Você está na página 1de 21

SAÚDE MENTAL E

CUIDADO DE
ENFERMAGEM EM
PSIQUIATRIA

Marcus Luciano de Oliveira Tavares


Correntes psiquiátricas
e tratamento dos
distúrbios mentais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Distinguir as diferentes correntes psiquiátricas.


„„ Discutir o Projeto Terapêutico Singular (PTS).
„„ Descrever as terapias medicamentosas e eletroconvulsivantes e as
psicoterapias no tratamento do paciente com transtornos mentais.

Introdução
A ocorrência dos transtornos mentais sempre foi motivo de muitas dis-
cussões em razão das características atribuídas a eles ao longo da história,
além das diversas explicações para sua ocorrência. Para que a assistência
aos portadores dessas doenças seja realizada de maneira integral, é
importante que os profissionais de saúde conheçam a evolução histórica
por trás dos diferentes transtornos e como ocorreu a evolução nas teorias
que buscam explicar esses fenômenos.
Neste capítulo, você vai conhecer as bases que buscam explicar a
ocorrência dos transtornos mentais, bem como as diferentes formas de
conduzir e tratar essas doenças.
2 Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais

Correntes psiquiátricas
Ao longo do tempo, diferentes áreas tendem a explicar a ocorrência dos trans-
tornos mentais no ser humano, por esse motivo, estes sempre foram permeados
pelos mais diversos conceitos. Na antiguidade, quando não se fazia ciência
como hoje, os fenômenos naturais eram explicados por meio de ideias relacio-
nadas ao sobrenatural, atribuindo sua ocorrência a divindades e outros seres
místicos; eram vistos como sinais de deuses, sinais tanto positivos quanto
negativos, e, por isso, o tratamento tinha como objetivo o controle das forças
sobrenaturais por meio de rituais e outras práticas (BRASIL, 2003). Com a
evolução científica, as bases para elaboração e validação das explicações para
a ocorrência dos transtornos mentais foram se solidificando, levando o mundo
a compreender os transtornos mentais, não mais como era no passado, mas
algo que envolve alterações na homeostase psíquica do indivíduo.
A busca por explicações somáticas para a ocorrência dos transtornos
mentais que identificassem os fatores biológicos causadores dos transtornos
mentais sempre esteve presente na história da psiquiatria (SHORTER, 1997).
Na Grécia Antiga, os estudiosos iniciaram as buscas por explicações fisioló-
gicas para a ocorrência dos transtornos mentais, ainda que, naquela época,
fossem imperativas as explicações sobrenaturais (BRASIL, 2003). No século
V a.C., Hipócrates, consagrado como o “pai da medicina”, considerava que
a doença mental apresentava origem orgânica, desvinculando-a das causas
sobrenaturais, isso em razão da sua teoria de que a vida era mantida pelo
equilíbrio de quatro humores: sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra,
sendo cada uma deles originado no coração, no sistema respiratório, no
fígado e no baço, respectivamente. Sua regulação ocorria de acordo com
as estações do ano e o desequilíbrio na produção desses humores (excesso,
escassez ou falta de interação entre eles) era responsável pelas moléstias que
afligiam a humanidade, dentre elas os transtornos mentais. Desse modo, o
pensamento terapêutico baseava-se na busca pelo equilíbrio dos humores.
Essa explicação ficou conhecida como a Teoria Humoral, representada na
Figura 1.
Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais 3

Figura 1. Representação gráfica da teoria dos humores.


Fonte: Psicologia... (2018, documento on-line).

Já no século IV a.C., Platão passou a diferenciar as doenças do corpo


(somáticas) e da alma, aproximando-se um pouco do pensamento atual sobre
os transtornos mentais. Segundo Azenha (2014, documento on-line),

as enfermidades somáticas podiam ocorrer: por desequilíbrio dos seus elementos


constitutivos, o fogo, a terra, o ar e a água; por corrupção dos tecidos do corpo,
nomeadamente a carne, os nervos, o sangue, os ossos e a medula; e, finalmente,
pelo ar e pelos humores, a bile e flegma. Por seu turno, as doenças da alma
seriam, segundo Platão, designadas como demências e podiam ser de dois tipos:
ignorância e loucura. Os excessos seriam deletérios, promovendo a loucura,
doença passível de tratamento, mas não de censura para aquele que sofre. Uma
outra origem para a loucura residia na produção de humores deletérios, bile e
flegma, secundários à decomposição do corpo, os quais mesclavam seus vapores
aos movimentos da alma, produzindo estados como a tristeza, audácia, cobardia e
esquecimento. A ignorância teria a sua origem em dois aspectos: má constituição
corporal e educação; que poderão ser vistos na medicina contemporânea como
o caráter genotípico (constitutivo) e a influência ambiental. Assim, homens com
deficiência somática e expostos a uma educação imprópria seriam propensos
à ignorância. No entanto, se o processo educativo fosse adequado, era possível
que tais homens superassem a sua má constituição.
4 Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais

