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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CAMPUS SOROCABA
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA,TURISMO E HUMANIDADES

BIOGEOGRAFIA

“FIGUEIRÓ, Adriano. Biogeografia: dinâmicas e transformações da natureza.


Oficina de Textos, 2015”. Elaborar um resumo Capítulo 1 – Introdução a Estudo
da Biogeografia das página 15 a 51.

Docente: Prof. Dr. Marcos Roberto Martines


Discente: Franz Rodrigues Lana RA:790209

2023
A Biogeografia é a ciência dedicada ao estudo da distribuição geografica dos
seres vivos no espaço atravês do tempo buscando entender os padrões de
organização espacial e os processos que levaram a tais disposições biológicas.
E impossivel determinar a distribuição de uma espécie sem compreender
suas caracteristicas seja na fauna entre outras suas relações,sua evolução sem
compreender o ambiente em que ela vive para estudar a biogeografia é muito
importante que o pesquisador esteja familiarizado com os conceitos fundamentais.

Os seres vivos são, em diversas partes do mundo, semelhantes em alguns


aspectos. Mas para pôr aí. As “barreiras” naturais da natureza impõe métodos de
sobrevivência, caça e até mesmo influencia na pelagem ou cor de alguns animais.
Como por exemplo, o clima quente da África subsaariana influenciou na pelagem
dos leões com o passar da evolução, e assim, eles conseguem se camuflar para
caçar; O clima gelado da Antártica resultou em uma pelagem branca e grossa para
os ursos polares, que assim se adaptaram para não morrem de frio e usam sua
pelagem branca para se camuflarem nas calotas de gelo.

Prosseguindo, o livro Biogeografia: Dinâmicas e Transformações da Natureza


de Adriano Figueró abordarão essa dinâmica: o espaço geográfico em conjunto do
meio animal, e dentre esses, todas as complexidades e possibilidades que podem
resultar. O livro também trabalha a questão a questão do histórico animal, ou seja,
como os animais se comportarem em seus habitats ao longo do tempo, já que este
está sujeito a alterações, como citado anteriormente.

A Biogeografia é importante para conhecermos mais sobre os seres que


habitam o planeta Terra e como são o que são nos dias de hoje, tendo em mente
todo o processo histórico de evolução. Esse ramo da Geografia pode abrir diversas
possibilidades de estudos, além de “pincelar” também a Biologia, uma vez que se
aprofunda nos seres vivos.

Por fim, os geógrafos devem se atentarem a biodiversidade natural, além de


chamaram para si o dever de propagar sua conservação de ações antrópicas, tendo
em vista que são cada vez mais frequentes atualmente. Uma arvore derrubada não
significa apenas uma arvore derrubada, mas sim a morte da casa um pássaro, a
degradação do solo, menos alimento disponível para as espécies ali habitadas etc.
Portanto, há todo um contexto ambiental nas ações antrópicas...

A primeira abordagem do livro é baseada na variação das espécies em


diferentes situações e regiões. Usando o exemplo da zebra no continente africano,
onde ela possui variações por todo continente. Essas variações são resultantes de
processos históricos, que foram responsáveis pela formação rochosa, relevo,
hidrografia etc. Esses processos naturais resultaram em variações da zebra por todo
continente.

Também neste tópico, o livro chama atenção da importância da adaptação do


ser no ambiente em que este está inserido. Para que uma criatura sobreviva, ela não
necessariamente precisa ser a mais forte, mas sim a que pode se adaptar as suas
condições naturais. E dado o processo histórico em que os ancestrais das atuais
criaturas que conhecemos passaram, é notável o quanto tiveram que se adaptar
para que as criaturas atuais sobrevivam.

Adiante, Figueró usa como exemplo a anta para determinar seu processo
histórico. Porém, dessa vez diferentemente da zebra na África, o autor apresenta
que podemos encontrar diversas espécies de antas ao redor do mundo (América do
Sul e Sudeste Asiático). Como isso é possível?

