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ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
APLICADA (ABA) PARA TEA E
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL.
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São Paulo
Platos Soluções Educacionais S.A
2023
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Conselho Acadêmico
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Camila Braga de Oliveira Higa
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Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
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Priscila Pereira Silva
Coordenador
Giani Vendramel de Oliveira
Revisor
Fernanda Cristina Silva Sepe
Editorial
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Márcia Regina Silva
Paola Andressa Machado Leal
ISBN 978-65-5356-478-7
CDD 150
_____________________________________________________________________________
Raquel Torres – CRB 8/10534
2023
Platos Soluções Educacionais S.A
Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César
CEP: 01418-002— São Paulo — SP
Homepage: https://www.platosedu.com.br/
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SUMÁRIO
Apresentação da disciplina
Bons estudos!
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A Ciência da Análise do
Comportamento
Autoria: Mary Cristina Olimpio Pinheiro
Leitura crítica: Fernanda Cristina Silva Sepe
Objetivos
• Conceituar e diferenciar Análise do Comportamento de
Behaviorismo.
1. A Análise do Comportamento
Para que fique mais claro para você, pense em um psicólogo que recebe
uma criança no consultório com a queixa de que ela tem se jogado
no chão e começado a chorar. Apenas com essas informações, você
conseguiria dizer porque ela se comporta desse modo? Não é possível
determinar porque a criança tem agido assim, sendo preciso investigar
por meio de algumas indagações iniciais, por exemplo: Onde a criança se
comporta assim? Quem está com a criança nesses momentos? O que faz
com que ela pare esse comportamento? Entre muitos outros fatores que
serão importantes, para determinarmos por que a criança tem se jogado
no chão.
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Ivan Petrovich Pavlov foi um fisiologista russo que por meio de seus
experimentos mostrou a possibilidade de estudos fisiológicos serem
conduzidos em seres ainda vivos (CHIESA, 2006). Seu estudo mais
conhecido leva seu próprio nome, Cães de Pavlov, e possibilitou a
observação da aprendizagem de novos comportamentos reflexos, o
que foi chamado de condicionamento reflexo ou Condicionamento
Pavloviano (MOREIRA; MEDEIROS, 2018).
Referências
BAUM, W. M. Compreender o Behaviorismo: comportamento, cultura e evolução.
3 ed. Tradução de Maria Tereza Araújo Silva. Porto Alegre. Artmed Editora, 2018.
CHIESA, M. Behaviorismo radical: a filosofia e a ciência (CE Cameschi, trad.).
Brasília: IBAC Editora & Editora Celeiro, 2006.
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. de. Princípios básicos de análise do
comportamento. Artmed, 2018.
MOREIRA, M.; HANNA, E. S. (2015). Bases filosóficas e noção de ciência em análise
do comportamento. In: HUBNER, M. (Ed.). Temas clássicos da psicologia sob a
ótica da análise do comportamento (p. 2–19). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2012.
POLANCO, F. A.; BÉRIA, J. S.; MIRANDA, R. L. História do behaviorismo: O que
sabemos até hoje? In: DE FÁTIMA KIRCHNER, L.; DE SOUZA, P. C.; DE CARVALHO
KANAMOTA, P. F. (Ed.). Diálogos em Análise do Comportamento-Volume II (p.
164-180). 1. ed. Brasília, Instituto Walden4, 2021.
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Princípios da Análise do
Comportamento Aplicada
Autoria: Mary Cristina Olimpio Pinheiro
Leitura crítica: Fernanda Cristina Silva Sepe
Objetivos
• Definir o que é a Análise do Comportamento
Aplicada (ABA).
No grupo que passou por tratamento em ABA (Tabela 1): 47% das
crianças conseguiram atingir os níveis intelectuais e comportamentais
esperados para alunos de 1° ano na época do estudo; 40% do grupo
recebeu diagnóstico de Deficiência Intelectual (DI) leve, e frequentaram
classes especiais com apoio à linguagem; e 10% foram diagnosticados
com Deficiência Intelectual (DI) grave (LEAR, 2004).
