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Explicação de Biologia e Geologia

Professora Beatriz Gomes

Tema 2 – Sismologia e Estrutura Interna da Terra


Grupo I
A geologia da ilha Graciosa
A atividade vulcânica que deu origem à ilha Graciosa dos Açores iniciou-se há mais de 600 000 anos com a
formação do vulcão em escudo da Serra de Fontes, provavelmente localizado na zona atualmente
ocupada pela Serra Branca. Esta atividade caracterizou-se pela eventual existência de lagos de lava e pela
ocorrência de erupções fissurais ao longo dos principais acidentes tectónicos.
Mais tarde, após uma atividade vulcânica marcada por erupções explosivas, intercaladas de espessas escoadas
lávicas, terá ocorrido uma intensa atividade tectónica e erosiva, fenómenos que conduziram à destruição parcial
do vulcão central da Serra Branca. A atividade vulcânica, por outro lado, foi migrando para SE e para NW ao
longo da principal direção estrutural do rifte da Terceira.
A sudeste, há cerca de 50 000 anos, começou a formar-se uma nova ilha cuja evolução deu origem à Unidade
do Vulcão Central. Inferiormente constituída por depósitos de natureza submarina, a nova ilha foi
crescendo a este do extinto vulcão central da Serra Branca. O vulcanismo passou, então, a ser
predominantemente subaéreo, ora mais explosivo ora mais efusivo. A génese da atual caldeira, datada de
há aproximadamente 12 200 anos, está relacionada com uma erupção que originou uma sucessão de depósitos
piroclásticos de queda e de fluxo. Após a formação desta estrutura, seguiu-se um importante episódio efusivo
intracaldeira.
Na fase terminal deste evento, a lava existente no interior da caldeira foi drenada ao longo da conduta principal
do Vulcão Central, justamente pela zona onde se encontra atualmente a Furna do Enxofre, uma caverna lávica
bastante profunda. O chão desta caverna encontra-se parcialmente coberto por blocos caídos do teto, é
inclinado para sudeste e termina num lago de água fria que ocupa a parte mais funda da estrutura. No seu interior
destaca-se a existência de um campo de desgaseificação que compreende uma fumarola de lama, áreas de
emissões de vapor com depósitos de minerais sublimados e uma extensa área de desgaseificação difusa
através dos solos.
Baseado em J. Pacheco et al. “Notas sobre a geologia do Arquipélago dos Açores”. Geologia de Portugal, 2013 e em
http://siaram.azores.gov.pt/ (consultado em dezembro de 2016)

Figura 1. A – Modelo digital da ilha da Graciosa representando as quatro regiões geomorfológicas (Baseado em P. Antunes,
Universidade dos Açores, 2008): 1 – Região baixa do noroeste da ilha; 2 – Serra das Fontes; 3 – Maciço da Serra Branca e da Serra
Dormida; 4 – Maciço da Caldeira – Vulcão Central; ○ – Localização da Furna do Enxofre. B – Etapas de formação de rochas
magmáticas no interior de um túnel de lava (Baseado em http://www.earth-of-fire.com/, consultado em dezembro de 2016).

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1. A atividade _____ que ocorreu há cerca de 600 000 anos na ilha Graciosa teve origem num magma _____
que terá ascendido ao longo dos principais acidentes tectónicos.
(A) efusiva (…) básico
(B) efusiva (…) ácido
(C) explosiva (…) básico
(D) explosiva (…) ácido

2. A atual posição da Serra de Fontes poderá indiciar a migração da atividade vulcânica no sentido
(A) sudeste-noroeste.
(B) sudoeste-nordeste.
(C) este-oeste.
(D) norte-sul.

3. A ilha Graciosa localiza-se sob o rifte da Terceira, local onde ocorre ____ de material rochoso, podendo
considerar-se um limite _____.
(A) formação (…) divergente
(B) destruição (…) divergente
(C) formação (…) conservativo
(D) destruição (…) conservativo

4. Há cerca de 70 000 anos, a ilha Graciosa teria um tamanho_____ ao atual, uma vez que a sudeste _____
ainda não se teria formado uma nova ilha, cuja evolução posterior originou a Unidade do Vulcão Central.
(A) idêntico (…) da Serra de Fontes
(B) inferior (…) do Maciço da Caldeira
(C) inferior (…) da Serra de Fontes
(D) idêntico (…) do Maciço da Caldeira

5. Na base da Unidade do Vulcão Central será expectável encontrar


(A) lavas ricas em sílica.
(B) lavas em almofada.
(C) estalactites basálticas.
(D) vestígios de nuvens ardentes.

