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UFMG - IGC

Departamento de Geologia
Prof. Jarbas Dias

Tectônica de placas
A similaridade entre as formas dos
continentes

Já havia um fascínio com a semelhança entre as formas das


costas oeste da África e leste da América do Sul. O primeiro a
notar a similaridade e sugerir uma antiga separação foi
Abraham Ortelius em 1596.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Theatrum orbis terrarium - 1570
Teatro do mundo
O estudioso e geógrafo flamengo Abraham Ortelius
(1527-1598) publicou a primeira edição de seu Theatrum
orbis terrarum (Teatro do mundo) em 1570. Contendo 53
mapas, cada um com um comentário detalhado, ele é
considerado o primeiro verdadeiro atlas no sentido
moderno: uma coleção de folhas de mapas uniformes e
acompanhadas de texto formam um livro para o qual as
chapas de impressão de cobre foram especificamente
gravadas. A edição de 1570 foi seguida por edições em
latim, holandês, francês, alemão e espanhol, com um
número cada vez maior de mapas. Não se sabe quem
gravou ou imprimiu os mapas, mas para imprimir as
partes tipográficas do atlas, Ortelius contratou uma série
de impressores da Antuérpia: inicialmente Aegidius
Coppens van Diest, seguido por Aegidius Radeus em
1575 e, em 1579-1589, Christopher Plantin (1520-1589).
A figura ao lado exibe a edição francesa de 1587, que
contém os mesmos mapas da edição latina de 1584
Fonte:
https://www.wdl.org/pt/item/8978/
Mapa mundi – Ortelius
A similaridade entre as formas dos
continentes
Em 1620, Francis Bacon também comentou sobre esta
semelhança.

Em 1668, Placet relacionou a separação das Américas com o


dilúvio de Noé. Postulou que, antes do dilúvio a Terra era única
e indivisível e que as Américas foram formadas pela conjunção
de ilhas flutuantes ou separadas da Europa e da África, pela
destruição de uma massa de Terra preexistente, Atlantis.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


A similaridade entre as formas dos
continentes
No séc. XVI – as linhas de costa ocidental e oriental do
oceano Atlântico pareciam se encaixar. No entanto a
significância dessa observação não foi totalmente
percebida até o séc. XIX quando o encaixe geométrico
das bordas continentais foi considerado como o
principal fator de evidência na construção da deriva
continental.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


A similaridade entre as formas dos
continentes
Nos séc. XVII e XVIII, a Geologia então desenvolvida por
clérigos e teólogos, achavam que a ocorrência de fósseis
marinhos e sedimentos aquaticos em terras altas eram
explicáveis pelo dilúvio biblico e outras catástrofes.

Humbolt – documentos datados de 1801 e 1845, notou


semelhanças geométricas e geológicas entre as margens
opostas do Atlântico mas especulou que o Atlântico foi
formado por um evento catastrófico: “um fluxo de águas
revoltas, dirigido primeiro para o nordeste, depois para o
noroeste e depois de volta para o nordeste.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


A similaridade entre as formas dos
continentes
1858 – Snider fez as mesmas observações mas postulou o
termo “drift” (deriva) relacionando-o a catastrofismos
múltiplos – o Dilúvio sendo a última grande catástrofe.

Sec. XIX – substituição gradual do termo catastrofismo pelo


uniformitarismo - James Hutton - Os processos lentos que
ocorreram na, sobre e abaixo da superficie da Terra tem
atuado ao longo do tempo geológico dando forma a superfície
atual. Um conceito uniformitarista da deriva foi sugerido por
Taylor em 1910 e Wegener em 1912. Considerou-se que ocorre
deriva hoje e que vem ocorrendo ao longo dos últimos 100-200
Ma da história da Terra.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Evidências da deriva continental

➢ Encaixe geográfico
➢ Similaridades geológicas das idades das rochas
➢ Orientações das estruturas geológicas
➢ Fósseis
➢ Dados climatológicos
➢ Similaridades na evolução de animais e plantas dos
diferentes continentes até a fragmentação. Após isso
seguiram caminhos evolutivos divergentes devido ao
isolamento e as mudanças ambientais
As provas da deriva dos continentes

Argumentos geométricos

É a similaridade das formas


existentes entre as costas da África e
da América do Sul que permite um
encaixamento quase perfeito dos
dois continentes

Fonte: Principios de Geologia – Pomeraol et al. (2013)


As provas da deriva dos continentes
Argumentos
geológicos
Existem na África e na
América do Sul núcleos
de rochas muito antigas
(+ 2 G.a). Se
aproximarmos os dois
continentes é possivel
observar uma
concordância das
estruturas.

Fonte: Principios de Geologia – Pomeraol et al. (2013)


As provas da deriva dos continentes
Argumentos
paleontológicos
As faunas e floras
continentais da América do
Norte e da Europa, da
América do Sul e da África e
enfim da Australia, África
do Sul, India e Patagônia
apresentam grandes
similaridades até o começo
do Mesozoico (251 – 145
M.a), diversificando-se em
seguida.

Fonte: https://www.nationalgeographic.org/encyclopedia/continental-drift/
: Principios de Geologia – Pomeraol et al. (2013)
Fósseis de Mesosaurus com idade de 300 milhões de anos
As provas da deriva dos continentes
Argumentos climaticos
No final do Paleozóico (542 –
251 M.a.) originaram-se
depósitos glaciais que são
encontrados na América do Sul
e Australia. No mesmo periodo,
no leste da América do Norte,
norte da Europa e nordeste da
África predominava um clima
equatorial com o
desenvolvimento de
samambaias em terrenos
carbonosos. Em relação a
posição atual dos continentes,
a distribuição desses dois tipos
de depósitos sedimentares é
totalmente aberrante. Fonte: Principios de Geologia – Pomeraol et al. (2013)
A teoria daDeriva continental
Por quase 200 anos, os geólogos desenvolveram diversas teorias
tectônicas para descrever a formação de montanhas, o vulcanismo
e outros processos que formam feições geológicas na superfície
terrestre.

Nenhuma teoria conseguia isoladamente explicar de modo


satisfatório toda a variedade de processos geológicos.

No séc. XIX – geólogo Eduard Suess - afirmou que os continentes


atuais formaram outrora um único continente gigante chamado
Gondwana. Obra em quatro volumes – “A face da Terra” (1883-
1909) ou ainda “A origem dos Alpes” (1857).
A deriva continental das placas
A Deriva continental
1915 – Wegener – escreveu um livro (A origem dos
continentes e oceanos – Die Entstehung der Kontinente
und Ozeane). Baseava-se nas similaridades entre as
rochas, nas estruturas geológicas e nos fósseis dos lados
opostos do Atlântico.

