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Como Estudar na Uniorka?

Apostila Nossa apostila foi elaborada para um melhor aproveitamento da sua dedicação.
Ela consiste em conteúdo das disciplinas, exercícios de fixação e juntamente com
os vídeos aulas para seu sucesso nas avaliações e no mercado de trabalho.

Ambiente Virtual Utilizando a internet, o Estudante pode ter acesso ao Ambiente Virtual de
Aprendizagem, por meio do endereço www.uniorka.com.br no link Acesso
Estudante com seu login e senha fornecida pela Uniorka para
rever as teles aulas, participar de fóruns, tirar dúvidas,
realizar leituras, exercícios, receber e enviar trabalhos. Além
de se comunicar com o professor e com os colegas, todas as
informações sobre a utilização do Ambiente Virtual de
Aprendizagem estão no final desta apostila.

Tele-aulas Nossas Tele-aulas são transmitidas ao vivo para polos, ministradas por
professores especialistas. Assim, os Estudantes podem interagir em tempo real
com perguntas a qualquer momento. Confira o dia da semana e horário da tele
aula do seu curso. Caso o Estudante perca alguma tele aula ao vivo, elas estarão
gravadas no Ambiente Virtual de Aprendizagem na internet.

Plantão Tira Dúvidas A Uniorka possui um exclusivo serviço de tele atendimento ao Estudante, com
professores de plantão preparados para responder suas dúvidas sobre conteúdo
do curso, provas e simulados. O horário de atendimento do Plantão Tira Dúvida é
de segunda à sexta-feira das 14h00 às 18h00 horas pelo nosso 0800 600 2828.

Secretaria Nossa Secretaria está pronta atender os Estudantes com informações sobre o
curso como: matrícula, documentação, atestado, prova, certificado, mensalidade
entre outros. Não deixe de entrar em contato conosco, nosso horário de
atendimento são de segunda a sexta–feira das 08h00 às 21h00 e aos Sábados
das 08h00 às 12h00, ligue gratuitamente 0800 600 2828 ou e-mail
atendimento@uniorka.com.br
Conteúdo
Como Estudar na Uniorka? ................................................................................................................................................................. 1
INTRODUÇÃO BÁSICA PARA MINERAÇÃO ..................................................................................................................................... 3
Informática ...................................................................................................................................................................................... 3
Geologia I........................................................................................................................................................................................ 7
Mineralogia/Petrigrafia I ................................................................................................................................................................ 18
Desenho cartográfico .................................................................................................................................................................... 35
Geologia II..................................................................................................................................................................................... 38
Introdução á estatística ................................................................................................................................................................. 44
CONHECIMENTO EM MINERAÇÃO ................................................................................................................................................ 52
Topografia ..................................................................................................................................................................................... 52
Pesquisa Mineral .......................................................................................................................................................................... 68
Lavra De Mina I ............................................................................................................................................................................. 73
Tratamento De Minérios................................................................................................................................................................ 81
Mineralogia Petrográfica II .......................................................................................................................................................... 108
TÉCNICAS DE MINERAÇÃO.......................................................................................................................................................... 115
Pesquisa Mineral II ..................................................................................................................................................................... 115
Lavra de Minas II ........................................................................................................................................................................ 129
Tratamento de Minério II ............................................................................................................................................................. 152
Geoprocessamento ......................................................................................................................................................................... 160
Hidráulica e Mecânica Aplicada .................................................................................................................................................. 187
Mineração E Ambiente ................................................................................................................................................................ 196
Informática Aplicada ................................................................................................................................................................... 200
Química Aplicada ........................................................................................................................................................................ 208
ANEXOS ......................................................................................................................................................................................... 217
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................................................... 234

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INTRODUÇÃO BÁSICA PARA MINERAÇÃO dentro da opção programas no mune iniciar, que fica
localizada na parte inferior a esquerda da janela principal de
Windows. Para abrir o Word 2003 clique em
Informática Iniciar>Programas>Microsoft Office> Microsoft Office
Word 2003.

Introdução ao Microsoft Word 2003

O Microsoft Word é um dos softwares aplicativos Conhecendo o Word 2003


disponíveis no pacote Office da Microsoft. Ele é um dos
Barra de Título
principais editores de textos e mais utilizados por todos os
Quando você inicia a Microsoft Word 2003, é exibido
usuários de computadores. Os editores de textos
na barra de título um novo documento em branco com o
possibilitam criar qualquer tipo de produção de textos de
nome de (Documento1), na parte superior da janela. O nome
forma rápida e com muitos recursos, o que seria quase
na barra de título será alterado assim que você salvar o
impossível ou pelo menos muito trabalhoso de ser feito na
documento. Explicaremos como salvar mais a frente.
máquina de escrever.

O que é o Word?

Como citado acima é um dos softwares aplicativos Barra de Menu


disponíveis no pacote Office da Microsoft. Ele trabalha
essencialmente com textos, formatação, correção Localizada abaixo da Barra de Título, na parte
ortográficas, entre outros. Por isso é conhecido como editor superior da janela de aplicativo, contém todos os comandos
e Processador de textos. do Word. Os comandos existentes na Barra de Menu podem
Editor de textos é um programa usado para criar ser acessados pelo clique do mouse ou pelo
arquivos de textos ou fazer modificações em arquivos de pressionamento simultâneo das teclas Alt e a letra que
textos já existentes. Por exemplo, ele pode ser usado para estiver sublinhada no menu desejado pelo usuário. Ex.:
eliminar, incluir ou pesquisar textos, mas não possuem Arquivo = Alt+A, Editar=Alt+E, Exibir=Alt+X...
recursos como: Formatação de textos (itálico, negrito, etc.),
divisão de texto em colunas, alinhamento de parágrafo,
entre outros. O bloco de notas do Windows é um exemplo
de editor de texto.
Processador de textos é um programa
Barras de Ferramentas
especializado na criação de textos, que utiliza os recursos
disponíveis do processador, como formatação de textos,
Contém vários botões que permitem executar uma
quebra automática de linha, entre outros. O Word é capaz
série de comandos de menu através de botões. Fornece-nos
de criar cartas sofisticadas relatórios com ilustrações,
acesso rápido a todas as ferramentas relacionadas a
panfletos e muito mais.
formatação.
Todo texto criado no Word é chamado de documento.
Então, uma carta, um relatório ou até mesmo uma simples
linha de texto criada no Word é chamado de documento.

Para saber a função de cada botão posicione o


Abrindo Microsoft Word 2003
ponteiro sobre ele, logo aparecerá a sua função.
Existem varias formas de carregar um determinado
programa na tela e começar a utilizá-lo. Presume-se que a
chamada do programa Microsoft Word esteja presente

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Para ativar qualquer um desses modos, clique na
opção “Exibir” ou clique sobre um dos botões disponíveis na
Barras de Rolagem
barra de exibição dos documentos.
A barra de rolagem nos permite caminhar em nosso
texto de forma mais ágil, com duas formas: Editando um Documento
Vertical - Que permite rolar as páginas de cima para baixo
Editar um documento é fazer alterações no documento,
ou de baixo para cima.
contando com as facilidades de movimentação e correção
Horizontal - Que permite rolar as páginas de um lado para
e/ou inserção de caracteres. Partiremos do princípio que,
outro.
para fazermos qualquer correção/alteração, é necessário
que nos desloquemos até o ponto a ser trabalhado, ou seja,
que o cursor seja levado até o local desejado. O Microsoft
Barra de Status
Office Word 2003 conta com o auxílio de teclas especiais
Exibe informações do documento em uso como para movimentações desejadas. A tabela abaixo mostra
número da página, seção atual, página atual da quantidade quais as teclas que poderão ser usadas nestes casos.
total de páginas, posição do cursor em relação ao topo da
página, linha e coluna da posição atual do cursor. Tecla Posicionamento do Cursor
Page Up Tela para cima
Modos de Visualização Page Dn Tela para baixo

Ás vezes é necessário ver como o texto ficará. Pode-se Ctrl + PgUp Primeira linha da tela

visualizá-los da seguinte forma: Ctrl + PgUp Última linha da tela


Home Inicio da linha da tela
End Fim do documento

Recuperação de Textos Apagados, formatados e etc

Muitas vezes você executa um comando


indevidamente ou até mesmo apagou um bloco de textos
acidentalmente, mas o Word 2003 poderá voltar mais de 100
operações dependendo do conteúdo formatado ou apagado.
Clique no botão desfazer na barra de ferramentas padrão ou
use o menu Editar/Desfazer. O mesmo pode se utilizado
para Refazer algo que foi Desfeito, basta clicar em
Editar/Refazer ou utilizar os ícones de atalho da barra de
Modo Normal: é o modo padrão do Word, será como ele se
ferramentas.
apresentará assim que terminar o trabalho.

Correção Ortográfica
Modo de exibição de layout de impressão: é o formato no
qual o texto aparecerá na impressão. Uma das grandes vantagens de se utilizar o Word é
que ele automaticamente apresenta os erros ortográficos e
Modo de exibição de layout da Web: será como o texto gramaticais. Ao digitar um texto, com algumas palavras
aparecerá na Web, caso queira disponibilizá-lo na Internet. errada, automaticamente aparecerá uma linha ondulada
vermelha abaixo desta palavra, no qual significa que o
Modo estrutura de tópicos: o texto aparecerá em formato computador desconhece aquela palavra, pois não contém no
de tópicos. banco de dicionário deste. Ao localizar uma palavra
sublinhada com esta linha vermelha, clique sobre ela com o
Layout de Leitura: Exibi as paginas do texto dividindo-o em botão direito do mouse, aparecerá uma lista de sugestões
duas folhas por vez deixando assim melhor a leitura. para aquela palavra, clique sobre a opção desejada ou
ignore a correção. Outra maneira de se fazer a correção é

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abrindo a opção de “Ortografia e Gramática” localizada na 1 - Clique no menu “Ferramentas”;
barra de menus ―Ferramentas‖, ou na barra de ferramenta 2 - Clique em “Opções de Auto-Correção”;
padrão. Neste caso ela examinará todo o texto, incluindo 3 - Selecione a caixa de verificação “Substituir Texto ao
notas de rodapé, cabeçalhos e anotações à procura de erros Digitar”;
de ortografia, caso apareça uma palavra que não conste no 4 - Na caixa “Substituir”, digite um erro que você comete
dicionário principal do programa, será exibida uma caixa de com freqüência;
diálogo, oferecendo opções para substituir a palavra 5 - Na caixa “Por”, digite a palavra correta para a palavra;
incorreta. Porém nem todas as palavras sublinhas de Escolha o botão “Adicionar”.
vermelho estão com sua ortografia errada, em alguns casos,
a palavra é apenas desconhecida do dicionário de seu Como foi dito anteriormente, existem casos em que o
computador, como por exemplo, alguns nomes próprios, Word não reconhece algumas palavras, por não estarem
siglas ou termos específicos. Neste caso, se tiver certeza de incluídas em seu dicionário principal. Se for um nome
que a palavra está correta, basta adicioná-la à verificação próprio, siglas ou termos técnicos, basta clicar na opção
ortográfica para que o Word não questione mais. “Ignorar” ou “Adicionar” durante a correção ortográfica.
Verificação da ortografia: Porém se o programa estiver acusando palavras comuns, o
1 - Clique no menu “Ferramentas”; idioma do Word pode estar alterado, sendo assim, mude-o
2 - Clique na opção “Ortografia e Gramática”; para o “Português, Brasil”.
3 - Para cada palavra que for exibida na caixa “Não 1 - Clique no menu “Ferramentas”;
encontrada”, selecione as opções desejadas. 2 - Clique na opção “Idioma”;
3 - Clique em “Definir Idioma”;
Botão Ignorar uma vez: deixará a palavra inalterada. 4 - Selecione a opção desejada;
Botão Ignorar todas: deixa a palavra inalterada em todos 5 - Aperte “OK”.
os documentos até você reiniciar o Word.
Botão Adicionar ao dicionário: adiciona a palavra ao Formatação do texto
dicionário personalizado selecionado na caixa ―Adicionar
O comando formatar parágrafos oferece diferentes
em‖.
opções para controlar os espaçamentos de uma linha para
Botão Alterar: substitui a palavra errada pela seleção
outra, alinhar o recuo de texto, arrumar os espaçamentos
exibida na caixa ―Sugestões‖ ou pela palavra que você
dos parágrafos e controlar quebras de linhas e de páginas.
digitar na caixa ―Alterar para‖.
O comando formatar parágrafo contém duas janelas, onde
Botão Alterar Todas: substitui a palavra errada para todas
você pode trabalhar seu parágrafo, a ficha recuo e
as ocorrências no documento inteiro.
espaçamentos e a ficha quebras de linhas e de página.
Botão Auto Correção: adiciona o erro e a correção da
palavra à lista de ―Auto-Correção‖.
Opções: exibe uma caixa de diálogo na qual se podem Alinhamento do Texto

especificar as regras que o Word utilizará para a verificação Alinhamento: alinha todas as linhas como determinado:
ortográfica. esquerdo, direito, centralizado e justificado, onde justificar
significa que todas as linhas ocupem a mesma área.
Auto Correção 1- Selecione o parágrafo;

O Word possui a ferramenta ―Auto-Correção‖ que 2- Clique no menu “Formatar”;

altera automaticamente o texto digitado. Como também, 3- Clique na opção “Parágrafo” aparecerá à caixa de

pode-se codificar palavras digitadas com freqüência, por diálogo;

palavras abreviadas, ex.: ―Prezado Senhor‖ por ―psr‖, ou o 4- Selecione a opção desejada de alinhamento;

―não‖ no lugar de ―não‖, você pode incluir palavras erradas 5- Clique em “OK”.

em suas correções na lista de auto-correção. Caso esse O Word também possibilita a formatação através dos

recurso estiver ativado, da próxima vez que for digitar o ícones de atalho na Barra de Ferramentas.

―nao" ele substituirá por ―não‖ automaticamente, sem que


você precise arrumá-lo. Recuo do Texto

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Recuo: determina a distância que o parágrafo irá obedecer 1º - Selecione a lista de itens.
do lado esquerdo e do direito, o recuo especial só atua em 2º - Clique no menu “Formatar”.
uma parte específica do parágrafo, primeira linha ou 3º - Selecione a opção ―Marcadores e numeração”.
deslocamento. 4º - Logo aparecerá o Índice, marcadores e
numeração, escolha a aba numerada e depois escolha a
Espaçamento do Texto numeração.
Para escolher uma numeração diferente, clique no
Espaçamento: determina a distância que existirá antes e/ou
botão Personalizar.
depois do parágrafo.

Inserindo Símbolos
Marcadores e Numeração
Os símbolos nos ajudam a inserir caracteres não
A utilização de marcadores e numeração é um
disponíveis no teclado, para inserir símbolos siga os passos:
recurso extremamente útil na criação de contratos, atas,
1º - Clique no menu “Inserir”.
listas de preços e outros documentos que exijam uma ordem
2º - Selecione a opção “Símbolo”.
seqüencial dos parágrafos.
Selecione o Símbolo desejado e depois clique em
inserir que o símbolo aparecerá no documento.
Digite o texto abaixo
 As principais vantagens do e-learning são:
Localizar e Substituir
 Integração;
 Aprendizado; Muitas vezes é necessário localizar no texto uma
 Flexibilidade; determinada palavra ou expressão. Por exemplo, você quer

 Ritmo Individual; saber se a palavra Orka está presente no texto Orka

 Riqueza de Conteúdo; Instituição de Ensino.


Para isso, clique no menu Editar, comando
 Interatividade;
Localizar.
 Custos plenamente recuperáveis em curto prazo.
Observe a figura abaixo:
1 – Digite a palavra Orka.
Para inserir Marcadores no seu texto, selecione os
2 – Clique no botão Localizar próxima.
parágrafos desejados e em seguida clique no botão

Marcadores , na barra de formatação ou com os Se você quiser localizar outras ocorrências desta
seguintes passos: palavra, clique novamente no botão Localizar próxima.
Vamos supor que seja necessário localizar e
1º - Selecione a lista de itens. substituir uma palavra que está no texto. Para fazer isso,
2º - Clique no menu “Formatar”. clique no menu Editar, depois Substituir. Observe a figura
3º - Selecione a opção ―Marcadores e numeração”. abaixo:
4º - Logo aparecerá o Índice, marcadores e 1 – Digite a palavra a ser localizada; Exemplo: Orka, em
numeração, escolha o marcador. seguida clique no botão Localizar próxima.
2 – Digite a palavra que a substituirá; Exemplo: Uniorka.
Para escolher um marcador diferente, clique no botão 3 – O botão Substituir permite substituir a palavra
Personalizar e você pode escolher outros símbolos para encontrada.
usar como marcadores. A utilização da numeração é para os 4 – O botão Substituir tudo permite substituir todas as
mesmo fins que os marcadores só que com números ao ocorrências da palavra procurada.
invés de símbolos. Para inserir Numeração no seu texto,
selecione os parágrafos desejados e em seguida clique no
Acesse WWW.uniorka.com.br- Portal do aluno, e
veja os modelos de cartas.
botão Numeração , na barra de formatação. Para
escolher uma numeração diferente: Bom estudo!

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Geologia I mesmo criptoscópica (Microscópio Eletrônico de Varredura –
MEV)

O que é Geologia?  Sedimentologia e estratigrafia: É a área da Geologia que


estuda as camadas e as rochas sedimentares e seu
GEO - LOGIA - Estudo da Terra.
posicionamento estratigráfico.
É a ciência da Terra, de seu arcabouço, de sua
composição, de seus processos internos e externos e de sua  Geoquímica: É a área da Geologia que se baseia no
evolução.
estudo químico das rochas, sua composição e evolução
química.

Histórico da Geologia  Geologia econômica: Envolve os trabalhos de exploração


e uso de recursos minerais como minérios, água,
Até meados do século XVIII persistiu o
hidrocarbonetos (petróleo e gás natural).
obscurantismo (desinteresse decorrente da observância ao
Livro Gênese), considerava que todo o tempo geológico não
ultrapassava alguns milhares de anos, porém, algumas O "nosso" planeta
novas proposições evidenciavam que a história da Terra era
mais complexa do que se imaginava. Da perspectiva na Terra, o nosso planeta parece

O Princípio do uniformitarismo – ―O presente é a ser grande e robusto, com um oceano interminável de ar. Do
chave do passado‖ (James Hutton – 1750) e o Princípio da espaço, os astronautas muitas vezes têm a impressão de
sobreposição de camadas – que diz que a rocha (camada) que a Terra é pequena, e tem uma fina e frágil camada de
mais jovem é aquela que se encontra no topo de uma
atmosfera. Para um viajante do espaço, as características
sequência estratigráfica (Steno – 1669), modificaram e
revolucionarão o pensamento geológico. que distinguem a Terra são as águas azuis, as massas de
terra verdes e castanhas, e o conjunto de nuvens brancas
contra um fundo negro.
Áreas de atuação da Geologia
A Terra é o terceiro planeta a contar do Sol, a uma
A Geologia é uma ciência vasta, que se subdivide
em diversas áreas tais como: distância de 150 milhões de quilômetros (93,2 milhões de
milhas). Demora 365,256 dias para girar em volta do Sol e
 Paleontologia: Que é a parte da Geologia (e também da
23.9345 horas para a Terra efetuar uma rotação completa.
biologia) que estuda os fósseis podendo inferir relações
Tem um diâmetro de 12.756 quilômetros (7.973 milhas),
paleo-ambientais, paleoclimáticas, fornecer datações entre
apenas poucas centenas de quilômetros maiores que o de
outras.
Vênus. A nossa atmosfera é composta por 78 % de azoto,
21 %de oxigênio e 1 % de outros componentes.
 Geologia de engenharia: Fornece informações básicas
para todo o tipo de ação antrópica (ação do humano) de uso
A Terra é o único planeta conhecido a abrigar vida,
e ocupação do solo, bem como controle e estabilidade de
no sistema solar. O núcleo do nosso planeta, de níquel-ferro
encostas e barragens.
fundido girando rapidamente, provoca um extenso campo
magnético que, junto com a atmosfera, nos protege de
 Geofísica: É o estudo da Terra em subsuperfície, usando
praticamente toda a radiação prejudicial vinda do Sol e
medidas físicas tomadas na sua superfície.
outras estrelas. A atmosfera da Terra protege-nos dos
 Geologia Isotópica: É a área da Geologia que se baseia meteoros, cuja maioria se queima antes de poder atingir a
no estudo de isótopos radioativos. superfície.

 Geologia do Petróleo: É a área da Geologia que se Estatísticas sobre a Terra


dedica ao estudo de depósitos petrolíferos, bem como das 24
Massa (kg) 5,976x10
substâncias geradas em conjunto como o gás natural.
0
Massa (Terra = 1) 1.0000x10
 Petrologia: É a parte específica da Geologia que estuda a
composição das rochas em escala microscópica e até Raio equatorial (km) 6.378,14

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0 No solstício de junho começa o inverno no sul e o verão no
Raio equatorial (Terra = 1) 1,0000x10
3
norte. O equinócio de setembro, por sua vez, marca o início
Densidade média (g/cm ) 5,515
da primavera no sul e do outono no norte. Finalmente no
Distância média do Sol (km) 149.600.000
solstício de dezembro começa o verão no hemisfério sul e o
Distância média do Sol Terra = 1 1,0000 inverno no norte.
Período de rotação (dias) 0,99727
As estações resultam do eixo de rotação
Período de rotação (horas) 23,9345 da Terra ser inclinado em relação ao plano
Período orbital (dias) 365,256 orbital (aproximadamente 23,5 graus). Assim, em qualquer

Velocidade orbital média (km/s) 29,79 momento, uma parte do planeta estará mais diretamente
exposta aos raios do Sol do que outra. Esta exposição
Excentricidade orbital 0,0167
alterna conforme a Terra gira em sua órbita, portanto, a
Inclinação do eixo (graus) 23,45
qualquer momento, independentemente da época, os
Inclinação orbital (graus) 0,000 hemisférios norte e sul experimentam estações opostas. De
Velocidade de escape no equador (km/s) 11,18 modo geral, portanto, conclui-se que os fatores

Gravidade à superfície no equador determinantes das estações do ano são: - O movimento


2 9,78
(m/s ) de translação - A inclinação do eixo da Terra.
Albedo visual geométrico 0,37

Temperatura média à superfície (ºC) 15


Processos endógenos e exógenos
Pressão atmosférica (bar) 1,013
Processos Endógenos são processos geológicos que
Composição atmosférica ocorrem no interior da Terra e são resultados da interação
Azoto 78% de forças como variação de pressão, aquecimento por
radioatividade, variação de temperatura, recristalização de
Oxigênio 21% minerais em minerais mais ou menos densos com emissão
ou absorção de calor e fluidos, ação de magmas, ação das
Outros 1%
correntes de convecção e outros.

Exemplos: Formação de magma: ocorre quando um


Clima na terra
substrato rochoso é levado ao manto e no manto é fundido,
formando um líquido silicático, rico nos mais variados
A sucessão das estações do ano é resultado da
elementos químicos.
inclinação do eixo de rotação da Terra por 23,4º relativo ao
seu plano de translação. O eixo de rotação da Terra é a Intrusão de magma: Em forma de diques, soleiras, plútons,
batólitos, criando.
linha imaginaria que une o pólo Norte ao pólo Sul e sua
inclinação faz com que, em certas épocas do ano, um Tectonismo: Onde o movimento das placas tectônicas pode
hemisfério receba a luz do Sol mais diretamente que o outro gerar terremotos, tsunamis e também rochas de alta
pressão.
hemisfério. Isto é a principal causa das estações do ano:
primavera, verão, outono e inverno. Os pólos, por exemplo, Falhamento: Que ocorre em resposta a um esforço
compressivo como alívio de tensão, podendo ser orogênico
recebem os raios solares bastante inclinados e por isso
(placas tectônicas convergentes).
absorvem apenas uma fração da luz do Sol, isso é refletido
em temperaturas muito baixas. Subducção: Que ocorre com placas tectônicas de
diferentes densidades onde um a sobrepõe a outra gerando
Existe uma distribuição desigual de luz e calor solar nas elevada pressão e fundido a parte subductada da placa,
diversas partes da terra. Por causa disso diferentes partes uma vez que esta progride em direção ao manto.

recebem diferentes quantidades de luz e calor solar ao longo


do ano. Assim, no verão, teremos mais luz e calor e, no
Processos exógenos são fenômenos ou processos
inverno, menos luz e calor.
geológicos que ocorrem na superfície da Terra onde a
A data de início de cada estação varia ao longo do interação de forças da natureza provoca tais processos.

tempo. No equinócio março tem início o outono Exemplos:


no hemisfério sul e a primavera no hemisfério norte.

