DICASTRO

COMO LIDAR COM O

SENTIMENTO DE
CULPA NO AUTISMO
LIVRO GRATUITO
 Copyright © 2020 by Marcio de Castro

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Redação e revisão: Marcio de Castro, pedagogo e escritor.

Jôsilaine Rodrigues, publicitária e redatora freelancer.
Projeto gráfico e diagramação: Bella Diagramação
 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

SOBRE O AUTOR
PROFESSOR DICASTRO
Pós graduando em Intervenção ABA no autismo e Deficiência
Intelectual pela Child Behavior Institute of Miami. Graduado
em Licenciatura plena em Pedagogia pela Universidade Federal
Rural de Pernambuco (UFRPE). Professor de Braille e Libras
pelo Centro de Reabilitação e Educação Especial Lions Clube de
Pernambuco. Escritor e autor do e-book 101 Ideias para Brincar
e Ensinar Autistas; dentre outras obras.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

INTRODUÇÃO
A culpa é um sentimento devastador. Acomete milhares de
pessoas em todo o mundo e nos torna escravos de nossas ações
passadas, presentes e tem o poder de mudar o futuro de nossas
vidas, se não for tratada devidamente. A culpa entre pais e pessoas
que lidam diariamente com Pessoas com Autismo é gigantesca, e
geralmente vem acompanhada de divórcios, vícios, sentimentos
de inutilidade, desespero e até pensamentos suicidas.

Como lidar com esse sentimento tão difícil? Felizmente, você

não está sozinho nesta batalha. Existem pessoas interessadas em
ajuda-lo a levar suas cargas, a acompanhar você em sua jornada
na educação e na melhoria de sua qualidade de vida, de seus
filhos e de toda a sua família. Esse livro é um presente a você:
mãe, pai, profissional e todas as demais pessoas envolvidas na
difícil, grande e maravilhosa tarefa de tornar a vida de pessoas
com autismo melhor.

Boa leitura, e um abraço do professor.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

VAMOS COMEÇAR?
Pais, familiares, professores e amigos que convivem com
pessoas que foram diagnosticadas com Transtorno do Espectro
Autista (TEA) são invadidos por muitas dúvidas a respeito de
seu tratamento. Para saber lidar com o sentimento de culpa que
muitas vezes invade pessoas que lidam com o Transtorno do
Espectro Autista diariamente, é preciso entender melhor sobre o
autismo e seus diferentes graus, bem como suas peculiaridades.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

Neste manual você vai encontrar informações a respeito

da tríade de sinais que rodeiam pessoas com o espectro, os
profissionais que devem ser procurados e orientações para os
pais, que com certeza precisam de auxílio nos primeiros meses de
adaptação do filho após a descoberta.

Quer saber mais? Continue a leitura.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

AUTISMO
O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) ainda
é uma incógnita para a ciência e a equipe multidisciplinar de
médicos que deve acompanhar o paciente. Os pais ou cuidadores
ainda são os primeiros a identificar o Transtorno em seus filhos
e muitas vezes, por falta de conhecimento e até semelhança nos
sintomas, pode ser confundido com Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade (TDAH) ou Déficit de Atenção (DA).

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

DADOS ESTATÍSTICOS
Segundo dados de 2019 da Organização Mundial da Saúde
(OMS), atualmente existem 70 milhões de pessoas, em sua maioria
do sexo masculino, em todo mundo que são autistas, sendo 2
milhões apenas no Brasil. Os mesmos resultados apontam que 1
em cada 160 crianças são atingidas pelo Transtorno do Espectro
Autista (TEA).

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

Pesquisas de levantamento, como estas, são importantes

para ter uma ideia de quem são, onde estão e como os autistas
podem ser melhor assistidos. Mesmo assim, apesar de ser um
transtorno conhecido, o Brasil tem apenas um estudo a respeito
do TEA que foi realizado em 2011, em Atibaia (SP). A análise foi
realizada em um bairro de apenas 20.000 habitantes e teve como
resultado o número de 1 autista para cada 367 habitantes.