Receberam
47% 40% 10%
tratamento em ABA
Não receberam
2% 45% 53%
tratamento em ABA
Agora que você já sabe o que é ABA, e como ela pode ser promotora do
desenvolvimento de pessoas com autismo, é importante que conheça
alguns conceitos que dão base para eficiência de sua aplicabilidade. Isso
auxiliará você a compreender melhor o que é proposto na prática.
Como exemplo de fuga você pode pensar em uma criança que está em
uma sala de aula, e nas aulas de artes seus colegas fazem muito barulho
(estímulo aversivo para essa criança), então ela sai da sala (fuga). Visto
que em todas as aulas de artes o barulho se repete, pode ser que essa
criança comece a evitar entrar na sala na hora da matéria de artes
(esquiva). Lembrando que tanto a fuga quanto a esquiva, por serem
reforços negativos, aumentam a probabilidade de o comportamento
ocorrer.
Referências
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2013.
BORBA, M. M. C.; BARROS, R. S. Ele é autista: como posso ajudar na intervenção?
Um guia para profissionais e pais com crianças sob intervenção analítico
comportamental ao autismo. Cartilha da Associação Brasileira de Psicologia e
Medicina Comportamental (ABPMC), 2018.
CAMARGO, S. P. H.; RISPOLI, M. Análise do comportamento aplicada como
intervenção para o autismo: definição, características e pressupostos filosóficos.
Revista Educação Especial, v. 26, n. 47, p. 639-650, 2013.
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O Comportamento Verbal
na prática em ABA
Autoria: Mary Cristina Olimpio Pinheiro
Leitura crítica: Fernanda Cristina Silva Sepe
Objetivos
• Conceituar o comportamento verbal.
1. O comportamento Verbal
“ouvinte” aqui, assim como a palavra “falante”, não deve ser levada ao pé
da letra. Por exemplo, se o falante usa linguagem de sinais, o ouvinte na
verdade vê o comportamento verbal do falante e se comporta de forma a
reforçá-lo. Mesmo assim, usando os termos “ouvinte” e “falante”. (BORBA;
BARROS, 2018, p. 45)
Por exemplo, quando você conversa com alguém que gosta do tema
que você está falando, muito provavelmente a pessoa vai continuar o
assunto e vocês se manterão dialogando sobre o tema (fortalecimento
do comportamento). Ao contrário, se você começa a falar sobre um
tema, e a pessoa sinaliza que não quer falar disso, a tendência é que
você troque de assunto (enfraquecimento do comportamento).
2. A importância da Avaliação do
Comportamento Verbal
Referências
BARROS, R. da S. Uma introdução ao comportamento verbal. Revista brasileira de
terapia comportamental e cognitiva, v. 5, n. 1, p. 73-82, 2003.
BORBA, M. M. C.; BARROS, R. S. Ele é autista: como posso ajudar na intervenção?
Um guia para profissionais e pais com crianças sob intervenção analítico-
comportamental ao autismo. Cartilha da Associação Brasileira de Psicologia e
Medicina Comportamental (ABPMC), 2018.
GOYOS, C. ABA: ensino da fala para pessoas com autismo. São Paulo: Edicon, 2018.
Martin, Ga; PEAR, J. Modificação do comportamento: o que é e como fazer. 10. ed.
Rio de Janeiro: Roca, 2018.
MARTONE, M. C. C. Tradução e adaptação do Verbal Behavior Milestones
Assessment and Placement Program (VB-MAPP) para a língua portuguesa
e a efetividade do treino de habilidades comportamentais para qualificar
profissionais. Tese (doutorado em Psicologia) – Universidade Federal de São Carlos,
São Carlos, 2017.
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Planejamento e processos
de ensino com base em ABA
relacionados ao TEA
Autoria: Mary Cristina Olimpio Pinheiro
Leitura crítica: Fernanda Cristina Silva Sepe
Objetivos
• Aprender aspectos sobre o planejamento e processo
de ensino em ABA.
