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GÉNESE E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA

TEORIA DA DERIVA DOS


CONTINENTES
Desde cedo o Homem tentou explicar
a origem da Terra e as grandes
estruturas da sua superfície,
nomeadamente os oceanos e as
montanhas

Nos séculos XVII e XVIII, surgiram


diversas explicações, as quais se
articulavam com a interpretação de
textos sagrados sobre a origem da
Terra, numa sociedade profundamente
religiosa

A moderna geologia nasce no início do


século XIX, quando vários cientistas
começam a realizar sistemáticas e
detalhadas observações em rochas e
fósseis.
A dinâmica terrestre explicada por
contraccionistas e permanentistas (período
pré-wegeriano)

1596, o cartógrafo alemão Abraham


Ortelius salientou a complementaridade Na época, e até ao século XIX,
no contorno das Américas, da Europa e da os relevos terrestres eram
África e concluiu, no seu trabalho interpretados à luz dos textos
Thesaurus Geographicus, que estes sagrados e justificados pela
continentes, no passado, estiveram juntos ocorrência de grandes
e separaram-se devido a grandes catástrofes naturais
catástrofes naturais, como terramotos e
inundações
Catastrofismo
No século XVII, foram propostas por A. Werner as ideias do Catastrofismo.
Para este cientista a superfície terrestre sofreu grandes catástrofes, tais como
erupções vulcânicas, sismos e inundações, interpretadas como manifestações
da intervenção divina.

É importante salientar que nessa época, a Igreja desempenhava um papel


importante na sociedade e dessa forma a teoria referida não se opunha com a
interpretação bíblica da origem da Terra.
No séc. XVIII, (1785) James Hutton, um geólogo Escocês, ao defender que "...o presente
é a chave para o passado..." propõe a primeira teoria verdadeiramente científica da
geologia, a "Teoria do uniformismo".

que as forças e processos geológicos que actuam


sobre a Terra
no presente são os mesmos que actuaram no seu
passado geológico

A teoria do Uniformitarismo considerava que os movimentos


tectónicos actuavam de uma forma gradual, o que
contrariava as ideias Catastrofistas propostas por A. Werner .

No entanto, esta teoria não justificava como é que esses fenómenos


podiam ser lentos e graduais, face ao pequeno tempo geológico da Terra,
estabelecido pelos relatos Bíblicos. Por essa razão esta teoria foi colocada
um pouco de parte, uma vez que era muito “avançada” para a altura que
foi criada.
Apenas no início do século XIX, após
um longo período de coexistência das
duas teorias, surgiram os trabalhos de
Charles Lyell - “Princípios da
Geologia”. Os trabalhos de Lyell
tiveram grande influência perante a
corrente Uniformitarista, uma vez
que foram lançadas as bases da
Geologia moderna e o tempo
geológico foi alargado para várias
centenas de milhões de anos.
Apesar das perspectivas defendidas por Hutton e Lyell serem
revolucionárias, não contemplavam na sua concepção a ocorrência
de alterações dinâmicas profundas no planeta. De facto, apesar de
tudo, tanto Hutton como Lyell, e ainda outros geólogos influentes
à época, encontravam-se impregnados de ideais conservadores.

A conduta científica destes investigadores era, apesar de tudo,


regida por ideais "fixistas", o que fazia com que defendessem
uma intransigente corrente de pensamento "permanentista",
defendia que a distribuição dos oceanos e
dos continentes se manteve constante ao Permanentismo
longo dos tempos geológicos

No século XVII, Francis Bacon analisa o contorno de


alguns continentes e constata que existiu uma certa
concordância entre as linhas de costa da África e da
América do Sul.

defendia, baseando-se na
As ideias defendidas por Bacon só morfologia da linha de costa de
voltaram a surgir em meados do século alguns continentes, que teria

XIX, através de Cuvier, numa linha de ocorrido uma movimentação


lateral das massas continentais,
pensamento Fixista designada por
devido a uma progressiva
“Contraccionismo”.
contracção da Terra.
A teoria Contraccionista considerava que, à medida que decorria o
arrefecimento e solidificação da Terra, diminuía o seu volume, o que conduziu a
uma contracção.

