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GEOLOGIA 10.

º ANO

O leste africano e a formação de um novo continente

No dia 23 de março de 2018, no sudoeste do Quénia, em Mai Mahiu, a 50 km da


capital, formou-se uma falha, com 50 m de largura por 50 m de profundidade, que
colapsou a estrada de ligação da capital Nairobi a Narok. Na origem da formação desta
falha esteve uma crise sísmica com registos de baixa magnitude (M<4).

A instalação progressiva de um sistema de falhas permitirá que, no futuro, parte do


território africano se torne num continente autónomo. Segundo Lucía Pérez-Díaz, uma
investigadora da Faculdade Royal Holloway, da Universidade de Londres, tal como
aconteceu há cerca de 138 milhões de anos entre os continentes americano e africano,
a Somália, metade da Etiópia, o Quénia, a Tanzânia e o norte de Moçambique deverão
formar, dentro de 10 milhões de anos, um novo continente. Esta separação deverá
acontecer ao longo do Rift Valley, ou Vale de Rifte, numa extensão de cerca de 3000
km, desde o Golfo de Ádem até Moçambique.

Segundo cálculos efetuados, o sistema de falhas do Rift Valley ter-se-á iniciado há


cerca 30 milhões de anos, no norte do Quénia, e tem vindo a propagar-se para sul a
uma velocidade de 2,5 a 5,0 cm/ano.

Pérez-Díaz afirma que a falha agora


posta em evidência por recentes
movimentos tectónicos é "a fase
inicial de uma desagregação
continental", num planeta em
constante mudança embora, nalguns
aspetos, essa mudança seja
impercetível para a humanidade.

Figura 1 – Representação esquemática da futura


divisão tectónica de África com individualização da
placa núbia, também designada placa africana, e da placa somali (formada pela Somália, metade da Etiópia, o
Quénia, a Tanzânia e o norte de Moçambique).
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Adaptado de: https://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-5562589/Is-Africa-splitting-TWO.html [consultado


em abril de 2018].

1. A falha formada no Quénia, no dia 23 de março,


(A) instalou-se na crusta e na parte superior do manto, como as demais falhas
tectónicas.
(B) é superficial e, tal como as demais falhas tectónicas, desloca-se diretamente
sobre a astenosfera.
(C) está associada a um regime tectónico distensivo.
(D) subdividiu a placa africana em duas placas.

2. A formação de falhas ocorre em meio continental e oceânico sendo a crusta


continental ___ do que a oceânica.
(A) mais espessa e menos densa
(B) menos espessa e mais densa
(C) menos espessa e menos densa
(D) mais espessa e mais densa

3. A Falha de Santo André é, também ela, uma falha continental e representa um


limite tectónico
(A) construtivo.
(B) conservativo.
(C) destrutivo.
(D) neutro.

4. A falha continental formada recentemente no Quénia está associada ao Rift Valley e


poderá corresponder à fase inicial da formação de uma bacia oceânica porque
(A) as falhas continentais produzem sempre novas bacias oceânicas.
(B) o rifting continental assemelha-se geotectonicamente ao rifting oceânico.
(C) as grandes falhas continentais são preenchidas por águas oceânicas.
(D) esta falha atingiu a profundidade suficiente.
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5. Selecione a opção que classifica corretamente as afirmações I a III, de acordo com


os dados fornecidos.
I. A topografia anormalmente elevada dos planaltos da Etiópia deve-se à ascensão
de uma pluma térmica.
II. A deformação crustal é um importante sinal precursor de atividade
sismovulcânica.
III. O Rift Valley está sujeito a um estado de tensão tectónica transformante que
torna a litosfera mais fina.

(A) III é verdadeira; I e II são falsas.


(B) I é verdadeira; II e III são falsas.
(C) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(D) I e II são verdadeiras; III é falsa.

6. A formação do Rift Valley


(A) tem ocorrido uniformemente ao longo da sua extensão de cerca de 3000 km.
(B) iniciou-se aquando da separação de Madagáscar do continente africano.
(C) tem progredido de norte para sul a uma velocidade constante.
(D) também é caracterizada pela ocorrência de vulcanismo.

7. De acordo com o ___, a formação do Rift Valley ___.


(A) Princípio do Atualismo … permite compreender a formação do rifte atlântico
(B) Princípio do Gradualismo … não está direta nem indiretamente relacionada com
fenómenos súbitos e violentos como os sismos
(C) Uniformitarismo … resulta integralmente de processos lentos e graduais
(D) Catastrofismo … é o resultado da conjugação de processos catastróficos e não
catastróficos
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8. Explique, de acordo com o processo sismogenético, as baixas magnitudes registadas


na crise sísmica associada à formação da falha no Quénia.

9. O vulcanismo associado a plumas térmicas permite conhecer o trajeto da deriva


tectónica das placas litosféricas porque os pontos quentes
(A) são estacionários, formando vulcões, atóis e guyots nas placas animadas de
movimento.
(B) não são afetados pelas forças gravíticas que impulsionam as placas.
(C) deixam evidências eruptivas nas placas a cada 1000 anos.
(D) só entram em erupção quando uma placa se move.

10. De acordo com a Teoria da Tectónica de Placas, os sismos e vulcões


(A) distribuem-se aleatoriamente no planeta Terra.
(B) apresentam padrões distintos em diferentes localizações geotectónicas.
(C) manifestam-se de forma idêntica independentemente da localização geográfica.
(D) são manifestações geologicamente irrelevantes no âmbito desta teoria.
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Propostas de solução

1. Opção (C).

2. Opção (A).

3. Opção (B).

4. Opção (B).

5. Opção (D).

6. Opção (D).

7. Opção (A).

8. Tópicos de resposta:

 De acordo com a sismogenética, um sismo resulta da libertação rápida e


repentina de energia acumulada em rochas sob tensão tectónica, ultrapassado o
seu limite de resistência elástica.
 A magnitude é um parâmetro de caracterização de um sismo que permite
calcular a quantidade de energia libertada no foco/hipocentro.
 A série de sismos que ocorreu no Quénia resultou da libertação de menores
quantidades de energia, aspeto característico de zonas sob a ação estados de
tensão tectónica em que predominam forças distensivas.

9. Opção (A).

10. Opção (B).

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