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Programa de Educação

Continuada a Distância

Curso de Tricologia
O Estudo dos Cabelos

Aluno:

EAD - Educação a Distância


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Curso de Tricologia
O Estudo dos Cabelos

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.

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SUMÁRIO

MÓDULO I
1- INTRODUÇÃO
2- Aprendendo um pouco sobre a pele
3 - Localizando as estruturas dos pelos dentro da pele
4 - Função dos cabelos
5- Denominações dos pelos por região
6- Tipos de pelos
6.1 – Lanugem
6.2 - Velus
6.3 - Pelo terminal
7- As diferenças entre os pelos do corpo
8 - Principais características dos cabelos
9 – Estrutura dos pelos
9.1 - O folículo piloso
9.1.1 - O bulbo piloso
9.1.2 - Papila dérmica
9.1.3 - Matriz germinativa
9.1.4 - Bainha externa
9.1.5 - Bainha interna
9.1.6 - Haste capilar
9.1.6.1 - Estrutura da haste capilar
9.1.7 – Raiz do pelo
9.1.7 - Glândula sebácea
9.1.8 - Músculo eretor
10 - Outras estruturas importantes
10.1 - Os queratinócitos
10.1 - Capilares sanguíneos
10.2 – Nervos

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10.3 - Glândula sudorípara
10.4 – Membrana vítrea
11 - A fantástica formação dos pelos e dos cabelos
12 - A composição química dos cabelos

MÓDULO II
13 - Ciclo de vida dos cabelos
13.1- Fase anagenética
13.2- Fase catagenética
13.3- Fase telegenética
14 - Formação da cor do cabelo
14.1 - Os melanócitos
14.2 - Os pigmentos de melanina podem ser classificados em dois grupos
14.2.1 – Eumelanina
14.2.2 – Feomelanina
14.3 - Cabelo grisalho
15 - As características estruturais da haste capilar
15.1 – Étnica
15.2 – Curvatura
15.2.1 - Cabelos lisos ou lisótricos
15.2.2 – Cabelos ondulados e sinótricos
15.2.3 - Cabelos crespos ou ulótricos
15.3 - Diâmetro do cabelo
15.4 – Elasticidade
15.5 - Resistência mecânica
15.6 - Resistência química
15.7 – Densidade
15.8 – Grau de oleosidade
15.8.1 - Cabelo seco
15.8.2 – Oleosos

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15.8.3 – Normal
15.8.4 – Misto
15.9 – Propriedades estruturais
16 – O ph do cabelo
16.1 – Escala de ph

MÓDULO III
17 – Alterações da haste capilar e do couro cabeludo
17.1 – Alterações estruturais
17.1.1 - Tricorexis nodosa: formação de nódulos
17.1.2 - Tricorrexe invaginata - cabelos em bambu
17.1.3 - Triconodose
17.1.4 - Tricoptilose: pontas partidas
17.1.5 – Pili triangulati et caniculi - síndrome dos cabelos impenteáveis
17.1.6 - Pili torti – pelos torcidos
17.1.7 - Pili multigemini
17.1.8 – Tricoclasia: pontas desfiadas
17.1.9 – Moniletrix: cabelos em contas
17.1.10 - Pili pseudo annulati
17.1.11 – Pili recurvati – pelos encravados
17.1.12 – Pediculose
17.2 - Alterações quantitativas
17.2.1 – Hipertricose
17.2.1.1 - Hipertricose congênita generalizada
17.2.1.2 - Hipertricose congênita localizada
17.2.1.3 - Hipertricose adquirida
17.2.1.3.1 - Hipertricose lanuginosa
17.2.1.3.2 – Paraneoplásica
17.2.1.3.3 - Hipertricose em doenças sistêmicas e dermatoses
17.2.1.3.4 - Hipertricose adquirida localizada

