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"CRISES"

NO
AUTISMO

O que é ?
O que causa?
Como ajudar?

Guia para pais e profissionais

Cleide Oliveira, Enfermeira do Autismo


C.C.OLIVEIRA
Guia para pais e profissionais

Sumário

Introdução: 04

Conheça a nossa História

Capítulo 1: 09
No autismo, "crises" não são birras
1.1 Diferença entre birras e "crises"
1.2 Comportamentos inadequados presentes na
"crise"
Capítulo 2: 10
O que causa uma "crise" no autismo?
2.1 Dificuldade na comunicação
2.2 Excesso de estímulos
2.3 Mudança na rotina
2.4 Pouca ou falta de habilidade para lidar com
as situações
2.5 Excesso de informações
2.6 Situações de conflito
2.7 Falta de compreensão da situação
2.8 Ressaca social
2.9 O não
2.10 Não querer realizar uma atividade

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Sumário

Capítulo 3: 28
15 Dicas
Para lidar com as "crises"

Capítulo 4: 36
"Crises" na prática
Em casa
Na rua
Na escola
Extra: Como retirar o autista de uma atividade que
ele gosta sem causar uma "crise" 51

Considerações finais: 54

Fale comigo: 55

Referências: 56

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Introdução

Conheça a nossa História

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Introdução:
Nossa história
Cleide Oliveira

As “crises” ou comportamentos inadequados


no autismo é o que mais deixa as famílias e os
professores angustiados.
Me angustiava muito quando o Pedro era
criança, pois ele já batia a cabeça com 1 ano
de vida. Era horrível ver ele se agredindo
daquele jeito! É horrível ver alguém se
batendo, gritando e sem controle. Eu ficava
sem saber o que fazer, sem saber como
ajudar, e quanto mais eu falava, mais ele se
batia, era desesperador aquela cena. Eu me
sentia arrasada, incapaz como mãe, queira
ajudar, queria que ele não sofresse.
Eu sabia que ele estava sofrendo. O que
fazer? Nessa hora a gente faz qualquer coisa
para tentar ajudar.

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Introdução:
Nossa história
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A pior cena que eu vivenciei com ele, foi no


dia em que eu dei o celular para ele, achando
que ele iria parar de bater a cabeça na
parede, pois eu já não sabia mais o que fazer.
Ele pegou o celular, e bateu o celular na
cabeça. Ele era um "bebê", o meu bebê! E eu
não sabia o que fazer para ajudar o meu bebê.
Eu estava ali sem ação, desesperada,
chorando junto com ele... Até hoje relembrar
aquela cena me faz chorar!! Sua testa tem
um galo que nunca saiu, na verdade ela tem
um lado mais alto que o outro, são marcas de
dias muito difíceis!
Na escola então? Ele só gritava! E foi
exatamente o que a dona da sua primeira
escola falou, para nos convidar a sair de lá.
Sim, ele foi expulso com 4 anos da escola.

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Nossa história
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“Pare de trabalhar e vá cuidar do seu filho, pois eu não sou


obrigada a ouvir ele gritando o dia inteiro no meu ouvido”.

São palavras que eu nunca vou esquecer na


minha vida! Palavras que nenhuma mãe
deveria ouvir.
Lembro que fui embora chorando com ele
nos braços. Mas foram essas palavras que me
fizeram buscar o conhecimento sobre o
autismo de forma intensa. Eu lia livros,
revistas, artigos, pesquisava na internet, fazia
cursos, assistia filmes....
Eu precisava ajudar o meu filho!
Ele era uma criança, aquele comportamento
tinha que ter uma explicação, uma solução.
Eu acreditava que em algum lugar eu iria
encontrar ajuda.
Eu tinha certeza que o conhecimento iria me
ajudar.
.

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Introdução:
Nossa história
Cleide Oliveira

Foram muitas “crises” ou comportamentos


inadequados.
Hoje elas até podem aparecer, mas trabalho
com a prevenção pra que não aconteçam.
Agir antes da "crise" para que elas não
aconteçam é a melhor opção. Antecipo
sempre as situações, mas se por algum
motivo elas aparecerem eu sei exatamente o
que fazer e como conduzir a situação.
São 10 anos de estudos dedicados a
entender o autismo para ajudar o meu filho. E
hoje se tornou o meu trabalho com pais,
autistas, familiares e profissionais.
Quero com esta leitura, passar à você tudo
que eu aprendi sobre as “crises”. Para que
você entenda e consiga ajudar.

Desejo à você uma excelente leitura!