Postulou um supercontinente que denominou de


Pangeia ha cerca de 300 milhões de anos que se
fragmentou nos continentes atuais.
A deriva continental
Vários de seus argumentos estavam errados:

• Estimativa de taxa de deriva entre e


Groenlândia e a Europa estava errada quanto
a magnitude
• Falta de um mecanismo razoável para explicar
os movimentos continentais
• Wegener sugeriu que a deriva continental
ocorreu em resposta a força centrípeta
experimentada pelos continentes devido á
rotação da Terra. Cálculos simples mostraram
que as forças exercidas por esses mecanismos
eram muito pequenas.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


A deriva continental

Nov/1926 - a teoria da deriva


continental foi decisivamente rejeitada
pela influente Associação Americana de
Geólogos de Petroleo. E isso parecia
encerrar a questão.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
A descoberta da Teoria da Tectônica
de placas

As idéias básicas da tectônica de placas foram reunidas


como uma teoria unificada da Geologia há mais ou
menos 50 anos. A síntese começou muito antes com o
reconhecimento das evidências da deriva continental.
Expansão do assoalho oceânico
Ninguém havia proposto uma força motora capaz de ter
fragmentado a Pangeia e separado os continentes.

Nova hipótese – a convecção do manto da Terra poderia empurrar


e puxar os continentes a parte formando uma nova crosta
oceânica por meio do processo de expansão do assoalho oceânico.

1928 – Arthur Holmes esteve perto de expressar as noções


modernas da deriva continetal e da expansão do assoalho
oceânico quando propôs que correntes de convecção arrastam as
duas metades do continente original com formação de montanhas
na borda onde as correntes estão descendo e desenvolvimento de
assoalho oceânico no lugar de abertura, onde as correntes estão
ascendendo.
Expansão do assoalho oceânico (cont.)
Dietz (1961) – propôs o
mecanismo de expansão dos
assoalhos oceânicos para
explicar o afastamento
continental.

A crosta separa-se ao longo


dos riftes nas dorsais
mesoceânicas e que novo
fundo oceânico forma-se
pela ascenção de uma nova
crosta quente nessas
fraturas.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Expansão do assoalho oceânico (cont.)

Hess sugeriu que os


continentes se movem em
resposta ao crescimento das
bacias oceânicas entre eles e
que crosta oceânica é criada
a partir do manto da Terra na
crista do sistema de dorsal
oceânica.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Expansão do assoalho oceânico (cont.)

Comprovação começou a
surgir como resultado da
exploração do assoalho
oceânico após a II Guerra
Mundial.

Mapeamento da Dorsal
Mesoatlântica

Vales profundos em forma de


fendas
Expansão do assoalho oceânico (cont.)
Perfil topografico no assoalho oceânico – Marie
Tharp
Apesar de todas as expedições em alto
mar e amostras retiradas do fundo do mar
nos últimos 100 anos, sabemos muito
pouco sobre as profundezas do oceano.

Tsunamis começam com terremotos sob


ou perto do fundo do oceano. O fundo do
mar fornece habitat para peixes, corais e
várias comunidades, por ex. de crustáceos
e outros organismos. Sua topografia
controla as correntes que distribuem o
calor, ajudando a regular o clima da Terra.
Fonte: https://energytoday.energysociety.org/mapping-the-seas.html
Perfil topografico no assoalho oceânico – Marie
Tharp
Marie Tharp criou mapas que mudaram a
forma como as pessoas imaginam dois terços
do mundo. A partir de 1957, Tharp e seu
parceiro de pesquisa, Bruce Heezen,
começaram a publicar os primeiros mapas
abrangentes que mostravam as principais
características do fundo do oceano –
montanhas, vales e fossas.

Bem na década de 1950, muitos cientistas


admitiam que o fundo do mar era
inexpressivo. Tharp mostrou que este era
acidentado e que grande parte dele estava
disposto de maneira sistemática. Fonte: https://energytoday.energysociety.org/mapping-the-
seas.html
Perfil topografico no assoalho oceânico – Marie
Tharp
Suas imagens foram fundamentais para o desenvolvimento da teoria das
placas tectônicas. Tharp identificou montanhas e um vale de fenda no
centro do Oceano Atlântico, onde os dois continentes poderiam ter sido
separados.

Tharp marcou linhas de latitude e longitude. Então ela marcaria


cuidadosamente por onde o navio havia viajado. Em seguida, ela leria a
profundidade em cada local no perfil do sonar, marcaria na trilha do navio
e criaria seu próprio perfil condensado, mostrando a profundidade do
fundo do oceano versus a distância que o navio havia percorrido.

Uma de suas importantes inovações foi criar esboços que descrevem


como seria o fundo do mar. Esses esboços facilitaram a visualização da
topografia do fundo do oceano e a criação de um mapa fisiográfico.
Fonte: https://energytoday.energysociety.org/mapping-the-
seas.html
Perfil topografico no assoalho oceânico – Marie
Tharp
O traçado cuidadoso de Tharp de seis perfis de leste a oeste através do
Atlântico Norte revelou algo que ninguém jamais havia descrito antes:
uma fenda no centro do oceano, com quilômetros de largura e centenas
de metros de profundidade.

Tharp sugeriu que era um vale de rift – um tipo de longo vale que se sabia
existir em terra. Heezen chamou essa ideia de “conversa de garotas” e
disse a Tharp para recalcular e reescrever. Quando ela o fez, o vale do rift
ainda estava lá. Outro assistente de pesquisa estava traçando locais de
epicentros de terremotos em um mapa do mesmo tamanho e escala.
Comparando os dois mapas, Heezen e Tharp perceberam que os
epicentros do terremoto caíram dentro do vale do rift. Essa descoberta foi
fundamental para o desenvolvimento da teoria das placas tectônicas:
sugeria que o movimento estava ocorrendo no vale do rift e que os
continentes poderiam estar se afastando Fonte: https://energytoday.energysociety.org/mapping-the-
seas.html
Perfil topografico no assoalho oceânico – Marie
Tharp
Em 1959, a Geological Society of America publicou “ The Floors of the
Oceans: I. The North Atlantic ” de Heezen, Tharp e Ewing, diretor do
Observatório Lamont, onde trabalhavam.

Continha os perfis oceânicos de Tharp, ideias e acesso aos mapas


fisiográficos de Tharp. Alguns cientistas acharam o trabalho brilhante, mas
a maioria não acreditou. O explorador francês Jacques Cousteau estava
determinado a provar que Tharp estava errada. Navegando a bordo de seu
navio de pesquisa, o Calypso, ele cruzou propositalmente a dorsal meso-
atlântica e baixou uma câmera de filme subaquática. Para surpresa de
Cousteau, o filme mostrou que existia um vale de rift.

