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Doença de
Parkinson
Material de Estudo
Professora Responsável:
Psicopedagoga Jéssica Cavalcante
www.institutoneuro.com.br
Doença de Parkinson
Disponível em www.institutoneuro.com.br
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desse documento.
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vinculados no site do Instituto Neuro.
1. Domínios cognitivos
- Atenção: deterioração na atenção espontânea e focada, baixo desempenho em
tarefas de atenção (pode oscilar durante o dia ou de um dia para o outro).
- Funções executivas: deterioração em tarefas que requerem iniciação, planejamento,
treinamento de conceitos, mudança ou manutenção de categoria, processamento
lento.
- Habilidades visuoespaciais: deficiência na orientação visuoespacial, percepção ou
tarefas de construção.
- Memória: memória prejudicada livre de eventos recentes ou tarefas que exigem
novos aprendizagens. A memória tende a melhorar com pistas e o reconhecimento
geralmente é melhor do que a memória de recuperação espontânea.
- Idioma: as funções principais podem ser preservadas. Eles apresentam problemas na
pesquisa e recuperação de palavras e compreensão de frases complexas.
2. Características comportamentais
- Apatia: Falta de motivação, interesse ...
- Mudanças de humor: sintomas depressivos e de ansiedade
- Alucinações: principalmente visuais
- Delírios: geralmente paranóico
- Sono diurno excessivo
Características que não excluí na demência associada à DP, mas tornam o
diagnóstico confuso:
- Coexistência de outras alterações que por si só podem causar comprometimento
cognitivo, mas não é a causa da demência (doença vascular)
- O tempo que decorre desde o início dos sintomas motores e demência é
desconhecido
Características que sugerem ou após doenças como causa de comprometimento
cognitivo e que quando são presentes tornam possível descartar a demência
associada à DP:
- Sintomas cognitivos e comportamentais que aparecem sozinhos no contexto de
outras condições
- Grave confusão devido a: Doenças sistêmicas ou anormalidades, Intoxicação por
drogas, Depressão
Provável DP com demência:
- Principais recursos: ambos devem estar presentes
- Características clínicas associadas:
- Perfil típico de déficits cognitivos, incluindo pelo menos
prejuízo em dois dos 4 domínios cognitivos
- Presença de pelo menos 2 sintomas comportamentais
(embora, se não houver, o demência)
- Nenhuma característica do grupo III está presente
- Nenhuma característica do grupo IV está presente
A perda de dopamina que ocorre após a degeneração
nigroestriatal é a achado central da DP, portanto, é o primeiro
candidato a explicar a deterioração subjacente à doença
(Emre, 2003).
As conexões funcionais entre gânglios da base e córtex
frontal, juntamente com o perfil disexecutivo que aparece
mesmo nos estágios iniciais, sugere que a disfunção
dopaminérgica no circuito estriatofronal desempenha um
papel crucial no comprometimento cognitivo associado com
doença.
Embora não haja consenso sobre o papel específico do córtex pré-
frontal na diferentes domínios cognitivos, a maioria das pesquisas apóia a ideia
de que esta área desempenha um papel crucial na memória de trabalho. A
manipulação do informações e a aplicação de estratégias adequadas para
resolver problemas são funções controladas pelo córtex frontal dorsolateral,
enquanto codifica e a recuperação da memória depende de áreas mais
ventrais (Owen, 2000). De acordo com essa diferenciação, surge um referencial
teórico que tenta explicar o papel dessas zonas no processamento de funções
executivas. Assim, haveria dois sistemas diferente dentro da zona lateral do
córtex frontal que mediaria nas diferentes aspectos das funções executivas por
meio de conexões recíprocas com as áreas de Associação.
O córtex ventrolateral (áreas 45 e 47) constitui o primeiro nível de
interação entre as regiões corticais posteriores e o córtex frontal lateral e é
responsável por processos de baixo nível, como comparações ou julgamentos
de ocorrência, lembrança de estímulos e recuperação intencional de
informações. Pelo contrário, a área dorsolateral (área 46 e área 9) está
envolvida no processamento de alto nível e está necessário apenas quando a
manipulação ativa e monitoramento de informações na memória conforme
necessário ou quando estratégias são necessárias organizacional para facilitar a
gestão da informação.
Alterações na linguagem
Os distúrbios de linguagem presentes no EP variam
desde os níveis mais baixos processamento de agudos, como
pragmática ou compreensão de frases para o Processamento
semântico-léxico. Além disso, déficits específicos costumam
aparecer no processamento de verbos. No entanto, há grande
controvérsia sobre a origem essas alterações que aparecem
durante a evolução da doença.
