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A deriva continental 1

O conceito de deriva continental - movimentos de figura 1


proporção sobre o globo - existe há muito tempo. No final
do século XVI e no século XVII, cientistas europeus notaram
o encaixe do quebra-cabeça das linhas costeiras em ambos os
lados do Atlântico, como se as Américas, a Europa e a África
tivessem estado juntas em uma determinada época e, depois,
se afastado por deriva. Ao final do século XIX, o geólogo
austríaco Eduard Suess encaixou algumas das peças do quebra-
cabeça e postulou que o conjunto dos continentes meridionais
atuais formara, certa vez, um único continente gigante,
chamado Terra de Gondwana (ou Gondwana). Em 1915, Alfred
Wegener, um meteorologista alemão que estava se
recuperando de ferimentos sofridos na Primeira Guerra Mundial,
escreveu um livro sobre a fragmentação e deriva dos
continentes. Nele, apresentou as similaridades marcantes entre
as rochas, as estruturas geológicas, e os fósseis dos lados
opostos do Atlântico. Nos anos seguintes, Wegener postulou um
super-continente, que denominou de Pangéia (do grego "todas
as terras"), que se fragmentou nos continentes como os
conhecemos hoje (Figura 1: similaridades de feições geológicas
nos lados opostos do Atlântico)
Embora Wegener estivesse correto em afirmar que os
continentes tinham se afastado por deriva, sua hipótese acerca
de quão rápido eles se moviam e quais forças os empurravam
na superfície terrestre mostrou-se errônea, o que reduziu sua
credibilidade entre outros cientistas. Após cerca de uma década
de vigoroso debate, os físicos convenceram os geólogos de que
as camadas externas da Terra eram muito rígidas para que a
deriva continental ocorresse, o que fez com que as idéias de
Wegener caíssem em descrédito, exceto entre uns poucos
geólogos na Europa, na África do Sul e na Austrália.
Os defensores da hipótese da deriva mostraram não apenas
o encaixe geográfico entre o litoral leste da América do Sul com o oeste do continente Africano, mas
também as similaridades geológicas das idades das rochas e das orientações das estruturas geológicas nos
lados opostos do Atlântico ( Figura 1). Eles também apresentaram argumentos, aceitos até hoje como boas
evidências da deriva, baseados em fósseis (figura 2), e dados climatológicos (figura 3). Fósseis idênticos a
um réptil de 300 milhões de anos(Mesosaurus), por exemplo, foram encontrados apenas na África e na
América do Sul, sugerindo que os dois continentes estavam juntos naquele tempo. Os animais e as plantas
dos diferentes continentes mostraram similaridades na evolução até o tempo postulado para a
fragmentação. Após isso, seguiram caminhos evolutivos divergentes, presumivelmente devido ao isolamento
e às mudanças ambientais das massas continentais em separação (figura 2). Além disso, depósitos
associados com geleiras que existiam há cerca de 300 milhões de anos estão agora distribuídos na América
do Sul, na África, na Índia e na Austrália. Se os continentes meridionais fossem reunidos para formar a
Terra de Gondwana próximo ao Pólo Sul, uma única geleira poderia explicar todos os depósitos glaciais.

Figura 2 figura 3

Expansão do assoalho oceãnico

As evidências apresentadas pelos defensores da deriva não convenceram os céticos, os quais


mantiveram que a deriva continental era fisicamente impossível. Ninguém havia proposto, ainda, uma força
motora plausível que pudesse ter fragmentado a Pangéia e separado os continentes. Wegener, por exemplo,
pensava que os continentes flutuavam como barcos sobre a crosta oceânica sólida, arrastados pelas forças
das marés, do sol e da lua!
A ruptura veio quando os cientistas deram-se conta de que a convecção do manto da Terra poderia
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empurrar e puxar os continentes à parte, formando uma nova crosta oceânica, por meio do processo de
expansão do assoalho oceânico. Em 1928, o geólogo britânico Arthur Holmes esteve perto de expressar
as noções modernas da deriva continental e da expansão do assoalho oceânico, quando propôs que as
correntes de convecção "arrastaram as duas metades do continente original à parte, com consequente
formação de montanhas na borda onde as correntes estão descendo e desenvolvimento de assoalho
oceânico no lugar da abertura, onde as correntes estão ascendendo". Considerando os argumentos dos
físicos de que a crosta e o manto da Terra são rígidos e imóveis, Holmes admitiu que "idéias puramente
especulativas desse tipo, especialmente inventadas para atender certas postulações, podem não ter valor
científico até que adquiram o suporte de evidências independentes".
As evidências convincentes começaram a emergir como um resultado da intensa exploração do fundo
oceânico ocorrida após a Segunda Guerra Mundial. O mapeamento da Dorsal Mesoatlântica submarina
(figura 3) e a descoberta do vale profundo na forma de fenda, ou rifte, estendendo-se ao longo de seu
centro(figura 4), despertaram muitas especulações. Os geólogos descobriram que quase todos os
terremotos no Oceano Atlântico ocorriam próximos a esse vale em rifle, uma vez que a maioria dos
terremotos é gerada por falhamento tectônico. Esses resultados indicaram que o rifte era uma feição
tectonicamente ativa. Outras dorsais mesoceânicas com formas e atividade sísmica similares foram
encontradas nos oceanos Pacífico e Índico.
figura 3 figura 4

