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Figura 2 figura 3
No início da década de 1960, Harry Hess, da Universidade de Princeton, e Robert Dietz, da Instituição
Scripps de Oceanografia, propuseram a hipótese de expansão do assoalho oceânico, segundo a qual a crosta
separa-se ao longo de riftes nas dorsais mesoceânicas e que o novo fundo oceânico forma-se pela ascensão
de uma nova crosta quente nessas fraturas. O novo assoalho oceânico - na verdade, o topo da nova
litosfera criada, expande-se lateralmente a partir do rifte e é substituído por uma crosta ainda mais nova,
num processo contínuo de formação de placa.
Essas revelações, acrescidas da determinação da idade das rochas do fundo oceânico do Atlântico Norte,
(figura 5), e, posteriormente, de estudos paleomagnéticos, que foram apresentados um ano após a
apresentação da hipótese da expansão do assoalho oceânico, levaram muitos geofísicos a considerar
seriamente a idéia da Deriva Continental.
Figura 5
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Figura 5: Idade (em milhões de anos) do fundo oceânico do Atlântico Norte. A idade das rochas aumenta,
simetricamente, a partir da cadeia mesoceânica, em direção aos continentes.
Portanto, em função da expansão dos fundos oceânicos, os continentes viajariam como meros
“passageiros” fixos na litosfera. A constatação que o assoalho oceânico se movimentava revela que o termo
"Deriva Continental" era, no mínimo, impreciso, senão incorreto, pois ficou claro que toda a superfície
terrestre está envolvida neste processo, tanto os continentes como o fundo oceânico. No lugar da teoria da
Deriva Continental irá surgir mais tarde o conceito de Tectônica de Placas.
a - A placa tectônica poderia ser empurrada para os lados pela criação de nova litosfera nas cadeias meso -
oceânicas.
b - Por ter se esfriado ao se afastar da cadeia meso-oceânica, a porção da placa mais distante da cadeia
também é a parte mais antiga, mais fria e mais densa. Estas características tenderiam a puxar a litosfera
descendente para o interior do manto em direção à astenosfera.
c - A placa litosférica também se torna mais espessa à medida que se afastada cadeia meso-oceânica.
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Consequentemente, no limite com a astenosfera fica inclinada. Mesmo que esta inclinação seja muito
baixa, o próprio peso da placa tectônica poderia induzir uma movimentação.
A hipótese de expansão do assoalho oceânico apresentada por Hess e Dietz em 1962 explicou como os
continentes poderiam separar-se por meio da criação de uma nova litosfera em riftes mesoceânicos.
Poderiam o assoalho oceânico e sua litosfera subjacente ser destruídos e reciclados, retomando ao interior
da Terra? Do contrário, a área da superfície terrestre deveria ter aumentado ao longo do tempo, de modo
que nosso planeta deveria ter ficado cada vez maior. Outros geólogos reconheceram que o assoalho
oceânico estava na verdade sendo reciclado nas regiões de intensa atividade vulcânica e sísmica ao longo
das margens da bacia do Oceano Pacífico, conhecidas coletivamente como Círculo de Fogo. Os detalhes
desse processo, todavia, permaneceram obscuros.
Em 1965, o geólogo canadense John Tuzo Wilson descreveu, pela primeira vez, a tectônica em torno do
globo em termos de "placas" rígidas movendo-se sobre a superfície terrestre. Ele caracterizou os três tipos
básicos de limites onde as placas separam-se, aproximam-se ou deslizam lateralmente uma em relação à
outra. Em uma rápida sucessão de descobertas e avanços teóricos, outros cientistas mostraram que quase
todas as deformações tectônicas atuais estão concentradas nesses limites. Eles mediram as taxas e direções
dos movimentos tectônicos e demonstraram que os mesmos eram matematicamente consistentes com o
sistema de placas rígidas movendo-se na superfície esférica do planeta. Os elementos básicos da teoria da
tectônica de placas foram estabelecidos ao final de 1968. Por volta de 1970, as evidências da tectônica de
placas tornaram-se tão persuasivas, devido a sua abundância, que quase todos os geocientistas adotaram-
na. Os livros-texto foram revisados e muitos especialistas começaram a considerar as implicações do novo
conceito em seus campos de atuação.