Cleide Oliveira

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Introdução
Nossa história
Cleide Oliveira

Cleide Oliveira,
Enfermeira, pós graduada em Saúde Mental e
Psiquiatria, especialista em autismo,
Fundadora do 1° Consultório de Enfermagem
para Atendimento de Autista e Família do Brasil.
Autora do capítulo: Assistência de Enfermagem
ao TEA nas Diretrizes Nacionais de Enfermagem
em Saúde Mental-COFEN.
Autora do Manual de Intervenções de
enfermagem para o TEA.
Criadora das Histórias Sociais de Procedimentos
de Enfermagem e Exames.
Criadora do Projeto Mundo Azul 1- Capacitação
Sobre o TEA.
Criadora do Projeto Mundo Azul 2 Centro de
Referência para o TEA no SUS.
Mãe da Sara e do Pedro (autista).

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Capítulo 1
NO AUTISMO, "CRISES" NÃO SÃO
BIRRAS
Cleide Oliveira

1.1 Diferença entre “birras” e “crises”


Birras são comportamentos usados para
chamar a atenção. É um comportamento que
a criança faz para ganhar alguma coisa e
quando ela consegue o que quer o
comportamento acaba.
Crises são momentos de angústia e
sofrimento causados por vários motivos.

1.2 Comportamentos inadequados presentes


na “crise”?
Gritos, choro, bater em alguém, em objetos,
bater a cabeça no chão, bater a cabeça na
parede, bater com as próprias mãos no peito,
na cabeça, no corpo, quebrar objetos, chutar
as coisas, se jogar no chão...

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Capítulo 2
O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO
AUTISMO
Cleide Oliveira

As “crises” são comportamentos inadequados


e comportamentos são reações que podem
ter várias causas.

2.1.- Dificuldade na comunicação


É uma das principais características do
autismo.
Nos comunicamos através da fala, escrita,
gestos ou símbolos.

Não falar
Os seres humanos usam a fala para expressar
sentimentos, emoções, sensações e
pensamentos.
Você já imaginou não conseguir falar ou
expressar os sentimentos? Pensamentos?
Sensações? Emoções?

Como você se sentiria?!

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Capítulo 2
O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO
AUTISMO
Cleide Oliveira

Dificuldade em entender a fala das pessoas


Não entender o que as pessoas falam, não
entender gestos, não entender palavras com
duplo sentido.
Ex: se manga é uma fruta. O que seria manga
curta ou manga comprida?

Dificuldade em expressar sentimentos


Os sentimentos fazem parte de todos nós
seres humanos e alguns autistas podem ter
dificuldade em entender e expressar os seus
sentimentos. Pois sentimentos não são
concretos, algo que se possa pegar ou medir.
Ex. Sentimentos bons: amor, alegria,
felicidade, esperança, afeto, confiança ou
gratidão, compaixão, surpresa, esperança e
paixão.
Sentimentos ruins: raiva, tristeza, medo,
culpa, ciúme e desespero, hostilidade,
frustação e aversão.

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Capítulo 2
O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO
AUTISMO
Cleide Oliveira

Dificuldade em expressar emoções


Todos nós temos emoções como: admiração
ansiedade, anseio, calma, adoração, alívio,
confusão, horror, satisfação, tédio, nojo,
interesse, inveja, excitação, anseio, apreciação
estética, desejo sexual, espanto, excitação e
alegria.
Autistas podem ter dificuldade em entender e
expressar suas emoções.

Dificuldade em expressar pensamentos


Os pensamentos acontecem independente
dos estímulos, e fazem parte da inteligência.
Não saber expressar esses pensamentos
também podem gerar angústia e estresse.

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Capítulo 2
O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO
AUTISMO
Cleide Oliveira

Exemplos de pensamentos:
Pensamento reflexivo: quando você pensa
que é melhor pagar as contas do que gastar o
dinheiro com bobagens.
Pensamento criativo: quando você acha uma
solução para a porta que não fecha.
Pensamento analógico: quando você olha 2
produtos no mercado e compara as
vantagens de cada um.
Pensamento lógico: quando você sabe que a
chuva molha o chão, então toda vez que
chover, o chão ficará molhado.
Pensamento sistêmico: quando você
entende que só um coração não forma uma
pessoa, é necessário o corpo todo.

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Capítulo 2
O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO
AUTISMO
Cleide Oliveira

Pensamento deliberativo: quando você toma


decisões usando coisas que são importantes
para você.
Pensamento analítico: quando você faz
perguntas sobre algo que gostaria de saber.