Com o passar dos anos, à medida que o conhecimento científico avançava,


as diferentes teorias se aperfeiçoaram. No entanto, durante parte da Idade
Média (séc. X a XV), fortemente marcada pela influência da Igreja nos meios
científicos, sociais e políticos, os doentes mentais eram aceitos e desfrutavam
de certa liberdade, exceto os perigosos, os quais eram acorrentados em casa
ou nas prisões, flagelados e submetidos a outras intervenções de tortura sob
a premissa de que eles estavam “possuídos por demônios”. Embora houvesse
essas situações, as pessoas com transtornos mentais eram vistas com olhar
piedoso pela população e serviam como “alvo de caridade” dos mais abastados
em expiação dos seus pecados, ainda que predominasse a crença de que as
atitudes desses indivíduos decorriam de vontade divina. Foi ainda nesse período
que começaram a surgir alas específicas para esses indivíduos nos hospitais.
No período do Renascimento (século XIV ao século XVI), o pensamento
sobre os transtornos mentais encarava essas doenças como “[...] alienação,
diminuição, depravação ou perda de função mental” (AZENHA, 2014, docu-
mento on-line). Esses indivíduos deveriam ser excluídos da sociedade e, nessa
época, foram incluídos nas torturas e nos inquéritos da Inquisição. Embora
tenha ocorrido, ainda, muita influência da religião nesse período, com o
passar dos anos se iniciou uma clara separação entre ciência e religião, tendo
iniciado um processo de mudança no qual os transtorno mentais deixaram de
ser considerados como algo causado pelo sobrenatural, ligado a possessões
demoníacas, e passaram a ser vistas sob a ótica da psicologia.
Entre os séculos XVII e XVIII houve um aumento da confiança na razão
em detrimento da tradição e da fé. Philippe Pinel (XVIII), psiquiatra Francês,
conhecido como o “pai da psiquiatria”, introduziu o pensamento de que o
indivíduo com transtornos mentais, assim como em qualquer outra doença,
necessitava de cuidados e medicamentos para paliativizar o seu sofrimento.
Nessa época, a ocorrência dos transtornos mentais começou a ser vista como
sendo de ordem física, psíquica e social, sendo, ainda, associada biologica-
mente a alterações genéticas ocorridas de maneira congênita ou adquirida ao
longo da vida.
À medida que a ciência foi evoluindo, as correntes biológicas e psicológicas
que se empenhavam em explicar a origem dos transtornos mentais foram
ganhando força, enquanto o misticismo e as influências sobrenaturais por
trás da doença reduziram. No entanto, ainda hoje diferentes experimentos têm
demonstrado que a espiritualidade é um fator preponderante na prevenção e
no manejo de diferentes transtornos mentais.
Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais 5

Dentre as explicações biológicas para a ocorrência dos transtornos mentais,


acredita-se que sua ocorrência decorre de diferentes fatores, o que inclui
distúrbios ou alterações genéticas, bioquímicas, endócrinas e imunológicas.
No entanto, sua manifestação depende da exposição do indivíduo a fatores
ambientais e comportamentais (FREITAS-SILVA; ORTEGA, 2016; KAPE-
ZINSKI et al., 2011).
A psicologia defende que a subjetividade por trás do sujeito pode influenciar
na ocorrência de transtornos mentais. Suas experiências e vivências ao longo
da sua existência podem desencadear sinais e sintomas capazes de alterar o seu
comportamento, portanto, uma abordagem da doença que negligencie o sujeito
ou a pessoa (SOUSA; CALLOU; MOREIRA, 2013) torna-se ineficaz, visto que
não adianta um corpo funcionando perfeitamente se a mente estiver adoecida. A
psicoterapia, uma das modalidades de tratamento para os transtornos mentais,
busca identificar comportamentos, emoções, experiências e opiniões que o
indivíduo apresenta e que podem influenciar negativamente na sua saúde mental.
Percebe-se, ao longo desse texto, que grande parte do estigma presente
hoje sobre os indivíduos portadores de transtornos mentais advém de uma
época em que sua condição era tratada como manifestações demoníacas e, por
isso, eram torturados e vistos como “escórias da humanidade”. Somente com
o passar do tempo e o interesse pelas explicações biológicas e psicológicas
para esses transtornos, esses indivíduos passaram a ser considerados como
pessoas doentes, não diferentes daquelas doenças do corpo e que mereciam
um tratamento humanizado e livre de preconceitos para o restabelecimento
da sua situação de saúde.