No início da década de 1960, Harry Hess, da Universidade de Princeton, e Robert Dietz, da Instituição
Scripps de Oceanografia, propuseram a hipótese de expansão do assoalho oceânico, segundo a qual a crosta
separa-se ao longo de riftes nas dorsais mesoceânicas e que o novo fundo oceânico forma-se pela ascensão
de uma nova crosta quente nessas fraturas. O novo assoalho oceânico - na verdade, o topo da nova
litosfera criada, expande-se lateralmente a partir do rifte e é substituído por uma crosta ainda mais nova,
num processo contínuo de formação de placa.
Essas revelações, acrescidas da determinação da idade das rochas do fundo oceânico do Atlântico Norte,
(figura 5), e, posteriormente, de estudos paleomagnéticos, que foram apresentados um ano após a
apresentação da hipótese da expansão do assoalho oceânico, levaram muitos geofísicos a considerar
seriamente a idéia da Deriva Continental.
Figura 5
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Figura 5: Idade (em milhões de anos) do fundo oceânico do Atlântico Norte. A idade das rochas aumenta,
simetricamente, a partir da cadeia mesoceânica, em direção aos continentes.

Que forças movem os continentes

Segundo Harry Hess, as estruturas do fundo do oceânico estariam relacionadas a processos de


convecção no manto, idéia mencionada em 1928 pelo geólogo Arthur Holmes. No eixo da cadeia meso-
oceânica, porções mais quentes do manto, por serem menos densas, subiriam em direção à superfície. Ao
chegar próximo da superfície, este material provocaria fraturas na crosta oceânica, que é fina, e produziria
magmas que forçariam passagem por estas fraturas, afastando lateralmente os dois lados da parte central
da cadeia antes de extravasar sobre a superfície como lavas submarinas. Desta maneira, formar -se-ia novo
fundo oceânico. A maior parte do material aquecido do manto, porém, iria se movimentar lateralmente em
maior profundidade, até resfriar-se e, agora mais frio e mais denso, afundar dentro do manto, onde
poderia se aquecer de novo, iniciando um novo ciclo de convecção. A continuidade deste processo
produziria, portanto, a expansão do assoalho oceânico. A Deriva Continental e a expansão do assoalho dos
oceanos seriam, assim, consequências da circulação dessas correntes de convecção, conforme mostra a
figura 6. Com a explicação de Hess, surgia, enfim, um mecanismo plausível para a Deriva Continental.

Figura 6: Modelos de movimento de convecção

a) CONVECÇÃO SOMENTE NA ASTENOSFERA b) CONVECÇÃO ENVOLVENDO O MANTO TODO

Portanto, em função da expansão dos fundos oceânicos, os continentes viajariam como meros
“passageiros” fixos na litosfera. A constatação que o assoalho oceânico se movimentava revela que o termo
"Deriva Continental" era, no mínimo, impreciso, senão incorreto, pois ficou claro que toda a superfície
terrestre está envolvida neste processo, tanto os continentes como o fundo oceânico. No lugar da teoria da
Deriva Continental irá surgir mais tarde o conceito de Tectônica de Placas.

Uma outra explicação para as forças que movem as placas figura 11

Mais recentemente, muitos cientistas


acreditam que as correntes de
convecção do manto, por si só, não
seriam suficientes para movimentar as
placas litosféricas, mas apenas um
entre outros fatores que, em conjunto,
produziriam esta movimentação. Um
desses fatores poderia ser o próprio
processo de subducção que tem início
quando a parte mais distante da cadeia
meso-oceânica se rompe e começa a
afundar (mergulhar) debaixo de outra
placa menos densa. A partir daí, outros
fatores poderiam entrar em ação em
conjunto com as correntes de
convecção , como, por exemplo:

a - A placa tectônica poderia ser empurrada para os lados pela criação de nova litosfera nas cadeias meso -
oceânicas.

b - Por ter se esfriado ao se afastar da cadeia meso-oceânica, a porção da placa mais distante da cadeia
também é a parte mais antiga, mais fria e mais densa. Estas características tenderiam a puxar a litosfera
descendente para o interior do manto em direção à astenosfera.

c - A placa litosférica também se torna mais espessa à medida que se afastada cadeia meso-oceânica.
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Consequentemente, no limite com a astenosfera fica inclinada. Mesmo que esta inclinação seja muito
baixa, o próprio peso da placa tectônica poderia induzir uma movimentação.