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Avalanches: Movimentos de uma grande quantidade de Teoria das Placas Tectônicas
massa, ocasionado por diversos fatores como gravidade,
declividade, peso entre outros. A teoria da Tectônica de Placas afirma que o
planeta Terra é dividido em várias placas tectônicas (como
Intemperismo: Processo que gera a decomposição de uma bola de capotão, mas com gomos irregulares e de
rochas, através de atuantes químicos, físicos e biológicos. diferentes tamanhos) que se movimentam, devido ao
movimento das correntes de convecção do magma, pois
Erosão: É o processo onde ocorre o desbaste de rochas e estão flutuando sobre o mesmo. Ao se movimentarem,
minerais. formam as montanhas mais recentes (dobramentos
modernos), fossas oceânicas, atividade vulcânica,
Transporte: É o processo que carreia os sedimentos, terremotos, cordilheiras meso-oceânicas, tsunamis, etc.
podendo ser eólico, quando transportado pelo vento, fluvial,
quando transportado em meio aquoso. Os locais onde ocorre um índice de terremotos
elevado devem-se ao seu posicionamento nos limites destas
Os processos endógenos e exógenos podem placas tectônicas, ao passo que a ausência de terremotos,
ocorrer isoladamente, como também podem ocorrer em como ocorre no Brasil, por exemplo, deve-se ao
conjunto, inclusive com a ação do homem, adiantando ou posicionamento longe dos limites de placas tectônicas.
retardando tais processos. A construção de casas em
encostas rasas (pouco profundas) gera uma
desestabilização do solo através da retirada de camadas
dissipadoras da força de água, podendo gerar um
movimento de massa, ou seja, um processo exógeno
ocasionado por um processo antrópico (por ação humana).

Dinâmica Interna da Terra

A estrutura interna da Terra pode ser representada por


camadas concêntricas separadas por limites de
descontinuidade, sendo elas:

 A crosta constitui a zona mais superficial do globo


Localização das principais placas tectônicas no mundo
terrestre e pode ser dividida em crosta continental e em
crosta oceânica.

Elementos de mineralogia e tipos de rocha


 O manto situa-se desde a base da crosta até a
profundidade de 2900 km e pode ser dividido em manto Mineral é um corpo natural sólido e cristalino
superior e em manto inferior. formado em resultado da interação de processos físico-
químicos em ambientes geológicos. São classificados e
denominados não apenas com base na sua composição
 O núcleo situa-se a partir dos 2900 km e pode ser dividido
química, mas também na estrutura cristalina dos materiais
em núcleo externo líquido e um núcleo interno sólido devido que o compõem. Em resultado dessa distinção, materiais
à alta pressão ao qual está submetido. com a mesma composição química podem constituir
minerais totalmente distintos (polimorfos) em resultado de
meras diferenças estruturais na forma como os seus átomos
O estudo da estrutura interna da Terra tem por base
ou moléculas se arranjam espacialmente (como por exemplo
métodos muito diversificado, diretos ou indiretos, onde os
a grafite e o diamante). Os minerais variam na sua
estudos diretos da estrutura interna da Terra contribuem
composição desde elementos químicos, em estado puro ou
métodos como a observação e o estudo direto da superfície
quase puro, e sais simples a silicatos complexos com
visível, a exploração de jazigos minerais, as sondagens e a
milhares de formas conhecidas.
análise de magmas e xenólitos (corpos estranhos), porém,
no estudo indireto da estrutura da Terra são utilizados
métodos indiretos que incluem à geofísica.

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Cristais de quartzo Existe também uma classificação segundo a cor
destas rochas, que é expressa pela quantidade de minerais
máficos, em porcentagem.

Rochas Teor de minerias escuros


Leucocráticas < 30,0%
Mesocráticas 30,0% a 60,0%
Melanocráticas  60,0%

Principais rochas ígneas

Granito: Correspondente extrusivo, riolito, composto


basicamente por quartzo, feldspato e mica.
Cristal de mica Gabro: Correspondente extrusivo, basalto, composto por
plagioclásio e piroxênio.

Sienito: Correspondente extrusivo, traquito, sua mineralogia


Rocha um agregado sólido que ocorre
principal é feldspatos, piroxênios anfibólios e biotita.
naturalmente e é constituído por um (rocha monominerálica)
ou mais minerais ou mineraloides. A camada externa sólida Tonalito: Correspondente extrusivo, dacito e mineralogia
da Terra, conhecida por litosfera, é constituída por rochas e principal são quartzo, plagioclásio, anfibólio e biotita.
as rochas são divididas em três grandes grupos, Ígneas,
Sedimentares e Metamórficas.

Rochas Ígneas também denominadas de rochas


magmáticas são produto da solidificação do magma ou da
lava. Magma é uma substância composta por uma parte
líquida, rocha fundida, de composição geralmente silicática e
elementos voláteis, como por exemplo, vapor d’água, gás
carbônico, cloretos, hidrogênio, flúor e outros. Lava é o
magma que extravasou, seja por um vulcão, ou um dique.

As rochas ígneas podem ser plutônicas, quando


cristalizadas em uma câmara magmática, formando rochas
com cristais visíveis a olho nu como os Granitos, por
exemplo, ou vulcânicas quando o processo de resfriamento
não acontece em câmaras magmáticas, e sim em superfície,
mares e lagos. Os cristais de rochas ígneas efusivas ou
vulcânicas em geral não são identificáveis a olho nu, e forma Granito com estrutura maciça
rochas com textura macroscópica maciça como o Basalto.

Em geral, todas as rochas plutônicas possuem um


correspondente vulcânico, ou seja, a composição química da Rochas sedimentares são formadas de sedimentos que
rocha é a mesma, porém como o tempo de cristalização é constitui partículas sólidas formadas através de
bastante reduzido em rochas vulcânicas, os cristais (quando intemperismo (conjunto de fenômenos que leva a
se formam) são menores. desagregação da rocha) e precipitação de soluções por
processos químicos e também minerais secretados por
As rochas ígneas ou magmáticas, são classificadas organismos para construir seus esqueletos. Ou seja, todo
segundo seu teor de sílica (SiO2) onde podemos classificar sedimento é originado dos processos de intemperismo, da
em: erosão e transporte, e da deposição como um agregado
solto de partículas numa bacia sedimentar, após este
Rochas Teor de SiO2 processo inicia-se a diagênese processo que transformará o
Ácidas > 66,0% então sedimento inconsolidado em uma rocha sedimentar.
(ou félsicas)
Areia e cascalho em leitos de córregos e lama no assoalho
Intermediária 52,0% a 66,0%
oceânico são exemplos de depósitos sedimentares.
Básicas 45,0% a 52,0%
(ou máficas)
O principal critério de classificação das partículas
Ultrabásicas < 45,0%
(ultramáficas) sedimentares é baseado na escala de Wentworth, uma
escala logarítmica de classificação granulométrica, ou seja,
o tamanho é o fator de observação na classificação dos
sedimentos.

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TAMANHO (mm) Nome do sedimento Arenito Arcóseo: Os arenitos arcosianos ou arcósios
contêm mais de 25% de feldspato de origem detrítica. O
>256 Matacão arcósio típico é uma rocha de granulação grossa e coloração
cinza ou rósea-avermelhada (figura ao lado), esta última
256 a 64 Bloco ou Calhao atribuída a fragmentos de feldspatos potássicos.

64 a 4,0 Seixo Siltito: Os siltitos são rochas cujos grãos variam de 0,002
mm a 0,06 mm, podendo exibir coloração amarronzada,
4,0 a 2,0 Grânulo verde ou esbranquiçada.

2,0 a 1,0 Areia muito grossa Argilito: São rochas lutáceas (granulação de argila, menor
que 0,004 mm) maciças e compactas, sendo compostas por
1,0 a 0,50 Areia grossa argilas litificadas, isto é, argilas compactadas e exibindo
orientação dos minerais foliados.
0,50 a 0,250 Areia média
Pelito (lamito): Rocha formada por partículas na fração
0,250 a 0,125 Areia fina silte-argila.

0,125 a 0,062 Areia muito fina Calcário: É rochas formadas a partir do mineral calcita, cuja
composição química é o carbonato de cálcio.
0,062 a 0,004 Silte
Dolomito: Rocha de sedimentação química composta
<0,004 Argila mineralogicamente por dolomitos [CaMg(CO3)2].

As rochas sedimentares podem ser classificadas em Gesso: Rocha sedimentar química composta
dois grandes grupos, as rochas sedimentares clásticas ou mineralogicamente por Gipsita (CaSO4.2H2O).
detríticas e as rochas sedimentares químicas ou
bioquímicas. Halita: Rocha sedimentar química formada
mineralogicamente por halita (NaCl).
Rochas sedimentares clásticas os detríticas são as
rochas formadas a partir de clastos ou detritos sólidos, Sílex: Rocha criptocristalina de quartzo.
oriundos das forças de do intemperismo mecânico e
químico. Estas rochas são formadas por partículas como Carvão: Rocha formada por carbono de restos de plantas
areia, cascalho e outras. alterados.

Rochas sedimentares químicas são originadas de


compostos variados e íons dissolvidos durante o
intemperismo químico, ou seja, a rocha é formada a partir da
precipitação de íons (cátions e ânions) em meio aquoso a
subaquoso, originadas em ambiente calmo e com baixa
energia de movimentação das partículas. Rochas
sedimentares bioquímicas são originadas pela ação de
organismos, por exemplo, as conchas originam uma rocha
chamada coquina, que se constitui de um conglomerado de
conchas.

Arenito com estratificação plano paralela


Principais rochas sedimentares:

Conglomerado: é uma rocha formada por clastos rolados,


de tamanho superior a 2 mm, agrupados por um cimento, Rochas metamórficas é uma classe especial de rochas,
formando um depósito consolidado. resultantes da interação e transformação de outras rochas
por processos metamórficos, ou seja, variáveis como
Brecha sedimentar: Rocha formada por partículas de pressão, temperatura e atividade de fluidos em condições
cascalho angulosas. anômalas as originais as quais a rocha está submetida pode
ou não gerar metamorfismo.
Arenito: O termo arenito corresponde à areia litificada. É
composto por quartzo, feldspato (ou outros minerais de Este grupo específico de rochas ocorre em uma
origem ígnea) e fragmentos líticos. Foi classificado com zona limitada inferior e superiormente, no que tange a
base em diagramas triangulares, considerando apenas as temperatura. O limite inferior para que ocorra metamorfismo
frações detríticas e os três componentes principais: quartzo, é a diagênese, quando a temperatura atinge um valor
feldspato e fragmentos de rocha. superior ao que o processo diagenético comporta, a rocha
sai do campo sedimentar e entra em um campo

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metamórfico, ao passo que o limite superior do Ardósia: Rocha foliada, composta por argila, mica e clorita
metamorfismo é o magmatismo, ou seja, quando a rocha de grau metamórfico baixo cujo protólito pode ser um pelito,
começa a se fundir e gerar minerais ígneos, abandona-se o argilito ou cinza vulcânica.
campo metamórfico e entra-se no domínio magmático.
Filito: Rocha foliada, composta por quartzo finamente
granulado, micas e clorita, de baixo a médio grau
metamórfico, cuja rocha protólito pode ser um pelito.

Xisto: Rocha foliada, composta por filossilicatos, quartzo,


hornblenda, de grau metamórfico baixo a médio, cuja rocha
protólito pode ser um pelito, rochas carbonatadas e ígneas
máficas.

Gnaisse: Rocha foliada, composta por quartzo, feldspato,


hornblenda e micas, de alto grau metamórfico cujo protólito
pode ser pelitos, arenitos, rochas ígneas félsicas e máficas.

Anfibolito: Rocha foliada, composta por hornblenda e


plagioclásio de grau metamórfico médio a alto, cujo protólito
são rochas ígneas máficas.

Mármore: Rocha maciça, composta por calcita ou dolomita,


de grau metamórfico baixo a alto, cujo protólito é um calcário
Diagrama de limites e variáveis do metamorfismo ou dolomito.

Todo acontecimento que gera alteração nas Quartzito: Rocha maciça composta por quartzo, de grau
condições normais de pressão, temperatura ou quantidade metamórfico médio a alto cujo protólito pode ser um arenito.
de fluidos podem ocasionar o metamorfismo, a intrusão de
Hornfels: Rocha maciça gerada por metamorfismo de
uma rocha, a queda de um meteorito a deposição de uma
contato, composta por mica, granada, andaluzita, cordierita
camada espessa de rochas e vários outros fatores podem
e quartzo, de grau metamórfico baixo a médio.
ocasionar metamorfismo.

O metamorfismo pode ocorrer de três tipos principais,


sendo eles:

Metamorfismo de contato: que ocorre quando um corpo de


um magma modifica a rocha que o recebe (rocha
encaixante) onde a atividade de fluidos modifica os minerais
presentes nesta rocha e cria uma auréola metassomática de
contato.

Metamorfismo dinâmico: que ocorre associado a uma


zona de falha (movimento de grandes blocos) onde as
rochas são submetidas a pressões diferenciais.
Ciclo das Rochas
Metamorfismo regional: ocorre em grandes áreas e é
ocasionado pela alta taxa de pressão, temperatura e
O ciclo das rochas ocorre devido a transformação
deformação, estando em geral, localizado na porção mais
de um tipo de rocha em outro. Sua dinâmica ocorre entre os
profunda da crosta e é nítido ao longo do limite de placas
grandes grupos de rocha, as rochas ígneas, sedimentares e
tectônicas convergentes.
metamórficas por processos que se diferem entre si, porém,
relacionados ao contexto geológico de interrelação entre os
tipos litológicos.
As rochas que passam pelo processo de
As rochas, uma vez expostas à atmosfera e à
metamorfismo são denominadas de protólito, e durante o
biosfera passam a sofrer a ação do intemperismo, através
processo sua estrutura (aspecto geral da rocha em duas
de reações de oxidação, hidratação, solubilização, ataques
dimensões) pode ser modificada bem como sua textura
por substâncias orgânicas, variações diárias e sazonais de
(aspecto global da rocha em três dimensões) gerando
temperatura, entre outras. O intemperismo faz com que as
foliação ou não.
rochas percam sua coesão, sendo erodidas, transportadas e
depositadas em depressões onde, após a diagênese,
passam a constituir as rochas sedimentares. A cadeia de
Principais rochas metamórficas: processos de formação de rochas sedimentares pode atuar

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sobre qualquer rocha (ígnea, metamórfica, sedimentar) O conceito de ciclo hidrológico está ligado ao
exposta à superfície da Terra. movimento e à troca de água nos seus diferentes estados

Devido à separação dos continentes, as rochas físicos, que ocorre na Hidrosfera, entre os oceanos, as
podem ser levadas a ambientes muito diferentes daqueles calotas de gelo, as águas superficiais, as águas
onde elas se formaram. Qualquer tipo de rocha (ígnea, subterrâneas e a atmosfera. Este movimento permanente
sedimentar, metamórfica) que sofra a ação de, por exemplo,
altas pressões e temperaturas, sofre as transformações deve-se ao Sol, que fornece a energia para elevar a água da
mineralógicas e texturais, tornando-se uma rocha superfície terrestre para a atmosfera (evaporação), e à
metamórfica. Se as condições de metamorfismo forem gravidade, que faz com que a água condensada se caia
muito intensas, as rochas podem se fundir, gerando
(precipitação) e que, uma vez na superfície, circule através
magmas que, ao se solidificar, darão origem a novas rochas
ígneas. O ciclo das rochas existe desde os primórdios da de linhas de água que se reúnem em rios até atingir os
história geológica da Terra e, através dele, a crosta de oceanos (escoamento superficial) ou se infiltre nos solos e
nosso planeta está em constante transformação e evolução.
nas rochas, através dos seus poros, fissuras e fraturas
(escoamento subterrâneo). Nem toda a água precipitada
alcança a superfície terrestre, já que uma parte, na sua
queda, pode ser interceptada pela vegetação e volta a
evaporar-se.

A água que se infiltra no solo é sujeita a


evaporação direta para a atmosfera sendo absorvida pela
vegetação, que através da transpiração, devolve-a a
atmosfera. Este processo chamado evapotranspiração
ocorre no topo da zona não saturada, ou seja, na zona onde
os espaços entre as partículas de solo contêm tanto ar como
água. A água que continua a infiltrar-se e atinge a zona
saturada, entra na circulação subterrânea e contribui para
um aumento da água armazenada (recarga dos aquíferos).
Ciclo das rochas
Na Figura abaixo, observa-se que na zona saturada
(aquífero), os poros ou fraturas das formações rochosas
estão completamente preenchidos por água (saturados). O
Dinâmica Externa da Terra
topo da zona saturada corresponde ao nível freático. No
entanto, a água subterrânea pode ressurgir à superfície
O Ciclo Hidrológico
(nascentes) e alimentar as linhas de água ou ser
Fenômeno global de circulação fechada da água descarregada diretamente no oceano.
entre a superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado
fundamentalmente pela energia solar associada à gravidade
e à rotação terrestre.

A quantidade de água e a velocidade com que ela


circula nas diferentes fases do ciclo hidrológico são
influenciadas por diversos fatores como, por exemplo, a
cobertura vegetal, altitude, topografia, temperatura, tipo de
solo e geologia.
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Equação Hidrológica As Águas Subsuperficiais: Ao contrário das
águas superficiais, são todas e quaisquer águas ocorrentes
I - O = ΔS na litosfera, ou seja, abaixo da superfície topográfica.

I = (entradas) incluindo todo o escoamento superficial por Exemplo: águas do solo, Lençol freático e águas
meio de canais e sobre a superfície do solo, o escoamento subterrâneas.
subterrâneo, ou seja, a entrada de água através dos limites
subterrâneos do volume de controle, devido ao movimento Lençol freático – ou aqüífero livre – Zona no subsolo
lateral da água do subsolo, e a precipitação sobre a saturada de água, cujo limite inferior é a rocha impermeável
superfície do solo; do substrato rochoso - originam-se das águas de chuva que
se infiltram através das camadas permeáveis do terreno até
O = saídas de água do volume de controle, devido ao encontrar uma camada impermeável ou de permeabilidade
escoamento superficial, ao escoamento subterrâneo, à muito menor que a superior – a água só poderá ser
evaporação e à transpiração das plantas; e aproveitada com o uso de bombas.

ΔS = variação no armazenamento nas várias formas de


Aqüífero é uma formação geológica do subsolo,
retenção, no volume de controle.
constituída por rochas permeáveis, que armazena água em
Distribuição da água no globo terrestre seus poros ou fraturas. Outro conceito refere-se a aqüífero
como sendo, somente, o material geológico capaz de servir
de depositório e de transmissor da água aí armazenada.
Assim, uma litologia só será aqüífera se, além de ter seus
poros saturados (cheios) de água, permitir a fácil
transmissão da água armazenada.

Para entender como a água está armazenada,


vamos considerar o solo como uma coleção de partículas
de diferentes tamanhos, os grãos. A água fica armazenada
nos espaços vazios entre os grãos. Esses espaços vazios
são chamados de poros, onde se encontram bolhas de ar e
água.

Aqüíferos confinados – rocha suficientemente porosa para


armazenar água, tendo como limite superior e inferior
As Águas Superficiais: São todas aquelas águas camadas impermeáveis sob pressão devido à pressão
no estado líquido que ocorrem acima da superfície hidrostática.
topográfica.
Se abrirmos um poço num aqüífero confinado, o
– Exemplo: rios, lagos, córregos, vertentes e todos os nível d’água sobe e pode ficar acima do nível d’água do
meios de captação e contenção de águas pluviais (chuvas). lençol freático. Eventualmente, a água jorra do poço - nesse
caso, o poço é chamado de artesiano; neste caso, a
captação de água não necessita energia.

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A contaminação ocorre pela ocupação inadequada Clima: diferentes rochas podem produzir o mesmo solo,
de uma área que não considera a sua vulnerabilidade, ou dependendo do clima. A mesma rocha original pode produzir
solos diferentes, em climas diferentes.
seja, a capacidade do solo em degradar as substâncias
tóxicas introduzidas no ambiente, principalmente na zona de Tipo de Rocha: ricas em solúveis, pobres, etc.
recarga dos aqüíferos. A contaminação pode se dar por
Vegetação: cobertura, proteção contra a erosão,
fossas sépticas e negras; infiltração de efluentes industriais; fornecimento de ácidos húmicos, facilita a infiltração de
fugas da rede de esgoto e galerias de águas pluviais; água.
vazamentos de postos de serviços; por aterros sanitários e Relevo: inclinado, dificulta a penetração de água e facilita a
lixões; uso indevido de fertilizantes nitrogenados; depósitos solifluxão e destruição do solo.
de lixo próximos dos poços mal construídos ou
Tempo: é necessário muito tempo (milhares de anos) para
abandonados. Entretanto, a mais perigosa, é a evolução do solo.
contaminação provoca da por produtos químicos, que
Quanto ao intemperismo à resistência a
acarretam danos muitas vezes irreversíveis, causando
decomposição dos minerais silicatados é diretamente
enormes prejuízos, à medida que impossibilita o uso das proporcional ao teor de sílica e inversamente proporcional
águas subterrâneas em grandes áreas (MUSEU DO UNA, ao teor de cátions presentes dentro da estrutura cristalina
2003). dos minerais. Por esta razão, o quartzo, constituído só de
SiO2, dificilmente se encontra decomposto na natureza.

Superexplotação ou superexploração
(sobreexplotação ou sobreexploração) de aqüíferos: é a
extração de água subterrânea que ultrapassa os limites de
produção das reservas reguladoras ou ativas do aqüífero,
iniciando um processo de rebaixamento do nível
potenciométrico que irá provocar danos ao meio ambiente
ou para o próprio recurso. Portanto, a água subterrânea
pode ser retirada de forma permanente e em volumes
constantes, por muitos anos, desde que esteja condicionada
a estudos prévios do volume armazenado no subsolo e das
condições climáticas e geológicas de reposição (DRM,
2003).

Existem diferentes tipos de intemperismo: físicos,


Processos Intempéricos químicos, físicosbiológicos e químico-biológicos.

As transformações das rochas em materiais mais FÍSICO - Desagregação das rochas, com separação dos
estáveis em condições físico-químicas diferentes daquelas grãos minerais transformando-a em material friável.
de origem recebem o nome de intemperismo. Existem Processos de intemperismo físico:
processos que facilitam o inntemperismo, são: Isostasia -
 Variação de temperatura - Processo de aquecimento e
Alívio de pressão; Expansão de Corpos Rochosos;
Ascensão até a superfície e Formação de fraturas. resfriamento da rocha; Coeficientes de dilatação
diferenciados dos minerais; Diaclasamento.
As rochas raramente são encontradas aflorando na
superfície, quase sempre são encontradas cobertas por um
 Alívio de pressão - Erosão e remoção de camadas
manto de espessura variável de material solto, incoerente.
sobrepostas; Em aberturas de túneis, galerias e taludes;
SOLO é o produto final do intemperismo das rochas, caso as Rochas são basicamente elásticas, sofrem deformação.
condições físicas, químicas e biológicas permitam o
desenvolvimento de vida vegetal, também denominado* (ζ=E.ε); Deformação será proporcional a carga; Fraturas
regolito ou manto de intemperismo. Em climas frios e secos paralelas a superfície.
os solos são pouco espessos e em climas quentes e úmidos
o intemperismo alcança considerável profundidade.  Crescimento de cristais - Cristalização de sais e

Fatores que atuam na formação do solo: congelamento; Os sais em solução penetram nas fissuras e
poros da rocha; Regiões marinhas e poluídas; Ensaio de
sanidade (Sulfato de Na ou Mg).
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Recombinação de Si e Al neoformando minerais
secundários
 Hidratação dos minerais – Cristais expansivos que
aumentam de volume devido a hidratação, originando
tensões internas (80kgf/cm2); Basaltos alterados possuem Maior ou menor percolação de H2O – Hidrólise Parcial ou
esmectitas que se expandem quando hidratados; Primeira Total
etapa do intemperismo químico.

 Processos físico-biológico - Raízes de árvores Na Hidrólise Parcial – parte do Si e do K


penetram nas fissuras e alargam ou trituram as paredes permanece em solução - Sialitização - formação de silicatos
de Al, Si e as vezes bases.
rochosas; Atividades de formigas, minhocas e roedores
tornam o solo mais permeável.