6. A formação da atual caldeira do Vulcão Central, há cerca de 12 000 anos, está relacionada com a ocorrência
de uma erupção com carácter _____, à qual se associaram _____.
(A) efusivo (…) depósitos de cinzas, lapili e bombas vulcânicas
(B) efusivo (…) acumulações de lavas pahoehoe
(C) explosivo (…) depósitos de cinzas, lapili e bombas vulcânicas
(D) explosivo (…) acumulações de lavas pahoehoe

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7. O colapso do interior da caldeira do Vulcão Central foi acompanhado pela drenagem de material magmático
(A) pobre em substâncias voláteis através da Furna do Enxofre.
(B) rico em substâncias voláteis através da Furna do Enxofre.
(C) ácido através da principal conduta magmática do vulcão.
(D) ácido através de condutas magmáticas secundárias do vulcão.

8. Na Furna do Enxofre existe uma extensa área de desgaseificação difusa designada por _____, se o gás
predominante for o dióxido de carbono, e por _____, se os gases predominantes forem ricos em
enxofre.
(A) mofeta (…) géiser
(B) sulfatara (…) mofeta
(C) mofeta (…) sulfatara
(D) géiser (…) mofeta

9. As rochas magmáticas ____, formadas no interior do túnel representado pela figura 1B, podem ser
datadas _____.
(A) intrusivas (…) somente através de métodos relativos
(B) intrusivas (…) através de métodos relativos e absolutos
(C) extrusivas (…) somente através de métodos relativos
(D) extrusivas (…) através de métodos relativos e absolutos

10. Considere as afirmações seguintes:


I. Os túneis de lavas presentes em algumas regiões vulcânicas podem ser detetados através de anomalias
gravimétricas positivas.
II. As ilhas Graciosa, Terceira e S. Miguel são ilhas sismicamente pouco ativas.
III. As ilhas do Arquipélago dos Açores apresentam um menor grau geotérmico relativamente ao interior dos
escudos americanos.
(A) I é verdadeira; II e III são falsas.
(B) II é III são verdadeiras; I é falsa.
(C) I é II são verdadeiras; III é falsa.
(D) III é verdadeira; I e II são falsas.

11. Faça corresponder cada uma das descrições de fenómenos vulcânicos, expressas na coluna A, à respetiva
designação, que consta da coluna B.
Coluna A Coluna B
a. Jatos intermitentes e periódicos de água e vapor de água a elevadas 1. Agulhas vulcânicas
temperaturas. 5 2. Bombas vulcânicas
b. Emanações de água a temperaturas elevadas comuns em regiões 3. Cúpulas
vulcânicas. 4
4. Fontes termais
c. Acumulações de lava com formas alongadas e pontiagudas que
consolidaram no interior da chaminé vulcânica. 1 5. Géiseres

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12. O Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos da Universidade dos Açores monitoriza de
modo contínuo as emanações gasosas verificadas em diferentes ilhas do Arquipélago, no âmbito do
seu programa de vigilância sismovulcânica.
Explique a importância desta monitorização para a minimização dos riscos vulcânicos para as populações
das ilhas açorianas.
O centro de Vulcanologia monitoriza as emissões de gases, como CO2 e enxofre. Um aumento de emissão de
gases pode corresponder a um “alerta” de uma erupção vulcânica próxima. A monitorização das emissões de
gases é importante, pois pode prevenir uma erupção, permitindo a ações de cautela para evitar perdas de vidas
humanas.

Grupo II
O sismo no Chile
No dia 25 de dezembro de 2016, um sismo de magnitude 7,7 atingiu o Chile, tendo sido emitido um alerta de
tsunami para as áreas costeiras a menos de mil quilómetros do epicentro, pelo Pacific Tsunami Warning
Center. Segundo o serviço geológico norte-americano (USGS), o epicentro do abalo foi registado a 225 km a
sudoeste de Puerto Montt. O foco sísmico deu-se a uma profundidade de 34,6 km (figura 2).
As regiões afetadas terão sido Biobío, La Araucanía, Los Lagos e Los Ríos, em território continental chileno.
Segundo as autoridades, não se registaram quaisquer vítimas, danos materiais ou a interrupção dos serviços
básicos, excetuando um corte de comunicações, devido à saturação das linhas telefónicas. Nos dias anteriores
foram detetados sismos de baixa magnitude.
Baseado em http://www.dn.pt/ (consultado em janeiro de 2017)

Figura 2. Epicentro do sismo de 25 de dezembro de 2016.