Fonte: https://energytoday.energysociety.org/mapping-the-
seas.html
Perfil topografico no assoalho oceânico – Marie
Tharp

Fonte: https://energytoday.energysociety.org/mapping-the-
seas.html
Perfil América - Europa
Cadeia mesoceânica
Teoria da Tectônica de placas
A combinação do conceito de falhas transformantes com a
hipótese de expansão do fundo oceânico levou a construção da
teoria das placas tectônicas. Nesta teoria, a litosfera é dividida em
uma rede de blocos interligados chamados de placas. Os limites
das placas assumem três formas:

Dorsais oceânicas – marcam os limites onde as placas são


divergentes. Magma resurge entre as placas em separação dando
origem a nova litosfera oceânica

Fossas – marcam os limites onde duas placas estão convergindo


pelo mecanismo da litosfera oceânica de uma das placas senso
subductada por sob a outra, eventualmente para ser reabsorvida
no manto.
Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)
Teoria da Tectônica de placas

Falhas transformantes – são marcadas por movimentos


tangenciais em que as placas adjacentes em movimento relativo
não sofrem destruição nem construção.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Teoria da Tectônica de placas
A litosfera, camada mais externa, rígida e resistente da Terra é
fragmentada em cerca de 12 placas que deslizam, convergem ou
se separam umas em relação as outras á medida que se movem
sobre a astenosfera, menos resistente e dúctil.

As placas são criadas onde se separam e recicladas onde


convergem em um processo contínuo de criação e destruição.

A Teoria da Tectônica de Placas descreve o movimento das placas


e as forças atuantes sobre elas.
Astenosfera / litosfera

Litosfera – camada mais resistente e mais externa da Terra,


deforma de uma maneira essencialmente elástica, composta por
crosta e manto superior.

É sustentada pela astenosfera, sendo dividida em placas, das


quais o componente crustal pode ser oceânico e/ou continental e
os movimentos relativos ocorrem na astenosfera.

Astenosfera - uma camada menos resistente que reage ao


esforço de uma forma fluida.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Litosfera e astenosfera
Mosaico de Placas
Mosaico de Placas
Expansão do assoalho oceânico (cont.)

Wilson (1965) – descreveu pela primeira vez a tectônica em


termos de placas rígidas movendo sobre a superfície terrestre.

Caracterizou três tipos básicos de limites onde as placas separam-


se, aproximam-se ou deslizam lateralmente uma em relação a
outra.
Como manter a área da superfície
constante?
A teoria da expansão dos fundos oceânicos propõe que a
litosfera oceânica é criada em dorsais mesoceânicas e é
equilibrada pela destruição complementar da litosfera
oceânica em zonas de subducção.

Falhas transformantes - locais em que não há nem criação ou


destruição da litosfera.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Litosfera - Crosta oceânica e crosta continental

A crosta oceânica é muito mais fina que a continental com uma espessura média
de 7 km enquanto a espessura média continental tem cerca de 40 km, além de ser
quimicamente diferente e estruturalmente menos complexa.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Tipos de limites de placas tectônicas
Divergentes
• Crosta oceânica
• Crosta continental

Convergentes
• Crosta oceânica / Crosta oceânica
• Crosta oceânica / Crosta continental
• Crosta continental / Crosta continental

Transformantes
• Falha transformante continental
Limite divergente I – Centro de expansão
oceânica
O limite entre placas em separação é marcado por uma dorsal mesoceânica
que exibe vulcanismo ativo, terremotos e rifteamentos causados por forças
extensionais (estiramento) que estão puxando as duas placas a parte.
Limites divergentes - oceanos

Segmento da dorsal mesoatlântica submersa. Esta dorsal é discernível no Oceano


Ártico, ao norte da Islândia e conecta-se a um sistema de dorsais mesoceânicas que
quase circunda o globo e serpenteia através dos oceanos Indico e Pacífico,
terminando ao longo da costa oeste da América do Norte.
Limite divergente II – Zona de rifteamento
continental
Fendimento de crosta
continental – a placa da
Arabia (a direita) está se
movendo para o nordeste
em relação a placa da
África (esquerda) abrindo
o Mar Vermelho. O Golfo
de Suez é um rifte falhado
que se tornou inativo há
creca de 5 milhões de
anos.
Fendimento de crosta
continental – A baixa
California, na Placa do
Pacifico, está se movendo
para o noroeste em
relação a placa da América
do Norte, abrindo o Golfo
da California entre a Baixa
California e o continente
mexicano.
Limite convergente I – as placas juntam-se e uma
delas é reciclada, retornando ao manto (a área da
placa diminui)
Uma delas desce abaixo da outra em um processo chamado subducção. A
litosfera que está em subducção afunda na astenosfera e é reciclada pelo
sistema de convecção do manto. Este encurvamento para baixo produz uma
longa e estreita fossa de mar profundo.
A medida que a placa litosférica fria desce, a pressão aumenta; a água
aprisionada nas rochas da crosta oceânica subduzida é espremida e ascende
a astenosfera acima da placa. Este fluido causa fusão do manto produzindo
uma cadeia de vulcões denominada arco de ilhas no fundo oceânico atrás da
fossa.
Limite convergente II – as placas juntam-se e uma
delas é reciclada, retornando ao manto
Se uma placa tem uma borda continental ela cavalga a placa oceânica,
porque a crosta continental é mais leve e subduz mais dificilmente que a
crosta oceânica. A borda continental fica enrrugada e é soerguida num
cinturão de montanhas aproximadamente paralelo a fossa de mar profundo.
As enormes forças de colisão e subducção produzem grandes terremotos ao
longo da interface de subducção.
Exemplo: costa oeste da América do Sul, onde a Placa Sul-Americana colide
com a Placa de Nazca. Uma grande cadeia de montanhas – Andes – eleva-se
no lado continental do limite colidente e uma fossa de mar profundo situa-se
proximo a costa.
Vulcões ativos - Nevado del Ruiz (Colômbia) matou 25 mil pessoas em uma
erupção em 1985.
Limite convergente III – as placas juntam-se
Onde a convergência de placas envolve dois continentes a subducção do tipo
oceânica pode não acontecer. As consequências geológicas são consideráveis.
A colisão das placas Indiana e Eurasiana fornece o melhor exemplo. A Placa
Eurasiana cavalga a Placa Indiana mas a India e a Ásia mantem-se flutuantes
criando uma espessura dupla da crosta e formando a cordilheira de
montanha Himalaia bem como o Planalto do Tibet. Ocorrem terremotos
violentos na crosta que está sofrendo enrrugamento.
Limite transformante – as placas deslizam
horizontalmente uma em relação a outra (a área
da placa permanece constante)
A falha de Santo André, onde a Placa Pacifica desliza
em relação a Placa Norte Americana é um ótimo
exemplo de falha transformante em continente.
Em limites onde as placas deslizam umas em relação as outras a
litosfera não é criada nem destruída. Os limites de falhas
transformantes são tipicamente encontrados ao longo de dorsais
mesoceânicas.
A falha de Santo
André, onde a Placa
Pacifica desliza em
relação a Placa Norte
Americana é um
ótimo exemplo de
falha transformante
em continente.
As plates
move past
each other...