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CARACTERÍSTICAS DO AUTISMO
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um estado de
saúde e condição de desordem da capacidade cerebral que
geralmente é observado até os oito anos de idade da criança
e pode se caracterizar por prejudicar três imprescindíveis áreas
do desenvolvimento do ser humano: comunicação, habilidade
socioemocionais e atenção.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

Atualmente, há mais de um tipo de autismo e eles se

apresentam com menor e maior potência, a depender muito da
pessoa que convive com o TEA. Por este motivo, utiliza-se o termo
“espectro”, uma vez que há várias fases de comprometimento que
passam por doenças associadas e até pessoas que conseguem ter
uma vida independente e muitas vezes nem sabem que são autistas.

Apesar de atingir uma grande parte da população mundial,

ainda não se conhece o motivo da causa completamente. Um
estudo realizado por Jama Psychiatry com 22.156 pessoas
diagnosticadas com TEA, no ano de 2019 em 5 diferentes
países, concluiu que a herdabilidade genética do autismo foi
considerada em 80% dos indivíduos participantes.

Além disso, alguns especialistas acreditam que o TEA

também pode ser causado por complicações durante a gestação
como ingestão de produtos químicos como álcool ou drogas.
Uma vez que as causas não são 100% definidas e a família não
descobre o Transtorno do Espectro Autista no filho durante
a gestação, o que pode-se fazer a respeito da prevenção é o
aumento de cuidados gerais durante a gravidez.

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QUAIS SÃO OS DIFERENTES

TIPOS DE AUTISMO?
Apesar de ser uma circunstância bem antiga, descoberta em
1943 pelo médico austríaco Dr. Leo Kanner, apenas no ano de
1993 o Transtorno se juntou à classificação Internacional das
Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS) e só 20 anos
depois o autismo passou a ser conhecido como Transtorno do
Espectro Autista, justamente pela comprovação da existência de
vários tipos diferentes.

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No geral, o indivíduo diagnosticado com TEA pode apresentar

três grandes dificuldades:

• Comunicação;
• Relacionamento;
• Interação social/ comportamento.

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COMUNICAÇÃO
Isto inclui gestos repetitivos, irritabilidade, imitação involuntá-
ria de movimentos de alguma pessoa, fala, expressões corporais e
faciais, por exemplo.

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RELACIONAMENTO
Grande sintoma do TEA, uma vez que o pequeno possui
enorme dificuldade em se relacionar com pessoas no geral e in-
clusive, muitas vezes, pode ser confundido com má criação, ego-
ísmo ou falta de empatia.

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INTERAÇÃO SOCIAL
COMPORTAMENTO
Rigidez que se estende a linguagem, pensamento e
comportamento. Pode ser caracterizado por dificuldade em
aceitar mudanças, rigidez em comportamentos, criatividade ou
atitudes que se tornam rituais no dia a dia do indivíduo.

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Segundo o Centro de Controle de Prevenção e Doenças,

atualmente o Transtorno do Espectro Autista possui três tipos,
que representa a intensidade e algumas diferenças no modo de
se manifestar, porém, sempre seguindo a tríade de dificuldades
acima citada. São eles:

• Síndrome de Asperger;
• Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (TID);
• Transtorno Autista.

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SÍNDROME DE ASPERGER
Os sinais observados na Síndrome de Asperger são
diferentes do autismo mais elevado, por exemplo. Em resumo,
a Síndrome de Asperger é um dos graus do autismo e pode ser
definida como um transtorno neurobiológico que afeta, em sua
maioria, crianças do sexo masculino.

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A Síndrome de Asperger pode prejudicar dois campos do

ser humano: relação social e rigidez de comportamento. Estes
fatores estão ligados à dificuldade do indivíduo em se comunicar
e estabelecer relações duradouras com pessoas que não estão
em seu dia a dia, além de uma certa “obsessão” em assuntos,
áreas ou disciplinas bem específicas.

Em algumas situações a linguagem não costuma ser afetada.

Por este motivo, as pessoas com a Síndrome de Asperger
conseguem concluir fases importantes durante a vida sem
nenhum comprometimento, já que o funcionamento cognitivo
está em perfeito estado.