Se 100% de eliminação do K e 66% de Si e


permanência de todo Al:
Químico - Decomposição química dos minerais primários
das rochas, e síntese (neoformação) de minerais Monossialitização: relação Si:Al = 1:1
secundários. Seu principal agente é a água que infiltra e
percola as rochas. Tem efeito mais intenso com a
acidificação devido à dissolução do CO2 atmosférico e à
presença de ácidos orgânicos (pH ácido). Suas principais 2KAlSi3O8 (feldspato) + 11H2O ® Al2Si2O5(OH)4 (argila de
reações químicas são: oxidação, hidratação, dissolução, tipo caulinita) + 4H4SiO4 + 2K+ + 2OH
hidrólise e acidólise.
Porém, se 87% de eliminação do K e 46% de Si e
Oxidação - Mudança no estado de oxidação do elemento permanência de todo Al:
(O2) - Minerais com Fe2+ oxida ⇒ Fe3+
Bissialitização: relação Si:Al = 2:1 (argilo mineral Grupo
Fe2SiO4 (Fe - Olivina) + 1/2O2 + 2H2O ⇒ das Esmectitas, que contem K na sua composição)
Fe2O3(Hematita) + H4SiO4
Para a Hidrólise Total – 100% do Si e K
Hidratação – Incorporação de H2O à estrutura do mineral, eliminados e permanência de Al e Fe
formando um novo mineral.
Pluviosidade alta e Drenagem eficiente, que deixa
Fe2O3(Hematita) ⇒ 2FeO(OH) (Goethita) as águas diluídas não saturadas em Si.

Dissolução - Solubilização de alguns minerais por ácidos. KAlSi3O8 + 8 H2O ®Al(OH)3 (gibbsita) + 3H4SiO4 + K+ +
OHe/ ou Hematita (Fe em vez de Al) e Goetita.
-Água pura ®dissolução de carbonatos é mínima.
Processo de Alitização ou Ferralitização (Formação de
-CO2 dissolvido na H2O, aumenta a reação. lateritas)

-Formação de relevos Cársticos. Acidólise - Reação de decomposição de minerais em


ambientes de clima frio.

-Decomposição incompleta da M.O.


Hidrólise – reação química entre íons H+ (ionização da
H2O) e cátions do Mineral (dentro de uma faixa de pH de 5 a -Formação de ácidos orgânicos e redução no pH(< 5)
9).
-Complexação e solubilização de Fe e Al.
H+ entra nas estruturas dos minerais deslocando cátions
(solução) •Acidólise Total: pH < 3

Primeiro: alcalinos (K+ e Na+) - Ataque do feldspato potássico com todos os elementos em
solução.
Segundo: alcalinos-terrosos ( Ca2+ e Mg2+).
•Acidólise Parcial: 3 > pH < 5

- Ataque do feldspato potássico com remoção parcial do Al.


Estrutura do Mineral rompida, liberando Si e Al (Solução)

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Por definição, o intemperismo encerra o conjunto Nestes ambientes predomina o intemperismo físico das
de processos operantes na superfície terrestre que rochas envolvendo processos de fraturamento e exfoliação
ocasionam a desagregação e/ou decomposição da das rochas. Depósitos de areias e arenitos com
superfície das rochas. É em essência uma adaptação dos estratificações cruzadas bem desenvolvidas e de fortes
minerais das rochas às condições superficiais, bastante ângulos de mergulho (de 30 a 34 graus), apresentando
diferentes, daquelas em que elas se formaram. Quase 75% localmente camadas horizontais, são característicos de
da superfície terrestre é constituída de rochas sedimentares sedimentação em ambiente desértico. Os grãos de quartzo
que estão expostas ao intemperismo. de areias e arenitos eólicos caracterizam-se pelo brilho
fosco e cor avermelhada.

Ambiente glacial: Os ambientes glaciais são atualmente


limitados, estando restritos aos pólos, norte e sul, e às altas
montanhas (Himalaia, Andes, Alpes, etc.).

Grandes massas naturais de gelo, conhecidas como


geleiras, são o agente principal nos processos geológicos
que atuam nos ambientes glaciais. As geleiras consistem em
neve recristalizada e compactada, contendo alguma água de
degelo e fragmentos de rochas que, sob influência da
gravidade, fluem para fora dos campos de neve onde foram
originadas. Quando uma geleira termina em um algo ou mar,
os sedimentos contidos nela são despejados, onde sofrem
retrabalhamento por ondas e correntes. Mas, quando uma
geleira termina em mar com profundidade suficiente para
flutuação do gelo, a extremidade ‚ destacada em forma de
iceberg. Com a fusão do iceberg, os sedimentos contidos
em seu interior são depositados nos forma de depósitos
marinhos.

Abrasão e fraturamento são os principais processos


que atuam durante a erosão glacial. Por abraso, os
fragmentos de rochas contidos no gelo causam polimento,
estriação e moagem nas superfícies do substrato e das
Agentes de Intemperismo, Erosão Transporte e
partículas maiores em transporte dentro do gelo. O
Deposição são:
fraturamento ‚ promovido pelo congelamento e pelo degelo
sucessivo de água contida nas juntas naturais das rochas do
•Água: processos sedimentares fluviais (rios e lagos), substrato. A carga sedimentar em transporte pela geleira
costeiro e marinho (marinho raso e profundo). recebe o nome genérico‚rico de morenas, que são
qualificadas conforme as posições que ocupam nas geleiras.
Deste modo, têm-se as morenas laterais ou marginais, que
•Gelo: processos sedimentares glaciais causados por são transportadas superficialmente, principalmente junto às
transporte de sedimentos por geleiras. margens. As morenas medianas são formadas nas
confluência de duas geleiras, quando duas morenas laterais
se unem. Como visto anteriormente, as geleiras São muito
•Vento: processos sedimentares eólicos causados por
eficientes para transportar sedimentos, mas ineficientes para
transporte de sedimentos por vento em regiões continentais selecioná-los. Desta forma, as morenas caracterizam-se por
e marinhas costeiras. apresentar uma mistura de sedimentos que inclui desde
blocos e calhaus até‚ argila e silte, misturados e não
estratificados. A rocha resultante da consolidação
•Gravidade (água e vento):fluxos de massas rochosas.
(litificação) deste tipo de sedimento, com origem claramente
relacionada ao gelo, é designada de tilito.
De uma forma bastante genérica, os ambientes de
sedimentação podem ser classificados da seguinte maneira: Ambiente fluvial: Os rios são os principais agentes de
transporte de sedimentos formados por intemperismo de
Ambiente Desértico: Deserto ‚ uma área onde a taxa de áreas continentais. Cada rio possui sua bacia de drenagem,
evaporação potencial excede a taxa de precipitação que fornece a água e os sedimentos para seus tributários e
pluviométrica e o vento ‚ o agente geológico mais importante para o rio principal.
nos processos de erosão e sedimentação. Apesar disto, não
se deve esperar exclusivamente depósitos eólicos, pois Em geral, podem ser reconhecidos três estádios na
localmente existem depósitos subaquosos formados por rios evolução de um sistema fluvial: juventude, maturidade e
efêmeros e lagos de deserto (sebkhas) associados aos senilidade. O primeiro ‚ caracterizado por predominância de
sedimentos tipicamente eólicos. erosão e ocorre em regiões montanhosas. O segundo
apresenta amplas planícies de inundação e depósitos de
Instituição de Ensino Charles Babbage | 17
acresção lateral (barras de meandros), e o terceiro ‚
encontrado, por exemplo, nas planícies costeiras, onde são
formadas redes de distributários sem distinção das
respectivas planícies de inundação. Acesse WWW.uniorka.com.br- Portal do aluno, e
veja os vídeos aulas.
O padrão de um canal fluvial ‚ definido por sua
configuração em planta e admite-se três padrões principais: Bom estudo!
retilíneo, meandrante e anastomosado, havendo uma
completa gradação entre os tipos extremos. O padrão
retilíneo ‚ raro, pois os canais sempre apresentam alguma
sinuosidade. O padrão de canais anastomosados ‚ bem
Mineralogia/Petrigrafia I
desenvolvido nas planícies de lavagem glacial, leques
aluviais e leques deltaicos, e ‚ caracterizado por sucessivas
divisões e reuniões dos canais em torno de bancos Introdução, conceito de mineral
arenosos. Estes bancos que dividem o canal fluvial em
múltiplos canais, podem ficar expostos durante o período de A mineralogia é a ciência que estuda os minerais, o
seca e ser submersos em período de enchente. O canal que são eles, como são formados e onde ocorrem. Uma vez
meandrante ‚ caracterizado por possuir uma sinuosidade que os minerais estão por toda parte (são as substâncias
bastante elevada. formadoras das rochas, solos e sedimentos) e fornece uma
grande parte das matérias primas usadas em aplicações
Os materiais sólidos transportados pelos rios podem tecnológicas e industriais, o potencial de aplicação deste
ser divididos em dois grupos: carga de fundo (material que conhecimento é vasto. Na verdade, com exceção das
se move ao longo do leito por processos de saltação e substâncias orgânicas, os demais materiais que usamos ou
rolamento) e carga de suspensão. A carga de fundo ‚ com os quais convivemos no dia a dia são todos minerais ou
depositada como resíduo de canal e nas barras de de origem mineral.
meandros enquanto a carga de suspensão ‚ mais importante
na deposição em áreas de diques naturais ou marginais e Embora sejam substâncias extremamente comuns,
na planície de inundação. Em termos gerais, os sedimentos estabelecer um conceito claro e preciso de mineral não é
de canais variam de cascalhos a areia, de seleção uma tarefa fácil. Abaixo estão listadas algumas das muitas
moderada a boa e de baixo conteúdo de argila. Os depósitos definições já propostas:
das margens são constituídos de areia fina e silte,
• Mineral é um sólido homogêneo natural, inorgânico, com
moderadamente selecionados. Os depósitos de planícies de
uma composição química definida e um arranjo atômico
inundação são de silte e argila, pouco selecionados e com
alto conteúdo de argila. ordenado (Mason et al. 1968)

Ambiente deltáico: O termo "delta" vem da quarta letra do • Mineral é um corpo produzido por processos de natureza
inorgânica, tendo usualmente uma composição química
alfabeto grego, usado por Heródoto (500 a.C.) para
descrever a região da foz do rio Nilo. Este termo ‚ ainda definida e, se formado sob condições favoráveis, numa certa
utilizado pelos geólogos e geógrafos para denominar estrutura atômica característica, a qual está expressa em
depósitos sedimentares contíguos, em parte suba‚aéreos e sua forma cristalina e outras propriedades físicas (Dana &
Ford, 1932)
parcialmente submersos, depositados em um corpo de água
(oceano ou lago), pela ação de um rio.
• Minerais são substâncias inorgânicas naturais, com uma
Um delta ‚ considerado como subdividido em três composição química e propriedades físicas definidas e
previsíveis (O.Donoghue, 1990)
grandes províncias de sedimentação: planície ou plataforma
deltaica; talude ou frente deltaica; e prodelta. A planície
• Minerais podem ser distinguidos uns dos outros pelas
deltáica abrange a parte subaérea do delta onde, em geral,
características individuais que são uma função direta dos
a corrente principal se subdivide em distributários A planície
tipos de átomos que eles contêm e dos arranjos que estes
deltaica inclui, assim, os canais distributários rios (ativos e
átomos fazem no seu interior (Sinkankas, 1996)
abandonados) e a área entre estes distributários (planície
interdistributária) onde se desenvolvem lagos, pântanos, etc. • Mineral é um composto químico que é normalmente
cristalino e que foi formado como resultado de processos
À frente deltáica ‚ a área frontal de deposição ativa do
geológicos. (Nickel, 1995)
delta, que avança sobre os sedimentos do prodelta. Nela
são depositadas areias finas e siltes fornecidas pelos O conceito mais aceito é o de Klein & Hurlbut
principais distributários deltaicos. O prodelta apresenta uma (1999) - Um mineral é um sólido, homogêneo, natural, com
sedimentação essencialmente argilosa e representa a parte uma composição química definida (mas geralmente não fixa)
mais avançada de deposição dos sedimentos carreados e um arranjo atômico altamente ordenado. É geralmente
pelo rio para a bacia receptora. O principal interesse na formado por processos inorgânicos.
identificação dos depósitos deltaicos antigos está ligado à
prospecção de petróleo e gás, pois muitos reservatórios de Vejamos algumas implicações deste conceito em
hidrocarbonetos estão ligados a sedimentos deltaicos. maior detalhe, abaixo:

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 Sólido: as substâncias gasosas ou líquidas são excluídas cristalinos. Os que não o possuem são chamados de
do conceito de mineral. Assim, o gelo nas calotas polares é amorfos, e fogem á classificação estrita de mineral,
um mineral, mas a água não. compondo o grupo dos mineralóides.
Algumas substâncias que fogem a esta definição ainda
assim são objeto de estudo do mineralogista. É o caso do  Inorgânico: aqui o termo geralmente é incluído por Klein
mercúrio líquido, que pode ser encontrado na natureza, em
e Hurlbut no conceito, para permitir o enquadramento de
determinadas situações. Nestes casos, a substância é
chamada de mineralóide. substâncias que atendem a todos os requisitos acima, mas
são geradas naturalmente por (ou com a ajuda de)
 Homogêneo: algo que não pode ser fisicamente dividido
organismos. Estes minerais são chamados de biogênicos e,
em componentes químicos mais simples. Este conceito é
à exceção da sua origem, são idênticos aos minerais
obviamente dependente da escala de observação, uma vez
equivalentes formados por processos inorgânicos. O
que algo que é aparentemente homogêneo a olho nu pode
exemplo mais comum de mineral biogênico é o carbonato de
ser constituído de mais de uma substância, quando
cálcio (CaCO3) presente nas conchas de moluscos na forma
observado em escala microscópica.
dos minerais calcita, dolomita ou vaterita. Alguns outros
exemplos incluem alguns sulfetos, sulfatos, fosfatos,
 Natural: exclui as substâncias geradas em laboratório ou
fluoretos, óxidos, enxofre nativo e formas amorfas de SiO2.
por uma ação consciente do homem. Quando estas
substâncias são idênticas em composição e propriedades a
um mineral conhecido, o nome deste mineral pode ser Classificação química de minerais
usado, acrescido do adjetivo sintético (por exemplo,
Composição química
esmeralda sintética). Acima, consideramos o gelo das
calotas polares como um mineral. Entretanto, para seguir o Conforme visto acima, a definição de mineral
implica numa composição química definida (mas,
conceito de mineral à risca, o gelo que fabricamos na
geralmente não fixa). Para determinar com segurança a
geladeira não constitui um mineral. composição química de um mineral é necessário fazer uma
análise química em laboratório. Diversos métodos analíticos
(análise por via úmida, fluorescência de raios-x,
microssonda eletrônica, espectrometria de absorção
 Composição química definida: significa que um mineral
atômica, ICP-MS, etc.) que podem ser utilizados para tanto,
é uma substância que pode ser expressa por uma fórmula e cada um tem características e aplicações específicas que
química. Por exemplo, a composição do ouro nativo é Au, a estão fora do escopo do curso de Fundamentos de
Mineralogia.
do quartzo é SiO2, a da calcita é CaCO3, e assim por diante.
Entretanto em muitos minerais é possível a substituição de Os resultados da análise química quantitativa de
um ou mais elementos da fórmula original por outros. Assim, minerais e rochas são geralmente expressos em proporção
relativa ao peso do material analisado. Assim, os elementos
a dolomita CaMg(CO3)2 admite a substituição de Mg por
(ou óxidos) mais abundantes na amostra podem ser
quantidades variáveis de Fe e Mn, e a esfalerita ZnS admite expressos em termos de percentagem em peso, enquanto
a substituição de Zn por quantidades variáveis de Fe. Em elementos que estão presentes em quantidades muito
pequenas são normalmente expressos em ppm (partes por
muitos casos, a composição química dos minerais pode
milhão, também relativamente ao peso do material
variar dentro de certos limites, sem que seja necessário analisado).
alterar o nome do mineral. Em outros casos as variações
Considere o caso da esfalerita (ZnS). A esfalerita
são tão grandes que caracterizam uma espécie mineral
admite quantidades variáveis de Fe substituindo o Zn e,
distinta. portanto, formando uma solução sólida parcial com FeS. A
 Arranjo atômico ordenado: implica na existência de fórmula química de soluções sólidas é freqüentemente
expressa numa forma semelhante a esta: (Zn, Fe)S, que
uma estrutura interna, onde os átomos ou íons estão
indica que o mineral é um sulfeto de zinco e ferro, mas
dispostos em um padrão geométrico regular. Este padrão contendo proporções variáveis dos dois metais. Na verdade,
obedece às regras de simetria da disciplina de cristalografia, outros elementos, como manganês e cádmio, também
e os sólidos assim constituídos pertencem a um dos podem entrar na estrutura da esfalerita, porém em
quantidades subordinadas.
sistemas cristalinos: triclínico, monoclínico, ortorrômbico,
tetragonal, hexagonal (trigonal) e isométrico. Sólidos que Classificação química dos minerais
possuem tal arranjo interno ordenado são chamados de

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Minerais que possuem um mesmo ânion (ou grupo crosta. Os processos de formação de rochas e, como
aniônico) dominante apresentam mais semelhanças entre si conseqüência, de minerais encontram-se relacionados e
do que os que são formados pelo mesmo cátion dominante. integrados no ciclo das rochas.

Assim, um carbonato de cálcio apresenta muito Conhecer os processos geológicos que conduzem
mais semelhanças com um carbonato de magnésio do que à formação das rochas é um fator importante no
com um sulfato de cálcio. Além disso, minerais que possuem reconhecimento dos minerais mais comuns que ocorrem na
o mesmo ânion (ou grupo aniônico) dominante costumam crosta terrestre.
ocorrer juntos, ou em ambientes geológicos semelhantes
(por exemplo, cloretos de sódio e de potássio em evaporitos, Magma e Rochas Ígneas
carbonatos de cálcio e de magnésio em rochas calcárias,
sulfetos de ferro e de cobre em veios hidrotermais, e assim Dependendo das condições de pressão e
por diante). Por estas razões, os minerais são agrupados em temperatura no interior da crosta, ou em regiões abaixo dela,
classes segundo o seu ânion ou grupo aniônico (por os materiais terrestres podem sofrer fusão e formar um
exemplo, carbonatos, fosfatos, silicatos, etc.), e o estudo dos fundido silicático (composto essencialmente de sílica - SiO2)
minerais durante o curso de Fundamentos de Mineralogia denominado magma. Sua cristalização em profundidade ou
também obedecerá a este agrupamento. na superfície (na forma de lava) da crosta terrestre irá
resultar na formação de rochas ígneas ou magmáticas.
Cumpre ressaltar, entretanto, que a correta
classificação dos minerais não se baseia somente na Logo, os minerais em rochas ígneas devem
composição, mas também na estrutura interna de cada apresentar alto ponto de fusão, assim como coexistir ou se
mineral (por exemplo, CaCO3 cristalizado no sistema cristalizar a partir de fundidos silicáticos a temperatura acima
ortorrômbico é o mineral aragonita, enquanto a forma de 800°C. Nesta categoria incluem minerais como olivinas,
trigonal de CaCO3 é a calcita). Os minerais dentro de uma piroxênios, anfibólios, biotita, hematita e magnetita que
classe podem ainda ser subdivididos em famílias, de acordo apresentam coloração escura por conterem Fe e Mg; são
com o tipo químico, grupos, de acordo com a similaridade denominados minerais máficos ou ferro-magnesianos;
estrutural, e espécies (minerais com mesma estrutura, mas feldspatos, feldspatóides, muscovita e quartzo que são
com composição química diferente, como os membros de minerais de cor clara, pobre em Fe e Mg, ricos em Si e Na e
uma série isomórfica). As classes de minerais são: H2O, são denominados félsicos. O magma segue um
caminho de cristalização, também conhecido como fases
 Elementos nativos magmáticas, sendo elas a fase ortomagmática, pegmatítica
– pneumatolítica e hidrotermal, onde:
 Sulfetos
 Sulfossais  Fase ortomagmática: cristalizam minerais de ponto de
 Óxidos fusão levado, em geral, mais densos e escuros.
 Halogênios  Fase pegmatítica-pneumatolítica: na fase pegmatítica,
 Carbonatos ocorre a formação de grandes cristais (podendo chegar a
 Nitratos dezenas de metros) e a quantitade de voláteis no líquido

 Boratos residual geram rochas confinantes com uma auréola de

 Fosfatos metamorfismo de contato.

 Arseniatos  Fase hidrotermal: onde se forma soluções hidrotermais

 Vanadatos (soluções aquosas a alta temperatura) entre a água e os


outros compostos solúveis no magma. Esta fase é rica em
 Sulfatos
sulfetos, óxidos e alguns elementos incompatíveis que
 Tungstatos
ascendem através de fraturas e planos de estratificação de
 Silicatos
rochas confinantes.

Ambientes de formação de minerais

Minerais ocorrem como agregados naturais e


multigranulares que constituem as rochas da crosta
terrestre. As rochas, de acordo com o seu modo de
formação, são classificadas em ígneas, metamórficas e
sedimentares. Os minerais associados às rochas ígneas e
metamórficas formam-se a grandes profundidades no
interior da crosta ou mesmo abaixo dela, sob condições de
alta temperatura e pressão (dezenas a alguma centenas de
kms de profundidade), ao passo que os relacionados às Cristal de Pirita (FeS2)
rochas resultam de processos que ocorrem na superfície da

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Minerais de Rochas Metamórficas acumulam em rochas clásticas como arenito e
conglomerado.
Minerais associados às rochas metamórficas são
gerados a partir da recristalização de outros minerais, tanto No ambiente sedimentar, minerais como
em rochas ígneas como sedimentares, em função de calcita/dolomita, halita, gipsita, magnetita e quartzo ainda
mudanças no seguinte parâmetros: pressão (profundidade) podem se precipitar e acumular por processos
temperatura e presença de fluidos. Reações metamórficas essencialmente químicos e/ou bioquímicos para formar
podem ocorre na crosta terrestre, sob variadas pressões sequências, respectivamente, de calcário, evaporito, gipso,
(profundidades), em intervalos de temperaturas que variam formações ferríferas, chert, etc., que são denominadas
de 60°C até condições próximas às de fusão das rochas e rochas sedimentares químicas.
formação de magma. O metamorfismo pode ocorrer
associado principalmente ao incremento regional da MINERAL ARGILIT ARENIT CALCÁ
temperatura e pressão (profundidades que variam de 5 a 40 O (%) O (%) REO
(%)
km) durante o desenvolvimento d cadeias de montanhas,
Quartzo 32 70 4
assim como associado localmente ao aumento da
Feldspato 18 8 2
temperatura nas margens de intrusões de rochas ígneas. argilominerais 34 9 1
Calcita/dolomi 8 11 93
Em geral, o metamorfismo causa recristalização e ta
crescimento de minerais (argilominerais transformam-se em Óxidos de 5 1 -
micas), assim como a formação de novos minerais a partir Ferro
de reações dos minerais presentes na rocha original.
Minerais característicos do metamorfismo incluem zeolitas,
cloritas, talco, micas (biotita e muscovita), grafita, asbestos, Propriedades físicas dos minerais
andalusita, silimanita, cianita, estaurolita, epidoto, granadas
e anfibólios. O metamorfismo também pode causar A composição e estrutura química dos minerais
deformação, rotação e orientação dos grãos minerais afetam suas propriedades físicas, o que permite em muitas
formando texturas orientadas na rocha, tais como foliação, situações identificar os minerais. Uma propriedade ideal é
lineação e bandamento. aquela que dá apenas um resultado para cada mineral e
sempre o mesmo resultado para todas as amostras, ou seja,
apresentam singularidade e constância em relação a outros
minerais, fato muitas vezes não alcançado, por isso,
geralmente utiliza-se de uma sequência de propriedades.