O mosaico de placas
De acordo com a teoria da tectônica de placas, a litosfera rígida não é uma capa contínua, mas está
fragmentada em um mosaico de cerca de uma dúzia de grandes placas rígidas e uma série de outras
menores que estão em movimento devido ao calor interno da Terra.
Cada placa move-se como uma unidade rígida distinta, cavalgando sobre a astenosfera, que também
está em movimento. As placas maiores e seus movimentos atuais estão representados na Figura 12, da
página 9. A maior é a Placa Pacífica, que compreende a maior parte da bacia do Oceano Pacífico. Algumas
das placas recebem o nome dos continentes que elas contêm, porém, em nenhum caso uma placa é idêntica
a um continente. A Placa Norte-Americana, por exemplo, estende-se desde a costa oeste da América do
Norte até o meio do Oceano Atlântico, onde se limita com as Placas Eurasiana e Africana.
Além das placas maiores, existe uma série de outras menores. Um exemplo é a minúscula Placa de Juan
de Fuca, um pedaço da litosfera oceânica aprisionado entre as gigantes placas Pacífica e Norte-Americana,
na costa noroeste dos Estados Unidos. Outras são fragmentos continentais, como a pequena Placa
Anatoliana, que inclui a maior parte da Turquia.
Se você quer ver a geologia em ação, visite um limite de placa. Dependendo de qual você for ver,
encontrará terremotos, vulcões, montanhas, riftes estreitos e longos, etc. Muitas feições geológicas
desenvolvem-se por meio da interação das placas em seus limites.
• Em limites divergentes, as placas afastam-se e uma nova litosfera é criada (a área da placa aumenta).
• Em limites convergentes, as placas juntam-se e uma delas é reciclada, retomando ao manto (a área da
placa diminui).
• Em limites transformantes, as placas deslizam horizontalmente uma em relação à outra (a área da placa
permanece constante).
Como em muitos modelos da natureza, os três tipos de placas são idealizados. Além desses três tipos
básicos, existem "limites oblíquos" que combinam divergência ou convergência com alguma quantidade de
falhamento transformante. Ainda, o que de fato acontece num limite de placa depende do tipo de litosfera
envolvida, porque as litosferas oceânica e continental comportam-se de modo um tanto diferente.
Limites divergentes
Os limites divergentes dentro das bacias oceânicas são riftes estreitos que se aproximam da idealização da
tectônica de placas. A divergência dentro dos continentes geralmente é mais complicada e distribuída sobre uma
área mais larga. Essa diferença é ilustrada na Figura 7a e 7b.
No fundo do mar, o limite entre as placas em separação é marcado por uma dorsal mesoceânica que exibe
vulcanismo ativo, terremotos e rifteamento causados por forças extensionais (estiramento) que estão puxando as
duas placas à parte. A Figura 7a mostra o que acontece em um exemplo, a Dorsal Mesoatlântica. Aqui a expansão
do assoalho oceânico está ocorrendo à medida que as placas Norte-Americana e Eurasiana separam-se e o novo
assoalho oceânico do Atlântico é criado por ascensão do manto. A ilha da Islândia expõe um segmento da Dorsal
Mesoatlântica, que em outras circunstâncias está submersa, fornecendo aos geólogos uma oportunidade de
observar diretamente o processo de separação de placas e expansão do fundo oceânico (Figura 2.7). A Dorsal
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Mesoatlântica é discernível no Oceano Ártico, ao norte da Islândia, e conecta-se a um sistema de dorsais
mesoceânicas que quase circunda o globo e serpenteia através dos oceanos Índico e Pacífico, terminando ao longo
da costa oeste da América do Norte. Esses centros de expansão originaram os milhões de quilômetros
quadrados de crosta oceânica que são atualmente o assoalho de todos oceanos.