Para início de conversa, o autor põe em pauta um processo histórico de


milhares de anos: o tempo geológico, onde os continentes se encontravam em terras
contínuas. Esse elemento chave pode explicar do porquê podemos encontrar
diversos animais semelhantes em várias partes diferentes do mundo. Os ancestrais
desses animais migraram para muitos lugares, seja em busca de alimentos,
condições climáticas etc.

Todo esse processo que Figueró traz em seu livro, é importante para
compreensão da variabilidade das espécies ao redor do mundo. Um ancestral
comum de uma espécie pode, em um local mais frio, ter desenvolvido uma pelagem
mais grossa, em outro, pelos mais claros devido ao seu habitat, tanto para se
camuflar, quanto para caçar.

Prosseguindo, o livro remete a um processo interessante sobre as espécies.


As barreiras naturais, que, por si dó, impediu diversas criaturas de se espalharem
pelo mundo, como é o caso do pinguim, que não conseguiu chegar ao hemisfério
norte, por ser incapaz de nadar até o continente e por não conseguirem voar (os
pinguins conseguem realizar somente voos rasos).

Portanto, as barreiras naturais foram, ao longa da história, um grande


“empecilho” para a proliferação das espécies em diferentes lugares do mundo. Em
outras palavras, Figueró define as barreiras naturais como obstáculos físicos
presentes na natureza que podem impedir ou dificultar a vida dos animais. Alguns
exemplos de barreiras naturais incluem montanhas, rios, oceanos e florestas densas.

Essas barreiras podem ser tanto físicas quanto biológicas e podem ter um
impacto significativo no modo como os animais se deslocam e se relacionam com o
ambiente ao seu redor. Além disso, as barreiras naturais podem ser fontes de
riqueza e biodiversidade, pois podem proteger espécies e ecossistemas

Adiante, o autor aborda a questão dos elefantes-africanos, que devido a


separação do continente africano da índia, perderam qualquer contato com os
elefantes indianos, que por sua vez, se desenvolveram menores, sem presas e fora
suscetível à domesticação. Como citado anteriormente, esse desenvolvimento por
parte dos animais é resultado de diversos fatores climáticos, ambientais etc. Os
animais (neste caso, o elefante indiano) se desenvolveu de acordo com seu meio.

Por outro lado, o elefante africano desenvolveu presas, ficou maior, mais
selvagem. Talvez os processos ambientais disponíveis naquela região fossem mais
severos, como predadores, dificuldades climáticas, migrações, dentre tantos outros,
o que obrigou esses elefantes a desenvolverem formas mais robustas, selvagens.

Em um segundo momento, o autor aborda a questão do endemismo, que é a


denominação para espécies que se limitam a uma área geografia específica.
Quando uma espécie é endêmica de uma determinada região, isso significa que ela
só existe nessa região e não em nenhum outro lugar do mundo.

Muitas vezes, as espécies endêmicas são encontradas em ilhas ou em


regiões com características geográficas únicas, como altas montanhas ou florestas
tropicais. O endemismo pode ser um indicador da biodiversidade de uma região e
pode ser afetado por fatores como mudanças climáticas, introdução de espécies
exóticas e atividade humana.

Figueró usa o exemplo de endemismo que Darwin observou nas ilhas


Galápagos e na Austrália. Ambas as regiões são isoladas, e consequentemente, sua
fauna também é. Dificilmente os animais ali presentes vão migrar para outras
regiões, a menos que sejam pássaros ou animais aquáticos. Segundo o autor, o
processo de endemismo também pode explicar como os animais venceram barreiras
naturais, no sentido de que conseguiram sobreviver nessas regiões isoladas.

Neste sentido, para os geógrafos e biólogos, é possível identificar uma série


de levantamentos climáticos, territoriais, dentre tantos outros que possam identificar
como esses animais isolados conseguiram sobreviver a esses ambientes isolados, e
porque outros não. No entanto, uma levantamento precisa ser levado em
consideração nesse caso em específico: a separação dos continentes, há 200
milhões de anos.