O Projeto Terapêutico Singular


Na atualidade, os profissionais de saúde dispõem de diversas ferramentas
capazes de sistematizar e subsidiar o atendimento aos usuários dos serviços
de saúde, visto que, há algumas décadas, as práticas eram pautadas somente
na medicalização, o que reforçava o modelo hospitalocêntrico e médico cen-
trado. Com o advento do conceito de promoção da saúde, a doença passou a
ser vista de outra forma, exigindo que os profissionais implementassem a sua
assistência com foco no paciente, e não mais na doença, exercendo uma clínica
e gestão do cuidado com foco na produção de saúde, por meio da valorização
da integralidade do usuário, considerando sua história de vida, conhecimento
e habilidades e respeitando sua individualidade. Tais transformações exigiram
novas formas de tratamento e condução deste, daí a criação do PTS.
6 Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais

O PTS se configura como “[...] um conjunto de propostas de condutas


terapêuticas articuladas, direcionadas a um indivíduo, família ou coletividade”
(HORI; NASCIMENTO, 2014, documento on-line). Esse projeto considera o
usuário ou o grupo como seres responsáveis por seu processo de tratamento.
Por esse motivo, favorece a sua participação na elaboração, o que valoriza a
sua autonomia em deliberar sobre suas fragilidades e potencialidades. Requer
articulação interdisciplinar, o que possibilita a efetivação de uma assistência
integral, e envolve, ainda, a participação de outros indivíduos, como a família,
considerando suas dificuldades e rotina diária com o usuário, e os recursos
existentes no território.
No campo da saúde mental, a utilização do PTS é vista como uma ótima
estratégia para manejo dos casos, especialmente por se tratar de uma área cuja
opinião do paciente deve ser considerada, visto que muitas de suas atitudes
podem repercutir de maneira positiva ou negativa no tratamento. Pesquisa mos-
tra que, à medida que ocorrem experiências exitosas na utilização do PTS, os
profissionais tornam-se motivados a utilizá-lo nos serviços (VASCONCELOS
et al., 2016). Embora seja uma ferramenta inovadora, há muitas dificuldades na
implementação do PTS, dentre elas destacam-se: a fragmentação do cuidado,
em razão da má articulação entre as diferentes especialidades; a participação
insuficiente dos usuários e seus familiares na elaboração e negociação do pro-
jeto; a dificuldade de implementar o PTS nos serviços que darão continuidade
à assistência ao paciente; bem como a desarticulação com os dispositivos de
apoio assistencial e social existentes no território.
A construção e implementação do PTS é dinâmica, processual e flexível.
Dessa forma, necessita de reavaliação contínua para que potenciais falhas sejam
ajustadas e o processo seja aperfeiçoado. Para que os objetivos do PTS sejam
alcançados, este deve ser constituído baseado no seguinte método (BRASIL,
2009; SILVA et al., 2016) descrito a seguir.

„„ Definição das hipóteses diagnósticas: abrange a avaliação orgânica,


psicológica e social do indivíduo, a qual deve convergir para uma con-
clusão sobre a vulnerabilidade do paciente.
„„ Definição de metas: realizada em dois momentos, sendo o primeiro
entre os membros da equipe, momento em que expõem e clarificam,
entre eles, a proposta que será oferecida ao usuário. Com essas metas
previamente elaboradas, os membros da equipe selecionam aquele que
apresenta melhor vínculo com o usuário, para que possa negociar as
metas definidas e acompanhá-lo mais de perto.
Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais 7

„„ Divisão de responsabilidades: etapa que visa a definir quais os papeis


de cada membro na implementação do projeto, incluindo o usuário, o
qual deve assumir sua responsabilidade terapêutica. Nesse momento é
necessário que todos se reconheçam como responsáveis pelo projeto.
„„ Reavaliação: momento em que se é possível identificar as falhas e
conquistas, além de ajustar as metas conforme novas necessidades
apresentadas, para que o projeto possa evoluir de modo a promover as
intervenções adequadas. Importante ressaltar que, nesse momento, deve-
-se valorizar o que foi alcançado para que o usuário se sinta estimulado
a seguir com seu propósito.

Para que a construção do PTS ocorra de modo a promover o alcance


de suas metas, a participação de diferentes atores é necessária, dentre eles
consideram-se os profissionais, o usuário e a família, cada um com seu papel
bem delineado.

Participação profissional
Para que o projeto terapêutico seja estruturado de modo a abranger todas
as demandas apresentadas pelo usuário, é necessário que os profissionais
envolvidos na assistência participem ativamente do processo de constituição,
no entanto, devem entender que para o usuário se sentir, de fato, incentivado
e autônomo, é necessário que as metas a serem alcançadas sejam discutidas
e pactuadas com ele.
Hori e Nascimento (2014, documento on-line), em seu estudo que analisou
a elaboração de um PTS, explicam que “[...] o trabalho em equipe, elemento
essencial para a elaboração pactuada e compartilhada do projeto terapêutico,
implica em compartilhamento de percepções e reflexões entre profissionais de
diferentes áreas do conhecimento na busca pela compreensão da situação ou do
problema em questão”. Embora a formação profissional os prepare para atuar
de maneira individual, é necessário que os profissionais compreendam que o
PTS não pertence a somente uma especialidade, o que poderia fragmentar o
cuidado e dificultar a visualização integral do usuário (SILVA et al., 2013).
É necessário, ainda, que os profissionais sintam-se instigados em conhecer
o paciente, compreender suas necessidades e sua rotina diária, bem como co-
nhecer como ele vive e interage com seu meio social. Tais habilidades poderão
ser alcançadas com o auxílio da família e outros atores existentes no território,
além de possibilitar a criação de vínculos, importante na condução do projeto.
8 Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais