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17.2.2 – Alopecias
17.2.2.1 – Alopecias cicatriciais
17.2.2.1.1 – Tipos de alopecias cicatriciais
17.2.2.2 – Alopecias não cicatriciais
• alopecia areata
17.2.2.2.4- Alopecia androgenética - AAG
17.3 – Alterações cromáticas dos pelos
17.3.1 – Flavismo
17.3.2 – Pili annulati
18 – Doenças do couro cabeludo
18.1 – Pitiríase – caspa
18.1.2 - Pitiríase simplex ou “caspa seca”
18.1.3 - Pitiríase esteatoide ou “caspa oleosa”
18.2 - Dermatite seborreica
18.3 – Psoríase
18.4 - Tinha do couro cabeludo
18.5 - Líquen plano
18.6 – Tinea capitis
18.7 - Demodex folliculorum

MÓDULO IV
19 – Agentes externos agressores da haste capilar
19.1 - Desgaste por sucessivas lavagens
19.2 - Pela ação de redutores e agentes alcalinos
9.3 - Por clareamento e tinturas
19.4 - Pela atuação de agentes ambientais
20 - Testes para avaliação dos danos na haste
20.1 - Ensaio de cor
20.2 - Calorimetria exploratória diferencial (DSC)
20.3 - Microscopia de força atômica (MFA) e microscopia de força elétrica (MFE)

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20.4 - Teste da tração suave
20.5 - Teste do deslize
20.6 - Teste da torção
20.7 – Dermatoscopia
20.8 - Microscopia óptica comum (MOC)
20.9 - Microscopia eletrônica de varredura
21 – O resultado das agressões sofridas pela haste capilar
22 – Tratamentos disponíveis para restauração da haste capilar
22.1 – Ativos disponíveis com ação comprovada
22.1.1 Ceramidas
22.6.1 - Minerais
22.6.2 – As vitaminas
22.7 – Tratamentos
22.7.1 - A importância do ph no tratamento capilar
22.7.2 – Os recursos utilizados nos tratamentos capilares
22.7.2.1 – Eletroterápicos
22.7.2.2 - Físicos
22.7.2.3 – Cosmecêuticos
23 - Observações finais
24 - Dicionário de dificuldades do texto
25 – BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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MÓDULO I

1- INTRODUÇÃO

Os cabelos, que desde os mais remotos tempos exercem grande importância


para a humanidade, como símbolo de status, poder e atração, ligados fortemente à
autoimagem e à autoestima, ocupam hoje um lugar de destaque na corrida comercial; as
indústrias de cosméticos têm investido muito nas inovações, a tecnologia cresce em ritmo
acelerado; novos ativos surgem no mercado na busca do combate ao desgaste e
agressões aos cabelos; agressões estas ocasionadas por vários agentes, inclusive
substâncias criadas a título de embelezamento.
Na tentativa de seguir os ditames da moda e da própria exigência do mercado de
trabalho, que coloca a aparência como um item importante a ser considerado, a mulher e
até mesmo os homens buscam, cada vez mais, os centros de estética e clínicas de
terapia capilar, numa tentativa de melhorar e mudar a aparência ou a forma original de
seus cabelos, acreditando assim estarem ganhando pontos na disputa profissional ou até
mesmo amorosa.
No entanto, embalado na importância que a aparência do cabelo tem para a
sociedade como um todo, o novo profissional de estética capilar deve ser o diferencial do
mercado, conhecendo a fundo aquele que é seu instrumento de trabalho, as patologias a
que são acometidos e suas consequências na fibra; o conhecimento desenvolve o senso
crítico e analítico para inclusive estabelecer método seletivo de aquisição de produtos
cosméticos para a reestruturação da haste capilar.
Esperamos ser este curso um convite aos profissionais da área de estética a
continuarem a busca por informações de caráter científico, buscas que direcionem melhor
seu trabalho e que, embasados por este conhecimento, norteiem seu trabalho a um rumo
mais concreto e voltado para o cumprimento da nossa verdadeira missão: a contribuição

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para a satisfação das necessidades de saúde, de higiene e do embelezamento do ser
humano.

