UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - CCB
DISCIPLIANA: PALEONTOLOGIA

SARA CRISTINE SOARES FERNANDES

ESTUDO DIRIGIDO VII – TAFONOMIA

FORTALEZA- CE
2023
 1. Conceitue Tafonomia;

É a ciência que estuda o processo de preservação dos fósseis (restos

orgânicos) no registro sedimentar e como esses processos afetam a
qualidade do registro fóssil.

2. Cite as fases envolvidas na preservação dos organismos, os respectivos

ramos da Tafonomia os quais as estudam e de que tratam estes estudos

As fases envolvidas na preservação são:

1. Morte: o primeiro estágio é a morte do organismo, que pode ser causada

por vários fatores, como doenças, predadores, falta de alimento ou
acidentes.
2. Sepultamento: após a morte, o organismo pode ser rapidamente enterrado
por sedimentos, como areia ou lama, que o protegem da colisão rápida e da
ação de predadores.
3. Decomposição: se o organismo não for enterrado rapidamente, animado a
se decompor, seja pela ação de micróbios, animais necrófagos ou pela
exposição ao ar.
4. Fossilização: se o organismo for enterrado em condições aceitas, como
em sedimentos com baixa taxa de oxigênio, pode ocorrer a fossilização.
Esse processo envolve a substituição dos tecidos orgânicos por minerais,
como sílica ou calcita.

Os ramos da tafonomia que estudam as diferentes fases da preservação dos

organismos são:

- Bioestratinomia: estuda os processos que ocorrem imediatamente após

a morte do organismo e antes de seu sepultamento, como ação de
predadores, transporte por correntes ou tempestades.

- Diagênese: estuda os processos que ocorrem durante o sepultamento

do organismo, incluindo a compactação dos sedimentos, a purificação e a
purificação de minerais e a circulação de fluidos.

- Bioalteração: estuda os processos que mataram o organismo após o

sepultamento, como a ação de micróbios, a degradação química e a
compactação dos sedimentos.

- Fossilização: estuda os processos que levam à formação de fósseis,

incluindo a preservação por mineralização, a formação de moldes e
contramoldes e a preservação de vestígios, como pegadas ou fezes.
3. Conceitue morte catastrófica e morte seletiva ou natural e explicite os
seus significados para a Paleontologia;
A morte catastrófica ocorre em eventos que envolvem perturbações
ambientais repentinas e intensas, como terremotos, erupções vulcânicas,
impactos de meteoritos e enchentes. Esses eventos podem causar a morte
instantânea de grandes grupos de organismos em uma determinada área
geográfica, resultando em uma preservação em massa de seus restos. A
morte catastrófica é frequentemente associada a eventos de extinção em
massa.
Já a morte seletiva ou natural ocorre de forma mais gradual, em função
de fatores como a competição por recursos, predação, doenças, variações
climáticas e outras ecológicas. Nesse caso, os organismos que são mais bem
adaptados ao ambiente em que vivem têm mais chances de sobreviver e
deixar descendentes, enquanto os menos adaptados têm menos chances. A
morte seletiva é um processo contínuo ao longo do tempo geológico e resulta
em uma preservação seletiva dos restos dos organismos que foram mais bem
sucedidos em sua adaptação.

4. Que partes dos organismos são mais susceptíveis à fossilizam?

Justifique sua resposta

Em geral, as partes duras dos organismos são aquelas que têm

maiores chances de preservação, uma vez que em sua composição existem
grandes quantidades de elementos inorgânicos, diferentemente das partes
moles.
5. Quais fatores favorecem a preservação dos organismos

Sepultamento rápido: quando um organismo morre, ele pode ser

rapidamente coberto por sedimentos que ajudam a protegê-lo da ação de
agentes erosivos, como a água e o vento. O sepultamento rápido também
pode evitar a ação de predadores e decompositores, o que pode contribuir
para a preservação de partes moles, como tecidos e órgãos internos.