Figura 7a
Figura 7b
Limites convergentes 5
As placas cobrem todo o globo, de modo que, se elas se separam em certo lugar, deverão convergir em outro,
conservando, assim, a área da superfície terrestre. (Tanto quanto podemos dizer, nosso planeta não está se
expandindo!) Onde as placas colidem frontalmente, elas formam limites convergentes. A profusão de eventos
geológicos resultantes da colisão de placas torna os limites convergentes os mais complexos observados na
tectônica de placas.
Convergência oceano-oceano
Se as duas placas envolvidas são oceânicas, uma desce abaixo da outra em um processo conhecido como
subducção (Figura 8a). A litosfera oceânica da placa que está em subducção afunda na astenosfera e é por fim
reciclada pelo sistema de convecção do manto. Esse encurvamento para baixo produz uma longa e estreita fossa
de mar profundo. Na Fossa das Marianas, no Oeste do Pacífico, o oceano atinge sua maior profundidade, de cerca
de 10 km, mais que a altura do Monte Everest. À medida que a placa litosférica fria desce, a pressão aumenta; a
água aprisionada nas rochas da crosta oceânica subduzida é "espremida" e ascende à astenosfera acima da placa.
Esse fluido causa fusão do manto, produzindo uma cadeia de vulcões, denominada arco de ilhas, no fundo
oceânico atrás da fossa. A subducção da Placa Pacífica formou as Ilhas Aleutas, a oeste do Alasca, que são
vulcanicamente ativas, bem como os arcos de ilhas abundantes no Oeste do Pacífico. Os terremotos que podem
ocorrer em profundidades que chegam a até 600 km abaixo desses arcos de ilhas delineiam as placas frias da
litosfera à medida que elas se afundam no manto.
Figura 8a
Convergência oceano-continente
Se uma placa tem uma borda continental, ela cavalga a placa oceânica, porque a crosta continental é mais
leve e subduz mais dificilmente que a crosta oceânica (Figura 8b). A borda continental fica enrugada e é soerguida
num cinturão de montanhas aproximadamente paralelo à fossa de mar profundo. As enormes forças de colisão e
subducção produzem grandes terremotos ao longo da interface de subducção. Ao longo do tempo, materiais são
raspados da placa descendente e incorporados nas montanhas adjacentes, deixando aos geólogos um complexo (e
freqüentemente confuso) registro do processo de subducção. Como no caso da convergência oceano-oceano, a
água carregada para baixo pela placa oceânica mergulhante causa a fusão da cunha do manto e a formação de
vulcões nos cinturões de montanhas atrás da fossa.
A costa oeste da América do Sul, onde a Placa Sul-Americana colide figura 8c
com a Placa de Nazca, de natureza oceânica, é uma zona de subducção
desse tipo. Uma grande cadeia de altas montanhas, os Andes, eleva-se
no lado continental do limite colidente e uma fossa de mar profundo
situa-se próximo à costa. Os vulcões aqui são ativos e mortais. Um
deles, o Nevado deI Ruiz, na Colômbia, matou 25 mil pessoas por
ocasião de uma erupção em 1985. Alguns dos maiores terremotos do
mundo também foram registrados ao longo desse limite. Outro exemplo
ocorre onde a pequena Placa de Juan de Fuca está subduzindo a Placa
Norte-Americana ao longo da costa oeste da América do Norte (figura
8c). Esse limite convergente deu origem aos perigosos vulcões da Cadeia
Cascade, que produziu a erupção de 1980 do Monte Santa Helena. À
medida que cresce o entendimento da zona de subducção de Cascadia,
os cientistas tornam-se mais preocupados com a possibilidade de
ocorrência de um grande terremoto nessa região, o que causaria dano
considerável ao longo das costas dos estados de Oregon, Washington e
Colúmbia Britânica.
