, resolução de problemas ou interação social. Outros distúrbio do
desenvolvimento neurológico comuns incluem deficit de
atenção/hiperatividade, distúrbios do espectro do autismo e distúrbios de
aprendizagem (p. ex., dislexia).

Deficiência intelectual deve envolver o início precoce na infância de deficits em ambos


dos seguintes:

 Função intelectual (p. ex., de raciocínio, planejamento e resolução de problemas,


pensamento abstrato, aprendizagem na escola ou com a experiência)
 Função adaptativa (isto é, capacidade de atender os padrões apropriados à idade e
condição sociocultural para o funcionamento independente nas atividades de vida
diária)

Basear a gravidade apenas com o quociente de inteligência (QI) (p. ex., leve de 52 a 70
ou 75; moderado de 36 a 51; grave de 20 a 35 e profundo < 20) é considerado
inadequado. A classificação deve também levar em conta o nível de suporte necessário
para todas as atividades, variando de intermitente para elevado. Essa abordagem
focaliza os pontos fortes e as necessidades de uma pessoa, relacionando-os às
exigências do ambiente da pessoa, expectativas e atitudes da família e comunidade.

Cerca de 3% da população têm QI < 70, o que corresponde a pelo menos 2 desvios
padrão abaixo da média de QI na população geralmente (QI de 100); se a necessidade
de suporte é considerada, apenas cerca de 1% da população tem deficiência intelectual
grave. A deficiência intelectual grave ocorre em famílias de todos os grupos
socioeconômicos e níveis de educação. Deficiência intelectual menos grave (exigindo
apoio intermitente ou limitado) ocorre mais frequentemente em grupos de nível
socioeconômico mais baixo, correspondendo com as observações de que o QI se
correlaciona melhor com o sucesso escolar e status socioeconômico do que com fatores
orgânicos específicos. Contudo, estudos recentes sugerem que fatores genéticos
desempenham papel nas inabilidades cognitivas mais leves.
Etiologia da deficiência intelectual

A inteligência é determinada por fatores genéticos e ambientais. Crianças nascidas de


pais com deficiência intelectual têm risco aumentado para o desenvolvimento de
inabilidades, mas uma clara transmissão genética de deficiência intelectual não é usual.
Embora os avanços na genética, como análise cromossômica por microarranjo e o
sequenciamento de todo o genoma das regiões codificadoras (exoma), tenham
aumentado a probabilidade de identificar a causa da deficiência intelectual, uma causa
dessa deficiência em uma pessoa específica frequentemente não pode ser identificada.
Os casos graves têm maior probabilidade de se chegar a uma causa. Deficiências de
linguagem e de habilidades individuais/sociais também podem ser decorrentes de
problemas emocionais, privação ambiental, distúrbios de aprendizagem ou surdez em
vez de deficiência intelectual.

Fatores pré-natais

Numerosas anomalias cromossômicas e disfunções metabólicas genéticas neurológicas


podem causar deficiência intelectual ( see table Algumas causas cromossômicas e
genéticas da deficiência intelectual*).

Infecções congênitas que podem causar deficiência intelectual incluem rubeola e


aquelas por citomegalovírus, Toxoplasma gondii, Treponema pallidum, vírus da herpes
simples ou HIV. Infecção pré-natal pelo zika vírus causa microcefalia congênita e
deficiência intelectual grave associada.

Fármacos pré-natais e exposição a toxinas podem causar deficiência intelectual. A mais


comum dessas situações é a síndrome fetal do alcoolismo. Outros agentes são os
anticonvulsivantes como a fenitoína ou valproato, fármacos quimioterápicos, exposição
à radiação, ao chumbo e metilmercúrio.

A desnutrição grave durante a gestação pode afetar o desenvolvimento cerebral, levando


à deficiência intelectual.

Fatores perinatais

Complicações relacionadas à prematuridade, sangramento do sistema nervoso central,


leucomalácia periventricular, parto em posição pélvica ou com uso alto de
fórceps, gestação múltipla, placenta prévia, pré-eclâmpsia e asfixia perinatal aumentam
o risco de deficiência intelectual. O risco é maior para idade gestacional; deficiência
intelectual e baixo peso compartilham causas semelhantes. Os lactentes com peso baixo
ou extremamente baixo ao nascimento aumentam as probabilidades de apresentar
deficiência intelectual, dependendo da idade gestacional, eventos perinatais e qualidade
dos cuidados.

Fatores pós-natais
A desnutrição e a privação ambiental (falta de apoio físico, emocional e cognitivo
necessários para o crescimento, desenvolvimento e adaptação social), durante o período
do lactente e infância precoce, podem ser as causas mais comuns de deficiência
intelectual em todo o mundo. Podem também ocasionar incapacidade intelectual
situações como encefalites virais e bacterianas (incluindo neuroencefalopatia associado
à aids), meningite (p. ex. infecções pneumocócicas, infecção por Haemophilus
influenzae) intoxicação (p. ex., chumbo, mercúrio), desnutrição grave e acidentes que
causam lesões encefálicas graves ou asfixia.