Ambientes anóxicos: em ambientes com baixo teor de oxigênio, pois a falta

de oxigênio inibe a decomposição bacteriana. Isso pode resultar na
preservação de partes moles, como músculos, tecidos e órgãos internos.

Mineralização: a mineralização ocorre quando os restos orgânicos de um

organismo são substituídos por minerais ao longo do tempo. Esse processo
pode preservar a forma original do organismo, criando moldes e contramoldes
em rochas sedimentares.
 Congelamento: em ambientes frios, como geleiras e permafrost, os
organismos podem ser preservados por longos períodos de tempo, pois a
baixa temperatura inibe a decomposição bacteriana e química.

Mumificação: a mumificação ocorre quando os restos de um organismo são

desidratados e secos, preservando sua forma original. Isso pode ocorrer em
ambientes áridos, como desertos e regiões de sal.

Fósseis de rastros: os rastros deixados pelos organismos, como pegadas,

marcas de mordida e fezes, também podem ser preservados no registro
fóssil, fornecendo informações importantes sobre o comportamento e a
ecologia dos organismos do passado.

6. O que acontece quando um animal morre a céu aberto? Que ligação

pode-se fazer entre este assunto e o estudo dos fósseis?

Quando um animal morre a céu aberto, sem qualquer tipo de

sepultamento ou cobertura, a sua carcaça fica exposta à ação de vários
agentes erosivos, como a água, o vento, os predadores e os microrganismos
decompositores. Esses agentes podem desintegrar a carcaça rapidamente,
fazendo com que os tecidos moles se decomponham e desapareçam em
poucos dias ou semanas.
Animais que se preservam mesmo morrendo a céu aberto, é menos
incomum, mas pode ocorrer se as condições ambientais forem favoráveis. E
esses casos podem fornecer informações importantes sobre as condições
ambientais em que os animais viviam.
Sua relação com o estudo dos fósseis se dá pelo fato de a preservação
dos organismos no registro fóssil pode nos fornecer informações sobre a
morfologia, a fisiologia, o comportamento e a ecologia dos organismos que
viveram no passado.

7. Que condições de sepultamento favorecem a preservação de estruturas

orgânicas, ou seja, partes moles?

Em ambientes anóxicos, onde há ausência de organismos

decompositores, ambientes hipersalinos e o rápido soterramento da matéria
orgânica. Além disso, em determinados ambientes, como o marinho, a
presença de esteiras microbianas, junto ao fundo, e importante para a
preservação das partes moles, por promover a rápida mineralização dos
tecidos.
 Em situações de congelamento, partes moles também podem ser
preservadas por longos períodos de tempo, assim como o sepultamento em
âmbar pode aprisionar partes moles de organismos e preservá-las por
milhões de anos.

8. Caracterize a fossildiagênese quanto ao conceito, às alterações comuns

que ocorrem nos fósseis, aos tipos de estrutura dos organismos que se
preservam, ao ambiente próprio para a preservação.

Fossildiagênese é o conjunto de processos que ocorrem após a morte

de um organismo e que levam à formação de um fóssil
Durante esses processos, os fósseis podem sofrer várias alterações,
como a perda de parte ou toda a matéria orgânica original, a recristalização dos
minerais presentes no fóssil, a formação de microfraturas e a redução parcial
ou total do fóssil. Além disso, os fósseis também podem sofrer deformações,
como a compactação dos sedimentos ao seu redor.
Os tipos de estrutura dos organismos que se preservam como fósseis
variam de acordo com o ambiente próprio para a preservação. Em ambientes
de sedimentação rápida, como as margens de rios, lagos e mares, partes duras
dos organismos, como ossos, dentes e conchas, têm mais chances de serem
preservados. Em ambientes de sedimentação mais lenta, como os pântanos e
lagoas, partes moles dos organismos, como tecidos musculares e pele,
também podem ser preservados.

9. Conceitue diagênese. Quais as modificações que se processam nos

sedimentos? Explique como se processam essas modificações?