2- Aprendendo um pouco sobre a pele

Para compreendermos perfeitamente a formação do folículo piloso é necessário


primeiro entender a pele, pois afinal o pelo se origina de uma invaginação de uma das
camadas da pele. Nossa pele é dividida em três camadas: epiderme, derme e hipoderme
ou tecido celular subcutâneo. É constituída por duas camadas germinativas diferentes: a
ectoderme e a mesoderme. A ectoderme é a camada exterior de um embrião em
desenvolvimento; as outras duas camadas do embrião são a mesoderme e a endoderme.
A epiderme tem origem na ectoderme, enquanto a derme e o tecido adiposo
subcutâneo (hipoderme) têm origem mesodérmica. A epiderme inicialmente é um epitélio
simples, depois graças à proliferação e diferenciação da camada mais profunda, ele se
torna estratificado pavimentoso córneo, com suas camadas características: basal,
espinhosa, granulosa e córnea.
Os pelos formam-se pela proliferação da epiderme, desenvolvendo brotos
epiteliais que se afundam no mesoderme. A extremidade de cada broto dilata-se e
engloba uma porção do mesoderma, formando a papila do pelo. As células epidérmicas
que envolvem a papila proliferam intensamente e se queratinizam, migrando para a
superfície da pele, formando o pelo.

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1 – Esquema das camadas da pele. Fonte: www.afh.bio.br.

3 - Localizando as estruturas dos pelos dentro da pele

Na Epiderme: podemos encontrar as aberturas dos folículos, poros das glândulas


sudoríparas, camadas córneas, granulosas, espinhosas e basais, melanócitos e rede de
cristas epidérmicas.
Na Derme: encontramos a papila dérmica, as terminações nervosas livres
(receptor da dor), o corpúsculo de Meissner (receptor tátil), glândula sebácea (regulada
hormonalmente), músculo eretor do pelo, fibra de colágeno, corpúsculo de Ruffini
(receptor mecânico), corpúsculo de Pacini (receptor de pressão), bulbo piloso, glândula
sudorípara écrina.
No Subcutâneo: parte mais profunda do folículo, bainha radicular externa e
interna, células da matriz, papila pilosa, artéria, veia, vasos capilares, fibras nervosas
sensitivas (mielinizadas), fibras nervosas autônomas (não mielinizadas), melanócitos,
membrana hialino (vítrea), tecido celular subcutâneo.

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4 - Função dos Cabelos

É um órgão cujas funções de proteger e regular tem uma importância vital para o
bom funcionamento de nosso ser. É exclusivo dos mamíferos e sua forma tem
características hereditárias e étnicas. Também dependendo da raça o cabelo pode
predominar e ser mais evidente nos sítios andrógeno dependente em ambos os sexos. O
cabelo possui cerca de 20 tipos de células com as mais variadas funções. Além de
formarem os fios, essas células estão ligadas a diversos sistemas do corpo humano –
principalmente o nervoso, o circulatório e o imunológico. Funcionam também como um
isolante térmico, protegendo a cabeça das radiações solares. São tidos como indicativo
de diversas doenças que se manifestam no corpo humano.
Os pelos têm uma grande quantidade de terminações nervosas, que provêm da
sensibilidade à pressão e tato. Em alguns animais o cabelo tem duas mil terminações
nervosas, o que o converte em fundamentais para a sobrevivência de outras espécies de
mamíferos através das funções de camuflagem, isolamento para termorregulação, defesa
e desempenho sexual. Na espécie humana, apesar da unidade pilossebácea não
representa valor vital, exerce papel importante na regeneração epidérmica: a
reepitelização é mais rápida em áreas com maior densidade de folículos pilossebáceos.
O cabelo é condutor da secreção das glândulas sebáceas e apócrinas, estas
últimas se distribuem especialmente em axilas e virilha. Outras funções incluem: proteção
contra a radiação solar (cabelos e sobrancelhas), barreira mecânica (sobrancelhas, cílios
e pelos nasais), aumento da superfície de evaporação de suor (principalmente axilas),
auxílio na função sensorial cutânea e contribuição com os caracteres sexuais
secundários, além de ser um meio de reconhecimento individual e atração sexual.
Distribuem-se por todo o corpo, exceto nas regiões palmares e plantares, faces
laterais dos dedos, lábios, glande, prepúcio, clitóris, pequenos lábios e superfície interna
dos grandes lábios. O fio de cabelo é, em sua essência, um pelo. Possui a mesma
estrutura dos outros pelos do corpo humano, tendo, porém, suas particularidades.