TABELA
Algumas causas cromossômicas e genéticas da deficiência
i ntelectual*

Sinais e sintomas da incapacidade intelectual

As principais manifestações da deficiência intelectual são

 Aquisição lenta de novos conhecimentos e habilidades


 Comportamento imaturo
 Habilidades limitadas de autocuidados

Algumas crianças com deficiência intelectual leve podem não apresentar sintomas
aparentes até a idade pré-escolar. Entretanto, a identificação precoce é comum naquelas
com formas moderadas ou graves de deficiência intelectual e quando acompanhadas por
anormalidades físicas ou sinais (p. ex., de paralisia cerebral), que podem estar
associados a uma causa particular da deficiência intelectual (p. ex., asfixia perinatal). Na
idade pré-escolar, o atraso de desenvolvimento torna-se aparente, muitas vezes
manifestando-se mais como um atraso na comunicação do que nas habilidades motoras.
Entre as crianças maiores, as características marcantes são QI baixo combinado com
limitações nas habilidades comportamentais adaptativas (p. ex., comunicação,
autodireção, habilidades sociais, autocuidado, uso dos recursos comunitários,
manutenção da segurança pessoal). Embora os padrões de desenvolvimento possam
variar, é muito mais comum a criança com deficiência intelectual apresentar progresso
lento em vez de uma parada de desenvolvimento.

Os transtornos comportamentais são a razão para a maioria dos encaminhamentos


psiquiátricos e internação em instituições para pessoas com deficiência intelectual. Os
problemas de comportamento são geralmente ligados a situações, podendo ser
encontrados os fatores desencadeantes. Fatores que predispõem a atitudes inaceitáveis
incluem

 Falta de treinamento em comportamentos aceitáveis socialmente


 Definição de limite inconsistente
 Reforço de condutas imperfeitas
 Deficiente habilidade de comunicação
 Desconforto pela coexistência de problemas físicos e distúrbios de saúde mental como
de-pressão e ansiedade

Nos quadros institucionais (agora incomum nos Estados Unidos), a superpopulação, a


falta de pessoal e a falta de atividades contribuem tanto para os desafios
comportamentais como para o progresso funcional limitado. Evitar a colocação a longo
prazo em ambientes amplos de cuidados congregados é extremamente importante para
maximizar o sucesso do indivíduo.

Distúrbios comórbidos

Distúrbios comórbidos são comuns, particularmente deficit de atenção/hiperatividade,


transtornos do humor (depressão, transtorno bipolar), distúrbios do espectro do
autismo, transtorno de ansiedade e outros.

Algumas crianças podem ter comprometimento motor ou sensorial comórbido


como paralisia cerebral ou outros deficits motores, atraso na linguagem ou perda da
audição. Estas falências motoras ou sensoriais podem mimetizar deficiências cognitivas,
mas elas, por si só, não são as causas. Com a maturidade, algumas crianças podem
desenvolver ansiedade ou depressão se forem rejeitadas socialmente por outras crianças
ou se forem perturbadas pela percepção de que os outros as vêm diferentes e deficientes.
Condutas adequadas, inclusive programas escolares, podem ajudar a maximizar a
integração social, minimizando tais respostas emocionais.

Diagnóstico da deficiência intelectual

 Teste pré-natal
 Avaliação do desenvolvimento e da inteligência
 Exames de imagem do sistema nervoso central
 Exame genético

Pode-se fazer exames pré-natais para determinar se o feto tem anormalidades, incluindo
doenças genéticas, que predispõem à deficiência intelectual.

Desde o nascimento, avalia-se rotineiramente o crescimento e desenvolvimento,


incluindo a capacidade cognitiva, em consultas de crianças saudáveis. Em caso de
suspeita de deficiência intelectual, deve-se avaliar o desenvolvimento e a inteligência
detalhadamente, geralmente com intervenção precoce ou ajuda da equipe escolar.

Estabelecido o diagnóstico de deficiência intelectual, deve-se tentar identificar sua


causa, frequentemente incluindo exames de imagem, genéticos e metabólicos do sistema
nervoso central (SNC). A determinação da causa pode indicar prognósticos, planos
educacionais, programas de treinamento, ajuda no aconselhamento genético e alívio do
sentimento de culpa dos pais.
Teste pré-natal

O aconselhamento genético pode ajudar casais de alto risco a entender os possíveis


riscos. Se uma criança tem deficiência intelectual, a avaliação etiológica pode ajudar a
família com informações apropriadas sobre riscos para as futuras gestaçãoes.

Teste pré-natal pode ser feito em casais de alto risco que optam por ter filhos. Testes
pré-natais permitem aos casais considerar a possibilidade de interrupção da gestação e
planejamento familiar subsequente. Os exames incluem

 Amniocentese ou amostras das vilosidades coriônicas


 Rastreamento quádruplo
 Ultrassonografia
 Alfa-fetoproteína no soro materno
 Triagem pré-natal não invasiva

Amniocentese ou biópsia da vilosidade coriônica podem apontar distúrbios metabólicos


e cromossômicos hereditários, alterações cromossômicas, status de portador e
malformações do sistema nervoso central (p. ex., defeitos do tubo neural, anencefalia).
Pode-se considerar a realização destes exames em todas as gestantes > 35 anos (devido
ao risco aumentado de síndrome de Down) e nas gestantes com história familiar de
distúrbios metabólicos hereditários.

O rastreamento quádruplo (isto é, medição dos níveis maternos de beta-hCG, estriol


não conjugado, alfafetoproteína e inibina A) é recomendada para a maioria das
gestantes para avaliar o risco de síndrome de Down, trissomia do 18, espinha bífida ou
defeitos da parede abdominal.