Diagênese é o conjunto de processos físicos, químicos e biológicos que operam

sobre os sedimentos após o seu reservatório, envolvendo-os em rochas
sedimentares
As modificações que ocorrem nos sedimentos durante a diagênese incluem:
 Compactação: os sedimentos são comprimidos pela pressão dos
sedimentos que se acumulam sobre eles, acolhendo o espaço entre as
partículas.
 Cimentação: o material presente nos poros dos sedimentos, como sais
minerais sólidos ou matéria orgânica, é precipitado, formando cimentos
que não são as partículas dos sedimentos.
  Recristalização: os minerais presentes nos sedimentos podem ser
preservados e posteriormente precipitados em novos cristais, aumentando
o tamanho dos grãos.
 Degradação da matéria orgânica: a representação da matéria orgânica
pode liberar gases como CO2, metano e sulfeto de hidrogênio, além de
deixar resíduos carbonáceos que podem se transformar em carvão.
 Dissolução: alguns minerais presentes nos sedimentos podem ser
processados em água e posteriormente transportados para outras áreas.
 Alteração química: os minerais presentes nos sedimentos podem sofrer
alterações químicas, como transmissão, hidratação ou desidratação.
 Biodegradação: microrganismos presentes nos sedimentos podem
degradar a matéria orgânica e liberar vitamina que promovem a vitamina
dos minerais presentes.
Essas modificações ocorrem devido a vários fatores, como a pressão e
temperatura que os sedimentos são manifestados, o tempo de deposição, a
composição química dos sedimentos e a presença de microrganismos e água.
Os processos de compactação e cimentação, por exemplo, ocorrem devido à
ação da pressão dos sedimentos e da água que preenche os espaços entre
as partículas, respectivamente.

10. Que tipos de substâncias minerais compõem os esqueletos?

Calcita, aragonita, hidroxiopatita, carbonato de cálcio, sílica (opala) e calcita
magnésia.

11. Enumere e descreva os 05 (cinco) principais tipos de preservação das

partes duras sem alteração da composição química.

1. Mumificação: ocorre quando um organismo é desidratado rapidamente,

evitando a morte. Esse processo pode ocorrer em ambientes
extremamente secos ou em situações em que o organismo é coberto por
uma substância que impede o contato com o ar, como em algumas
resinas de árvores.
2. Congelamento: ocorre quando um organismo é preservado em
temperaturas abaixo de zero grau Celsius. Isso impede a ação dos
microrganismos responsáveis pela decomposição.
3. Petrificação: a petrificação ocorre quando os tecidos orgânicos são
substituídos por minerais que se precipitam nos espaços deixados pelos
tecidos. Esse processo pode ocorrer em ambientes ricos em minerais,
como em águas termais ou vulcânicas.
4. Carbonificação: ocorre quando a matéria orgânica é mantida a altas
temperaturas e pressão, causada na remoção de elementos como
 oxigênio, hidrogênio e oxigênio. O resultado é uma camada fina de
carbono que preserva a estrutura original do organismo.
5. Impressão: ocorre quando a parte dura do organismo deixa uma marca
ou impressão em um substrato, como rochas sedimentares ou cinzas
vulcânicas. Essa impressão pode preservar detalhes da estrutura do
organismo, como sua forma, textura e padrão de ornamentação.

12. De que consiste, em geral, a alteração química?

A alteração química consiste em alterações químicas, nos minerais

presentes no sedimento. Isso pode acontecer ao longo do tempo geológico,
como resultado de processos naturais de diagênese, exposição a condições
ambientais extremas ou ações humanas. A alteração química pode afetar a
estrutura dos fósseis, resultando na perda de informações ou na preservação
de características diferentes dos originais.

