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AUTISMO: Atendimento na rede pública de saúde

AUTISM: Attendance in the public health network

Acadêmico(a) Maraiza dos Santos Resumo


Freire Gois Graduando(a) em
Enfermagem pela Faculdade Mauá O transtorno do espectro autista (TEA) é uma desordem no
de Goiás
neurodesenvolvimento, caracterizada por déficits na comunicação
E-mail: valeriaureasol@gmail.com
social e na presença de padrões de comportamentos repetitivos. Como
uma condição usualmente crônica, o TEA normalmente requer atenção
Orientadora: Hellen Caroline
Costa Vieira de equipes interdisciplinares por afetar o desenvolvimento de forma
Faculdade Mauá de Goiás global. Quanto antes o tratamento for iniciado, melhor será o
Licenciada em Pedagogia e
Educação Física. desenvolvimento e a qualidade de vida das pessoas com TEA.
Especialista em Gestão & Tutoria e
Educação Física Escolar O trabalho da equipe multiprofissional de saúde tem como objetivo,
E-mail:
hellen.vieiraprof@gmail.com promover qualidade de vida da pessoa com o transtorno do espectro
autista, desenvolvendo suas capacidades cognitivas e funcionais.
Recebido em 21/04/23

Aceito em xx/xx/xx Palavras-chave: Saúde pública, reabilitação, Transtorno do espetro autista.

Abstract

Autism spectrum disorder (ASD) is a neurodevelopmental disorder


characterized by deficits in social communication and the presence of
repetitive behavior patterns. As a usually chronic condition, ASD
usually requires attention from interdisciplinary teams because it affects
development globally. The sooner treatment is started, the better the
development and quality of life of people with ASD.
The work of the multidisciplinary health team aims to promote quality
of life for people with autism spectrum disorder, developing their
cognitive and functional abilities.

Keywords: Public health, rehabilitation, Autism spectrum disorder

Título da revista: Goiás, v. x, n. x, p. x-x, mês./mês. 2023 Pág


ISSN 2447-3227 © ANO, Revista Inter Humanista: Tema. Todos os direitos reservados.
Introdução

A cognição de que cada sujeito tem sua história, suas potencialidades e


dificuldades demonstra que a experiência de cada uma diante das situações adversas
será vivenciada de maneira singular. Da mesma forma, isso acontece, por exemplo, em
relação à vivência de diferentes pessoas com transtornos do espectro do autismo (TEA).
Se, como agentes públicos, com as responsabilidades do fazer profissional, é importante
compreender o contexto e a complexidade que envolvem as vivências do público dos
serviços onde se atua, é imprescindível também empreender esforços para desconstruir
MINISTÉRIO DA SAÚDE 10 concepções presentes no imaginário social que
marginalizam e estigmatizam pessoas com TEA. Portanto, os usuários do Sistema
Único de Saúde (SUS) e suas famílias devem ser considerados como sujeitos de
direitos, autônomos e capazes de decidir questões sobre suas próprias vidas. O Sistema
Único de Saúde, instituído pela Lei nº 8.080/90, é uma política pública pautada na
concepção da saúde como direito dos cidadãos e dever do Estado, responsável por
garantir acesso e qualidade ao conjunto de ações e serviços que buscam atender às
diversas necessidades de saúde das pessoas sob os princípios da universalidade,
integralidade e equidade, com vistas à justiça social (BRASIL, 1990).

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do


neurodesenvolvimento, marcado por comprometimentos nas habilidades de
comunicação social e pela presença de padrões de comportamentos estereotipados,
repetitivos e restritos. O conjunto de déficits que uma pessoa com TEA apresenta varia
em graus de intensidade (podendo ser leve, moderado ou severo) e de indivíduo para
indivíduo (déficits diferentes em pessoas diferentes). Isso implica uma caracterização do
TEA como um contínuo ou espectro com ampla variação na forma como se apresenta
clinicamente (APA, 2014). A heterogeneidade observada nos casos de TEA é uma das
características do transtorno que torna complexo os processos de diagnóstico e
tratamento. O diagnóstico de TEA pode ser dado tanto para aqueles casos de indivíduos
que são oralizados e escolarizados, mas que apresentam dificuldades em compreender
regras sociais, ironias e que se interessam demasiadamente por poucos tópicos
específicos, quanto para aqueles indivíduos que não desenvolveram a linguagem, que
evitam constantemente a presença de pessoas, que apresentem rituais e comportamentos

