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Sinopse: Introdução a paleontologia

O planeta terra desde seu início passou por diversas mudanças, metamorfoses que
deixaram para trás marcas e resquícios do que passou e já existiu, todos esses detalhes sutis
são o foco de estudo para descobrir e compreender como o mundo já foi, e o que podemos
descobrir com ele, a paleontologia é a ciência que estuda as formas de vida existentes em
períodos geológicos passados, a partir dos seus fósseis, e se correlaciona com outros
estudos, como a biologia através da paleobotânica e paleozoologia, pois estuda os animais e
vegetais que existiram no passado, aborda também a climatologia, através da
paleoclimatologia já que é importante compreender o clima e a sua evolução ao decorrer
dos períodos geológicos, e também a geografia pela paleogeografia, expõe o impacto que a
configuração do relevo pode causar nas espécies e na paisagem da época.
A paleobiologia é uma ferramenta que surgiu para compreender a biodiversidade e sua
evolução, a fim de desvendar todas essas provas fósseis que podem ser encontradas na
natureza, essa área de estudo é usada para compreender o passado a partir dos organismos
encontrados nas rochas e seus resquícios, a partir deles é possível estimar a idade relativa
dos fósseis e correlacionar as unidades rochosas onde foram encontrados; trás informações,
respostas e também novas dúvidas sobre o passado, o que enriquece o conhecimento sobre
a evolução das espécies e do planeta, dando conteúdo e a possibilidade de ilustrar o mundo
antigo que a espécie humana ainda não foi capaz de conhecer e explorar.
Essa área do conhecimento é bastante pertinente já que o intervalo entre as evoluções, e as
mudanças morfológicas e fisiológicas nas espécies, ocorreram ao decorrer de milhares de
anos, ainda acompanhadas dos impactos ambientais que outrora surgiam no planeta ao se
reformular e mudar com o passar dos milhares de anos, sendo assim diversas situações
podem ter ocorrido para resultar nos produtos atuais, que é a fauna e flora atual do planeta
e a sua geografia atual também, portanto é importante compreender de perto o que houve
para que a vida tenha chegado até aqui da forma que se mostra.
Para iniciar o estudo nessa área é necessário compreender alguns termos, como que
paleoambiente, que é um local onde organismos estavam e possivelmente viviam no
momento em que recebeu uma deposição de camada de sedimento de diferentes
composições químicas e físicas, e essa deposição pode ter ocorrido em diferentes períodos
de tempo; entender a diferença entre fóssil, que é um traço orgânico soterrado por
processos naturais e que alcançou a preservação permanente de no mínimo 11.000 anos, e
subfóssil, que também é um traço orgânico soterrado porém que deve apresentar idade
inferior a 11.000 anos, saber que um icnofóssil, que é um vestígio fóssil das atividades em
vida de algum organismo que já viveu; saber também que um macrofóssil é um registro de
um traço orgânico que pode ser visto a olho nu, logo sabendo disso, microfósseis são
aqueles traços orgânicos que só podem ser vistos através da microscopia de varredura.
Todos esses conceitos são importantes para compreender a paleobiologia/paleontologia
como um todo pois cada registro fóssil um dia foi um organismo vivo de milhões de anos
atrás, é importante compreender o paleoambiente para saber determinar que tipo de
organismo vivia ali e que tipo de vida gerou um traço orgânico, que deixou marcas com suas
atividades em um icnofóssil, e que talvez também seja possível descobri sobre seu estilo de
vida desde sua dieta até como vivia com os seus iguais, e assim facilitar a compreensão do
mundo antigo como um todo também, pois esses conhecimentos correlacionam-se.