A grande síntese: 1963-1968

A hipótese de expansão do assoalho oceânico apresentada por Hess e Dietz em 1962 explicou como os
continentes poderiam separar-se por meio da criação de uma nova litosfera em riftes mesoceânicos.
Poderiam o assoalho oceânico e sua litosfera subjacente ser destruídos e reciclados, retomando ao interior
da Terra? Do contrário, a área da superfície terrestre deveria ter aumentado ao longo do tempo, de modo
que nosso planeta deveria ter ficado cada vez maior. Outros geólogos reconheceram que o assoalho
oceânico estava na verdade sendo reciclado nas regiões de intensa atividade vulcânica e sísmica ao longo
das margens da bacia do Oceano Pacífico, conhecidas coletivamente como Círculo de Fogo. Os detalhes
desse processo, todavia, permaneceram obscuros.
Em 1965, o geólogo canadense John Tuzo Wilson descreveu, pela primeira vez, a tectônica em torno do
globo em termos de "placas" rígidas movendo-se sobre a superfície terrestre. Ele caracterizou os três tipos
básicos de limites onde as placas separam-se, aproximam-se ou deslizam lateralmente uma em relação à
outra. Em uma rápida sucessão de descobertas e avanços teóricos, outros cientistas mostraram que quase
todas as deformações tectônicas atuais estão concentradas nesses limites. Eles mediram as taxas e direções
dos movimentos tectônicos e demonstraram que os mesmos eram matematicamente consistentes com o
sistema de placas rígidas movendo-se na superfície esférica do planeta. Os elementos básicos da teoria da
tectônica de placas foram estabelecidos ao final de 1968. Por volta de 1970, as evidências da tectônica de
placas tornaram-se tão persuasivas, devido a sua abundância, que quase todos os geocientistas adotaram-
na. Os livros-texto foram revisados e muitos especialistas começaram a considerar as implicações do novo
conceito em seus campos de atuação.

O mosaico de placas

De acordo com a teoria da tectônica de placas, a litosfera rígida não é uma capa contínua, mas está
fragmentada em um mosaico de cerca de uma dúzia de grandes placas rígidas e uma série de outras
menores que estão em movimento devido ao calor interno da Terra.
Cada placa move-se como uma unidade rígida distinta, cavalgando sobre a astenosfera, que também
está em movimento. As placas maiores e seus movimentos atuais estão representados na Figura 12, da
página 9. A maior é a Placa Pacífica, que compreende a maior parte da bacia do Oceano Pacífico. Algumas
das placas recebem o nome dos continentes que elas contêm, porém, em nenhum caso uma placa é idêntica
a um continente. A Placa Norte-Americana, por exemplo, estende-se desde a costa oeste da América do
Norte até o meio do Oceano Atlântico, onde se limita com as Placas Eurasiana e Africana.
Além das placas maiores, existe uma série de outras menores. Um exemplo é a minúscula Placa de Juan
de Fuca, um pedaço da litosfera oceânica aprisionado entre as gigantes placas Pacífica e Norte-Americana,
na costa noroeste dos Estados Unidos. Outras são fragmentos continentais, como a pequena Placa
Anatoliana, que inclui a maior parte da Turquia.
Se você quer ver a geologia em ação, visite um limite de placa. Dependendo de qual você for ver,
encontrará terremotos, vulcões, montanhas, riftes estreitos e longos, etc. Muitas feições geológicas
desenvolvem-se por meio da interação das placas em seus limites.

• Em limites divergentes, as placas afastam-se e uma nova litosfera é criada (a área da placa aumenta).

• Em limites convergentes, as placas juntam-se e uma delas é reciclada, retomando ao manto (a área da
placa diminui).

• Em limites transformantes, as placas deslizam horizontalmente uma em relação à outra (a área da placa
permanece constante).

Como em muitos modelos da natureza, os três tipos de placas são idealizados. Além desses três tipos
básicos, existem "limites oblíquos" que combinam divergência ou convergência com alguma quantidade de
falhamento transformante. Ainda, o que de fato acontece num limite de placa depende do tipo de litosfera
envolvida, porque as litosferas oceânica e continental comportam-se de modo um tanto diferente.

Limites divergentes

Os limites divergentes dentro das bacias oceânicas são riftes estreitos que se aproximam da idealização da
tectônica de placas. A divergência dentro dos continentes geralmente é mais complicada e distribuída sobre uma
área mais larga. Essa diferença é ilustrada na Figura 7a e 7b.

Separação de placas nos oceanos

No fundo do mar, o limite entre as placas em separação é marcado por uma dorsal mesoceânica que exibe
vulcanismo ativo, terremotos e rifteamento causados por forças extensionais (estiramento) que estão puxando as
duas placas à parte. A Figura 7a mostra o que acontece em um exemplo, a Dorsal Mesoatlântica. Aqui a expansão
do assoalho oceânico está ocorrendo à medida que as placas Norte-Americana e Eurasiana separam-se e o novo
assoalho oceânico do Atlântico é criado por ascensão do manto. A ilha da Islândia expõe um segmento da Dorsal
Mesoatlântica, que em outras circunstâncias está submersa, fornecendo aos geólogos uma oportunidade de
observar diretamente o processo de separação de placas e expansão do fundo oceânico (Figura 2.7). A Dorsal
5
Mesoatlântica é discernível no Oceano Ártico, ao norte da Islândia, e conecta-se a um sistema de dorsais
mesoceânicas que quase circunda o globo e serpenteia através dos oceanos Índico e Pacífico, terminando ao longo
da costa oeste da América do Norte. Esses centros de expansão originaram os milhões de quilômetros
quadrados de crosta oceânica que são atualmente o assoalho de todos oceanos.
Figura 7a

