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Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Geologia Geral – Professor: Tibério M endonça

INTRODUÇÃO À GEOLOGIA

O que é Geologia?

A Geologia é a ciência da Terra, de seu arcabouço, de sua composição, de seus processo s


int ernos e ext ernos e de sua evolução. O campo de at ividade da Geologia é, por conseguint e, a
porção da Terra const ituída de rochas que, por sua vez, são as font es de informações. Ent ret anto, a
formação das rochas decorre de um conjunt o de fat ores físicos, químicos e biológicos, donde os
int eresses se ent recruzarem repet idament e.
Geologia, t ermo grego, onde geo (Ge) Terra, logia (logos) ciência. A geologia t em como
objet ivo maior, como ciência, decifrar (pelo menos procura) a hist ória geral da Terra (desd e o
momento de sua formação at é o present e moment o). A hist ória da Terra‚ formada por um
complexo conjunt o de fenômenos físicos, químicos, físico-químico e biológico.

Os objet ivos da geologia podem ser sint et izados dest a forma:

 Est udo das caract eríst icas do int erior e da superfície da Terra, em várias escalas;

 Compreensão dos processos físicos, químicos e físico-químicos que levaram o planet a a ser
t al como o observamos;

 Definição da maneira adequada (não dest rut iva) de ut ilizar os mat eriais e fenômenos
geológicos como font e de mat éria prima e energia para melhoria da qualidade de vida da
sociedade;

 Resolução de problemas ambient ais causados anteriorment e e est abeleciment o de crit ério s
para evit ar danos futuros ao m eio ambient e, nas várias at ividades humanas;

 Valorização da relação ent re o ser humano e a Nat ureza.

Breve Histórico da Geologia

At é meados dos Séc. XVIII persist iu um "obscurantismo" com relação ao int eresse pelo s
fenômenos geológicos naturais. É provável que esse desint eresse t enha sido influenciado pelas
idéias dominant es na época provenient e de uma observância do livro do Gênesis, que considerava
que t odo o t empo geológico não ult rapassava alguns poucos milhares de anos. Segundo t ais idéias,
as rochas sediment ares t iveram origem na ação do dilúvio bíblico e os fósseis eram int erpret ados
como evidência de seres de invenções diabólicas afogados pelo dilúvio.
Não havia at é ent ão est ímulos à especulação pela crost a t errest re, excet o na busca de
minerais út eis. Nessa época, além das observações esparsas de filósofos gregos haviam surgido
manuais de M ineralogia que t rat avam de mét odos de mineração e met alurgia escrit os (1494-1555).
Na segunda met ade do Séc. XVIII, as observações cient íficas de St eno, na It ália, e Hooke, na
Inglat erra, produziram int erpret ações corret as do significado cronológico da sucessão de rochas
est rat ificadas.

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Arduíno, em 1760, c1assificou rochas de uma região da Itália em primárias, rochas