Dificuldade em expressar sensações:


Sensações são provocadas por nossos
sentidos: visão, audição, olfato, paladar, tato,
vestibular e proprioceptivo.

Quando por algum motivo o autista não


consegue falar, entender ou expressar esses
sentimentos, emoções, pensamentos e
sensações, o comportamento inadequado ou
as "crises” podem aparecer como uma forma
de se expressar.

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Capítulo 2
O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO
AUTISMO
Cleide Oliveira

Quando alguém não tem capacidade de se


comunicar de forma convencional pode usar
os comportamentos para se expressar, pois o
comportamento é a primeira forma de
comunicação do ser humano.
Qual é a forma de comunicação que os
bebês usam para se expressar?
O que ele faz quando está com fome? Sede?
Fralda suja? Dor? Ou quer atenção?
Ele começa a chorar... e seu choro aumenta
se ninguém chega, o choro vai ficando
intenso e forte, as vezes parece um grito.
Começa a mexer os braços e as pernas, até
que alguém venha resolver o seu problema.
Até que alguém venha ajudá-lo. Ele usa os
comportamentos para se comunicar pois não
fala, não lê, e nem entende gestos ou
imagens. Conforme cresce adquire outras
formas de comunicação, e deixa de usar o
comportamento.
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Capítulo 2
O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO
AUTISMO
Cleide Oliveira

Alguns autistas por não conseguirem se


comunicar corretamente usam os
comportamentos como uma forma de
comunicação inadequada para idade.
É muito importante que seja oferecido ao
autista uma forma de comunicação adequada.
Ele precisa aprender a expressar suas
emoções, sensações, pensamentos...
Nos anos 80 foi criado nos EUA os PECS
(Picture Exchange Communication System),
como forma de comunicação para os autistas.
Hoje a Comunicação Alternativa e
Aumentativa (CAA) estão presentes em
aplicativos para celular.

Exemplo de PECS
Figura com o nome:

UVA VERDE

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Capítulo 2
O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO
AUTISMO
Cleide Oliveira

2.1- Excesso de estímulos ou sobrecarga


sensorial

Sobrecarga sensorial é quando a pessoa


recebe vários estímulos ao mesmo tempo
através dos sentidos.
Visão: pessoas, objetos, coisas, cores...
Olfato: sentir o cheiro de objetos, pessoas,
alimentos, ambientes...
Paladar: sabor, texturas dos alimentos e
coisas.
Audição: sons, barulhos, vozes...
Tato: sensações, calor, frio, texturas, pressão,
dor, toque...
Vestibular e Proprioceptivo: perceber o
movimento do corpo, manter o equilíbrio e a
percepção da força.

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O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO
AUTISMO
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As alterações sensoriais de
Hipersensibilidade (muita sensibilidade) ou
Hiposensibilidade (pouca sensibilidade)
sensorial fazem parte das características do
autismo em 95% dos autistas.
É algo que a pessoa não tem controle, pois
esse controle é realizado pelo seu cérebro.
Autistas hipersensíveis sofrem com a
sensibilidade, auditiva, visual, tátil, paladar, ou
olfativa. Eles podem sentir dor, angústia,
incômodo, desespero e muitas vezes não
conseguem entender essas sensações ou
expressá-las, devido a dificuldade na
comunicação.
Não conseguem pedir ajuda. Podendo
expressar essas sensações de desconforto
através dos comportamentos inadequados ou
as “crises”.

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Capítulo 2
O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO
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Sinais de hipersensibilidade Tátil:


Não gosta de usar roupas apertadas, blusas
de frio, meias, sapatos...
Não brinca com coisas que sujam as mãos,
Não pega em nada que seja mole...
Não gosta de ficar com as mãos sujas.
Não gosta de pentear, lavar ou cortar cabelos
ou as unhas.
Não gosta de contato físico ou do toque das
pessoas.
Não gosta de abraços e quando abraça tem o
costume de não encostar o corpo na outra
pessoa.
É muito sensível a cócegas.
Anda na ponta dos pés.

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O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO
AUTISMO
Cleide Oliveira

Exemplos de Hipersensibilidade Auditiva:

Não gosta de barulhos ou locais com muito


barulho.
Tapa os ouvidos quando está em locais com
muito barulho.
Se incomoda com sons comuns do dia a dia,
como: batedeira, liquidificador, aspirador de
pó...
Se incomoda com sons agudos ou metálicos,
fogos, garfo no prato...
Não fica em local cheio de pessoas.
Tem pavor de fogos de artifício.