Silva e Matsumoto (2018, p. 129) ainda indicam que o DTT pode ser
utilizado com outras estratégias baseadas em ABA e tem alta taxa
de efetividade, pois “as tentativas são rápidas e, por isso, acontecem
repetidas vezes, para que a criança tenha diversas possibilidades de
aprender”, além de ser um treino focado em um para um com objetivos
muito bem elaborados para promover as mais diversas habilidades.
Referências
DUEÑAS, A.; BAK, M. Y. S.; PLAVNICK, J. Práticas baseadas em evidência e análise
do comportamento aplicada. In: SELLA, A. C.; RIBEIRO, D. M. (org.). Análise do
comportamento aplicada ao transtorno do espectro autista. Curitiba: Appris,
2018, p. 85-102.
KRACKER, C. A importância do uso de protocolos de avaliação e elaboração
de currículo individualizado. In: DUARTE, C. P. COLTRI, L. SILVA, L. R. V. (Orgs.).
Estratégias de análise do comportamento aplicada para pessoas com
transtorno do espectro autista. São Paulo: Memnon Edições Científicas, 2018, p.
10–36.
LAFRANCE, D. Planejando intervenções individualizadas. In: SELLA, A.C.; RIBEIRO,
D. M. (org.). Análise do comportamento aplicada ao transtorno do espectro
autista. Curitiba: Appris, 2018, p. 137-166.
RIBEIRO, D. M. SELLA, A. C. SOUZA, A. A. de. Avaliação do Comportamento. In: SELLA,
A. C.; RIBEIRO, D. M. (org.). Análise do comportamento aplicada ao transtorno do
espectro autista. Curitiba: Appris, 2018, p. 123- 136.
SOUZA, A. C. Estratégias de Ensino Naturalísticas: Ensino Incidental. In: SELLA, A.
C.; RIBEIRO, D. M. (org.). Análise do comportamento aplicada ao transtorno do
espectro autista. Curitiba: Appris, 2018, p. 200-212.
SILVA, L. C.; MATSUMOTO, M. S. Ensino por Tentativas Discretas. In: DUARTE, C. P.;
SILVA, L. C. L.; VELLOSO, R. L. (Orgs.), Estratégias de análise do comportamento
aplicada para pessoas com transtorno do espectro autista. São Paulo: Memnon
Edições Científicas, 2018, p. 127-139.
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Análise do Comportamento
Aplicada ao ensino de pessoas
com deficiência Intelectual
Autoria: Mary Cristina Olimpio Pinheiro
Leitura crítica: Fernanda Cristina Silva Sepe
Objetivos
• Conceituar a deficiência intelectual.
Para a AAIDD (2010), o principal motivo para classificar uma pessoa com
deficiência intelectual deve ser o foco na construção de um conjunto
personalizado de serviços e emprego de estratégias, que ofereçam
suporte a essa pessoa, por um período de tempo de acordo com sua
necessidade, e que vise o objetivo de proporcionar maior bem estar,
ganho de autonomia e inclusão social. A Análise do Comportamento
Aplicada (ABA) surge como uma das intervenções que possibilitam
ganhos para o desenvolvimento dessas pessoas por meio de programas
de ensino individualizados.
Não existe uma prática em ABA específica para pessoas com deficiência
intelectual, assim como não há uma prática em ABA específica a
pessoas com autismo. A ABA é uma ciência que pode guiar a aplicação
de práticas junto a pessoas com deficiência intelectual, sendo essas
práticas sempre construídas por meio de avaliação de repertório de
comportamentos iniciais, a fim de elencar intervenções específicas, pois,
como visto, mesmo junto a um diagnóstico de deficiência intelectual,
existem diversas classes de comportamentos diferentes que podem
precisar serem desenvolvidas.
Referências
AMERICAN ASSOCIATION ON INTELLECTUAL AND DEVELOPMENTAL DISABILITIES.
Definition of intellectual disability. AAIDD, 2010. Disponível em https://www.aaidd.
org/intellectual-disability/definition . Acessado em: 29 maio 2023.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2013.