13. Diferencie pseudomorfo de contramolde e de palimpsesto.

Pseudomorfo é um tipo de fóssil em que a forma original do organismo

foi substituída por um mineral diferente, mas a estrutura geral permanece a
mesma. Em outras palavras, um mineral preenche os espaços vazios do
organismo e toma sua forma, produzindo um fóssil que pode se assemelhar à
forma original do organismo
Contramolde é outro tipo de fóssil em que a forma original do
organismo não é preservada, mas é deixada uma impressão ou marca em um
sedimento que se torna um molde. À medida que o sedimento se solidifica,
pode formar um contramolde - uma cópia em relevo da marca ou impressão
deixada pelo organismo original.
Palimpsesto é um termo usado para descrever uma situação em que
uma rocha é reutilizada várias vezes como um substrato para a preservação
de fósseis. Nesse caso, um novo fóssil é depositado em uma rocha existente
que já contém outros fósseis.

14. O que são concreções fossilíferas?

Concreções fossilíferas são estruturas geológicas que se formam pela

concentração de minerais ao redor de um fóssil, criando uma massa sólida e
compacta. Essa concentração mineral pode ocorrer por processos de
precipitação, deposição química de minerais transportados pela água ou por
outros mecanismos geológicos. Elas são importantes pois podem preservar
fósseis em três dimensões e em detalhes que não são encontrados em outros
tipos de fósseis.

15. Cite exemplos de organismos com as partes moles preservadas sem

alterações? O que se entende por criopreservação? E mumificação?

Peixes de Solnhofen - Fósseis de peixes encontrados na região de

Solnhofen, na Alemanha, apresentam detalhes de suas escamas, nadadeiras
e até mesmo das brânquias.
Insetos de ámbar - Insetos foram preservados em ámbar por milhões
de anos, permitindo o estudo de suas asas, olhos, antenas, pernas e até
mesmo de sua anatomia interna.
A criopreservação é um processo de preservação de organismos por
meio do congelamento em temperaturas muito baixas, geralmente abaixo de -
130°C. O objetivo é manter o organismo em estado de vida suspenso, para
que ele possa ser revivido no futuro.
A mumificação é um processo de preservação de organismos que
ocorre naturalmente ou de forma intencional, através da desidratação dos
tecidos. Isso pode ocorrer em ambientes secos ou em condições de
temperatura e umidade controladas. A mumificação pode preservar as partes
moles do organismo, mas geralmente não permite a preservação de
estruturas internas como órgãos e músculos.

16. O que se entende por permineralização celular?

A permineralização celular é um tipo de fossilização que ocorre quando

os espaços vazios dentro de uma célula são preenchidos por minerais
durante o processo de fossilização.
Durante esse processo, os minerais, geralmente silicatos ou
carbonatos, se infiltram nos espaços vazios da célula, substituindo a matéria
orgânica original. À medida que os minerais se acumulam, eles cristalizam e
resistem a estrutura celular, criando um fóssil.

17. Como se preservam fósseis em lavas vulcânicas?

Os fósseis podem ser preservados em lavas vulcânicas de várias

maneiras. A lava quente pode queimar e destruir rapidamente qualquer resto
orgânico presente. No entanto, quando a lava esfria rapidamente, pode
 preservar as impressões ou moldes dos organismos que estavam presentes
antes da erupção vulcânica. Esse processo é chamado de fossilização por
impressão ou moldagem.
Além disso, a lava pode soterrar rapidamente os organismos e criar um
ambiente anaeróbico, impedindo a decomposição bacteriana. Nesse caso, os
restos orgânicos podem ser preservados por petrificação ou mineralização
Outra maneira pela qual os fósseis podem ser preservados em lavas
vulcânicas é por criptotafonomia, um processo que envolve a captura de
organismos inteiros ou partes de organismos em uma corrente de lama
vulcânica.

18. O que se entende por exumação, retrabalhamento e refossilização?

Exumação é o processo geológico em que as camadas rochosas

profundas são expostas à superfície da Terra. Isso pode expor fósseis que
estavam originalmente enterrados em etapas mais profundas e que agora
estão visíveis em novas etapas.
Retrabalhamento é o processo em que fósseis que foram depositados
em um local original são removidos por fluxograma e transportados para outro
local, onde são depositados novamente.
A refossilização é um processo em que os fósseis são formados
novamente a partir de ossos ou tecidos fósseis que foram enterrados
anteriormente