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Transtorno do Espectro Autista

e Ansiedade.
O autismo é caracterizado por
dificuldades de interação
social, comunicação verbal e
não-verbal e comportamentos
de repetição.
Suas manifestações da tendem
a variar dependendo do seu
grau de gravidade, do nível de
desenvolvimento da criança e
da idade da mesma, daí o termo
"espectro".
Causas do TEA - Fatores Genéticos e Epigenéticos

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O autismo está A epigenética é um O autismo é um
associado a uma processo que envolve distúrbio multifatorial
herança poligênica e mudanças estáveis na que envolve fatores
potencialmente cromatina, alterando a genéticos e fatores
epistática, bem como a expressão genética por ambientais.
fatores ambientais. fatores ambientais.
Alterações dos Critérios de Diagnósticos de TEA
nas últimas décadas.

O termo autismo surgiu oficialmente pela primeira vez na CID 9 (Classificação


Internacional de Doenças), em 1975, e foi categorizado como uma psicose da
infância.
No DSM–IV, de 1994, manteve, basicamente, as mesmas diretrizes da versão
anterior. A classificação para o Transtorno Autista, era um desenvolvimento
comprometido, acentuadamente anormal de interação social, de comunicação,
padrões repetivos de comportamento, interesses e atividades restritas e
estereotipias motoras. Porém, houve grande mudança com a introdução da
questão do ESPECTRO na versão 5 do DSM.
Alterações dos Critérios de Diagnósticos de TEA
nas últimas décadas.
No CID-10 (Classificação Internacional de Doenças – 10a revisão),
o autismo se encontrava na classificação dos Transtornos Globais
do Desenvolvimento (F84). Dessa forma, era possível que uma
pessoa fosse diagnosticada com:
F84.0 – Autismo infantil;
F84.1 – Autismo atípico;
F84.2 – Síndrome de Rett;
F84.3 – Outro transtorno desintegrativo da infância;
F84.4 – Transtorno de hipercinesia associada a retardo mental e a
movimentos estereotipados;
F84.5 – Síndrome de Asperger;
F84.8 – Outros transtornos globais do desenvolvimento;
F84.9 – Transtornos globais não especificados do desenvolvimento;
Alterações dos Critérios de Diagnósticos de TEA
nas últimas décadas.

O “Transtorno do Espectro Autista” (TEA). A partir dessa nova


nomenclatura, englobou o Transtorno Desintegrativo da Infância,
Transtorno de Asperger e O Transtorno Invasivo do
Desenvolvimento Sem Outra Especificação.
Com a mudança, o TEA passou a ser classificado de acordo com a
necessidade de suporte de cada pessoa e a gravidade dos sintomas.
Aumento de Diagnósticos de TEA?
Dados divulgados pelo CDC (Centers for Disease Control and Prevention).
*1970 existia um único diagnóstico de autismo em cada 10 mil crianças;
*1995, já havia um caso em cada 1 mil crianças;
*1999, um autista entre 500 crianças;
*2018, um paciente a cada 59 crianças;
*2020, um para cada 54 crianças;
*2022, um para cada 44 crianças e;
*2023 um para 36 crianças.
A definição de TEA se tornou mais abrangente, ela mudou pelo menos quatro
vezes nas últimas 2 décadas. Atualmente, são diagnosticadas no nível 1 de
suporte, pessoas que, há 20 anos, ninguém diria que eram autistas". Além disso,
o acesso à informação, permite que as pessoas estejam mais aptas a perceber
os sinais do autismo, e procurar auxilio de um profissional de saúde. Muitos
profissionais, estão se atualizando, assim estão mais preparados para
diagnosticar sintomas que permaneciam invisíveis e agora vem à tona.
Diagnóstico - Critérios do DSM - V

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Deficiências Padrões restritos e Os sintomas devem estar
persistentes na repetitivos de presentes desde a primeira
comunicação e comportamento, infância e devem causar
interação social: interesses ou prejuízos significativos no
atividades campo social, escolar ou
laboral.
Deficiências Persistentes na Comunicação e
Interação Social

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Limitação na Limitação nos Limitação em iniciar, manter e
reciprocidade comportamentos de entender relacionamentos,
variando de dificuldades com
social e comunicação não
adaptação de comportamento
emocional verbal utilizados
para se ajustar às diversas
para interação situações sociais
social.
Padrões Restritos e Repetitivos de Comportamento

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Movimentos Insistência nas mesmas Interesses restritos que
coisas, aderência inflexível são anormais na
repetitivos e
às rotinas ou padrões intensidade e foco.
estereotipados no ritualísticos de Hiper/hiporreatividade a
uso de objetos ou comportamentos verbais e estímulos sensoriais do
fala. não verbais. ambiente.
Avaliação Clínica