Participação do usuário
Considerado o ator principal e fundamental para construção do PTS, o usuário
deve ser ouvido em suas necessidades e reconhecido como indivíduo com
fragilidades e potencialidade. Sua participação garante que ele atue de forma
efetiva na construção do seu projeto, conferindo-lhe autonomia na definição
das metas.
A inclusão do usuário advém de uma série de tentativas frustradas em tratar
os transtornos mentais sem considerar sua individualidade. Tais tentativas
sempre tendem a falhar, uma vez que ao se estabelecer metas e prioridades
sem considerar sua capacidade, estas tornam-se incapazes de serem cumpridas
por ele.
Outro aspecto positivo é a valorização do conhecimento prévio que o usuário
apresenta, o que mostra até onde ele é capaz de deliberar sobre sua condição.

Participação da família
A família é onde o indivíduo aprende a viver em sociedade, portanto, é em
seu meio que ele desenvolve suas habilidades de comunicação e interação
social. Quando um indivíduo adoece, sua família é impactada de diferentes
formas, além de ser a responsável pela condução do tratamento no domicílio.
Portanto, sua participação na elaboração do PTS é fundamental para que os
profissionais reconheçam o apoio que o paciente terá no domicílio, seja no
âmbito físico ou psicológico.
Uma família bem estruturada e preparada para lidar com as adversidades
causadas pelos transtornos mentais é importante nos momentos de fragilidade.
Pesquisas apontam que o vínculo familiar enfraquecido é uma queixa frequen-
temente relatada por pacientes em construção do seu PTS, o que demandaria
intervenção em rede de saúde e intersetorial. No entanto, ao identificar as
fragilidades que ocorrem no seio familiar previamente, os profissionais podem
elaborar estratégias visando a recuperação ou o fortalecimento desses vínculos
(HORI; NASCIMENTO, 2014).
Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais 9

Terapias medicamentosas e
eletroconvulsivantes e psicoterapias
no tratamento do paciente com transtornos
mentais
Atualmente, as diferentes maneiras de tratar o indivíduo com transtornos
mentais têm como objetivo a redução das repercussões causadas, a promoção
da qualidade de vida, a melhoria das funções psíquicas e o restabelecimento
de sua rotina. A opção pela forma de tratamento mais adequada depende do
diagnóstico que o paciente apresenta, incluindo comorbidades associadas,
bem como suas condições físicas, mentais, sociais e econômicas. Há ainda a
possibilidade de conjugar diferentes formas de tratamento para que se obtenha
melhor resultado.

Terapia medicamentosa
Os psicofármacos, ou fármacos psicotrópicos, desenvolvidos a partir dos anos
50, mudaram radicalmente a falta de perspectivas em relação ao tratamento
dos transtornos mentais que prevalecia naquela época. A ação desses medi-
camentos interfere nas funções do sistema nervoso central, portanto, depende
necessariamente do diagnóstico do transtorno e das manifestações clínicas
que o paciente apresenta. A decisão pelo fármaco mais adequado é tomada
pelo profissional médico, mas para que ela seja feita de maneira assertiva,
a colaboração multiprofissional é importante, pois os demais profissionais,
incluindo os de enfermagem, acompanham o paciente em diferentes momentos,
sendo capazes de apontar os efeitos da medicação no paciente.
Segundo Czarnobay et al. (2018, documento on-line), a terapêutica medi-
camentosa envolve diferentes sujeitos:

[...] a pessoa que a recebe, havendo perspectiva de melhora; afeta a família,


que vivencia ciclos durante a adesão ao uso de medicação por parte de seu
familiar que podem ser benéficos ou de reações adversas, sendo que o apoio
e participação dos familiares podem contribuir para a sua adesão; e envolve
o enfermeiro, que possui conhecimento e técnicas abundantes que compõem
o cuidado.
10 Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais

Apesar de não ser o prescritor dessa terapia, o enfermeiro é responsável


pela administração e supervisão de profissionais que acompanham o usuário
submetido à terapia medicamentosa, devendo então se empoderar dos co-
nhecimentos acerca dos fármacos existentes, bem como reconhecer efeitos
colaterais e adversos.
Dentre os grupos de medicamentos disponíveis atualmente, podemos
encontrar os ansiolíticos, antidepressivos e antipsicóticos.
Os ansiolíticos são medicamentos indicados para o tratamento de trans-
tornos de ansiedade, capazes de reduzir a resposta ao estresse por meio de
alterações nos neurotransmissores e hormônios. Um dos mecanismos de ação
está relacionado ao neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (GABA),
responsável pela inibição das atividades neuronais. Desse modo, o uso dos
ansiolíticos é capaz de reduzir a ansiedade e a agressão, induzir o sono ou
a sedação, reduzir o tônus muscular e a coordenação motora, dentre outros
efeitos. Alguns exemplos de ansiolíticos incluem: alprazolam, bromazepam,
buspirona, clonazepam, diazepam, lorazepam, zolpidem, dentre outros (AZE-
VEDO; ARAÚJO; FERREIRA, 2016).
Os medicamentos antidepressivos atuam no equilíbrio da produção e da
disponibilidade de neurotransmissores, combatendo os sintomas da depressão.
O mecanismo de ação dos antidepressivos varia de acordo com sua classe, uma
delas, por exemplo, são os inibidores seletivos da receptação de serotonina,
cujo mecanismo de ação envolve a inibição da recaptação de serotonina. Como
consequência, sua concentração aumenta na fenda sináptica, o que resulta em
aumento da sensação de prazer. No Quadro 1, veja as classes de antidepressivos
existentes (MORENO; MORENO; SOARES, 1999).
Os antipsicóticos têm como função reduzir a intensidade de sintomas
psicóticos por meio do bloqueio dos receptores de dopamina, pois uma das
hipóteses que se propõe a explicar as causas dos sintomas psicóticos sugere
que o excesso de atividade desse neurotransmissor pode ocasionar esses
sintomas, especialmente os positivos. Vale ressaltar que os antipsicóticos não
têm a função de curar uma doença psíquica, mas controlar os seus sintomas.
Alguns exemplos de antipsicóticos incluem: promazina, haloperidol, clozapina,
clorpromazina, dentre outros (MOREIRA; GUIMARÃES, 2007).
Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais 11