As propriedades físicas usualmente são:

 Cor
 Traço ou risca
 Transparência ou diafaneidade
 Brilho
 Dureza
 Densidade
 Hábito
 Clivagem e fratura
Cristal rotacionado em Gnaisse
Algumas outras propriedades podem ser usadas em
Minerais de Rochas Sedimentares casos particulares como:

Na superfície da crosta terrestre as rochas e seus  Magnetismo


minerais constituintes estão em constante desagregação  Reação a ácidos
física e química devido à ação do intemperismo. Os
 Solubilidade
materiais resultantes desta desagregação, geralmente
argila, areia ou cascalho, são transportados e depositados m  Odor, sabor e tato
bacias sedimentares, onde após compactação e cimentação  Propriedades elétricas e térmicas
transformam-se em rochas sedimentares denominadas de
 Radioatividade
clásticas ou detríticas. Os minerais constituintes destas
rochas incluem os argilominerais provenientes da alteração  Fluorescência, fosforescência, triboluminescência e
ou intemperismo químico de minerais instáveis à termoluminescência
temperatura ambiente (feldspatos) e que se acumulam em
Cor – é a primeira propriedade em que reparamos quando
rochas clásticas do tipo siltito, argilito e folhelho, também
olhamos um mineral, quando a luz branca atravessa um
são incluídos minerais que apresentam uma alta resistência
cristal, alguns dos comprimentos de onda podem ser
ao intemperismo químico, tais como quartzo, e que se

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absorvidos enquanto outros são emitidos. Se isto acontecer,  Vítreo: o brilho do vidro, 70% dos minerais têm um brilho
a luz que é emitida pelo cristal passa a ser colorida. deste tipo. Exemplos – quartzo, turmalina, e etc.
Os elementos que normalmente produzem cor nos  Resinoso: o brilho da resina, comum em minerais de cor
minerais são os metais de transição. Quando existem na amarela, castanha ou cor de laranja, com índice de refração
fórmula química de um mineral dão a cor que o caracteriza –
intermediário, assemelha-se ao brilho do mel. Exemplos –
cor idiocromática – como, por exemplo, a cor azul na azurita
(cu), a cor verde na malaquita (Cu) e a cor rosada na esfarelita, enxofre, etc.
rodonita e rodocrosita (Mn). Alguns elementos como Fe, Mn,  Nacarado: o brilho das conchas, semelhante ao brilho das
Cr, Cu, Co, Ni, Ti, V, que, não fazendo parte da fórmula
pérolas. Exemplos – micas, planos basais de talco e
química de um mineral, podem fazer variar a sua cor,
mesmo quando não estão presentes em quantidades apofilita.
significantes – cor cromófora. Sendo assim, os minerais que  Sedoso: o brilho da seda, causado pela reflexão da luz em
são brancos ou incolores no seu estado puro, apresentam
finos agregados fibrosos. Exemplos – gesso fibroso,
as mais variadas cores, dependendo de impurezas,
inclusões ou defeitos estruturais. A cor cromófora é malaquita, serpentina, etc.
determinada pelo tipo de impureza e seu estado de  Gorduroso ou oleoso: o brilho dos óleos e gorduras ocorre
oxidação. como se o mineral estivesse recoberto com uma fina
Traço – Traço ou risca, é a cor do pó do mineral, é uma camada de óleo, e resulta, normalmente, de superfícies
propriedade mais constante do que a cor, já que embora o microscopicamente rugosas. Exemplos – Nefelina, algumas
mesmo mineral possa ter várias colorações, o seu traço é
espécies de esfarelita, quartzo maciço, etc.
sempre o mesmo.

Em geral, este pó é obtido por fricção numa


porcelana não vidrada, para minerais com dureza inferior a Dureza – é uma medida da resistência da estrutura de um
7, o que acontece na grande maioria dos casos. Assim, ao mineral, relativamente à resistência das suas ligações
esfregar o mineral na porcelana ele deixa nela um rasto de químicas.
pó, que é denominado traço do mineral. Alguns minerais
Minerais com pequenos átomos, fortemente
apresentam cores semelhantes, mas seu traço é
empacotados por ligações covalentes, têm tendência para
característico e permitem sua identificação, por exemplo, a
serem os mais duros, enquanto que, os minerais menos
hematita e a wolframita têm cores semelhantes, porém, seus
duros apresentam frequentemente ligações iônicas ou ainda
traços são diferentes onde estas possuem traço castanho
fracas, como a ligação por forças de Van der Walls. Esta é
escuro (chocolate) e aquele traço vermelho escuro (cor de
uma das propriedades usadas na identificação de minerais
sangue seco). O mesmo ocorre com o ouro e a pirita
devido à sua constância dentro da mesma substância.
(também chamada de ouro dos tolos) onde a pirita tem traço
Durezas menores do que as tabeladas poderão ser
preto e o ouro traço amarelo.
encontradas, caso o mineral impuro, esteja mal cristalizado,
Minerais com dureza maior que 6, ou seja, superior ou seja, constituído por um agregado em vez de um mineral
a da porcelana pode-se dizer que o risco é incolor, ou então, apenas, mas são muito raras.
deve-se friccionar em um material de dureza elevada.
A dureza é a resistência que o mineral oferece a
Transparência – está relacionada com o modo como a luz ser riscado (desgastado) por outro, é estabelecida em uma
interage com a superfície da substância. Se a luz atravessa gradação de 1 a 10 determinado através de comparação
a substância sem praticamente haver alteração então a com uma escala denominada Escala de Dureza de Mas,
substância diz-se transparente. Se a luz sofrer alteração e constituída por 10 minerais com durezas crescentes a que
distorção então diz que a substância é translúcida. Se a luz Mas atribuiu os seguintes graus:
não consegue penetrar na superfície do mineral então diz
1. Talco
que este é opaco.
2. Gesso
Brilho – refere-se ao aspecto da sua superfície quando 3. Calcita
reflete a luz. Existem dois tipos de brilho, metálico e não
metálico, sem que haja uma separação nítida entre eles, e 4. Fluo Rita
os de brilho intermediário são denominados sub-metálicos. 5. Apatita
6. Ortoclásio
Minerais com brilho não metálico são geralmente
de cor clara, transparentes ou translúcidos, apresentam 7. Quartzo
traços brancos, incolores ou pouco coloridas sendo descritos 8. Topázio
pelos seguintes termos: 9. Corindon

 Adamantino: o brilho do diamante, excepcional e intenso, 10. Diamante

típico de minerais com um índice de refração elevado.


Exemplos – pedras preciosas.
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A dureza é determinada riscando um mineral com são parâmetros qualitativos da clivagem, podendo ser
dureza conhecida num outro desconhecido. O que tiver definidas como:
menor fica reduzido a pó, restando um sulco no seu lugar.
 Muito perfeitas – se o mineral cliva facilmente, em
Praticamente podemos aferir a dureza por métodos superfícies continuamente planas, que refletem bem a luz;
expeditos e comparativos, utilizando-se desta escala de
dureza:  Perfeitas – a clivagem é relativamente fácil de conseguir,
mas podem encontrar-se interrompidas por fraturas, sendo
 Unha – 2,0 a 2,5
as superfícies menos contínuas;
 Alfinete ou moeda – 3,0 a 3,5
 Distintas e indistintas – são termos que revelam clivagens
 Prego – 4,0 a 4,5 cada vez mais difíceis de conseguir e formam superfícies
 Lâmina de aço – 5,0 – 5,5 menos desenvolvidas.
 Porcelana – 6,0 a 6,5
 Vidro – 5,5 a 6,5
Fratura – um mineral pode ser incapaz de se partir ao longo
de planos definidos quando sujeito ao choque. Neste caso
Onde é possível saber facilmente qual é a dureza formam-se superfícies de fratura sem controle cristalino,
aproximada do mineral e, só depois, utilizar a Escala de sendo descritas pelos seguintes termos, ordenados no
Mohs para determinar com mais precisão. Também pode sentido do aumento da rugosidade das superfícies, não
ser realizado o teste de dureza, através dos minerais da existe um controle cristalino na fratura, porém, sua natureza
escala de Mohs atritando um ao outro. é característica de certos minerais.

Densidade relativa – O peso específico ou densidade Podemos citar como fraturas:


relativa exprimem a relação entre o peso da substância e o
peso de igual volume de água a 4°C. sendo assim, se um  Conchoidal – superfícies curvas suaves, com formato
mineral possui densidade relativa igual a 2,0 isto quer dizer semelhante ao de conchas;
que ele tem uma densidade igual ao dobro da densidade da
água.  Irregular ou desigual – superfícies rugosas ou irregulares;
 Serrilhada ou indentada – superfícies com irregularidades
Para se realizar o teste de densidade relativa
semelhantes a dentes de uma serra;
utiliza-se a balança de Jolly, pegando-se um pedaço de um
mineral, homogêneo e livre de impurezas ou fendas, o  Estilhaçada ou lascada – semelhante a uma extremidade
tamanho deverá ser tal que seja pouco afetado pela tensão de madeira partida.
superficial da água, e então faz-se as seguintes leituras:

L1: valor da marca com a balança vazia


Magnetismo – O magnetismo ocorre quando não existe um
L2: valor da marca com o mineral colocado no ar (no arranjo estrutural dos íons de ferro e a intensidade do campo
primeiro prato) magnético pode variar desde uma ligeira mudança da
direção da agulha de uma bússola até a capacidade de
L3: valor da marca com o mineral colocado na água (no atrair pregos ou outros objetos metálicos.
segundo prato).
Para se identificar a existência ou não do
magnetismo, pode usar-se uma bússola ou um ímã.

A densidade relativa é calculada através da Reação a ácidos – A forma como os minerais reagem aos
seguinte fórmula ácidos é uma propriedade importante, já que todos os
minerais são afetados por ácidos são carbonatos ou
minerais que têm na sua composição íons carbonáticos,
D= segundo esta reação:
+ 2+
A densidade relativa é uma das propriedades mais CaCO3+ 2H ----Ca + H2O + CO2(g)
importantes na identificação de minerais, devido a sua
O dióxido de carbono (CO2) é libertado sob forma
constância.
de bolhas (efervescência ou reação ao ácido) e o cálcio
Clivagem – São planos de fraqueza de origem dissolve-se na água.
cristalográfica, onde as ligações químicas são mais fracas e
Usualmente faz-se o teste com ácido clorídrico ou
por onde os minerais costumam se partir.
acético diluídos, mas, tão importante como a reação aos
Em geral são classificadas observando tanto sua ácidos é o modo como essa reação se processa. A calcita e
facilidade, quanto a perfeição resultante da quebra, estes a aragonita, os carbonatos mais comuns, reagem fortemente
a um ácido frio, enquanto que, para a dolomita e outros
carbonatos a reação é menos vigorosa e pode até só
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acontecer com o ácido aquecido ou os minerais são Halóides - inclui cloretos, fluoretos, brometos e iodetos;
reduzidos a pó ou mesmo dissolvidos previamente.
Carbonatos - inclui a presença de CO3;

Fosfatos - inclui a presença de PO4;


Minerais formadores de rochas
Outros - molibdenatos, tungstatos, nitratos e boratos.
Os principais minerais formadores de rocha e suas
fórmulas químicas são:

 Quartzo: (SiO2), 1.Elementos Nativos

 Feldspatos: ortoclásio= KAlSi3O8, albita= NaAlSi3O8, Excetuando-se os gases livres da atmosfera,


anortita= CaAl2Si2O8 encontra-se no estado nativo somente cerca de vinte
elementos, que podem ser divididos em metais, semimetais
 Piroxênios: série da enstatita (Mg, Fe)2Si2O6 e da augita
e não-metais. Os metais nativos mais comuns constituem
(Ca, Na) (Mg, Fe, Al, Ti) (Si, Al)2O6. três grupos isso - estruturais:
 Biotita: K(Fe, Mg)3AlSi3O10(OH)2
I - O grupo do ouro: ouro, prata, cobre e chumbo;
 Muscovita: KAl2(Si3Al)O10(OH, F)2
 Hornblenda: (Ca, Na)2–3(Mg, Fe, Al)5[(Si, Al)8O22] (OH)2 Os elementos do grupo do ouro pertencem à mesma
família na classificação periódica dos elementos e, portanto
 Olivina: (Fe, Mg)2SiO4
possuem propriedades químicas semelhantes, todos são
 Zircão: ZrSiO4 suficientemente inertes para ocorrerem livres na natureza.
 Calcita: CaCO3 Quando não estão combinados com outros elementos os
átomos desse grupo estão unidos em estruturas cristalinas
 Dolomita: CaMg (CO3)2
por ligações metálicas (relativamente fracas).
 Apatita: CaPO4
As propriedades semelhantes dos membros desse
 Magnetita: Fe3O4
grupo originam-se da estrutura comum. Todos são
 Pirita: FeS2 apresentam dureza relativamente baixa, são maleáveis,
dúcteis e sécteis. Todos são excelentes condutores de calor
e eletricidade, tendo pontos de fusão bem baixos. Possuem
Classificação de minerais densidades elevadas.

Os minerais podem ser classificados de acordo com


sua ocorrência como minerais principais e minerais
acessórios. Minerais Essenciais (Principais): São grupos de
minerais que compõem a maioria da mineralogia das rochas.
São aqueles minerais que definem, classificam e
caracterizam uma rocha.

Minerais Acessórios: São grupos de minerais que


participam das rochas como elementos menores ou traços.
Geralmente são os minerais que definem características
tecnológicas e econômicas específicas de uma formação
rochosa. Ocorrem em percentagem pouco significativa e não
influem na classificação da rocha.

A classificação dos minerais é baseada comumente


na composição química.

Classes:

Elementos nativos - 20 elementos que ocorrem não


combinados;

Sulfetos - combinação de metais com S, maioria dos


minerais metálicos;

Sulfatos - combina elementos com S e O2;


Respectivamente temos ouro nativo e cobre nativo
Óxidos e/ou hidróxidos - combina metais c/Oy ou (OH)y;
II. O grupo da platina: platina, paládio, irídio e ósmio;
Silicatos - combina elementos com Six. Oy;

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Os elementos do grupo da platina são elementos nativos. Estas propriedades refletem um tipo de ligação
mais duros e têm pontos de fusão mais elevados do que o intermediária entre a metálica e a covalente.
do grupo do ouro.
IV. Classe escalenoédrica hexagonal: arsênio, antimônio e o
bismuto;
ii. Classe trapezoédrica-trigonal: selênio e telúrio.

Os não-metais mais importantes são o carbono,


sob forma de diamante e grafita e o enxofre.

Principais elementos nativos: Ouro, Prata, Cobre


Platina, Ferro, Enxofre, Diamante e a Grafita.

Ouro: D=2.5 a 3, d=19.3, Au, Brilho = Opaco, Cor = Amarelo


dependendo da pureza Uso = Joalherias instrumentos
científicos, Ocorrência = Ocorre em pequenas quantidades e
é muito comum em filões.

III- o grupo do ferro: ferro e ferro-níquel.

Os cristais dos metais do grupo do ferro, embora


Au – Ouro nativo
isométricos, têm um retículo cúbico de corpo centrado em
que cada átomo toca os outros oito átomos circundantes. Prata: D=2.5 a 3, d=10, Ag, Brilho = Metálico, Cor =
Branco da prata, Uso = Minério de prata e também com
propósitos ornamentais. Ocorrência = A prata nativa é
distribuída em pequenas quantidades principalmente na
zona oxidada dos depósitos do minério.

Ag – Prata nativa

Cobre: D=2.5 a 3, d=8.9, Cu, Brilho = Opaco, Cor =


Vermelho do cobre, Uso = Minério secundário de cobre.
Ocorrência = Encontra-se amplamente em filões de cobre,
mas geralmente em pequenas quantidades.

Respectivamente Ferro nativo e uma liga natural de Ferro-


níquel comum em meteoritos.

Os semimetais nativos formam dois grupos ISO -


estruturais, são comparativamente frágeis e piores
condutores de calor e de eletricidade do que os metais

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Cu – Cobre nativo Ocorrência = Ocorre normalmente nas bordas das crateras
dos vulcões extintos e ativos, ou próximos delas, onde se
Platina: D=4 a 4.5, d=2.1 a 4.5, Pt, Brilho = depositou dos gases emanados das fumarolas.
Reluzente, Cor = Cinzento do aço, Uso = Em aparelhos
químicos, equipamentos elétricos e joalheria. Ocorrência = É
um metal raro que ocorre quase sempre no estado nativo.

Pt – Platina nativa S – Enxofre nativo

Ferro: D=4.5, d=7.3 a 7.9, Fe, Brilho = Opaco, Cor Diamante: D=10, d=3.5, C, Brilho = Adamantino,
= Cinzento do aço ao negro, Uso = Muito utilizado pela Cor = Amarelo-pálido ou incolor, Uso = Na indústria e
indústria. Ocorrência = Ocorre, escassamente, como ferro também em pequenos cristais para cortar o vidro.
terrestre e nos meteoritos. Ocorrência = Encontra-se diamantes geralmente nas areias
e cascalhos dos leitos dos rios.

Fe – Ferro nativo

C – Diamante nativo
Arsênio: D=3,5, d=5.7 a 4.5, Pt, Brilho = quase
metálico (em superfície recente), Cor = branco do estanho Grafita: D=1 a 2, d=2.2, C, Brilho = Metálico, Cor =
(na fratura recente). Negro a cinzento do aço, Uso = Fabricação de cadinhos
refratários para as indústrias do aço. Ocorrência = Ocorre
normalmente em rochas metamórficas como os calcários
cristalinos, xistos e gnaisses.

As – Arsênio nativo

Enxofre: D=1.5 a 2.5, d=2.05 a 2.09, S, Brilho =


Resinoso, Cor = Amarelo do enxofre, Uso = Principalmente
na indústria química na fabricação de ácido sulfúrico.

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C – Grafita nativa

Sulfetos Calcopirita (CuFeS2): D=3.5 a 4, d=4.1 a 4.3, CuFeS2,


Brilho = Metálico, Cor = Amarelo do latão, Uso = minério de
Os sulfetos formam importante classe de minerais cobre, Ocorrência = Encontra-se distribuído em veios
que incluem a maioria dos minérios metálicos. Os sulfetos metálicos e associado à pirita, pirrotita, esfarelita, galena,
podem ser divididos em pequenos grupos estruturais, não quartzo, calcita, dolomita, siderita, e vários minerais de
sendo possível generalizar-se amplamente com relação à cobre.
sua estrutura. Muitos sulfetos têm ligação iônica, ao passo
que outros, exibindo as propriedades dos metais têm ligação
metálica. Reúnem-se nesta classe aqueles minerais cuja
composição é a combinação não oxigenada de metais e
metalóides com S, As, Sb, Bi, Se e Te; compreende os
sulfetos simples e duplos e os sulfossais. Fisicamente
caracterizam-se por seu aspecto metálico, pesos específicos
elevado e pela sua opacidade.

Principais minerais: Galena, Esfarelita, Calcopirita,


Estanita, Pirrotita, Nicolita, Covelita, Estilbita, Pirita,
Molibdenita e a Bornita.

Galena (PbS2): D=2.5, d=7.4 a 7.6, PbS, Brilho = Metálico Cristal de Calcopirita (CuFeS2)
reluzente, Cor = Cinza do chumbo, Uso = minério de
chumbo e um minério importante de prata, Ocorrência = É Estanita: D=4, d=4.4, PbS , Brilho = Metálico, Cor = Cinza
um sulfeto metálico muito comum, encontrado em veios, do aço ao negro do ferro, Uso = minério secundário de
associada à esfarelita, pirita, marcassita, calcopirita, estanho, Ocorrência = Ocorre nos veios contendo estanho
dolomita, calcita, quartzo, barita e fluorita. com a cassiterita, calcopirita, wolframita, pirita e quartzo.

Cristais de Estanita PbS

Cristais de Galena (PbS) Pirrotita (FexS): D=4, d=4.58 a 4.65, Fe1-xS, Brilho =
Metálico, Cor = Bronze pardacento, Uso = é explorada por
causa do seu níquel associado, Ocorrência = Ocorre
associada à pentlandita, calcopirita e outros sulfetos na
Esfarelita (ZnS): D=3.5, d=3.9 a 4.1, ZnS, Brilho = Não-
rochas ígneas básicas.
metálico, Cor = Geralmente amarela, indo castanho para o
negro, Uso = Minério de Zinco. Ocorrência = Geralmente
associada à galena, pirita, calcopirita, calcita e dolomita. É
encontrada também em filões de rochas ígneas e nos
depósitos metamórficos de contato.

Cristal de Pirrotita (FexS)

Cristais de Esfalerita (ZnS) Nicolita: D=5 a 5.5, d=7.78, NiAs , Brilho = Metálico, Cor =
Vermelho do Cobre, pálido, Uso = minério de níquel de
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menor importante, Ocorrência = A nicolita, com outros Pirita (FeS2): D=6.5, d=5.02, FeS2 , Brilho = Metálico
arsenietos e sulfetos de níquel, pirrotita e calcopirita. reluzente, Cor = Amarelo do latão, Uso = Geralmente
explorada pelo ouro ou pelo cobre associado, Ocorrência =
Associada com a calcopirita, esfarelita e a galena.

Cristais de Nicolita – NiAs

Covelita (CuS): D=1.5 a 2, d=4.6 a 4.76, CuS , Brilho = Cristais de Pirita - FeS2
Metálico, Cor = Azul anil ou mais escura, Uso = minério
secundário de cobre , Ocorrência = Não é um mineral muito Molibdenita (MoS2): D=1 a 1.5, d=4.62 a 4.73, MoS3 , Brilho
abundante, geralmente associada à calcocita, calcopirita, = Metálico, Cor = Cinza do chumbo, Uso = Minério de
bornita e enargita sendo derivada dela por alteração. Molibdênio, Ocorrência = Ocorre com os minérios de
estanho e tungstênio nos depósitos de alta temperatura.

Cristais de Molibdenita - MoS3


Cristal de Covelita - (CuS)

Bornita (Cu5FeS4): D=3, d=5.06 a 5.08, Cu5FeS4 , Brilho =


Estilbita: D=2, d=4.52 a 4.62, Sb2S3, Brilho = Metálico, Cor Metálico, Cor = Bronze pardacento, Uso = Minério de Cobre,
= Cinza do chumbo a preto, Uso = Minério de Antimônio, Ocorrência = Encontra-se usualmente associada a outros
Ocorrência = Associada com rochas intrusivas e a outros minerais de cobre em depósitos hipógenos.
minerais como a galena, esfarelita, barita, ouro.

Cristal de Bornita - Cu5FeS4


Cristais de Estilbita - Sb2S3
Sulfatos

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Um grande grupo de minerais ocorrem como Epsomita: D= 2 a 2,5, d = 1,68, MgSO47H2O, Brilho = Vítreo
sulfatos, porém poucos são comuns. São minerais que a terroso. Cor = Incolor a branca, transparente a translúcido,
possuem em sua fórmula química o radical SO4. Os sulfatos Uso = O mineral epsomita tem pouco uso, pois o sal de
dividem-se em: anidros, básicos e hidratados. Os anidros epsom comercial é fabricado a partir de outros minerais
mais importantes e comuns são os do grupo da barita, que magnesianos, Ocorrência = Está depositada, usualmente,
possuem densidade como uma eflorescência sobre as rochas, nas galerias das
minas e sobre as paredes das cavernas.
relativa diretamente proporcional ao peso atômico.

Entre os sulfatos hidratados o gipso é o mais


importante e abundante. Principais minerais: Barita, Óxidos e hidróxidos
celestita, anglesita, gipso e epsomita.
Os óxidos classificam-se em óxidos simples, óxidos
Barita: D=3 a 3.5, d=2.32, BaSO4, Brilho = Vítreo, Cor = múltiplos, óxidos contendo hidroxila e hidróxidos. Dentro da
Branca com matrizes claras, azul, vermelho, Incolor, Uso = estrutura da classificação, existem grupos minerais
Principal fonte de bário utilizado na produção de substância., importantes, notadamente, os grupos da hematita, do
Ocorrência = Ocorre geralmente como mineral de ganga nos espinélio e do rutilo. Cada um destes grupos contém um ou
filões metálicos, associada especialmente com minérios de mais minerais de importância econômica. Dentro da classe
prata, chumbo, cobre, cobalto, manganês e antimônio. dos óxidos estão os principais minérios de ferro (hematita e
Encontrada em veios no calcário, junto à calcita, ou como magnetita), de cromo (cromita), de manganês (pirolusita,
massas residuais na argila que recobre o calcário. manganita e psilomelana), de estanho (cassiterita) e de
alumínio (bauxita).

Principais minerais: Óxidos - Zincita, Hematita,


Ilmenita, Rutilo, Pirolusita, Cassiterita, Goethita, Magnetita,
Cromita, Columbita-Tantalita, Hidróxidos – Psilomelana,
Limonita, Bauxita.

Zincita: D=4 a 4.5, d=5.6, ZnO , Brilho = Sub-adamantino,


Cor = Vermelho intenso a amarelo alaranjado, Uso = minério
de zinco, Ocorrência = Geralmente associada à franklita e a
willenita.