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TRANSTORNO INVASIVO DO
DESENVOLVIMENTO (TID)
Dentro do Espectro Autista, pessoas que foram diagnosticadas
com TID possuem um grau de autismo um pouco mais elevado que
Asperger e menos elevado que o transtorno autista.

Indivíduos diagnosticados com o Transtorno Invasivo do

Desenvolvimento possuem a interação e capacidades comunicativas
prejudicadas, desenvolvimento da fala inferior à Síndrome de
Asperger e menos elevado ao terceiro grau de autismo, que
veremos a seguir:

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TRANSTORNO AUTISTA
Por ser o grau mais elevado do espectro autista, geralmente
a criança consegue ser diagnosticada até os três anos, uma
vez que os sintomas são bem mais intensos que a Síndrome de
Asperger e o Transtorno Invasivo do Desenvolvimento.

Sinais como desenvolvimento atrasado da fala, dificuldade

de comunicação não-verbal, isolamento, fuga do contato visual,
autoestimulação em comportamentos podem ser condutas do
Transtorno Autista.

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COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Os primeiros sinais de autismo podem ser observados pelos
pais, responsáveis ou cuidadores até os 8 anos de idade da criança,
sendo que, o tipo de TEA chamado Transtorno Autista pode ser
observado bem antes, devido ao grau de dificuldade que a criança
apresenta na interação e comunicação com pessoas, por exemplo.

Não há exames de sangue ou imagem que possam diagnosticar

o pequeno com Transtorno do Espectro Autista, por isso é realizado
através da avaliação clínica e deve ser observado e diagnosticado o
quanto antes por profissionais especialistas na área.

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O diagnóstico precoce possibilita o estímulo do cérebro e

melhora a chance de formação de novas redes neurais, por isso,
quanto antes intervir, mais fácil o sistema irá responder e pode-se
iniciar a introdução educacional o mais rápido possível, aumentando
a qualidade de vida do filho e da família.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

QUAIS ESPECIALISTAS
VOCÊ DEVE PROCURAR?
Essa é uma dúvida frequente dos pais ou cuidadores que
observam alguns sinais de autismo no filho. O Transtorno do
Espectro Autista não tem “cara”, sinal físico ou mudança na cor
de pele, por exemplo, que diferencie quem tem o espectro ou
não. Todo o processo de diagnóstico é complicado e por isso,
se faz necessário que uma equipe multidisciplinar capacitada
acompanhe o caso e esteja em constante comunicação com os
pais e professores, por exemplo.

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A idade do indivíduo também é crucial no momento da

procura destes profissionais com experiência no TEA. Sendo assim,
no caso de crianças e adolescentes, o neurologista pediátrico ou
psiquiatra infantil podem ajudá-lo a entender melhor o Transtorno
do Espectro Autista.

Em caso de adultos, psicólogos especialistas em neuropsi-

cologia podem clarear os sintomas e utilizar a observação de
sinais para realizar uma avaliação inicial.

Assim, com os sinais observados por estes profissionais

acima citados, é necessário procurar um médico psiquiatra ou
neurologista, que diagnosticará o quadro.

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A DESCOBERTA DO AUTISMO E
A MISTURA DE SENTIMENTOS.
Naturalmente o nascimento de um filho mexe com a rotina
familiar, ainda que o casal já tenha tido esta experiência. Alguns
medos, inseguranças, adaptações costumam fazer parte do dia a
dia dos pais que estão aguardando o tão esperado bebê que virá ao
mundo. Arrisco dizer que foi isso que ocorreu em sua família, certo?

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

O espectro autista não pode ser detectado durante a gestação.

Por este motivo, no geral, os pais da criança são os primeiros a
identificar o TEA em seu filho. A falta de informação ou até mesmo
negação do fato faz com que o casal ignore ou adie a procura por
um profissional capacitado a diagnosticar o distúrbio.

Consultas intermináveis com vários profissionais, algumas

muitas dúvidas e enfim, o diagnóstico: como você se sentiu ao
recebê-lo? Alguns pais sentem alívio, uma vez que agora sim
conseguem entender melhor o comportamento de seu filho e
podem ajudá-lo da melhor forma.