crist alinas; secundárias, rochas est rat ificadas com fósseis; e t erciárias, rochas pouco consolidadas
com conchas.
James Hut t on (1726-1797) recusou-se a imaginar a criação da Terra a part ir de um dilúvio,
ou seja, um event o repent ino e único. Examinando as rochas est rat ificadas, encont rou vest ígios de
repet idas pert urbações nas rochas em alt ernância com longos e calmos períodos de sediment ação.
Em muitos lugares const at ou que uma sequência de est rat os assent a sobre camadas revolvidas,
enquanto, em out ros, cort a camadas inclinadas. Ele explicou que inicialment e ambas as camadas
eram horizont ais, porém a inferior foi erguida e erodida ant es da deposição da camada seguint e.
Dessa forma, a história da crost a t errest re era a da "sucessão de mundos ant eriores" . Suas
cont est ações foram resumidas na célebre frase " não encont ramos nenhum sinal de um começo,
nenhuma perspect iva de um fim" .
O ponto de vist a de Hut t on veio a ser chamado " uniformit arismo", pois seus argument o s
baseavam-se nas observações da erosão nos rios, vales e encost as, concluindo que t odas as rochas
se formaram de mat erial levado de out ras rochas mais antigas e explicando a formação de todas as
rochas com base nos processos que est ão agora operando, não se exigindo, para ist o, out ra coisa
senão o t empo.
Abraham G. Werner (1749-1815), um dos mais persuasivos e influent es mest res europeus,
defen dia ardorosament e uma dout rina denominada " netunist a" , a qual se coadunava melhor com a
história bíblica. Tal doutrina sust ent ava que t odas as rochas haviam sido formadas a part ir de um
oceano primitivo único que no passado cobriu t oda a Terra. As rochas calcárias, granít icas e
basálticas formavam-se a part ir de precipit ados químicos. Quando a água recuou, ficaram expost as
t odas as rochas com a configuração que hoje se encont ra por sobre t oda a superfície t errest re.
A t ese de Hut t on sobre o uniformit arismo, embora muit o popular, não conseguiu suplant ar a
de Werner naquela época, só lo grando liderança efet iva com Charles Lyell (1797-1875).
William Smit h (1769-1839), modest o engenheiro inglês, prest ou pouca at enção às cont rovérsias
exist ent es na época ent re os "net unist as" e os " uniformit arist as", se é que realment e t eve not ícias
da exist ência de t ais discussões.
Trabalhando com movimentação de t erras, escavações de canais e const rução de est radas,
foi incorporado a uma equipe que t rabalhava na const rução do canal de Somerset . Para ist o havia
sido enviado inicialment e para o nort e da Inglat erra para estudar mét odos de const rução de canais.
Aproveit ando a viagem para examinar as rochas expost as, cada vez mais se confirmavam suas
suspeit as: as mesmas formações que conhecia no sul da Inglaterra se est endiam pelo nort e e
dent ro, da mesma ordem. Smith t rabalhou cinco anos no canal de Somerset , quando descobriu que,
ent re diversas formações já conhecidas, à primeira vist a, muit as eram semelhant es, porém tinham
uma caract eríst ica que as diferenciava: os fósseis que continham não eram os m esmos. Descobriu,
ent ão, que os sediment os de cada época tinham seus fósseis específicos. Smit h divulga, nessa
ocasião, o primeiro mapa geológico, com divisões est rat igráficas baseadas nos fósseis.
Out ras invest igações cient íficas realizadas post eriorment e na Europa por Cuvier e Lamark,
ent re out ros, t erminaram por afast ar a dout rina do net unismo. Com a publicação da obra Princípios
de Geologia, de Charles Lyell, os conceit os de Hut ton passaram a ser a idéia dominant e. Em sua
obra, Lyell expôs com clareza os conheciment os cient íficos da época com apoio na dout rina de que
o present e é a chave do passado. As unidades geológicas foram dispost as em ordem cronológica
por "grupos" e est es foram subdivididos em "períodos".
A grande obra de Lyell t eve subst ancial influência no preparo do t erreno para o
floresciment o das ideias de Charles Darw in desenvolvidas no séc. XIX a respeit o da evolução dos
seres vivos.
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O primeiro t rabalho cient ífico realizado no Brasil (publicado em 1792) foi da aut oria de José
Bonifácio de Andrada e Silva e seu irmão M artin Francisco Ribeiro de Andrada sobre os diamant es
no Brasil.
Com a fundação da Escola de M inas de Ouro Pret o, a part ir de 1876 t em o Brasil iniciada a
formação de geólogos que viriam a t razer grande impulso à pesquisa e ao ensino de Geologia nos
país.

O estudo da Terra

Quando se olha para os mist érios do universo, o homem, reduzido a suas reais proporções,
sent e t oda a humildade diant e da dificuldade de compreender aquele infinit o conjunt o de luz e
sombras. Em alguns pont os infin it ament e pequenos do universo, na realidade espalham-se
cent enas de bilhões de galáxias sem elhant es à nossa, com dezenas de t rilhões de planet as e
est relas.
O sol, com 1.392,000 Km de diâmet ro, é apenas uma est rela ent re 100 milhões exist ent es e
a Terra é um dos planet as do Sist ema Solar, que é part e da Via Láctea, uma ent re milhões de
Galáxias que compõem o Universo.
A vida na t erra começou a quase 3 bilhões de anos e o homem surgiu há menos de 1 milhão
de anos. Assim, o homem ocupa um pequeno período de t empo na vida de um planet a que, por sua
vez, é um pont o reduzidíssimo num universo imenso.
O est udo da t erra deve, port anto, levar em cont a as relações dest a com o rest o do universo
e a posição do homem nest e. M uitos dos aspect os físicos da t erra são afet ados pela ação mútua do
sol, da lua e das forças cont idas na própria t erra.
A t erra est á a uma dist ância de 150.000 Km do sol e a cada ano complet a uma volt a ao redor
dele a uma velocidade média de 29,8 Km/ segundo. A luz e a sombra escura que se abat em
diariament e sobre a t erra são efeit os da rot ação da t erra ao redor do seu eixo. Como os raios
vert icais do Sol incidem sobre a zona nort e do equador durant e meio ano e sobre a zona sul do
equador durant e a out ra met ade, a int ensidade máxima da energia solar muda de uma part e para
out ra da t erra, dando origem as est ações do ano.
A lua é o sat élit e natural da t erra. Tem aproximadament e 3.475 Km de diâmet ro e gira ao
redor da t erra, de modo que a lua gira complet ament e uma única vez durant e t odo o circuit o
t errest re.
Assim como a Terra, a Lua execut a 2 moviment os simult âneos principais. O primeiro é o de
t ranslação, pelo qual descreve uma órbit a elípt ica em t orno da Terra:
t al movimento é t ambém denominado de “ revolução lunar” . Os 2
pontos máximos de aproximação e afast ament o ent re a Terra e a Lua
recebem, respect ivament e, os nomes de “ perigeu” e “ apogeu” . A Lua
complet a essa órbit a em 27 dias, 7 horas, 43 minutos e 11,6 segundos.
O segundo movimento, denominado de “ rot ação” , é realizado em igual
int ervalo de t empo e, por essa coincidência, a Lua t em sempre a
mesma face volt ada para a Terra, o que é ilust rado pela figura ao lado.
At ualment e, dos 510 milhões de quilômet ros quadrados da
superfície do planet a, apenas 149 milhões (29,2%) const it uem t erras
em ersas, enquanto os 361 milhões rest ant es const ituem em mares e oceanos. Com relação ao
relevo da superfície t errest re a maior alt itude é a do M ont e Everest com cerca de 8.840 m, a maior
depressão é a Fossa das Filipinas no Pacífico, com 11.516 m de profundidade. Os cont inent es t êm
uma altitude média de 800 m, e os mares uma profundidade méd ia de 3.800 m.