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5 - Denominações dos pelos por região

• No couro cabeludo são chamados de: Cabelos


• Nas órbitas são conhecidos por: Supercílios
• Nas pálpebras recebem a denominação de: Cílios

• No vestíbulo nasal: Vibrissas


• No meato acústico externo: Tragos
• No lábio superior: Bigode
• Na face: Barba
• Nas axilas: Hircos
• Na região pubiana, monte púbico: Pubes

2 - Microfotografia dos pelos pubianos: medula e raiz.


Fonte: Forensic Science Communications

3 - Micrografia do cabelo da barba.


Fonte: Departamento do Instituto de Bioquímica

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6- Tipos de pelos

6.1 – Lanugem

É o pelo que cobre o feto e desaparece após o nascimento; é delgado, macio, não
pigmentado e não contém medula. É produzido pelos folículos fetais e desprende
normalmente no útero no sétimo ou oitavo mês de gestação ou então logo após o
nascimento.

6.2 – Velus

É o pelo que substitui a lanugem após o nascimento; é macio, não medulado, fino,
cerca de 0,1 cm, curto, cerca de 2 cm, e raramente pigmentado. Pode ser encontrado
normalmente nas faces das mulheres ou na área de calvície dos homens.

6.3 - Pelo terminal

É o pelo que substitui o velus em determinadas áreas do corpo e em certa idade


da vida. É um pelo mais comprido, cerca de 2 cm, mais grosso, até 0,6 mm, pigmentado,
visível e com medula. É encontrado nas axilas, regiões pubianas, sobrancelhas, cílios,
barba, bigode e cabelos do couro cabeludo.

7- As diferenças entre os pelos do corpo

Os pelos e os cabelos em geral são bem parecidos, são praticamente idênticos,


algumas das diferenças são:

• O pelo geneticamente se desenvolve até certo comprimento e pára, fica


velho e é substituído por outro novo. O cabelo já cresce por um período
maior.

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• A diferença biológica: os pelos crescem principalmente na puberdade,
enquanto que os cabelos crescem desde o nascimento. Mais tarde, os
cabelos (sobretudo nos homens) terão queda acelerada, mas não os pelos.
• A função dos pelos do nariz é evitar que partículas estranhas aderidas ao
muco alcancem os alvéolos (componentes dos pulmões). Eles também
mantêm desobstruídas as vias respiratórias e são capazes de movimentar
partículas na velocidade de 16 mm por minuto.
• As sobrancelhas e os cílios protegem o globo ocular da luz ultravioleta,
corpos estranhos, suor e água.

Os pelos do corpo e bigode crescem em menor velocidade, seguido da


sobrancelha e dos cílios, que demoram três anos para crescerem.

8 - Principais características dos cabelos

O corpo humano possui cerca de 5 milhões de pelos, 150.000 deles na forma de


cabelos. São renovados em média de quatro a sete anos. O cabelo do couro cabeludo
cresce 0.4 mm por dia, o número de folículos é o mesmo em ambos os sexos; no entanto,
os cabelos de fios finos crescem cerca de 2,5 centímetros a cada dois ou três meses. Os
grossos podem levar o dobro do tempo.
Estudos revelam que o cabelo cresce mais rápido nas mulheres, como também
no vértice que na região parietal. Estudos por biópsias sugerem que ao nascer temos
700-750 folículos por cm² no couro cabeludo e esta quantidade decresce com o tempo a
200-400 cabelos por cm². Os cabelos estão presos fortemente à cabeça, acredita-se que
suportariam um peso de oitenta quilos. Uma trança aguentaria entre duzentos e trezentos
quilos.
As diferenças em suas características de comprimento, espessura e cor são
determinadas geneticamente. Esta diferença de comprimentos entre as regiões ocorre
porque a taxa de crescimento é variável em cada uma delas. Os pelos podem ser
divididos em 3 categorias, conforme a resposta a hormônios masculinos:

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- Dependentes de hormônios: axilares, púbicos e torácicos.
- Parcialmente dependente: corpo e extremidades;
- Independentes: escalpo, sobrancelhas e cílios.