No caso da separação dos continentes, os animais terrestres não


conseguiram mais migrar para outras regiões, limitando-se a ficaram em suas áreas
já pré-estabelecidas. Somente pássaros ou animais aquáticos conseguiram vencer a
barreira da separação do continente Pangeia, mas mesmos estes, sofreram
mutações em outras áreas que migraram.

Prosseguindo, o autor aborda um assunto mais recente, que moldou de forma


sinistra e muito rápida a vida dos animais de todo o mundo, mas não somente:
florestas, micróbios, vegetais etc. todas as formas de vida mudaram desde à
ascensão do homem na natureza.

Há aproximadamente 8 mil ano atrás, o homem começou a domesticar os


animais, a fim de garantir sua sobrevivência. Com o tempo, muitos animais
domesticados foram selecionados para desenvolver características desejáveis, como
docilidade, produção de leite ou carne, resistência a doenças e capacidade de
realizar tarefas específicas. Alguns exemplos de animais domesticados incluem
vacas, cavalos, ovelhas, galinhas e cães.

Com isso, o homem mudou as características de diversos animais, de acordo


com sua respectiva necessidade. Porém nem todos os animais mudaram, pois
somente alguns foram de primeira necessidade para sobrevivência humana até
então. Os demais, como observamos atualmente, sofrem um processo que é
diferente, pois precisam se adaptar pela perda sua fauna por conta do
desmatamento, caça ilegal, tráfico de animais etc. Portanto, animais que não foram
domesticados pelo homem, estão evoluindo de forma indireta pelas ações antrópicas
da intervenção humana para com a natureza.
Adiante, o livro aborda um sério problema: as espécies invasoras (exóticas)
em locais que não são originários delas.

As espécies invasoras são aquelas que são introduzidas em um ecossistema


novo e começam a se reproduzir e se espalhar de maneira descontrolada,
ameaçando a biodiversidade local. Elas podem ser plantas, animais, fungos ou
microrganismos e podem causar danos econômicos e ambientais significativos.

Algumas espécies invasoras são capazes de competir com espécies nativas


pelo espaço, alimento e recursos, levando à extinção dessas espécies nativas.
Outras podem prejudicar a saúde humana ou a economia, como as plantas
invasoras que podem danificar os solos ou as espécies animais que podem
transmitir doenças. É importante controlar e prevenir a introdução de espécies
invasoras, pois isso pode ajudar a proteger os ecossistemas e os seres humanos.

Figueró usa de exemplo o cervo-da-índia, que foi introduzido no Havaí no


século XlX, como um presente ao rei dessa ilha. No entanto, ao decorrer dos anos,
como essa espécie não possui predadores naturais naquela região, ela se proliferou
de maneira esporádica, colocando em risco as espécies originárias e endêmicas que
viviam ali.

Isso gerou um grande problema para as autoridades, que se viram diante de


um sério risco ambiental. Por conta disso, anualmente a ilha promove a caça desse
cervo, a fim de controlar sua expansão na natureza. Nessa problemática de ações
antrópicas, o livro irá abordar, mais uma vez, a intervenção humana com o meio
ambiente.

Nessa abordagem, é tratada a questão dos homens, ainda em estado natural,


ou seja, não estamos falando do “europeu civilizado”, mas sim dos homens tribais,
indígenas. Figueró apresenta que já nessa fase da evolução humana, os homens
interviram de diversas formas na vida animal. O autor usa outro Exemplo do Havaí,
que antes da chagada dos europeus, as aves já haviam perdidos cerca de 50% da
sua fauna, por conta da intervenção antrópica dos indígenas locais.

Mais recentemente, segundo o livro, os humanos adquiriram a capacidade de


compilar e manipular o DNA dos animais, o que fez com que fosse possível criar
espécies de animais em locais onde antes não era possível.
No entanto, o autor tece um alerta para essa prática de manipulação do DNA,
tantos do animais, quanto dos vegetais. Essa prática é altamente perigosa, tendo em
vista que se, por exemplo, o DNA de determinado animal for introduzido em outro
compatível, o resultado será um animal que não está habituado em nenhum
ambiente natural. Caso esse ser seja solto em algum estado de natureza pura, os
danos seriam catastróficos (vide o exemplo do Havaí).