A ultrassonografia pode identificar defeitos do sistema nervoso central (defeitos do tubo


neural, anencefalia).

A avaliação da alfa-fetoproteína no soro materno pode ajudar no diagnóstico de defeitos


do tubo neural, síndrome de Down e outras anormalidades.

Pode-se utilizar métodos da triagem pré-natal não invasiva (TPNI) para identificar
anormalidades cromossômicas numéricas e eles têm sido utilizados para identificar
algumas síndromes de microdeleção maiores, como a deleção 22q11.

Avaliação do desenvolvimento e da inteligência

Testes de inteligência padronizados podem quantificar capacidades intelectuais abaixo


da média, mas estão sujeitos a erros, e os resultados devem ser questionados quando não
correspondem aos achados clínicos; enfermidades, distúrbios motores ou sensoriais,
barreiras de linguagem e/ou diferenças culturais podem dificultar o desempenho da
criança no teste. Estes testes ainda têm uma tendência para a classe média, mas são
razoavelmente aceitáveis para avaliação da habilidade intelectual, particularmente das
crianças maiores.

Os testes de triagem de desenvolvimento, como Ages and Stages Questionnaire (ASQ)


ou Parents, Evaluation of Developmental Status (PEDS), fornecem uma avaliação
grosseira do desenvolvimento das crianças e podem ser aplicados por um médico ou
outros profissionais. Tais medidas devem ser utilizadas apenas como triagem, e não
como substitutos dos testes de inteligência padronizados que devem ser aplicados por
psicólogos qualificados. A avaliação do desenvolvimento neural deve ser iniciada tão
logo seja feita a suspeita de retardo do desenvolvimento.

Pediatras especializados em desenvolvimento ou neuropediatras devem investigar todos


os casos de

 Retardo de desenvolvimento moderado ou grave


 Incapacidades progressivas
 Deterioração neuromuscular
 Suspeita de distúrbios convulsivos

Diagnóstico da causa

As causas podem ser identificadas com base nos dados de história (perinatal,
desenvolvimento, neurológica e familiar). (Ver também the 2011 evidence report on
genetic and metabolic testing on children with global developmental delay from the
American Academy of Neurology and the Practice Committee of the Child Neurology
Society.)

Imagens cranianas (p. ex., RM) podem mostrar malformações do sistema nervoso
central (como as verificadas nas neurodermatoses como as neurofibromatoses ou
esclerose tuberosa), hidrocefalia tratável ou malformações cerebrais mais graves como a
esquizencefalia.

Exames genéticos podem ajudar a identificar distúrbios:

 Cariotipagem padrão mostra síndrome de Down (trissomia 21) e outros distúrbios de


números cromossômicos.
 A análise de microarranjo cromossômico identifica variantes no número de cópias como
pode ser encontrado na deleção 5p (síndrome do 5p menos ou síndrome do miado do
gato) ou síndrome de DiGeorge (deleção cromossômica 22q).
 Estudos de DNA diretos identificam a síndrome do X frágil.

A análise cromossômica por microarranjo tornou-se a ferramenta de investigação


preferida; pode ser utilizada para identificar especificamente síndromes suspeitas e
também quando nenhuma síndrome específica é suspeita. Ela oferece oportunidades
para identificar perturbações cromossômicas de outra forma não reconhecidas, mas
exige a aplicação de testes nos pais para interpretar achados positivos. O
sequenciamento de todo o genoma das regiões de codificação (sequenciamento de todo
o exoma) é um método mais recente e mais detalhado que pode revelar causas
adicionais da deficiência intelectual.

Manifestações clínicas (p. ex., má evolução ponderal, letargia, vômitos, convulsões,


hipotonia, hepatoesplenomegalia, aspecto facial grosseiro, odor urinário anormal,
macroglossia) podem sugerir doença metabólica genética. Retardos isolados, como
sentar, andar (habilidades motoras amplas), movimento de pinça, desenho, escrita
(habilidades motoras finas), podem indicar disfunções neuromusculares.

Dependendo da suspeita diagnóstica, podem-se realizar exames laboratoriais específicos


( see table Exames para algumas causas de incapacidade intelectual). A acuidade visual
e auditiva deve ser avaliada desde muito cedo e, também, a triagem para intoxicação por
chumbo deve ser lembrada.

TABELA
E xames para algumas causas de incapacidade intelectual

Prognóstico para deficiência intelectual

Muitas pessoas com deficiência intelectual leve ou moderado podem cuidar-se e viver
de forma independente e serem bem-sucedidas no trabalho que requer apenas aptidões
intelectuais básicas.

A expectativa de vida pode ser curta, dependendo da etiologia, mas os cuidados de


saúde estão melhorando os resultados a longo prazo para pessoas com todo tipo de
distúrbio do desenvolvimento. É mais provável que pessoas com deficiência intelectual
grave precisem de suporte durante toda a vida. Quanto mais grave for o retardo e quanto
maior a imobilidade, maior será a taxa de mortalidade.

Tratamento da deficiência intelectual

 Programa de intervenção precoce


 Apoio de uma equipe multiprofissional

O tratamento e as necessidades de apoio dependem da possibilidade social e da função


cognitiva. Um programa de intervenção precoce na infância pode prevenir ou diminuir a
gravidade da disfunção oriunda de um agravo perinatal. Devem ser organizados
métodos de atenção para a criança.