É possivel que alguns dos problemas linguísticos que os
pacientes com DP apresentam são conseqüência de
alterações nas funções executivas ou secundárias a outras
fatores mais relacionados à evolução da própria doença,
como disfunção áreas motoras ou falta de dopamina. O
principal déficits que eles apresentam.
Pacientes com DP geralmente apresentam dificuldades em
compreender e usar pragmática, que são as capacidades
encarregadas de fornecer às pessoas o ferramentas necessárias
para funcionar em situações sociais comunicativas.
Numerosas investigações a este respeito sugerem que o
processamento da pragmática parece ser regulado pelos lobos
frontais de ambos os hemisférios (Bottini et al., 1994). Em pessoas
com DP, é possível encontrar dificuldades quando se trata de lidar
bem com situações sociais. Eles podem apresentar dificuldades
para entender a fala dos outros (Hall, Ouyang, Lonnquist e
Newcombe, 2011), para gerar inferências (Berg, Björnram,
Hartelius, Laakso, & Johnels, 2003), usar corretamente as voltas da
fala, da prosódia e nos próprios gestos e expressões faciais
(McNamara & Durso, 2003).
Dificuldades significativas também aparecem no
processamento de frases complexo (Grossman, 1999;
Grossman, Carvell, Stern, Gollomp, & Hurtig, 1992; Grossman
et al., 2003; Grossman et al., 2001; Lieberman, Friedman, &
Feldman, 1990; Lieberman et al., 1992; Natsopoulos,
Katsarou, Bostantzopoulou, & Grouios, 1991).
A fim de uma compreensão adequada das frases, o
funcionamento adequado é necessário tanto atenção e
memória como saber as regras gramaticais e compreender
seus significado. Portanto, um déficit no processamento de
sentenças pode ser o resultado a falha de alguns desses
mecanismos.
Outro componente linguístico que também
parece ser afetado na DP é produção oral. As
tarefas que geralmente são usadas para estudar
este processo são a Fluência verbal, nomeação
de imagens e geração de palavras.
A tarefa de fluência verbal consiste em gerar tantas palavras quanto
possível sob certas condições fonológicas ou semânticas em um tempo limitado,
geralmente um minuto. As tarefas clássicas de fluência verbal são fluência
fonológica, que consiste em gerar palavras que começam com um certo letra
(geralmente F, A ou S) e fluência semântica, o que requer a geração de espécimes
de uma determinada categoria (por exemplo, animais, frutas ...). Nos últimos anos
fluência de ação também começa a ser usada, em que a palavra a gerar são verbos
("coisas que podem ser feitas"). DP sem demência geralmente presentes maior
deterioração na fluência fonológica em comparação com a semântica (Henry &
Crawford, 2004).
No entanto, algumas pesquisas encontraram um maior déficit de fluência
semântica em pacientes sem demência (Muslimovic et al., 2005), enquanto outros
não encontraram diferenças entre PD e controles saudáveis em qualquer um dos
categorias com as quais foram avaliados (fonológica, semântica e ações) (Piatt,
Campos, Paolo, Koller e Tröster, 1999). Em experimentos que introduziram a
fluidez de ações para avaliar o desempenho de pacientes com DP, descobriram
que está em que apresentam maiores dificuldades o DP-D, em comparação com o
DP-ND e o controles (Piatt et al., 1999). Ainda assim, é importante notar que a
fluência semântica é a categoria que mais se deteriora e é considerada um fator
de risco.
Outra forma de avaliar a produção oral é por meio de
tarefas de nomenclatura de desenhos. Desenhos de objetos
podem ser usados (o participante deve dizer o nome do objeto
que é apresentado no desenho) ou o nome das ações (que
Consiste na geração de um verbo antes do desenho de uma ação).
Em pacientes com Alterações de DP foram encontradas na
denominação das ações em comparação com a nomeação de
objetos (Bertella et al., 2002; Cotelli et al., 2007; Rodríguez-
Ferreiro et al., 2009). Além disso, esse déficit não se deve à
complexidade visual dos estímulos. nem à presença de demência
nos participantes, visto que nos estudos mencionado, essas
variáveis foram controladas
Na geração de verbos, a geração de um verbo é necessária
antes do presença de um desenho. Por exemplo, ao desenhar um
lápis, gere o verbo "escrever". Péran et al., (2009) comparou o
desempenho de um grupo de pacientes com DP que foram
avaliados com uma tarefa de nomeação de objetos e outra com
geração de verbos. Eles descobriram que os pacientes com DP têm
mais erros quando tem que gerar um verbo na presença de um
objeto em comparação com o nomeação de objetos.
Além disso, os dados sobre seus tempos de reação (TR),
mostraram que os pacientes demoram mais para responder a
objetos manipulativos do que antes dos não manipuláveis,
sugerindo uma conotação semântica ao executar esta tarefa.