Essa prática de manipulação genética, segundo o livro, abriu diversos debates


sobre seu uso, tanto para preservação quanto econômico. De um lado, há quem o
defenda pelo fato de que é possível trazer animais extintos de volta a vida. Por outro,
são contrários devido ao ambiente atual ser totalmente diferente daquele que esses
animais foram extintos, o que poderia, facilmente, causar um grande desequilíbrio
ambiental.

Prosseguindo, Figueró apresenta alguns elementos principais para que a vida


animal no planeta Terra seja possível. São eles: condições ambientais como luz,
água, alimentos e temperatura. Essas condições são fundamentais para a
sobrevivência de todos os seres vivos. Porém, alguns possuem mais dificuldades
que os outros em determinadas situações. Também é apresentado os recursos
naturais disponíveis na natureza, que por sua escassez, provocou grandes ondas de
deslocamentos por todas as partes do mundo.

É citado também a capacidade de disseminação das espécies através da


proliferação. Esse processo é importante para que áreas sejam reabitadas e os
animais voltem a ocuparem áreas que eram suas de origem. Neste sentido, o autor
também cita a evolução animal dentro desses ambientes, que ora são propícios, ora
não, obrigando assim que os seres habitantes dessas áreas se adaptem.

O primeiro capítulo do livro se encerra de modo em que os questionamentos


sobre a vida animal são muito complexos e merecem atenção dos geógrafos,
biólogos, dentre outros. A interferência humana cada vez mais hostil ao meio
ambiente está criando um clima de muita incerteza por parte dos pesquisadores,
pois não há grandes perspectivas de melhoras.

O capítulo 1.2 do livro trás à tona uma critica a Geografia, como a


conhecemos. Figueró diz que a paisagem, tão estudada pelos geógrafos, não pode
se limitar somente à sua área em si, com possibilidades de transformações. Ali
existem seres que habitam, sendo esses fundamentais para a construção dessa
paisagem geográfica.

A paisagem geográfica é a aparência da superfície da Terra, incluindo os


elementos naturais e humanos que a compõem. Alguns exemplos de elementos
naturais que podem fazer parte de uma paisagem geográfica são montanhas, rios,
florestas, desertos e praias. Já os elementos humanos podem incluir cidades,
estradas, fazendas, reservatórios de água e outras construções. A paisagem
geográfica de uma região é resultado da interação entre as forças naturais e os
seres humanos ao longo do tempo.

Neste sentido da paisagem, o autor busca enfatizar que os estudos da


Biogeografia não estão limitados a um ramo da Geografia. Em cada lado oposto,
temos a Geografia física e do outro, a humana, e no centro delas, a Biogeografia,
que se constrói de elementos de ambas elas. Na paisagem, a biogeografia pode ser
usada para entender como as espécies se espalham e como os padrões de
distribuição das delas são influenciados pelo ambiente e pelas interações entre
espécies.

Isso pode ser útil na conservação da biodiversidade e na gestão de


ecossistemas, bem como para entender os impactos das alterações climáticas e
outros fatores humanos sobre a distribuição das espécies. Portanto, a Biogeografia
está, de modo inegável, junto à paisagem geográfica e todas as suas alterações.

Prosseguindo, nos é apresentado os ramos que a Biogeografia pode abordar:


abordagem cronológica, abordagem biotecnológica, abordagem ecológica e
abordagem geológica. Cada sub-ramo da Biogeografia possui sua importância para
o complemento dessa ciência, e todos eles se completam:

