Questão de aula Ano letivo 2021-2022

Biologia e Geologia – 10.o ano

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GRUPO I
O vulcão Semeru, com 3676 metros, é o vulcão mais alto da ilha de Java e um dos mais
ativos da Indonésia (fig. 1) As suas encostas possuem um elevado declive, resultante da
acumulação de lavas e piroclastos emitidos pelas erupções ocorridas nas últimas décadas.
Os primeiros registos oficiais de erupções datam de 1818, apesar de existirem evidências
de erupções muito intensas que ocorreram há milhares de anos. Em redor do vulcão existe uma
planície com várias dezenas de quilómetros, onde habitam cerca de 1 000 000 de pessoas.
A erupção mais recente ocorreu entre os dias 14 e 21 de dezembro de 2021, tendo sido
geradas nuvens ardentes, espessas colunas de cinzas e de gases tóxicos, bem como escoadas
de lava com cerca de 1,8 km de extensão. Foram destruídas mais de 5000 habitações e morreram
pelo menos 57 pessoas, havendo ainda a registar várias dezenas de desaparecidos e mais de
104 feridos graves. Esta erupção pode ter sido iniciada pelo colapso do domo lávico que se
encontrava na cratera, após precipitação intensa.
A atividade vulcânica muito regular e a elevada perigosidade a ela associada levaram à
instalação de equipamentos para estudo da deformação do relevo vulcânico, de forma a prever a
ocorrência de erupções vulcânicas. Estes equipamentos permitiram estudar as mudanças na
curvatura do relevo durante uma série de eventos eruptivos que ocorreram em 2006 (fig. 2).
Um dos principais riscos do vulcão Semeru são os fluxos de detritos, conhecidos por lahars
(fig. 3). Estes descem as encostas do vulcão e podem deslocar-se mais de 30 km, antes de
atingirem o oceano, provocando elevada destruição e perda de vidas.

Figura 1. Contexto tectónico da Indonésia, com destaque para o vulcão Semeru.

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Figura 2. Variações no relevo do vulcão durante a erupção de 13 de novembro de 2006. Os valores positivos indicam
uma subida do relevo e os valores negativos uma diminuição da altitude.

Figura 3. Precipitação e variação do número de cheias e de lahars na bacia do rio Curah Lengkong.
Baseado em Global Volcanism Program (2021). Report on Semeru (Indonesia). In Sennert, S K (Ed.), Weekly Volcanic Activity Report,
15 December - 21 December 2021. Smithsonian Institution and US Geological Survey. Disponível em
https://volcano.si.edu/showreport.cfm?doi=GVP.WVAR20211215-263300 [consult. jan 2022]; Lavigne, F., & Suwa, H. (2004). Contrasts
between debris flows, hyperconcentrated flows and stream flows at a channel of Mount Semeru, East Java,
Indonesia. Geomorphology, 61(1-2), 41-58. DOI: 10.1016/j.geomorph.2003.11.005; Iguchi, M., Yakiwara, H., Tameguri, T., Hendrasto,
M., & Hirabayashi, J. I. (2008). Mechanism of explosive eruption revealed by geophysical observations at the Sakurajima, Suwanosejima
and Semeru volcanoes. Journal of Volcanology and Geothermal Research, 178(1), 1-9. DOI:10.1016/j.jvolgeores.2007.10.010

1. O vulcão Semeru faz parte de uma cadeia vulcânica que resulta

(A) da subducção da placa Australiana sob a Euroasiática.
(B) da subducção da placa Euroasiática sob a Australiana.
(C) da divergência da placa Euroasiática relativamente à placa Australiana.
(D) do deslizamento entre as placas Australiana e Euroasiática.

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2. A erupção de dezembro de 2021 pode ser classificada de
(A) mista, uma vez que o cone vulcânico tem vertentes abruptas.
(B) mista, pois ocorreu emissão de piroclastos e de lavas que formaram escoadas.
(C) explosiva, já que foram geradas nuvens ardentes.
(D) explosiva, porque houve o colapso do cone vulcânico.

3. De acordo com os dados, o sistema de vulcões da ilha de Java

(A) está associado a um vulcanismo intraplaca, já que existem vulcões alinhados.
(B) localiza-se num ponto quente continental, caracterizando-se pela emissão de lavas intermédias.
(C) faz parte de um vulcanismo interplaca associado a um limite destrutivo.
(D) resulta do movimento lateral das placas litosféricas.