São importantes o apoio familiar e o aconselhamento. No momento em que a


deficiência intelectual é confirmada ou fortemente suspeita, os pais devem ser
informados e deve-se oferecer bastante tempo para discussão das causas, efeitos,
prognóstico, educação, treinamento da criança e a importância de contrabalançar riscos
prognósticos conhecidos contra previsões negativas de diminutas expectativas que
levam mais tarde a maus resultados funcionais. O aconselhamento sensível e persistente
é essencial para a adaptação da família. Se o médico da família não puder coordenar e
aconselhar, a criança e a família devem ser encaminhadas para um centro com equipe
multiprofissional que avalia e atende crianças com deficiência intelectual, porém, o
médico da família deve manter os cuidados clínicos.

Um programa individualizado e compreensível é desenvolvido com a ajuda de


especialistas e educadores.

Uma equipe multidisciplinar inclui

 Neurologistas ou pediatras especializados em desenvolvimento e comportamento


 Ortopedistas
 Fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais (devem atender nas comorbidades das
crianças com deficits motores)
 Fonoaudiólogos e audiologistas ajudam no atraso da linguagem ou nas perdas auditivas
 Nutricionistas (podem ajudar no tratamento da desnutrição)
 Assistente social (que podem ajudar a reduzir a privação ambiental e identificar
características chave)
 Psicólogos (que supervisionam o planejamento de intervenções comportamentais)

Crianças com distúrbios de saúde mental concomitantes, como depressão, podem


receber medicação psicoativa apropriada em doses semelhantes às utilizadas em
crianças sem deficiência intelectual. O uso de um fármaco psicoativo sem terapia
comportamental e mudanças ambientais é raramente útil.

Todo esforço deve ser feito para que a criança more na casa ou em residência da base
comunitária. Em geral, é melhor para a criança viver em casa com a família do que
viver em locais alternativos, a menos que dificuldades de comportamento graves exijam
um nível de supervisão mais alto do que a família é capaz de fornecer. A família pode
ser beneficiada com o suporte psicológico e ajuda de uma creche para os cuidados
diários, auxiliar doméstico e serviços temporários. O ambiente deve encorajar
independência e reforçar o aprendizado de aptidões.

Sempre que possível, uma criança com deficiência intelectual deve frequentar uma
creche ou escola ao lado de crianças sem incapacidade intelectual. A legislação
educativa especial primária norte-americana (IDEA) norte-americana (Individuals with
Disabilities Education Act (IDEA)) estipula que toda criança com inabilidades deve ter
oportunidades de educação apropriadas nos ambientes menos restritivos e mais
inclusivos. O Americans with Disability Act e a Section 504 of the Rehabilitation
Act também fornecem acomodações em escolas e outros ambientes públicos.

Adultos com deficiência intelectual devem receber apoio e local de trabalho. Grandes
instituições residenciais estão sendo substituídas por pequenos grupos de residências
individuais ou de suporte equipados para as necessidades e habilidades funcionais das
pessoas.

Prevenção da deficiência intelectual

Vacinas eliminaram todas, exceto a rubeola congênita e meningite pneumocócica e


por H. influenzae, como as causas da deficiência intelectual.

Síndrome alcoólica fetal é uma causa altamente comum e totalmente evitável de


deficiência intelectual. Como não se sabe qual o período da gestação em que o álcool é
mais prejudicial ao feto e se há um limite mínimo de uso do álcool que é completamente
seguro, a gestante deve ser advertida para evitar toda e qualquer ingestão de álcool.

A suplementação com folato (400 a 800 mcg por via oral uma vez ao dia) para
mulheres, 3 meses antes da concepção e durante o 1º trimestre da gestação, reduz o risco
de defeitos do tubo neural (ver Prevenção das anomalias neurológicas congênitas).

Melhoras contínuas, maior disponibilidade de cuidados obstétricos e neonatais e o uso


de transfusão de troca e imunoglobulina para Rho(D) a fim de prevenir a doença
hemolítica do recém-nascido reduziram a incidência da deficiência intelectual; a maior
sobrevida dos recém-nascidos com peso muito baixo ao nascer manteve a prevalência
constante.

Pontos-chave

 Deficiência intelectual envolve o desenvolvimento intelectual lento com


funcionamento intelectual abaixo da média, comportamento imaturo e habilidades
de autocuidado limitadas que em combinação são graves o suficiente para exigir
algum nível de suporte.
 Alguns fatores pré-natal, perinatal e pós-natal podem causar deficiência
intelectual, mas uma causa específica muitas vezes não pode ser identificada.
 Deficits de linguagem e habilidades pessoais e sociais podem ocorrer por causa de
problemas emocionais, privação ambiental, transtornos de aprendizagem ou
surdez, em vez de por causa de deficiência intelectual.
 Fazer a triagem utilizando testes como Ages and Stages Questionnaire (ASQ) ou
Parents, Evaluation of Developmental Status (PEDS) e referir-se a casos suspeitos
para testes de inteligência padronizados e avaliação do neurodesenvolvimento.
 Pesquisar causas específicas com exames de imagem do crânio, exames genéticos
(p. ex., análise cromossômica por microarranjo, sequenciamento do exoma) e
outros testes como clinicamente indicado.
 Fornecer um programa abrangente e individualizado (incluindo aconselhamento e
apoio familiar) utilizando uma equipe multidisciplinar.
A deficiência intelectual ou transtorno do desenvolvimento intelectual é uma
condição que tem como característica a inteligência abaixo da média. Mas, ainda hoje
há uma imagem errada de as pessoas que sofrem dessa condição são completamente
dependentes ou sem qualquer discernimento. Isso é muito negativo e cria uma imagem
cheia de preconceitos que só tornam ainda mais difíceis os desafios que essas pessoas
enfrentam.