Quadro 1. Classificação dos antidepressivos

Inibidores da Não seletivos e irreversíveis:


monoaminoxidase (IMAO) „„ iproniazida
„„ isocarboxazida
„„ tranilcipromina
„„ fenelzina
Seletivos e irreversíveis:
„„ clorgilina (MAO-A)
Seletivos e reversíveis:
„„ brofaromina
„„ moclobemida
„„ toloxatona
„„ befloxatona

Inibidores não seletivos Inibição mista de recaptura de 5-HT/NE:


de recaptura de „„ imipramina
monoaminas (ADTs) „„ desipramina
„„ clomipramina
„„ amitriptilina
„„ nortriptilina
„„ doxepina
„„ maprotilina

Inibidores seletivos de „„ fluoxetina


recaptura de serotonina (ISRS) „„ paroxetina
„„ sertralina
„„ citalopram
„„ fluvoxamina

Inibidores seletivos de „„ venlafaxina


recaptura de 5-HT/NE (ISRSN) „„ duloxetina

Inibidores de recaptura „„ nefazodona


de 5-HT e antagonistas „„ trazodona
ALFA-2 (IRSA)

Estimulantes da recaptura „„ tianeptina


de 5-HT (ERS)

Inibidores seletivos de „„ reboxetina


recaptura de NE (ISRSN) „„ viloxazina

(Continua)
12 Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais

(Continuação)

Quadro 1. Classificação dos antidepressivos

Inibidores seletivos de „„ amineptina


recaptura de DA (ISRD) „„ bupropion
„„ minaprina

Antagonistas de alfa-2 „„ mianserina


adrenorreceptores „„ mirtazapina
„„ 5-HT: serotonina; NE: noradrenalina; DA:
dopamina

Fonte: Bezchlibnyk-Butler e Jeffries (1999 apud MORENO; MORENO; SOARES, 1999, documento on-line).

Eletroconvulsoterapia
A eletroconvulsoterapia é o único tratamento biológico do século XIX que
ainda é empregado atualmente. Trata-se de uma técnica muito estigmatizada,
em razão das condições desumanas nas quais era aplicada no passado, pois
foi utilizada como forma de repressão aos pacientes com transtornos mentais
e, ainda, como instrumento de tortura. Outros fatores que contribuem para o
estigma existente sobre a eletroconvulsoterapia incluem o desconhecimento
dos profissionais e da população acerca do tratamento, pois uma vez que (re)
conhece seus benefícios, as pessoas passam a se questionar sobre o porquê
de não ser utilizada (BITTENCOURT, 2012).
Sua técnica consiste na utilização de estímulos elétricos para desencadear
uma breve crise convulsiva para fins terapêuticos. É utilizada principalmente
na depressão maior, quando o paciente apresenta resistência à medicação an-
tidepressiva e apresenta resposta mais rápida em relação àquela, desse modo,
pode ser mais eficaz em situações que requerem uma abordagem de urgência
(MACHADO et al., 2018).
Para aplicação da eletroconvulsoterapia, deve haver indicação clínica que
justifique sua utilização, avaliação clínica aprofundada que aborde a gravi-
dade do transtorno e as funções cognitivas do paciente, além disso, deve-se
identificar e tratar, previamente, qualquer condição clínica que contraindique
o tratamento ou ofereça riscos ao paciente. Durante todo esse processo, serão
realizados, ainda, exames complementares e avaliação anestésica. Somente
após essa avaliação o paciente poderá ser submetido ao procedimento.
Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais 13

Na aplicação da eletroconvulsoterapia, eletrodos que são afixados na cabeça


do paciente, pelos quais passarão a corrente elétrica, todavia, existe um preparo
prévio que consiste em jejum, retirada de prótese dentária, uso de dispositivo
para proteger o paciente de movimentos extremos que podem ocorrer durante
a crise convulsiva, além de proteção oral na língua para prevenir mordidas
ou problemas na gengiva. O procedimento é feito, ainda, sob anestesia para
reduzir a ansiedade do paciente (SILVA; CALDAS, 2008).
Confira, no Quadro 2, uma breve descrição de como é realizado o
procedimento:

Quadro 2. Descrição de como é realizada a eletroconvulsoterapia

Mecanismo Não foi totalmente esclarecido. A resposta anticonvulsiva


de ação tem participação, assim como a liberação de
hormônios e a regulação das conexões neuronais.