4. O Semeru apresenta vulcanismo de tipo _____ e lavas com _____ de sílica.

(A) fissural … percentagem intermédia (C) fissural … elevada percentagem
(B) central … elevada percentagem (D) central … percentagem intermédia

5. De entre as afirmações seguintes, relacionadas com o vulcão Semeru, selecione as duas que
estão corretas.
I. O relevo do vulcão não sofre variações antes e após um evento eruptivo.
II. Os lahars geram-se, principalmente, quando a precipitação intensa afeta as encostas do vulcão.
III. A erupção do Semeru de dezembro de 2021 foi provocada pela destruição de uma
estrutura originada por uma lava mais ácida do que a lava das escoadas.
IV. A monitorização do Semeru pode prever, com certezas absolutas, quando irá ocorrer uma
erupção.
V. Sempre que ocorre precipitação, verifica-se a formação de lahars.

6. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência de

acontecimentos relacionados com a erupção do vulcão Semeru, em dezembro de 2021.
A. Separação dos gases presentes no magma quando exposto à superfície.
B. Colapso da estrutura que bloqueava a cratera.
C. Formação de um fluxo de cinzas e de gases a elevadas temperaturas.
D. Destruição rápida de habitações e infraestruturas.
E. Precipitação intensa nos meses de outubro a dezembro.

7. Mencione duas outras técnicas que podem ser usadas para a monitorização do vulcão Semeru,
para além do estudo das variações do seu relevo.

8. Associe aos tipos de atividade vulcânica apresentados na coluna I as afirmações da coluna II

que lhes correspondem. Cada um dos números deve ser associado apenas a uma letra e todos
os números devem ser utilizados.
Coluna I Coluna II
1. É característica do vulcanismo que ocorre nos vales de rifte.
2. Formam-se agulhas vulcânicas.
3. Origina-se a partir de magmas ácidos.
a) Atividade efusiva 4. Dá origem a cones vulcânicos com forma de escudos.
b) Atividade mista 5. O magma que a sustenta tem uma natureza silicatada
c) Atividade explosiva intermédia.
6. Origina abundantes escoadas lávicas.
7. Origina estratovulcões, com alternância de camadas de lava e
de piroclastos.

9. A região do vulcão Semeru é afetada por intensa precipitação, na ordem dos 3700 mm/ano.
Explique, tendo em conta os dados da figura 3, em que medida o clima da região e a
ocupação antrópica potenciam o risco vulcânico.
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 GRUPO II
A falha de Santo André, na Califórnia (EUA), é formada por várias fraturas paralelas, que
atingem, no global, cerca de 1200 km de extensão e vários quilómetros de profundidade (fig. 4).
Nos últimos 15 a 20 Ma, desde que se formou, a falha de Santo André registou uma deslocação na
ordem dos 563 km.
A existência da falha de Santo André foi confirmada no dia 18 de abril de 1906, quando um
violento sismo, com magnitude 8,3 na escala de Richter, destruiu parte da cidade de S. Francisco.
A rotura das rochas iniciou-se a cerca de 8 km de profundidade e, em algumas regiões, o movimento
ao longo dos blocos da falha superou os 6 metros. Diversas estradas, linhas ferroviárias e zonas
urbanas foram totalmente destruídas durante o sismo, tendo-se seguido uma grande quantidade de
incêndios. As zonas mais afetadas atingiram intensidade XI na escala modificada de Mercalli.
Estima-se que tenham morrido mais de 3000 pessoas.
Apesar de este sismo só ter sido devidamente compreendido após o desenvolvimento da
teoria da tectónica de placas, o estudo das tensões acumuladas e da deslocação dos blocos
permitiu a Reid, em 1910, formular a teoria do ressalto elástico, que é, ainda, o principal modelo
explicativo da geração dos sismos de origem tectónica.

Figura 4. Mapa tectónico da região oeste dos EUA.