Possivelmente, esta contracção deveria ter começado após a solidificação da


Terra, de tal forma a que, ao reajustar-se à diminuição do volume do globo, a
superfície terrestre teria sofrido enrugamentos, explicando as formações
orogénicas existentes no globo terrestre.

Apesar de admitir possíveis movimentos laterais para os continentes,


continuava a considerar, tal como as ideias “Permanentistas” defendidas por
Lyell, posições fixas para os oceanos e para os continentes.
a Terra, inicialmente quente e incandescente, entrou num processo
gradual de arrefecimento e de contracção
Em 1858, Snider-Pellegrini evidencia a semelhança existente entre a flora
fóssil de uma camada de carvão que aflora quer nos Estados Unidos quer na
Europa

os continentes, hoje
separados pelo
Oceano Atlântico, no
passado tinham
estado em contacto e,
posteriormente,
tinham-se separado
Em 1880, Eduard Suess, contraccionista e catastrofista convicto, defendeu a ideia de
que a África, a América do Sul, a Austrália e a Índia fizeram parte de um mesmo
continente, o qual denominou Gondwana.

Suess, apoiando-se na “Teoria


Contraccionista” propunha que o
arrefecimento gradual e contínuo da
Terra, teria originado movimentos
regulares da Crosta mas que movimentos
violentos, poderiam determinar a
ocorrência de movimentos catástrofes em
certos momentos da história geológica.
propôs, no início do século
XX, um modelo da
estrutura interna da Terra
em três camadas

um núcleo de níquel e ferro que ele


designou NIFE;

uma camada intermédia de silício e


magnésio, o SIMA;

e uma fina camada externa de silício e


alumínio, o SIAL. 
Por outro lado, em 1909, John Joly colocou em causa as teorias defendidas
pelas perspectivas contraccionistas. Através de provas irrefutáveis, Joly
constatou que a Terra não deveria estar a arrefecer continuamente por perda
do seu calor interno.

No entanto, a Teoria Contraccionista começou a ser posta em causa com o


início de um período de controvérsia entre a Biologia e a Geologia.

Charles Darwin, foi um grande impulsionador, uma vez que a partir de


trabalhos de pesquisa realizados por si a nível mundial, propôs uma ligação
entre os continentes, que justificava a evolução das diferentes formas de vida.
Desta forma, surgiu uma corrente de
pensamento que se encontrava até então Teoria das Pontes
no esquecimento: Continentais

Com base na existência de uma certa afinidade relativamente a fósseis


de animais e de plantas entre o continente africano e o continente
americano, nomeadamente a América do sul, constatou-se que os
actuais continentes teriam estado ligados entre si por grandes massas
terrestres - pontes continentais que desapareceram por imersão. Esta
teoria defendia também a movimentação vertical de algumas massas
terrestres, mas não explicava a origem desses movimentos e a
imersão das massas continentais.
Baseando-se nas ideias referidas anteriormente surgiu Taylor que, ao dedicar-
se ao estudo das cinturas orogénicas da Eurásia, avançou com a teoria de que
os continentes deslocar-se-iam das altas para as baixas latitudes, devido ao
movimento de rotação.

Somente em 1912 através de Wegener, surgiram as ideias de movimento dos

continentes, a que viriam a ser designadas por “ Teoria da Deriva dos


Continentes”.

A ideia de que os continentes não tinham mantido a mesma posição já tinha


sido introduzida por A. Ortellius, baseando-se nas linhas de costa da América
do Sul e da costa Africana.
Teoria da Deriva dos continentes
Alfred Wegener

A primeira ideia de translações continentais veio-me ao espírito em 1910.


Ao considerar o mapa do globo, fui subitamente atingido pela
concordância das costas do Atlântico, mas ao princípio não me detive,
pois achava semelhantes translações inverosímeis. No Outono de 1911,
tive conhecimento de conclusões paleontológicas que admitiam a
existência de uma antiga ligação por terra entre o Brasil e a África. Isto
levar-me-ia a fazer um exame prévio e sumário dos resultados
relacionados com o problema das translações.

in WEGENER, A., A Génese dos continentes e dos oceanos.