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A maior part e dos conheciment os que se t em sobre o int erior da Terra provém de meio s
indiret os. Na realidade, dos 6.300Km que separam a superfície t errest re do seu núcleo, conseguiu-
se perfurar pouco mais que 0,1% (cerca de 7Km). As rochas mais profundas conhecidas provêm das
erupções vulcânicas, sem que no ent anto se possa afirmar sua exat a profundidade. Os bolsões
magmát icos donde se originam as lavas não se encont ram a profundidades superiores a 30Km.
As m elhores informações sobre o int erior da Terra são frut os de est udos da propagação das
ondas sísmicas originadas pelos t erremot os. Um t erremot o t ransmit e en ergia at ravés da Terra na
forma de ondas que são sent idas como tremores mesmo a uma dist ância considerável da origem.
As vibrações da crost a são medidas com sismógrafos.

As variações bruscas na velocidade das ondas sísmicas que at ingem det erminadas
profundidades, permit iram det ect ar superfícies no interior da Terra que separam mat eriais com
diferent e composição e propriedade: Descont inuidades. Ent re 30 a 40Km t emos a descontinuidade
de M ohorovicic, M oho ou M , essa descont inuidade separa a crost a do manto. Há cerca de 2.900Km,
t emos a descont inuidade de Gut emberg.
A velocidade das ondas P e S aument a at é à profundidade de 100Km, a part ir da qual
diminui. Post eriorment e, volt a a aument ar at é aos 2.900Km de profundidade. Nest e ponto as ondas
P passam de 14Km/ s para 8Km/ s, e as ondas S int errompem a sua propagação. Aos 5140Km a
velocidade das ondas P volt a a aument ar.
A energia de um t erremot o, explosão ou out ra font e sísmica at ravessa a Terra como uma
frent e de onda que se espalha em t odas as direções.
Exist em diversos t ipos diferent es d e ondas sísmicas. Cada t ipo se move de forma diferent e.
Os dois principais tipos de ondas são as ondas de volume e as ondas de superfície. As ondas de
volume podem at ravessar as camadas int ernas da Terra, mas as ondas de superfície podem só
andar pela superfície do planet a como ondulações na água.

Ondas de Volume

As ondas P (ondas primárias ou compressionais) são as ondas sísmicas com moviment o mais
rápido. Elas t êm um moviment o de empurrar e puxar, fazendo com que as part ículas da rocha se

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movam para frent e e para t rás. À medida que a onda se afast a do foco, as partículas se aproximam
e se afast am ao longo da direção para a qual a onda est á se movendo.

As ondas P podem atravessar sólidos, líquidos ou gases. Elas são muito semelhant es às ondas
sonoras, empurrando e puxando a rocha assim como ondas sonoras empurram e puxam o ar.
As ondas S (ondas secundárias, de cisalhamento, laterais ou transversas) andam muito mais
lentamente que as ondas P. Elas não passam por líquidos. As ondas S fazem com que as partículas se movam
de lado a lado. O movimento delas é nos ângulos corretos para a direção em que a onda está rumando.

Ondas de Superfície

As ondas de Love receberam esse nome em homenagem a A. E. H. Love, um mat emát ico
brit ânico que desenvolveu o modelo mat emát ico para esse t ipo de onda, em 1911. As ondas de
Love se movem como uma cobra, estremecendo o solo de lado a lado. Elas andam lent ament e a
partir da font e sísmica, mas são muit o dest rut ivas. São essas ondas que na maioria das vezes são as
maiores responsáveis por fazer com que prédios caiam durant e um t erremot o.

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As ondas Rayleigh t êm esse nome por causa de Lord Rayleigh (John William St rutt ), que
previu mat emat icament e a exist ência desse t ipo de onda, em 1885. A onda Rayleigh viaja pelo chão
assim como uma onda viaja por um lago ou oceano. Conforme ela viaja, ela move o chão para cima
e para baixo e para os lados na mesma direção em que a onda est á se movendo. A maior part e do
t remor sent ido durant e um terr emot o se deve às ondas Rayleigh.

