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Mês de Conscientização

sobre o Autismo
Projeto de Educação em Saúde

Abril
Pro Autismo
Um jeito especial e diferente de
compreender o mundo.
Projeto de Educação em Saúde

PROMOVENDO A CONSCIENTIZAÇÃO
E COMPREENSÃO SOBRE O
TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA (TEA)

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do


neurodesenvolvimento que tem como características essenciais o
prejuízo persistente na comunicação social recíproca e na
interação social, padrões restritos e repetitivos de comportamento,
interesses ou atividades. O termo Espectro refere-se à diversidade
de sintomas existentes, porém, os explicitados devem estar
presentes para o diagnóstico. Há maior frequência de TEA no sexo
masculino, na proporção de 5 meninos com autismo para uma
menina diagnosticada com o transtorno.
De acordo com o Manual Estatístico de Transtornos Mentais
(DSM V), os sintomas descritos devem estar presentes antes dos 12
anos de idade e acarretarem prejuízos significativos no
funcionamento do indivíduo, cujo grau determina o nível de
suporte necessário ao longo da vida, sendo o nível 3 maior
requerente de suporte.
Com o aumento de disseminação de informações sobre o
TEA, que está presente em 1 a cada 36 crianças nascidas, houve
um aumento de diagnósticos tardios, principalmente na fase
adulta, Várias são as possibilidades de explicações para esta
ocorrência, havendo destaque para as compensações
comportamentais e apoio recebido na fase infantil, que podem
mascarar as dificuldades em alguns contextos. Importante
ressaltar que as manifestações comportamentais variam de
acordo com as demandas requeridas contextualmente, nas quais
os déficits podem ser evidenciados e a busca por ajuda iniciada.
Em 2012, com a promulgação da Lei Berenice Piana
(12.764/2012),que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos
da Pessoa com TEA, autistas foram considerados como pessoas com
deficiência independente do grau de suporte, recebendo os mesmos
benefícios contidos no Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei
13.146/15).
SINAIS
Não alcance dos marcos do desenvolvimento no período
esperado (não fala, não engatinha);
Perda de habilidades já adquiridas (para de bater palmas);
Dificuldade na comunicação social e na interação social (fica
mais isolado, repete palavras ou frases ouvidas imediatamente
ou com grande intervalo de tempo - ecolalia);
Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesse ou
atividades (roda objetos, assiste o mesmo desenho, conversa
sobre o mesmo tema);
Prejuízo significativo no estágio atual de desenvolvimento
(criança é diferente comparada a crianças da mesma faixa
etária);
Alterações sensoriais: hipersensibilidade ou hiposensibilidade à
cor, cheiros, luzes, sons.
Seletividade alimentar: dificuldade na ingestão de
determinados tipos de alimentos.
Dificuldade no Processamento Sensorial: não percepção de
dor, fome ou sede, sensação de perigo, menor sensibilidade à
anestesias...

ATENÇÃO!
DIAGNÓSTICO
Os sinais e sintomas descritos podem fazer parte de outros
transtornos, não necessariamente o TEA. Por isso, deve-se
procurar um médico quando verificadas estas expressões
comportamentais para avaliação e acompanhamento diagnóstico.
Não existe exame que determine o TEA, sendo o diagnóstico
primordialmente clínico.

A ausência de diagnóstico não é suficiente para ausência de


intervenção! Desde identificadas as dificuldades, intervenções
com profissionais do desenvolvimento infantil devem ser iniciadas.
MAIS ATENÇÃO!
CRIANÇA NÃO TEM SEU PRÓPRIO TEMPO
Os marcos desenvolvimentais devem ser cumpridos e podem
ser acompanhados por responsáveis e médicos na Caderneta da
Criança, do Ministério da Saúde.

VACINA NÃO CAUSA AUTISMO


A vacinação é essencial para a manutenção da saúde da criança e da
sociedade como um todo. O mito foi gerado após uma manifestação
fraudulenta sobre determinada marca de vacina. O TEA tem causas
complexas e multifatoriais, não havendo uma única causa conhecida.

NÃO HÁ CURA PARA O AUTISMO


intervenções e terapias são necessárias para o desenvolvimento de
habilidades, manutenção das habilidades já adquiridas e melhora na
qualidade de vida das pessoas autistas e seus familiares, sem taxação de
cura.

PESSOAS COM TEA PODEM DESENVOLVER OUTROS


TRANSTORNOS MENTAIS
Há maior predisposição de pessoas com TEA desenvolverem ansiedade e
depressão, diante das dificuldades em lidar com as demandas ambientais,
principalmente as sociais. Também é comum a comorbidade com TDAH.