Na verdade, a questão é bem mais complexa do que essa ideia errada sobre o que é
deficiência intelectual. Por isso, preparamos este post para você entender melhor e,
assim, aprender a lidar melhor com ele.

O que é deficiência intelectual?

É um distúrbio do neurodesenvolvimento. Ou seja, é um tipo de transtorno neurológico


que afeta a habilidade de interação social, comunicação, raciocínio lógico, entre outras.
Além disso, prejudica o aprendizado, a atenção, a memória e a linguagem da criança.

Por exemplo, uma criança que tem deficiência intelectual tem um nível cognitivo e
comportamental menor ao esperado para a idade. Por isso, muitas crianças e adultos
nessa condição são vistas como imaturas. Mas, a verdade é que esse problema
compromete e atrapalha a adaptação, tornando mais difícil fazer as coisas normais do
dia a dia.

Deficiência intelectual: desequilíbrio no cérebro

A deficiência intelectual é causada por um desequilíbrio no cérebro. Como resultado, as


conexões neurológicas não funcionam muito bem, perdendo funções intelectuais
importantes. Ou seja, isso resulta em um quociente de inteligência (QI) menor que a
média.

Mas é preciso lembrar que isso não afeta todos da mesma forma. Por isso, podemos
classificá-lo em 4 níveis diferentes: o nível leve, moderado, grave ou profundo. A
avaliação é feita de acordo com a função intelectual e adaptativa da pessoa.

Quais são os sintomas da deficiência intelectual?

Os sintomas geralmente são bem claros, mas nem sempre o diagnóstico vem cedo. Nos
casos leves, os primeiros sinais costumam ser notados somente na idade escolar. Já nos
casos moderados ou acima, às vezes é possível perceber os sinais nos primeiros anos de
vida. Separamos alguns dos principais sintomas para que você aprenda a identificar:

Atraso no desenvolvimento
Um dos principais sintomas é o atraso no desenvolvimento. Como essas crianças
aprendem de forma mais lenta, elas têm dificuldade para usar as palavras ou construir
frases. Além disso, existe um atraso também nas atividades do dia a dia, como se vestir,
comer, e nas habilidades adaptativas.

Anomalias

A deficiência intelectual pode vir acompanhada de anomalias. Ou seja, é possível


perceber algumas características físicas nessas pessoas. Nessa situação, logo no parto ou
pouco depois, já é possível perceber algumas particularidades. As mais comuns são, por
exemplo, cabeça grande ou pequena demais, peculiaridades faciais e deformidades dos
membros. Mas é importante saber que tais manifestações podem variar bastante de
criança para criança.

Doenças

Algumas crianças demonstram a deficiência intelectual através de doenças como


crescimento anormal, convulsões e distúrbios alimentares. Em níveis mais graves, o
desenvolvimento motor do bebê é lento ou não corresponde à expectativa para a idade.
Assim, isso pode atrapalhar ou impedir as ações típicas do primeiro ano de vida como
rolar, sentar-se ou ficar em pé.

Como identificar a deficiência intelectual?


Em geral, a deficiência intelectual é mais perceptível na idade pré-escolar ou quando as
crianças ingressam nas salas de aula. Com isso, é possível identificar sinais como:

 Atraso no desenvolvimento da linguagem. Isso prejudica a fala, o


reconhecimento das letras, a comunicação e a interação social (com os colegas e
com as professoras).
 Dificuldade no aprendizado, tanto em entender, como também na memória, em
reter o conhecimento e aplicá-lo. Pode se manifestar por incapacidade ou baixa
eficiência em resolver problemas ou concluir tarefas. A falta de interesse ou
pouca concentração nas atividades escolares também requerem atenção.
 Dificuldade de adaptação aos mais variados ambientes, que pode ocorrer tanto
em lugares novos, como familiares.
 Dependência ou pouca habilidade para realizar tarefas cotidianas.
 Evolução lenta ou insuficiente da coordenação motora.

Propensão a diagnóstico duplo e problemas comportamentais

A deficiência intelectual aumenta a propensão ao desenvolvimento de problemas


comportamentais. Indisciplina, agressividade, raiva, atitudes explosivas e impulsividade
podem acontecer devido à baixa capacidade cognitiva de autocontrole. Também é
comum que crianças com deficiência intelectual tenham outros distúrbios,
como ansiedade e depressão. Estudos explicam que a consciência de seu baixo nível
cognitivo, maus tratos e abusos são os principais fatores para a ocorrência desse
diagnóstico duplo.

Como tratar a deficiência intelectual?

O tratamento da deficiência intelectual varia muito de acordo com a função cognitiva do


paciente e suas necessidades. Mas, geralmente, os cuidados envolvem uma equipe
multidisciplinar, com acompanhamento médico e o trabalho de psicólogos,
fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Esse time é primordial para estimular o
desenvolvimento cognitivo dos pequenos, promover qualidade de vida e reduzir as
disfunções da criança.