9 – Estrutura dos Pelos

O pelo que vemos é apenas uma parte de toda a estrutura capilar, internamente
dentro da pele encontram-se estruturas complexas com uma taxa de multiplicação celular
que ocorre a cada período de 39 horas. É uma das mais elevadas que se conhece. Os
pelos são estruturas mortas de substâncias queratinizadas (córnea), com forma cilíndrica,
derivada de uma invaginação da epiderme, o folículo piloso. Seu desenvolvimento é
iniciado em torno do terceiro mês da vida fetal, quando a epiderme se invagina e invade a
derme.

4 - Raiz de um fio, detalhes dos principais componentes.


Fonte: www.caidadelcabello.net/ciclo_y_estructura.html

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A unidade pilossebácea compreende: o folículo piloso, glândula sebácea, músculo
eretor, um a quatro fios de pelos ou cabelos.

9.1 - O folículo piloso

O folículo piloso é a estrutura que dará origem ao pelo. Podemos dividir o folículo
piloso em duas partes: segmento superior e segmento inferior.

Segmento superior: localizado à altura da inserção do músculo eretor até a


superfície da pele, é composto por:

• O istmo, que vai desde a desembocadura do músculo eretor até a


desembocadura da glândula sebácea;
• O infundíbulo que se estende da abertura da glândula sebácea até a
superfície da pele; a saída do infundíbulo na superfície da pele é chamada
de óstio folicular;
• Acrotríquio: é a porção intraepidérmica do folículo;
• A glândula sebácea.

Segmento inferior: que compreende a região que vai do músculo eretor até a base
do bulbo, é composto por:
• Bulbo piloso, que é a porção mais espessa e profunda do folículo e contém a
matriz germinativa do pelo;
• O folículo piloso possui componente epitelial (matriz, bainha externa, bainha
interna e haste) e componentes dérmicos (papila dérmica e bainha dérmica).

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5-Estruturas do folículo piloso. Fonte: Tutoria

Separando o folículo piloso do tecido conjuntivo, que o envolve, está uma


membrana que deve ser a lâmina basal muito desenvolvida e é chamada de membrana
vítrea.

9.1.1 - O bulbo piloso

Na base do folículo encontra-se uma dilatação denominada bulbo piloso, região


onde as células dos pelos são produzidas. Estruturas importantes estão alojadas nesta
bolsa, que muito se assemelha com um ventre materno. No pelo em formação o bulbo
piloso possui cinco porções: papila dérmica, matriz, bainha interna do folículo, bainha
externa do folículo e o pelo. O bulbo piloso atinge sua largura máxima a meia altura da
papila. Uma linha transversal nesse nível, linha de Auber, constitui o limite superior do
território onde se expandem e se multiplicam os queratinócitos e os melanócitos. Na zona
queratógena, que se localiza na parte superior do bulbo, as células vão sofrer mutações:
degenerar-se, alongar-se, morrer pela perda do núcleo e endurecer, produzindo uma
proteína rica em enxofre – a queratina.

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Fig. 6 - Bulbo piloso. Fonte: Tutoria e Interação.

9.1.2 - Papila dérmica

A papila dérmica é composta de fibroblastos especializados localizados na base


do folículo. As células que recobrem a papila formam a raiz do pelo. Supõe-se que
controla o número de células da matriz. A papila dérmica é composta de fibroblastos
especializados localizados na base do folículo. As células que recobrem a papila formam
a raiz do pelo. Acredita-se que controla o número de células da matriz. São entrelaçadas
por vasos capilares que provêm nutrição para as células que estão se dividindo por
mitose, e as células especializadas enviam sinais que ajudam a determinar o diâmetro do
fio do cabelo. Estas células migram até a matriz do pelo e começam a se dividir e se
diferenciar. Seu comportamento é controlado por numerosas citoquinas.
A profundidade da papila é muito variável – na maioria das pessoas se encontra a
4 mm da superfície da pele, porém pode chegar até a 7 mm. Altamente vascularizada, a
papila é a força real que dirige o folículo, provendo toda informação necessária para a
multiplicação e diferenciação das células da matriz e, deste modo, regulando o ciclo de
vida do cabelo.