Ainda que as ondas de superfície muit as vezes sejam as mais dest rut ivas, a maioria dos
geólogos est á mais int eressado nas ondas de volume. Como as ondas de volume viajam at ravés da
Terra, elas podem dar muit as informações sobre a est rut ura. Ent re out ras coisas, elas podem ajudar
os geólogos a localizarem camadas rochosas que podem cont er pet róleo, gás e out ros minerais
valiosos.

Escala geológica do tempo

Após a sua formação, a Terra passou por um longo período de resfriament o, t ransformando-
se de uma massa gasosa aquecida em um planeta dot ado de ar, água, rochas, minerais e solo, isto
é, de inúmeras condições que t ornaram possível a exist ência da vida. Para se ent ender a est rut ura
da Terra é necessário também, o conheciment o do t empo geológico.

A escala geológica do Tempo est á dividida em Eras, que se dividem em Períodos, e est es se dividem
em Épocas.

A primeira Era é a chamada Pré-cambriana, que se divide em t rês períodos:

- Azóica: por volt a de 4,5 bilhões de anos at rás, esse período é marcado pela não exist ência de vida,
esse período durou bilhões de anos.

- Arqueozóica e Prot erozóica: nesse período passaram a surgir os seres unicelulares e invert ebrados
(algas e bact érias). Formação das rochas magmát icas. Exist ência de dois continentes: Árqueo-árt ico
e Indo-afro-brasileiro.

A Era Paleozóica est á dividida nos períodos: Permiano, Carbonífero, Devoniano, Siluriano,
Ordoviciano e Cambriano.

Nest es períodos houve a exist ência de rochas sediment ares e m et amórficas. Exist ência de cinco
continent es: Indo, Afro, Brasileiro (Gondw ana), Terra Canadense e Terra Siberiana. Surgiu os peixes
e os primeiros répteis.

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A próxima Era foi a M esozóica, dividida pelos períodos Cretáceo, Jurássico e Triássico. Surgiram
mamíferos e aves; répt eis gigant escos (dinossauros); grandes florest as; e rochas sediment ares e
vulcânicas.

Já na Era Cenozóica exist em dois períodos, Quaternário e Terciário. Est e últ imo t em cinco épocas:
Plioceno, M ioceno, Oligoceno, Eoceno e Paleoceno. Nest e período houve o desenvolviment o dos
mamíferos e fanerógamos. Os répt eis gigant es foram ext intos, formou-se as bacias sediment ares.

No período do Quat ernário exist em duas épocas: Holoceno e Pleist oceno. Houve nest e período a
glaciação no hemisfério nort e; delineament o dos at uais contin ent es; formação das bacias
sediment ares recent es; apareciment o do homem.

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Estrutura da Terra

A hist ória da formação da Terra vem sendo discutida no meio cient ífico at é hoje. Acredit a-se
que essa hist ória t enha se iniciado há cerca de 4,6 bilhões de anos. Est udos most ram que a Terra,
assim como os out ros planet as do Sist ema Solar, se formou pro uma força gravit acional que
“ reuniu” mat eriais exist ent e no espaço (poeira cósmica e gases). No princípio, a Terra era um corpo
homogêneo, mas isso começou a se modificar com o resfriament o natural das áreas mais afast adas
do cent ro do planet a. O mat erial mais pesado mergulhou para o int erior (ferro e níquel, por
exemplo), e o mais leve (gases) flutuou para a superfície, formando-se ent ão a crost a. A part ir daí, a
Terra foi se t ransformando em um planet a com camadas distint as, de acordo com as densidades e
t ipos de mat eriais.
A maior part e dos conheciment os que se t em at ualment e sobre a est rut ura int erna da Terra
foi obtida at ravés da análise das variações na velocidade de propagação das ondas sísmicas. Est as
ondas t endem a se propagar com a mesma velocidade quando at ravessam regiões mais ou menos
homogêneas; t ornam-se, por out ro lado, mais lent as ou mais rápidas quando at ravessam mat eriais
de composição diferent e. Dest a forma, at ravés da comparação de dados colet ados em est ações
sismográficas em várias part es do mundo, os cient ist as puderam est imar a densidade, a
composição, a est rutura e o est ado físico das diversas camadas do int erior da Terra.
A est rut ura da Terra é formada por t rês camadas: Crost a t errest re ou Litosfera; M anto –
superior e int erior; Núcleo – ext erno e int erno.

