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Entre os déficits se incluem abordagem social anormal, dificuldade para estabelecer uma
conversa coerente, compartilhamento reduzido de interesses, emoções ou afeto, bem como
dificuldade para iniciar ou responder a interações sociais.
Verifica-se que pessoas com autismo podem apresentar dificuldade no aprendizado natural
de determinadas habilidades e desenvolvem padrões atípicos de comportamento,
comprometendo sua capacidade de manter relacionamentos interpessoais consistentes.
Pessoas com TEA podem apresentar déficits para desenvolver, manter e compreender
relacionamentos, o que inclui dificuldade em ajustar o comportamento para se adequar a
contextos sociais diversos, compartilhar brincadeiras imaginativas, fazer amigos e interesse
por pares. Isto pode estar relacionado a capacidade prejudicada de selecionar estímulos
relevantes para compreensão do todo.
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As estereotipias mais frequentemente observadas são balanços das mãos ao lado do corpo
ou da cabeça, bater palmas e movimentos cíclicos do tronco para frente e para trás. Podem
ocorrer estereotipias dinâmicas, envolvendo movimentos mais amplos – como andar ou
correr de forma repetitiva. Também podem ocorrer ecolalias, que correspondem a um uso
não funcional da fala, na qual o indivíduo repete a fala de terceiros.
Pessoas com autismo podem apresentar insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a
rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal que, ao serem
modificados, podem gerar sofrimento extremo em relação a pequenas mudanças.
Dificuldades com transições, padrões rígidos de pensamento, rituais de saudação,
necessidade de fazer o mesmo caminho ou ingerir os mesmos alimentos diariamente
também podem estar presentes entre pessoas com TEA.
Pessoas no TEA podem apresentar seletividade alimentar, que também pode ser explicado
por uma rigidez no comportamento natural de experimentar novos alimentos. Pessoas com
seletividade alimentar geralmente apresentam tanto a inflexibilidade quanto as alterações
de percepção sensorial.
Pessoas com autismo podem manifestar interesses fixos e altamente restritos que são
diferentes em intensidade ou foco (por exemplo, forte apego a objetos incomuns ou
preocupação com eles, bem como interesses excessivamente circunscritos ou
perseverantes). Trata-se do hiperfoco, que é uma característica muito frequente em pessoas
com autismo. Muitas vezes ele traz prejuízos significativos ao aprendizado global, já que o
indivíduo passa a negligenciar outros conteúdos em detrimento do aprendizado de um
único tema.
Uma grande parcela das pessoas com autismo apresenta alterações nas percepções
sensoriais visuais, auditivas, táteis, gustativas, olfativas, cinestésicas e vestibulares. Estas
alterações podem explicar parte dos comportamentos de seletividade alimentar extrema,
bem como as alterações comportamentais frente a estímulos auditivos e visuais que,
habitualmente, não trariam desconforto a pessoas de desenvolvimento típico.
Nível 1 (leve) – Pessoas no TEA com necessidade de pouco apoio, cujos déficits na
comunicação social provocam pouca repercussão em suas relações interpessoais. Estes
indivíduos, habitualmente, têm dificuldade para iniciar interações sociais ou mantê-las com
boa qualidade. As dificuldades provocadas pela inflexibilidade cognitiva podem ser
evidentes nestas pessoas, além de problemas relacionados à organização e ao
planejamento.
Embora não exista cura para autismo, existe tratamento não farmacológico e farmacológico.
O tratamento não farmacológico é feito por meio de intervenções terapêuticas
comportamentais, realizada por psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos,
médicos, enfermeiros, professores, profissionais de educação física, familiares entre outros.
Em algumas situações, medicações específicas serão prescritas pelo médico.
As intervenções são realizadas para o indivíduo com TEA, junto à família, no ambiente
escolar e de trabalho. Estas intervenções visam identificar e desfazer barreiras, treinar
habilidades do indivíduo com TEA, treinar as outras pessoas que convivem com o indivíduo
com TEA, de modo a tornar possível e harmônica a convivência, troca e aprendizados entre
todos.
Observa-se que as características de TEA se modificam com o passar da idade. Adultos com
TEA, ao enfrentar diversos desafios, com bastante sofrimento, tem suas características
camufladas, reduzidas ou modificadas, por desenvolverem estratégias de sobrevivência e
enfrentamento de demandas, ainda que de modo lento e com muito esforço pessoal.
É possível que adolescentes, adultos e idosos com TEA sejam algumas daquelas pessoas
consideradas esquisitas, diferentes, como o problema da família, fora do eixo, fora da curva,
alcóolatras, dependentes químicos, que não param no emprego e que não souberam como
cultivar amigos e família.
No que se refere a intervenção, esta deve ser realizada por uma equipe interprofissional, a
fim de identificar habilidades sociais que não foram naturalmente adquiridas para que a
pessoa com autismo possa ser “aceita”, desempenhar seu papel na sociedade e seguir
aprendendo e ensinando.
A intervenção deve ser realizada por vários profissionais das áreas da saúde e da educação
para que objetivos específicos e personalizados, relacionados ao seu desenvolvimento
sejam alcançados.
No que se refere à criança com TEA, esta se desenvolve, aprende e se socializa. No ambiente
escolar, o aluno com autismo, recebe o Atendimento Educacional Especializado (AEE),
através da Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) da escola e apoio do professor
especializado que trabalha juntamente com o professor da sala regular, no caráter do
Ensino Colaborativo. É importante respeitar a singularidade e a individualidade de cada um.
– Revista Autismo
Referências consultadas
Chang, J., Gilman, S., Chiang, A. et al. Genotype to phenotype relationships in autism
spectrum disorders. Nat Neurosci 18, 191–198 (2015).
https://doi.org/10.1038/nn.3907. https://www.nature.com/articles/nn.3907, acesso em 01/04
2021
Matheus Eugênio de Sousa Lima, Levi Coelho Maia Barros, Gislei Frota Aragão. Could autism
spectrum disorders be a risk factor for COVID-19? Hipóteses médicas 144 (10223),
Maio/2020. DOI: 10.1016 /
j.mehy.2020.109899. https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S030698772031071
dgcid=api_sd_search-api-endpoint#!, acesso 01/04/2021.
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