Como é feito O paciente recebe anestesia intravenosa, associada a um


relaxante muscular – isso evita que o corpo convulsione.
Eletrodos ligados à máquina que emite corrente elétrica
são posicionados na cabeça do paciente. A posição
pode ser unilateral, bilateral ou bifrontal (prefere-se
a primeira para evitar prejuízos de memória).
„„ Os choques duram poucos segundos e estimulam uma
convulsão, que dura de 20 segundos a 1 minuto.
„„ Quando o efeito anestésico passa, o paciente é
encaminhado à sala de recuperação, onde fica por cerca
de 1 hora, sendo liberado em seguida.
„„ Da injeção do anestésico ao fim do procedimento,
passam cerca de 15 minutos.

Indicações „„ Transtorno de humor (depressão e transtorno bipolar),


especialmente em risco de suicídio.
„„ Esquizofrenia refratária.
„„ Doença de Parkinson (quando há quadro psicótico
associado).
„„ Síndrome neuroléptica maligna.
Em média, são feitas 6 a 12 sessões, dependendo de
cada caso. A interrupção do tratamento deve acontecer
quando os efeitos colaterais cognitivos são intensos.
A melhor resposta se dá nos casos agudos.

(Continua)
14 Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais

(Continuação)

Quadro 2. Descrição de como é realizada a eletroconvulsoterapia

Efeitos Físicos:
colaterais „„ Dor de cabeça no dia do tratamento.
„„ Náusea e vômito após o anestésico.
„„ Arritmias cardíacas leves no momento da aplicação.
„„ Dor muscular.
Neurológicos:
„„ Confusão mental e delirium na primeira hora após
a convulsão (em alguns pacientes, pode durar por
semanas).
„„ Perda temporária de memória.

Contrain- Não há contraindicações absolutas, mas o médico


dicações deve avaliar casos em que os pacientes apresentam
disfunções cardíacas, hipertensão arterial severa,
grandes aneurismas, diabetes, tumores cerebrais,
traumatismo cranioencefálico, AVC, epilepsia,
malformações cerebrovasculares e glaucoma.

Observações „„ O eletroencefalograma é feito para verificar a atividade


no cerebral.
procedimento „„ O eletrocardiograma é feito para monitorar os
batimentos cardíacos.
„„ O oxímero verifica a oxigenação sanguínea.
„„ A pressão arterial é medida.
„„ O eletromiograma mede a atividade elétrica muscular.
„„ Um garrote é colocado na perna – único local do corpo,
além do cérebro, que vai convulsionar. Durante o
procedimento, todos os sinais vitais são monitorados.

Fonte: Adaptado de Oliveto (2016, documento on-line).

A eletroconvulsoterapia deve ser feita com infraestrutura hospitalar, na presença de


um médico, um anestesista e um enfermeiro.
Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais 15

Psicoterapias
Os tratamentos envolvendo o uso de psicoterapias tiveram avanços impor-
tantes nos últimos anos. Tratam-se de métodos não invasivos que utilizam
conhecimentos da psicologia para tratar pacientes com transtornos mentais
ou mesmo ajudar pessoas a lidar com seus problemas. Um dos pressupostos
básicos da psicoterapia aborda que cada pessoa é capaz de curar, por si mesma,
o seu próprio sofrimento, podendo isso ser alcançado por meio dessa terapia
realizada com um psicoterapeuta, por meio de ferramentas como a comuni-
cação, o relacionamento entre terapeuta e paciente e o aconselhamento. O
profissional que utiliza a psicoterapia auxilia o paciente a identificar, entender
e dar sentido aos seus conflitos, além de modificar distorções do paciente sobre
sua percepção em pensamento acerca de si e do seu meio, buscando ainda a
melhoria das relações interpessoais (MELLO, 2004).
A psicoterapia pode ser utilizada isoladamente ou conjugada com a terapia
medicamentosa e não somente pessoas com transtornos mentais podem se
submeter a ela. Qualquer indivíduo que necessite de aconselhamentos ou
encontrar respostas interiores para seus problemas pode recorrer ao uso das
psicoterapias. Existem, atualmente, diferentes métodos de se trabalhar com
psicoterapia, os quais estão descritos a seguir (CARLONI, 2011; CARVALHO;
PUPO; MELLO, 2011; FERRAZ; DOELLINGER; COELHO, 2014; SILVA;
BRANCO; MICCIONE, 2015).