Em alguns casos, o sentimento é de perda ou luto. Aquele filho

que foi idealizado, agora precisa de mais cuidados e enfim, o casal
precisa reaprender a “serem pais” e até mesmo “recalcular rota”. A
rotina familiar é um pouco diferente quando o autismo está presente.

Sentimentos diversos oscilam durante a descoberta do autismo

na família. A sensação é parecida com a perda de um ente querido.
Por isso, muitas vezes os pais passam pelas 5 fases do luto, que neste
caso se dá pelo fato da idealização do filho gerado e da necessidade
de cura. São elas:

• Negação;
• Raiva;
• Negociação;
• Depressão.

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NEGAÇÃO
Quando os pais percebem os sinais do espectro autista no
filho e preferem adiar a procura por um especialista no caso
ou acreditam que seja o “jeitinho” do bebê, é um forte sinal
de negação, primeiro estágio da elaboração do luto. O mesmo
acontece quando os pais se convencem de procurar um médico
neurologista ou psiquiatra e recebem o diagnóstico do TEA e a
partir daí negam o fato e sentem como se a expectativa sobre
aquele filho tenha sido esvaída.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

RAIVA
Nesta fase os pais começam a ponderar e a procurar caminhos
para superar a dor de ter um filho autista. A partir daí surgem
dúvidas e acordos que buscam soluções para enfrentar o problema:

• Vou consumir todo tipo de conteúdo sobre TEA para

aprender a lidar melhor com as crises de meu filho;
• Vou ter coragem para enfrentar pessoas que falam que meu
filho é mal criado;

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

• Vou levar meu filho em todas as consultas que forem

solicitadas pelos médicos;
• Vou ter mais paciência com meu esposo, sei que estamos
um momento de adaptação.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

NEGOCIAÇÃO
Neste momento a fase de negação já foi superada ou passou
despercebida. A partir disso, é natural que várias perguntas surjam
e os pais passem a atribuir a culpa do diagnóstico a algo ou alguém,
inclusive a si mesmos com as seguintes indagações:
1. Se eu tivesse procurado um médico especialista antes,
teria como evitar;
2. Se minha esposa tivesse me escutado, teríamos chegado ao
diagnóstico com mais rapidez;
3. Por que isso foi acontecer logo comigo?

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

Nesse momento muitos pais costumam se apegar a algum Ser

espiritual e por isso, essa negociação é feita em silêncio, entre a pessoa
e o que acredita, com a esperança de que tudo volte ao normal.

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DEPRESSÃO
Apesar de acordar mudanças de comportamentos, os pais que
chegam a esta fase de luto percebem que ele continua ali. Uma
enorme melancolia e desesperança toma conta dos pensamentos
faz com que, mesmo que não pareça, o indivíduo continue
sofrendo. Ainda que seja difícil, é importante que os pais deixem
os familiares ou amigos participarem deste momento de luto da
idealização de um filho. Assim, a presença de pessoas queridas se
torna um conforto e voluntariamente as coisas vão caminhando
até a última fase: aceitação.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

ACEITAÇÃO
Comemoração e alegria não se caracterizam por esta fase da
elaboração do luto. A sensação agora é de paz e tranquilidade. A
depressão dá espaço ao entendimento de tudo o que foi vivenciado
e o que vem pela frente.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

Afirmações como:

• Há várias possibilidades para meu filho;

• Eu consigo adequar a minha rotina ao bebê que precisa de mim;
• Eu não estou sozinho;
• Ele é o melhor filho que eu podia ter; passam a fazer parte do
convívio do pai, mãe e família que superou a perda de uma idealização
de um filho. Agora o espaço é de inúmeras possibilidades que surgirão
por meio do recomeço.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

LEMBRE-SE
Lembre-se que não existe um prazo exato para cada fase da
elaboração do luto da criança idealizada. Você possui um tempo
e respeitá-lo ajudará a lidar melhor com a situação. Buscar ajuda
profissional de um psicólogomtambém pode ser importante
durante o diagnóstico e até em vários outros momentos.