Separação de placas nos continentes figura 2.7

Os estágios iniciais da separação de placas, como o grande


vale em rifte do Leste Africano (Figura 7b), podem ser
encontrados em alguns continentes. Esses limites divergentes
são caracterizados por vales em rifte, atividade vulcânica e
terremotos distribuídos sobre uma zona mais larga que a dos
centros de expansão oceânicos. O Mar Vermelho e o Golfo da
Califórnia são riftes que se encontram num estágio mais
avançado de expansão (Figura 2.8). Nesses casos, os
continentes já se separaram o suficiente para que o novo
assoalho oceânico pudesse ser formado ao longo do eixo de
expansão e os vales em rifte fossem inundados pelo oceano.
Algumas vezes, o fendimento continental pode tornar-se mais
lento ou parar antes de haver a separação do continente e a
abertura de uma nova bacia oceânica. O Vale do Reno, ao longo
da fronteira da Alemanha e da França, é um rifte continental
fracamente ativo que pode ser esse tipo de "centro de expansão
que fracassou". Será que o rifte do Leste Africano vai continuar a
abrir-se, levando a Subplaca Somaliana a separar-se
completamente da África e formar uma nova bacia oceânica,
como aconteceu entre a África e a ilha de Madagascar, ou irá o
espalhamento tomar-se mais lento e finalmente parar, como
parece estar acontecendo no Oeste da Europa? Os geólogos
ainda não conhecem as respostas.

Figura 7b
Limites convergentes 5

As placas cobrem todo o globo, de modo que, se elas se separam em certo lugar, deverão convergir em outro,
conservando, assim, a área da superfície terrestre. (Tanto quanto podemos dizer, nosso planeta não está se
expandindo!) Onde as placas colidem frontalmente, elas formam limites convergentes. A profusão de eventos
geológicos resultantes da colisão de placas torna os limites convergentes os mais complexos observados na
tectônica de placas.

Convergência oceano-oceano

Se as duas placas envolvidas são oceânicas, uma desce abaixo da outra em um processo conhecido como
subducção (Figura 8a). A litosfera oceânica da placa que está em subducção afunda na astenosfera e é por fim
reciclada pelo sistema de convecção do manto. Esse encurvamento para baixo produz uma longa e estreita fossa
de mar profundo. Na Fossa das Marianas, no Oeste do Pacífico, o oceano atinge sua maior profundidade, de cerca
de 10 km, mais que a altura do Monte Everest. À medida que a placa litosférica fria desce, a pressão aumenta; a
água aprisionada nas rochas da crosta oceânica subduzida é "espremida" e ascende à astenosfera acima da placa.
Esse fluido causa fusão do manto, produzindo uma cadeia de vulcões, denominada arco de ilhas, no fundo
oceânico atrás da fossa. A subducção da Placa Pacífica formou as Ilhas Aleutas, a oeste do Alasca, que são
vulcanicamente ativas, bem como os arcos de ilhas abundantes no Oeste do Pacífico. Os terremotos que podem
ocorrer em profundidades que chegam a até 600 km abaixo desses arcos de ilhas delineiam as placas frias da
litosfera à medida que elas se afundam no manto.

Figura 8a

Convergência oceano-continente

Se uma placa tem uma borda continental, ela cavalga a placa oceânica, porque a crosta continental é mais
leve e subduz mais dificilmente que a crosta oceânica (Figura 8b). A borda continental fica enrugada e é soerguida
num cinturão de montanhas aproximadamente paralelo à fossa de mar profundo. As enormes forças de colisão e
subducção produzem grandes terremotos ao longo da interface de subducção. Ao longo do tempo, materiais são
raspados da placa descendente e incorporados nas montanhas adjacentes, deixando aos geólogos um complexo (e
freqüentemente confuso) registro do processo de subducção. Como no caso da convergência oceano-oceano, a
água carregada para baixo pela placa oceânica mergulhante causa a fusão da cunha do manto e a formação de
vulcões nos cinturões de montanhas atrás da fossa.
A costa oeste da América do Sul, onde a Placa Sul-Americana colide figura 8c
com a Placa de Nazca, de natureza oceânica, é uma zona de subducção
desse tipo. Uma grande cadeia de altas montanhas, os Andes, eleva-se
no lado continental do limite colidente e uma fossa de mar profundo
situa-se próximo à costa. Os vulcões aqui são ativos e mortais. Um
deles, o Nevado deI Ruiz, na Colômbia, matou 25 mil pessoas por
ocasião de uma erupção em 1985. Alguns dos maiores terremotos do
mundo também foram registrados ao longo desse limite. Outro exemplo
ocorre onde a pequena Placa de Juan de Fuca está subduzindo a Placa
Norte-Americana ao longo da costa oeste da América do Norte (figura
8c). Esse limite convergente deu origem aos perigosos vulcões da Cadeia
Cascade, que produziu a erupção de 1980 do Monte Santa Helena. À
medida que cresce o entendimento da zona de subducção de Cascadia,
os cientistas tornam-se mais preocupados com a possibilidade de
ocorrência de um grande terremoto nessa região, o que causaria dano
considerável ao longo das costas dos estados de Oregon, Washington e
Colúmbia Britânica.
Figura 8b 7