San
Francisco
…creek beds
are offset

Los Angeles
Quando as cidades de Los Angeles e San Francisco estarão próximas uma da
outra considerando a taxa atual de movimento das placas ao longo da falha de
San Andreas?
A distância aproximada entre San Francisco e Los Angeles ao longo da falha é de
611 km. Movendo a uma taxa relativa de 3,4 cm/ano levará cerca de 16 milhões
de anos .
Mosaico de Placas
Velocidade das placas

Durante a II Guerra Mundial foram desenvolvidos instrumentos sensíveis para


a detecção de submarinos a partir de seus campos magnéticos emanados por
suas couraças de aço. Os geólogos modificaram esses instrumentos e
rebocaram em navios de pesquisas para medir o campo magnético criado por
rochas magnetizadas no fundo do mar. Descobriram então padrões regulares
na intensidade de campo magnético local.
Velocidade das placas
Velocidade das placas -II
Em muitos locais o campo magnético alternava entre valores altos e baixos
dispostos em bandas longas e estreitas chamadas de anomalias magnéticas
que eram paralelas e quase perfeitamente simétricas a crista do dorsal
mesoceânica. A detecção destes padrões entre outros confirmou a expansão
do assoalho oceânico e levaram a teoria da tectônica de placas.
Velocidade das placas -III
Ao longo do registro geológico da Terra ocorreram inumeras inversões de
polo magnético. As evidências podem ser obtidas a partir de derrames de
lavas vulcânicas. Quando lavas ricas em ferro resfriam-se em presença do
campo magnético terrestre tornam-se levemente magnetizadas segundo a
direção desse campo.
Velocidade das placas -IV
Proposta – as bandas magnéticas altas e baixas correspondiam a bandas de
rochas do fundo submarino que foram magnetizadas durante períodos
ancestrais do campo magnético normal e reverso. Quando o navio de
pesquisa estivesse sobre rochas magnetizadas na direção normal ele
registraria um campo magnetico forte ou uma anomalia positiva e quando
estivesse sobre rochas magnetizadas na direção reversa, registraria um
campo localmente mais fraco ou uma anomalia magnetica negativa
Velocidade das placas -V
Mecanismo
1. O magma fluindo do interior solidifica-se nas fraturas e torna-se
magnetizado na direção do campo magnético da época
2. Á medida que o assoalho oceânico separa-se e afasta da crista
aproximadamente metade do material magnetizado move-se para um
lado e metade para outro formando duas bandas magnetizadas
simétricas
3. Um novo material preenche as fraturas continuando o processo. O
assoalho oceânico funciona como um gravador que codifica a história de
abertura dos oceanos por meio da impressão magnética.
Velocidade das placas -VI
Cálculo
1. O limite entre a época normal de Gauss e a época reversa de
Gilbert foram datadas em 3,3 milhões de anos estando a uma
distância de 30 km da crista. Velocidade igual a 9 mm/ano
2. Placas Norte-americana e Eurasiana – afastou cerca de 60 km
em 3,3 milhões de anos . Velocidade igual a 18 mm/ano ou 18
km/milhão de ano
Velocidade de movimento das placas
Idade das rochas
Convecção no manto

Rochas são pobres condutoras de calor. A partir de


profundidades como o limite crosta-manto, rochas mantélicas
aquecidas podem ascender para camadas superficiais, liberando
seu calor e mergulhando para obter calor novamente.

A circulação de rocha aquecida é mantida pela convecção do


manto. A rocha que resfria na superficie terrestre forma a
litosfera e move-se lateralmente como uma coleção de placas
rígidas.
Convecção
Qual o limite inferior do sistema de
convecção do manto?

• Para que a tectônica de placas funcione, o material que é


consumido na zona de subducção deve ser reciclado no
manto e retornar a superficie ao longo dos centros de
expansão.
Qual o limite inferior do sistema de
convecção do manto?
• Que profundidade esse processo de reciclagem alcança
no manto?

A maior profundidade que pode ser alcançada é de cerca de 2890


km abaixo da superficie da Terra, onde um limite separa o manto do
nucleo.

O liquido rico em ferro abaixo desse limite núcleo-manto é muito


mais denso que as rochas sólidas do manto, prevenindo qualquer
intercâmbio estre as duas camadas.
Convenção total no manto

• Todo o material
das placas circula
no manto,
atingindo o limite
manto-núcleo.
Convenção estratificada no manto

A convecção poderia ser dividida


em duas camadas: um sistema do
manto superior nos primeiros 700
km de profundidade e um
sistema de manto inferior a partir
de 700 km até o limite núcleo-
manto, onde a convecção é muito
mais lenta.
Convenção estratificada no manto

Convecção estratificada - a
separação entre os dois sistemas
mantêm-se porque o sistema
superior é constituído de rochas
mais leves que as do inferior e
assim flutua no topo da mesma
maneira que o manto flutua no
nucleo.
Convenção estratificada x convecção
total do manto
Convenção estratificada x convecção
total do manto
Cientistas encontraram regiões de material mais frio no manto
profundo sob as Americas do Norte e do Sul, o leste da Ásia e em
outros locais adjacentes aos limites de placas.

Estas zonas são como extensões de placas litosféricas descendentes


e parecem ir a profundidades tão grandes como o limite nucleo
manto.

Conclusão: a reciclagem das placas ocorre por meio de convecção


total que afeta o manto inteiro, mais do que a convecção
estratificada.
Mecanismos motrizes da tectônica de
placa

A energia disponível para controlar e dirigir os movimentos


de placas é o calor gerado no núcleo e no manto que é
trazido a superficie por convecção.

Resta considerar a maneira pela qual esta energia térmica


é empregada na condução das placas litosféricas.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Mecanismos motrizes da tectônica de
placa

O manto pode ser descrito como um sólido moldável ou


ductil, sendo que o material quente do manto é capaz de
mover-se como um fluido viscoso.

O calor que escapa do interior da Terra provoca a


convecção desse material (circulação ascendente e
descendente) a velocidades de poucas dezenas de
mm/ano)

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Onde se originam as forças que movem
as placas?
Fatos
1. Placas que estão se movendo mais rápido (Pacífica, Nazca,
Cocos, Australia e India) estão em processo de subducção
ao longo de uma grande parte de suas bordas.

2. Placas que estão se movendo mais devagar (América do


Norte, América do Sul, África, Antártida e Eurasiana) não tem
porções significativas de lascas descendentes.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


O que causa o movimento das placas
tectônicas?
Essas observações sugerem que:
Hipótese 1- O movimento rápido das placas é causado pelas
forças gravitacionais exercidas pelas lascas mais antigas e frias
da litosfera (por isso mais pesadas). Significando que as placas
não são arrastadas por correntes de convecção a partir do
manto profundo mas ao invés disso, caem de volta para o
manto sob a ação do seu proprio peso.