PAIS DE PESSOAS COM TEA


Devem receber tanto cuidado quanto possível. Sintomas ansiosos e
depressivos, bem como elevado estresse emocional, podem aparecer
desde o diagnóstico do filho e ao longo do seu tratamento. Muitas vezes,
negligenciam o autocuidado, abalando a sua saúde mental e qualidade
de vida em prol de melhores condições para os filhos.

A INCLUSÃO É RESPONSABILIDADE
COLETIVA!
Todos devem se empenhar em acolher, respeitar e auxiliar
pessoas com desenvolvimento atípico e suas famílias. Somente assim
o mundo será bem melhor.
O CUIDADO DA PESSOA COM AUTISMO
INTERVENÇÃO
As intervenções comportamentais são essenciais para o
desenvolvimento de habilidades socialmente relevantes. Quanto
mais cedo se iniciam, devem ser mais intensas e melhor o
prognóstico para o indivíduo. Devem ser multidisciplinares, como
Terapia Ocupacional, Pedagogia, Psicomotricidade, Educação Física,
Psicologia, dentre outras áreas.

PSICOTERAPIA
Necessária para a psicoeducação das emoções, dos sentimentos e
dos comportamentos. bem como da compreensão das contingências
sociais e ambientais, além promoção da autonomia e melhora na
qualidade de vida. Muitas das vezes, as pessoas com autismo sofrem
bullying, possuem dificuldades na iniciação e manutenção de
amizades e demais relacionamentos sociais.

SAÚDE BUCAL
Prevenção é a chave! O dentista deve ser visitado regularmente, de
acordo com a necessidade da pessoa com TEA, objetivando a
redução de realizações de procedimentos mais invasivos e
desconforto na parte bucal.. A consulta para um paciente com TEA
precisa de um tempo maior, visando a adaptação da pessoa ao
espaço, estabelecimento de vínculo com o profissional, aumento de
tolerância aos sons e cheiros do consultório, facilitando assim a
aceitação aos procedimentos necessários. As pistas visuais, para
antecipar o que será realizado são muito importantes, como o passo
a passo da escovação dental, facilitando a compreensão do processo
pela pessoa com autismo e a presença constante no local da
higienização auxilia na referência visual e a decorar o passo a passo.

SAÚDE FÍSICA
O quanto possível, pessoas com TEA devem ser estimuladas na
realização de atividades físicas e seus sinais e sintomas físicos não
devem ser negligenciados. As vezes pode haver dificuldade na
expressão e comunicação do desconforto físico, o que deve ser bem
atendido e compreendido pela equipe de saúde. A comunicação
deve ser direta, objetiva e sem uso de figuras de linguagem, que
podem dificultar a compreensão.
OS PROFISSIONAIS NA ATENÇÃO AO
CUIDADO DA PESSOA COM AUTISMO
DEVEM:
CAPACITAR-SE CONSTANTEMENTE
Sobre o autismo, pesquisas atuais sobre o tratamento da pessoa com
autismo, abordagem centrada no paciente, procedimentos médicos e
etc.

OFERECER ATENDIMENTO EMPÁTICO


Acolher as demandas das famílias, respeitar as dificuldades
estabelecidas, valorizar as informações trazidas e ser sensível às
queixas levantadas. O bom prognóstico não depende somente da
família ou do médico - é um trabalho em equipe. Utilizar linguagem
direta e comandos simples facilita a compreensão pela pessoa com
autismo do que está sendo explicado ou requerido.

TRANSMITIR SEGURANÇA
Às famílias, às pessoas com autismo, sobre o prognóstico, evolução e
curso do Transtorno. Não deve portar-se como o único detentor do
saber! Cada pessoa com autismo é única e possui as suas
especificidades.

SUGERIR INTERVENÇÕES E INFORMAÇÕES


CIENTIFICAMENTE COMPROVADAS
Dietas milagrosas, protocolos de medicamentos que promovam a
ideia de cura e retirada da pessoa do espectro, não são adequadas.
A cura para o autismo não existe e intervenções comportamentais
podem auxiliar no desenvolvimento de habilidades relevantes.
Medicamentos são importantes, a depender de cada caso, para a
redução de sintomas que causem prejuízos.
OS PROFISSIONAIS NA ATENÇÃO AO
CUIDADO DA PESSOA COM AUTISMO
DEVEM:
COMPREENDER QUE CADA PESSOA É ÚNICA
Os planos de tratamento são diferentes para cada pessoa com autismo.
Ser pessoa com autismo não predispõe uma receita pronta de
tratamento. A individualização é necessária e facilita o bom prognóstico.

SER PONTUAIS NO ATENDIMENTO


A rotina pode ser muito importante para as pessoas com autismo,
podendo causar desorganização caso não sejam cumpridas. Caso haja
alguma necessidade de atraso ou remarcação, que seja avisada com
antecedência para que as pessoas possam se reorganizar.