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Capítulo 2

O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO


AUTISMO
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Exemplos de Hipersensibilidade no Paladar:

Evita comer alimentos por causa da textura


Não consegue usar canudo.
Apresenta ânsia com alguns tipos de
alimentos.
Come só um tipo de alimento.
Evita alimentos moles.
Não mastiga os alimentos direito.

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O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO


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Exemplos de Hipersensibilidade no Olfato:

Evita alimentos por causa do cheiro.


Fica agitado com alguns tipos de cheiro.
Se incomoda com o cheiro das pessoas.
Evita locais públicos.
Não gosta de abraços.
Não gosta de ficar próximo as pessoas.

Exemplos de Alteração no Sistema


Vestibular

Dificuldade em subir ou descer escadas.


Dificuldade em subir ruas muito inclinadas.
Dificuldade em andar sob alguns tipos de
piso.

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O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO
AUTISMO
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Exemplos de Alteração no Sistema


Proprioceptivo

Evita correr, pular...


Prefere ficar parado
Evita ser tocado
Esbarra muito nos objetos
Não tem noção da sua força
Precisa sempre olhar para o que vão fazer.

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Capítulo 2

O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO


AUTISMO
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Tente imaginar a angústia de não conseguir


falar ou expressar o que sente, pensa ou
deseja...
Tente imaginar a dor de barulhos em ouvidos
supersensíveis...
Tente imaginar a sensação de vários cheiros
ao mesmo tempo em um nariz sensível a
cheiros...
Tente imaginar o incômodo da luz forte em
olhos sensíveis....
Tente imaginar a angústia de uma roupa
apertando uma pele extremamente sensível...
Tente imaginar a sensação de um alimento
com texturas diferentes em uma boca que
consegue perceber todas as texturas ao
mesmo tempo...

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O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO
AUTISMO
Cleide Oliveira

Tente imaginar a angústia de descer uma


escada quando você não consegue perceber
os degraus ou quando o piso confunde a
percepção do chão.
Tente imaginar descer uma rampa quando a
percepção do seu corpo é diferente e ele não
obedece o seu comando.
Tente imaginar o desespero de tudo isso
acontecendo ao mesmo tempo.

Entender isso é fundamental para conseguir


ajudar!

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Capítulo 2
O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO
AUTISMO
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2.3- Mudança na rotina


Dificuldade em lidar com mudanças na rotina
faz parte das características do autismo.
Qualquer mudança na rotina pode ocasionar
“crises”. A maioria dos autistas querem fazer
tudo sempre do mesmo jeito. Sentar-se no
mesmo lugar, comer o mesmo alimento, fazer
o mesmo caminho para os lugares, brincar
com o mesmo objeto ou brinquedo, fazer
tudo igual todos os dias.

2.4- Pouca ou Falta de habilidade para lidar


com a situações
Não saber o que fazer diante das situações
Não saber o que responder
Não saber como agir.

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O QUE CAUSA UMA "CRISE" NO
AUTISMO
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2.5- Excesso de informações


Muitas informações ao mesmo tempo. Um
shopping ou uma sala de aula, pessoas
falando ao mesmo tempo.
2.6- Situações de conflito
Presenciar brigas na TV, celular, ou no
ambiente.
2.7- Falta de compreensão da situação
Estar em um ambiente diferente e não
entender o que está acontecendo, também
pode gerar muita angústia e estresse.
2.8- Ressaca social
Quando está em algum lugar se socializando,
como uma festa.
2.9- O NÃO
Devido a dificuldade em lidar com
imprevistos.
2.10- Não querer realizar uma atividade.

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Capítulo 3

1 5 DICAS
PARA LIDAR COM AS "CRISES"
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1- Estimular o autista a se comunicar


Pessoas se comunicam com pessoas.
Pode ser pela fala, escrita, gestos, símbolos
ou figuras. É fundamental oferecer suporte
para comunicação. Usar a Comunicação
Alternativa e Aumentativa através das figuras
(PECS) ou aplicativos de celular.

2- Ensinar o autista a expressar seus


sentimentos e vontades
Autistas precisam aprender a expressar suas
sensações: fome, dor, calor, frio, medo,
vontades...

Ele é alguém que sente!

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Capítulo 3
15 DICAS
PARA LIDAR COM AS "CRISES"
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3- Criar uma rotina visual para identificar os


acontecimentos do dia
Colocar as atividades do dia em um quadro
de rotina visual ou usar uma agenda quando o
autista já for alfabetizado.
Rotina visual

4- Manter a rotina do autista sempre que


possível pois facilita as atividades e evita o
estresse.

