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Aula

Nesta aula você aprenderá:

o Geologia histórica

o A paleontologia

o Os fósseis

o A arqueologia

Prof. Benedicto Humberto


R. Francisco
Apoio: Viviane Rodrigues &
Vanessa Rodrigues
Aula
Geologia Histórica
Nesta aula vamos conhecer um pouco da História
da Terra.
A parte da Geologia que se dedica a esse tema e
denominada Geologia Histórica que
depende sobretudo dos conhecimentos
geológicos, estratigráficos, paleontológicos e
arqueológicos.
Contar a história geológica de uma região
somente é possível apos sólidos conhecimentos da
sua geologia.
Fósseis
Fósseis (termo latino que significa "ser
desenterrado" ou "extraído da Terra") são
restos ou vestígios (traços) de animais,
vegetais e de outros microorganismos (algas,
fungos e bactérias) que viveram em tempos
pré-históricos e estão naturalmente
preservados nas rochas sedimentares. Embora
exista uma tendência para considerarmos
fósseis apenas as ossadas de dinossauros e
de outros grandes vertebrados pré-históricos
extintos, na realidade, o registro fóssil contém
representantes da maioria dos grupos
biológicos, incluindo desde o Homem fóssil até
aqueles grupos representados por formas de
vida microscópica, que só podem ser vistos
através do auxílio de instrumentos ópticos.
O termo "fóssil" vem do latim "fossilis", que significa "extraído da Terra". Sendo assim,
podemos definir um fóssil como Fósseis Corpóreos, ou restos (ossos, conchas) e Fósseis-
traço ou vestígios (pegadas, ovos, tubos, moldes de conchas) de organismos que viveram no
passado, dentre outras definições.
O Que é Paleontologia?

A Paleontologia é a ciência que estuda os fósseis, A Paleontologia Moderna é uma ciência


ou seja, o vasto documentário de vida pré- dinâmica, com relações com outras áreas
histórica. Paleontologia quer dizer "o estudo da do conhecimento, estando preocupada em
vida antiga", do grego "Palaios= antigo; ontos= entender como a evolução física da Terra,
coisas existentes; logos= estudo", mas essa é em termos das mudanças na sua geografia
uma definição muito vaga. (paleogeografia), no clima (paleoclima) e
A Paleontologia ocupa-se da descrição e da nos ecossistemas (paleoecologia),
classificação dos fósseis, da evolução e da influenciou a evolução das formas de vida
interação dos seres pré-históricos com seus pré-históricas. Portanto, a Paleontologia é
antigos ambientes, da distribuição e da datação uma ciência multidisciplinar, relacionada à
das rochas portadoras Geologia, à Biologia (principalmente
de fósseis, etc. Zoologia e Botânica), à Ecologia e à
Oceanografia, dentre outros campos do
conhecimento preocupados em estudar as
interações entre os organismos e o meio
ambiente. Atualmente, a Paleontologia
preocupa-se também com a conservação
do patrimônio fossilífero.
As grandes subdivisões da Paleontologia são a Paleozoologia (estudo dos animais
fósseis), a Paleobotânica (estudo das plantas fósseis) e a Micropaleontologia (estudo
dos microfósseis).

O Paleontólogo é o cientista que estuda a vida


pré-histórica, a partir das evidências fornecidas
pelos fósseis e pelas rochas. Os Paleozoólogos são
os cientistas especializados em Paleontologia de
Invertebrados, ramo da Paleozoologia que estuda
os animais sem ossos, ou em Paleontologia de
Vertebrados, estudando os fósseis de animais com
ossos, incluindo o homem fóssil
(Paleoantropologia).
Os Micropaleontólogos estudam fósseis
microscópicos, ou seja, microrganismos fósseis de
parede orgânica (polens) ou mineralizada
(foraminíferos).
Registro Durante esse vasto período de tempo,
Fóssil novas formas de vida surgiram devido
à evolução, inicialmente nos oceanos,
a partir de organismos simples,
unicelulares, tais como as bactérias,
O chamado Registro Fóssil inclui a totalidade dos algas e protozoários. Posteriormente,
fósseis já descobertos e descritos, bem como surgiram os organismos mais
aqueles ainda a serem descobertos pelos complexos, multicelulares, tais como
paleontológos, ou seja, que ainda não foram os fungos, as plantas e os animais
escavados ou extraídos das rochas. As descobertas invertebrados e vertebrados. Ao longo
paleontológicas indicam que as evidências mais do curso da evolução, algumas
antigas de vida na Terra têm aproximadamente espécies desapareceram, tal como
ocorreu com os dinossauros, há cerca
3.5 bilhões de anos. Portanto, o registro fóssil
de 65 milhões de anos atrás.
engloba um vasto período de tempo, desde 3.5
Notavelmente, algumas espécies
bilhões de anos atrás, até aproximadamente, os
raras, que surgiram em tempos pré-
vestígios de vida do chamado período histórico, históricos, possuem representantes
quando os humanos desenvolveram a escrita, há viventes nos ecossistemas atuais e são
cerca de 5.500 anos atrás. chamadas de fósseis-vivos.
A importância dos fósseis
O que torna a Paleontologia tão interessante é o fato de permitir investigar e, de certa forma,
especular, sobre os seres que viveram há muito tempo atrás. Os fósseis constituem
importante evidência do processo evolutivo.