Hematita: D=5.5 a 6.5, d=5.26, Fe2O3 , Brilho = Metálico,


Cor = castanho avermelhado a preto, Uso = minério de ferro,
Ocorrência = Ocorre nos depósitos metamórficos de contato
e nas rochas ígneas feldspáticas como o granito.
Cristais de Barita (BaSO4)
Ilmentita : D=5.5 a 6, d=4.7, FeTiO3 , Brilho = Metálico a
Celestita: D = 3 a 3,5, d = 4,5, SrSO4, Brilho = Vítreo a
sub-metálico, Cor = preto do ferro, Uso = minério de Titânio,
nacarado, Cor = Incolor, branca, Azul pálido, Uso =
Ocorrência = Ocorre em camadas e em massas lenticulares
Empregado na preparação de nitrato de estrôncio para fogos
em gnaisses e associada à magnetita.
de artifício e balas traçadoras, Ocorrência = Encontra-se no
calcário ou arenito, ou em ninhos e cavidades revestidas Rutilo: D=6 a 6.5, d=4.18 a 4.25, TiO3 , Brilho = Adamantino
nessas rochas. Associada com a calcita, dolomita, gipso, a sub-metálico, Cor = Vermelho, castanho avermelhado a
halita, enxofre, fluorita. preto, Uso =revestimento de hastes de solda, Ocorrência =
Encontra-se o rutilo nos granitos, pegmatitos, gnaisses, mica
Anglesita: D = 3, d = 6,2 a 6,4, PbSO4, Brilho = Adamantino
xistos e associados à magnetita, zircão e monazita.
quando pura e opaco quando terrosa, Cor = Incolor, branca,
cinzenta, matizes pálidos de amarelo, Uso = Minério Pirolusita: D=1 a 2, d=4.75, MnO2 , Brilho = Metálico, Cor =
secundário de chumbo, Ocorrência = Encontrada nas preto do ferro, Uso = minério de manganês, Ocorrência =
porções superiores, oxidadas, dos veios de chumbo, Encontrado em filões com quartzo e vários minerais
associada com a galena, cerussita, esfarelita, hemimorfita e metálicos.
óxido de ferro.
Cassiterita: D=6 a 7, d=6.8 a 7.1, SnO2 , Brilho =
Gipso: D = 2, d = 2,32, CaSO4.2H2O, Brilho = Usualmente adamantino a sub-metálico e fosco, Cor = Castanho ou
vítreo; também nacarado e sedoso, Cor = Incolor, branco, preto, Uso = minério de estanho, Ocorrência = Encontrado
cinzento, vários matizes do amarelo, vermelho, castanho por em veios com cassiterita, turmalina, topázio, a fluorita e a
causa das impurezas, Uso = Usado principalmente na apatita.
produção de gesso, Ocorrência = Mineral comum
amplamente distribuído nas rochas sedimentares, muitas Goethita: D=5 a 5.5, d=4.37, HFeO2 Brilho = Adamantino a
vezes em camadas espessas. opaco, Cor = Castanho amarelado a castanho escuro, Uso =
minério de ferro, Ocorrência = Encontra-se grandes
quantidades de goethita como mantos lateríticos residuais.

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tendo ângulos de 60° a 120°, aproximadamente. As micas
caracterizam-se por uma clivagem {001} altamente perfeita.
Silicatos Existe substituição iônica limitada entre os diferentes
membros. Todavia, é freqüente que dois membros do grupo
São minerais que contém o radical SiOY em sua cristalizem juntos em posição paralela na mesma placa do
estrutura. Essa é a classe mineral mais importante e de cristal, com a clivagem estendendo-se através de ambos.
maior ocorrência na natureza. Cerca de 25% dos minerais Tem como principais variedades: a muscovita, biotita,
conhecidos e 40% dos minerais comuns são silicatos. lepidolita, marganita, flogobita.
Praticamente todos os minerais que formam as rochas
ígneas são silicatos, constituindo, então mais de 90% da Piroxênios: Os piroxênios incluem um número de espécies
crosta terrestre. Assim, principalmente a crosta terrestre que se cristalizam nos sistema ortorrômbico e monoclínico,
continental é formada por uma estrutura básica de Si, O e sendo, entretanto, estreitamente relacionados na estrutura
Al, cujos interstícios são preenchidos por outros elementos cristalina. Os piroxênios formam uma série, na qual os
como Fe, Ca, Mg, Na, K,... Minerais formados membros são estritamente análogos, do ponto de vista
essencialmente por grupos tetraédricos SiO2, que estão químico, aos da família dos anfibólios. Principais minerais
unidos entre si diretamente ou por meio de cationtes. São os são: família da enstatita, diopsídio, espodumênio, jadeíta,
componentes mais importantes das rochas e constituem, egirita, augita.
com o quartzo, 95% da parte conhecida da crosta terrestre;
é a parte mais rica em espécies, e devido à facilidade de sua Anfibólios: Os minerais mais comuns da família dos
investigação óptica, constitui uma das classes melhor anfibólios cristalizam-se nos sistemas ortorrômbico e
conhecidas. Fisicamente são reconhecidos com muita monoclínico. Quimicamente formam um grupo paralelo à
facilidade pela sua falta de cor própria, brilhos não família dos piroxênios, todavia os anfibólios contêm a
metálicos, risco branco, elevado índice de dureza e pelo seu hidroxila. Os anfibólios e piroxênios assemelham-se muito
aspecto geral bastante característico. entre si e distinguem-se pela clivagem. Os principais
minerais são: antofilita, tremolita, hornblenda, arfvedsonita.
A maioria dos silicatos é encontrada como
constituintes das rochas eruptivas, formados a temperaturas Feldspatos: Os feldspatos formam um dos grupos minerais
e pressões elevadas, via de regra, em amplas zonas de mais importantes. São silicatos de alumínio com potássio,
variação de ambas, com estruturas densas e carentes de sódio e cálcio e, raramente, bário. Podem pertencer ao
água. Pelo contrário, nas rochas sedimentares devido à sistema monoclínico ou triclínico, mas os cristais dos
ação do ácido carbônico que, nas condições ambientais, diferentes sistemas assemelham-se entre si estritamente
destrói os silicatos, não existe formação destes minerais, nos ângulos e nos hábito cristalino. Todos eles apresentam
senão que há fases de transformação dos mesmos, de clivagens boas em duas direções que fazem entre si um
estruturas geralmente em camadas, com grande quantidade ângulo de 90° ou próximo de 90°. A dureza é em torno de 6
de água de constituição e embebição. Exemplo disto o e a densidade relativa vai de 2,55 a 2,76.
encontramos nas argilas.

As propriedades cristaloquímicas dos minerais


devem-se, às especiais características do grupo SiO4 e ao Outros silicatos importantes
tipo de arcabouço que resulta de suas uniões ou junções.
Sintetizando, podemos considerar todo silicato como sendo Sodalita: D = 5.5 A 6, d = 2.15 A 2.3, Na4(AlSiO4)3Cl Brilho
um esqueleto de tetraedros SiO4, cheio de cationtes, em = Vítreo, Cor = Azul, Branco, Verde, Uso = Corante de
alguns casos, com cationtes e água, em outros, sem nada, roupa, Ocorrência = É um mineral formador de rocha e á
como acontece com o quartzo. associado com a nefelina, cancrinita, e outros feldspatóides.

A disposição dos grupos SiO4 pode se referir a Caulinita: D = 2 a 2.5, d = 2.6 a 2.63, Al 4(Si4O10) (OH)8
cinco esquemas gerais: Brilho = Terroso, opaco, Cor = Branco, Uso = É uma
substância industrial, natural e de muita importância na
Principais formadores de rochas são: quartzo, feldspatos, fabricação de tijolos, Ocorrência = É de ocorrência ampla,
micas, piroxênios e anfibólio. principal constituinte do caulim.

Quartzo: D = 7, d = 2.65, SiO2, Brilho = Vítreo às vezes Turmalina: D = 7 a 7.5, d = 3 a 3.25, XY3Al6(Bo3)3 X=Na,
3+
gorduroso em algumas variedades, Cor = A cor da origem a Ca, Y=Al, Fe , Li, Mg, Brilho = Vítreo a resinoso, Cor =
diferentes variedades (cristal de rocha, ametista, quartzo Preta, Parda, Matizes do vermelho, rosa azul e amarelo, Uso
rosa, quartzo enfumaçado, citrino, quartzo leitoso, olho-de- = Pedra semipreciosa, Ocorrência = Em pegmatitos
gato), Uso = O quartzo tem muitos e variados usos. Suas graníticos e nas rochas que circundam, imediatamente,
formas coloridas são largamente usadas como gemas e esses depósitos. Associadas principalmente com albita,
pedras ornamentais, Ocorrência = Um dos principais microclínio, muscovita, quartzo.
constituintes das rochas ácidas.
Berilo: D = 7.5 a 8, d = 2.75 a 2.80, Be3Al2(Si6O18) Brilho =
Micas: As micas cristalizam no sistema monoclínico, os Vítreo , Cor = Verde azulado, amarelo do ouro, rosa branco
cristais são, de ordinário, tabulares, com planos basais bem ou incolor, Uso = Gema de várias cores e também grande
desenvolvidos e com um contorno rômbico ou hexagonal fonte de berílio, Ocorrência = Em rochas graníticas tanto em

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drusas como em diques pegmatíticos com micas, xistos A classe química dos halóides caracteriza-se pela
associado com minério de estanho. O berilo possui também predominância dos íons halogênicos eletronegativos, Cl-, Br-
a variedade esmeralda. , F- e I-. Esses íons são grandes, carregados fracamente e
de fácil polarização. Quando se combinam com cátions de
Olivina: D = 6.5 a 7, d = 3.27 a 4.37, (Mg.Fe)1(SiO4) Brilho baixa valência, relativamente grandes e fracamente
= Vítreo , Cor = Verde de oliva a verde acinzentado, polarizados, cátions e íons comportam-se quase como se
castanho, Uso = Como a variedade verde clara, o peridoto, a fossem corpos perfeitamente esféricos.
olivina tem um emprego como gema , Ocorrência = Mineral
formador de rocha bastante comum, encontrado Os halóides isométricos têm dureza relativamente
principalmente em rochas ígneas ferromagnesianas escuras baixa, pontos de fusão moderados a altos e são maus
como o gabro, o peridotito e o basalto. condutores de calor e eletricidade no estado sólido.

Granada: D = 6.5 a 7.5, d =3.5 a 4.6, A3B2 (SiO4)3 A=Ca,


Mg, Fe ferroso e Mg bivalente, B= Al, Fe férrico, Ti ou Cr,
Brilho = Vítreo a resinoso , Cor = Vermelho, castanho, Principais minerais. Halita, Silvita, Fluorita e
amarelo, branco e verde escuro, Uso = Gema relativamente Carnalita.
barata, Ocorrência = Ocorre como constituinte acessório de
algumas rochas metamórficas e ígneas. É geralmente
encontrado com mica xisto, hornblenda xisto e gnaisse.
Halita: D = 2,5, d = 2,16, NaCl, B = Transparente a
Epidoto: D = 6 a 7, d = 3.35 a 3.45, Ca2(AlFe)Al2O(SiO4) translúcido, C = incolor ao branco, quando impura pode
(Si2O7) (OH) Brilho = Vítreo , Cor = Verde amarelo a verde exibir tonalidades amarelo, vermelho, azul e púrpura, Uso:
escuro, cinza ou preto, Uso = Gema, Ocorrência = Em Maior uso na indústria química como fonte de sódio e de
rochas cristalinas como gnaisse e anfibolito e vários xistos. cloro. Ocorrência: Ocorre, muitas vezes em camadas e
massas irregulares extensas, precipitadas das águas dos
Topázio: D = 8, d = 3.04 a 3.05, Al2(SiO6) (F,OH)2 ,Brilho = oceanos inter-estratificadas com rochas sedimentares.
Vítreo , Cor = Incolor, amarelo, róseo, amarelo do vinho,
azulado e esverdeado, Uso = Gema, Ocorrência = Silvita: D = 2, d = 1,99, KCl, B = Transparente, C = Incolor
Encontrado nas cavidades das larvas riolíticas e nos ou branco, tonalidades de azul, amarelo ou vermelho
granitos. quando impura, Uso = Principal fonte de compostos de
potássio, usado largamente como fertilizantes, Ocorrência:
Cianita: D = 5, d = 3.55 a 3.66, AlO (SiO4) ,Brilho = Vítreo a Mesmo caso da halita sendo mais rara por se precipitar
nacarado , Cor = Azul, branco, cinzento ou verde, Uso = Em depois que a mesma.
velas de motores e porcelanas altamente refratados,
Ocorrência = Mineral acessório do gnaisse muitas vezes Fluorita: D = 4, d = 3,18, CaF2, B = Vítreo, C = verde-claro,
com a granada, estaurolita e coríndon. amarelo, verde-azulado e purpúreo, também incolor, branco,
rosa, azul e castanho, Uso = Usada principalmente como
Espodumênio: D = 6.5 a 7, d = 3.15 a 3.20, (LiAl9SiO2)6 x fluxona fabricação do aço, na manufatura de vidros
Li2O ,Brilho = Vítreo , Cor = Branco, cinza, róseo, amarelo, opalescentes, na esmaltação de utensílios de cozinha,
verde, Uso = Fonte de Lítio, Ocorrência = Encontrado em Ocorrência = Encontrado em veios nos quais é o mineral
diques de pegmatitos. principal, seja como mineral de ganga, associado a minérios
de metais.
Hornblenda: D = 5 a 6, d = 3.2, Ca2Na(Mg,Fe2/)4(Al,Fe3/,Ti)
(Al,SiO4)8O22(O,OH)2 ,Brilho = Vítreo , Cor = Matizes de Carnalita: D = 1, d = 1,6, KMgCl3.6H2O, B = Não-metálico,
verde escuro a verde, Ocorrência = Mineral formador de brilhante, gorduroso, C = Branco leitoso, muitas vezes
rocha, ocorrendo tanto nas rochas ígneas, quanto nas avermelhado, Uso = Fonte de compostos de potássio, e
metamórficas. magnésio, Ocorrência = Associada à halita, à silvita.

Talco: D = 1, d = 2.7 a 2.8, Mg3(SiO3)2(OH)2 ,Brilho =


nacarado a gorduroso , Cor = Verde da maçã, cinza, branco,
Carbonatos
verde, Uso = Tampos de mesa de laboratório e aparelhos
sanitários. É conhecido como pedra sabão, Ocorrência = De
Os principais membros dessa classe formam duas
origem secundária, formado pela alteração dos silicatos de
séries isomorfas, por exemplo, a calcita e aragonita, que
magnésio; Olivinas, Piroxênios e Anfibólios.
possuem igual composição química, CaCO3, apresentando
exemplo típico de dimorfismo. São os minerais que contém o
Petalita: D = 6 a 6.5, d = 2.4, Li(AlSiO4O10) ,Brilho =
íon carbonato em suas estruturas. Constituintes das rochas
Nacarado , Cor = Incolor, Branco, Cinzento, Uso = Minério
calcárias, certos carbonatos decompõem-se em presença de
importante de lítio, Ocorrência = Encontrado em pegmatitos,
H (efervescência em ácido). Em cavernas calcárias formam,
nos quais está associado ao quartzo e aos minerais
por precipitação, estalactites e estalagmites.
portadores de lítio: Espodumênio, Turmalina e lepdolita.
Principais minerais: Calcita, Dolomita, Magnesita, Aragonita,
Witherita, Malaquita e Azurita.
Halóides

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Calcita: D=3.0, d=2.72, CaCO3 , Brilho = vítreo a terroso,
Uso = fabricação de cimento, Ocorrência = Em massas
rochosas sedimentares enormes e espalhadas amplamente,
sendo o único mineral presentes em certos calcários.

Magnesita: D=3.5, d=4.3, MgCO3 , Brilho = vítreo, Cor =


branco cinzento a castanho, Uso = fabricação de tijolos,
fonte de magnésia, para fabricação de produtos químicos e
minério de magnésio metálico Ocorrência = geralmente em
veios e massas irregulares.

Aragonita: possuem características similares à calcita,


porém, cristalizando-se no sistema ortorrômbico. Ocorrência
= encontra-se depositada em fontes termais associadas a
camadas de gipso e depósito de minério de ferro.

Witherita: D=3.5, d=4.3, BaCO3 , Brilho = vítreo, Uso = fonte


de menor importância de bário. Ocorrência = É um mineral
raro, geralmente encontrado em veios associados à galena.

Malaquita: D=3.5 a 4.0, d=3.9 a 4.03, Cu2(CO3)2(OH)2 ,


Brilho = Vítreo adamantino, Cor = verde brilhante, Uso =
minério de cobre, Ocorrência = associada à azurita, cuprita, Série de Reação de Bowen
óxido de ferro e vários sulfetos de cobre e de ferro;
encontrada usualmente em veios de cobre que penetram no À medida que o magma se esfria, há cristais
calcário. específicos que vão se formando e individualizando a

Azurita: D=3.5 a 4.0, d=3.77, Cu2(CO3)2(OH)2, Brilho = determinados valores de temperatura. Os primeiros a
Vítreo, Cor = azul celeste, Uso = minério de cobre de menor formar-se são aqueles cujo ponto de fusão é mais alto,
importância. Ocorrência = geralmente associada à acabando o processo com a cristalização daqueles que têm
malaquita, mas também encontrada em forma de cristais.
um ponto de fusão muito mais baixo, ou seja, quando o
Dolomita: D=3.5 a 4.0, d=2.85, Ca Mg(CO3)2 , Brilho = magma está quase arrefecido e consolidado. A série
Vítreo a nacarado, Cor = branco cinzento, castanho ou
contínua refere-se à cristalização dos plagioclásios, cuja
preto. Uso = pedras de construção e minério potencial de
manganês. Ocorrência = Ocorre geralmente sob forma de variação composicional se dá entre as mais ricas em cálcio
massas rochosas como calcário dolomítico ou mármore (Anortita) até as mais ricas em sódio (Albita) seguindo uma
dolomítico, também encontrado em veios de zinco e chumbo sequência de formação de minerais denominada solução
que atravessam o calcário.
sólida Albita – Anortita, onde os minerais formados são
Anortita – Bytonita – Labradorita – Andesina – Oligoclásio -
Albita. A série descontínua refere-se à cristalização dos
Série de reação de Bowen
minerais máficos, as olivinas (as primeiras a formar-se),
piroxênios, anfibólios e biotita (a última).
Existe uma sequência de cristalização de minerais,
tal sequência resultante é definida por parâmetros Uma particularidade da série descontínua é o fato de
termodinâmicos, e depende fundamentalmente da que, se as olivinas não se individualizarem do magma e
composição do magma inicial. A sequência ideal de
continuarem nesse 'banho', vão reagir com o magma e
cristalização dos minerais foi originalmente estabelecida
para magmas basálticos pelo petrólogo experimentalista N. transformar-se em piroxênios. Estas, por sua vez, se
L. Bowen, em 1928, nas Séries de Reação de Bowen. continuarem a reagir com o magma residual, vão dar origem
Teoricamente é possível obter, a partir de um magma
a anfibólios e assim sucessivamente.
―primário‖ basáltico, toda uma série de rochas ígneas, desde
as ultra básicas até as ácidas, utilizando para tanto
processos de fracionamento de um magma basáltico original No caso da série contínua, após se formarem os
durante a sua cristalização. É importante frisarmos que as primeiros plagioclásios cálcicos, à medida que a temperatura
Séries de Reação de Bowen representam um modelo
diminui, os cristais passam por processo de substituição
genérico e simplificado ilustrativo de um processo natural
muito mais complexo e, que, portanto, deve ser utilizado gradual do cálcio pelo sódio na sua estrutura cristalina,
com cautela na interpretação da cristalização de qualquer culminando a série de cristalização com os feldspatos.
corpo magmático.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 32


Minerais metamórficos em uma extremidade pontual, denominada culassa ou
culote. A cintura é formada pelo encontro da coroa com o
Existe uma classe especial de minerais, que são os pavilhão.
minerais metamórficos originados pela ação de pressão
litostática e heterogênea, temperatura, pressão de fases O processo de lapidação de uma gema envolve
voláteis sobre rochas magmáticas, sedimentares e também várias etapas:
de outras rochas metamórficas. Alguns minerais são
formados em processos metamórficos, ou dificilmente em 1. CLASSIFICAÇÃO DA GEMA NO ESTADO BRUTO
outras situações, e atuam como minerais índices na
definição do tipo de metamorfismo (progressivo ou 2. FORMAÇÃO NO REBOLO
retrógrado), grau de metamorfismo, condições de
3. ENCANETAMENTO
metamorfismo entre outros parâmetros. Sendo eles:
4. CORTE OU FACETAMENTO
 Diopsídio
 Wollastonita 5. POLIMENTO DAS FACETAS
 Idiocrásio
A lapidação consiste em talhar a pedra em bruto
 Granada visando ressaltar sua cor e brilho naturais. A técnica de
 Estaurolita lapidação consiste de três etapas principais desbaste,
facetamento e polimento.
 Andaluzita
 Cianita
 Silimanita Classificação da gema
 Epidoto
As gemas apresentam beleza, cor, dureza,
 Tremolita durabilidade e esplendor, qualidades estas que permitem
 Actinolita fazer com que elas atinjam altos valores, tanto as que se
São minerais típicos de rochas metamórficas, e sua encontram no estado bruto lapidável quanto as lapidadas.
gênese está intimamente relacionada ao processo de
A gema em bruto ao ser retirada da mina ou
metamorfismo que gera recristalização mineral.
garimpo é forçada por alavancas ou sofre uma série de
Como lapidar uma gema golpes para ser retirada. Ao ser limpa, visando melhorar o
seu aspecto, volta a sofrer pequenas pancadinhas com uns
Uma pedra lapidada é constituída de mesa, coroa, martelinhos, para seleção das partes cristalizadas e retirada
pavilhão, cintura e culassa, culote ou culete. das partes inaproveitáveis em lapidação. Após isso é
efetuado um minucioso exame e diagnóstico para
determinar e localizar os defeitos que a gema apresenta.
Deve ser observado também a intensidade e uniformidade
de distribuição da cor e a determinação da direção dos eixos
principais de cristalização.

Algumas gemas não apresentam coloração


uniforme, as falhas de cor ou as partes onde as cores são
mais acentuadas deverão ser localizadas, de tal forma que
ao ser serrada, se possa tirar o máximo de proveito
orientando o corte no sentido da cor, visando com isso obter
pedras mais coradas e de maior valorização, por exemplo
um pequeno ponto de acentuada coloração deve ser
localizada no final do pavilhão da pedra, pois o mesmo será
Partes de uma gema lapidada refletido por toda a pedra, acentuando sua coloração e com
isso aumentando seu valor comercial.

Após a localização das qualidades da gema e dos


A mesa fica situada na porção superior da pedra, defeitos, passam a ser examinadas as possibilidades de
geralmente é horizontal, e corresponde a maior faceta dividi-la em fragmentos de tamanhos convenientes ao uso,
lapidada de uma pedra. A coroa corresponde aos conjuntos de tal forma que possam ser eliminados os defeitos ao
de facetas, situadas logo abaixo da mesa, cada conjunto de máximo e cada fragmento venha a produzir uma gema
facetas apresenta o mesmo ângulo de inclinação, que por lapidada. As pedras em bruto com tamanhos pequenos nem
sua vez difere da angulação conjunto(s) de facetas sempre precisam ser serradas, vão diretamente para o
disposto(s) imediatamente abaixo. rebolo formador, para lhe fornecer a geometria (forma), se
quadrada, retangular, redonda, oval, etc. Outras um pouco
O pavilhão corresponde ao conjunto de facetas
maiores serão serradas em duas, três ou quatro.
situadas na porção inferior da pedra, e que devem terminar
Instituição de Ensino Charles Babbage | 33
Uma pedra grande necessita de cuidados O facetamento pode ser feito em equipamentos
especiais, e uma boa prática é ―abrir uma janela‖ na manuais utilizando o sistema tradicional ou os equipamentos
superfície irregular ou despolida da gema. O termo ―abrir semi-automáticos dos sistemas modernos.
uma janela‖ consiste em fazer na pedra em bruto, uma
pequena faceta polida, através da qual se poderá localizar Facetamento manual - é feito em uma bancada que
com mais segurança a orientação da direção da cor e a consiste de um disco de corte disposto na horizontal e de
posição dos defeitos que se pretende eliminar na serragem um suporte ou encosto de madeira de formato retangular ou
ou nos desbastes posteriores (facetamento e/ou polimento). cônico, com vários furos, o encosto é disposto em um eixo
O melhor processo para serragem das pedras grandes é o vertical. Os furos do encosto servem para apoiar a
emprego da serra diamantada. extremidade oposta da caneta, na qual já está assentada a
pedra. A caneta é apoiada em um dos furos do encosto e a
Formação no rebolo pedra, situada no outro extremo da caneta, deve ser
pressionada contra o disco de corte, para que possa ser
Nesta operação se esboça a forma semifinal da cortada pelo atrito contra o disco de corte. A caneta deve
pedra. As pedras pequenas e os fragmentos da serragem assumir um ângulo pré-definido pelo lapidário que, com
são desbastados a mão livre contra um rebolo de esmeril algumas simples mudanças do furo do encosto de madeira,
(ametista, citrino, quartzo esfumaçado, quartzo rutilado) ou conseguirá alterar o ângulo e/ou a posição da caneta (mais
um rebolo diamantado (água marinha, turmalina, esmeralda) alto, mais baixo, mais para a esquerda, mais para a direita)
e adquirem um formato que orientará o lapidário facetador e e conseqüentemente mudará também a posição da pedra
o lapidário polidor sobre a forma definitiva que a pedra que se encontra em sua extremidade oposta. Dessa
lapidada terá. maneira, o lapidário consegue cortar as várias facetas da
pedra, estejam elas mais acima, mais abaixo ou lado a lado.