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Capítulo 3
15 DICAS
PARA LIDAR COM AS "CRISES"
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5- Sempre estimular pequenas alterações


no dia a dia, as alterações na rotina precisam
ser feitas aos poucos. Nunca faça grandes
mudanças.
6- Sempre avise o autista sobre as
mudanças
Avisar o que vai acontecer faz o autista
organizar na sua mente o que será realizado e
evita a ansiedade.
7- Evite locais com muitos estímulos
Precisa ir aos poucos, ficando pouco tempo
(15-20min.) até que o autista consiga ficar
mais tempo. Sempre leve coisas do interesse
do autista ou faça alguma atividade que ele
gosta. Ex. no shopping, faça apenas 2
atividades, uma do interesse dele e a outra
não. Comece sempre pelo que ele não gosta.
Vá a uma loja e depois leve-o para lanchar ou
brincar.

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Capítulo 3
15 DICAS
PARA LIDAR COM AS "CRISES"
Cleide Oliveira

8- Evite brigas ou filmes de violência perto


do autista. Alguns autistas não sabem como
agir diante de situações de violência e podem
ficar extremamente agitado com a situação.
9- Explique ao autista o passo a passo das
atividades
Falar de forma clara e objetiva como será o
dia ou a atividade ao sair na rua.
Autistas possuem uma grande capacidade
visual, usar fotos ou imagens ajuda muito.
Passeio

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Capítulo 3
15 DICAS
PARA LIDAR COM AS "CRISES"
Cleide Oliveira

10- Estimular a ida em festas e locais sociais


Ir à festas sempre no início da festa quando
há poucas pessoas, e poucos estímulos. Ficar
por pouco tempo e ir aumentando o tempo.
Escolha ficar em um local com pouco barulho
e pessoas. Leve coisas que ele gosta para se
ocupar.
11-Tenha sempre objetos que ele gosta por
perto para ajudar a distrair.
12- Sempre observe sinais e sintomas de
doenças
Principalmente quando o autista não fala.
Febre, dor, falta de apetite, vômitos e mal-
estar podem causar agitação, estresse...
13- Sempre estimular a troca de atividades
Uma atividade do interesse do autista, por
outra que não seja.

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Capítulo 3
15 DICAS
PARA LIDAR COM AS "CRISES"
Cleide Oliveira

14- Lidar com o não


O não causa angústia no autista, pois ele não
sabe o que fazer.
Se não posso fazer isso, posso fazer o quê?
Não use o não para tudo, use apenas como
forma de repreender uma conduta, como por
exemplo quebrar alguma coisa ou bater em
alguém.

Você precisa falar o não e oferecer sempre


uma opção para o que pode ser feito no
lugar.
Exemplo:
Não para o suco, e sim para a água, não para
correr, sim para andar.
Sempre fale um não e tenha uma opção.
15- Não querer realizar uma atividade
Principalmente coisas diferentes da sua
rotina, sempre peça algo simples e ofereça
algo legal e do seu interesse depois.
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Capítulo 3
15 DICAS
PARA LIDAR COM AS "CRISES"
Cleide Oliveira

O comportamento inadequado é uma forma


errada de se comunicar.

Não devemos estimular o comportamento


inadequado quando ele estiver presente
como forma de comunicação.

Devemos estimular a aquisição de uma uma


forma correta de se expressar, como a
comunicação alternativa.

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Capítulo 4
"CRISES" NA PRÁTICA
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4.1 Em casa
A casa é o lugar que o autista se sente bem.
Pois é um ambiente que ele conhece .
Mas como você viu vários motivos podem
causar uma uma “crise”, é importante estar
atento ao que aconteceu antes, e saber o que
fazer quando elas acontecem.
Não esqueça que “crises” são
comportamentos inadequados e
comportamentos são reações.

Você precisa saber o que aconteceu antes.


Será que foi uma tentativa de se comunicar?
Será que o autista quer algo e não sabe como
pedir?
Será que você não entendeu o que o autista
falou?
Será que mudou alguma coisa na rotina?
Será que é a visita que chegou?
Será que está com dor?

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Capítulo 4
"CRISES" NA PRÁTICA
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Vá para a ação
Nada de ficar falando, quando o autista está
em "crise" ele não vai ouvir, e o som da sua
voz pode incomodar ainda mais e piorar a
situação.

Leve o autista para outro ambiente


Retire do local aonde a "crise" começou.
Leve para um ambiente com poucas pessoas
de preferência sem barulhos.

Banho é uma excelente alternativa, para os


que gostam da água.
Use bucha, escovão, esponja...e esqueça a
conta de luz.
Obs. Precisa saber o que a criança aceita de
material sensorial (bucha, escovão, esponja...)
para oferecer o que ela gosta.