FAZZIO, D. F. Intervenção comportamental no autismo e deficiências de
desenvolvimento: uma análise dos repertórios propostos em manuais de
treinamento. Dissertação (Mestrado em Estudos Pós-Graduados em Psicologia
Experimental: Análise do Comportamento), p. 112. São Paulo: Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, 2002.
LOVAAS, O. I. The ME Book. Teaching developymentally disabled children. Baltimore,
Maryland: University Park Press, 1981.
MARTONE, M. C. C. Tradução e adaptação do Verbal Behavior Milestones
Assessment and Placement Program (VB-MAPP) para a Língua Portuguesa
e a efetividade do treino de habilidades comportamentais para qualificar
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Planejamento e processos de
ensino em ABA relacionados a
deficiência intelectual
Autoria: Mary Cristina Olimpio Pinheiro
Leitura crítica: Fernanda Cristina Silva Sepe
Objetivos
• Aprender como elencar objetivos em
intervenções Análise do Comportamento
Aplicada (ABA), com foco em pessoas com
deficiência intelectual.
Por fim, Lafrance (2018) descreve que os objetivos a longo prazo devem
ser mais gerais dentro do programa de ensino, comportamentos
mais amplos a serem alcançados. Então, ainda usando os exemplos
anteriores, pode-se esperar que a criança observe mais as pessoas
e objetos ao seu redor em diferentes espaços, inicie contatos com
outros adultos e crianças, brinque com outras crianças, entre outros
comportamentos.
Perceba que uma ação que para você poderia ser considerada
simples, como tomar banho, é composta por uma grande cadeia de
comportamentos menores que as crianças, no geral, vão aprendendo
aos poucos ao longo do desenvolvimento. Por isso que no ensino de
algumas pessoas, como as pessoas com deficiência intelectual, contribui
quando esses passos sejam bem definidos, explicados e relembrados
até que consiga desempenhar a tarefa com autonomia.
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Tem uma classe de habilidades sociais que não foi trazida junto a
Figura 2, por se tratar de uma classe mais ampla que abarca algumas
subclasses, que é a habilidade social de assertividade. Está, segundo
Del Prette e Del Prette (2017), relacionada a comportamentos como:
defender direitos próprios e das demais pessoas; questionar; fazer e
recusar pedidos; admitir falhas; expressar sentimentos de forma não
agressiva nem omissiva com os próprios sentimentos; manejar críticas;
saber se portar diante de pessoas que possuem maior autoridade; entre
outros comportamentos relacionados a ações que são socialmente
consideradas assertivas.
Você pode ter notado que alguns comportamentos podem fazer parte
de mais de uma classe de habilidades sociais, assim como, na prática,
ao realizar uma atividade, podemos trabalhar mais de uma classe
por vez. Por exemplo, imagine que você está trabalhando com ABA
em um contexto clínico e, então, estipula uma atividade de ida até o
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Referências
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2013.
DEL PRETTE; AP DEL PRETTE, A.Z. Competência social e habilidades sociais:
manual teórico-prático. Petrópolis: Vozes, 2017.
DEL PRETTE, A..; DEL PRETTE, Z. A. P. Psicologia das habilidades sociais na infância:
Teoria e Prática. Petrópolis: Vozes, 2005.
DOMENICONI, C; BENITEZ, P. Princípios e métodos para o ensino de
comportamentos novos a pessoas com deficiência intelectual. Revista DI, [s. l.], n. 3,
2012.
LAFRANCE, D. Planejando intervenções individualizadas. In: SELLA, A. C.; RIBEIRO,
D. M. (org.). Análise do comportamento aplicada ao transtorno do espectro
autista. p. 137-166. Curitiba: Appris, 2018.
YAZAWA, T.; RODRIGUES, O. M. P. R. Manejo comportamental de crianças com
deficiência: avaliação dos efeitos de um programa utilizando os princípios da
Análise do Comportamento. Revista Educação Especial, [s. l.], v. 34, p. 1-21, 2021.
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