Teoria das Translações Continentais 
Segundo a Teoria da Deriva, os Para Wegener, os continentes
continentes - de composição siálica eram constituídos por materiais
-estiveram até dado momento unidos, pouco densos que repousavam
tendo depois derivado, sobre o fundo sobre materiais mais densos. Esta
oceânico - de composição simática - até diferença ao nível da composição e
atingirem a posição actual. da densidade permitiria aos
continentes deslocarem-se sobre
os fundos oceânicos.

 É baseado nestes pressupostos que Wegener propõe que, no


passado, os continentes actuais estiveram reunidos num único
supercontinente - a Pangea (do grego pan = toda e gea = = terra)
- rodeado por um único oceano que designou Pantalassa (do
grego pan = todo e thalassa = oceano).
Wegener apoiou a sua teoria
recorrendo a argumentos

geofísicos

geológicos

paleontológicos

paleoclimáticos
geodésicos.
Argumentos geofísicos

A Geofísica estuda os processos dinâmicos que ocorrem


no interior da Terra responsáveis pelos movimentos na
sua superfície.

No âmbito desta área de estudo, a Teoria da Isostasia veio admitir a existência


de movimentos verticais da crusta pelo que Wegener admitiu também ser
possível que os continentes se pudessem mover horizontalmente, devido à
actuação continuada de forças, ao longo dos tempos geológicos - tal como os
icebergues derivam no oceano, também os continentes derivam sobre a crusta
oceânica.
Argumentos
geológicos
Wegener observou as estruturas e formações
geológicas de ambos os lados do Oceano Atlântico
o que lhe sugeriu uma ligação anterior. A
aproximação dos continentes no mapa permitiu-
lhe verificar uma continuidade geológica ao nível
de grandes estruturas da superfície terrestre
(nomeadamente de algumas cadeias
montanhosas), ao nível da composição litológica,
bem como ao nível de estruturas de deformação,
como dobramentos. Esta continuidade sugeriu-lhe
uma formação anterior à divisão continental da
Pangea.
Argumentos
paleontológicos
Um oceano é um obstáculo intransponível para as espécies terrestres bem como
para as de água doce. A constatação da existência de fósseis destas espécies em
continentes atualmente separados constituiu um forte apoio à teoria de Wegener.
Para Wegener, as semelhanças estratigráficas e paleontológicas
identificadas em diferentes continentes estavam restritas às
épocas geológicas em que os mesmos estiveram unidos.
Argumentos
paleoclimáticos

A recolha de elementos indicadores das condições climáticas permitiram a


Wegener reconstituir climas antigos e verificar que, no passado, grandes
extensões da Terra possuíam climas muito diferentes dos atuais. De entre estes
elementos de natureza geológica, destacam-se os sedimentos finos e
grosseiros, mal calibrados e, geralmente, aglutinados - os tilitos - característicos
de zonas glaciares, bem como sulcos e estrias: provocados na superfície de
rochas por movimento de massas glaciares.
Continentes actualmente localizados no hemisfério Sul apresentam marcas de glaciação. A
fig. representa a proposta de Wegener de reconstrução e localização do Gondwana, no final
do Carbonífero – início do Pérmico.
Distribuição paleoclimática na Pangea
Argumentos
geodésicos
A Geodesia estuda a forma, o tamanho e a localização precisa de pontos na
superfície da Terra.

Os argumentos geodésicos apresentados por Wegener baseavam-se em medições


efetuadas em pontos distintos, num determinado intervalo de tempo, nomeadamente as
realizadas em duas ilhas da Gronelândia (Beer e Sabine) em expedições por ele realizadas.

Com base nestas medições, Wegener calculou uma velocidade de afastamento


entre estas duas ilhas da ordem dos 11 a 21 m/ano. Usando o mesmo princípio,
mas utilizando métodos de medição mais precisos, nomeadamente as ondas
rádio, Wegener estimou um afastamento entre a Gronelândia e a Europa da
ordem dos 20 m/ano.
Apesar destes valores terem sido mais tarde corrigidos, hoje é possível verificar-
se, através de geodesia de satélite, que a América do Norte se afasta atualmente
da Eurásia cerca de 23 mm por ano.
Críticas à Teoria da Deriva dos
Continentes

Não obstante a coerência do seu modelo e a força dos seus argumentos, a teoria de
Wegener não se conseguiu impor na comunidade científica.