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9.1.3 - Matriz germinativa

A matriz circunda a papila abaixo da linha de auber, grupos de células que origina
o pelo. Essas células são pouco diferenciadas e possuem um ritmo mitótico,
provavelmente o mais alto do corpo humano. A taxa de multiplicação destas células
ocorre a cada período de 39 horas. Dentro do grupo de células germinativas da matriz
existem melanócitos produtores de pigmentos do cabelo. As células vão sofrer mutações:
degenerar-se, alongar-se, morrer pela perda do núcleo e endurecer, produzindo uma
proteína rica em enxofre – a queratina. Ela formará o esqueleto do cabelo.

9.1.4 - Bainha externa

Representa uma invaginação da epiderme, situada entre a matriz germinativa e a


superfície, a bainha externa continua com o epitélio da epiderme.

9.1.5 - Bainha interna

Composta de três laminas: cutícula da bainha interna e membrana de Huxley e de


Henle; desenvolve-se em torno do pelo, separando-o da bainha externa, e estende-se
apenas parcialmente pelo folículo, desaparece na altura da região, onde desembocam as
glândulas sebáceas.

9.1.6 - Haste capilar

O pelo pode ser dividido em duas partes: a parte livre – a haste que se projeta
para o exterior, e a parte interna – a raiz e uma haste. São estruturas mortas compostas
por células queratinizadas fortemente aderidas entre si.

9.1.6.1 - Estrutura da haste capilar

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Os pelos compreendem três estruturas básica: a cutícula, a medula e o córtex.

• Cutícula

A cutícula, superfície protetora do cabelo, tem a função de não permitir que


substâncias nocivas penetrem no núcleo do cabelo e protegê-lo da excessiva evaporação
de água. É responsável pelo brilho, maciez e proteção dos fios. É formada de uma
camada única de células que se recobrem parcialmente, como escamas de peixe, com a
borda livre direcionada para a extremidade do fio de cabelo.
Como as escamas se recobrem diversas vezes umas às outras, um corte
transversal da cutícula dá a impressão de uma estrutura de camadas múltiplas de 3 a 10
espessuras. Transparentes, não pigmentadas, essas células cuticulares, muito achatadas
(0,5 micrometros) e muito alongadas (45 micrometros). A cutícula possui uma combinação
diferenciada de ingredientes especiais, entre eles aminoácidos, lipídios (ceramidas e
ácidos essenciais) e minerais que, quando não agredidos, possibilitam um aspecto
uniforme, proporcionando brilho e maciez aos cabelos. São constituídas de três partes:

- A epicutícula: fina membrana que envolve as escamas.


- A exocutícula: região média, frágil.
- A endocutícula região interior, resistente.

Fig. 7 - Fio de cabelo – Tutoria e Interação.

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• Medula

Ausente no lanugo ou no velus humano a medula é formada por células


anucleadas, fracamente queratinizadas, contendo lipídeos e granulações pigmentadas.
Devido à dificuldade de isolamento dessas células, suas funções não são claras quanto
às propriedades físicas e químicas do cabelo.

• Córtex

O córtex é a principal estrutura do cabelo; formado por células fusiformes


queratinizadas, que são constituídas por: macrofibrilas, que por sua vez são formadas por
microfibrilas, que são envoltas por uma substância amorfa, rica em enxofre e onde se
encontram os grãos de melanina. As microfibrilas são formadas por protofibrilas que
possuem a forma de uma corda trançada, com 2 ou 3 fios.
Cada fio é uma cadeia de queratina com baixo teor de enxofre, enrolada sobre si
mesma, em forma de hélice. É responsável pela elasticidade, resistência e cor dos fios.
As mudanças mais radicais, como tintura, descoloração, permanente e alisamento atuam
principalmente nessa região, alterando a estrutura do córtex.