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Crosta: a crost a é a camada rochosa mais ext erna do planet a e pode ser analisada a part ir de
amost ras colet adas nos continent es ou no fundo dos oceanos. A part e da crost a que compõe os
continent es é chamada de crost a continent al, enquanto que a part e da crost a que forma o
subst rat o oceânico é chamada de crost a oceânica.
A crost a t errest re é uma camada relat ivament e fina, com 25 a 50Km de espessura em m édia
no cont inent e e de 5 a a 10Km no oceano. Ela é const it uída, pelo menos na porção superior, por
rochas semelhant es às que afloram na superfície: granit os, basaltos e rochas sediment ares. Na
porções mais profundas ocorrem rochas escuras e mais pesadas: diabásios, rochas ult rabásicas et c.
Nos continent es predominam os primeiros t ipos de rochas e nas áreas oceânicas os segundos.
É const ituída de duas camadas: uma ext erna, Sial (15 a 25 km de profundidade) e out ra
int erna, Sima (25 at é 50 km de profundidade). Tem uma variação de t emperat ura de 15º C at é
1.200ºC.
O Sial é a part e mais ext erna da crost a t errest re e corresponde ao solo e ao subsolo; nela
predominam as rochas sediment ares e magmát icas, além de minerais silício e alumínio.
Abaixo do Sial vem o Sima, ou camada basáltica, onde predomina a rocha vulcânica chamada
de basalto; seus element os químicos dominant es são o silício e o magnésio.
A lit osfera nos oceanos t em cerca de 5 km e só apresent a o Sima, daí as ilhas oceânicas
serem de nat ureza basáltica.
Geologicament e a crost a t errest re é a camada mais import ant e para nós, pois nela est ão as
rochas que são formadas por min erais que represent am o ponto de part ida para a indústria
ext rat iva mineral.

O M anto sit ua-se abaixo da crost a ent re 50 e 2.900 km de profundidade e apresent a-se em
est ado past oso (mat erial magmát ico). Sua t emperat ura varia ent re 1.200°C a 3.700°C. Nest a
camada são encont rados compost os de silício, ferro e magnésio. Também pode ser encont rados
silicatos e óxidos de ferro e magnésio.
Sua consist ência é past osa e est á em const ant e moviment ação. A lava que sai dos vulcões é
const it uída pelo magma provenient e do manto.
Est e mat erial magmát ico est á sempre em moviment ação - são as corrent es convect ivas, que
podem ser ascendent es (do manto para a crosta) e descendent es (da crosta para o manto), que
result am das diferenças de t emperat ura ent re as camadas int ernas da Terra e por sua vez influem
nos deslocamentos das placas t ect ônicas e nos agent es int ernos do relevo (t ect onismo, vulcanismo
e abalos sísmicos). O mant o divide-se em duas part es: o superior e o inferior

Núcleo: o limit e entre o manto e o núcleo ocorre a 2.900Km abaixo da superfície,


aproximadament e a m et ade da dist ância ent re a superfície e o ent ro da Terra. Nest e limit e ocorre
mais uma import ante descontinuidade sísmica: a Descont inuidade de Gut enberg. As ondas passam
de uma velocidade de 13,6 km/ s na base do manto, para 8,1 km/ s no núcleo.
No núcleo, as t emperat uras são superiores a 7600°C. Os dados sísmicos indicam duas
camadas no núcleo: uma camada ext erna líquida (rocha fundida) de aproximadament e 2.270Km de
espessura e uma camada int erna sólida com o diâmet ro de 1.216Km.

A história da Terra

A at ual configuração dos continent es na superfície t errest re originou-se de um processo que


result ou na fragment ação e no afast amento das t erras emersas, a part ir de um bloco único
denominado Pangea.
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Duas t eorias, que se complet am, procuram explicar as et apas desse processo, responsável
t ambém pela formação do relevo t errest re e pelas t ransformações que ocorrem na crost a que são:
a Teoria da Deriva dos Cont inent es e a Teoria das Placas Tect ônicas.
Def endida pelo geofísico alemão Alfred Wegener, em 1912. Segu ndo W egener,
originalment e havia uma única grande massa continent al, a Pangea (" t oda a Terra” ). Essa Teoria
est abel ecia que há cerca de 240 ou 200 milhões de anos, o "supercontinent e" t eria começado a se
fragment ar sucessivam ent e. A primeira divisão formou dois cont inent es: a Laurásia ao nort e, e a
Gondw ana, ao sul. A partir daí, as divisões foram se sucedendo at é os continent es at ingirem a
configuração atual.
Wegener não definiu muito bem as causas do "passeio" dos " pedaços" da crost a pelo
magma past oso que est ava sob eles. Sugeriu que poderia t er sido ocasionado pelas marés ou pelo
moviment o de rot ação da Terra.
Apesar de Wegener t er prosseguido em seus est udos, ele não conseguiu provar t odas as
suas ideias. As maiores evidências eram as ident idades geológicas e de vida animal e veget al ent re
os continent es.
As coincidências apareciam entre a América do Sul e a África, ent re a América do Sul e
Aust rália, ent re a Europa e América do Nort e e ent re Aust rália, África e Índia.
Na comunidade cient ífica da época, poucos davam crédit o às ideias de W egener. M uitos as
consideravam fant asiosas e a deriva dos cont inentes acabou esquecida durant e anos.

