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Aula

Nesta aula você aprenderá:

o As placas tectônicas
o Zonas de divergência
o Zonas de convergência
o Histórico
o A deriva continental de A. Wegener
o Pangea e Gondwana

Prof. Benedicto Humberto


R. Francisco
Apoio: Viviane Rodrigues &
Vanessa Rodrigues
Tectônicas de Placas

Portanto, as placas tectônicas são gigantescos blocos que integram a camada sólida externa da
Terra, ou seja, a litosfera (crosta terrestre mais a parte superior do manto). Elas estão em
constante movimentação (se movimentam sobre o magma do manto), podendo se afastar ou
se aproximar umas das outras. Esses processos são classificados em:
Tipos de Zonas de Tensão Tectônicas

Zonas de divergência
As placas tectônicas afastam-se umas das outras.

Zonas de convergência

As placas tectônicas se aproximam, sendo pressionadas umas contra as


outras. Esse fenômeno pode ser de subducção ou obducção.
Tipos de Zonas de Convergência

Subducção
As placas movem-se uma em direção a outra e a placa
oceânica (mais densa) “mergulha” sob a continental
(menos densa).

Obducção ou colisão
Choque entre duas placas na porção continental.
Acontece em virtude da grande espessura dos trechos
nos quais estão colidindo.
Esse movimento das placas tectônicas altera lentamente o contorno do
relevo terrestre, elevando cordilheiras e abrindo abismos marinhos.

Outra consequência desse fenômeno (causado pelo encontro das placas) são os
terremotos e tsunamis (ondas gigantescas). Em 2004, no oceano Índico, um
terremoto de 9,3 pontos na escala Richter provocou um tsunami que ocasionou a
morte de mais de 230 mil pessoas.
Os movimentos das placas
tectônicas foram comprovados
através de pesquisas realizadas com
satélites artificiais. Foi detectado,
por exemplo, que a América do Sul
afasta-se 3 cm por ano do
continente africano.
As Principais Placas Tectônicas
 Placa do Pacífico
 Placa de Nazca
 Placa Sul-Americana
 Placa Norte-Americana
 Paca da África
 Placa Antártica
 Placa Indo-Australiana
 Placa Euroasiática Ocidental
 Placa Euroasiática Oriental
 Placa das Filipinas
Histórico
Alfred Wegener, alemão, se tornou interessado na ideia de um único
continente em 1910, observando um atlas e observando as costas africana
e sul-americana. Algum tempo depois Wegener leu um artigo para discutir
as semelhanças entre as formas de vida terrestres fósseis entre
continentes distantes, muito separados.
Wegener coletara evidências publicadas diversas para apoiar sua teoria de
um único continente:

 Como um quebra-cabeça também os contornos dos continentes


(especialmente das plataformas continentais) parecem se encaixar.

 Existem várias semelhanças geomorfológicas e geológicas ao longo


das costas da América do Sul-África e Europa-América do Norte.

 Fósseis de vertebrados terrestres e plantas podem ser encontrados


em diferentes continentes, separados hoje por grandes oceanos.
Wegener considerava a explicação mais aceita para os padrões no registro fóssil como
impossível: pontes de terra antigas (como o istmo do Panamá hoje) compostas de crosta
continental granítica Para Wegener essas peças de rochas menos densas não poderia
simplesmente cair nos basaltos oceânicos muito mais denso e desaparecem sem deixar rasto.
Ele vai explicar a sua ideia em 1911 em uma carta ao seu professor Wladimir Peter Köppen.