Facetamento semi-automático - consiste no uso de uma


Encanetamento
―caneta mecânica‖ metálica (dop), que substitui o conjunto
encosto-caneta com grandes vantagens, pois a ―caneta
A pedra esboçada ou formada no rebolo é
mecânica‖ está fixada a um transferidor com fácil leitura de 0
assentada em canetas de facetar confeccionadas em
a 90º, acoplado lateralmente a ela, permitindo que qualquer
madeira dura ou dops metálicos. As canetas de madeira
ângulo possa ser estabelecido com precisão e com mais
apresentam cerca de 10cm de comprimento e espessura na
facilidade do que no sistema tradicional. A caneta mecânica
parte de assentamento da pedra variando de 3mm a 10mm,
com o simples manuseia a confecção de do mais simples ao
de acordo o tamanho da pedra. O encanetamento consiste
mais complexo estilo de lapidação.
em prender a pedra em um suporte para que possa ser
facetada. A adaptação da pedra à caneta é feita com um
Um dispositivo especial, o ―index‖, que consiste de
cimento à base de goma-laca e lacre. O cimento é aquecido
uma circunferência de metal com diâmetro em torno 5 a 6
num bico de gás e rolado num bloco de metal.
cm e espessura < 10mm, é acoplado à extremidade superior
da ―caneta mecânica‖, permitindo fazer com que a pedra gire
A pedra encanetada pode ainda vir a passar por um
em torno do eixo do dop, possibilitando produzir com
desbaste final em rebolo ou já pode ir direto para o
segurança e perfeição pedras nos formatos quadrado,
facetamento ou corte definitivo da mesa (face superior da
retangular, triangular, redonda, oval, etc., com tantos lados
mesa, geralmente plana). Com a mesa pronta e a pedra
quanto pretendidos. A divisão de facetas é feita através de
presa na caneta, passa-se à operação seguinte que é o
index cambiáveis de 32, 64, 80, 96, 120. Os ―indexes‖ são
corte das facetas laterais.
fabricados com várias subdivisões em arcos iguais de
circunferência; por exemplo, o index 32, apresenta trinta e
duas subdivisões e deve ser utilizado para a lapidação de
Facetamento lateral pedras com eixos de simetria 6.

O facetamento consiste em cortar as facetas em Existem mapas ou diagramas circulares que


um disco posicionado horizontalmente. Esse disco pode ser reproduzem as mesmas subdivisões existentes no index. O
de chumbo para uso em ametista, citrino, quartzo diagrama para oito eixos de simetria apresenta 8, 16, 32, 64,
esfumaçado, quartzo rutilado e diamantado (esmeralda, 72, 96 e 120 subdivisões da circunferência em partes iguais.
água marinha, turmalina). O diagrama para seis eixos de simetria apresenta 6, 12, 24,
48, 96 e 120 subdivisões. O diagrama para cinco eixos de
Os discos de corte são fabricados geralmente em simetria apresenta 5, 10, 20, 40, 80 e 120 subdivisões, pré-
liga de bronze com 75 a 78% de cobre e 25 a 22% de estabelecidos para a confecção de pedras quadradas,
estanho. O disco deve sofrer uma escarificação em sua sextavadas, etc.
superfície e deve utilizar como agente de corte ou pó de
esmeril ou de carborundum, que deve ser colocado sobre a Passos a serem efetuados na lapidação semi-
superfície escarificada. automática de uma gema com ―caneta mecânica‖:

1. Inicialmente efetuar a calibragem da ―caneta mecânica‖,


colocando o transferidor da caneta no ângulo de 90º.
Tipos de Equipamentos de Facetamento

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2. Selecionar o ângulo específico para cada grupo de gemas 1.3) Mesa desproporcional (maior ou menor que 50%)
ocasionada por cálculo mal feito na última etapa do corte ou
3. Efetuar o ―dopeamento‖ (encanetamento) das pedras pré- pelo polimento defeituoso.
formadas
2. Defeitos Localizados na CINTURA
4. Facetamento da mesa da pedra
2.1) Deformação na forma ou calibragem defeituosa
5. Facetamento da coroa
2.2) Cintura inclinada devido ao facetamento ou ao
6. Facetamento do pavilhão polimento desalinhado da coro.

7. Efetuar o encontro das facetas da coroa com as facetas


do pavilhão, na cintura da pedra.

Na literatura inglesa existem livros especializados


em lapidação semi-automática, que apresentam vários
modelos de lapidação, que podem ser obtidos a partir de
diagramas circulares para cinco, seis e oito eixos de
simetria.
Acesse WWW.uniorka.com.br- Portal do
Polimento das facetas aluno, e veja os vídeos aulas.

As bancadas de polimento manuais ou semi- Bom estudo!


automáticas são em tudo semelhantes às de corte.

Entretanto, os discos de polimento são fabricados


com ligas de metais mais macias que variam de acordo com
a dureza das pedras a serem polidas. Para pedras duras
(crisoberilo e topázio) deve ser usada uma liga de estanho e Desenho cartográfico
chumbo em partes iguais, para ametista, citrino, água
marinha e turmalina é preferível uma liga de 1/3 de estanho
e 2/3 de chumbo; para pedras com dureza menor, o chumbo Cartografia (do grego chartis = mapa e graphein =
puro pode ser usado. Os discos só devem ser utilizados escrita) é a ciência que trata da concepção, produção,
após torneamento e o balanceamento, quando então devem difusão, utilização e estudo dos mapas.
obrigatoriamente ser ranhurados ou escarificados em forma
radial (do centro para a periferia). O pó de polimento ou A forma de nosso planeta (formato e suas
agente de polimento pode então ser aplicado sob a forma de dimensões) é um tema que vem sendo pesquisado ao longo
pasta sobre o disco. Os agentes de polimento mais usados dos anos em várias partes do mundo. Muitas foram as
são o trípoli - sílica extremamente fina (indicado para interpretações e conceitos desenvolvidos para definir qual
ametista, citrino e água-marinha), o óxido de estanho, o pó seria a forma da Terra. Pitágoras em 528 A.C. introduziu o
de rubi (indicado para granada, perídoto, topázio e zircônio), conceito de forma esférica para o planeta, e a partir daí
e o pó de diamante (para corindons). Excepcionalmente o pó sucessivas teorias foram desenvolvidas até alcançarmos o
de diamante pode ser usado em esmeraldas de boa conceito que é hoje bem aceito no meio científico
qualidade, quando misturado com vaselina permite um internacional. Os diferentes materiais que compõem a
excepcional polimento a esta pedra. superfície terrestre possuem diferentes densidades, fazendo
com que a força gravitacional atue com maior ou menor
As formas ou figuras mais comuns de Lapidação intensidade em locais diferentes. Para contornar o problema
são as retangulares, redondas e ovais. Os principais estilos lançou-se mão de uma figura geométrica chamada ELIPSE.
de lapidação são: em facetas, em cabuchão, mistos. Alguns
defeitos ou irregularidades na lapidação de uma gema A forma e tamanho de um elipsóide bem como sua
podem estar localizados na mesa e/ou na cintura: posição relativa ao geóide definem um sistema geodésico
(também designado por datum geodésico). No caso
1. Defeitos Localizados na MESA brasileiro adota-se o Sistema Geodésico Sul Americano -
SAD 69, com as seguintes características:
1.1) Mesa inclinada em relação a cintura, originada durante
a colagem (encanetamento) da pedra e/ou ao polimento - Elipsóide de referência - UGGI 67 (isto é, o
defeituoso recomendado pela União Geodésica e Geofísica
Internacional em 1967) definido por:
1.2) Mesa excêntrica ou descentralizada ocasionada por
uma colagem torta, facetamento desigual ou ainda ao - semi-eixo maior - a: 6.378.160 m
polimento defeituoso da faceta da mesa
- achatamento - f: 1/298,25

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Origem das coordenadas (ou Datum planimétrico):

- estação: Vértice Chuá (MG) Curvas de Nível

- altura geoidal : 0 m O método, por excelência, para representar o


relevo terrestre, é o das curvas de nível, permitindo ao
- coordenadas: Latitude:19º45º 41,6527’’ S usuário, ter um valor aproximado da altitude em qualquer
parte da carta. A curva de nível constitui uma linha
Longitude: 48º 06’ 04,0639‖ W imaginária do terreno, em que todos os pontos de referida
linha têm a mesma altitude, acima ou abaixo de uma
- azimute geodésico para o Vértice Uberaba : 271º 30’
determinada superfície da referência, geralmente o nível
04,05‖
médio do mar.
O Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) é constituido
Com a finalidade de ter a leitura facilitada, adota-se
por cerca de 70.000 estações implantadas pelo IBGE em
o sistema de apresentar dentro de um mesmo intervalo
todo o Território Brasileiro, divididas em três redes:
altimétrico, determinadas curvas, mediante um traço mais
- Planimétrica: latitude e longitude de alta precisão grosso. Tais curvas são chamadas "mestras", assim como
as outras, denominam-se "intermediárias". Existem ainda as
- Altimétrica: altitudes de alta precisão curvas "auxiliares".

-Gravimétrica: valores precisos de aceleração da


gravidade

Escala

Escala é a relação entre a medida de um objeto ou


lugar representado no papel e sua medida real.

Escala numérica - Indica a relação entre os comprimentos


de uma linha na carta e o correspondente comprimento no
terreno, em forma de fração com a unidade para numerador.
As escalas mais comuns têm para numerador a unidade e
para denominador, um múltiplo de 10.
Principais características:

a) As curvas de nível tendem a ser quase que paralelas


entre si.

b) Todos os pontos de uma curva de nível se encontram na


mesma elevação.

c) Cada curva de nível fecha-se sempre sobre si mesma.


Escala gráfica - É a representação gráfica de várias d) As curvas de nível nunca se cruzam, podendo se tocar
distâncias do terreno sobre uma linha reta graduada. em saltos d'água ou despenhadeiros.

e) Em regra geral, as curvas de nível cruzam os cursos


d'água em forma de "V", com o vértice apontando para a
nascente.

Formas Topográficas

A natureza da topografia do terreno determina as


formas das curvas de nível. Assim, estas devem expressar
com toda fidelidade o tipo do terreno à ser representado. As
curvas de nível vão indicar se o terreno é plano, ondulado,
montanhoso ou se o mesmo é liso, íngreme ou de declive
suave.

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Bússola

Entre outras finalidades, as cartas servem para


orientação no terreno. O termo orientação tem origem no
termo oriente, tomado como referência na Antigüidade e
correspondente à posição do nascer do Sol. O primeiro
contato relativo à orientação está associado aos pontos
Perfil Topográfico
cardeais. Estando a mão direita indicando o nascer do Sol,
estaremos de frente para o norte, tendo o oeste à esquerda
Perfil é a representação cartográfica de uma seção
e o sul nas costas. Nos dias atuais, tornou-se usual o uso do
vertical da superfície terrestre. Inicialmente precisa-se
norte como referencial de orientação.
conhecer as altitudes de um determinado nº de pontos e a
distância entre eles. O primeiro passo para o desenho de um A informação mínima que um mapa deve ter é a
perfil é traçar uma linha de corte, na direção onde se deseja indicação do norte. Normalmente, o
representá-lo. Em seguida marcam-se todas as interseções
das curvas de nível com a linha básica, as cotas de altitude, norte está indicado para o topo da folha. Isto não impede,
os rios, picos e outros pontos definidos. porém, que o mapa esteja orientado em outra direção. No
caso de haver indicação simultânea de dois sistemas de
Em um papel milimetrado traça-se uma linha básica coordenadas sobre a carta coordenadas geográficas e
e transfere-se com precisão os sinais para essa linha. coordenadas UTM, pode haver a indicação de mais de um
Levantam-se perpendiculares no princípio e no fim dessa norte
linha e determina-se uma escala vertical. Quer seguindo-se
as linhas verticais do milimetrado quer, levantando-se - Norte geográfico verdadeiro (NG) ou (NV) corresponde à
perpendiculares dos sinais da linha-base, marca-se a orientação do eixo de rotação da Terra.
posição de cada ponto correspondente na escala vertical.
Em seguida todos os pontos serão unidos com uma linha, - Norte magnético (NM) indica a direção do pólo norte
evitando-se traços retos. magnético. É a direção apontada pela agulha da bússola.

Alguns cuidados devem ser tomados na - Norte da quadrícula (NQ) indica o norte da grade de
representação do perfil: coordenadas UTM. A única linha desta grade que aponta
para o norte verdadeiro ou geográfico é a que coincide com
- Iniciar e terminar com altitude exata. o meridiano central do fuso.

- Distinguir entre subida e descida quando existir duas


curvas de igual valor.
Acesse WWW.uniorka.com.br- Portal do aluno, e
- Desenhar cuidadosamente o contorno dos picos, se
achatados ou pontiagudos.
veja os modelos de cartas.

Bom estudo!

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Geologia II maiores dadas a intensa atividade geológica do planeta. A
atmosfera era rica em dióxido de carbono (CO2) e
praticamente sem oxigênio.

Tempo Geológico A vida no Arqueano já existia, mas eram


representados provavelmente pelos procariontes,
Nosso planeta tem 4,54 bilhões de anos. Esse longo
organismos unicelulares primitivos, que não apresentavam
intervalo de tempo, chamado de tempo geológico, foi
seu material genético delimitado por uma membrana. Os
dividido pelos cientistas, para fins de estudo e de
eucariontes, animais em que o núcleo da célula está
entendimento da evolução da Terra, em intervalos menores,
rodeado por essa membrana, não foram identificados em
chamados unidades cronoestratigráficas: éons, eras,
rochas desse período, mas podem ter existido e não terem
períodos, épocas e idades. A palavra éon significa um
ficado preservados. Cianobactérias formaram ―tapetes‖ que
intervalo de tempo muito grande, indeterminado. A história
ficaram preservados até hoje, e que são os estromatólitos.
da terra está dividida em quatro éons: Hadeano, Arqueano,
Proterozóico e Fanerozóico. O Arqueano divide-se em quatro eras:

Com exceção do Hadeano, todos os éons são Eoarqueano (3,85-3,6 bilhões de anos), fase em que a
divididos em eras. Uma era geológica é caracterizada pelo Terra era ainda muito bombardeada por meteoritos.
modo como os continentes e os oceanos se distribuíam e
como os seres vivos nela se encontravam. O período, uma Paleoarqeano (3,6 a 3,2 bilhões de anos), quando surgiram
divisão da era, é a unidade fundamental na escala do tempo os primeiros continentes. Mais para o final desta era, pode
geológico. Somente as eras do éon Arqueano não são ter se formado um supercontinente, chamado Vaalbara.
divididas em períodos. Alguns cientistas acham que ainda não havia placas
tectônicas se movendo, mas outros acreditam que elas
A época é um intervalo menor dentro de um período. existiam e que sua movimentação era mais intensa que
Somente os períodos das eras do éon Proterozóico não são hoje. Bactérias de 3,46 bilhões de anos bem preservadas
divididos em épocas. A idade, por fim, é a menor divisão do foram encontradas na Austrália.
tempo geológico. Ela tem duração máxima de 6 milhões de
anos, podendo ter menos de 1 milhão. Somente as épocas Mesoarqueano (3,2 a 2,8 bilhões de anos). No final desta
mais recentes são divididas em idades. era, o supercontinente Vaalbara começou a se partir. Os
estromatólitos proliferavam na Terra.
A essas unidades cronoestratigráficas correspondem
unidades cronogeológicas, chamadas, respectivamente, Neoarqueano (2,8 a 2,5 bilhões de anos). Era em que a
eontema, era, sistema, série e andar. tectônica de placas pode ter sido bastante similar à de hoje.
Há bacias sedimentares bem preservadas e evidência de
fraturas intracontinentais, colisões entre continentes e
eventos orogênicos de âmbito global bem disseminado.
Éon Hadeano
Pode ter surgido e sido destruído um supercontinente, se
não vários. A água era predominantemente líquida e havia
Fase da história da terra iniciada há 4,54
bacias oceânicas profundas que dariam origem a formações
bilhões de anos, quando começou a formação dos planetas
ferríferas bandadas, depósitos de chert, sedimentos
do nosso sistema solar. Terminou há 3,85 bilhões de anos,
químicos e basaltos na forma de pillow lavas (lavas em
quando aparecem as primeiras rochas. A União
forma de almofadas).
Internacional das Ciências Geológicas não reconhece esse
éon, englobando o intervalo de tempo a que ele se refere no
Éon Proterozóico
Arqueano. Mas, a divisão Hadeano /Arqueano é
amplamente aceita por vários autores. O Proterozóico começou há 2,5 bilhões de anos
e estendeu-se até 542 milhões de anos atrás. São dessa
Éon Arqueano
época rochas como as que formam o Gran Canyon, no
Colorado (EUA). Foi uma fase de transição, em que o
O Arqueano começou há 3,85 bilhões de anos,
oxigênio se acumulou na litosfera, formando óxidos,
com a formação das primeiras rochas, e terminou há 2,5
principalmente de silício e ferro. As camadas de óxido de
bilhões de anos. O interior da Terra, era, no início desta fase
ferro formaram-se, sobretudo em torno de 2,5 a 2 milhões de
de sua história, muito quente, com um fluxo de calor era três
anos.
vezes maior que hoje. Na superfície, porém, as
temperaturas não eram muito diferentes das atuais, porque,
Surgem os eucariontes e, um bilhão de anos atrás,
acreditam os astrônomos, o Sol era 1/3 menos quente que
muitos outros tipos de algas começaram a aparecer,
hoje. Das rochas formadas nesse éon, poucas existem hoje,
incluindo algas verdes e vermelhas. Cerca de 900 milhões
devido às grandes transformações que a crosta terrestre
de anos atrás os continentes estavam reunidos numa única
sofreu desde então. São rochas principalmente ígneas
massa, chamada Rodínia, que acabou se fragmentando no
intrusivas e metamórficas. A atividade vulcânica era
final desse éon, originando os paleocontinentes Laurentia
consideravelmente maior que hoje. Não houve grandes
(América do Norte, Escócia, Irlanda do Norte, Groenlândia),
continentes até a fase final desse éon, apenas pequenas
Báltica (parte centro-norte da Europa), Sibéria unida ao
porções de terra que não conseguiam se unir em massas

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Cazaquistão e Gonduana (América do Sul, África, Austrália, períodos, o Cambriano, os animais tiveram grande
Antártida, Índia, Península Ibérica - sul da França). diversificação evolutiva, hoje chamada de ―explosão
cambriana‖. No Permiano, porém, último período desssa
O Proterozóico é dividido em três eras: era, ocorreu, ao contrário, a maior extinção em massa de
formas de vida animais e vegetais verificada na Terra, com o
fim, por exemplo, dos dinossauros.

No Paleozóico, estavam presentes todos os


grandes grupos de invertebrados. No início desta era, os
animais eram principalmente marinhos (graptólitos, trilobites,
moluscos, briozoários, braquiópodes, equinodermos, corais,
etc.). A era Paleozóica durou 291 milhões de anos e está
dividida em seis períodos geológicos: Cambriano,
Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero e Permiano,
do mais antigo para o mais recente.

No Ordoviciano, surgiram os peixes de água doce.


No Siluriano, apareceram as plantas terrestres mais antigas
Paleoproterozóico (de 2,5 a 1,6 bilhões de anos), quando que se conhece. No Devoniano, apareceram os insetos
surgiram os primeiros seres eucariontes. mais antigos e os anfíbios. No Carbonífero e no Permiano,
houve grandes florestas, que deram origem às jazidas de
Mesoproterozóico (de 1,6 a 1,0 bilhão de anos). Era em
carvão. Os répteis também surgiram no Carbonífero. Aves e
que se formou o supercontinente Rodínia (figura ao lado) e
mamíferos ainda não existiam nessa era. Vários grupos de
surgiu a reprodução animal sexuada.
animais, como os trilobitas, e de plantas só viveram na Era
Neoproterozóico (1,0 bilhão de anos a 542 milhões de Paleozóica.
anos). No final dessa era, termina o éon Proterozóico e a
longa fase da história da Terra que se chamava até
recentemenhte de Pré-Cambriano. Este nome compreende Período Cambriano
o conjunto dos três eóns mais antigos da história do nosso
planeta, intervalo que abrange nada menos de 7/8 da
história da Terra.

Dos períodos desse éon, merece destaque o mais


recente, o Ediacarano, pela importância dos fósseis
encontrados em rochas de Ediacara, no sul da Austrália, a
chamada Biota Ediacarana. Ali, animais multicelulares
marinhos, depois descobertos também em outras regiões,
viveram cerca de 700 milhões de anos atrás.
Aparentemente, essea animais sofreram extinção em massa
ainda nesta era. O Neoproterozóico era chamado, até
recentementre, de Vendiano.

Éon Fanerozóico Começou 542 milhões e terminou 488,3 milhões de


anos atrás.
É o éon atual, iniciado há 542 milhões de anos.
Fanerozóico significa vida visível, por ser o éon em que Os climas do mundo eram suaves e não houve
houve a grande explosão de vida no nosso planeta. Está nenhuma glaciação. A maior parte América do Norte estava
dividido em três eras – Paleozóico, Mesozoico e Cenozoico - em latitudes tropicais e temperadas do sul, o que permitiu o
e e a maior facilidade de encontrar rochas e fósseis desse
crescimento de recifes. (Na gravura, a Terra no Cambriano),
intervalo da história do planeta permite subdividi-las em
vários períodos, bem caracterizados. nesse período, aconteceu a maior diversificação da vida,
evento conhecido como explosão cambriana, pois ocorreu
Paleozóico
num intervalo de tempo relativamente curto. Além de
Era que vai de 542 a 251 milhões de anos. animais de corpo mole, surgem, no mar, outros, com
Corresponde a quase metade do éon Fanerozóico, com carapaças duras, alguns com pernas e outros apêndices. Foi
pouco menos de 300 milhões de anos.
quando apareceu a maioria dos principais grupos de
Nela a América do Sul, África, Índia e Austrália animais, entre eles os anelídeos, artrópodes, braquiópodes,
estavam unidas, formando o Continente de Gondwana, e equinodermos, moluscos e esponjas. O domínio era dos
houve avanços e recuos (transgressões e regressões) do
trilobitas (extintos no Permiano) e dos braquiópodes.
mar. Foi a era em que se formaram as jazidas de carvão,
tão importantes para a humanidade. No primeiro dos seus

Instituição de Ensino Charles Babbage | 39


peixes com mandíbula. Os artrópodes invadiram o ambiente
Os vegetais eram representados por algas marinhas
terrestre e, no final do período, apareceram animais e
apenas. A Terra não tinha, portanto, cobertura vegetal. plantas em áreas continentais. É o período de surgimento
dos amonites.

Período Ordoviciano Período Devoniano

Começou há 416 milhões de anos e terminou 359,2


milhões de anos atrás. É o ―Período dos Peixes‖.

Iniciou há 488,3 milhões de anos e terminou 443,7 Nessa fase da história da Terra, apareceram plantas
milhões de anos atrás. Neste período, a maior área de pequeno porte e os corais atingiram o apogeu. Surgiram
continental era o continente de Gondwana, localizado no os primeiros anfíbios, licopsídeos, insetos voadores e pré-
pólo Sul. Havia um grande oceano, o Pantalassa. (Na gimnospermas. Os graptólitos graptolóides extinguiram-se
gravura, a Terra no Ordoviciano Médio). As rochas Devoniano Inferior. Os insetos tiveram grande
ordovicianas são geralmente argilitos escuros, orgânicos, desenvolvimento e peixes começam a deixar a água, com
com restos dos graptolitos, podendo ter sulfeto de ferro. transformação de nadadeiras em quatro patas. Na
Alemanha, foi descoberto um escorpião marinho de 390
O clima do ordoviciano mostrava temperaturas milhões de anos, que media 2,5 metros de comprimento (os
médias e atmosfera muito úmida. No final, porém, formaram- atuais não chegam a 30 cm). Na gravura, a terra no
se grandes geleiras, o que causou provavelmente as Devoniano Inferior.
extinções maciças que caracterizam essa fase. Cerca de
60% de todos os gêneros e 25% dos invertebrados marinhos Período Carbonífero
de todas as famílias foram extintos. Os invertebrados
marinhos foram os animais dominantes: graptozoários,
trilobitas e braquiópodes. Com eles, viviam algas vermelhas
e verdes, peixes primitivos, cefalópodes, corais, crinóides, e
gastrópodes. Os graptozoários, comuns nesse período, são
ótimos fósseis-guias pois delimitam zonas bioestrátigráficas.