Além disso, os fósseis são úteis para


o reconhecimento de pacotes de
rochas contemporâneos e sua
sucessão temporal. Os fósseis
permitem também o reconhecimento
da distribuição dos antigos mares e
continentes (paleogeografia).
Fósseis são ferramentas essenciais
para a Paleoecologia e reconstrução
dos ambientes antigos de
sedimentação. Do ponto de vista
prático, fósseis são importantes na
indústria do petróleo e do carvão etc.
Tornando-se um fóssil
Para que um resto orgânico torne-se fóssil, diversos eventos e processos deverão
ocorrer, constituindo as etapas de fossilização. No exemplo aqui apresentado, será
utilizado um organismo (o mexilhão) que é familiar à maioria das pessoas, porém, as
etapas são comuns à grande parte dos restos e vestígios dos seres vivos, desde micro-
organismos aos grandes vertebrados e as plantas.

Colônia de mexilhões vivos, fixos em superfícies duras.


O mexilhão, nome popular dado às
conchas de animais invertebrados
(moluscos) formados por duas valvas ou
carapaças calcárias, vive em ambientes
aquáticos (preferencialmente marinhos)
onde ficam presos às rochas e às
superfícies duras, através de pequenos
filamentos, conhecidos como bissos.

Mexilhão morto

Suas partes moles, ou tecidos (manto,


órgãos reprodutores, brânquias, sifões),
são envoltas pelas conchas calcárias,
protegendo-as contra o ressecamento, a
ação de predadores e servindo como
estrutura de suporte para o corpo do
animal. A preservação do mexilhão como
fóssil envolverá diversas fases, conhecidas
como fases ou etapas da fossilização
Conchas fósseis de mexilhão
Noções básicas de arqueologia
Arqueologia é a disciplina que
estuda a cultura material de
sociedades que têm escrita ou
não. É um ramo da ciência que
possibilita ao pesquisador
estudar, conhecer e reconstituir
o modo de vida das sociedades
coloniais e pré-coloniais.
A palavra ARQUEOLOGIA
tem origem grega, em que
Archaios significa passado /
antigo e Logos significa ciência /
estudo. Somando-se essas duas
palavras, podemos definir a
Arqueologia como a ciência que
estuda o passado.
A partir dessa ciência, o arqueólogo
(pesquisador que estuda a arqueologia)
identifica objetos que pertenceram aos povos
do passado, como: fragmentos de cerâmica,
ferramentas em pedra, instrumentos de caça
e pesca, restos de alimentos, ossos, restos de
habitações, dentre outros achados.

Com base na análise minuciosa desses


vestígios materiais é possível obter
informações sobre as culturas antigas,
reconstituindo aspectos socioculturais e
ambientais da vida dessas populações.
Essas informações permitirão ao
arqueólogo resgatar dados referentes às
primeiras formas de organização social e do
espaço, da economia, das manifestações
culturais e dos aspectos políticos de grupos
que ocuparam uma determinada área no
passado longínquo (pré-colonial) ou não
muito distante (colonial).
Diante das definições acima, pode-se diferenciar duas
ciências que estão ligadas, mas que são completamente
distintas: são elas a Arqueologia e a Paleontologia.
Durante muito tempo a imagem do arqueólogo ficou
associada ao pesquisador que estuda os dinossauros.
Mas essa função não diz respeito ao arqueólogo, e sim
ao paleontólogo (profissional que se dedica ao estudo
dos animais e vegetais fósseis).

Enquanto o arqueólogo busca entender como viveram as


sociedades em períodos passados, o paleontólogo se
preocupa em reconstituir a vida dos animais extintos há
milhares de anos.

O registro arqueológico é formado pelo resultado da


ação do homem em criar ou destruir materiais que
chamamos de artefatos.