Convergência continente-continente

Onde a convergência de placas envolve dois continentes (Figura 8d), a subducção do tipo oceânica não pode
acontecer. As conseqüências geológicas desse tipo de colisão são consideráveis. A colisão das placas Indiana e
Eurasiana, ambas com continentes em sua borda frontal, fornece o melhor exemplo. A Placa Eurasiana cavalga a
Placa Indiana, mas a Índia e a Ásia mantêm-se flutuantes, criando uma espessura dupla da crosta e formando a
cordilheira de montanhas mais alta do mundo, o Himalaia, bem como o vasto e alto Planalto do Tibete. Nessa e em
outras zonas de colisão continente-continente, ocorrem terremotos violentos na crosta que está sofrendo
enrugamento. 7

Figura 8d

Limites de falhas transformantes


Figura 9a
Em limites onde as placas deslizam uma em relação à
outra, a litosfera não é nem criada nem destruída. Esses
limites são falhas transformantes: fraturas ao longo das
quais ocorre um deslocamento relativo à medida que o
deslizamento horizontal acontece entre blocos adjacentes
(figura 9a). Os limites de falhas transformantes são
tipicamente encontrados ao longo de dorsais mesoceânicas,
onde o limite divergente tem sua continuidade quebrada,
sendo deslocado num padrão semelhante a um
escalonamento. A Falha de Santo André na Califórnia, onde a
Placa Pacífica desliza em relação à Placa Norte-Americana, é
um ótimo exemplo de uma falha transformante em
continente, como mostrado na Figura 9b. Pelo fato de as
placas terem se deslocado umas em relação às outras durante
milhões de anos, as rochas contíguas nos dois lados da falha
são de tipos e idades diferentes. Grandes terremotos, como o
que destruiu a cidade de San Francisco em 1906, podem
ocorrer nos limites de placas transformantes. Existe muita
preocupação de que um repentino deslocamento possa ocorrer ao longo da falha de Santo André ou de outras
falhas relacionadas próximas a Los Angeles e San Francisco dentro de, aproximadamente, 25 anos, resultando
num terremoto extremamente destrutivo. 8

Figura 9b

Combinação de limites de placas figura 10

Cada placa é limitada por uma combinação de limites


transformantes, convergentes e divergentes. Como pode ser
observado na Figura 10, a Placa de Nazca, no Pacífico, tem três
lados limitados por zonas divergentes, onde uma nova litosfera é
gerada ao longo de segmentos da dorsal mesoceânica, os quais
são deslocados segundo um padrão escalonado pelas falhas
transformantes. O outro lado é limitado pela zona de subducção
do Peru-Chile, onde a litosfera é consumida numa fossa oceânica
profunda. A Placa Norte-Americana é limitada a leste pela Dorsal
Mesoatlântica, que é uma zona de divergência; a oeste, pela
falha de Santo André e outros limites transformantes; e, a
noroeste, por zonas de subducção e limites transformantes que
se estendem desde o estado de Oregon (EUA) até a Cadeia das
Aleutas.

Hot spots

Hot spots são fontes de calor relativamente estacionárias no manto. A localização dos hot spots não está
sempre associada aos limites das placas, ainda não se sabe a origem das fontes de calor responsáveis por sua
existência ou o que as mantém fixas em um determinado local. Supõe-se que alguns hot spots estejam perto do
limite núcleo-manto. À medida que as placas litosféricas deslizam sobre esses locais fixos, elas enfraquecem por
causa do calor da pluma mantélica ascendente. Caso o fluxo de material ascendente seja intenso, pode formar um
vulcão acima do hot spot. Por causa do movimento da placa, no entanto, o edifício vulcânico é deslocado para
longe do local onde o magma aflora e, após alguns milhões de anos, torna-se inativo. No local em que a pluma
mantélica continua a aflorar, a uma pequena distância do primeiro, origina-se um novo vulcão. O resultado desse
processo pode ser visualizado em uma cadeia de vulcões e ilhas vulcânicas.
A figura “c” ao lado mostra a
formação de ilhas vulcânicas
originadas de pontos quentes, e a
figura “d” a mais famosa dessas
"linhas de produção" que se estende
dos velhos vulcões erodidos dos
montes submarinos do Imperador
até a ilha do Havaí que ainda está
em formação. De fato, a curvatura
abrupta na cadeia foi causada por
uma mudança na direção da Placa
do Pacífico de norte para oeste há
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cerca de 40 milhões de anos. A próxima ilha havaiaria - já denominada Loihi - está se formando no fundo do
oceano a sudeste. Agora, Loihi se encontra cerca de 1.000 metros abaixo da superfície do mar e deverá aflorar em
30.000 anos.
Há outros hot spots no Pacífico. As cadeias de ilhas formadas por processo semelhante ao do modelo havaiano
indicam que todas estão posicionadas na mesma placa litosférica. Cadeias de vulcões submarinos no Atlântico, as-
sociadas à dorsal mesa atlântica, sugerem que um processo similar ocorre ali. Hot spots também podem ocorrer
sob crostas continentais. Acredita-se que o Parque Nacional de Yellowstone esteja sobre um hot spot localizado
abaixo da placa norte-americana, cujo movimento é no sentido oeste.