A principal crítica à deriva dos continentes foi o motor proposto para explicar o
movimento dos continentes.

A reconstituição do movimento de deriva dos continentes evidenciava que estes, ao longo


dos tempos, se deslocaram rumo ao Equador numa translação em direcção a oeste.

Wegener propôs, então, dois tipos de


forças responsáveis por estes movimentos
O movimento de rotação o movimento
da Terra origina uma força continental na direcção
centrífuga que, em oeste era justificado,
conjugação com a força de por Wegener, pela
atracção gravítica, origina
força de atracção
uma força - que Wegener
exercida pelo Sol e
designou  polflucht -
pela Lua.
dirigida para o Equador,
responsável pela
deslocação, nesta
direcção, dos continentes.
No modelo de Wegener, o substrato   .   de sima, sobre o qual assentavam os
continentes, comportava-se ao longo dos tempos geológicos como um líquido
muito viscoso, permitindo a sua deriva continental por acção das forças acima
descritas.

Contudo, a quantificação destas forças revelou


magnitudes insuficientes para accionar a deriva
dos continentes
Um grande opositor da deriva continental - o reconhecido físico e matemático Harold
Jeffreys - demonstrou matematicamente que as forças sugeridas por Wegener como
responsáveis pela deslocação dos continentes teriam de ser multiplicadas a fim de
poderem desempenhar tal papel.

Os demais argumentos apresentados por Wegener também foram rebatidos.

Relativamente aos argumentos paleontológicos, os detractores da teoria


afirmavam que a ser possível a deriva a partir da fragmentação de um su-
percontinente, então seriam encontrados muitos mais exemplares fósseis
de espécies de ambos os lados do Atlântico.

Por outro lado, a flora de Glossopteris, referida por Wegener para


justificar a união dos continentes no hemisfério sul, também foi
encontrada na Sibéria, no hemisfério norte.
Em relação aos argumentos geológicos, os opositores de Wegener
defendiam que a correspondência entre as costas do Atlântico não era tão
efectiva como ele referia.

Existiram críticos que sugeriram mesmo uma distorção na forma dos


continentes e das formações montanhosas de ambos os lados do Atlântico
a fim de justificar a sua ligação no passado.

Uma questão também insistentemente colocada


foi: "Por que razão a Pangea iniciou subitamente
um processo de fragmentação?".
Quanto aos argumentos geofísicos, os críticos de Wegener contra-
argumentavam que a teoria da isostasia apenas justificava os movimentos
verticais da crusta, sendo a sua extrapolação para os movimentos horizontais
considerada abusiva.

Os argumentos geodésicos também foram alvo de refutação,


nomeadamente quanto aos diferentes valores encontrados e à fiabilidade
dos métodos utilizados, uma vez que a velocidade de transmissão das ondas
rádio depende das condições meteorológicas.
Em 1930, Wegener voltou à Gronelândia com o objetivo de esclarecer estas
ambiguidades e de confirmar o deslocamento horizontal; porém, veio a morrer
durante esta expedição.

Após a Segunda Guerra Mundial, as tecnologias desenvolvidas para operações militares


em meio marinho, como, por exemplo, a deteção de submarinos através de sonares,
foram sendo progressivamente postas à disposição da comunidade científica civil.

A descoberta do paleomagnetismo e o desenvolvimento tecnológico permitiram


intensificar a exploração oceanográfica e abriram novas perspetivas científicas sobre a
dinâmica do planeta.
Entre a data da morte de Wegener em 1930, e os primórdios de 1950, pouca luz foi
projetada sobre a hipótese da Deriva Continental.

Os primeiros cientistas interessados nesta matéria dispuseram-se a investigar as alterações


primitivas do campo eletromagnético da Terra, na esperança de compreender a natureza
do campo magnético atual.