Na geração de verbos, a geração de um verbo é necessária antes
do presença de um desenho. Por exemplo, ao desenhar um lápis, gere o
verbo "escrever". Péran et al., (2009) comparou o desempenho de um
grupo de pacientes com EP que foram avaliados com uma tarefa de
nomeação de objetos e outra com geração de verbos. Eles descobriram
que os pacientes com DP têm mais erros quando tem que gerar um verbo
na presença de um objeto em comparação com o nomeação de objetos.
Além disso, os dados sobre seus tempos de reação (TR), mostraram que os
pacientes demoram mais para responder a objetos manipulativos do que
antes dos não manipuláveis, sugerindo uma conotação semântica ao
executar esta tarefa.
Em relação ao sistema semântico, os experimentos realizados tanto
em pessoas pacientes saudáveis que receberam dopamina (Kischka et al.,
1996; Roesch-Ely et al., 2006) como com pacientes com DP, mostra que
este neurotransmissor desempenha um papel importante na ativação e
disseminação de informações dentro do sistema semântico (Angwin,
Chenery, Copland, Murdoch, & Silburn, 2003; Angwin, Chenery, Copland,
Murdoch e Silburn, 2007).
Embora seja claro que os pacientes com DP têm algumas
dificuldades em processamento da linguagem, muitos autores
consideram que não se trata de transtornos puramente
linguísticas, mas são consequência de outros tipos de alterações.
Alguns pesquisadores afirmam que são consequência das
alterações que estes os pacientes têm com funções executivas.
Outros pensam que são devido a distúrbios motores, uma vez que
algumas redes neurais são compartilhadas pelo processamento
linguístico e processamento motor. E alguns outros sugerem que
pode ser o baixo nível de dopamina que esses pacientes têm nos
circuitos frontais a causa do baixo desempenho dos pacientes com
DP em tarefas de linguagem. Analisamos essas três perspectivas a
seguir.
Em altos níveis de processamento linguístico, os resultados mostraram
que os pacientes com DP têm dificuldades em compreender a pragmática
como consequência de disfunção executiva. Na verdade, eles foram
encontrados correlações entre memória de trabalho e compreensão de
metáforas.
Obviamente, para processar e entender corretamente uma frase, sim
que uma boa função de memória de trabalho é necessária para manter
informações, pelo menos até chegar ao final da frase e ser capaz de integrar o
estrutura gramatical com o significado das palavras. Na verdade, a memória de
trabalho Verbal foi sugerido como o mecanismo subjacente para um bom
desempenho em tarefas de processamento de frases
Outro grande déficit freqüentemente relacionado às funções
executivas é a recuperação lexical. Por exemplo, pacientes com DP costumam
ter problemas em tarefas de fluência fonológica, tarefa que requer
principalmente o funcionamento das áreas frontais, conforme demonstrado
por ambos os estudos com pacientes com lesão frontal.
TRATAMENTO DA DOENÇA DE
PARKINSON
As várias formas de tratamento são utilizadas visando a melhora dos sintomas
e não a cura da doença. Na maior parte dos casos, o tratamento com fármacos está
associado ao tratamento não farmacológico como fisioterapia, fonoaudiologia, terapia
ocupacional, nutricionista, entre outros. É importante ressaltar o papel da reabilitação
física, sobretudo para combater a imobilidade e a bradicinesia. Há uma diversidade
considerável de tratamentos, onde o importante é saber combiná-los para maximizar
os benefícios em prol da melhoria da qualidade de vida dos portadores de doença de
Parkinson (Sanvito, 1997).
Quanto ao tratamento farmacológico, Machado (2002) afirma que a
administração da L-dopa (diidroxifenilalanina), um precursor da dopamina, inspirou a
terapêutica moderna. Há outros fármacos associados ao tratamento, porém, um
estudo realizado por Teive & Sá (2001) chama a atenção para os cuidados que devem
ser considerados na administração de outros medicamentos que podem agravar os
quadros parkinsonianos, como os usados por mulheres com sintomas psicofuncionais
da menopausa, ou medicamentos para a depressão, que podem prejudicar a memória.
A redução na dose de agentes dopaminérgicos e de outras
medicações pode ser útil na melhora parcial da função cognitiva em
alguns casos. O equilíbrio entre a melhora da função motora e a
preservação de habilidades cognitivas deve ser observado e, é
importante para os clínicos, discutir essa possibilidade com os
portadores de doença de Parkinson e as suas famílias.
Atualmente, não há nenhum tratamento farmacológico aprovado
pelo Departamento de Administração de Drogas e Alimentos dos
Estados Unidos da América para a demência na doença de Parkinson.