Sismicidade intraplaca

No interior das placas também ocorrem sismos, chamados sismos intraplaca, como reflexos das tensões
compressivas e extensivas nas bordas. Este tipo de sismo normalmente ocorre em profundidades rasas, até 30/40
km, com magnitudes baixas a moderadas, quando comparada à sismicidade nas bordas das placas. Entretanto, há
registros de sismos altamente destrutivos no interior das placas, como os dois que devastaram New Madrid, no
vale do rio Mississippi, nos Estados Unidos, no fim de 1811 e início de 1812. Assim apesar de remota, a
possibilidade da ocorrência de fortes terremotos intraplaca não é nula.

Algumas conclusões que podem ser extraídas da análise dos mapas abaixo:

▪ Existem placas tectônicas de tamanhos diferentes;


▪ As áreas de maior ocorrência de vulcanismo está associada às áreas de ocorrência de terremotos;
▪ A distribuição espacial das principais áreas de atividade vulcânica e de terremotos mais intensos
estão sobre limites de placas (áreas de maior instabilidade geológica do planeta);
▪ As principais áreas vulcânicas ocorrem ao longo das costas oceânicas;
▪ A maior concentração de vulcões ativos e de terremotos do planeta ocorre ao redor do Oceano
Pacífico, no chamado “Círculo do Fogo”;
▪ A área mais estável de uma placa é o seu centro.

Figura 12
Tsunamis 10

Em 22 de maio de 1960, pescadores da Ilha de Chiloé, sul do Chile, ao sentirem as fortes vibrações de um dos
maiores terremotos já registrados, lançaram-se ao mar em suas embarcações, tentando se proteger. Em 15
minutos após o terremoto, o mar recuou muitas dezenas de metros e voltou logo a seguir em uma sucessão de
ondas - um tsunami. As ondas destruíram tudo à sua frente e 200 pessoas morreram na Ilha de Chiloé e mais 60,
no Havaí, a 10.000 km de distância.
Mais recentemente, na manhã de 26 de dezembro de 2004, o planeta presenciou um evento catastrófico de
proporções inéditas para os tempos modernos. Um terremoto de magnitude 9,1, um dos cinco maiores dos últimos
cem anos, com epicentro no mar a oeste da Ilha de Sumatra, na Indonésia, gerou ondas de até 30 m de altura
que atingiram, em diferentes proporções, praticamente toda a zona litorânea do Oceano índico, dizimando mais de
280.000 pessoas. Nas primeiras três horas após o abalo sísmico, este tsunami destruiu as costas da Indonésia, Sri
Lanka, índia e Tailândia, e, após seis horas, havia atravessado o Oceano índico e causado destruição e morte na
África Oriental.
Tsunami é o nome em japonês para estas ondas gigantes (que podem chegar a dezenas de metros de altura),
geradas por grandes terremotos no mar, que atingem regiões costeiras. São produzidas pelo rápido deslocamento
da coluna de água causado pela ruptura do assoalho oceânico na região do epicentro de um terremoto. A partir
desse ponto, este deslocamento se propaga em todas as direções, por ondas com velocidades que dependem da
profundidade do mar. Em alto-mar as ondas passam quase despercebidas, apesar de viajarem com a velocidade
de um avião, pois são ondulações suaves, de amplitude pequena, mas comprimento de onda de centenas de
metros. Ao se aproximar do litoral, onde o mar é mais raso, a velocidade diminui para 50-70 km/h, e a massa de
água deslocada pelo terremoto se avoluma, aumentando a amplitude e diminuindo o comprimento da onda. Este
acúmulo de energia em uma zona bem mais restrita propulsiona esta massa de água contra a costa, provocando
destruição e a inundação da região costeira por centenas de metros terra adentro (Figura 13 ).
Tsunamis são mais frequentes nos oceanos Pacífico e índico por causa da intensa atividade sísmica das zonas
de subducção no chamado Cinturão de Fogo do Pacífico e na borda leste do oceano índico. Terremotos no Alaska
em 1946 e no sul do Chile em 1960, por exemplo, geraram ondas que causaram destruição e muitas mortes,
várias horas mais tarde a milhares de quilômetros de distância, no Havaí, como semelhantemente em Sri Lanka,
índia, Tailândia e África Oriental após o terremoto de Sumatra em dezembro de 2004.
Existe, já há algum tempo, um sistema de alerta para tsunamis no Pacífico envolvendo 26 países, com bases:
1) no processamento de dados sísmicos pela rede mundial de estações sismológicas para determinar rapidamente
epicentro, magnitude e orientação da falha geológica de cada sismo; 2) no modelamento matemático de possíveis
tsunamis, em tempo real, a partir desses dados e registradas por sensores no fundo oceânico. Infelizmente, a
inexistência de sistema semelhante para o oceano índico resultou no saldo de morte e destruição sem precedentes
do tsunami de dezembro de 2004. Atualmente, este sistema deverá ser instalado.