INFORMAR CADA PASSO DE SUA ATUAÇÃO


A depender do modelo de intervenção ou consulta, a pessoa com
autismo precisa saber quais as atividades e ações realizadas para poder
se preparar e evitar reações negativas.

PLANEJAR SEU ATENDIMENTO


o planejamento, independente da intervenção utilizada ou da consulta,
é importante para que o profissional anteveja quaisquer dificuldades e
se prepare para elas, evitando constrangimentos da pessoa com
autismo ou familiares, além de evitar a si o desgaste emocional.
MATERIAIS PARA
DIVULGAÇÃO

CUBOS MÁGICOS E
LAÇOS COLORIDOS:
objetivo de conscientizar o
público sobre o TEA ser diferente
e ter as suas complexidades. Com
paciência e dedicação, teremos
bons resultados.

KIT MASSA DE
MODELAR:
Montar um kit de de massas de
modelar e um livreto de
sugestões de montagem.
DECORAÇÃO

DECORAÇÃO INTERNA:
Malhas coloridas, formando um
arco ou laço colorido de balão, na
entrada da unidade.

CUBOS MÁGICOS GRANDES


ESPALHADOS NA UNIDADE
com o objetivo de desenvolver a
curiosidade nos usuários das
unidades.
ATIVIDADE
EXPOSIÇÃO MEDIADA

Letras que formem a palavra 'Autismo' dentro de peças de


quebra cabeças grandes, com sintomas e explicações sobre
o transtorno. A finalidade desta ação é mostrar que por trás
do nome há uma série de sintomas e que não são limitados
aos expostos: cada indivíduo é único e apresenta seus
sintomas.
Referências
A individualidade familiar, as estratégias de enfrentamento, o suporte social e a
assistência recebida influem diretamente na percepção da qualidade de vida de
familiares de pessoas com TEA.

American Academy of Pediatric Dentistry. (2020). Guidelines for the Management of the
Pediatric Patient with Autism Spectrum Disorder.

Calvo, A. F., Saintrain, M. V., & Vasconcelos, B. C. (2014). Dentistry and autism: clinical
considerations and guidelines for managing patients. Journal of Applied Oral Science,
22(3), 179-182.

Medrado, A. A., Campos, R. C., Siquara, G. M., & Pondé, M. P. (2021). Saúde mental e
qualidade de vida de pais de pessoas com TEA durante a pandemia COVID-19: uma
revisão narrativa. Revista Psicologia, Diversidade e Saúde, 10(3), 507-521. http://
dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.v10i3.3545

Mitos e verdades sobre o autismo: entenda de fato o que é o transtorno. Disponível em:
https://revistavisaohospitalar.com.br/mitos-e-verdades-sobre-o-autismo-entenda-o-
que-de-fato-e-o-transtorno/ Acesso em: 12/03/2024

O papel da enfermagem no cuidado de crianças do espectro autista. Disponível em:


https://www.uninter.com/noticias/o-papel-da-enfermagem-no-cuidado-de-criancas-
do-espectro-autista Acesso em: 22/02/2024.

Reconhecendo problemas físicos nas crianças, jovens e adultos autistas.. Disponível em:
https://www.autimates.com/autismo-dores-reconhecendo-problemas-fisicos-nas-
criancas-jovens-e-adultos-autistas/ Acesso em: 23/02/2024.

Resposta à dor em pacientes com autismo de alto funcionamento. Disponível em:


http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-711X2010000100008
Acesso em: 23/02/2024.

Silva, A. B., et al. (2018). Abordagem odontológica em pacientes com transtorno do


espectro autista. Revista Brasileira de Odontologia, 75(2), 143-148.

Souza, L. C., et al. (2020). Autismo e saúde bucal: estratégias para o atendimento
odontológico eficaz. Journal of Autism and Developmental Disorders, 30(4), 512-527.

Stein, L. I., & Polido, J. C. (2011). Dental management of patients with autism. The Journal
of the American Dental Association, 142(11), 1268-1279.

Tengan, S.K. (2000). Dor, sintomas depressivos e ansiosos em pré adolescentes e


adolescentes com artrite reumatóide juvenil (thesis doutorado). Faculdade de Medicina,
Universidade de São Paulo, São Paulo.

Vieira, C. B. M., & Fernandes, F. D. M. (2013). Qualidade de vida em irmãos de crianças


incluídas no espectro do autismo. In CoDAS (Vol. 25, pp. 120-127). Sociedade Brasileira
de Fonoaudiologia.

6 mitos e verdades sobre o transtorno do espetro autista. Disponível em:


https://summitsaude.estadao.com.br/desafios-no-brasil/6-mitos-e-verdades-sobre-
o-transtorno-do-espectro-autista/ Acesso em: 12/03/2024.
PROMOVENDO A
CONSCIENTIZAÇÃO E
COMPREENSÃO DO AUTISMO

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