Entretanto, a medicação usada para tratar a doença de Alzheimer, tal
como inibidores do acetilcolinesterase, pode retardar a progressão da
perda da memória em alguns pacientes com doença de Parkinson
(Anderson, 2004).
A intervenção terapêutica para sintomas cognitivos e de
comportamento na doença de Parkinson focaliza, atualmente, em dois
grupos principais das drogas: inibidores da colinesterase e antipsicóticos
atípicos. Um experimento recente, randomizado e controlado, sugere
que os inibidores da colinesterase podem produzir uma melhora
modesta na função cognitiva, assim como redução dos sintomas
psicóticos, geralmente sem um efeito adverso na função motora.
Determinados antipsicóticos atípicos permitem trazer sob
controle as alucinações, desilusões e os problemas de comportamento
com efeitos mínimos na deterioração da função motora e na cognição,
mas sua segurança em portadores idosos tem sido recentemente
questionada. Modafinil melhora o estado de alerta na doença de
Parkinson, e quem sabe poderá estabelecer seus efeitos no
desempenho cognitivo.
Aprendizagem
Como conseqüência dos três processos envolvidos na formação da memória,
caracteriza-se a aprendizagem, que não se restringe somente ao processo de
aquisição de informações. Na verdade, não há aprendizagem sem memória, nem
memória sem aprendizagem, estando ambos os processos intimamente ligados a
muitos processos cerebrais (Morgado, 1999; Kandel et al., 2000). Os mecanismos
cerebrais da memória e aprendizagem, em geral, estão também associados aos
processos neurais responsáveis pela atenção, percepção, motivação, pensamento,
assim como outros processos neuropsicológicos, de forma que perturbações nesses
processos podem afetar a memória e aprendizagem (Souza, 2001).
Sabe-se, atualmente, que certos déficits de memória fazem parte do
processo de envelhecimento saudável. Um declínio no número e na eficiência dos
neurônios provocado pelo próprio processo de envelhecimento significa que o sistema
físico de armazenamento da memória está inevitavelmente comprometido, o que
possibilita conseqüências psicológicas (Stuart-Hamilton, 2002). Em pesquisas
realizadas foram encontradas mudanças anatômicas e funcionais nos lobos frontais e
hipocampo dos idosos, sendo essas regiões cerebrais envolvidas diretamente com a
memória (Haenninen et al., 1997, Purcell et al., 1998).
Encontram-se bem documentadas as diferenças entre
adultos jovens e idosos, em tarefas envolvendo a memória
operacional e a memória episódica (Stuart–Hamilton, 2002;
Yassuda, 2006). Quanto aos estágios do processo de
memorização (aquisição ou codificação, consolidação ou
estocagem, e evocação ou resgate), sabe-se que existem
diferenças significativas entre jovens e idosos, durante a
aquisição e a evocação de novas informações (Kausler, 1991).
Foi documentado ainda que com a idade o
processamento das informações torna-se mais lento e
dispendioso (Salthouse, 1991).
Dentro das características dos sistemas de memória encontra-se o
esquecimento, que é a capacidade de filtrar e selecionar a informação útil e descartar
informações não relevantes com o propósito de tornar mais eficazes os processos de
memória (Dolan, 2002; McGaugh, 2000). Levando em consideração as fases do
processo de formação da memória, pode-se inferir que as variáveis que participam
dessa tarefa de seleção estão presentes em alguma dessas fases. No processo da
captação da informação, a seleção ocorreria como resultado da codificação ou não dos
estímulos.
Considerando que todos os indivíduos possuem uma capacidade sensorial
similar, e que essa capacidade não apresenta grandes variações no tempo, a seleção
dos estímulos que serão ou não codificados dependerá das próprias características
dessas informações, ou das características atribuídas a elas, e que favorecem o
processo de codificação, quais sejam: a raridade (Cycowicz & Friedman, 2007;
Knudsen, 2007), o alertamento (Cahill & McGaugh, 1998; Dolan, 2002; Labar & Cabeza,
2006) e a valência emocional (Bradley et al.,1992; Kensinger,2004). Essas duas últimas
características são consideradas propriedades dos estímulos emocionais.
Na fase de consolidação, muitos estudos
demonstraram a facilitação ou inibição da passagem das
informações do sistema de memória de curto prazo para o
sistema de memória de longo prazo, mediante diferentes
manipulações, como: fármacos que modulem os sistemas
neurotransmissores (Buss et al., 2004; Cahill et al., 1996; Wolf
et al., 2001); o treino pela exposição repetitiva aos estímulos,
ou diferentes tipos de manipulações comportamentais
(McGaugh, 2000).
Tais fatores vão influenciar a probabilidade de que as
informações percebidas sejam permanentemente
armazenadas no sistema de memória de longo prazo
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