Esses restos de objetos deixados no solo pelo homem


permitirão contar a história destes povos que tinham, ou
não, o domínio da escrita.
Por este motivo, separamos a Pré-história da História (ou período pré-colonial do colonial, conforme a nova
terminologia utilizada por alguns arqueólogos para definir, respectivamente, o período anterior e posterior
ao contato com o europeu). A pré-história seria o período anterior a escrita. Mas, levando em consideração
que a escrita obteve desenvolvimento diferenciado entre as diversas partes do mundo, o limite entre a Pré-
história e a História é variado.

No Egito e na Mesopotâmia, tem-se registro de que a escrita surgiu por volta de 4.000 a.C., limitando-
se neste período a pré-história e a história com o advento da civilização. No entanto, só a partir do século
XV, com a colonização europeia, marca-se a transição desse período na África Central, na Austrália e na
América. Aqui no Brasil, por exemplo, chamamos de pré-história o período anterior ao descobrimento do
Brasil pelos portugueses, ou seja, antes do ano 1500. Durante a pré-história, o Brasil foi ocupado apenas por
grupos que não tinham o domínio da escrita, mas que tinham o hábito de caçar, pescar e coletar alimentos,
produzir cerâmicas e desenvolver a prática da agricultura.
No litoral, antes do descobrimento oficial do Brasil, o país foi habitado
por um povo ainda mais antigo do que os índios, denominados
sambaquieiros.
Chamamos de sambaquieiros, grupos de pescadores-caçadores-
coletores que ocuparam a costa brasileira por volta dos 6000 anos AP (antes
do presente), que tinham o hábito de amontoar conchas nos locais de sua
moradia que denominamos de sambaqui (palavra de origem Tupi).
Essa atividade repetitiva, durante muito tempo, resultou em grandes
montes de conchas com dimensões que variam entre 2,0m e 30m de altura.
Nestes montes artificiais de conchas, encontram-se presentes:
sepultamentos, restos faunísticos, artefatos líticos, ossos, material
malacológico (moluscos), zoolitos (esculturas animais em pedra) dentre
outros elementos.
Já o período histórico (em que havia a presença do homem
Os elementos deixados no
branco a partir da colonização), é caracterizado pela existência de
solo (cerâmicas, artefatos
documentos que auxiliam o seu estudo.
líticos, adornos ou qualquer
Neste período, elementos como mapas, textos, fotografia,
outro objeto), tanto por
monumentos e construções ajudam a entender a vida das
grupos indígenas que
sociedades históricas mais antigas, enquanto o período pré-
ocuparam o interior do Brasil
histórico é estudado apenas por vestígios registrados no solo e
quanto pelos grupos
que foram utilizados pelos homens pré-históricos para as suas
sambaquieiros, foram-se
atividades.
acumulando com o passar do
tempo, formando pistas
(como um quebra-cabeça)
que permitem ao arqueólogo
remontar a vida desses povos
pré-históricos.

O arqueólogo que estuda a pré-história terá que se dedicar à


procura de todos os elementos que lhe permitam entender a vida
social dos homens, ainda que se levando em consideração que as
atividades dos homens não se fazem necessariamente à
superfície do solo e à arte rupestre (pinturas e gravuras realizadas
nas pedras) marcadas em grandes paredões de rocha.
A história do planeta Terra
Nosso planeta tem 4,54 bilhões de anos. Esse longo intervalo de tempo, chamado de tempo geológico, foi
dividido pelos cientistas, para fins de estudo e de entendimento da evolução da
Terra, em intervalos menores, chamados unidades cronogeológicas: éons,
eras, períodos, épocas e idades.
A palavra éon significa um intervalo de tempo muito grande,
indeterminado.
A história da terra está dividida em quatro éons: o,
Proterozóico e Fanerozóico.
Com exceção do Hadeano, todos os éons são divididos em eras.
Uma era geológica é caracterizada pelo modo como os
continentes e os oceanos se distribuíam e como os seres vivos
nela se encontravam.
O período, uma divisão da era, é a unidade fundamental na
escala do tempo geológico. Somente as eras do éon Arqueano
não são divididas em períodos.
A época é um intervalo menor dentro de um período. Somente os
períodos das eras antes do éon Fanerozóico não são divididos em épocas.
A idade, por fim, é a menor divisão do tempo geológico. Ela tem duração máxima de seis milhões de anos,
podendo ter menos de um milhão. A essas unidades cronogeológicas correspondem unidades
cronoestratigráficas, chamadas, respectivamente, eonotema, eratema, sistema, série e andar.
É importante lembrar que os limites que marcam início e fim de períodos geológicos são aproximados e há
algumas divergências entre os autores sobre essas cifras.

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