Figura 8b 7
Convergência continente-continente
Onde a convergência de placas envolve dois continentes (Figura 8d), a subducção do tipo oceânica não pode
acontecer. As conseqüências geológicas desse tipo de colisão são consideráveis. A colisão das placas Indiana e
Eurasiana, ambas com continentes em sua borda frontal, fornece o melhor exemplo. A Placa Eurasiana cavalga a
Placa Indiana, mas a Índia e a Ásia mantêm-se flutuantes, criando uma espessura dupla da crosta e formando a
cordilheira de montanhas mais alta do mundo, o Himalaia, bem como o vasto e alto Planalto do Tibete. Nessa e em
outras zonas de colisão continente-continente, ocorrem terremotos violentos na crosta que está sofrendo
enrugamento. 7
Figura 8d
Figura 9b
Hot spots
Hot spots são fontes de calor relativamente estacionárias no manto. A localização dos hot spots não está
sempre associada aos limites das placas, ainda não se sabe a origem das fontes de calor responsáveis por sua
existência ou o que as mantém fixas em um determinado local. Supõe-se que alguns hot spots estejam perto do
limite núcleo-manto. À medida que as placas litosféricas deslizam sobre esses locais fixos, elas enfraquecem por
causa do calor da pluma mantélica ascendente. Caso o fluxo de material ascendente seja intenso, pode formar um
vulcão acima do hot spot. Por causa do movimento da placa, no entanto, o edifício vulcânico é deslocado para
longe do local onde o magma aflora e, após alguns milhões de anos, torna-se inativo. No local em que a pluma
mantélica continua a aflorar, a uma pequena distância do primeiro, origina-se um novo vulcão. O resultado desse
processo pode ser visualizado em uma cadeia de vulcões e ilhas vulcânicas.
A figura “c” ao lado mostra a
formação de ilhas vulcânicas
originadas de pontos quentes, e a
figura “d” a mais famosa dessas
"linhas de produção" que se estende
dos velhos vulcões erodidos dos
montes submarinos do Imperador
até a ilha do Havaí que ainda está
em formação. De fato, a curvatura
abrupta na cadeia foi causada por
uma mudança na direção da Placa
do Pacífico de norte para oeste há
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cerca de 40 milhões de anos. A próxima ilha havaiaria - já denominada Loihi - está se formando no fundo do
oceano a sudeste. Agora, Loihi se encontra cerca de 1.000 metros abaixo da superfície do mar e deverá aflorar em
30.000 anos.
Há outros hot spots no Pacífico. As cadeias de ilhas formadas por processo semelhante ao do modelo havaiano
indicam que todas estão posicionadas na mesma placa litosférica. Cadeias de vulcões submarinos no Atlântico, as-
sociadas à dorsal mesa atlântica, sugerem que um processo similar ocorre ali. Hot spots também podem ocorrer
sob crostas continentais. Acredita-se que o Parque Nacional de Yellowstone esteja sobre um hot spot localizado
abaixo da placa norte-americana, cujo movimento é no sentido oeste.
Sismicidade intraplaca
No interior das placas também ocorrem sismos, chamados sismos intraplaca, como reflexos das tensões
compressivas e extensivas nas bordas. Este tipo de sismo normalmente ocorre em profundidades rasas, até 30/40
km, com magnitudes baixas a moderadas, quando comparada à sismicidade nas bordas das placas. Entretanto, há
registros de sismos altamente destrutivos no interior das placas, como os dois que devastaram New Madrid, no
vale do rio Mississippi, nos Estados Unidos, no fim de 1811 e início de 1812. Assim apesar de remota, a
possibilidade da ocorrência de fortes terremotos intraplaca não é nula.