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Capítulo 4
"CRISES" NA PRÁTICA
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Pia, tanque, balde, bacia... abra a torneira,


coloque as mãos do autista na água, não fale
nada, só fique do lado, passe a mão devagar e
vá observando...
Você faz a ação com o autista.
Evite falar.

Materiais sensoriais coloque na mão da


criança bola, massinha, geleca, massageador,
areia, terra, arroz.... Descubra o que ele gosta
quando ele não estiver em "crise" e use
nesses momentos.

Desenho, filme ou música também podem


ajudar nesses momentos, sempre coloque o
que ele gosta.
Você precisa mudar o foco do que causou a
crise. Se souber o motivo da crise é só
resolver, se não souber, use as alternativas
para mudar a atenção.

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Capítulo 4
"CRISES" NA PRÁTICA
Cleide Oliveira

4.2 Na rua
A rua é um ambiente com muitos estímulos e
o autista estará sujeito a:
Sobrecarga Sensorial
Mudança de rotina
Situações desconhecidas
Tudo que ele tem dificuldade em lidar.

Antecipar os fatos é a melhor opção.


Toda vez que for levá-lo em algum lugar você
terá que:

1-Avisar antes
2-Mostrar uma imagem ou foto do local
3-Mostrar a foto da pessoa se for na casa de
alguém, principalmente se ele não conhece.
4-Precisa fazer o passo a passo do que vai
acontecer. Pode usar o modelo visual de
passeio (no começo do livro).

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Capítulo 4
"CRISES" NA PRÁTICA
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5-Precisa estar atendo aos estímulos


sensoriais do local para reduzir as
dificuldades, como abafador de som para os
ouvidos, chapéu, boné, óculos de sol...
6-Não coloque roupas que o autista não
gosta, ele vai ficar incomodado.
7-Observar se os sapatos estão confortáveis,
sapatos apertados causam angústia.
8-Leve alimentos que o autista gosta de
comer, principalmente quando for sair perto
do horário das refeições.
9-Prefira horários de pouco movimento para ir
em shopping, mercado, lanchonete ou
transporte público...
10-Não saia com o autista para resolver várias
coisas de uma vez, a tolerância dos autistas é
pouca, eles preferem fazer somente coisas do
interesse deles.

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Capítulo 4
"CRISES NA PRÁTICA
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11-Não fique o dia todo na casa de alguém, a


não ser que ele goste do local e das pessoas.

Agora se ele entrar em crise no meio da rua


Tente manter a calma para ajudar, respire e:

Tente sair do local, se não for possível sente-


se do lado e espere.
Sempre que a "crise" acontecer você terá que
mudar o foco de atenção, você precisa dar o
comando do que precisa ser feito, falando
somente o necessário, com poucas palavras,
seja objetivo. Não é fácil, mas não é
impossível.
Ofereça algo para mudar o seu foco de
atenção.

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Capítulo 4
"CRISES" NA PRÁTICA
Cleide Oliveira

Saiba que no início, pode ser difícil.


Pode ser que ele não aceite os comandos
pois sua angústia é muito grande. Você terá
que ser persistente e manter a calma.

Qualquer um de nós quando passa por um


momento de estresse, pode ficar nervoso,
agitado, e precisar de um tempo para se
acalmar.
Geralmente orientamos as pessoas a
respirar, porque a respiração oxigena o
cérebro e a pessoa começa a agir com a
razão e não com a emoção.

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Capítulo 4
"CRISES" NA PRÁTICA
Cleide Oliveira

Com os autistas as emoções são mais


intensas pois existem outros fatores que
dificultam o processo, como as alterações nos
sentidos e/ou na compreensão.

Mas nunca será impossível.


Seja firme, e direcione a atenção.

Um exemplo comum:
Imagine você após um dia de trabalho, seu
chefe passou o dia te cobrando o
cumprimento de metas, o transporte estava
um horror, demorou o dobro do tempo para
você chegar em casa... tudo que você mais
quer na vida é chegar em casa e relaxar,
esquecer aquele dia horrível, sentar no sofá,
assistir na TV seu programa favorito, jantar...
Fazer algo que você goste.

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Capítulo 4
"CRISES" NA PRÁTICA
Cleide Oliveira

Quando passamos por momentos ruins


queremos sempre nos recompensar fazendo
algo que nos dê prazer.