1. O hipocentro do sismo do Chile corresponde ao local


(A) no interior da Terra onde ocorreu uma libertação gradual de energia.
(B) à superfície terrestre onde o sismo foi sentido com maior intensidade.
(C) no interior da Terra onde ocorreu a libertação súbita de energia.
(D) à superfície terrestre onde ocorreu a libertação súbita de energia.

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2. As ondas P, formadas no sismo do Chile, são ondas sísmicas
(A) longitudinais que se propagam paralelamente ao raio sísmico.
(B) longitudinais que provocam deformações nas rochas sem alterarem significativamente o seu volume.
(C) transversais que se propagam em todos os meios.
(D) transversais que se propagam perpendicularmente ao raio sísmico.

3. As ondas sísmicas superficiais detetadas


(A) permitem determinar a profundidade da descontinuidade de Mohorovicic.
(B) evidenciam maior amplitude com a diminuição da distância epicentral.
(C) são responsáveis pelas diferentes magnitudes que caracterizam um sismo.
(D) permitem determinar a distância epicentral.

4. As ondas sísmicas
(A) P e S são as responsáveis pelos maiores valores de intensidade de um sismo.
(B) P e L permitem a determinação da intensidade de um sismo.
(C) P e S não permitem a determinação correta da magnitude de um sismo.
(D) P e S permitem determinar a localização do epicentro de um sismo.

5. A placa de Nazca, representada na figura 2, integra a


(A) descontinuidade de Gutenberg.
(B) descontinuidade de Mohorovicic.
(C) descontinuidade de Lehmann.
(D) astenosfera.

6. Comparativamente aos locais onde se inicia a expansão dos fundos oceânicos, a região de S. Paulo (Brasil)
apresenta um______ fluxo térmico e um ______ gradiente geotérmico.
(A) maior (…) maior
(B) maior (…) menor
(C) menor (…) maior
(D) menor (…) menor

7. A avaliação do sismo indicada no texto resulta da aplicação da escala de _____, que quantifica a
energia libertada no _____.
(A) Richter (…) epicentro
(B) Mercalli (…) epicentro
(C) Richter (…) hipocentro
(D) Mercalli (…) hipocentro

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8. Ordene as afirmações seguintes de modo a traduzir corretamente a sequência de fenómenos ocorridos na
crise sísmica de dezembro de 2016.
A. Acumulação de energia em rochas numa falha ativa.
B. Deslizamento súbito de blocos rochosos ao longo da falha.
C. Deteção das ondas P e S à superfície terrestre.
D. Ocorrência de réplicas do sismo.
E. Propagação de energia sísmica através da litosfera.
A–B–E–C–D
9. A tecnologia GPS permite localizar com grande rigor um ponto da superfície terrestre associando-lhe os
valores da latitude, da longitude e da altitude.
Explique a utilidade da monitorização com recurso a boias equipadas com sensores GPS, colocadas no
oceano, na minimização do risco associado à ocorrência de tsunamis.
Referência ao fato de os tsunamis serem ondas gigantes que se formam no oceano, na sequência de sismos com
epicentro no fundo oceânico. Relação entre a ocorrência de ondulação anormal e a variação de altitude da boia
detetada pelo sistema GPS. Referência à emissão de alertas pelos sistemas de proteção civil e à sua difusão pela
população do litoral no sentido de evitarem os perigos decorrentes da chegada dos tsunamis.