Figura 13

Vulcanismo

O magma pastoso presente no interior da Terra ainda hoje continua a se esfriar lentamente,
solidificando-se. Os gases liberados nesse processo acumulam-se e pressionam a crosta até rompê-la
nas partes menos resistentes. Vulcanismo é a atividade de expulsão do material magmático do interior
para a superfície. Vulcão é a montanha formada a partir das erupções, com uma cratera pela qual saem
lavas (material magmático em estado de fusão), fragmentos de rochas, cinzas, gases e vapores. O
material vulcânico que se acumula na superfície forma o chamado relevo vulcânico ou relevo postiço,
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que geralmente tem forma de cone e altura muito variável. Os vulcões que entram constantemente em
erupção são denominados ativos e os que se encontram sem atividade são denominados extintos. A maioria
dos vulcões localiza-se nas bordas das placas tectônicas, principalmente ao longo das costas
oceânicas, sendo menos comum a ocorrência no interior dos continentes.

Vulcanismo no Brasil

Atualmente não existem vulcões ativos no Brasil.


Entretanto, em épocas geológicas passadas, o país foi
palco de diversas atividades vulcânicas. A mais recente
ocorreu na Era Cenozóica (Terciário), levando à
formação de ilhas oceânicas, tais como Trindade,
Fernando de Noronha, São Pedro e São Paulo. Observe estas
áreas na figura 11.13.

Na Era Mesozóica a atividade vulcânica foi muito intensa


no Brasil, destacando-se as seguintes ocorrências:

➢ o em Poços de Caldas e Araxá (MG), São Sebastião


(SP), Itatiaia e Cabo Frio (RJ) e Lajes (Sc);
➢ na Região Sul houve um dos maiores derrames
basálticos do mundo, abrangendo uma área de 1
milhão de km2, que vai desde estado de São Paulo
até o Rio Grande do SuL, onde diversas
manifestações podem ser observadas na região de
Torres, tais como as belíssimas falésias basálticas.
;
➢ nos planaltos e chapa das da Bacia do Paraná os
derrames basálticos que ocorreram deram origem
ao fértil solo terra roxa;
➢ em algumas áreas da Bacia Amazônica também
houve atividades vulcânicas.

Abalos sísmicos ou terremotos

São movimentos naturais da crosta terrestre que se propagam através de vibrações. Podem ser percebidos
diretamente pelas pessoas ou por meio de instrumentos especiais, os sismógrafos, que captam as ondas sísmicas.
Anualmente registram-se em média 1 milhão de abalos sísmicos, dos quais cerca de 5 mil são perceptíveis pelo ser
humano e vinte a trinta produzem efeitos danosos.
Os fatores que mais influem na intensidade dos terremotos são: a distância entre o local de origem do
terremoto dentro da crosta ou foco (hipocentro) e o local onde ele se manifesta na superfície (epicentro), e a
heterogeneidade das rochas. Quanto maior a distância, menor a intensidade, e quanto mais resistente as rochas,
menores os danos. Atualmente, a escala mais utilizada para medir a intensidade dos abalos sísmicos é a Escala
Richter, que mede a quantidade de energia liberada em cada terremoto.
Cada estágio na escala Richter corresponde a um aumento de dez vezes na amplitude das ondas de superfície
e a 32 vezes na quantidade de energia liberada. Um terremoto com uma magnitude 6,5 na escala Richter libera,
aproximadamente, 32 vezes mais energia que um terremoto com magnitude de 5,5; e cerca de 1.000 vezes mais
energia que um tremor de magnitude 4.5 (10 x 10 x 10 = 10 3).
No final do século XIX, antes que Richter inventasse sua escala de magnitude, os sismólogos e os engenheiros
de terremotos desenvolveram métodos para estimar a intensidade do tremor de sismos diretamente a partir dos
efeitos destrutivos de um evento. A escala de intensidade Mercalli, em homenagem a Giuseppe Mercalli, o cientista
italiano que primeiro a propôs, em 1902, é uma escala que atribui um valor, dado como um numeral romano de I
a XII, à intensidade do tremor em um determinado local. Por exemplo, num local onde um terremoto só é
levemente sentido por poucas pessoas é atribuído o valor II, enquanto em um local onde ele foi sentido por quase
todos é dada uma intensidade de V. A descrição atribuída ao maior valor, XII, é concisamente apocalítica: Estrago
total.
Os efeitos dos terremotos sobre o relevo podem ser de grandes proporções. Normalmente provocam
deslizamentos, desmoronamentos, formação de fendas no solo, entre outros. A ocorrência de terremotos está
ligada a três tipos de causas: desmoronamentos internos, vulcanismo e tectonismo.