Com o autista é exatamente igual, depois de


uma “crise” ele só quer fazer o que gosta, para
esquecer.
O problema é que muitas vezes não
conseguem explicar isso para as pessoas que
estão próximas.
Então toda vez que presenciar um autista em
crise lembre-se que ele é um ser humano,
com todas as vontades, sensações, desejos,
frustações, angústias e dores.

Ele não é um diagnóstico.


Ele é alguém!

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Capítulo 4
"CRISES" NA PRÁTICA
Cleide Oliveira

4.3 Escola
A escola é um ambiente cheio de estímulos
sensoriais, cores, luzes, sons, pessoas...
Uma rotina diferente da sua casa, e que ainda
pode ser alterada pela ausência ou chegada
de profissionais e colegas.
O que fazer?
Saber o que aconteceu antes da “crise” é
muito importante.

Exemplo: Aluno autista nível 1


O professor percebeu durante uma aula em
grupo que o aluno (autista), começou a ficar
inquieto. Após um tempo o aluno foi até o
professor e disse que estava com muita dor
de cabeça.

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Capítulo 4
"CRISES" NA PRÁTICA
Cleide Oliveira

O professor informou a secretária da escola,


que prontamente ligou para a mãe
solicitando que ela fosse buscar o filho, pois
ele não estava bem.
Ele permaneceu aguardando a sua mãe fora
da sala de aula.
Ao chegar na escola a mãe perguntou à ele
Como ele estava?
Ele disse: Bem!
E a dor de cabeça? Perguntou ela sem
entender.
Ele: Passou!

O que aconteceu antes do aluno falar ao


professor que estava com dor de cabeça?

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Capítulo 4
"CRISES" NA PRÁTICA
Cleide Oliveira

O professor estava realizando uma atividade


diferente, "atividade em grupo".

Mudança na rotina (outro tipo de aula).


Atividade em grupo (todos falando ao mesmo
tempo).
Não é assim uma atividade em grupo?
Mudança na rotina e sobrecarga sensorial
podem desencadear uma "crise".

O aluno em questão é nível 1 e conseguiu


comunicar o seu incômodo. sendo retirado da
sala. O excesso de estímulos começou a
causar dor.
E o autista que não consegue verbalizar o que
sente, seja pela ausência da fala ou por não
saber expressar seus sentimentos?
Mas sente angústia, incômodo, estresse...
Qual o resultado? “Crises”!

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Capítulo 4
"CRISES" NA PRÁTICA
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E se o autista perceber que alguém falou mal


dele?
Ele ouve, ele entende, mas não consegue
expressar o que está sentindo.
O que você faria se ouvisse alguém falando
de você?
Iria tirar satisfação, natural.
Faz parte do ser humano.
E o autista? Vai ouvir e ficar quieto?
Não!
Vai ter um comportamento inadequado, por
não saber expressar os seus sentimentos.

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Capítulo 4
"CRISES" NA PRÁTICA
Cleide Oliveira

O que fazer durante a "crise" na


escola?

1-O profissional para ajudá-lo nesse momento


deverá ser aquele que ele tem mais afinidade.
Ninguém quer alguém que não tem afinidade
por perto quando está em um momento ruim.
2- Fale o mínimo possível, lembre-se do
excesso de estímulos.
3- Não faça aglomeração de pessoas em
volta, aumenta a angústia e os estímulos.
4- Quem for ajudar precisa estar calmo, e não
ter receio, as crises são momentos de
sofrimento.
5- Tenha uma sala de apoio com poucos
estímulos para levá-lo por algum tempo.
6- Ofereça uma atividades simples.

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"CRISES" NA PRÁTICA
Cleide Oliveira

7- Tenha algum material sensorial, eles


ajudam o autista a se organizar.
8- Quando ele estiver bem, leve-o novamente
para a sala de aula. Mas avise antes que
vocês irão retornar para a sala.
9- Para os alunos que tem facilidade com
pistas visuais e ausência da fala, é necessário
fazer uma rotina visual das atividades e
reforçar sempre que necessário.
10-Antecipe todas alterações na rotina. Isso é
para todo aluno autista, independente do
nível de autismo.

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EXTRA
Cleide Oliveira

COMO RETIRAR O AUTISTA DE UMA


ATIVIDADE QUE ELE GOSTA SEM CAUSAR
UMA “CRISE”
Você levou seu autista no parquinho,
shopping, festa, pula pula e ele não quer ir
embora.
E agora?
E se falar vamos embora a “crise” pode
aparecer.
Você quer retirar ele da atividade que ele
gosta que é muito legal. Para fazer o quê??
Lembre-se que o autista tem dificuldade em
lidar com mudança, principalmente se ela não
for antecipada.
Dificuldade em lidar com situação que ele
não conhece.