Em alguns casos, é necessário ainda o apoio de neurologistas ou pediatras


especializados no assunto, ortopedistas e outras especialidades médicas. Pacientes com
deficiência intelectual podem precisar também de fisioterapia ou alternativas que
melhorem a coordenação motora. Os nutricionistas também podem auxiliar em
transtornos alimentares ou desnutrição.

Além de todo esse trabalho profissional, a criança com deficiência intelectual requer
ainda o suporte da família. Por isso, pode ser recomendado o apoio de uma assistente
social para aprender a lidar com as necessidades desse paciente. Além disso, a escola
também tem um papel fundamental. A inclusão desses meninos e meninas em escolas
comuns é indicada sempre que possível. O convívio com crianças diferentes estimula e
contribui positivamente no futuro delas.

Se tiver com dúvidas e quiser um aconselhamento especializado, agende uma sessão de


orientação com nossos especialistas. O Zenklub é a maior rede credenciada de
psicólogos online, onde você tem acesso a mais de 100 especialistas por vídeo-consulta.

Altas habilidades e superdotação: o que é, como identificar e trabalhar com esses


alunos

Quando falamos sobre educação inclusiva e necessidades educacionais especiais,


normalmente relacionamos à situação de crianças com deficiência ou distúrbios de
aprendizagem. No entanto, há outro público que se encaixa nesse aspecto: as crianças
com altas habilidades/superdotação.

A inclusão escolar prevê a todas o atendimento irrestrito, seja qual for o tipo de
distúrbio. Mas as altas habilidades muitas vezes podem demorar a ser identificadas, pois
a princípio a criança pode somente parecer muito inteligente. Com o passar do tempo e
de observação dos professores é que se poderá perceber que há algo mais naquela
personalidade.

As crianças com altas habilidades e superdotação (AH/SD), como todas as outras,


merecem receber uma educação adequada – que lhes dê a oportunidade de
desenvolverem-se integralmente.

O que são altas habilidades e superdotação?

Há bastante discussão a respeito desses conceitos. De maneira geral, eles são


compreendidos como a capacidade acima da média do aluno em uma ou mais áreas
específicas combinadas.
As crianças superdotadas e com altas habilidades são também definidas como aquelas
que demonstram uma habilidade ou potencial avançado em uma ou mais áreas
específicas quando comparadas a outras da mesma idade, experiência ou ambiente.

Elas tendem a se destacar em sua capacidade de pensar, raciocinar e julgar, tornando


necessário que recebam serviços educacionais especiais e apoio para conseguirem
desenvolver plenamente seu potencial e talentos.

Como identificar alunos com altas habilidades e superdotação?

Há alguns indícios que podem ser observados, embora apenas a sua presença seja
insuficiente para um diagnóstico.

As crianças superdotadas são, muitas vezes, aprendizes precoces que podem dominar as
habilidades de contagem, leitura e escrita desde bem cedo. Elas poderão ter um amplo
vocabulário, gramática avançada e habilidades comunicativas semelhantes aos adultos.

Cabe destacar que não há dois estudantes com esse perfil e que sejam exactamente
iguais. Alguns apresentarão alta habilidade em todos os aspectos, enquanto outros
apresentarão a sua superdotação concentrada em uma área específica — como
matemática, ciências ou artes. Portanto, eles tendem a ser estudantes autodidatas que
podem aprender novas habilidades sob orientações próprias e que estão sempre curiosos
para saber mais sobre o mundo ao seu redor.

Ainda, o aluno com altas habilidades e superdotados pode ter uma memória muito boa
para factos e habilidades de raciocínio bastante desenvolvidas, o que, muitas vezes, o
leva a ser um pensador crítico.

Como é o diagnóstico para altas habilidades e superdotação?

Quando a superdotação e as altas habilidades são nutridas e apoiadas em casa e na


escola, os alunos podem progredir rapidamente e vencer os desafios exclusivos de sua
situação com mais facilidade. Por isso, o diagnóstico é tão importante.

Existem várias maneiras de determinar essas condições e, muitas vezes, uma


combinação de testes de habilidade e desempenho é usada, incluindo observação e/ou
revisão do portfólio de trabalho do aluno.

As actividades da criança dentro e fora da escola podem ser consideradas, juntamente


com habilidades cognitivas, criactividade e hábitos afectivos e comportamentais.

Nem sempre o aluno dentro desse quadro apresentará notas elevadas. Por vezes, a
condição leva a altas habilidades em actividades de um tipo mais especializado e em
áreas restritas. Por isso, somente os testes de aptidão geral e psicométricos não
fornecem um resultado claro para o diagnóstico definitivo.

Sendo assim, é indicado que o aluno seja observado durante um período determinado
por um profissional especializado.

Alunos com altas habilidades e superdotação podem ter dificuldades de


aprendizagem?

Diferentemente do que algumas pessoas imaginam, há também casos em que os alunos


AH/SD podem apresentar baixo desempenho escolar.

Entre os motivos para isso, é possível que uma deficiência ou distúrbio de aprendizagem
conviva com a superdotação e as altas habilidades. Isto é especialmente verdadeiro
quando uma criança tem déficit de atenção ou dislexia.

Assim, pode haver superdotação em uma disciplina, como matemática, mas uma
dificuldade de aprendizagem que afecta o desempenho em outras áreas do
conhecimento.