Diversas evidências cont ribuíram para est a hipót ese:

 A coincidência do cont orno ent re a América do Sul e a África: a grande similaridade ent re as
linhas de cost a em lados opostos do Atlânt ico Sul, como um quebra-cabeça, foi uma das
primeiras evidências que sempre int rigou os cient ist as. Devido à constant e modificação das
linhas de cost a por event os erosivos essa união não é perfeit a, deixando ainda dúvidas aos

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cient ist as. Ent ret ant o, em 1960 os cient ist as produziram um mapa com o cont orno da
plat aforma cont inent al at é uma profundidade de 900m e observaram est a similaridade de
forma ainda mais perfeit a;

 Evidências fósseis: os paleontólogos apont am diversos fósseis de organismos encont rados


em diferent es continent es e que não poderia ser cruzado os oceanos que separam essas
massas cont inent ais. Um dest es exemplos é o M esosaurus, um répt il marinho cujos fóssei s
foram encont rados na América do Sul e na África, indicando uma antiga união dest es dois
continent es;

 At ual dist ribuição de alguns organismos: em seu livro, Wegener t ambém cit a a dist ribuição
at ual de alguns organismos que evidenciam t ambém a ideia da deriva dos cont inent es. Por
exemplo, alguns organismos modernos t êm ancest rais claramente similares, como os
marsupiais aust ralianos que t êm uma direta ligação fóssil com os marsupiais encont rados
nas Américas;

 Associação ent re t ipos e est rut uras de rochas: além da perfeit a coincidência ent re o
contorno de alguns cont inent es, alguns “ desenhos” encont rados nest es cont inent es
t ambém coincidem. Isso ocorre em algumas cadeias de mont anhas com idade, forma,
est rut ura e composição rochosa similar em cont inent es opost os. Um exemplo dest a
evidência são as cadeias de mont anhas apalachianas, na América do Nort e, e as cadeias de
mont anhas caledonianas, na Escandinávia. Quando os cont inent es est avam unidos est as
cadeias de montanhas formavam um único cinturão mont anhoso;

 Climas passados: dados paleoclimáticos t ambém dão suport e para a t eoria da deriva
continent al. Wegener indicou evidências de mudanças climáticas globais severas no
passado. O est udo de depósit os glaciais em diversos cont inent es indicou que, a cerca de 220
a 300 milhões de anos, capas de gelo cobriam ext ensas áreas do hemisfério sul. Rochas de
origem glacial foram encont radas na América do Sul, na África, na Índia e na Aust rália,
indicando que est es cont inent es, nest a época, encont ravam-se unidos no pólo sul, junto à
Ant árt ica. Por out ro lado, para est a mesma época passada, exist em evidências de ocorrência
veget ação t ípica de climas t ropicais em regiões do hemisfério nort e, indicando que no
passado a América do Nort e e a Europa est avam mais próximas do Equador.

Apesar de t odas as evidências apont adas por Wegener, ele não conseguiu explicar o
mecanismo responsável pelo movimento das massas continentais e, por isso, fi cou por muit o t empo
desacredit ado no meio cient ífico. M ais de 50 anos depois das postulações de Wegener, o avanço
t ecnológico permit iu o conheciment o de dados sísmicos e do campo magnét ico da Terra e, com
isso, surgiu a part ir da t eoria da deriva continental de Wegener, a t eoria da Tect ônica de Placas.
A possibilidade de t er acont ecido uma " deriva dos cont inent es", na hist ória da Terra, volt ou
a ser considerada quando novas t écnicas foram desenvolvidas e utilizadas na fabricação de novos
aparelhos e inst rument os que permit iram conhecer melhor o fundo dos oceanos.
De acordo com o modelo da t ectônica de placas, a part e superior do manto junto com a
crost a formam uma camada rígida chamada de litosfera. Est a camada encont ra-se sobre uma out ra
camada menos rígida chamada de ast enosfera. A lit osfera é quebrada em diversos segment os
chamados de placas, que est ão const ant ement e se moviment ando e mudando de forma e de
t amanho.
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Na década de 1960, os geólogos americanos Robert S. Diet z (1961) e Harry Hess (1962),
conseguiram a explicação para o que t anto int rigava W egener. A resposta est ava no fundo dos
oceanos. Depois da descobert a de que as rochas sit uadas no cent ro do assoalho submarino são
mais recent es do que as que se encont ram nas bordas cont inent ais, chegou-se à conclusão de que
verdadeiras " est eiras rolant es" submarinas são responsáveis pela moviment ação das placas
t ect ônicas.
Ao longo das grandes cordilheiras submarinas (dorsais oceânicas), abrem -se fendas por onde
passa o mat erial magmát ico que, após resfriar-se, forma uma nova crost a, causando a expansão do
fundo do mar.
Essa t eoria post ula que a crost a t errest re, mais precisam ent e a litosfera - que engloba toda
a Crost a e a part e superior do M anto, at é cerca de 100 km de profundidade - está quebrada em um
det erminado número de placas rígidas, que se deslocam com movimentos horizont ais, que podem
ser represent ados como rotações com respeit o ao eixo que passa pelo cent ro da Terra.
Essas moviment ações ocorrem porque a Lit osfera, mais leve e fria, prat icament e “ flutua”
sobre o mat erial mais quent e e denso e parcialment e fundido, exist ent e no t opo da Ast enosfera. É
nessa part e viscosa, dos primeiros 200 km da Ast enosfera, que são geradas as corrent es de
convecção, supost ament e o mecanismo que proporciona a moviment ação das placas t ect ônicas.