Grupo III
Os núcleos de Marte e da Terra
Devido à ausência de dados sismológicos, pouco se sabe sobre a estrutura interna do planeta Marte. Estimativas
sobre o tamanho do núcleo marciano variam entre 2200 e os 4000 km de diâmetro, o que corresponderá
a cerca de 6 a 21% da massa planetária. Os investigadores acreditam que o núcleo seja principalmente
constituído por ferro. No entanto, o facto de o campo magnético marciano possuir uma pequeníssima
intensidade sugere que o núcleo possa ser pequeno e sólido ou, em alternativa, grande e semissólido
ou líquido. A deteção de crosta marciana antiga fortemente magnetizada é um dos dados mais
surpreendentes que fornecem importantes pistas para o estudo da história e da natureza do núcleo de Marte.
A partir destes novos dados foi construído um modelo da atual estrutura interna do planeta vermelho (figura
3A).
O núcleo da Terra, por outro lado, possui um diâmetro com cerca de 7000 km, o que corresponde a
32% da massa planetária. É constituído por ferro e níquel e compreende duas camadas, o núcleo interno
sólido e o núcleo externo líquido. A figura 3B representa a propagação das ondas S no interior do nosso planeta.
Baseado em http://www.windows2universe.org/ (consultado em janeiro de 2017)

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Figura 3. A – Modelo hipotético da estrutura interna de Marte (baseado em David J. Stevenson “Mars’ core and magnetismo”, Nature,
vol. 412, 2001. B – Esquema representativo da propagação das ondas S no interior da Terra.

1. A letra C da figura 3 assinala uma zona de _____, correspondente a uma faixa da superfície terrestre onde
não são detetadas ondas sísmicas _____.
(A) sombra sísmica (…) L diretas
(B) baixa velocidade (…) S diretas
(C) sombra sísmica (…) S diretas
(D) baixa velocidade (…) L diretas

2. O estudo da história e da composição do núcleo marciano constitui um método _____ de pesquisa


para o conhecimento da estrutura interna da(e) ________.
(A) indireto (...) Terra
(B) direto (...) Terra
(C) indireto (...) Marte
(D) direto (...) Marte

3. A descontinuidade de
(A) Mohorovicic assinala uma mudança no estado físico dos materiais que constituem a crosta e o manto.
(B) Gutenberg separa duas zonas com propriedades físicas e químicas distintas.
(C) Lehmann limita duas zonas com composição química muito distinta.
(D) Gutenberg delimita o núcleo interno do núcleo externo.

4. No interior da geosfera, a anulação das ondas sísmicas _____ confirma a existência de _____.
(A) S (…) uma zona de baixa velocidade
(B) S (…) um núcleo externo fundido
(C) P (…) um núcleo externo fundido
(D) P (…) uma zona de baixa velocidade

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5. O acentuado enfraquecimento do campo magnético em Marte teve como consequência a posterior instalação
de rochas basálticas
(A) portadoras de anomalias magnéticas.
(B) muito magnetizadas.
(C) com intensa orientação dos minerais magnetizados.
(D) com pouca orientação dos minerais magnetizados.

6. O enfraquecimento do campo magnético marciano dever-se-á


(A) ao aumento da fluidez dos materiais do núcleo.
(B) ao aumento do teor em ferro do núcleo.
(C) à diminuição da fluidez dos materiais do núcleo.
(D) ao aumento das correntes elétricas geradas no núcleo do planeta.

7. O escasso conhecimento sobre o núcleo marciano deve-se


(A) ao facto de as ondas P e S não se deslocarem em meios com composição metálica.
(B) ao facto de o planeta não apresentar dinâmica interna/ser geologicamente inativo.
(C) à ausência de dados sobre a propagação das ondas L.
(D) à impossibilidade de estabelecer comparações com rochas fortemente magnetizadas.

8. Faça corresponder a cada uma das afirmações, expressas na coluna A, a respetiva designação, que
consta da coluna B. Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.
Coluna A Coluna B
a. As ondas sísmicas sofrem uma redução na sua velocidade, sem, 1. Crosta oceânica
contudo, se anularem. 2 2. Astenosfera
b. Compreende a crosta e a região rígida do manto superior. 3 3. Litosfera
c. Zona constituída por rochas de natureza granítica que apresentam 4. Crosta continental
uma significativa quantidade de sílica e alumínio. 4 5. Manto

9. Explique em que medida a descoberta de uma crosta antiga muito magnetizada em Marte permite
conhecer a história e a natureza do núcleo deste planeta.
Relação entre a crosta antiga constituída por rocha muito magnetizadas e a elevada intensidade do campo
magnético da época. Relação entre a intensidade do campo magnético primitivo e a existência de um núcleo
metálico/ferro em estado líquido. Relação entre o possível aumento da rigidez do material do núcleo e o
enfraquecimento do campo magnético de Marte.

FIM

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