Ademais, é preciso considerar que esses alunos podem ficar facilmente entediados se as
actividades não forem adequadas, atractivas e desafiadoras para eles, o que também
pode contribuir para que apresentem baixo desempenho em avaliações.

Qual o quociente de inteligência de uma criança com altas habilidades?

Apesar de a área da educação ter adoptado, de acordo com nossa legislação, o termo
altas habilidades/superdotação, especialistas afirmam que são coisas diferentes. O que
podemos dizer, de forma resumida, é a seguinte classificação:

 inteligência superior ou altas habilidades: quem apresenta um QI entre 121 e


130;
 inteligência muito superior (superdotação): quem apresenta QI acima de 130.

Importante salientar que não há exactamente um consenso entre especialistas, assim


como há diferentes escalas de medição.

Outro ponto a ser considerado é que, historicamente, a superdotação foi considerada


mensurável — identificada por meio de testes de inteligência. Isso resultou no QI sendo
a medida da inteligência humana.
Como tudo evolui, avanços em estudos na área dão uma outra visão a essa concepção,
questionando os testes de QI e ampliando o conceito de superdotação. Os testes de QI
passam então a identificar habilidades específicas dentro de um contexto, e
características como criatividade, aptidão artística e musical, liderança, entre outras, são
também consideradas na identificação de sujeitos com altas habilidades ou
superdotação.

Construa uma parceria com os pais do aluno

Criar uma parceria com os pais de qualquer aluno é papel de qualquer instituição.
Entretanto, quando se fala em crianças superdotadas essa relação se torna ainda mais
importante.

O contacto com os pais vai proporcionar uma troca de informações importante sobre o
aluno. Por exemplo, do que ele gosta, no que se destaca, como se comporta em casa e o
que faz nos momentos de lazer.

Tendo conhecimento desses comportamentos, a escola e professores conseguirão


adaptar as actividades para essas crianças e mantê-las motivadas.

Como lidar com alunos com altas habilidades e superdotação?

Fornecer apoio adequado dentro do ambiente escolar é essencial. Assim como acontece
com outros alunos que têm necessidades especiais, o estudante com AH/SD também
demanda compreensão de seu quadro e adaptações na educação.

Isso pode incluir:

 Personalizar processos e práticas de ensino-aprendizagem

O currículo dos alunos com AH/SD deve ser diferenciado, com adaptações que
contemplem as suas necessidades mais específicas.
Além disso, é importante lembrar de que uma criança pode ser superdotada em uma
área e ter uma habilidade inferior em outra. Essas especificidades de cada um devem
também ser consideradas para promover experiências e práticas ideais para o seu
desenvolvimento e aprendizado.

 Tornar a rotina escolar mais dinâmica e atractiva

Os alunos com altas habilidades e superdotação podem sentir tédio com bastante
facilidade, principalmente quando já dominam o conteúdo ou a tarefa não é desafiadora
para eles.
Para evitar isso, é importante utilizar novas metodologias — as metodologias activas,
que promovem mais participação e um foco prático podem ser boas aliadas.

 Ouvir os alunos

Procure ouvir verdadeiramente o que eles têm a dizer. Esteja aberto a seus pontos de
vista, opiniões e até reclamações e tente formular soluções juntos.

 Trabalhar o perfeccionismo do aluno com altas habilidades

Uma das características do aluno superdotado é o perfeccionismo. Ou seja, ele


estabelece altos padrões de desempenho impossíveis de serem alcançados. Isso acaba o
deixando insatisfeito com suas conquistas.

A conversa é um excelente exercício para mostrar a sua aceitação e manter as


expectativas mais realistas. Uma boa dica é compartilhar momentos em que um erro se
transformou em aprendizagem. Isso mostrará que as falhas acontecem e que se pode
aprender com elas.

 Promover actividades culturais para as crianças

Fazer visitas a espaços culturais auxiliará no desenvolvimento de conhecimentos de


uma criança com altas habilidades/superdotação. Por exemplo, ir a peças de teatro,
shows, exposições artísticas ou museus.
Essas actividades também despertarão a emoção e a curiosidade desses alunos, fazendo
com que se sintam estimulados.

 Oferecer apoio e trabalhar as competências socioemocionais

Alguns estudantes com altas habilidades e superdotação podem ter dificuldade em fazer
amizade com colegas da mesma idade. Isso pode resultar em sentimentos de isolamento,
baixa autoestima e falta de confiança em situações sociais.

É por isso que é importante reconhecer os problemas desde o início, para garantir que
todas as crianças recebam a ajuda de que precisam para atingir todo o seu potencial.

Ter um ambiente acolhedor, estimular a colaboração e trabalhar as habilidades


emocionais e sociais em linha com os demais objectivos pedagógicos podem ser
iniciativas valiosas.

Características do AH

As crianças com Altas Habilidades não devem apresentar, necessariamente, todas as


características abaixo.
(Dados extraídos de MEC 2007 – Quadro 5 – p.44)

 Aprende fácil e rapidamente.