Algumas conclusões que podem ser extraídas da análise dos mapas abaixo:
Figura 12
Tsunamis 10
Em 22 de maio de 1960, pescadores da Ilha de Chiloé, sul do Chile, ao sentirem as fortes vibrações de um dos
maiores terremotos já registrados, lançaram-se ao mar em suas embarcações, tentando se proteger. Em 15
minutos após o terremoto, o mar recuou muitas dezenas de metros e voltou logo a seguir em uma sucessão de
ondas - um tsunami. As ondas destruíram tudo à sua frente e 200 pessoas morreram na Ilha de Chiloé e mais 60,
no Havaí, a 10.000 km de distância.
Mais recentemente, na manhã de 26 de dezembro de 2004, o planeta presenciou um evento catastrófico de
proporções inéditas para os tempos modernos. Um terremoto de magnitude 9,1, um dos cinco maiores dos últimos
cem anos, com epicentro no mar a oeste da Ilha de Sumatra, na Indonésia, gerou ondas de até 30 m de altura
que atingiram, em diferentes proporções, praticamente toda a zona litorânea do Oceano índico, dizimando mais de
280.000 pessoas. Nas primeiras três horas após o abalo sísmico, este tsunami destruiu as costas da Indonésia, Sri
Lanka, índia e Tailândia, e, após seis horas, havia atravessado o Oceano índico e causado destruição e morte na
África Oriental.
Tsunami é o nome em japonês para estas ondas gigantes (que podem chegar a dezenas de metros de altura),
geradas por grandes terremotos no mar, que atingem regiões costeiras. São produzidas pelo rápido deslocamento
da coluna de água causado pela ruptura do assoalho oceânico na região do epicentro de um terremoto. A partir
desse ponto, este deslocamento se propaga em todas as direções, por ondas com velocidades que dependem da
profundidade do mar. Em alto-mar as ondas passam quase despercebidas, apesar de viajarem com a velocidade
de um avião, pois são ondulações suaves, de amplitude pequena, mas comprimento de onda de centenas de
metros. Ao se aproximar do litoral, onde o mar é mais raso, a velocidade diminui para 50-70 km/h, e a massa de
água deslocada pelo terremoto se avoluma, aumentando a amplitude e diminuindo o comprimento da onda. Este
acúmulo de energia em uma zona bem mais restrita propulsiona esta massa de água contra a costa, provocando
destruição e a inundação da região costeira por centenas de metros terra adentro (Figura 13 ).
Tsunamis são mais frequentes nos oceanos Pacífico e índico por causa da intensa atividade sísmica das zonas
de subducção no chamado Cinturão de Fogo do Pacífico e na borda leste do oceano índico. Terremotos no Alaska
em 1946 e no sul do Chile em 1960, por exemplo, geraram ondas que causaram destruição e muitas mortes,
várias horas mais tarde a milhares de quilômetros de distância, no Havaí, como semelhantemente em Sri Lanka,
índia, Tailândia e África Oriental após o terremoto de Sumatra em dezembro de 2004.
Existe, já há algum tempo, um sistema de alerta para tsunamis no Pacífico envolvendo 26 países, com bases:
1) no processamento de dados sísmicos pela rede mundial de estações sismológicas para determinar rapidamente
epicentro, magnitude e orientação da falha geológica de cada sismo; 2) no modelamento matemático de possíveis
tsunamis, em tempo real, a partir desses dados e registradas por sensores no fundo oceânico. Infelizmente, a
inexistência de sistema semelhante para o oceano índico resultou no saldo de morte e destruição sem precedentes
do tsunami de dezembro de 2004. Atualmente, este sistema deverá ser instalado.