Apareceram os primeiros vertebrados e animais


gigantescos, como artrópodes marinhos de 2 metros, além
dos primeiros peixes sem mandíbula e com pares de
nadadeiras.

Período Siluriano

Vai de 359,2 a 299 milhões de anos atrás. Nele,


surgiram os Montes Apalaches, pelo choque da Europa e
África com a costa leste dos Estados Unidos.

Na sua fase mais antiga, os graptólitos dendróides


desapareceram da face da Terra. Foi o período de
surgimento de grandes florestas e consequente formação
das grandes jazidas de carvão (mas não as do Brasil).
Árvores que caíam em pântanos eram soterradas sem se
decomporem, pois havia pouco oxigênio. O soterramento
levava a um aumento da temperatura, o que causava
Período compreendido entre 443,7 milhões e 416 transformações químicas, resultando no carvão, através de
milhões de anos atrás. Foi marcado por derretimento das várias etapas: turfa – linhito – hulha – antracito.
calotas polares e elevação do nível dos mares (Siluriano
Médio na gravura). Surgiram recifes de corais e os primeiros

Instituição de Ensino Charles Babbage | 40


No final do Carbonífero, os répteis adquiriram a hoje chamamos de Aquífero Guarani, um vasto depósito de
capcidade de se reproduzir em terra. A gravura acima água subterrânea do sul do Brasil. É uma era conhecida
msotra a Terra no Carbonífero Superior. sobretudo pelo surgimento, domínio e brusca extinção dos
dinossauros, pterossauros e plesiossauros. No Mesozóico,
Período Permiano eles conquistaram a Terra e desapareceram de modo
repentino, provávelmente devido à queda de um enorme
meteorito. Esse choque causou o que se acredita ser a
segunda maior extinção em massa da terra, menor apenas
que a do Permiano.

Os mamíferos desenvolveram-se nessa era, mas


tinham. em geral, o tamanho dos atuais ratos. Os amonites
também foram importantes nessa fase da história da Terra.
Surgiram as primeiras aves e as primeiras plantas com
flores (Angiospermas).

Período Triássico
Último período da Era Paleozóica, iniciado há 299
milhões de anos e encerrado 251 milhões de anos atrás.
Nele, os continentes uniram-se numa única massa, o
supercontinente Pangéia (na gravura, nosso planeta no
Permiano Supeior)

A fauna terrestre do período Permiano foi dominada


por insetos semelhantes a baratas e animais que não eram
nem répteis nem mamíferos e pertenciam ao grupo dos
Synapsida. Nas águas doces, havia anfíbios gigantes e no
mar, tubarões primitivos, moluscos cefalópodes,
braquiópodes, trilobitas e artrópodes gigantescos
conhecidos como Eurypterida ou escorpiões do mar eram os
animais dominantes. As únicas criaturas voadoras do
período eram parentes gigantes das libélulas. A flora era
caracterizada por árvores do gênero Glossopteris, cujos O primeiro período do Mesozóico começou há 251
folhas são frequentemente encontradas nas camadas de milhões de anos e terminou 199,6 milhões de anos atrás.
carvão do sul do Brasil. Este é o fóssil mais antigo do
período Permiano encontrado até hoje. Também répteis Nesa fase da história da Terra, a América do Sul
como o Mesosaurus são encontrados em camadas do possuía vastas áreas de desertos arenosos, cujas areias
Folhelho Irati, do permiano brasileiro. viriam a formar o Arenito Botucatu, principal rocha do
Aqüífero Guarani. (Na gravura, a Terra no Triássico Inferior.)
O final do período é marcado por uma extinção em
massa de proporções nunca antes ocorridas, quando 95% Nesse período, os répteis dividiram-se em muitos
da vida na Terra desapareceu, evento conhecido como grupos e ocuparam diversos habitats. Surgiram os primeiros
Extinção Permiana. Com ela, sumiram os trilobitas, e os dinossauros e os primeiros mamíferos ovíparos.
répteis tiveram grande desenvolvimento, dominando a era
Período Jurássico
seguinte, o Mesozóico.

Mesozóico

Era geológica do éon Fanerozóico que está


compreendida entre 251 milhões e 65,5 milhões de anos
atrás e que compreende os períodos Triássico, Jurássico e
Cretáceo Quando o Mesozóico começou, havia um único
continente, a Pangéia. Ele viria depois a se fragmentar em
dois, a Laurásia, ao Norte e o Gondwana, ao Sul. A ruptura
da Pangéia foi acompanhada de extenso vulcanismo, e os
basaltos que assim se formaram cobrem hoje uma extensão
de 1.200.000 km2 no sul do Brasil e países vizinhos.

O clima era inicialmente árido, originando-se vasto


deserto arenoso. A consolidação dessas areias, na forma de
arenitos, rochas muito porosas e permeáveis, formou o que

Instituição de Ensino Charles Babbage | 41


- Neogeno (de 23,03 milhões de anos a 2,6 milhões de anos
atrás), com as épocas Mioceno e Plioceno.
O segundo período do Mesozóico começou há 199,6
milhões de anos e terminou 145,5 milhões de anos atrás. - Quaternário (de 2,6 milhões de anos atrás até ao
presente), com as épocas Pleistoceno e Holoceno.
Foi o periodo em que a Pangéia começou a se dividir,
originando a Laurásia (ao Norte) e o Gondwana (ao Sul). Foi no Cenozoico que a superfície da Terra assumiu
Este dividiu-se também, originando a África e a America do sua forma atual. Houve muita atividade vulcânica e a
Sul (ver ao aldo como era Terra no Jurássico Inferior). As formação das grandes cadeias montanhosas, como os
maiores formas de vida que nele viveram foram os répteis Andes, os Alpes e o Himalaia. O Cenozóico tem sido um era
marinhos (ictiossauros, plesiossauros e crocodilos), bem de resfriamento a longo prazo, com um leve aquecimento no
como os peixes. Em terra, os grandes répteis (arcossauros) Mioceno.
permaneceram dominantes. O Jurássico foi a idade de ouro
dos grandes saurópodes, como o Apatosaurus e o A Austrália separou-se completamente da Antártida
Diplodocus. Eles foram alimento para grandes terópodes durante o Oligoceno, terceira época do Paleogeno. A
(Ceratosaurus, Megalosaurus e Alossaurus). Também no América do Sul achava-se unida à América do Norte no
Jurássico surgiram os mamíferos marsupiais. início dessa era, mas separaram-se e assim ficaram durante
grande parte do Cenozóico, voltando a se unir, através do
No ar, desenvolveram-se os primeiros pássaros, a istmo do Panamá. Isso explica certas característics da fauna
partir de pequenos dinossauros, como o Compsognathus. do continente americano. No Cenozóico, apareceram 28
Os pterossauros eram comuns. Na flora, a novidade foi o ordens de mamíferos, dezesseis das quais ainda vivem.
surgimento das plantas com flores.
Por outro lado, a América do Norte manteve ligação
Período Cretáceo com a Ásia durante grande parte da era. A Austrália, que se
isolara no Cretáceo, assim continua até hoje, o que explica
O último período da Era Mesozóica começou há sua fauna com características muito próprias.
145,5 milhões de anos e terminou 65,5 milhões de anos
atrás. Nele, os continentes começaram a adquirir a atual No Eoceno, surgiu o cavalo primitivo, no hemisfério
conformação (na gravura, a terra no Cretáceo Superior) e os Norte. O cavalo atual apareceu na América do Norte, mas
dinossauros alcançaram seu apogeu, sofrendo, porém, uma bem mais tarde.
extinção em massa no final do período, quando
desapareceram também muitas outras espécies animais e No Pleistoceno, ocorreu uma grande glaciação no
vegetais. Dos répteis, só restaram crocodilos, lagartos, hemisfério norte e uma bem menor no hemisfério sul, daí ser
tartarugas e cobras. A teoria mais aceita para explicar isso é essa época chamada de Idade do Gelo. Também no
a queda de um meteorito com 10 km de diâmetro na Pleistoceno, apareceu o hominídeo mais antigo que se
península de Yucatán, no México, o que levantou uma conhece, o Homo heidelbergensis, há cerca de 450.000
quantidade de poeira suficiente para cobrir a Terra por anos. Para alguns autores, o Homo sapiens teria surgido há
meses, matando as plantas, depois os dinossauros cerca de 250.000 anos, antes do Homo neanderthalensis.
herbívoros e por fim os carnívoros. Outros autores falam em 150.000 anos e outros ainda, em
mais de 300.000.
Após o fim dos dinossauros, houve e a diversificação
dos mamíferos (alguns se tornaram enormes) e o auge do No Pleistoceno Inferior, viveram vários hominídeos,
desenvolvimento das aves. Também no Cretáceo, surgiram como Australopithecus, da África do Sul; Pithecanthropus
os mamíferos placentários primitivos e as plantas com flores. erectus ou homem de Java; Sinanthropus pekinensis ou
homem de Pequim. A antigüidade do homem no Brasil é
Era Cenozóica assunto controvertido, admitindo-se que o Homem de Lagoa
Santa cujos ossos aparecem nas mesmas grutas em que
O Cenozóico é a era geológica que iniciou há 65,5 ocorrem animais extintos, seja do Pleistoceno. No Brasil,
milhões de anos e que se estende até os dias atuais. foram encotrados fósseis de mamíferos plestocênicos em
Antigamente, era dividida nos períodos Terciários e inúmeras localidades, e os achados mais famosos são os
Quaternários. Posteriormente, eles passaram a se chamar das grutas de Minas Gerais, pesquisados por Peter Lund.
Paleogeno (o Terciário) e Neogeno (o Quaternário). Em
maio de 2009, uma decisão da Comissão Internacional de Em Águas do Araxá (MG), foram descobertos
Estratigrafia, ratificada, em junho, pela União de Ciências mastodontes (Haplomastodon waringi), gliptodontes, tigres
Geológicas, reabilitou o Quaternário, sem, todavia, extinguir dentes-de-sabre (Smilodon) e toxodontes.
o Paleogeno e o Neogeno.

Desse modo, o Cenozoico está agora dividido em três


períodos: Período Paleoceno

- Paleogeno (de 65,5 milhões de anos a 23,03 milhões de


anos atrás), compreendendo as épocas Paleoceno, Eoceno
e Oligoceno.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 42


interpretação da composição, natureza, gênese e
distribuição no espaço e no tempo das rochas ou estratos,
procurando determinar os seus ambientes, processos de
formação, ausências de deposição, fases de erosão, etc. É o
ramo da geologia que estuda os estratos ou camadas de
rochas, buscando determinar os processos e eventos que as
formaram. Basicamente segue o princípio da sobreposição
das camadas.

Para ajudar a esse estudo foram criados os


Princípios Fundamentais da Estratigrafia, que são:

Princípio do Uniformitarismo – ―o presente é a chave do


passado‖, ou seja, todos os acontecimentos que acontecem
Período da Era Cenozóica iniciado há 65,5 milhões
no presente também aconteceram no passado.
de anos e encerrado 23,03 milhões de anos atrás. Divide-se
nas épocas Paleoceno, Eoceno e Oligoceno, da mais antiga Princípio da Sobreposição – salvo excepções, todo estrato
para a mais recente. É o período do aparecimento dos que está sobreposto a outro é mais recente que ele.
mamíferos modernos, com extinção das espécies arcaicas.
Verificou-se evolução também das espécies pastadoras. Na Principio da Continuidade Lateral – um estrato tem a
gravura, a Terra no Eoceno. mesma idade em todos os seus pontos, o que implica que o
seu limite inferior e superior represente superfícies
Período Neogeno isócronas.

Princípio da Identidade Paleontológica – estratos com o


mesmo conteúdo fossilífero são da mesma idade, ou seja,
estratos que contenham fosseis estratigráficos ou fosseis
característicos, pois estes têm uma rápida evolução, curta
longevidade, vasta repartição geográfica, ocorrência
frequente e identificação simples.

Princípio da Intersecção – toda a unidade geológica que


intersecta outra é-lhe posterior, por exemplo, falhas, filões,
etc.

Princípio da inclusão – se um clasto de uma rocha está


incluído noutra rocha, então o clasto é mais antigo que a
O Neogeno iniciou há 23,03 milhões de anos e se rocha que o incluí.
estende até 2,6 milhões de anos atrás. Divide-se nas épocas
Mioceno, Plioceno, Pleistoceno e Holoceno, da mais antiga Coluna Estratigráfica
para a mais recente. A gravura ao lado mostra a terra no
Mioceno. É o período da expansão dos mamiferos de A coluna geológica ou estratigráfica é uma
grande porte, embora muitos tenham sido extintos, do representação de sequências rochosas através de perfis
aparecimento dos hominideos primitivos, usuários de geológicos e da síntese dos dados desses perfis, ou seja, é
ferramentas, e do Homo sapiens. Na fase atual do Neogeno, um diagrama que retrata a relação cronológica das rochas
o grupo animal dominante são os mamíferos. de uma região, exibindo unidades estratigráficas, feições
intrusivas, superfícies de discordância, etc. Outra forma de
Período Quaternário representação é o log litoestratigráfico vertical onde se
representa a sucessão das camadas e as suas espessuras,
Período iniciado há 2,6 milhões de anos e que se associando a cada unidade ou sub-unidade uma sinopse
estende até aos dias de hoje. Nele apareceu o Homo descritiva dos tipos de rochas e dos processos geológicos.
sapiens e na época atual do Quaternário, o Holoceno, o
grupo animal dominante são os mamíferos. As colunas estratigráficas são utilizadas para fazer
correlações de diferentes rochas em determinadas regiões.
Estratigrafia
As descobertas estratigráficas são muito importantes
para o conhecimento científico relacionado com a história da
Terra e a evolução da vida. Através destas formou-se uma
O que é a Estratigrafia? escala do tempo geológico e esta assiste como referencial
temporal para a Geologia e Paleontologia. A partir dos
glaciares, das variações orográficas, das mudanças
climáticas, do aparecimento, da evolução e da extinção das
Estratigrafia vem do latim stratum e do grego graphia.
espécies que são registrados nos estratos conseguiu-se
E é o ramo da Geologia que se dedica ao estudo e
formar um calendário geológico.
Instituição de Ensino Charles Babbage | 43
Introdução á estatística
A Estatística se interessa pelos métodos científicos
para coleta, organização, resumo, apresentação e análise
de dados, bem como na obtenção de conclusões válidas e
na tomada de decisões razoáveis baseadas em tais
análises.

Na história, vemos que a palavra Estatística


apareceu pela primeira vez no século XVIII e foi sugerida
pelo alemão Gottfried Achemmel (1719-1772); palavra esta
que deriva de statu (estado, em latim). Como se pode
Geologia e Mineração perceber, Estatística é um nome que deriva de Estado; de
fato, na origem, as atividades da Estatística eram,
A economia brasileira sempre teve uma relação basicamente, atividades de Estado. Mas hoje isso mudou
estreita com a extração mineral. Desde os tempos de bastane.
colônia, o Brasil transformou a mineração - também
responsável por parte da ocupação territorial - em um dos O primeiro levantamento estatístico de que se tem
setores básicos da economia nacional. Atualmente, é conhecimento se deve a Heródoto e se refere a um estudo
responsável por uma pequena porcentagem do Produto da riqueza da população do Egito, cuja finalidade era
Interno Bruto (PIB). averiguar quais eram os recursos humanos e econômicos
disponíveis para a construção das pirâmides, isso no ano de
Importante na obtenção de matérias-primas é 3050 a. C. No ano de 2238 a. C., o Imperador Chinês Yao
utilizada por indústrias metalúrgicas, siderúrgicas, ordenou a realização de uma Estatística com fins industriais
fertilizantes, petroquímica e responsável pela interiorização e comerciais. No ano de 1400 a. C., o famoso faraó egípcio
da indústria inclusive em regiões de fronteiras. Ramsés II ordenou um levantamento das terras do Egito.

A vida de uma exploração mineira (mina ou pedreira) Sua influência pode ser encontrada nas mais
é composta por um conjunto de etapas que se podem diversas atividades: agricultura, biologia, comércio, química,
resumir a: comunicações, economia, educação, medicina, ciências
políticas e muitas outras.
 Pesquisa para localização do minério;
 Prospecção para determinação da extensão e valor do Fases do Método Estatístico
minério localizado;
1) Coleta de Dados
 Estimativa dos recursos em termos de extensão e teor do
depósito; Após a definição do problema a ser estudado e o
estabelecimento do planejamento do trabalho (forma de
 Planejamento, para avaliação da parte do depósito coleta dos dados, cronograma das atividades, custos
economicamente extraível; envolvidos, levantamento das informações disponíveis,
delineamento da amostra etc.), o passo seguinte é o da
 Estudo de viabilidade para avaliação global do projeto e
coleta de dados, que consiste na busca ou compilação dos
tomada de decisão entre iniciar ou abandonar a exploração dados das variáveis, componentes do fenômeno a ser
do depósito; estudado.
 Desenvolvimento de acessos ao depósito que se vai
A coleta de dados poderá ser realizada de maneira
explorar. direta ou indireta. A coleta será direta quando os dados
 Exploração, com vista à extração de minério em grande forem obtidos de fonte primária, isto é, sobre elementos
informativos de registro obrigatório, como, por exemplo,
escala;
elementos pertinentes aos prontuários dos alunos de uma
 Recuperação da zona afetada pela exploração de forma a escola. A coleta será indireta quando é proveniente de
que tenha um possível uso futuro. elementos já conhecidos (coleta direta)
De notar que entre a fase de pesquisa e o início da 2) Crítica dos dados
exploração podem decorrer vários anos ou mesmo décadas,
sendo os investimentos necessários nesta fase muito À procura de falhas e imperfeições, os dados devem
elevados. ser cuidadosamente criticados, a fim de não incorrermos em
erros grosseiros que possam influenciar nos resultados.
Acesse WWW.uniorka.com.br- Portal do aluno, e
veja os vídeos aulas.
3) Apuração dos dados
Bom estudo!

Instituição de Ensino Charles Babbage | 44


Criticados os dados, agora, eles devem ser
processados, isto é, mediante algum critério de
classificação, eles serão objeto de operações matemáticas. Arredondamento

Entendemos por arredondamento de dados a técnica


utilizada para suprimir unidades inferiores, isto é, arredondar
4) Exposição ou apresentação dos dados um número significa reduzir a quantidade de algarismos
após a vírgula.
Os dados devem ser apresentados sob a forma de
tabelas ou gráficos, a fim de tornar mais fácil o exame A rigor, na Estatística, precisamos seguir um critério
daquilo que está sendo estudado. rígido de arredondamento a fim de não comprometermos os
resultados.
5) Análise dos resultados
Variáveis
Todas as fases anteriores se limitam à descrição. A
análise dos resultados obtidos tem por base a indução ou a Se consideramos o fenômeno ―sexo‖, haveria, pois,
inferência com o intuito de tirarmos conclusões e fazermos dois resultados possíveis: masculino ou feminino. O
previsões. Desse modo, buscamos atingir o fim último da fenômeno ―total de filhos‖ também possui um número
Estatística, qual seja: tirar conclusões sobre o todo a partir determinado: 0, 1, 2, 3... Mas o fenômeno ―estatura‖
de informações fornecidas por parte representativa do todo. apresenta uma situação diferente: 1m64cm, 1m58cm,
1m75cm...

Chamamos de variável o conjunto de resultados


População e Amostra possíveis de um fenômeno.

Ao examinar um grupo qualquer, considerando todos A variável pode ser qualitativa (masculino, feminino)
os seus elementos, estamos tratando da população ou ou quantitativa (expressa por números: salários, idade etc.).
universo. Nem sempre isso é possível. Nesse caso,
examinamos uma pequena parte chamada amostra. A variável quantitativa pode ser contínua ou discreta.
Por exemplo, o número de crianças de uma família pode ser
Uma população pode ser finita (isto é, possuir fim) ou 0, 1, 2, 3... Mas, jamais, pode ser 2,5 ou 3,842. Chamamos
infinita (não possuir fim). Por exemplo, a população dos essa variável de discreta. Já a altura de um indivíduo pode
alunos de sua escola é finita e a população constituída de ser 1,65m, 1,662m ou 1,6722m, conforme a precisão da
todos os resultados (cara ou coroa) em sucessivos lances medida, e é uma variável contínua.20 Assim, Uma variável
de uma moeda é infinita. Se uma amostra é representativa quantitativa que pode assumir, teoricamente, qualquer valor
de uma população, podemos obter conclusões importantes entre dois limites recebe o nome de variável contínua; uma
sobre a população. Mas também, podemos analisar e variável que só pode assumir valores pertencentes a um
descrever certo grupo sem tirar conclusões ou inferências conjunto enumerável recebe o nome de variável discreta.
sobre um grupo maior, nesse caso, a parte da Estatística
que se preocupa com isso é a chamada estatística descritiva
ou estatística dedutiva.

Tabela 1: População escolar: sexo

Explicando melhor, a Figura acima mostra que


Essa Tabela se refere à população escolar, por sexo variável corresponde aos resultados possíveis de um
e por escola, de uma determinada localização. conjunto. Será variável qualitativa, quando seus valores
forem expressos por atributos (qualidades), como, por

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exemplo, sexo, cor da pele etc. e será variável quantitativa possível. Responde a perguntas como: o quê?
quando seus valores forem expressos por números. Nesse Quando? Onde? No nosso exemplo: Tabela 7: População
último caso, variável quantitativa, poderá ser discreta, Mundial: Série Histórica.
quando assumir, apenas, um dos valores do conjunto como,
por exemplo, o número de alunos de uma escola. Será uma 2) Cabeçalho: Parte superior da tabela que especifica o
variável quantitativa contínua, quando puder assumir conteúdo das linhas. No nosso exemplo: Ano e População.
qualquer valor entre dois limites, por exemplo, peso, estatura
etc. 3) Linhas: Retas imaginárias que facilitam a leitura, no
sentido horizontal, de dados que se inscrevem nos seus
De modo geral, as medições dão origem a variáveis cruzamentos com as colunas. Por exemplo, no ano de 2002
quantitativas contínuas e as contagens ou numerações, a havia 6.229.629.168 de habitantes no planeta.
variáveis discretas.23 Além disso, é comum designar as
letras x, y e z para representar as variáveis. 4) Casa ou célula: Espaço destinado a um só número. Por
exemplo, 6.525.486.603 é um número que ocupa uma casa
ou célula.

Por exemplo: 5) Coluna indicadora: Parte da tabela que especifica o


conteúdo das linhas. No nosso exemplo, a coluna indicadora
Sejam 2, 3, 5 e 8 todos os resultados possíveis de é a do Ano (2002 a 2006).
um dado fenômeno.
6) Coluna numérica: Parte da tabela que contém os dados
Fazendo uso da letra x para indicar a variável relativa apresentados. Em nosso exemplo, a coluna numérica é a da
ao fenômeno considerado, temos: x ∈ {2, 3, 5, 8}‖. Isso População.
significa que x pertence ao conjunto.
Dados Brutos e Rol
Tabelas
Os dados, raramente, apresentam-se organizados.
Uma das preocupações da estatística, como já
vimos, é analisar dados, para isso, é preciso compreender o Por exemplo, vamos supor que um professor
comportamento deles. E isto, a estatística consegue entregue as notas de seus alunos, conforme a Tabela
apresentando valores em tabelas e gráficos, que irão abaixo:
fornecer informações rápidas e seguras a respeito das
variáveis em estudo.

Quadros apresentam informações não numéricas,


isto é, informações que não são objeto de tratamento
numérico. Diferentemente, as tabelas são numéricas e
servem para cálculos.

As tabelas são muito úteis para a construção de


séries estatísticas. Denominamos série estatística toda
tabela que apresenta a distribuição de um conjunto de dados
estatísticos em função da época, do local ou da espécie.

Partes de uma Tabela:

Exemplo de Tabela primitiva

Observe que, nessa Tabela, as notas não estão


numericamente organizadas. Esse tipo de tabela denomina-
se Tabela primitiva.

Partindo dessa Tabela, é difícil identificar o


comportamento das notas, isto é: onde se concentram? Qual
a maior? Qual a menor? Quantos alunos estão abaixo ou
acima de uma determinada nota?