 É original, imaginativo, criativo, não convencional.
 Está sempre bem informado, inclusive em áreas não comuns.
 Pensa de forma incomum para resolver problemas.
 É persistente, independente, autodirecionado (faz coisa sem que seja mandado).
 Persuasivo, é capaz de influenciar os outros.
 Mostra senso comum e pode não tolerar tolices.
 Inquisitivo e cético, está sempre curioso sobre o como e o porquê das coisas.
 Adapta-se com bastante rapidez a novas situações e a novos ambientes.
 É esperto ao fazer coisas com materiais comuns.
 Tem muitas habilidades nas artes (música, dança, desenho etc.).
 Entende a importância da natureza (tempo, Lua, Sol, estrelas, solo etc.).
 Tem vocabulário excepcional, é verbalmente fluente.
 Aprende facilmente novas línguas.
 Trabalhador independente.
 Tem bom julgamento, é lógico.
 É flexível e aberto.
 Versátil, tem múltiplos interesses, alguns deles acima da idade cronológica.
 Mostra sacadas e percepções incomuns.
 Demonstra alto nível de sensibilidade e empatia com os outros.
 Apresenta excelente senso de humor.
 Resiste à rotina e à repetição.
 Expressa ideias e reacções, frequentemente de forma argumentativa.
 É sensível à verdade e à honra.

No caso de Alto Habilidosos Cognitivos:

 Vocabulário avançado
 Perfeccionismo
 Críticos
 Contestadores
 Não gostam de rotina
 Grande interesse por temas abordados por adultos
 Facilidade de expressão
 Desafia professor e colegas
 Conseguem monopolizar atenção de professor e colegas
 Preferem geralmente trabalhar de forma individual

Por causa da falta de estímulo recebido em casa e na escola, estas crianças podem
apresentar:

 Baixo rendimento escolar, por falta de interesse nos conteúdos ministrados pelas
escolas.
 Decepção e frustração por não se sentirem atendidos nem compreendidos.
 Desinteresse nos estudos.
 Comportamento inadequado. Muitas vezes confundido com: hiperactivos, com
crianças com distúrbios comportamentais ou déficit de concentração.
Fontes:
https://apahsd.org.br/caracteristicas-dos-alto-habilidosos/
https://www.fazeducacao.com.br/altas-habilidades-e-superdotacao
https://www.educamundo.com.br/blog/altas-habilidades-superdotacao
Texto adaptado por: Profª Eliane Aparecida Zulian Delázari

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 5% da população


mundial apresenta características superdotadas, e muitas vezes, os sinais começam a
ser notados nos primeiros anos da infância.

A neurodiversidade aponta que a superdotação é o conceito usado para classificar


pessoas que apresentam um alto nível de inteligência em uma ou mais áreas de
interesse.

Principais características dos superdotados

A neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner destacou as três características


fundamentais da superdotação.

 Capacidade acima da média;


 Criatividade;
 Comprometimento com a tarefa.

Para explicar melhor essas características na prática, a neuropsicóloga destaca que a


capacidade acima da média se apresenta na “velocidade de processar informação e
encontrar solução”.

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Já a criatividade, de acordo com a especialista, se destaca nos superdotados quando há


“curiosidade de buscar informações diferentes propondo soluções originais e
inusitadas”.

Por fim, o comprometimento com a tarefa se dá com o “engajamento e persistência


para concluir o que começa”, diz Roselene.

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Características nas crianças superdotadas

Ainda conforme a especialista, que também é PhD em neurociência, crianças


superdotadas apresentam também alguns traços marcantes e que podem ajudar na
identificação:

 Rapidez na aprendizagem;
 Facilidade para abstração, associações, análise e síntese, generalizações;
 Leitura voraz e vocabulário avançado;
 Flexibilidade de pensamento;
 Produção criativa;
 Capacidade de julgamento;
 Habilidade para resolver problemas com soluções próprias;
 Memória e compreensão incomuns das situações vividas;
 Independência de pensamento;
 Talentos específicos, como esportes, música, artes, dança, informática;
 Muita curiosidade;
 Senso crítico exacerbado;
 Senso de humor desenvolvido;
 Comportamento cooperativo;
 Sensibilidade e empatia ao se comunicar;
 Habilidade no trato com as pessoas;
 Autoconsciência e liderança;
 Interesse por assuntos novos e por várias atividades ao mesmo tempo;
 Concentração prolongada em atividades de interesse;
 Aborrecimento com a rotina;
 Gosto por desafios e persistência e adaptabilidade perante dificuldades
inesperadas.

“Crianças portadoras de superdotação e/ou altas habilidades carregam o estigma de


que nascem sabendo tudo, nunca erram, não precisam de estímulo, tempo, empenho.
Isso não representa a realidade”, disse a especialista.

“Elas precisam sim de estímulo, investimento de tempo e deificação aos estudos. De


acordo com a Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner (1994, 1999), a pessoa
com altas habilidades (PAH) apresenta um desempenho excepcional em uma ou mais
áreas do potencial humano como: inteligência espacial, corporal, musical, linguística,
lógica, interpessoal, Intrapessoal e naturalista”, acrescentou.

Ao identificar essas características em uma criança, é recomendado buscar ajuda


profissional adequada. A neuropsicóloga alerta que é por meio de testes psicológicos e
neuropsicológicos fidedignos será possível ter a confirmação e, com isso, encontrar a
melhor maneira de ajudar a criança com o melhor método de estudo e direcionamento
multidisciplinar.

Áreas onde a superdotação pode ser aplicada

A superdotação é o potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas – isoladas


ou combinadas – conforme enumera a especialista:

“Intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Também apresentam


elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em
áreas de seu interesse, habilidades gerais ou específicas acima da média, elevados
níveis de comprometimento com a tarefa e também de criatividade”, disse a
especialista

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