- Desmoronamentos internos: O desmoronamento de camadas de rochas no interior da Terra costuma provocar


terremotos geralmente locais e de pequena intensidade. No Brasil, esse tipo de tremor de terra tem sido
registrado de forma esporádica nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Ceará. Às
vezes, os terremotos são provocados também pela acomodação das camadas de sedimentos, devido ao seu
próprio peso. Este parece ser o caso de alguns tremores ocorridos na cidade de São Paulo.

- Causas vulcânicas: São explosões internas ou acomodações de materiais nos bolsões ou vazios que surgem
após a expulsão do magma do interior da Terra. Os terremotos provocados por essas causas costumam ser
também de pequena intensidade.
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- Causas tectônicas: Nas bordas das placas tectônicas é que ocorrem os maiores e mais violentos terremotos.
Verifica-se uma grande coincidência entre a localização dos terremotos e as áreas vulcânicas e tectônicas. Cerca
de 42% dos epicentros situam-se no Círculo de Fogo do Pacífico, 25% nos Alpes, Apeninos, Atlas e Himalaia e 23%
nas regiões de falhas, como os Bálcãs e a África Oriental.

Glossário

Pangéia: Um supercontinente que coalesceu ao fim da Era Paleozóica e reunia todos os continentes atuais. A
ruptura da Pangéia começou no Mesozóico. Como se pode inferir a partir dos dados paleomagnéticos, entre outros.
expansão do assoalho oceânico: (seafloor spreading) Mecanismo pelo qual é criado um novo assoalho oceânico
ao lonfo do rifte e da crista de uma dorsal mesoceânica à medida que as placas adjacentes se separam uma da
outra. A crosta separa-se ao longo do rifte e o novo assoalho oceânico se forma. À medida que a nova crosta
ascende para dentro dessas fraturas, o novo fundo oceânico expande-se lateralmente para longe do rifte e é
substituído por uma nova crosta ainda mais nova, em um processo contínuo de geração de placa.
centros de expansão: (spreading center) Área que circunda uma dorsal mesoceânica onde a nova crosta está
sendo formada por expansão do assoalho oceânico.
subducção: O afundamento de uma placa oceânica, sob outra placa, em um limite convergente de placas. A placa
que cavalga pode ser oceânica ou continental.
arco de ilhas: Uma cadeia de ilhas vulcânicas linear ou em forma de arco, formada no assoalho oceânico, em um
limite convergente de placas. As ilhas formam-se na placa cavalgante, a partir de magma ascendentes derivados
da placa subduzida e da astenosfera, localizada acima daquela.
falha transformante: (transform fault) Uma margem de placa na qual as placas deslizam uma em relação à
outra e onde não há nem criação nem destruição de litosfera. O deslocamento relativo ocorre ao longo da falha
sob forma de deslizamento entre as placas adjacentes.
rifte: derivado do inglês rift, significando “brecha, fenda”, está dicionarizado em Suguio (1998 Dicionário de
Geologia) e no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, sendo equivalente a “vale de afundamento” ou, também,
“vale de desabamento tectônico”
dorsal: O termo mid-atlantic ridge têm sido tradicionalmente traduzido em português como “dorsal
mesoatlântica”, embora, também seja encontrado como “cadeia” ou “cordilheira”. Deu-se preferência ao termo
“dorsal” aos demais termos, embora não de todos errôneos, por ser de uso mais antigo e por designar de forma
menos ambígua uma feição exclusiva do assoalho oceânico e muito distinta das cadeias e cordilheiras continentais
e mesmo de outras elevações submarinas. Além disso, o vocábulo inglês ridge denota ao mesmo tempo “crista” e
“sulco”, sendo bem apropriado para designar uma elevação que em seu centro tem duas cristas separadas por um
vale em rifte. Porém, o mesmo não ocorre com seus possíveis correlatos em português, “cadeia” ou “cordilheira”,
que não designam vale de afundamento, mas, pelo contrário, sucessão extensa de montanhas.
Paleomagnetismo: Magnetização remanescente gravada em rochas antigas; permite a reconstrução do campo
magnético antigo da Terra e das posições dos continentes e supercontinentes.

Textos e imagens extraído de:

➢ Para entender a Terra/Frank press...[et. Al.]; tradução Rualdo Menegat...[et.al.]. – 4. ed. – Porto Alegre:
Bookman, 2006. capítulo 2.
➢ Decifrando a Terra/organização Wilson Teixeira...[et. Al]. – São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
Capítulo 3
➢ Geografia série Brasil – José W. Vesentini – Ensino Médio / Volume único – São Paulo: Editora Ática. 2003.
figura 12
➢ Fundamentos da Oceanografia / Tom Garrison. – São Paulo : Cengage Learning, 2010-tradução da quarta
edição norte americana – Texto sobre Hot Spot – página 61(adaptada)
➢ A deriva dos continentes / Samuel Murgel Branco, Fábio Cardinale Branco – 2.ed.reform – São Paulo :
Moderna, 2004 – (Coleção Polêmica)
➢ Minerais, minérios, metais: de onde vêm?, para onde vão?/ Eduardo Leite do Canto – 2. ed. Reform
– São Paulo: Moderna, 2004 – (Coleção Polêmica)

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