De acordo com essa hipótese: A expansão do assoalho oceânico


é decorrente de uma ascenção passiva de material do manto
onde as placas tem sido afastadas pelas forças de subducção.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Forças na tectônica de placas

Duas forças consideradas importantes no controle da tectônica de


placas: força de puxão de uma lasca mergulhante (seta azul) e a força
de empurrão das placas operando nas dorsais mesoceânicas (seta
vermelha)
Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)
O que causa o movimento das placas
tectônicas?
Essa hipótese não explica por que então a Pangea fragmentou-se e
o oceano Atlântico foi formado.

A única porção da litosfera em subducção que atualmente está


fixada as placas da América do Norte e do Sul é encontrada nos
pequenos arcos de ilha que limitam os mares do Caribe e Scotia
que são considerados muito fracos para abrir o Atlântico.
O que causa o movimento das placas
tectônicas?
Hipótese 2 - Placas como as que estão em subducção, estão sendo
puxadas em direção aos seus limites convergentes. Por ex. à
medida que a Placa de Nazca é consumida sob a América do Sul, ela
pode fazer com que o limite de placas ao longo da fossa Peru-Chile
regrida em direção ao Pacifico, sugando a placa da America do Sul
para oeste.
O que causa o movimento das placas
tectônicas?
Hipótese 3 - A Pangeia comportou-se como um cobertor de
isolamento, impedindo que o calor deixasse o manto da Terra.
Este calor acumulado causaria a formação de protuberâncias
quentes no manto sob o supercontinente.

Estas protuberâncias soergueram a Pangeia (levemente) e foram


responsáveis por sua deriva numa espécie de “escorregamento
de solo” das suas porções situadas no topo. Essas forças
gravitacionais continuaram a controlar a expansão do assoalho
oceânico à medida que as placas deslizavam para baixo.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


O que causa o movimento das placas
tectônicas?
As forças que controlam a tectônica de placas são
manifestações da convecção do manto, no sentido de
que envolvem matéria aquecida que ascende em um
local e matéria resfriada em outro.

Há uma certeza razoável:


1) As placas exercem um papel ativo nesse sistema
2) As forças associadas com as lascas mergulhantes e
as cristas elevadas são provavelmente os fatores
mais importantes para governar as taxas de
movimento das placas.
Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)
Primeira evidência geoquímica de placas tectônicas
encontrada em cristal de 3,8 bilhões de anos

Um punhado de cristais de zircão antigos encontrados na África do Sul contém a


evidência mais antiga de subducção, um elemento-chave das placas tectônicas, de
acordo com um novo estudo publicado na AGU Advances Essas raras cápsulas do tempo
da juventude da Terra apontam para uma transição de cerca de 3,8 bilhões de anos
atrás, de uma superfície rochosa estável e duradoura para os processos ativos que
moldam nosso planeta hoje, fornecendo uma nova pista em um debate acalorado sobre
quando as placas tectônicas foram estabelecidas.

As estimativas para quando esse processo acelerou e a crosta moderna se formou


variam de mais de 4 bilhões de anos atrás a apenas 800 milhões de anos atrás. A
incerteza surge porque o registro geológico da juventude da Terra é escasso, devido ao
efeito de reciclagem da superfície das próprias placas tectônicas. Quase nada resta do
Eon Hadeano, os primeiros 500 milhões de anos da Terra.

Fonte: https://phys.org/news/2022-04-earliest-geochemical-evidence-plate-tectonics.html
Como os continentes crescem?
Ao longo da história da Terra, nova crosta foi
adicionada aos continentes a uma taxa média de 2
km3/ano.

Questão: O modo como os continentes cresceram:


• Teria sido um crescimento gradual ao longo do
tempo geológico?
• Foi concentrado na história inicial da Terra?

No sistema de tectônica de placas, dois processos


básicos trabalham em conjunto para formar a nova
crosta continental: adição magmática e acreção.
Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)
Modos de crescimento
• Adição magmática

Envolve o processo de diferenciação magmática de rochas de


baixa densidade e ricas em sílica no manto terrestre e o
transporte vertical desse material félsico e leve do manto para
a crosta.

A maior parte da nova crosta continental é originada nas zonas


de subducção, a partir de magmas formados por fusão
induzida por fluidos da placa litosférica em subducção e pelo
material do manto acima dele.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Modos de crescimento
• Adição magmática

Os magmas, que são de composição basáltica a andesítica,


migram para a superfície, acumulando-se em câmaras
magmáticas próximas a base da crosta.

Ali incorporam materiais crustais e diferenciam-se


progressivamente para formar magmas félsicos que migram
para a crosta superior formando plutons dioríticos e
granodioríticos encimados por vulcões andesiticos.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Que podem irromper Os magmas resultantes
para formar vulcões acumulam-se nas câmaras
magmáticas

A crosta oceânica A água e sedimentos fundidos ascendem


em subducção e fundem partes da placa subjacente
carrega sedimentos. Causando a fusão das rochas
Água permanece sedimentares em temperaturas mais
presa entre os baixas que a das rochas mantélicas
anidras
grãos.
A água aprisionada bem como a
água presente na estrutura cristalina
dos minerais é liberada a medida
que a temperatura aumenta
Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)
Modos de crescimento
• Acreção

É a integração do material crustal previamente diferenciado do


material mantélico em massas continentais existentes por
transporte horizontal durante movimentos de massa.

Evidências geológicas podem ser encontradas nas margens da


América do Norte. No Pacífico noroeste e no Alasca, a crosta
consiste em uma amalgamação de fragmentos estranhos –
arcos de ilhas, montes submarinos (vulcões submersos
extintos) e remanescentes de planaltos basálticos, cadeias de
montanhas antigas e outros fragmentos da crosta continental.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Acreção

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Acreção de um fragmento flutuante para
o continente
Um fragmento crustal flutuante é
carregado em direção a uma zona
de subducção

O fragmento crustal é mais leve que


a litosfera subductante, então não é
subductado

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Acreção de um fragmento flutuante para
o continente

O fragmento funde-se com


o continente.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Acreção de um arco de ilha em um
continente
Uma placa carregando um
continente é subductada sob
um arco de ilha

A crosta continental é
mais leve que a litosfera
que está subductando

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Acreção de um arco de ilha em um
continente

O mar fecha e o arco de ilhas


funde-se no continente

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


As Filipinas e
outros grupos de
ilhas do sudoeste
do pacifico
ilustram como os
arcos de ilha se
amalgamam para
formar a crosta
protocontinental
em zonas de
convergência
entre oceanos

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Acreção ao longo de uma falha
transformante
Quando a falha torna-se inativa, o
fragmento funde-se na placa A em
uma posição distante de sua posição
original

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Acreção ao longo de uma falha
transformante
Duas placas deslizam uma em
relação a outra ao longo de
uma falha transformante

Um fragmento crustal na placa


B é carregado ao longo do
contato da placa A

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Acreção por colisão continental e
rifteamento

Uma placa carregando um


continente é subductada sob
outra placa

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Acreção por colisão continental e
rifteamento

O continente não é subductado de tal modo que


os dois continentes são suturados juntos ao
longo de um conjunto de falhas de empurrão

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Acreção por colisão continental e
rifteamento

Posteriormente, rifteamento e expansão do


assoalho oceânico separam as placas deixando
um fragmento do continente fundido ao outro

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Orogenia – a modificação por colisão de
placas

A crosta continental é profundamente


modificada por orogenia - processo de
construção de montanhas envolvendo
dobramento, falhamento, magmatismo e
vulcanismo envolvendo principalmente
convergência de placas.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Orogenia – a modificação por colisão de
placas

As orogenias podem ocorrer:

• quando um continente cavalga sobre uma


placa oceânica em subducção (Andes)

• Convergência de dois ou mais continentes

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Orogenia – a modificação por colisão de
placas
A crosta continental tem mais flutuabilidade que o
manto de modo que os continentes que estão
colidindo resistem a subducção com a placa com a
qual fazem parte.