Em 1989, a região foi novamente afetada por um violento sismo, com magnitude 6,9. O
epicentro foi localizado a cerca de 100 km a sul de S. Francisco. As rochas sofreram uma rotura a
cerca de 18 km de profundidade, deslizando 2 m ao longo de um segmento com 35 km da falha de
Santo André. Algumas regiões sofreram uma elevada destruição, uma vez que parte dos materiais
rochosos sofreram liquefação. Deste sismo, resultaram 63 mortos e mais de 3700 feridos e
avultados prejuízos materiais. Nas três semanas seguintes, foram registados 87 sismos com
magnitude superior a 3.
A figura 5 representa três sismogramas obtidos no sismo de 1989, na cidade de S. Francisco.

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Figura 5. Localização de três estações sismográficas em S. Francisco e respetivos sismogramas obtidos no sismo de 1989.

Baseado em https://pubs.usgs.gov/gip/earthq3/safaultgip.html; https://www.nps.gov/subjects/geology/plate-tectonics-transform-plate-

boundaries.htm e https://earthquake.usgs.gov/earthquakes/eventpage/usp00040t8/executive [consult. jan 2022]

1. Os sismos de S. Francisco podem ser considerados ______, associados a hipocentros ______.

(A) intraplaca … superficiais (C) intraplaca … intermédios
(B) interplaca … superficiais (D) interplaca … intermédios

2. A diferença da intensidade do sismo de 1989 entre as zonas assinaladas com as letras X e Y

poderá estar relacionada com
(A) a distância daquelas localidades ao epicentro.
(B) a magnitude do sismo.
(C) a profundidade do foco.
(D) a diferença das litologias nas duas regiões.

3. As primeiras ondas a serem registadas nos sismogramas correspondem às ondas

(A) transversais, que se propagam em todos os materiais.
(B) P, que só atravessam a crusta e o manto terrestre.
(C) S, associadas às zonas de sombra sísmica.
(D) longitudinais, que se originam no hipocentro.

4. O sismograma Y corresponde a um local de S. Francisco em que o solo é constituído por

materiais
(A) não consolidados, o que explica uma vibração mais prolongada, aumentando a amplitude
das ondas.
(B) não consolidados e a propagação das ondas é menos prolongada, devido à sua elevada
rigidez.
(C) consolidados, onde, devido à maior densidade dos materiais, as ondas apresentam maior
velocidade.
(D) consolidados com uma elevada rigidez, que explica a menor velocidade das ondas.

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5. De entre as afirmações seguintes, relacionadas com os sismos da região tectónica da figura 4,
selecione as duas que estão corretas.
I. Ao longo da falha de Santo André, os blocos sofrem movimentos horizontais.
II. A falha de Santo André corresponde a um limite transformante.
III. Entre a Placa Juan de Fuca e a Norte-Americana os sismos têm origem em tensões
associadas a um limite construtivo.
IV. O limite entre a placa de Cocos e a do Pacífico origina sismos com focos profundos.
V. As réplicas do sismo de 1989 registaram uma baixa magnitude, resultante da reduzida
intensidade.

6. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência

de acontecimentos relacionados com o sismo de 1989.
A. Libertação de energia de forma súbita no hipocentro.
B. Acumulação de tensões a 18 km de profundidade.
C. Início da propagação das ondas de maior amplitude.
D. Chegada das ondas longitudinais a 100 km a sul de S. Francisco.
E. Cálculo da magnitude com base num sismograma registado em S. Francisco.

7. Complete o texto seguinte com a opção adequada a cada espaço. A cada letra corresponde
um só número.

No hipocentro, originam-se as ondas a) , em virtude dos materiais atingirem o seu limite

de b) . As ondas atingem maior velocidade quanto maior for a c) dos materiais.
Quando as ondas sísmicas geradas na crusta entram no manto, podem sofrer d) , atingindo
maior velocidade e chegando, por essa razão, antes das ondas diretas, a uma estação e)
epicentro.

a) b) c)
1. longas 1. elasticidade 1. rigidez
2. superficiais 2. tensão 2. densidade
3. de volume 3. energia 3. rigidez ou a densidade
d) e)
1. reflexão 1. mais distante do
2. refração 2. mais próxima do
3. reflexão e refração 3. localizada no

8. Relacione o contexto tectónico da região de S. Francisco com a formação de sismos ao longo

da falha de Santo André.
Na resposta deverá considerar a teoria do ressalto elástico.

9. Alguns segmentos da falha não têm registado sismos de elevada magnitude nas últimas
centenas de anos.
Explique em que medida a ausência de sismos recentes nestas regiões aumenta o seu risco
sísmico.