Em 1929, o geólogo Arthur Holmes aprofundou uma das hipóteses de Wegener ao


postular que no manto terrestre ocorre conveção térmica

O material quente expande e diminui a sua


densidade, podendo ascender até à superfície.
Em contrapartida, quando arrefece, torna-se
mais denso e sofre afundamento.
Este mecanismo de aquecimento e arrefecimento podia ser responsável pelo movimento
dos continentes. Esta ideia recebeu pouca atenção na época, pois o próprio Holmes referiu
que se tratava de uma especulação e que necessitava de dados concretos para a validar.

Os desenvolvimentos tecnológicos verificados após a II Grande Guerra Mundial


permitiram explorar de uma forma mais eficaz os fundos oceânicos e obter novos dados
sobre a deriva dos continentes, nomeadamente:
 a descoberta da existência de um campo magnético terrestre, cujo pólo norte
magnético varia ao longo do tempo geológico (de positivo a negativo);

 a deteção e registo de sismos, em estações sismográficas instaladas por todo o


globo a partir de 1960, com o intuito de detetar e monitorizar testes nucleares;

 a cartografia dos fundos oceânicos e a datação das rochas, possível com o


desenvolvimento de técnicas de datação absoluta baseadas no decaimento
radioativo.
Ficha de Trabalho

Perspetiva Histórica da Deriva dos continentes


COMO ESTUDAM OS CIENTISTAS O FUNDO DOS OCEANOS?

Satélites espaciais
Submarinos

Mergulhadores
que utilizam câmaras
de vídeo Submergíveis

Sonar

Veículos-robô
12.ºAno - Geologia
Oceanografia

 O estudo da morfologia dos fundos oceânicos permitiu descobrir novas cadeias


montanhosas submersas que constituem importantes alinhamentos por todo o globo,
como por exemplo a dorsal médio-oceânica presente no Oceano Atlântico.
 Em 1962, o geólogo Harry Hess constatou que as montanhas de um dos lados do rifte
eram um perfeito espelho das que existiam do outro lado. As cadeias montanhosas
contrastavam com as planícies abissais, que se caracterizavam por serem profundas e
planas.
 A existência de ilhas vulcânicas na proximidade dos riftes e das fossas oceânicas
permitiu estudar as rochas vulcânicas expelidas pelos vulcões. Com base nestes
estudos, Hess defendia a expansão da crusta oceânica ao nível dos riftes e a sua
destruição nas fossas oceânicas, originando os arcos insulares.

12.ºAno - Geologia
Morfologia do fundo oceânico (Oceanografia)

Plataforma Falha
continental transformante Rifte Planície abissal

Talude
continental Dorsal médio-oceânica Fossa oceânica
12.ºAno - Geologia
Plataforma Continental

Talude continental
Domínio continental:
Plataforma Parte da crosta continental que se prolonga até profundidade 200m,
continental
prolongando o continente sob o mar.

Talude Zona de grande declive acentuado que se segue à plataforma continental cuja
continental
profundidade está compreendida entre 200 e 2500 metros e que estabelece a
transição da crosta continental para crosta oceânica.

12.ºAno - Geologia
Falha Rifte
Dorsal oceânica
transformante

Planície Abissal Fossa oceânica

Dorsal Oceânica Domínio oceânico


Situa–se a meio do fundo oceânico, na planície abissal . São cadeias de montanhas
submarinas que se elevam até 2000 a 3000 metros acima das planícies oceânicas. Na
parte central das mesmas existem os riftes. São cortadas transversalmente por
Falhas Transformantes.

Planície Abissal São vastas zonas planas de um e do outro lado das dorsais oceânicas cuja
profundidade está compreendida entre 2500m e 6000m. Nestas podemos encontrar
depressões: as fossas oceânicas.
Paleomagnetismo
A Terra possui um campo magnético, comportando-se como um íman gigante. Uma das
explicações mais aceites para a origem deste magnetismo deve-se ao facto de os
materiais (ferro e níquel) existentes no núcleo externo estarem em rotação. Este
movimento produz uma corrente elétrica responsável pela existência do campo
magnético terrestre. Esta propriedade magnética é responsável pela orientação de todos
os objetos magnetizáveis, como por exemplo as bússolas, no sentido do pólo norte

magnético. Teoria do Dínamo

Quando o pólo norte Quando o pólo norte magnético

magnético está perto do sofre uma inversão de

pólo norte geográfico polaridade e passa a apontar


para Sul ocorre uma

anomalia positiva ou normal


anomalia negativa ou inversa
12.ºAno - Geologia
Alguns minerais sofrem magnetização quando
se formam. Na magnetite, mineral rico em
ferro e comum nas rochas basálticas, as
partículas magnéticas alinham-se
paralelamente ao campo magnético quando a
temperatura desce abaixo dos 580°C.