Fig. 8 - Desenho da macrofibrila, microfibrilas, protofribrila e hélici. Fonte: Tutoria.

9.1.7 – Raiz do Pelo

A raiz do pelo encontra-se no folículo. As células da raiz do cabelo se dividem e


movem para cima dentro do folículo. Durante o processo de crescimento do pelo as

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células da raiz multiplicam-se e se diferenciam em vários tipos celulares:

• Das células mais periféricas surge a cutícula do pelo, que se apresenta


como grupos de células fortemente queratinizadas, como escamas que
envolvem o córtex.
• Ao redor da medula diferenciam-se células mais queratinizadas e dispostas
compactamente, formando o córtex do pelo;
• Algumas células grandes vacuolizadas e fracamente queratinizadas, que
irão formar a medula do pelo;

Das células epiteliais mais periféricas originam-se duas bainhas epiteliais, uma
interna e outra externa, que envolvem o eixo do pelo na sua porção inicial.

9 – Microfotografia da raiz do cabelo humano - Microscopy of Hair Part 1: A Practical Guide and
Manual for Human Hairs - Forensic Science Communications

9.1.7 - Glândula sebácea

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Estas estruturas originam-se como divertículos do broto que originará o pelo.
Composta de água, resíduos epiteliais, grânulos de querato-hialina e de queratina, de
substâncias minerais e de elevado teor de lipídios, principalmente triglicérides, tem a
função de lubrificar os pelos e a superfície cutânea. Parece exercer certa função
bactericida e fungicida. Protege a pele, evitando que se resseque, ao mesmo tempo em
que a impermeabiliza, evitando a evaporação excessiva, sobretudo no inverno. Estas
glândulas não existem nas palmas das mãos e na planta dos pés. Protege contra agentes
patogênicos, das alterações climáticas, ajuda na impermeabilidade da pele.
Segregam uma substância semilíquida e oleosa, o sebo cutâneo, composto de
ácidos graxos, colesterol, vários hidrocarbonetos, alcoóis e cera. O sebo cutâneo sobe
através do folículo até a superfície e, além de lubrificar, amaciar e proteger a pele
concede espessura e, de certa forma, impermeabilidade ao pelo. O sebo migra entre dois
ou diversos fios de cabelos vizinhos, à razão de 2 a 3,5 mm/minuto e até 16 cm do couro
cabeludo, aproximadamente. A beleza do cabelo depende, em grande parte, da glândula
sebácea. Essa glândula produz e descarrega, no colo, uma substância graxa, o sebo. O
suor secretado pelas glândulas sudoríparas se mistura ao sebo para proteger e lubrificar o
couro cabeludo e o cabelo.

10 - Glândula sebácea – Tutoria e Interação.


9.1.8 - Músculo eretor

O músculo eretor do pelo é um pequeno feixe de fibras musculares lisas presas à

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bainha conjuntiva do folículo piloso, ao nível da porção mediana do mesmo. Semelhante a
todos os músculos de nosso corpo, eles se contraem quando o sistema nervoso lhes dá
uma ordem nesse sentido. Então, eles se acumulam sobre si mesmos, encolhem e
repuxam as bases dos folículos, colocando, assim, o fio de cabelo em posição vertical. O
local onde este músculo se conecta com o folículo piloso marca a região do bojo, no qual
abriga as células stem (células mãe) do folículo piloso. Sua contração determina que o
pelo fica “arrepiado” e também comprime as glândulas sebáceas ocasionando excreção
de sebo para a superfície.

11 - Músculo eretor. Fonte: Tutoria e Interação.

10 - Outras estruturas importantes

No folículo piloso ou próximo a ele outras estruturas também importantes podem


ser vistas.

10.1 - Os queratinócitos

Os queratinócitos são células responsáveis pela síntese da melanina. Os


queratinócitos do folículo piloso são células que se multiplicam numa taxa muito maior do

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que os queratinócitos da pele. Além disso, eles se diferenciam para formar as diferentes
estruturas do cabelo. A produção e armazenamento de queratina, um processo
denominado queratinização, causa um endurecimento destas células, levando à
desintegração de seus núcleos e consequente morte.