“Estes obrigam-nos a inferir, por exemplo, uma ligação por terra entre a
América do Sul e África. Isto pode ser explicado de duas maneiras: o
afundamento de um continente de ligação ou separação ignorado a
possibilidade deste último. Mas o ensino moderno de isostasia e mais
geralmente atuais nossas ideias geofísicos opor ao afundamento de um
continente, porque é mais leve que o material sobre o qual repousa. Assim,
somos forçados a considerar a interpretação alternativa. E se agora encontrar
muitas simplificações surpreendentes e pode começar finalmente a fazer
sentido real de uma massa de dados geológicos, por que deveríamos adiar em
jogar o velho conceito ao mar? “

trecho da carta de Wegener ao seu professor


A hipótese da deriva continental (Wegener fala mais geral de "teoria do deslocamento") foi
recebida com sentimentos mistos. No entanto, alguns geólogo com experiência de campo,
especialmente na África e América do Sul, logo se convencem dessa possibilidade.
Como Taylor também Wegener não conseguiu
explicar as forças necessárias para mover
continentes. Ele propôs atração gravitacional,
forças de maré e centrífuga. Wegener reagiu
aos críticos e tentou responder a elas em
várias edições de seus livros, porém com um
sucesso moderado. O maior problema
continua a ser a falta de evidências diretas
para os movimentos dos continentes e a
explicação para o mecanismo e do
fornecimento de energia imensa.
O mais importante Wegener considerou seu
trabalho como ponto de partida e estímulo
para outros cientistas ou mesmo futuro, uma
mensagem que não foi totalmente
compreendida em sua época.
No entanto, décadas depois, este legado vai influenciar um novo tipo de teoria: as placas
tectônicas.
MAS TODOS ACEITARAM OS MOVIMENTOS
HORIZONTAIS PARA EXPLICAR A DERIVA DOS
CONTINENTES?

A resposta é simplesmente não,


pois a Escola Russa questionou
durante muito tempo.
Para eles os movimentos verticais
eram suficientes para explicar a
atual posição dos continentes.
A posição atual das massas continentais
O que dizem os especialistas?
em relação ao globo terrestre é o
reflexo do trinômio Tectônica de Placas
+ Espalhamento do Fundo Oceânico +
Deriva Continental.
Nos primeiros 500 milhões de anos de
sua origem (4.560 a 4.000 milhões de
anos) a superfície da Terra era muito
pouco rígida. A individualização da
crosta que constitui os continentes
ocorreu a aproximadamente 4.000
milhões de anos. Desde então as
massas continentais vem mudando de
posição e de forma, sofrendo processos
de orogenias, rifteamentos e
granitização.
O que pensam os pesquisadores ?

A maioria dos autores acredita que a tectônica de placas venha atuando desde o início
do Proterozóico (2.500 milhões de anos). Algumas evidências sugerem que esse
processo deve ter ocorrido já no Arqueano ( a partir de 3.800 milhões de anos) só que
de uma maneira diferente da atual, já que o fluxo térmico global era muito mais alto.
Geometricamente, essas massas continentais à deriva, tendem a se aglutinar de tempos
em tempos (segundo Brito Neves et al, 1995, seriam ciclos de 500 a 600
milhões de anos) formando supercontinentes, que, com a continuidade
dos processos tectônicos, se quebram em vários pedaços, recomeçando o
ciclo.
Segundo Park, 1997, durante o Arqueano, havia em torno
de 20 áreas cratônicas já se estabelecendo, como por
exemplo o Escudo Báltico (atual Europa), partes da
América do Norte e da China e, no Brasil, o Craton
Amazônico e o Craton do São Francisco, que apresentam
idades que vão até 3.400 milhões de anos.
Rogers, 1996 sugere que o primeiro grande
continente tenha sido formado a
aproximadamente 3.000 milhões de anos.
Esse continente se chamava Ur (o nome vem
do alemão Ur, original, e também da cidade
de Ur, uma das mais antigas do mundo), e
era constituído de cinco crátons e seus
extensos depósitos de sedimentos, todos
muito próximos: Kaapvaal, na África,
Dharwar, Bhandara e Singhbhum, na Índia e
Pilbara, na Austrália, e mais três pequenas
áreas estáveis na Antártica.
No final do Arqueano (2.500 milhões de Segundo Brito Neves et al. 1995 a dinâmica
anos) várias áreas cratônicas já tinham se interna da Terra desfavorece o
estabilizado, e alguns autores sugerem que a estabelecimento de continentes gigantes, e
maior parte dessas áreas cratônicas estaria os mesmos têm vida muito curta (em torno
aglutinada em um supercontinente chamado de 100 milhões de anos), uma vez que
Kenorano (Mason, 1995 e outros) sendo que enquanto algumas áreas ainda estão sendo
os dados ainda não são totalmente coladas, outras já estão começando a se
conclusivos. romper. Assim sendo, o supercontinente
Kenorano rapidamente se fragmentou em
diversos blocos continentais menores.
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O Paleoproterozóico (2.500 à 1.600 milhões de
anos) é marcado pela construção de plataformas
continentais em torno dos núcleos arqueanos
estáveis associadas à magmatismo.
De 2.300 a 1.800 milhões de anos (Períodos
Riaciano e Orosiriano) evidências geológicas,
geofísicas e geocronológicas sugerem processos
de aglutinação de massas continentais,
granitização e colagens orogênicas (Brito
Neves et al, 1996 e outros). Esses processos de
colagem de terrenos deixaram registros em
diversos locais do mundo e recebem várias
denominações:
Eburneano, Barramundi, Aravalli, Penoqueano,
Hudsoniano, Rinkiano, Svecofeniano, etc. No
Brasil essa sucessão de colagens é chamada de
Evento Transamazônico. Como resultado dessas
colagens temos a formação dos continentes
Ártica (partes da América do Norte +
Groenlândia + Sibéria) e Atlântica (partes da
América do Sul e África).
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A Quebra dos Após esse período em que os continentes só