Com o abaixamento progressivo da


temperatura os minerais deixam de sofrer
magnetização, mantendo a orientação
magnética do momento da sua formação. Esta
propriedade é essencial para estudar o
paleomagnetismo.
12.ºAno - Geologia
 A presença de minerais magnetizáveis torna os basaltos importantes para o estudo do
paleomagnetismo dos fundos oceânicos.

 O registo do magnetismo presente nas rochas só foi possível com o desenvolvimento de


aparelhos altamente sensíveis para detetar a orientação magnética dos minerais das
rochas. Este avanço deve-se ao físico Patrick Blackett, que foi laureado com o prémio
Nobel da Física em 1948. Para além desses instrumentos, diversos navios foram
essenciais para estudar os inacessíveis fundos oceânicos.

12.ºAno - Geologia
A existência do campo magnético terrestre é demonstrada pela bússola. Podemos traçar as
direções das linhas de força com uma bússola e referenciá-las em relação ao sistema de
coordenadas da Terra, Latitude e Longitude.

Uma bússola tem um íman pequeno apoiado num eixo que pode girar livremente num
plano horizontal ou num plano vertical.

A agulha girando num plano horizontal aponta para o norte magnético. O ângulo definido
pela direção da agulha e um meridiano terrestre designa-se por ângulo de declinação
magnética.
Se a agulha da bússola puder girar livremente num plano vertical, e se se coloca
paralelamente a uma direcção XY ou ZW, então rodará até ficar paralela às linhas de força
magnética da região, definindo a inclinação magnética.

Agulha As medições do campo magnético terrestre realizam-se


Agulha de
de inclinação
inclinação
segundo as coordenadas geográficas e o plano horizontal.
1 – A TEORIA DA TECTÓNICA
12.ºAno - DE PLACAS
Geologia
1 – A TEORIA DA TECTÓNICA DE PLACAS

 •Como interagem as placas que formam a litosfera terrestre?

 • Como se distinguem os limites que existem entre elas?

 •Que relação existe entre a geomorfologia da crusta terrestre e a


mobilidade da litosfera?

 •Que relação existe entre a dinâmica litosférica e a ocorrência de


fenómenos geológicos como sismos e vulcões?
A expansão dos fundos oceânicos explica a presença de crusta de idades mais
recentes na proximidade dos riftes.
12.ºAno - Geologia
Na proximidade das fossas oceânicas detecta-se a presença da crusta oceânica mais
antiga, cuja idade pode atingir os 180 M.a.
Grandes falhas formam
uma rede global que
divide a litosfera
terrestre em placas
litosféricas.

Limite divergente Limite Limite


convergente transformante 12.ºAno - Geologia
A Teoria da Tectónica de Placas

Dorsal
oceânica
Cadeias montanhosas de
Fossa
milhares de km de
oceânica
comprimento, dispostas ao
Depressões longo dos fundos oceânicos. Planície Vastas zonas
estreitas e A parte mais elevada pode abissal planas.
muito apresentar um profundo
profundas. vale-o rifte.

Carta dos fundos oceânicos


A TEORIA DA TECTÓNICA DE PLACAS PERMITE EXPLICAR:

O movimento das placas litosféricas à superfície do globo.

O padrão dos fenómenos vulcânicos e sísmicos, bem como a sua variação ao longo do
tempo, em resultado da modificação dos limites de placas.

A formação de novos oceanos, por instalação de um rifte, bem como a sua evolução para
bacias sedimentares de dimensões variáveis.

O fecho dos oceanos, num quadro tectónico de limite convergente, em que os materiais
rochosos sofrem intensa deformação, originando montanhas.

12.ºAno - Geologia

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