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COMO RETIRAR O AUTISTA DE UMA


ATIVIDADE QUE ELE GOSTA SEM CAUSAR
UMA “CRISE”

Você quer retirar ele do local e levar para


onde?
Você precisa dizer para onde ele vai.
O que ele irá fazer.
Mas não é só falar.
As vezes é preciso mostrar uma imagem do
local ou da atividade.
Mas precisa ser algo muito legal ou tão legal
quanto o que ele está fazendo.
Você não vai conseguir tirar ele de uma
atividade muito legal se não oferecer algo
mais legal.
Ex: Ofereça um brinquedo, uma atividade ou a
solução de uma necessidade fisiológica,
como água, comida, banheiro...

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COMO RETIRAR O AUTISTA DE UMA


ATIVIDADE QUE ELE GOSTA SEM CAUSAR
UMA “CRISE”

Exemplo pessoal:
Quando levo o Pedro no parquinho do prédio
ele nunca quer ir embora.
Então levo ele antes do almoço, aí ele fica
com fome e aceita subir quando eu ofereço o
almoço como troca.
A mesma coisa no shopping, primeiro brinca
depois come.
Sempre uma troca, nunca o NÃO.
Use figuras ou fotos para mostrar a próxima
atividade se achar necessário.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cleide Oliveira

"Lembre-se que os autistas não são iguais".

Ninguém é igual a ninguém, por isso o que


serve para um, pode não servir para o outro.
Conhecer a pessoa e o que ela gosta é
fundamental quando falamos de autismo e
principalmente de cuidar de alguém.

Cleide Oliveira

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Referências

AGRELA, Lucas, Estas são as 27 principais emoções


humanas, segundo a ciência. Exame 55. 23/09/2017.
https://exame.com/ciencia/estas-sao-as-27-
principais-emocoes-humanas-segundo-a-ciencia/
acesso em 06/07/2022 as 6:00h

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al. DSM-5:


Manual diagnóstico e estatístico de transtornos
mentais. Artmed Editora, 2014. pg 50-59.

Duarte CP, Velloso RL. A importância do


atendimento multidisciplinar nos Transtornos do
Espectro do Autismo. 1st ed. São Paulo: Memnon;
2019 p. 56,59,65,67,74,75,101-103,116,117,122,-124.

ESTOU AUTISTA. Os sentidos


https://www.facebook.com/estouautista/photos/pb
.100050342236425.-2207520000../1084980294902915
/?type=3 acesso 03/08/2022 às 11:12h.

Gaiato M. SOS Autismo: Guia completo para


entender o transtorno do espectro autista. 1st ed.
São Paulo: Nversos; 2018. 254 p. 66,69-70,93-100.

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Referências

INSTITUTO BRASILEIRO DE PSCANALÍSE CLÍNICA.


Lista dos Principais Sentimentos: Psicanalise clínica
Campinas,13/05/2019
https://www.psicanaliseclinica.com/lista-
sentimentos/ acesso 06/07/2022 às 6:30h

Mattos, J.C. Alterações sensoriais no Transtorno do


Espectro Autista (TEA): Implicações no
desenvolvimento e na aprendizagem. Rev.
Psicopedagogia 2019; 36(109): 87-95

Ministério da saúde. Linha de cuidado para a


atenção às pessoas com Transtorno do Espectro do
Autismo e suas famílias na rede de atenção
psicossocial do Sistema Único de Saúde. 1st ed.
Brasília: Brasil; 2015 p. 51-53,83-87.

NEUROSABER, Birra x Crise no TEA: como


diferenciar? Londrina, 25/09/2018. Instituto Neuro
Saber https://institutoneurosaber.com.br/birra-x-
crise-no-tea-como-diferenciar/acesso em
06/07/2022 às 06:30h

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Referências

PUCCINI, Flávia. Como os bebês se comunicam?


Blog leiturinha 23,nov, 2020
https://leiturinha.com.br/blog/como-os-bebes-se-
comunicam/ acesso em 07/07/2022 às 16:00h

TAMANAHA, Ana Carolina et al. Protocolo do Estado


de São Paulo de Diagnóstico Tratamento e
Encaminhamento de Pacientes com Transtorno do
Espectro Autista (TEA). São Paulo: SEDPcD, 2013 p.
3,4.

Whitman TL. O Desenvolvimento do Autismo: Social,


Cognitivo, Linguístico Sensório-motor e
Perspectivas Biológicas. São Paulo: M. Books; 2015 p.
28,29,58-62,97,114,116

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