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estereotipados constantemente ao longo do dia, e que necessitam de auxílio para se
alimentar, se vestir, se banhar, entre outras necessidades básicas. Independente do grau,
o TEA requer tratamento por trazer importantes prejuízos para a vida da pessoa e por se
constituir como condição crônica. Tomados em conjunto, os prejuízos advindos do TEA
são especialmente relevantes para o contexto da saúde pública, visto seu caráter crônico
e a prevalência de TEA na população estimada entre 1% a 2% (Hahler & Elsabbagh,
2015). Apesar da ausência de dados oficiais brasileiros, se considerados tais números, a
estimativa é de que exista no Brasil pelo menos dois milhões de pessoas diagnosticadas
com TEA. Os casos de TEA demandam minimamente por serviços de saúde para a
redução dos seus déficits característicos e outros possíveis quadros que normalmente o
acompanham. Por exemplo, de acordo com Lei, Lombardo e Baron-Cohen (2014),
indivíduos com TEA comumente apresentam comorbidades, tais como um
desenvolvimento motor e de linguagem atípicos, deficiência intelectual associada
(aproximadamente, 45% dos casos), TDAH (28%-44%), epilepsia (8%-30%),
problemas gastrointestinais (9%-70%), distúrbios do sono (50%-80%), ansiedade (42%-
56%), comportamentos de autoagressão e heteroagressão (50% e 68%,
respectivamente), entre outros.

Desde a Lei Berenice Piana (Lei Nº 12.764/2012), pessoas autistas têm


assegurados os mesmos direitos que as pessoas com deficiência no sistema público de
saúde. Por isso, mesmo as famílias sem convênio contam com direitos que garantem o
acesso ao diagnóstico e intervenção para TEA pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Dentre esses direitos estão: o diagnóstico precoce e a intervenção por meio de
equipe multidisciplinar. Sendo assim, as pessoas cuidadoras de crianças autistas podem
solicitar pelo SUS o acompanhamento com profissionais da psicologia, fonoaudiologia
e terapia ocupacional.

Método de pesquisa

Artigos, Google acadêmico e pesquisas sites da internet.

Metodologia

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O autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA),
é uma condição neuropsiquiátrica que afeta o desenvolvimento da comunicação,
interação social e comportamento repetitivo. O autismo geralmente se manifesta na
infância, mas seus sintomas podem persistir e evoluir durante a adolescência.
A adolescência é uma fase de transição e desafios para todos os jovens, mas para
aqueles com autismo, pode haver desafios adicionais devido às dificuldades de
comunicação social e às necessidades sensoriais específicas. Aqui estão algumas
características comuns do autismo na adolescência:

Desenvolvimento da identidade: Durante a adolescência, os jovens com autismo podem


enfrentar desafios no desenvolvimento da identidade, como compreender seu papel
social, identificar seus interesses e emoções, e lidar com as mudanças físicas e
emocionais típicas dessa fase.
1. Habilidades sociais: As dificuldades de comunicação e interação social podem
persistir na adolescência, o que pode levar a dificuldades na compreensão de
normas sociais, na formação de amizades e na participação em atividades
sociais.
2. Comportamentos repetitivos: Comportamentos repetitivos, como estereotipias
motoras (por exemplo, agitar as mãos), rituais e rotinas rígidas, podem continuar
na adolescência e podem impactar o funcionamento social e emocional do jovem
com autismo.
3. Sensibilidade sensorial: A sensibilidade sensorial, como hipersensibilidade ou
hipossensibilidade a estímulos sensoriais, como luzes, sons, texturas ou cheiros,
pode persistir na adolescência e sentir o bem-estar e a participação em atividades
cotidianas.
4. Desafios emocionais e de saúde mental: Jovens com autismo podem enfrentar
desafios emocionais e de saúde mental na adolescência, como ansiedade,
depressão, dificuldades de regulação emocional e comportamento desafiador. É
importante fornecer apoio adequado para promover a saúde mental e emocional
desses jovens.
5. Transição para a vida adulta: A transição para a vida adulta, incluindo a

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transição escola-trabalho, a independência e a autonomia, pode ser
especialmente desafiadora para os jovens com autismo. É importante planejar e
apoiar a transição para garantir uma transição suave e bem-sucedida para a vida
adulta.
É fundamental que os adolescentes com autismo recebam um apoio adequado e
individualizado, incluindo intervenções educacionais, terapias comportamentais, apoio
emocional e de saúde mental, e planejamento de transição, para ajudá-los a enfrentar os
desafios e alcançar seu potencial máximo na adolescência e na vida adulta. É importante
também envolver uma equipe multidisciplinar, incluindo profissionais de saúde,
educadores, terapeutas e família, para fornecer um suporte abrangente e holístico para
os adolescentes com autismo.

Resultados e discussões.

