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e tectônica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A Primeira Lei de Newton — “todo corpo persiste em seu estado de
repouso ou de movimento uniforme, a menos que seja compelido a
mudar seu estado por uma força aplicada a ele” — tem tudo a ver com a
ciência geológica, pois a existência de falhas e dobras na crosta terrestre
comprova a incidência de forças sobre as rochas que acabaram por
modificar seus estados originais.
Neste capítulo, você vai ler sobre a evolução do conhecimento ge-
ológico a respeito da teoria tectônica de placas, as principais hipóteses
que auxiliaram na formulação da teoria e como elas se relacionaram. Você
vai conhecer os principais tipos de placas litosféricas, seus ambientes
de formação e a relação com a geração das estruturas deformacionais.
Ainda, serão apresentadas as principais fontes de dados estruturais e suas
características, bem como os tipos de análises que são realizadas após a
coleta e organização dos dados estruturais.
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Figura 1. Evidências que sustentaram a teoria da deriva continental. (a) Encaixe dos con-
tinentes e continuidade das litologias e estruturas geológicas. (b) Geleiras paleozoicas.
(c) Distribuição dos ecossistemas antigos (glacial, desértico e tropical). (d) Fósseis de animais
do Permiano, em lugares atualmente distantes.
Fonte: Adaptada de The Geological Society ([20––?]).
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Planares Lineares
Organização de dados
Após a coleta, os dados devem ser organizados para posterior análise. A
base de dados formada depois da coleta deve ser sistemática e organizada.
Ainda, é preciso realizar análises estatísticas. Esses dados também poderão
ser utilizados para projetos futuros.
Os dados estruturais podem ser homogêneos ou heterogêneos. No primeiro
caso, pode-se fazer uso direto em diagramas. No segundo, porém, é necessário
dividir os dados em subpopulações (FOSSEN, 2018). A divisão dos dados
pode ser feita por sua ocorrência ou distribuição geográfica.
Os diagramas permitem a representação da altitude dos conjuntos de
dados, tanto lineares quanto planares, facilitando o processo de interpretação
da deformação. Para estruturas rúpteis, é aconselhável o uso de diagrama de
rosetas, enquanto para estruturas dúcteis se recomenda o uso de diagrama
estereográfico, também chamado de estereograma, conforme ilustra a Figura 4.
Ao usar o diagrama de rosetas, pode-se representar os dados no círculo
completo (360º) ou na metade de um círculo (180º). Caso seja escolhida a
representação em 180°, todas as medidas de direção deverão ser recalculadas
de forma que se restrinjam ao primeiro e quarto quadrantes. A análise do
diagrama de rosetas ainda permite determinar a direção do tensor (esforço)
principal. O diagrama estereográfico é representado em apenas um hemisfé-
Geologia estrutural e tectônica 23
Em seu mecanismo de busca, pesquise por “Stereonet” e conheça esse software para
plotagem automática de medidas estruturais feitas em campo.
3 Análises estruturais
Uma vez coletados e organizados, os dados estruturais precisam ser analisados.
Essa análise ocorre em três fases, que, juntas, visam compreender a história de
deformação de uma área. Primeiramente, é realizada a análise dos dados de
campo, pois eles apresentam uma relação direta com as estruturas geológicas.
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Figura 5. Exemplos de análises estruturais. (a) Análise geométrica das estruturas geológicas
realizada sobre dados obtidos em campo, em que são identificadas a forma e a relação de
contato que os diferentes tipos de materiais apresentam entre si. (b) Análise cinemática e
dinâmica da deformação, inclusive com uso de diagramas estereográficos. As fotografias
mostram as estruturas vistas em afloramentos de rocha, porém, a foto G é uma fotografia ana-
lisada por meio de microscópio petrográfico, que possibilita maior detalhamento das análises.
Fonte: Adaptada de (a) Pereira et al. (2013) e (b) Spisila et al. (2014).
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