As placas deslizam ou colidem uma contra as out ras a uma velocidade variável de 1 a 10
cm/ ano. Nas regiões onde elas se chocam ou se at rit am, crescem os esforços de deformação nas
rochas e, periodicament e nesses pontos, acont ecem os grandes t erremot os. Just ament e nos limit es
das placas t ect ônicas, ao longo de faixas est reit as e cont ínuas, é que se concent ra a maior part e da
sismicidade de t oda a Terra. É t ambém próximo das bordas das placas que o mat erial fundido
(magma), exist ent e no t opo da Ast enosfera, ascende at é a superfície e ext ravasa ao longo de
fissuras, ou at ravés de canais para formar os vulcões. Apesar de os t erremot os e vulcões
normalment e ocorrerem próximo aos limit es das placas, excepcionalment e, podem acont ecer super
t erremot os nas regiões int ernas das placas.

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As seis maiores placas t ect ônicas são: Americana; do Pacífico; Ant árt ica; Indo-Aust raliana,
Euro-Asiát ica e Africana. Exist em out ras m enores, como a Nazca, a do Caribe, a de Cocos, a da
Grécia, a Arábica, a da Anatólia, a Iraniana, a das Filipinas e out ras.
Os cont inent es movem-se mais ou menos um centímet ro por ano e, no fundo dos oceanos,
novas " crost as" se formam. É just ament e na região de encont ro ent re uma placa e out ra que
ocorrem esses fenômenos e as conseqüent es modificações na crost a t errest re. Por isso é que as
regiões mais sujeit as a fenômenos como vulcanismo e t erremotos, como o Japão, a Califórnia, o
M éxico, ent re out ras, est ão sit uadas no limit e das placas t ect ônicas.
As áreas mais est áveis, como, por exemplo, o t errit ório brasileiro, localizam-se no int erior
das placas. Os limit es das placas t ect ônicas, ou seja, os pontos de encont ro ent re as placas, est ão
em moviment o. A ocorrência de event os como t erremot os, vulcanismo, geração de mont anhas, em
geral ocorrem no limit e dessas placas. Esses moviment os, ent ret anto, não acont ecem da mesma
forma. Por isso, podemos considerar t rês t ipos principais de limit es ent re as placas t ect ônicas. Cada
um deles dá origem a um tipo de at ividade geológica.

Limites Convergentes ou de Subducção – As placas se movem uma em direção a outra. Nest e caso, a
placa mais densa mergulha sobre a menos densa e afunda em direção ao manto sobre a crosta menos densa.
Este “ consumo” ou “ dest ruição” de crost a contrabalança a geração de novas crostas que ocor re nos
limit es divergentes, mant endo a área superficial da Terra constante. Com o choque entre as crostas ocorre o
“ encurtamento” das massas rochosas, gerando grandes cadeias de montanhas e intensa atividade vulcânica
devido à fusão da rocha que mergulha em direção ao manto.

Figura 1. Represent ação esquemát ica de Limit es Conver gent es e a Cordilheira dos Andes

Esta convergência pode se dá de três formas:

Convergência entre crosta continent al e crosta oceânica: nesta situação, a placa oceânica, mais densa
devido a sua composição basált ica (rica em ferro e magnésio), afunda sob a crosta continental menos densa
de composição granítica (rica em alumínio). Este local onde a crosta afunda ou subducciona sobre a outra é
chamada de Zona de Subducção. A medida que a crosta oceânica afunda, as altas temperaturas do manto
fazem que as rochas se fundam gerando magma. Este magma é extravasado em vulcões no continent e.

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Este mecanismo ocorre no limite oest e da América do Sul, na região dos Andes. Neste local, a placa
oceânica mergulha sob a placa continental sul-americana gerando uma zona de subducção e a formação d e
cadeias de montanhas.

Convergência entre duas crost as oceânicas: nesta situação, a placa oceânica mais antiga e, portant o,
mais resfriada e mais densa, mergulha sob a placa menos densa. A atividade vulcânica ocorre de forma
similar ao caso de choque entr e crosta oceânica e cont inental, contudo, os vulcões gerados na placa oceânica
menos densa formará ilhas vulcânicas ou arcos de ilhas. A maior part e das ilhas do Pacífico t em esse tipo de
formação.