Em vez disso, a crosta continental deforma-se e


quebra-se em uma combinação de intenso
dobramento e falhamento que pode se estender a
centenas de quilômetros da zona de colisão.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Orogenia – a modificação por colisão de
placas
As falhas de cavalgamento podem se empilhar na
parte superior da crosta como mutiplas camadas de
cavalgamento com dezenas de quilometros de
espessura, deformando e metamorfizando as rochas
que contêm.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Orogenia – a modificação por colisão de
placas

Escamas de
falhas de
empurrão

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Orogenia Alpino-Himalaiana
Considere as grandes cadeias de montanhas que se
estendem desde a Europa, passam pelo Oriente Médio e
vão até a Ásia.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Orogenia Alpino-Himalaiana
A fragmentação da Pangeia (150 M.a.) impulsionou a África,
a Arábia e a Índia em direção ao norte causando o
fechamento do oceano Thetys, a medida que a litosfera do
mesmo era consumida sob a Eurásia.

Esses antigos fragmentos do continente de Gondwana


colidiram com a Eurásia em uma sequencia complexa,
iniciando-se na porção oeste da Eurásia durante o período
Cretáceo (145 – 65 M.a.) e continuando para leste, durante
o Paleogeno/Eogeno (65 – 23 M.a.) soerguendo os Alpes, as
montanhas do Cáucaso e de Zagros e o Himalaia, entre
outras.
Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)
Orogenia Himalaiana -I

60 M.a.
A placa da Índia moveu-se em direção ao norte carregando o subcontinente
indiano. A medida que ela subduziu a placa da Eurásia um prisma de acreção
acumulou-se a partir dos sedimentos e da crosta oceânica raspados da placa que ia
sendo consumida. O magma ascendente da placa em subducção espessou a crosta
da placa da Eurásia.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Orogenia Himalaiana -II

30 - 50 M.a.
O subcontinente colidiu com o Tibete, mas a Índia era muito flutuante para ser
consumida no manto, de modo que ela se fragmentou ao longo da falha do
Cavalgamento Central Principal.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Orogenia Himalaiana -III

20 - 30 M.a.
A medida que a colisão continuou o movimento foi acomodado ao longo da falha
de empurrão e uma lasca da crosta da India e de sedimentos plataformais foram
empurrados para cima do subcontinente que estava chegando.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Orogenia Himalaiana -IV

10 - 20 M.a.
Uma segunda falha – a Falha limitante principal – desenvolveu-se empurrando uma
segunda fatia da crosta sobre a India e soerguindo a primeira fatia. Assim as duas
fatias de cavalgamento constituem a parte principal do Himalaia.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Evolução dos continentes - 1
O supercontinente de Rodínia formou-se há cerca de 1,1 bilhão de anos
atrás e começou a se fragmentar há cerca de 750 milhões de anos.
Evolução dos continentes - 2
Evolução dos continentes - 3
Evolução dos continentes - 4
Evolução dos continentes - 5
O supercontinente Pangeia já estava agregado ha 237 M.a. circundado por um
superoceano chamado Pantalassa, o oceano Pacifico ancestral. O oceano Thetys,
entre a África e a Eurásia foi o ancestral do Mar Mediterrâneo.
Evolução dos continentes - 6
A fragmentação da Pangeia foi assinalada pela abertura de riftes a partir dos
quais lavas extravasaram. Assembléias de rochas relictuais desse grande evento
podem ser encontradas hoje como rochas vulcânicas de 200 M.a. desde a Nova
Escócia até a Carolina do Norte.
Evolução dos continentes - 7
Há cerca de 150 M.a. a Pangeia estava nos seus estágios iniciais de
fragmentação. O oceano Atlântico abriu-se parcialmente, o oceano Thetys
contraiu-se e os continentes do Norte (Laurasia) tinham sido separados
daqueles do sul (Gondwana). India, Antartida e Australia começaram a separar-
se da África.
Evolução dos continentes - 8
Há 66 M.a. o Atlantico sul abriu-se e alargou-se. A Índia estava no seu
caminho em direção ao norte e à Asia e o oceano Thetys estava se fechando
de modo a formar o Mediterrâneo.
Evolução dos continentes - 9
O mundo atual foi configurado nos ultimos 65 M.a. A India colidiu com a Ásia e
ainda está sendo empurrada em direção ao norte. A Australia separou-se da
Antartida.
Evolução dos continentes – 10
Hot Spots
A maior parte da atividade vulcânica da Terra acontece em
margens de placas. No entanto, uma fração significativa
acontece no interior das placas. Nos oceanos, a atividade
vulcânica intraplaca dá origem a cadeias lineares de ilha e
de montanhas marinhas.

Certos pontos quentes vulcânicos na superfície da Terra


parecem ser essencialmente fixos em relação ao interior
profundo da Terra, fornecendo uma referência absoluta para
movimentos de placa para os últimos 40 M.a.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Hot Spots

A natureza fixa de pontos quentes inicialmente apresentada


por Wilson (1963) levou Morgan (1971) a propor que eles
estavam localizados sobre plumas de material ressurgente
do manto inferior ou até mesmo do limite manto-núcleo.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Hot Spots
Dados observacionais permitem caracterizar três tipos de
hot-spots:

1) Plumas estreitas de alta temperatura e material de baixa


viscosidade ascendendo de pontos fixos no limite núcleo
– manto

2) Matéria prima para outros pontos quentes pode ser


derivada de profundidades ainda mais rasas dentro da
zona de transição do manto ou da parte superior do
manto inferior

3) Locais logo abaixo da litosfera, como resposta a várias


formas de quebramento da litosfera

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Hot Spots - Hawai
No séc. 19, o geólogo James Dana observou que a idade de vulcões extintos no
cadeia de ilhas do Hawai aumentava a medida que quanto mais distante se
estava a partir do vulcão ativo. Terremotos podiam ocorrer proximos aos vulcões
ativos.
Hot Spots - Hawai
Na década de 60, Wilson propôs que os hot-spots estavam ancorados
profundamente no manto abaixo do Hawai. Uma pluma de rocha mantélica
aquecida continuamente surgia do hot spot , parcialmente fundida para formar
magma no fundo da litosfera. Se o assoalho oceânico move-se sobre a pluma
mantélica, um vulcão ativo poderia permanecer sobre o magma por alguns
milhões de anos.
Hot Spots - Hawai
Hot Spots
A ocorrência de hot spot é considerada uma indicação da
existência de correntes de convecção do manto, que geram as
chamadas plumas do manto.
Fragmentação da crosta continental
sobre um hot spot
Princípio da Isostasia
Duas maiores feições da superfície terrestre:

1) Continentes – geralmente com elevações de 0 a 1 km


acima do nível do mar

1) Bacias oceânicas – com elevações de 4 a 5 km abaixo


do nível do mar

Por que essa diferença?