Continentes cresciam, no período Estateriano (1.800 à 1.600


milhões de anos) teve início uma fase de extensão
(tafrogênese), que viria a resultar na quebra desses
grandes continentes em vários blocos menores.
Ao longo do Mesoproterozóico (1.600 à 1.000
milhões de anos) uma nova sucessão de colisões
entre placas e orogeneses denominada Colagem
Grenville foi responsável pela fusão de
praticamente todas as áreas continentais (Atlântica,
Ur, Báltica e Antártica) em um gigantesco
continente chamado Rodínia (McMenamin &
McMenamin, 1990 à partir da palavra
russa: Rodina = terra mãe) com uma área de 120 x
106km2.
Segundo Rogers, 1996 entre 900 e 700
milhões de anos o supercontinente
Rodínia aparentemente iniciou sua
fase de quebras e se fragmentou ao
longo de dois grandes riftes, gerando
três blocos principais: Gondwana
Leste, Laurentia(Laurásia) e Gondwana
Oeste.
A Laurásia
O Bloco Laurásia é constituído de partes da
América do Norte e Europa, Groenlândia e
Sibéria). O bloco Gondwana Leste,
compreendendo parte da África e Antártica
(Craton Kalahari- Grunehogna), Madagascar,
Índia e Austrália permaneceu praticamente
coeso até o Mesozóico. Já o bloco Gondwana
Oeste foi precocemente dividido em diversas
áreas cratônicas: Amazônia, África Leste, Rio de
la Plata, e vários blocos menores: Pampia,
Central de Goiás, Juiz de Fora, Luis Alves, entre
outros (Unrug, 1996).