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O diagnóstico do autismo A avaliação clínica deve
é clínico, feito por meio de ser realizada por uma
observação direta do equipe multidisciplinar e
comportamento e de incluir a história desde o
entrevista com os pais e pré-natal até a idade
cuidadores. atual do paciente.
Condições a serem consideradas nos diagnósticos
diferenciais do TEA

As características do autismo não podem estar melhor explicadas por


atraso global do desenvolvimento ou deficiência intelectual;
Transtorno do desenvolvimento de linguagem;
Transtorno do movimento estereotipado associado ao atraso da
linguagem;
Déficits auditivos, como TPAC;
TDAH; porém a alteração da comunicação social e os
comportamentos repetitivos são infrequentes no TDAH;
Transtornos de ansiedade e transtorno do apego reativo (TAR);
alteram a comunicação social e a sociabilização, que em ambientes
confortáveis tendem a desaparecer, o que NÃO acontece nos casos de TEA.
Comorbidades comuns no TEA - Dupla Excepcionalidade.
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH;
Deficiência intelectual;
Epilepsias;
Esquisofrenia;
Síndrome de Tourette;
Distúrbios do sono;
Transtornos de ansiedade;
Transtorno Obsessivo Compulsivo;
Bipolaridade;
Depressão;
Distúrbios gastrointestinais e alergias;
Distúrbios alimentares;
Apraxia da fala;
Transtorno Opositivo Desafiador e
Altas habilidades.
TERAPIAS INDICADAS PARA O TEA

É importante ressaltar que o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)


não é uma doença, mas sim uma condição do neurodesenvolvimento,
não existe cura. Desta forma o termo tratamento pode ser considerado equivocado.
É essencial a intervenção de uma equipe multidisciplinar para garantir que a
pessoa se desenvolva e atinja todo seu potencial. As intervenções mais indicadas
para o autismo são aquelas cujas práticas são baseadas em evidências científicas:
Terapia ABA (Análise do Comportamento Aplicada);
Modelo DENVER de intervenção precoce;
Fonoaudiologia;
Terapia ocupacional,
Psicopedagogia;
Fisioterapia, atividade física ou psicomotricidade;
Além disso, família precisa de orientação parental e treinamento para lidar com os
comportamentos disruptivos.
Ansiedade... O que é?
Ansiedade é uma emoção normal e adaptativa.
Ela ajuda-nos a lidar com as dificuldades, bem como com situações
desafiantes ou perigosas. A ansiedade torna-se um problema quando
ela interfere no cotidiano tirando-nos o autocontrole e afetando nossas
relações pessoais e até mesmo no estado geral de saúde (físico,
emocional, comportamental e cognitivo)
Ela interfere na vida social como um todo.
Quando a ansiedade domina, perde-se o autocontrole e se faz
necessário ajuda para superar as dificuldades e retornar à uma vida .
Quais as causas da ansiedade?

Somos seres biopsicosossiais!

Existem múltiplos fatores que podem dar origem às perturbações


decorrentes de ansiedade em crianças e adolescentes, eles
envolvem uma complexa relação entre os fatores biológicos,
ambientais e individuais que predispõem à vulnerabilidade.
De acordo com a Associação Americana de Transtornos de
Ansiedade, a incidência da condição em pessoas de 5 a 16 anos
pode variar entre 9% a 15% dessa população.
SINTOMAS DE ANSIEDADE
Físicos
Emocionais
Inibição/lentidão de movimentos
Tristeza Agitação
Medo Mãos e pés frios, ou suados
“Borboletas no estômago”
Preocupação
Náuseas, alterações
Culpa gastrointestinais
Sensação de não ter valor Rubor facial
Desesperança Arrepios
Alterações repentinas de humor Músculos tensos
Sensação de confusão mental Dores no corpo
Boca seca
Dificuldade em adormecer
Alterações na forma de respirar
Sono agitado
Tonturas
SINTOMAS DE ANSIEDADE
Comportamentais Cognitivos

Crises de choro; Auto-crítica frequente;


Isolamento; Pensamento de que não é
Evitação de novas atividades e de possível receber ajuda;
atividades que davam prazer; Pessimismo;
Ataques de fúria; Perda de auto-confiança;
Incapacidade de lidar com tarefas diárias; Auto imagem negativa;
Diminuição da capacidade de atenção,
Pensamentos Catastróficos;
concentração, memória e tomada de
Sentimento de perda do auto-
decisão;
controle e enlouquecimento;
Não tratada, pode evoluir para TOC.
Transtornos decorrentes da ansiedade.
Fobias;
Ansiedade de Separação;
Ansiedade Generalizada;
Pânico;
Transtorno Obsessivo-Compulsivo;
Stress Pós-Traumático;

Os transtornos ansiosos são progressivos, isto é, tendem a piorar, se não


forem tratados, sendo assim, se faz necessário a intervenção de um
profissional.
Ansiedade de Separação.