„„ Psicanálise: a psicanálise, desenvolvida por Sigmund Freud, no início


do século XX, é a forma mais antiga de psicoterapia. Seu propósito
baseia-se em compreender que o passado do indivíduo é capaz de afetar
o seu presente, o que pode ajudá-lo a se adaptar ou desenvolver novas
formas de lidar com suas relações.
„„ Psicoterapia de manutenção: essa modalidade visa a estabelecer relação
empática entre o indivíduo e o terapeuta. Esse vínculo é capaz de induzir
a expressão de vivências e sentimentos que serão trabalhados pelo
terapeuta de modo que este ofereça suporte na solução de problemas.
„„ Psicodinâmica: na psicodinâmica, o foco é a identificação de padrões e
conflitos inconscientes de pensamentos, comportamentos e sentimentos
capazes de criar padrões característicos de dificuldades interpessoais.
„„ Terapia cognitiva-comportamental: baseia-se no momento presente
e é utilizada para tratar diversos transtornos e comportamentos. Tem
como objetivo identificar alteração emocional e comportamental con-
solidada. Para tanto, o terapeuta tende a modificar pensamentos e
16 Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais

sistemas de significados do paciente. Isso poderá ser obtido por meio


da sensibilização do paciente de como seu comportamento é capaz se
afetar sua vida.
„„ Terapia interpessoal: o objetivo da terapia interpessoal é melhorar a
qualidade dos relacionamentos de indivíduos que sofrem com depressão
por meio da investigação de sofrimentos ou conflitos não resolvidos.
Nesse método, o profissional auxilia o indivíduo a superar esses pro-
blemas e melhorar o seu comportamento nas relações interpessoais.

A opção pela modalidade de tratamento mais adequada ao paciente deve


levar em consideração diferentes aspectos, como as manifestações clínicas
do transtorno, o histórico do paciente, além de suas condições físicas, sociais
e psicoespirituais. É recomendado que essa decisão seja discutida em equipe
previamente, pois olhar o paciente de forma integral significa juntar diferen-
tes áreas do saber com foco a oferecer a melhor estratégia para resolução ou
amenização do seu problema.

AZENHA, S. S. D. O internamento compulsivo e a representação da doença mental:


percurso histórico. Arquivos de Medicina, [s. l.], v. 28, n. 2, p. 54-60, 2014. Disponível em:
http://www.scielo.mec.pt/pdf/am/v28n2/v28n2a05.pdf. Acesso em: 27 maio 2019.
AZEVEDO, A. J. P.; ARAÚJO, A. A.; FERREIRA, M. A. F. Consumo de ansiolíticos benzodia-
zepínicos: uma correlação entre dados do SNGPC e indicadores sociodemográficos
nas capitais brasileiras. Ciência & Saúde Coletiva, [s. l.], v. 21, n. 1, p. 83-90, jan. 2016.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v21n1/1413-8123-csc-21-01-0083.pdf.
Acesso em: 27 maio 2019.
BITTENCOURT, J. C. S. Mecanismo de ação da eletroconvulsoterapia na depressão: a hipó-
tese prolactinêmica. 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Saúde
Mental) - Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2012. Disponível em:
http://repositorio.unesc.net/handle/1/1069. Acesso em: 27 maio 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Profissionalização de auxiliares de enfermagem. 2. ed. Brasília:
Ministério da Saúde, 2003.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Hu-
manização da Atenção e Gestão do SUS: clínica ampliada e compartilhada. Brasília:
Ministério da Saúde; 2009.
Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais 17

CARLONI, P. R. A história e a constituição da Psicanálise: introdução aos principais