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Princípio da Isostasia

Isostasia – em grego significa “igual em equilibrio” baseia-


se no principio de Arquimedes.

“ O peso de um sólido flutuante é igual ao peso do fluido


deslocado por ele”

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Princípio da Isostasia
O fenômeno da isostasia diz respeito a resposta da
camada externa da Terra à adição e remoção de grandes
cargas. Esta camada, apesar de ser relativamente forte é
incapaz de suportar os grandes esforços gerados, por ex.
pelo peso positivo de uma cadeia de montanha.

Por tais feições existirem na superfície da Terra, algum


mecanismo de compensação é necessário para evitar
grandes esforços gerados.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Princípio da Isostasia

A resposta vem do Princípio da Isostasia que relaciona as


elevações dos continentes e dos oceanos com as
densidades de rochas crustais e mantélicas.

Este princípio explica:

• grande parte da topografia terrestre


• permite que as mudanças de elevação crustal ao longo
do tempo sejam utilizadas para investigar as
propriedades do manto.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Equilibrio isostático

A topografia positiva dos continentes e a topografia


negativa dos oceanos é compensada por regiões em
profundidade, com contrastes de densidade que são,
respectivamente, positivos e negativos e cuja massa se
aproxima das características da superficie.

O principio da isostasia é que debaixo de certa


profundidade, conhecida como profundidade de
compensação, a pressão gerada por todos os materiais
sobrejacentes é igual em todas as partes.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Equilibrio isostático

O equilibrio isostático significa que:

os pesos das colunas verticais, embora internamente


variáveis, são idênticos a uma profundidade de
compensação se a região está em equilibrio isostático.

Duas hipóteses sobre a forma geométrica de uma


compensação isostática local foram propostas por Airy e
Pratt.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Princípio da Isostasia

Hipótese de Airy - 1855

Assume que a camada mais externa da Terra é de


densidade constante e recobre uma camada de maior
densidade.

A topografia da superficie é compensada pela variação da


espessura da camada externa de tal forma que a sua
flutuabilidade equilibra a carga da superficie.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Princípio da Isostasia

Hipótese de Airy - 1855

Uma analogia seria blocos de gelo de diversas


espessuras flutuando na água, com o mais espesso
mostrando a maior elevação acima da superficie.

Assim as cadeias de montanhas seriam sustentadas por


uma raiz espessa e bacias oceânicas por uma camada
externa afinada.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Princípio da Isostasia

Fonte: Principios de Geologia. Pomerol et al (2013)


Princípio da Isostasia

Hipótese de Pratt - 1855

Assume uma profundidade constante para a base da


camada mais externa da Terra, cuja densidade varia de
acordo com a topografia da superficie.

Assim as cadeias de montanhas seriam sustentadas por


material de densidade relativamente baixa e bacias
oceânicas por materiais de densidade relativamente alta.

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Princípio da Isostasia

Hipotese de Pratt - 1855

Acima de um certo nivel, a parte externa do globo poderia


ser dividida em colunas todas com a mesma massa.
Como essas colunas não tem o mesmo volume por causa
da topografia, isso sugere diferenças de densidade. A
densidade seria mais elevada sob os oceanos do que sob
as montanhas.

Fonte: Principios de Geologia. Pomerol et al (2013)


Princípio da Isostasia

Fonte: Principios de Geologia. Pomerol et al (2013)


Princípio da Isostasia

A hipótese de Pratt justifica as diferentes elevações da crosta


continental e da crosta oceânica relativa a um nível de
compensação isostático.

A hipótese de Airy justifica as diferenças de profundidade da raiz


do relevo na crosta continental ou da crosta oceânica.

Fonte: http://anossageologia.blogspot.com/2012/12/isostasia.html
Princípio da Isostasia

Ambas as hipóteses, são em sua essência, aplicações do


Principio de Arquimedes, segundo o qual blocos
adjacentes atingem o equilibrio isostático através de suas
flutuações no substrato fluido.

Eles assumem que os blocos adjacentes são dissociados


por planos de falhas e atingem o equilibrio por
soerguimento ou subsidência de forma independente.

Fonte: Principios de Geologia. Pomerol et al (2013)


Princípio da Isostasia
Considere um bloco de madeira flutuando na água.

Em cada unidade de área, a massa do bloco é a densidade


multiplicada pela espessura. d = m/v >>> m = d.v

Ao mesmo tempo, a massa de água deslocada é a densidade da


água multiplicada por uma espessura reduzida, representada pela
espessura do bloco menos sua elevação acima da água.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Princípio da Isostasia

O Principio de Arquimedes afirma que os dois devem ser


iguais:
P bloco madeira = P agua deslocada
m.g (bloco madeira) = m.g (agua deslocada)
massa (bloco madeira) = massa (agua deslocada)
d . v (bloco madeira) = d . v (agua deslocada)
Densidade da madeira x espessura da madeira = Densidade
da água x espessura da água = densidade da água x
(espessura da madeira – elevação da madeira)

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Princípio da Isostasia

Esta relação algébrica pode ser reescrita como:

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Princípio da Isostasia
𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎
X espessura da
Elevação da madeira = 1- 𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 á𝑔𝑢𝑎 madeira

Fator de flutuabilidade – diz qual fração da madeira estará acima da água

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Princípio da Isostasia
𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎
X espessura da
Elevação da madeira = 1- 𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 á𝑔𝑢𝑎 madeira

Fator de flutuabilidade – diz qual fração da madeira estará acima da água

Madeira leve – pinheiro – tem metade da densidade da água portanto seu fator de
flutuabilidade será:

1𝑔/𝑐𝑚3 − 0,5 𝑔/𝑐𝑚3 = 0,5


1 𝑔/𝑐𝑚3
O bloco de pinheiro flutuará com metade do volume para fora d’água

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Princípio da Isostasia
Se a crosta continental (d = 2,8 g/cm3) flutuasse sozinha sobre o
material mantélico (d = 3,3 g/cm3) a equação poderia substituir
“madeira” por “continente” e “água” por “manto”

No entanto deve-se considerar a crosta oceânica (d = 2,9 g/cm3) e a


água oceânica (d = 1 g/cm3) que também flutuam sobre o manto.