Nos espaços entre esses blocos se desenvolveram riftes, aulacógenos e braços e/ou
pequenos oceanos (Brito Neves, 1999). Nesse contexto, uma feição que merece destaque no
nosso continente é o desenvolvimento do Oceano Adamastor (Hartdany et al., 1985) entre o
sudeste da América do Sul e o Sudoeste da África, representado pelos sedimentos da Faixa
Dom Feliciano e parte da Faixa Ribeira. Já a separação entre Laurentia e Gondwana Leste a
720 milhões de anos (Powell et al., 1993) deu orígem ao Oceano Pacífico atual.
O Mega Continente Gondwana
Durante o Neoproterozóico (1.000 a 545
milhões de anos), os blocos
constituintes de Gondwana Leste e
Oeste se movimentaram ao redor do
globo e vieram estabelecer o
megacontinente Gondwana ( = terra dos
Gonds, antigo povo da Índia), durante
um estágio de colagens chamado Evento
Pan-Africano/ Brasiliano. Esse evento se
iniciou a 750-730 milhões de anos e
teve suas últimas manifestações a 490 -
480 milhões de anos, durante o Período
Ordoviciano.
Como representantes dessas colagens no Brasil temos as faixas móveis Brasília (colisão entre o
Craton Amazônico e o Craton do São Francisco - Pimentel & Fuck, 1992) e Ribeira (na sua porção
central representando uma colisão entre a Microplaca Serra do Mar e o terreno Juiz de Fora com
o Craton do São Francisco - Heilbron et al., 1998), dentre outras.
No início da Era Paleozóica nos deparamos
com mais um processo de reorganização
das massas continentais, com um padrão
complexo de movimento que inclui até
rotação de continentes. Tem inicio, então,
uma nova fase extensional, fragmentando
Laurentia, Báltica, Sibéria e Gondwana e
gerando o Oceano Iapetus (entre Laurentia
e Gondwana).

No interior dos continentes os processos extensionais também atuaram, gerando


subsidência de várias regiões e permitindo o desenvolvimento de extensas bacias
deposicionais, que no nosso continente podem ser exemplificadas pelas bacias do Parnaíba,
Amazonas e Paraná.
A Orogenia Apalachiana
Com o decorrer da Era Paleozóica, a acreção de pequenos blocos litosféricos e colisões
como a Orogenia Apalachiana (colisão entre Laurentia e Gondwana) e a Orogenia Uraliana
(colisão do bloco da Sibéria com Laurentia) resultaram em um grande continente chamado
Pangea (do grego pan = toda + gea = terra).

Esse continente tinha uma disposição alongada, se extendendo do polo norte ao polo sul. O
restante da superfície da Terra era coberto por um grande oceano chamado Panthalassa (do
grego pan = todo +thalassa = oceano), com exceção de um pequeno mar à leste de Pangea,
chamado Tethys (que hoje é representado pelo Mar Mediterrâneo).

O mesmo processo fusão/fissão, que possibilitou a união do Pangea, trata agora de rompe-
lo e separa-lo em blocos novamente. A separação desses blocos durou aproximadamente
100 milhões de anos, se estendendo pelos períodos Jurássico e Cretáceo.
Os dois Grandes Blocos

A primeira grande "quebra" separou Esses dois grandes continentes foram se


Pangea em 2 blocos: Laurásia (América subdividindo em blocos menores, e no final do
do Norte + Europa + Ásia) e Gondwana Jurássico tínhamos quatro grandes blocos:
(América do Sul, África, Antártica, Laurásia, Índia, América do Sul + África e
Austrália e Índia). Austrália + Antártica.
As Novas Orogenias

Conforme os blocos continentais


recém-partidos reiniciavam o
processo de deriva continental,
recomeçavam as colisões. No final do
Período Cretáceo tem início as
orogenias Alpina, na Europa (colisão
entre África e Europa), Laramide, na
América do Norte ( colisão entre a
placa do Pacífico e a América do
Norte) e Mirano, na América do Sul
(colisão entre a placa de Nazca e a
América do Sul.
Com relação aos estudos desses megaprocessos de
formação e quebra de continentes no bloco que hoje
constitui a América do Sul, é necessária uma menção
especial aos artigos de Benjamin Bley de Brito Neves e
colaboradores, inúmeras vezes citado no presente trabalho.
Esse autor vem trabalhando de forma sistemática há pelo
menos 10 anos nesse assunto, e sua pesquisa gerou
diversos artigos, dentre eles: Brito Neves, 1990, 1992, 1993,
1998, 1999; Brito Neves & Cordani, 1991, Brito Neves &
Sato, 1998 e Brito Neves et al., 1995, 1996, 1998.

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