Medo de estar longe dos adultos de referência.

Muitas crianças sentem-se assustadas quando


ficam sozinhas em casa. Para algumas crianças,
a separação dos pais, mesmo por um período de tempo
reduzido, gera muito medo, nervosismo, e preocupações.
A ausência dos pais gera ansiedade intensa, mesmo
estando na companhia de um outro cuidador.
FOBIAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES:

Medos que nos faz perder o controle e nos afastam do


que queremos e/ou precisamos fazer.

A fobia é um medo exagerado que controla o indivíduo, impedindo-o de se divertir,


de sair e de fazer as coisas que quer ou precisa fazer.

As crianças, ao longo do seu crescimento, vencem muitos medos, pois aprendem


que aquilo que receiam não é realmente perigoso ou porque aprendem a se
defender do perigo. No entanto, para algumas crianças e adolescentes esses
medos não desaparecem com o tempo. Nesse caso é possível que o medo se
tenha transformado em fobia.
Stress Pós-Traumático.
Medo e stress associados a uma memória muito dolorosa.

Quando algo assustador e perturbador acontece é natural que a


pessoa se sinta receosa em relação a esse acontecimento.
Por exemplo, se uma criança cai de bicicleta, ela se lembrará de como se
assustou e o quanto doeu, e poderá demorar para sentir coragem de retomar
os passeios de bicicleta. Mas, em algum momento, a criança voltará a andar
de bicicleta e esquecerá da queda.
Mas se acontecer algo muito grave, como acidentes ou abusos, as emoções
podem ser tão fortes e devastadoras que não desaparecem com o passar do
tempo, gerando um stress pós-traumático.
Ansiedade Generalizada.

Preocupação constante e duradoura.

A maioria das crianças conseguem colocar de lado suas


preocupações enquanto fazem suas tarefas ou brincam com os
amigos. Elas conseguem lidar com essas preocupações sem se
sentirem ansiosas.
Mas há crianças que se sentem nervosas e preocupadas de forma
tão profunda que é impossível não perceber. Para uma criança com
ansiedade generalizada, a própria ideia de um novo dia pode ser
assustadora.
Pânico

Medo que “paralisa”.

Quando uma pessoa sente um ataque de pânico, a


ansiedade é tão forte que parece apoderar-se de todo o
corpo. A pessoa pode sentir dificuldades em respirar, sentir o
coração a bater muito depressa e sentir dificuldade em
compreender tudo aquilo que sente no momento. Essas
sensações são desesperadoras.
Perturbação Obsessivo-Compulsiva.

Pensamentos e ações que são incontroláveis.

As Obsessões são pensamentos que parecem não desaparecer,


por mais que a pessoa tente afastá-los. São pensamentos muito
intensos relacionados vinculados à sensações catastróficas.
As Compulsões são as ações que a pessoa que precisa fazer para
afastar os pensamentos obsessivos, mesmo que não queiram e
que reconheçam que não fazem sentido algum, mas ela sente que
esta é a única forma amenizar seu sofrimento.
TRATAMENTO :

Primeiro passo para saber lidar com a ansiedade é procurar


ajuda profissional.
Somente os especialistas saberão conduzir as intervenções
de forma eficaz e definir se haverá necessidade de intervenção
medicamentosa.

O tipo de tratamento mais recomendado é a Terapia Cognitivo-Comportamental


que é uma intervenção psicoterápica cujo campo de atuação ocorre sobre
pensamentos surgidos por uma dada situação estimulante que geram
sentimentos e comportamentos inadequados.
A psicoeducação da Terapia Cognitivo-Comportamental visa a autorregulação
dos pacientes; além de ensiná-los a ter autocontrole em todas as situações.
ALGUMAS TÉCNICAS INTERVENTIVAS

Psicoeducação;
Treino de habilidades sociais;
Relaxamento muscular progressivo;
Prática da respiração profunda;
Prática da visualização;
Reestruturação cognitiva;
Exposição gradual/Dessensibilização sistemática;
Habilidades comportamentais de tolerância à frustração:
Reforço positivo.

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