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Além disso, você deve lembrar que:

1. Comparar o desenvolvimento de seu filho a outra criança

não vai ajudar;
2. Você pode e deve comemorar cada pequena vitória de seu
filho, ainda que para os outros não signifique tanto assim;
3. Você também precisa de cuidados, respeite seus sentimentos
e permita-se sofrer;
4. Você também é ser humano e pode chorar;
5. Você pode aumentar seus conhecimentos a respeito das
descobertas do TEA e assim, se manter informado para entender
melhor seu filho;
6. Outras pessoas não precisam conhecer o comportamento
de seu filho, você sim;
7. Existem redes de apoios com pais de crianças com TEA,
você pode se sentir mais forte com as experiências trocadas.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

ONDE POSSO BUSCAR AJUDA?

É natural que a família foque todos os olhares e cuidados no
filho diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA)
logo no início da descoberta. Os pais esquecem que devem
trabalhar as angústias e luto pela expectativa criada para que
aí sim consigam ressignificar os sentimentos. Você passou por
isso? Então não está sozinho!

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

Você pode buscar ajuda das seguintes maneiras:

• Procurar um psicólogo e iniciar sessões de psicoterapia,

uma vez que, após dedicar todas as forças ao bem estar do filho
diagnosticado com TEA é normal que se sinta saturado ou deprimido;
• Conversar com familiares a respeito do assunto e deixar que
eles ajudem você nesse momento tão difícil e até revezar cuidados;
• Participar de grupo de apoio para pais. Esses grupos podem
ser encontrados no seu celular, por meio da rede social Facebook.
Isso te dará forças, uma vez que não se sentirá sozinho;
• Obter conhecimentos a respeito do Espectro Autista e dos
direitos perante a justiça, além de saber quais especialistas procurar.

Quando o assunto é buscar ajuda para o pequeno e oferecer

melhores condições para driblar as dificuldades do dia a dia,
também há algumas dicas:

• Fonoaudiólogo, psicólogo, psiquiatra, neuropediatra, e

outros médicos especialistas que poderão trabalhar de maneira
multidisciplinar contribuem para o bem estar do seu filho,
procure por eles;
• A escola e professores também tem um papel importante no
desenvolvimento de seu filho, escolha-a com cuidado;
• Cuidar de si e de seu filho com TEA se transforma em um
trabalho conjunto obrigatório. Sendo assim, não deixe de priorizar
estes cuidados que garantem sucesso durante o caminho trilhado
rumo a um novo horizonte.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

NOVAS POSSIBILIDADES!
Passado o diagnóstico e durante o caminho das fases do luto
pela idealização da criança, é comum que os pais pensem em novas
possibilidades que podem ser adequadas na rotina familiar visando
o bem estar de todos, inclusive da pessoa diagnosticada com o
TEA. Sabemos que quem possui um filho autista ou o profissional
que o acompanha em sua rotina deseja que a criança atinja a
autonomia em tarefas mais básicas. Por este motivo listamos três
(de muitas) possibilidades que podem melhorar o desenvolvimento
da independência do pequeno com o Espectro.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

TERAPIA OCUPACIONAL E O
DESENVOLVIMENTO DA AUTONOMIA
O terapeuta ocupacional é formado na área da saúde e está
preparado para atuar em diversos momentos vivenciados por
pacientes com TEA através do processo criativo, lúdico, expressivo
e evolutivo. Trabalham com a reabilitação de limitações e assim
auxiliam o desenvolvimento da automomia da criança.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

Segundo o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia

Ocupacional da 9ª Região (CREFITO 9), a terapia ocupacional pode
promover as seguintes competências:

1. Habilidades básicas de higiene que vão desde a utilização

do banheiro até pentear cabelos;
2. Práticas de estimulação motora como cortar papeis com
tesoura e escrever;
3. Consciência do próprio corpo e dos coleguinhas que
terão acesso;
4. Integração sensorial; entre outros.