Figura 13
Vulcanismo
O magma pastoso presente no interior da Terra ainda hoje continua a se esfriar lentamente,
solidificando-se. Os gases liberados nesse processo acumulam-se e pressionam a crosta até rompê-la
nas partes menos resistentes. Vulcanismo é a atividade de expulsão do material magmático do interior
para a superfície. Vulcão é a montanha formada a partir das erupções, com uma cratera pela qual saem
lavas (material magmático em estado de fusão), fragmentos de rochas, cinzas, gases e vapores. O
material vulcânico que se acumula na superfície forma o chamado relevo vulcânico ou relevo postiço,
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que geralmente tem forma de cone e altura muito variável. Os vulcões que entram constantemente em
erupção são denominados ativos e os que se encontram sem atividade são denominados extintos. A maioria
dos vulcões localiza-se nas bordas das placas tectônicas, principalmente ao longo das costas
oceânicas, sendo menos comum a ocorrência no interior dos continentes.
Vulcanismo no Brasil
São movimentos naturais da crosta terrestre que se propagam através de vibrações. Podem ser percebidos
diretamente pelas pessoas ou por meio de instrumentos especiais, os sismógrafos, que captam as ondas sísmicas.
Anualmente registram-se em média 1 milhão de abalos sísmicos, dos quais cerca de 5 mil são perceptíveis pelo ser
humano e vinte a trinta produzem efeitos danosos.
Os fatores que mais influem na intensidade dos terremotos são: a distância entre o local de origem do
terremoto dentro da crosta ou foco (hipocentro) e o local onde ele se manifesta na superfície (epicentro), e a
heterogeneidade das rochas. Quanto maior a distância, menor a intensidade, e quanto mais resistente as rochas,
menores os danos. Atualmente, a escala mais utilizada para medir a intensidade dos abalos sísmicos é a Escala
Richter, que mede a quantidade de energia liberada em cada terremoto.
Cada estágio na escala Richter corresponde a um aumento de dez vezes na amplitude das ondas de superfície
e a 32 vezes na quantidade de energia liberada. Um terremoto com uma magnitude 6,5 na escala Richter libera,
aproximadamente, 32 vezes mais energia que um terremoto com magnitude de 5,5; e cerca de 1.000 vezes mais
energia que um tremor de magnitude 4.5 (10 x 10 x 10 = 10 3).
No final do século XIX, antes que Richter inventasse sua escala de magnitude, os sismólogos e os engenheiros
de terremotos desenvolveram métodos para estimar a intensidade do tremor de sismos diretamente a partir dos
efeitos destrutivos de um evento. A escala de intensidade Mercalli, em homenagem a Giuseppe Mercalli, o cientista
italiano que primeiro a propôs, em 1902, é uma escala que atribui um valor, dado como um numeral romano de I
a XII, à intensidade do tremor em um determinado local. Por exemplo, num local onde um terremoto só é
levemente sentido por poucas pessoas é atribuído o valor II, enquanto em um local onde ele foi sentido por quase
todos é dada uma intensidade de V. A descrição atribuída ao maior valor, XII, é concisamente apocalítica: Estrago
total.
Os efeitos dos terremotos sobre o relevo podem ser de grandes proporções. Normalmente provocam
deslizamentos, desmoronamentos, formação de fendas no solo, entre outros. A ocorrência de terremotos está
ligada a três tipos de causas: desmoronamentos internos, vulcanismo e tectonismo.
- Causas vulcânicas: São explosões internas ou acomodações de materiais nos bolsões ou vazios que surgem
após a expulsão do magma do interior da Terra. Os terremotos provocados por essas causas costumam ser
também de pequena intensidade.
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- Causas tectônicas: Nas bordas das placas tectônicas é que ocorrem os maiores e mais violentos terremotos.
Verifica-se uma grande coincidência entre a localização dos terremotos e as áreas vulcânicas e tectônicas. Cerca
de 42% dos epicentros situam-se no Círculo de Fogo do Pacífico, 25% nos Alpes, Apeninos, Atlas e Himalaia e 23%
nas regiões de falhas, como os Bálcãs e a África Oriental.