Uma vez que essas duas camadas preenchem as bacias oceânicas


em torno dos continentes, deve-se subtrair da elevação continental
a altura que cada uma dessas camadas individualmente flutuaria
acima do manto, dada pelo fator de flutuabilidade multiplicado
pelo espessura.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Princípio da Isostasia

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Princípio da Isostasia
Elevação 𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑐𝑟𝑜𝑠𝑡𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑖𝑛𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 espessura
1 − X continental
continental = 𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑛𝑡é𝑙𝑖𝑐𝑎

𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑐𝑟𝑜𝑠𝑡𝑎 𝑜𝑐𝑒â𝑛𝑖𝑐𝑎 espessura da


--- 1 − X
𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑛𝑡é𝑙𝑖𝑐𝑎 crosta
oceânica

𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 á𝑔𝑢𝑎 𝑜𝑐𝑒â𝑛𝑖𝑐𝑎 espessura da


--- 1 − X água oceânica
𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑛𝑡é𝑙𝑖𝑐𝑎

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Princípio da Isostasia

Usando espessuras de 33 km e 7 km para as crostas


continental e oceânica, respectivamente e uma
profundidade de água de 4,5 km obtêm-se:

Elevação continental = (0,15 x 33 km) – (0,12 x 7 km) –


(0,7 x 4,5 km) = 0,96 km acima do nível do mar.

Resultado consistente com a distribuição global da


topografia terrestre.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)
Ao longo de escalas de tempo maiores, a elevação é um
equilíbrio entre o soerguimento e a erosão
O soerguimento O soerguimento está O soerguimento
A ação O soerguimento fica fica ainda mais quase parado. As e a erosão fica
tectônica eleva mais lento e a erosão lento, a erosão elevações mais baixas mais lenta. A ele
as montanhas. está equilibrada em começa a – montes baixos – diminui ainda
O soerguimento relação a ele. As predominar e a geram tempo mais enquanto a pais
é maior que a elevações mantem-se elevação começa ameno e a erosão fica evolui terras pla
taxa de erosão altas a baixar mais lenta planícies

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Recuperação isostática glacial: o
experimento da natureza com a isostasia
Seria conveniente se em algum lugar pudéssemos
empurrar a crosta terrestre para baixo, retirar a força e
assistir a elevação da área comprimida.

Poderíamos aprender como funciona a isostasia,


sobretudo a viscosidade do manto e como ela afeta as
taxas de soerguimento epirogênico (soerguimento e
subsidência).

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Recuperação isostática glacial: o
experimento da natureza com a isostasia
Esta recuperação isostática ocorreu na Noruega,
Finlândia, Suécia, Canadá e em qualquer outra região
glaciada. O manto de gelo mais recente recuou dessas
áreas há aproximadamente 10 mil anos e a terra vem
subindo desde então.

Pode-se avaliar a taxa de soerguimento datando praias


antigas que uma vez estiveram ao nivel do mar e foram
soerguidas.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Recuperação isostática glacial: o
experimento da natureza com a isostasia
A força depressiva é o peso de uma geleira continental –
um manto de gelo com 2 a 3 km de espessura. Durante o
início de uma idade de gelo, mantos de gelo podem se
formar em alguns milhares de anos.

A carga de gelo comprime a crosta e desenvolve-se uma


protuberância inversa sobre o manto de gelo, deslocando
uma porção do manto para fornecer suporte.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Recuperação isostática glacial: o
experimento da natureza com a isostasia

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Recuperação isostática glacial: o
experimento da natureza com a isostasia

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Recuperação isostática glacial: o
experimento da natureza com a isostasia
Utilizando as densidades do gelo (0,92 g/cm3) e do
material mantélico (3,3 g/cm3) pode-se calcular a
reentrância para baixo necessária para que um manto de
gelo com 3 km de espessura atinja o equilibrio isostático:

(0,92 g/cm3 / 3,3 g/cm3) x 3 km = 0,84 km

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Recuperação isostática glacial: o
experimento da natureza com a isostasia
No princípio de uma tendência de aquecimento, o manto
de gelo derrete rapidamente. Com a retirada do peso, a
crosta comprimida começa a se recuperar, ascendendo
por fim ao nível original.

Neste caso, 840 m mais alta do que quando estava sob a


carga glacial completa.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Recuperação isostática glacial: o
experimento da natureza com a isostasia

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Recuperação isostática glacial: o
experimento da natureza com a isostasia

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Recuperação isostática glacial: o
experimento da natureza com a isostasia

Série de praias soerguidas no Canadá que permitiu aos


geólogos medir a velocidade da recuperação isostática
glacial e com isso inferir as viscosidades dos materiais
mantélicos. Essas viscosidades são bastante altas.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Norte do Canadá

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


O impacto da tectônica de placas
A teoria da tectônica de placas tem grande significado pois
representa a 1ª teoria que fornece uma explicação unificada das
principais características da superfície da Terra.

Permitiu uma ligação entre muitos aspectos diferentes da


geologia que tinham sido considerados como independentes e
não relacionados:
• Flora e fauna do passado
• Relações espaciais das suites vulcânicas em margens de placa
• Distribuição no espaço e no tempo das diferentes facies
metamórficas
• Esquema de deformação em cadeias de montanhas
• Associação de diferentes depósitos minerais econômicos

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


O impacto da tectônica de placas
O reconhecimento da natureza dinâmica da Terra aparentemente
sólida levou à constatação de que os processos da tectônica de
placas podem ter tido um impacto importante em outros
aspectos do sistema da Terra no passado:

• Mudanças na atividade vulcânica em geral e nas cadeias


mesoceânicas teriam mudado a quimica da atmosfera e da
água do mar
• Mudanças na taxa de acresção em cadeias mesoceânicas
poderiam explicar as mudanças do nivel do mar no passado, as
configurações dos continentes
• O soerguimento de cadeias de montanhas deve ter afetado as
circulações atmosférica e oceânica

Fonte: Tectônica global - Klepeis e Vine (2014)


Implicações da grande reconstrução
• Geólogos da área de prospecção usaram o encaixe dos
continentes para encontrar depósitos minerais e de petróleo
por meio da correlação de formações rochosas existentes em
um continente com suas contrapartes pré-deriva em outros.

• Paleontólogos repensaram alguns aspectos da evolução à luz da


deriva continental

• Geólogos ampliaram seu foco de uma geologia de uma região


particular para um cenário que abrange o mundo, pois a
tectônica de placas fornece uma maneira de interpretar, em
termos globais, os processos geológicos (como por ex. a
formação de rochas, soerguimento de montanhas e mudanças
climáticas)
Implicações da grande reconstrução

• Oceanógrafos estão reconstruindo as correntes como


poderiam ter existido em oceanos ancestrais para
entender melhor os padrões de circulação moderna e
explicar as variações de sedimentos de mar profundo que
são afetadas por tais correntes.

• Cientistas estão “predizendo” o tempo passado para


descrever temperaturas, ventos, extensão de geleiras
continentais e como eram os níveis dos mares em tempo
anteriores a deriva.

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