conceitos freudianos para entender a subjetividade humana. RENEFARA, [s. l.], v. 1, n.
1, ago. 2011.
CARVALHO, R. A.; PUPO, M. C.; MELLO, M. F. Terapia interpessoal: teoria, formação e
prática clínica em um serviço de pesquisa e atendimento em violência. Revista Brasileira
de Psicoterapia, Porto Alegre, v. 13, n. 3, p. 14-25, 2011. Disponível em: http://rbp.celg.
org.br/detalhe_artigo.asp?id=70. Acesso em: 27 maio 2019.
CZARNOBAY, J. et al. Uso de psicofármacos pelo portador de transtorno mental: per-
cepções do enfermeiro. Revista Cogitare Enfermagem, Curitiba, v. 23, n. 1, p. e52149,
2018. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/52149. Acesso em:
27 maio 2019.
FERRAZ, I.; DOELLINGER, O. V.; COELHO, R. Psicoterapia psicodinâmica: uma perspectiva
neurobiológica. PsiLogos, [s. l.], v. 12, n. 2, p. 54-65, dez. 2014. Disponível em: https://
revistas.rcaap.pt/psilogos/article/view/4367. Acesso em: 27 maio 2019.
FREITAS-SILVA, L. R.; ORTEGA, F. A determinação biológica dos transtornos mentais:
uma discussão a partir de teses neurocientíficas recentes. Caderno de Saúde Pública,
Rio de Janeiro, v. 32, n. 8, p. e00168115, ago. 2016. Disponível em: http://www.scielo.
br/scielo.php?pid=S0102-311X2016000803002&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso
em: 27 maio 2019.
HORI, A. A.; NASCIMENTO, A. F. O projeto terapêutico singular e as práticas de saúde
mental nos núcleos de apoio à saúde da família (NASF) em Guarulhos (SP), Brasil. Ciência
& Saúde Coletiva, [s. l.], v. 19, n. 8, ago. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/
csc/v19n8/1413-8123-csc-19-08-03561.pdf. Acesso em: 27 maio 2019.
KAPEZINSKI, F. et al. Bases biológicas dos transtornos psiquiátricos: uma abordagem
translacional. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
MACHADO, F. B. et al. Eletroconvulsoterapia: implicações éticas e legais. Revista de
Divulgação Científica Sena Aires, [s. l.], v. 7, n. 3, p. 235-247, 2018. Disponível em: http://
revistafacesa.senaaires.com.br/index.php/revisa/article/view/326/237. Acesso em: 27
maio 2019.
MELLO, M. F. Terapia interpessoal: um modelo breve e focal. Revista Brasileira de Psiquiatria,
São Paulo, v. 26, n. 2, p. 124-130, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbp/
v26n2/a10v26n2. Acesso em: 27 maio 2019.
MOREIRA, F. A.; GUIMARÃES, F. S. Mecanismos de ação dos antipsicóticos: hipóteses
dopaminérgicas. Medicina, Ribeirão Preto, v. 40, n. 1, p. 63-71, jan./mar. 2007. Disponível
em: http://revista.fmrp.usp.br/2007/vol40n1/rev_mecanismos_acao_antipsicoticos.
pdf. Acesso em: 27 maio 2019.
MORENO, R. A.; MORENO, D. H.; SOARES, M. B.C. Psicofarmacologia de antidepressivos.
Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 21, n. 1, p. 24-40, maio 1999. Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-44461999000500006&script=sci_
abstract&tlng=pt. Acesso em: 27 maio 2019.
18 Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais

OLIVETO, P. Conheça os benefícios e os malefícios do eletrochoque. Correio Braziliense.


2016. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-
-saude/2016/10/02/interna_ciencia_saude,551392/conheca-os-beneficios-e-os-ma-
leficios-do-eletrochoque.shtml. Acesso em: 1 jul. 2019.
PSICOLOGIA: Hipócrates (pai da medicina) classificou os 4 tipos de temperamentos,
qual é o seu. Refletir para Refletir, [s. l.], 21 nov. 2018. Disponível em: https://www.refle-
tirpararefletir.com.br/psicologia-hipocrates-pai-da-medicina-classificou-os-4-tipos-
-de-temperamentos-qual-e-o-seu. Acesso em: 27 maio 2019.
SHORTER, E. A history of psychiatry: from the era of the asylum to the age of Prozac.
New York: John Wiley, 1997.
SILVA, D. O. et al. Percepção de profissionais de saúde mental sobre o projeto terapêu-
tico singular. Revista Cubana de Enfermería, [s. l.], v. 32, n. 4, p. 126-137, 2016. Disponível
em: http://www.revenfermeria.sld.cu/index.php/enf/article/view/1009/211. Acesso
em: 27 maio 2019.
SILVA, E. P. et al. Projeto terapêutico singular como estratégia de prática da multi-
profissionalidade nas ações de saúde. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, [s. l.],
v. 17, n. 2, p. 197-202, 2013. Disponível em: https://app.uff.br/slab/uploads/Projeto_
Terap%C3%AAutico_Singular_como_Estrat%C3%A9gia_de_Pr%C3%A1tica_da_Mul-
tiprofissionalidade_nas_A%C3%A7%C3%B5es_de_Sa%C3%BAde.pdf. Acesso em: 27
maio 2019.
SILVA, L. F. M.; BRANCO, M. F. C.; MICCIONE, M. M. A eficácia da terapia cognitivo-
-comportamental no tratamento da dependência química: uma revisão de literatura.
Estação Científica, [s. l.], n. 13, p. 1-17, jan./jun. 2015. Disponível em: http://portal.estacio.
br/docs%5Crevista_estacao_cientifica/01-13.pdf. Acesso em: 27 maio 2019.
SILVA, M. L. B.; CALDAS, M. T. Revisitando a técnica de eletroconvulsoterapia no con-
texto da reforma psiquiátrica brasileira. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v. 28, n.
2, p. 344-361, jun. 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-
-98932008000200010&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 27 maio 2019.
SOUZA, C. P.; CALLOU, V. T.; MOREIRA, V. A questão da psicopatologia na perspectiva
da abordagem centrada na pessoa: diálogos com Arthur Tatossian. Revista da Aborda-
gem Gestáltica, Goiânia, v. 19, n. 2, p. 189-197, dez. 2013. Disponível em: http://pepsic.
bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672013000200006. Acesso
em: 27 maio 2019.
VASCONCELOS, M. G. F. et al. Projeto terapêutico em saúde mental: práticas e processos
nas dimensões constituintes da atenção psicossocial. Interface, Botucatu, v. 20, n. 57, p.
313-323, 2016. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/icse/2016.v20n57/313-
323/pt/. Acesso em: 27 maio 2019.

Você também pode gostar