 Abordagem cronológica: Na biogeografia, a abordagem cronológica pode ser


utilizada para estudar a história de ocupação de uma região por espécies
animais ou vegetais. Isso pode incluir o estudo de fósseis para entender a
presença de espécies em períodos pré-históricos, bem como o estudo da
distribuição atual de espécies para entender como elas chegaram a essas
áreas e como se adaptaram ao longo do tempo.
 Abordagem biogeográfica: A abordagem biogeográfica é um método de
estudo da distribuição geográfica das espécies em um determinado local ou
região. Ela se baseia na ideia de que a distribuição das espécies é
influenciada pelos fatores geográficos, como o clima, o relevo e as condições
do solo, bem como pelas interações entre as espécies e seu ambiente. A
abordagem biogeográfica é utilizada por diversas disciplinas, como a biologia,
a ecologia e a geografia, para entender como as espécies se adaptam a
diferentes ambientes e como elas se relacionam com seu ambiente.
 Abordagem ecológica: a abordagem ecológica é um método de estudo que se
concentra na maneira como os organismos interagem com seu ambiente e
com outros seres vivos. A ecologia é uma ciência que estuda os sistemas
vivos e suas interações com o ambiente
 Abordagem geológica: A abordagem geológica é um método de estudo que
se concentra na estrutura e composição da Terra e nos processos geológicos
que a afetam. A geologia é uma ciência que estuda a Terra e seus processos
geológicos, incluindo a formação de rochas, os movimentos das placas
tectônicas, as erupções vulcânicas e os terremotos.

Em um segundo momento, nos é apresentado um mapa do Brasil, onde o


exemplo das ordens biológicas é apresentado. Nele, é usado o exemplo da
ocorrência das vegetações brasileiras e suas denominações. Neste sentido, Figueró
trata os biomas com particularidades diferentes, de acordo com as denominações
citadas anteriormente.

Até aqui, abordamos somente a questão animal, no entanto, a Biogeografia


também abrande a questão vegetal. Portanto, os vegetais também possuem sua
respectiva importância no meio ambiente, pois a ausência de uma espécie pode
levar a uma cadeia de extinção em massa de outras espécies, inclusive outros
vegetais.

E esse capítulo se encerra com Figueró citando a importância da


Fitogeografia e a Zoogeografia para com a Biogeografia. Neste sentido, ambas
ciências ajudaram a construir os sub-ramos da Biogeografia. Dentre eles estão:
Biogeografia Histórica, Biogeografia Ecológica, Biogeografia Médica e Biogeografia
Cultural. Esses sub-ramos da Fitologia junto à Zoogeografia ajudam a Biogeografia a
se aprofundar nos estudos de vegetais e animais, devido as sua especificidades,
pois cada ramo aborda um tema diferente e, portanto, possui mais propriedade para
se aprofundar em sua área de atuação.

O próximo tópico começa com o histórico da Biogeografia. De grosso modo,


ela pode ser definida em dois períodos distintos: o primeiro remonta ao período pré-
científico, onde estende-se do surgimento das primeiras ideias sobre a criação do
universo até o fim do século XVlll. Neste período, os naturalistas se preocupavam
em categorizar as espécies e seus habitats naturais, além das diferenças e
igualdade observadas entre os animais.

Durante esse período, as pessoas geralmente explicavam os fenômenos da


natureza através de mitos e crenças religiosas, ou através de explicações baseadas
em observações empíricas, mas sem um método sistemático para testar essas
explicações. O livro usa como exemplo a Bíblia, quando Noé embarcou em sua arca
7 casais de cada animal, para que não fossem extintos durante o diluvio que estava
por vir.

O segundo período, que se denomina científico, inicia-se no século XlX, com


o surgimento das ideias evolucionistas, e estende-se até os dias atuais. Neste
período, as especulações foram deixadas de lado, e as teorias começaram a ganhar
protagonismo, após o surgimento do evolucionismo. O método científico é um
processo sistemático para obter conhecimento, que inclui a coleta de dados, a
formulação de hipóteses, a realização de experimentos e a verificação das
conclusões através de observações e medidas.

Com o passar do tempo, as ideias pré-científicas ou até mesmo baseadas na


Bíblia foram, pouco a pouco, sendo deixadas de lado com o surgimento cada vez
mais consolidado das ciências. Neste período, surge um grande nome da
Biogeografia: o francês Georges-Louic Leclerc, o Conde de Buffon (1707-1778), que
por sua vez, identificou as variabilidades dos animais, onde ele entendeu que há
barreiras naturais que impedem eles de se locomovem entre algumas regiões.