Além de compreender alguns termos é necessário saber o impacto que o ambiente causa
nesses registros orgânicos antigos; entender como ocorre a fossilização ou mumificação e
que existem diferentes tipos de fósseis de acordo com o tipo de preservação que tiveram e
o local também interfere diretamente nisso, por exemplo, fósseis marinhos normalmente
são bem preservados pelos movimentos das ondas e da areia soterrando constantemente o
solo do assoalho oceânico, como ocorre normalmente na zona do sublitoral, zonas de
tempestades; porém não apena de baixo do mar se preservam bem os fósseis;
soterramento, calor e frio podem ser outros fatores que permitem a preservação de traços
orgânicos, lama composta por sedimentos pode soterrar algum animal ou vegetal e
preservar não só todo o corpo do organismo como formar também um molde da criatura;
promovendo processos como litificação, petrificação ou mineralização que causa a
substituição do tecido do organismo por sedimentos e minerais, gerando o preenchimento
dos espaços, o que produz uma marca ou um molde quando os tecidos moles desaparecem
completamente, sendo substituídos por rochas; seu formato depende do estágio de
deterioração da criatura no momento em que foi soterrada, normalmente partes duras
como carapaças, dentes e conchas são bem preservadas, já as partes moles como tecidos e
fluídos perdem-se com o tempo; há também a carbonização que é pouco comum, e que se
preserva o tecido mole em uma espécie de película de carvão, onde os tecidos com o tempo
são transformados em uma fina película de carbono, podem preservar-se em marcas ou
moldes os registros e vestígios fósseis.
Entres muitas formas de se preservar tecidos naturalmente existem ainda os fatores
climáticos ditos anteriormente como o frio extremo e o calor intenso, onde os tecidos moles
podem ser muito bem preservados através da desidratação ou congelamento, tecidos e
tegumentos como pelos, pele, músculo, cascos, chifres, unhas e escamas podem ser vistos
com seus respectivos formatos e até coloração natural; ainda quanto a preservação dos
tecidos existe uma maneira diferente que traz os mesmos resultados que é o processo de
mumificação, onde o organismo pode estar envolto em algo ou alguma substância que os
proteja dos intemperismos do tempo, como por exemplo o âmbar, que é o registro fóssil de
resina vegetal que pode durar milhares de anos, quem de vez em vez pode abrigar algum
organismo e preservá-lo.
Como existem diferenças entre os fósseis é notável que exista respectivos títulos para esses
com diferentes denominações e características; é preciso determinar uma datação pois nem
todos os registros fósseis atendem ao período de tempo necessário, um grupo possui um
curto período de duração caso seja característico de uma dada época geológica e tenha
extensão estratigráfica restrita, isso ocorre se o intervalo entre seu aparecimento e extinção
for curto o suficiente; um fóssil tem como características de ampla distribuição geográfica
caso seja encontrado em diversos locais que permitam comparação e correlação entre
formações geológicas distantes e com outros grupos da espécie, caso esses outros grupos
apresentem condições diferentes não há como considerá-lo grupo representativo dessa
espécie; se a população de um grupo é elevada aumentam-se chances de ocorrerem
registros fósseis dessa espécie com uma frequência mais desejada; é necessário que possua
estruturas fossilizáveis, caso não apresente ossos, conchas ou dentes a probabilidade do
registro fóssil ocorrer é menor; existem também os fósseis de fácies, que são aqueles que
apenas ocorrem em determinados médios sedimentares; e os fósseis de sona ou fóssil zonal
que só ocorrem em um horizonte particular logo estão restritos a um específico período de
tempo.
Bibliografia:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/91147/Poster_28729.pdf?
sequence=2&isAllowed=y
https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/102498
https://www.researchgate.net/publication/252321704_Icnofosseis_Conceitos_Gerais
http://www.rc.unesp.br/museupaleonto/paleonto.htm#:~:text=Paleontologia%20%2F
%20Paleobiologia%20%C3%A9%20o%20estudo,com%20base%20nos%20registros%20f
%C3%B3sseis.&text=Bioestratigrafia%2C%20que%20trata%20da%20distribui
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https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv8304.pdf
http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v67n4/v67n4a11.pdf
https://core.ac.uk/download/pdf/303712326.pdf
Aula: Introdução à paleontologia, Professor :Juan Alfredo Ayala Espinoza

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