Esses profissionais podem ser encontrados em hospitais,

creches, escolas, comunidades terapeutas clínicas e universidades
públicas e particulares.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

BRINCADEIRAS DE
ESTIMULAÇÃO SENSORIAIS
O ato de brincar é terapêutico pois reduz a ansiedade e
aumenta o contato social, porém nem todas as brincadeiras
são válidas para uma criança com autismo. Cabe aos pais e
aos professores observar o pequeno com TEA para propor
brincadeiras, uma vez que nem todos agem da mesma forma.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

Algumas dicas de brincadeiras simples que podem motivar os

sentidos das crianças são:

• Desenhos com giz de cera ou lápis de cor;

• Pinturas diversas com tintas coloridas;
• Jogos compartilhados como quebra-cabeça;
• Massinhas.

No Manual 101 Ideias para Brincar e Ensinar Pessoas com

Autismo você encontra mais opções de brincadeiras que podem
ajudar a interação de seu filho. Acesse clicando nesta imagem abaixo.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

FONOAUDIÓLOGOS
Junto com a equipe multidisciplinar que citamos em alguns
tópicos, o fonoaudiólogo tem papel imprescindível no desenvolvimento
da oralidade do pequeno. Além disso, ele pode auxiliar a equipe
pedagógica da escola em um planejamento de tarefas, já que toda
a comunicação é importante na fase do estudante. Lembre-se que,
quanto antes o tratamento for iniciado, mais rápido se torna o
desenvolvimento cognitivo, comunicativo e de habilidades sociais.

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 COMO LIDAR COM O SENTIMENTO DE CULPA NO AUTISMO

RECAPITULANDO...
O autismo é um transtorno que afeta aspectos da comunicação e
da interação do indivíduo. Atualmente, segundo o Center of Deseases
Control and Prevention (CDC), órgão ligado aos Estados Unidos, 1
a cada 110 pessoas é diagnosticada com autismo. Sendo assim, no
Brasil, estima-se que 2 milhões de pessoas sofrem com o Espectro.
Os pais ou cuidadores são os primeiros a identificar sinais e devem
procurar médicos especialistas para obter o diagnóstico. Porém, nem
tudo está perdido.

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Passado o luto pela expectativa da criança gerada, há diversas

possibilidades de incluir a criança em afazeres diários e dependendo
do grau do espectro, conseguem ter uma vida sem muitas limitações.

O papel da família, amigos e profissionais que realmente sejam

capacitados é muito importante durante o tratamento para que o
pequeno se desenvolva bem. Porém, os pais não podem se deixar de
lado e um apoio psicológico e acompanhado de outros médicos neste
momento se faz necessário para a qualidade de vida de toda a família.

Nossa família acredita que a maior base de ensino é a familiar.

Quer saber como podemos te ajudar a aprender melhor sobre o
autismo e colher frutos na aprendizagem de seu filho?

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DEUS ESTÁ CONTIGO!

“ Por isso não temas, porque estou contigo; não fique
assustado, porque Eu Sou o Teu Deus; Eu te fortaleço, te ajudo e te
sustento com a mão direita da minha justiça”
Isaías 41:10

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REFERÊNCIAS
Autismo - “Guia Prático Autismo” - Link Aqui

Brasil el País - “A realidade e os mitos da síndrome de Asperger, o

transtorno mental de Greta “ - Link Aqui

Crefito 9 - “O papel do Terapeuta Ocupacional no tratamento do

Autismo“ - Link Aqui

Entendendo o Autismo - “A REPRESENTAÇÃO EMOCIONAL DE

UMA CRIANÇA COM AUTISMO “ - Link Aqui

Entendendo o Autismo - “O QUE OS PAIS PODEM FAZER DE

OBJETIVO PARA AJUDAR O SEU FILHO OU A SI PRÓPRIOS?
“ - Link Aqui

Entendendo o Autismo - “QUAL O EFEITO QUE O AUTISMO TRAZ

ÀS FAMÍLIAS? “ - Link Aqui

Mamãe Tagarela - Canal no Youtube - “LUTO do autismo - da

NEGAÇÃO até a ACEITAÇÃO “ - Link Aqui

Neuro Saber - “Como é realizado o diagnóstico de síndrome de

Asperger“ - Link aqui

Psicologia MSN - “As 5 fases do luto (ou sobre a morte) de Elisabeth

Kubler-Ross “ - Link Aqui

Zenklub - “Autismo: Saiba tudo sobre os diferentes tipos e como

identificar.“ - Link aqui

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