Para Buffon, as espécies quando migram, acabam se modificando nesse


processo. Elas saem de uma área originária e vão até outra que não oferecem
condições para que ela viva adequadamente, por exemplo. Nesta área, esses seres
serão obrigados a se adaptarem, de diversos modos. Portanto, as espécies ganham
outros formatos e modos de sobrevivência, neste processo que Buffon identificou.
Isso foi muito importante para que as variabilidades de espécies ao redor do mundo
fossem identificadas e traçadas suas linhas originárias.

Em um segundo momento, ainda na questão da evolução dos animais, surge


o questionamento: como animais de origem tão distantes vieram parar na América
do Sul, por exemplo? Este tipo de questionamento abriu precedentes para as teorias
do criacionismo, que segundo tal, Deus criou as espécies em cada canto do mundo
com suas respectivas caraterísticas.

Porém, a partir do século XVlll, os evolucionistas ganham espaço, e suas


teorias são mais aceitas pelos estudiosos da época. O livro deixa claro que o período
científico da Biogeografia nasce com Humboldt em 1805, após suas expedições no
continente americano entre 1799 e 1804. Além do mais, o botânico também inaugura
a Geografia física, com suas análises nas paisagens da América do Sul. Portanto,
quando se fala em Biogeografia, Humboldt é um nome indispensável.

Adiante, Darwin (que conheceu Humboldt pessoalmente) seguiu seus passos


na botânica, e fez o mesmo trajeto na América do Sul, procurando estudar mais
sobre as paisagens. Após sua vigem, Darwin que era um grande crítico ao
criacionismo, escreve o que viria a ser um dos livros mais importantes da história: A
Origem das Espécies (1859).

Neste livro, Darwin aponta que as espécies mudam ao longo do tempo


através de pequenas variações herdadas, sendo que as espécies mais bem
adaptadas ao seu ambiente são mais propensas a sobreviver e reproduzir-se. A obra
foi fundamental para a compreensão da evolução dos seres vivos e tem um grande
impacto na biogeografia. Ela foi totalmente contraria a qualquer explicação
criacionista e, até os dias atuais, gera debates. O livro também aponta a importância
de outros autores, como Alfred Russel Wallace (1823-1913).

Alfred, que que fez uma expedição na Amazônia em 1853, pensava que as
espécies são um produto da sobrevivência, ou seja, aqueles que se adaptavam mais
as condições impostas pelo seu meio, eram as que conseguiriam sobreviver. Além
de sobreviver, essas espécies também se desenvolveriam e ficariam mais fortes, e
só sucumbiriam caso um predador mais forte ainda aparecesse.
Alfred escreveu essas ideias para Darwin, que, enfim, o encorajou para
colocar em seu livro sobre as espécies. Os autores, neste ponto do livro, são muito
importantes para entendermos o contexto histórico da Biogrografia.

O livro se encerra com abordagens sobre geossitemas e ecossistemas,


apontando suas diferenças e contribuições para a Biogeografia. O geossitemas
representa um modelo teórico para o entendimento da complexidade da paisagem.
Já o ecossistema refere-se a uma perspectiva biocêntrica e parcial da paisagem, e
colocando o homem como um dos principais agentes interventores.

Neste ponto que se encerra o livro, Figueró aponta essas diferenças entre
essas duas ciências, mas as aponta como de suma importância para o entendimento
da Biogeografia, pois são vertentes importantes dessa ciência, que após muitos
teóricos, se firmou como de grande relevância para o entendimento dos seres, suas
origens, complexidades, habitats etc. Portanto, a Biogeografia é um ramo da
Geografia que merece muito destaque. Figueró em sua obra enfatiza isso com
maestria.

Existem diversas linhas para estudar a biogeografia,podendo ser destacados


a biogeografia historica e a biogeografia ecologica entre outra emfim a biogeografia
nos ensina muitas coisas envolvendo vários fatores em relação ao seres vivos e não
vivos .

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