Convergência entre duas crostas continentais: no caso de convergência entre duas crostas
continentais, devido à baixa densidade dest as crostas, nenhuma das duas consegue entrar em subducção ou
mergulhar sob a outra. O resultado é a colisão entre dois blocos continentais gerando encurtamento crust al
e formando grandes cadeias de montanhas. A colisão entre a Índia e a Ásia produziu o Himalaia.

Limites Divergentes ou de Dispersão – As placas se afastam uma da outra devido ao moviment o


divergent e. Est a separação ocorre em média com a velocidade de 5cm/ ano. O “ vazio” deixado por est e
afastamento é preenchido pelo mat erial que ascende do mant o criando um novo substrat o marinho. Est a
ascensão de magma vindo do manto gera cadeias de montanhas submersas chamadas de Dorsais Oceânicas.
A part ir do eixo central destas dorsais, nova crost a oceânica é continuament e formada. Essa crosta se t orna
mais densa à medida que se resfria e se afasta da fonte que a criou, devido a este movimento contínuo de
separação a partir do centro da dorsal. Est e mecanismo vem ocorrendo nos últimos 165 milhões de anos no
atlântico sul, separando a América do Sul da África e criando o nosso Oceano Atlântico. Aproximadament e no
meio do caminho entre est es dois continentes, no fundo do mar, ocorre, na zona de separação das placas,
uma cadeia de montanhas gerada pela atividade magmática (o magma vindo do manto extravasa
continuament e nest e local) chamada de Dorsal M eso-Atlânt ica (Fig.2).

Figura 2. Represent ação esquemát ica de Zonas de Dispersão

Limites Transformantes ou de Sisalhament o – Nest e limite, as placas passam uma ao lado da outra
sem gerar ou destruir litosfera. Estes limites são gerados por zonas fraturadas na crosta, em geral com mais
de 100km de comprimento, onde os segmentos de crosta se movimentam em sentidos contrários, lado a
lado, gerando as Falhas Transformantes. Nestas regiões é muito int ensa a incidência de abalos sísmicos e
terremot os. Um exemplo dest e tipo de limite é a Falha de Sant o André, na América do Nort e. Ao longo dest a

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falha, a Placa do Pacífico se move na direção noroest e passando ao lado da Placa Nort e Americana, gerando
int ensa at ividade t ect ônica na costa oest e dos Estados Unidos e Canadá (Fig. 3).

Figura 3. Represent ação esquemát ica do limit es t ransf orm ant es e a Falha de San Andr eas

Princípio da isostasia

Isost asia, ou moviment o isost ático, é o t ermo ut ilizado em Geologia para se referir ao est ado
de equilíbrio gravit acional, e as suas alt erações, ent re a lit osfera e a ast enosfera da Terra. Esse
processo result a da flutuação das placas t ect ônicas sobre o mat erial mais denso da ast enosfera,
cujo equilíbrio depende das suas densidades relat ivas e do peso da placa. Tal equilíbrio implica que
um aumento do peso da placa (por espessament o ou por deposição de sediment os, água ou gelo
sobre a sua superfície) leva ao seu afundamento, ocorrendo, inversam ent e, uma subida (em geral
chamada re-emergência ou rebound), quando o peso diminui.
A isost asia pode ser encarada como o simples reequilíbrio no deslocamento do volume de
um fluido (nest e caso a ast enosfera) pela flutuação de um sólido (nest e caso a (lit osfera) num
processo em t udo semelhant e ao observado por (Arquimedes). Quant o mais pesada a camada
litosférica, maior volume de mat erial ast enosférico deve ser deslocado para que o equilíbrio se
mant enha. Uma imagem sugest iva dest e processo é o (iceberg): quant o maior altura t iver acima da
água, mais profunda est ará a sua base. Quando uma região da litosfera atinge o equilíbrio ent re o
peso relat ivo da placa litosférica e a sua espessura inserida na ast enosfera, diz-se que est á em
equilíbrio isost át ico.

Exemplificando

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O iceberg e o navio flut uam porque o volume submerso é mais leve que o volume de água
deslocado.
De igual forma, o volume relativament e leve da Crost a Continent al, projet ado no M anto,
permit e a “ flutuação“ da montanha.

Referências Bibliográficas

LEINZ, V.; AM ARAL, S. E. Geologia Geral. São Paulo: Companhia Edit ora Nacional; 10ªed., 1987. 397
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LOCZY, L. & LADEIRA, E.A. Geologia estrutural e introdução à geotectônica. Rio de Janeiro/ São
Paulo: Conselho Nacional de Desenvolviment o Científico e Tecnológico (Cnpq) & Editora Edgard
Blücher Lt da, 1981. 528p.

POPP, J. H. Geologia geral . São Paulo: LTC, 2002. 376 p.

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