Glossário
Pangéia: Um supercontinente que coalesceu ao fim da Era Paleozóica e reunia todos os continentes atuais. A
ruptura da Pangéia começou no Mesozóico. Como se pode inferir a partir dos dados paleomagnéticos, entre outros.
expansão do assoalho oceânico: (seafloor spreading) Mecanismo pelo qual é criado um novo assoalho oceânico
ao lonfo do rifte e da crista de uma dorsal mesoceânica à medida que as placas adjacentes se separam uma da
outra. A crosta separa-se ao longo do rifte e o novo assoalho oceânico se forma. À medida que a nova crosta
ascende para dentro dessas fraturas, o novo fundo oceânico expande-se lateralmente para longe do rifte e é
substituído por uma nova crosta ainda mais nova, em um processo contínuo de geração de placa.
centros de expansão: (spreading center) Área que circunda uma dorsal mesoceânica onde a nova crosta está
sendo formada por expansão do assoalho oceânico.
subducção: O afundamento de uma placa oceânica, sob outra placa, em um limite convergente de placas. A placa
que cavalga pode ser oceânica ou continental.
arco de ilhas: Uma cadeia de ilhas vulcânicas linear ou em forma de arco, formada no assoalho oceânico, em um
limite convergente de placas. As ilhas formam-se na placa cavalgante, a partir de magma ascendentes derivados
da placa subduzida e da astenosfera, localizada acima daquela.
falha transformante: (transform fault) Uma margem de placa na qual as placas deslizam uma em relação à
outra e onde não há nem criação nem destruição de litosfera. O deslocamento relativo ocorre ao longo da falha
sob forma de deslizamento entre as placas adjacentes.
rifte: derivado do inglês rift, significando “brecha, fenda”, está dicionarizado em Suguio (1998 Dicionário de
Geologia) e no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, sendo equivalente a “vale de afundamento” ou, também,
“vale de desabamento tectônico”
dorsal: O termo mid-atlantic ridge têm sido tradicionalmente traduzido em português como “dorsal
mesoatlântica”, embora, também seja encontrado como “cadeia” ou “cordilheira”. Deu-se preferência ao termo
“dorsal” aos demais termos, embora não de todos errôneos, por ser de uso mais antigo e por designar de forma
menos ambígua uma feição exclusiva do assoalho oceânico e muito distinta das cadeias e cordilheiras continentais
e mesmo de outras elevações submarinas. Além disso, o vocábulo inglês ridge denota ao mesmo tempo “crista” e
“sulco”, sendo bem apropriado para designar uma elevação que em seu centro tem duas cristas separadas por um
vale em rifte. Porém, o mesmo não ocorre com seus possíveis correlatos em português, “cadeia” ou “cordilheira”,
que não designam vale de afundamento, mas, pelo contrário, sucessão extensa de montanhas.
Paleomagnetismo: Magnetização remanescente gravada em rochas antigas; permite a reconstrução do campo
magnético antigo da Terra e das posições dos continentes e supercontinentes.
➢ Para entender a Terra/Frank press...[et. Al.]; tradução Rualdo Menegat...[et.al.]. – 4. ed. – Porto Alegre:
Bookman, 2006. capítulo 2.
➢ Decifrando a Terra/organização Wilson Teixeira...[et. Al]. – São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
Capítulo 3
➢ Geografia série Brasil – José W. Vesentini – Ensino Médio / Volume único – São Paulo: Editora Ática. 2003.
figura 12
➢ Fundamentos da Oceanografia / Tom Garrison. – São Paulo : Cengage Learning, 2010-tradução da quarta
edição norte americana – Texto sobre Hot Spot – página 61(adaptada)
➢ A deriva dos continentes / Samuel Murgel Branco, Fábio Cardinale Branco – 2.ed.reform – São Paulo :
Moderna, 2004 – (Coleção Polêmica)
➢ Minerais, minérios, metais: de onde vêm?, para onde vão?/ Eduardo Leite do Canto – 2. ed. Reform
– São Paulo: Moderna, 2004 – (Coleção Polêmica)