10.1 - Capilares sanguíneos

São pequeníssimos vasos sanguíneos que conectam as artérias e veias à papila.


Os vasos capilares são responsáveis pelas trocas gasosas e nutritivas, e
simultaneamente eles fazem o processo de remoção de toxinas dos folículos pilosos.

12 - Capilares sanguíneos. Fonte: Tutoria e Interação.

10.2 – Nervos

Eles nos possibilitam perceber sensações. A inervação do folículo piloso é


bastante complexa. Ela se constitui dos seguintes elementos.

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• A inervação motora do músculo eretor.
• A inervação da papila.
• A inervação sensitiva do cabelo.

O folículo piloso apresenta uma intensa inervação sensitiva, o que explica as


dores à tração e as sensações dolorosas do couro cabeludo.

Fig. 13 – Nervos. Fonte: Tutoria e Interação.

10.3 - Glândula sudorípara

As glândulas sudoríparas são encontradas em toda a pele, com exceção de


certas regiões como a glande. Constituídas por um fino e longo tubo que no início se
enovela, chamado corpo da glândula. Secretam o suor através do poro sudorífero, a
porção secretora localiza-se na derme. O suor secretado pelas glândulas é uma solução
extremamente diluída, que contém algumas proteínas que são expelidas por um tipo de
células. Há também sódio, potássio, cloreto, ureia, amônia e ácido úrico, produtos da
excreção de outros tipos de células. Ao atingir a superfície da pele o suor evapora-se,
provocando a queda da temperatura.

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Fig. 14 – Glândula sudorípara – Fonte: Tutoria e Interação.

10.4 – Membrana vítrea

Parte interna e acelular da bainha do tecido conjuntivo, elo que mantém ligado o
bulbo em afastamento à papila dérmica.

11 - A fantástica formação dos pelos e dos cabelos

Na parte inferior do bulbo piloso, que é a matriz do cabelo, é onde encerra a zona
de divisão celular. Cada célula vai se dividir e cria uma nova célula, a célula-filha, que é
impulsionada para o alto pelo nascimento de outras células. Elas se queratinizam
progressivamente na parte superior do bulbo piloso, para dar origem aos fios de cabelo.
As células vão sofrer mutações: degenerar-se, alongar-se, morrer pela perda do núcleo e
endurecer, produzindo uma proteína rica em enxofre – a queratina. Ela formará o
esqueleto do cabelo. No nível da zona queratógena se individualiza a bainha epitelial
interna. Constituída de diversas camadas celulares concêntricas, ela acompanha o cabelo
no seu crescimento até o ponto onde desemboca o canal sebáceo: o colo. A haste pilar
torna-se, então, livre.

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12 - A composição química dos cabelos

O componente primário é a queratina, que corresponde entre 65% e 95% do peso


da fibra capilar, outros elementos, no entanto, fazem parte da sua composição, como:

• Água, que é fundamental, e seu teor pode variar de acordo com a umidade relativa
do ar, mas chega em torno de 10% da composição química de um fio. Quando o
cabelo está molhado, chega a absorver cerca de 30% do seu peso.
• Lipídeos: Fazem parte da composição e podem estar tanto interna quanto
externamente. Tanto os óleos internos quanto externos somam 6% da composição
dos fios. Os internos ajudam na estrutura do fio e os externos são responsáveis
pela lubrificação ao longo do fio.
• Aminoácidos: São unidades fundamentais das proteínas e somam cerca de 14%
da composição química. O mais importante é a cisteína, que contém enxofre em
sua molécula, está presente em todo o polímero da queratina. Por oxidação, duas
moléculas de cisteína podem formar fortes ligações dissulfeto e, portanto, ligar
polímeros de queratina adjacentes. Essas ligações de cisteína contribuem para a
força dos cabelos e são as principais responsáveis pela durabilidade e resistência.

Os cabelos são compostos ainda por Carbono, Oxigênio, Nitrogênio, Hidrogênio e


Enxofre. Podemos ainda encontrar traços de Cálcio, Ferro, Chumbo e Silício.

-------------------- FIM DO MÓDULO I ---------------------

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