O autismo é um transtorno no sistema nervoso. Não tem cura e o tratamento é através de


terapias comportamentais, educacionais e familiares que podem reduzir os sintomas. A
questão do autismo no Brasil é pouco falada, considerando que é uma condição comum,
a desigualdade e o preconceito é um grande problema em relação a esse transtorno. É
imprescindível a discussão sobre essas condições crescente na sociedade em todas as
áreas, principalmente no atendimento na rede pública.
O autismo afeta a comunicação e capacidade de aprendizado e adaptação da criança,
dificultando, também, a construção de relações sociais e afetivas. A pessoa já nasce
autista. O atraso na fala, na interação com outras crianças, movimentos repetitivos e não
funcionais são alguns sinais do transtorno.

“É necessário informação e empatia para lidar com a diversidade humana. Com o


autismo não seria diferente. Para os pais, a orientação é buscar serviços
especializados o quanto antes, mesmo sem ainda ter um diagnóstico fechado. Se a
criança apresentar atraso motor, na fala ou no comportamento, a estimulação precoce
é importante para o desenvolvimento desse indivíduo”, destaca Cavalieri. Nos casos de
diagnóstico, a pedagoga sugere ater-se sempre a informações de fontes seguras e buscar
grupos de apoio.

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Considerações finais

Apesar de posicionar-se claramente em favor de diferente abordagens no


cuidado a pessoa com TEA ,fica aberta a questão sobre divulgar mais sobre o assunto e
pincipalmente o preparo dos profissionais da rede pública de saúde.

O progresso da saúde brasileira é um fato, que se consolida por medidas


gradativamente implantadas para proporcionar um bem-estar e uma assistência integral
e humanizada às pessoas com TEA. Os esforços do Ministério da Saúde em organizar
uma rede de atenção e oferecer serviços de reabilitação especializados são de grande
relevância e se mostram coerentes com os princípios do SUS. Assim, é importante
destacar e reconhecer esses avanços e esforços; mas também, reconhecer a necessidade
de definir melhor os papéis das instituições envolvidas na atenção especializada e os
serviços de reabilitação, que serão ofertados por profissionais qualificados para sua
prática.

O atendimento na rede pública de saúde para pessoas com autismo pode variar
de acordo com o país e o sistema de saúde específico em vigor. No entanto, muitos
países oferecem serviços de saúde pública para o diagnóstico e tratamento do transtorno
do espectro autista (TEA).
Em geral, o primeiro passo para acessar o atendimento na rede pública de saúde
para o autismo é marcar uma consulta em uma unidade de saúde primária, como um
centro de saúde ou uma clínica de atenção primária. Nessa consulta, um médico geral ou
outro profissional de saúde pode realizar uma avaliação inicial e encaminhar uma
pessoa para um especialista em saúde mental ou um especialista em transtorno do
espectro autista, como um psiquiatra, neuropediatra ou psicólogo especializado em
TEA.
Os serviços de saúde pública para o autismo podem incluir avaliação
diagnóstica, comportamental, terapia ocupacional, terapia fonoaudiológica, terapia
psicopedagógica, suporte à comunicação, programas de intervenção precoce, serviços
de apoio à família e outras intervenções e suportes adequados às necessidades
específicas da pessoa com autismo.
É importante observar que a disponibilidade e a qualidade dos serviços públicos

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de saúde para o autismo podem variar, e pode haver listas de espera para consultas e
tratamentos, especialmente em áreas com alta demanda. Em alguns casos, dependendo
do país e do sistema de saúde específico, pode ser necessário pagar taxas ou
coparticipação para acessar serviços de saúde públicos para o autismo.
É recomendável entrar em contato com uma unidade de saúde primária, um
serviço de saúde mental ou um centro especializado em TEA local para obter
informações espirituais sobre os procedimentos e serviços disponíveis em sua área. É
importante buscar ajuda profissional especializada para o diagnóstico e tratamento
adequado do transtorno do espectro autista e garantir que a pessoa com autismo receba
os cuidados e suportes necessários para seu bem-estar e qualidade de vida.

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Referências bibliográficas

ARAÚJO.REJANE.A.M.R.;VARELLA,ANDRÉ A.B./UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO, PROGRAMA DE


MESTRADO E DOUTORADO EM PSICOLOGIA. 21/03/2023

AUTISMOREALIDADE.ORG.BR/17/11/2012.

GENIALCARE.COM.BR/BLOG/DIREITOS-DOS-AUTISTAS-NA-SAUDE/

SAUDE.CE.GORG.BR/2021/08/30/PAPO-SUS-AMPLIA-DISCURSSÃO-SOBRE-AUTISMO-EM-TRANSMISSÃO-
AOVIVO-NESTA-TERÇA-31/

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