Esses dados estão, de fato, desorganizados, por


isso, vamos organizá-los. A maneira mais simples é
realizando uma ordenação (crescente ou decrescente). Após
essa ordenação dos dados, a Tabela recebe o nome de rol.

1) Título: Conjunto de informações, o mais completo

Instituição de Ensino Charles Babbage | 46


Exemplo de Rol

De fato, com os dados assim organizados, podemos


Ex: Numa pesquisa sobre preços em reais de uma
saber, com facilidade, qual a menor nota (1,5) e qual a maior
computador notebook de 14 polegadas, em 10 lojas, foram
(10,0).
coletador os seguintes valores:
E também, podemos encontrar a amplitude de
-em 4 lojas o preço do referido computador é R$ 2.000,00
variação, isto é, a diferença entre o maior valor e o menor
valor: 10,0 – 1,5 = 8,5. Além dessas informações, com um - em 3 lojas o preço é de R$ 2.350,00
pequeno esforço, podemos ainda identificar que as notas se
concentram em dois valores (5,0 e 10,0) e que 6,0 é o valor -em 2 lojas o preço é de R$ 2.450,00
que divide as notas. Convém destacar que os dados são
úteis, apenas, se conseguirmos transformá-los em -em 1 loja o preço é de R$ 2.600,00
informação. Mais à frente, discutiremos essas medidas.
Agrupamento numa tabela, temos:
Enfim, Dados brutos são aqueles que não foram
numericamente organizados e rol é um arranjo de dados
numéricos brutos em ordem: crescente ou decrescente. Em Quantidade de
Preço (R$)
Lojas
um rol, a diferença entre o maior e o menor número chama-
se amplitude total.
2.000,00 4

2.350,00 3

2.450,00 2
Distribuição Estatística
2.600,00 1
Ferramenta matemática
que tem como função prever a
ocorrência de um fenômeno, A quantidade de lojas indica as freqüências dos
baseado na coleta de um valores observados da variável de preços. Esta freqüência é
número limitado de denominada freqüência absoluta (FA).
informações. Exemplo:
Quantidades de horas diárias Com o acréscimo á tabela uma coluna com valores
que os brasileiros assistem TV. que indicam a comparação entre cada freqüência absoluta e
o total pesquisado. Estes valores calculados recebem o
População Unidade nome de freqüência relativa (FR).
Amostra
Estatistica Estatistica
Quantidade de
horas diárias que Entrevistados Cada brasileiros
os brasileiros 100.000 brasileiros que assite TV. Preços Freqüência Absoluta - Freqüência
assistem TV. (R$) FA relativa - FR
2.000,00 4 = 0,40 ou 40%
Freqüência Absoluta e Freqüência Relativa
2.350,00 3 = 0,30 ou 30%
 Freqüência absoluta: é a quantidade de vezes que cada
2.450,00 2 = 0,20 ou 20%
valor é observado
2.600,00 1 = 0,10 ou 10%
 Frequencia relativa: compara a frequência absoluta com
o total pesquisado. Geralmente são expressos em Total 10 100%
porcentagem, pois facilita a análise dos dados.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 47


6
Representações Gráficas
5
Um Gráfico estabelece uma relação entre os termos 4
de uma série e determinada figura geométrica.
Série 1
3
A representação gráfica de um fenômeno deverá
Série 2
obedecer a certos critérios fundamentais: 2
Série 3
1) Simplicidade; 1

2) Clareza; 0
CategoriaCategoriaCategoriaCategoria
3) Veracidade (o gráfico deve expressar a verdade sobre o 1 2 3 4
fenômeno).

Os principais tipos de gráficos são: Gráfico em setores: o gráfico de setores (ou gráfico
―Pizza‖) é um círculo dividido em partes (setores), cujas
 Diagramas; medidas são proporcionais às frequências relativas de um
 Cartogramas; valor observado.

 Pictogramas.
Vendas
9%
Diagramas
10% 1º Tri
Os diagramas, normalmente, possuem duas
2º Tri
dimensões, onde se faz uso do sistema de coordenadas 23%
cartesianas.
58% 3º Tri

Podem ser dos seguintes tipos:


Cartogramas
 Gráfico em linha ou em curva;
 Gráfico em colunas ou em barras; Cartogramas são representações sobre uma carta
geográfica. Eles são muito úteis quando queremos
 Gráfico em setores.
relacionar dados estatísticos com áreas geográficas ou
políticas. Essas representações são muito úteis para
expressarem população e densidade.
Gráfico de linha ou em curva: traçado no plano cartesiano,
esse tipo de gráfico é usado geralmente para identificar
tendências de aumento ou diminuição de valores numéricos
de uma variável: índice de audiência de programas do
futebol, lucro de empresas, desempenho de atletas, etc. O
grafico em linhas é chamado também de gráfico de
segmentos.

6
4
2 Série 1

0 Série 2
Série 3

Exemplo de Cartograma

Pictogramas
Gráfico em colunas ou em barras: os dados de uma
tabela podem ser representados graficamente por Um pictograma é um símbolo que representa um
retângulos paralelos, horizontais ou verticais. A largura e o objeto ou conceito por meio de desenhos figurativos.
compromento correspondente à frequencia (absoluta ou
relativa) dos valores observados. Esses gráficos entre a
variável em estudo e suas frequencias.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 48


MA = = = 2,6

Portanto, a média de gols por partida nós 10


primeiros jogos foi de 2,6 ou seja 3,0

Onde: O número que representa a média pode não


pertencer ao conjunto de dados, quando falamos em 2,6
gols por partida (não existe 0,6 gol) fazemos uma
aproximação para 3,0 gols por partida.

Exemplo de Pictograma Média Aritmética Ponderada (MP): é a somatoria do


produto de cada elemento pelo seu respectivo peso divido
pela soma dos pesos totais.

Medidas de Tendências Centrais Nos cálculos envolvendo média aritmética simples,


todas as ocorrências têm exatamente a mesma importância
As medidas de tendência central são valores que, de ou o mesmo peso. Dizemos então que elas têm o mesmo
certa forma, e de maneira condensada, trazem consigo peso relativo. No entanto, existem casos onde as
informações contidas nos dados estatísticos – sejam eles, ocorrências têm importância relativa diferente. Nestes casos,
populacionais ou amostrais. Elas funcionam como uma o cálculo da média deve levar em conta esta importância
espécie de ―medidas-resumo‖, pois nos passam a idéia, relativa ou peso relativo. Este tipo de média chama-se média
digamos, do comportamento geral das observações aritmética ponderada.
estudadas. Podemos dizer ainda que elas são como valores
de referência, em torno dos quais, os outros se distribuem. Ponderar é sinônimo de pesar. No cálculo da média
ponderada, multiplicamos cada valor do conjunto por seu
Quando estão associadas aos dados populacionais, "peso", isto é, sua importância relativa.
são chamadas de parâmetros; quando são calculadas a
partir de amostras, são denominadas estatísticas. Essa EXEMPLO: Alcebíades participou de um concurso,
diferença ocorre porque os parâmetrossão valores onde foram realizadas provas de Português, Matemática,
constantes (fixos), pois são calculados a partir de todos os Biologia e História. Essas provas tinham peso 3, 3, 2 e 2,
dados de um certo conjunto, isto é, a população de respectivamente. Sabendo que Alcebíades tirou 8,0 em
interesse. Porém, se trabalhamos com amostras, as Português, 7,5 em Matemática, 5,0 em Biologia e 4,0 em
medidas estatísticas obtidas variarão de acordo com as História, qual foi a média que ele obteve?
observações que foram selecionadas. Por isso, elas não são
valores fixos, pois dependem dos elementos da amostra
particular que foi escolhida. A notação para as variáveis
estatísticas populacionais utiliza caracteres gregos, por
exemplo, µ para a média. Já as variáveis
estatísticas amostrais (estimadas) utilizam notação latina
convencional, como s² para a variância e para o desvio MP =
padrão.

Média (MA): A média de um conjunto de valores numéricos


é calculada somando-se todos estes valores e dividindo-se o Portanto a média de Alcebíades foi de 6,45.
resultado pelo número de elementos somados, que é igual
ao número de elementos do conjunto, ou seja, a média Moda (MO): é o valor que surge com mais freqüência se os
de n números é sua soma dividida por n. dados são discretos, ou, o intervalo de classe com maior
freqüência se os dados são contínuos. Assim, da
Ex: Nos primeiros jogos do campeonato brasileiro de representação gráfica dos dados, obtém-se imediatamente o
futebol, o time do São Paulo teve uma quantidade de gols valor que representa a moda ou a classe modal.
por partida apresentada abaixo:
Definição de Moda (Mo): é o valor que mais aparece
Partidas 1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8° 9° 10° num conjunto de dados.

N° de 3 0 2 5 1 5 3 4 1 2
Ex: Observe os dados referentes a uma pesquisa em
gols um determinado grupo de pessoas. Eles estão
representados no gráfico e tabela a seguir:

Agora vamos determinar a média, somando o Exemplo 2. A tabela abaixo apresenta as notas em
número de gols e dividindo o total obtido pelo númeo de matemática de uma turma de 30 estudantes.
jogos:

Instituição de Ensino Charles Babbage | 49


Notas Frequencia Rol = { 1100, 1200, 1210, 1250, 1300, 1420, 1450, 1500,
(Fi) 1600, 1980}
3 4 Nesse conjunto existem 10 elementos. Nesse caso a
4,5 5 mediana será a média aritmética dos dois valores centrais.
5 2 Note que tanto à direita como à esquerda dos dois valores
6,5 3 centrais há 4 elementos. Assim,
7 6
8 5
9 4
10 1
Total 30

Na coluna da esquerda temos as notas na disciplina


de matemática e na coluna da direita, quantos estudantes
obtiveram a respectiva nota. Dessa forma, podemos
observar que a nota que mais aparece nesse conjunto de
dados é 7. Portanto,

Mo = 7.

Mediana (Me): Definição de Mediana (Md): é o valor


(pertencente ou não ao conjunto de dados) que divide o
conjunto de dados em dois subconjuntos de mesmo
tamanho. De uma forma mais simples, é o valor que divide o
conjunto de dados ao meio. Para determinar a mediana de
um conjunto de dados é necessário, primeiro, construir o rol.
O rol é a ordenação do conjunto de dados em ordem
crescente ou decrescente.
A diferença entre a média e a mediana dá uma idéia
Ex: da assimetria da distribuição dos dados.
1.Mediana de um conjunto de dados com número de
elementos ímpar.
Medidas de Dispersão
Considere o conjunto de dados abaixo, referentes ao
salário médio dos funcionários de uma empresa em reais. As medidas de dispersão ou de variabilidade são
medidas estatísticas que descrevem o comportamento de
Salário: 1500 1300 1200 1250 1600 1100 1450 1210 um grupo de valores em torno das medidas de tendência
1980 central.
Observe que nesse conjunto de dados temos 9 elementos, 9
salários. Primeiro devemos montar o rol: Ex: Considere uma escola que deseja ajudar
estudantesde uma turma com dificuldade em uma
Rol = {1100, 1200, 1210, 1250, 1300, 1450, 1500, determinada matéria, por meio de um projeto específico de
1600, 1980} acompanhamento desses estudantes. Sabendo somente
que a média dos estudantesdessa turma na referida matéria
Quando o número de elementos do conjunto de
foi por volta de 6,0, ela não terá informações suficientes para
dados for ímpar, a mediana é o valor que divide o conjunto
fazer um projeto que atenda adequadamente os
ao meio, portanto Md = 1300. Observe que à esquerda e à
estudantescom dificuldades. Nesse caso, interessa saber
direita de 1300 existem 4 elementos.
mais sobre os estudantesque ficaram abaixo dessa média.

Como calcular
2.Mediana de um conjunto de dados com número de
Para situações como essa, as medidas de dispersão
elementos ímpar.
são muito úteis. Vamos nos basear nesse último exemplo
Considere o conjunto de dados abaixo, referente ao para mostrar como se calcula a variância e o desvio-padrão.
salário médio dos funcionários de uma empresa. Considere que um grupo de estudantes tenha tirado as
seguintes notas em uma determinada matéria: 2,0; 3,0; 3,0;
Salário: 1500 1300 1200 1250 1600 1100 1450 1210 1980 4,0; 5,0; 6,0; 7,0; 8,0; 9,0; 10,0.
1420
Para calcular essas medidas de dispersão, é útil
conhecer a média desses valores:
Instituição de Ensino Charles Babbage | 50
dados, calculamos o desvio-padrão, o qual nada mais é do
Média = = 5,7 que extrair a raiz quadrada da variância.

Agora, calculamos os desvios de todas essas notas em


relação à média:

Logo, o desvio das notas em relação à média é de


2,61 pontos. No nosso exemplo, com essa informação, é
possível à escola ter uma idéia melhor da situação da turma
e dos estudantesque estão abaixo da média.

Medidas de Posição

Indicam onde se localizam os pontos na série.

Por exemplo, digamos que, em uma escola,


descobrimos que 25% dos alunos apresentam ausências
constantes nas aulas de sexta-feira. Esse dado é
significativo, pois, a partir dele, podemos criar estratégias
para a correção do problema indesejado.

Pois bem, para afirmarmos essa ausência,


Se calcularmos a média desses desvios, somando-
localizamos um valor, a partir do qual sabemos o
os e dividindo o resultado por 10, ela será nula, pois a soma
comportamento do conjunto acima e abaixo dele, essa é
de todos esses desvios será zero, pelo próprio significado da
uma medida de posição.
média como medida de tendência central.
As medidas de posição mais conhecidas são as de
Assim, elevamos ao quadrado esses desvios e, aí
tendência central, isto é, são aquelas medidas que
sim, tiramos a média dos resultados. É a variância.
concentram valores em torno de si.
A variância é definida como a somatória da diferença
Outras medidas de posição, como os quartis, os
entre o iésimo valor e a média, dividido pelo número
decis e os percentis, embora sejam medidas de posição,
de graus de liberdade:
possuem uma característica muito especial: separam os
conjuntos em quantidades de iguais valores. Por isso, essas
medidas podem ser chamadas de separatrizes.
Quadrado
Nota Desvio Separatrizes
do Desvio
(-3,7)² =
2 (2 5,7) = -3,7 Quartis, Decis e Percentis são medidas de posição,
13,69
3 (3-5,7) = - 2,7 (-2,7)² = 7,29 isto é, semelhante às medidas de tendência central, eles nos
3 (3-5,7) = -2,7 (-2,7)² = 7,29 indicam uma determinada localização em relação ao
4 (4-5,7) = 1,7 (-1,7)² = 2,89 conjunto de dados sob estudo.
5 (5-5,7) = -0,7 (-0,7)² = 0,49
6 (6-5,7) = 0,3 (0,3)² = 0,09 Entretanto, eles separam o conjunto em 4 partes
7 (7-5,7) = 1,3 (1,3)² = 5,29 iguais (quartis), 10 partes iguais (decis) ou 100 partes iguais
8 (8-5,7) = 2,3 (2,3)² = 5,29 (percentis), ou seja, em partes que apresentam o mesmo
(3,3)² = número de valores.
9 (9-5,7) = 3,3
10,89
(4,3)² =
10 (10-5,7) = 4,3 Por isso, alguns autores preferem chamar as
18,49
medidas de posição quartis, decis e percentis de
separatrizes (juntamente com a mediana).

Quartis

Já sabemos que em um conjunto de dados


ordenados, o valor médio que divide o conjunto em duas
Podemos concluir que a dispersão das notas em
partes iguais é a mediana.
relação à média é de 6,81.
Nessa mesma linha de raciocínio, podemos pensar
No entanto, a variância não está na mesma unidade
em valores que dividem o conjunto em quatro partes iguais.
que as nossas notas, pois os desvios foram elevados ao
quadrado. Para conservarmos as unidades do desvio e dos

Instituição de Ensino Charles Babbage | 51


A palavra topografia tem a seguinte origem etimológica:

Topo – terreno

Grafia – escrita

Q2 é o segundo quartil e divide o conjunto ao meio Com isso podemos definir topografia como sendo a
(por isso, é também a mediana); Q1 divide a metade do
arte de representar no papel a configuração de uma porção
conjunto em duas partes iguais, isto é, ¼ para cada lado; Q3
é o terceiro quartil. de terreno com todos os seus acidentes e objetos que se
achem em sua superfície. Resumidamente, é a
Para encontrar os quartis usamos as fórmulas:
representação gráfica de um terreno com seus acidentes
naturais e artificiais.

Divisão da topografia

A topografia de uma forma geral divide-se em:

a) Topografia Militar (campanha) – que visa à orientação


sobre o terreno e o reconhecimento tático para fins de
operações militares.

b) Cartografia – levantamentos do terreno e obtenção de


Acesse WWW.uniorka.com.br- Portal do aluno, e
veja os vídeos aulas. detalhes par confecção de carta topográfica;

Bom estudo! c) Topologia – Ligada à topografia militar, é a parte da


CONHECIMENTO EM MINERAÇÃO
topografia que se ocupa com o estudo das formas do
terreno;
Topografia
d) Topometria – Ligada á cartografia, é a parte da
topografia que estuda o conjunto das operações necessárias
Decis e Percentis para a obtenção dos elementos indispensáveis à

Decis e Percentis são encontrados de maneira representação gráfica do terreno. Ocupa-se com o estudo
análoga aos quartis. Se quartis dividem o conjunto de dados das dimensões e suas respectivas medidas;
em 4 partes iguais; decis dividem o conjunto em 10 partes e
percentis em 100 partes. Se podemos encontrar 3 quartis e) Desenho Topográfico - É a operação com os dados
(Q1, Q2 e Q3), podemos encontrar 9 decis (D1, D2, D3. ....
obtidos pelas diversas operações da Topometria,
D9) e 99 percentis (P1, P2, P3. .... P9).
representando no papel os acidentes de uma determinada
Para encontrar os decis usamos as fórmulas: superfície, segundo uma escala e convenções cartográficas.

Unidade de medida

Unidade de medida angular

A unidade de medida angular que iremos utilizar no


Onde: nosso estudo de topografia é o grau, minuto e segundo
utilizada no sistema sexagesimal.
n = Número de elementos da amostra

Ex. : 1°10’20’’

Definição Conversão entre as unidades apresentadas:


Instituição de Ensino Charles Babbage | 52
1° = 60’ Onde:

1° = 3600’’ ―E‖ é a escala;

1’ = 60’’ ―d‖ é a distância gráfica (na carta);

Escala ―D‖ é a distância real (no terreno).

É a relação existente entre as dimensões


representadas na carta e seus valores reais no terreno. As
Resolução de problemas utilizando a escala numérica.
cartas trazem impressas nas margens as escalas
respectivas, que podem ser: Problema 1.: Qual é a escala do mapa. Dado distancia real
500m, e distancia no mapa 5 cm.
 Escala numérica;
 Escala de equivalência; Convertendo 500m e cm
 Escala gráfica.
1m = 100cm
Tipos de escalas e medidas de distancia
500m = X
Temos três tipos de escalas, a que nos utilizaremos no
nosso estudo e a escala numérica para resoluções de X = 500x100

problemas.
X = 50.000cm

Gráfica
· Dividindo numerador e denominador por 5

A escala gráfica nada mais é do que a representação


E = 5/50.000 E = 1/10.000
gráfica da escala numérica; ela é um segmento de reta,
graduado de modo a indicar diretamente, valores medidos
na própria carta. As cartas às trazem normalmente,
desenhada abaixo da indicação da escala numérica. Processos de orientação

Equivalente A palavra ORIENTAÇÃO significa, em sentido restrito,


a procura da direção do Oriente (onde o sol nasce); em
Quando se opera com escala, utiliza-se qualquer sentido mais amplo, consiste na fixação de um rumo
sistema de medidas, não importando, pois, a nacionalidade qualquer na superfície terrestre. Orientar-nos é, pois, saber
da carta. A expressão 1/25000 significa que a unidade de onde nos encontramos e para onde pretendemos nos dirigir.
medida considerada na carta vale 25000 unidades no Para tal fim foram estabelecidas quatro direções principais,
terreno, seja qual for essa medida: metro, decímetro, os pontos cardeais e, entre elas, pontos intermediários
centímetro, milésimo, polegada, jarda, milha, etc. denominados colaterais, estão os subcolaterais.

Ex.: 1m na carta equivale a 25000m no terreno A direção correspondente ao nascer do sol é o oriente (
nascente, leste ou levante), a direção oposta é o Ocidente(
1cm na carta equivale a 25000cm no terreno
Poente, Oeste ou Ocaso). Exatamente nos pontos

1mm na carta equivale a 25000mm no terreno intermediários dessas direções ficam o Norte e o sul. Em
resumo: Norte, Sul, Leste e Oeste, pontos cardeais.
Numérica. Veremos a seguir alguns processos de orientação:

Esta escala é representada em forma de fração, onde o Rosa dos ventos


numerador representa a distancia gráfica(d) na carta, e o
denominador a distancia real (D) no terreno, assim: É uma representação gráfica dos pontos cardeais,
colaterais e subcolaterais. O gráfico é graduado em toda a
E = d/D sua margem, totalizando 360º (trezentos e sessenta graus).

Instituição de Ensino Charles Babbage | 53


voltadas para o sul, frequentemente denunciado pela
presença do limo. As cascas das árvores apresentam-se
mais grossas na parte sul; e nas formações arbóreas é
comum as folhas voltadas para o sul, conservares-se verdes
por mais tempo e possuem tonalidade de cor mais intensas.
As madeiras apodrecem com maior freqüência na parte
voltada para o sul.

Os abrigos construídos pelos animais de um modo


geral costumam ter a entrada voltada para o norte,

Ponto cardeais: protegendo-os dos ventos frios do sul e recebendo


diretamente o calor e a luz do sol.
N NORTE
Ex. : casa de João-de-barro, formigas, etc...
S SUL
Obs. : Os frutos amadurecem com maior rapidez pelo lado
E OU L ESTE OU LESTE (NASCENTE) norte.

O OESTE (POENTE)

Orientação pelos acidentes geográficos

Pontos colaterais: Processo que nos permite traçar uma direção tendo
como pontos de referência os acidentes nítidos e
NE Nordeste
destacamos no terreno, que nos servem de marco de
SE Sudeste orientação.

SO Sudoeste Ex. : Um bosque, uma elevação alta, curva de um rio, lago,


etc.
NO Noroeste
Orientação pela bússola

Simples, prática e de pequeno volume, a bússola é um


Pontos Subcolaterais instrumento destinado a medir ângulos horizontais, bem
como para orientação.
NNE Norte-nordeste

ENE Este - nordeste

ESE Este - sudeste

SSE Sul-sudeste

SSO Sul-sudoeste

Orientação pelos fenômenos naturais

A observação de alguns fenômenos naturais, nos


permite a grosso modo identificarmos a direção norte – sul.
Bússola Brunton
Assim sendo, ao observarmos o terreno notaremos que o
caule das árvores, a superfície das pedras, o mourão das
cercas das casas de campo, são mais úmidos nas partes

Instituição de Ensino Charles Babbage | 54


agulha d bússola. É comumente empregada em campanha,
já que pode ser determinada diretamente com uma bússola
comum.

Norte de Quadricula (NQ)

É indicado pela direção das linhas verticais da


quadricula, geralmente feitas nas cartas militares. O norte é
um ponto fictício.

Diagrama de Orientação

Bússola Clar As cartas militares têm um diagrama de orientação


impresso na margem. Tal que contém três direções
Ela nos indica pelo principio da física terrestre uma
indicando o norte verdadeiro, o norte magnético e o norte de
direção aproximada constante, que o Norte Magnético.
quadriculas. Os diagramas de orientação devem ser
Dessa forma vemos que a bússola nos fornecerá sempre o
atualizados antes de ser utilizados para esse fim.
Norte Magnético (NM), e que o azimute medido por ela será
o Az magnético bússola Silva. Declinação magnética

É a inconstância que ocorre entre as marcações da


bússola e a geográfica definido pela posição astronômica. É
Orientação de campanha
a diferença "em graus" apontado pelo norte magnético

Encontra-se perfeitamente orientada a pessoa que terreno e o norte geográfico, determinado pelo eixo de

estiver em condições de tomar uma direção, assegurá-la e rotação do planeta, que não tem obrigação de coincidir com

retomá-la a todo e qualquer momento. a atração magnética.

A direção base nada mais é do que um dos lados de


um ângulo que expressa uma direção entre dois pontos. As
direções bases tomadas como referência para orientação
em campanha, são três:

 Norte Verdadeiro ou Geográfico (NV/NG)


 Norte Magnético (NM)
 Norte de Quadricula (NQ)

Norte Verdadeiro ou Geográfico (NV/NG)

É a direção que passa pelo pólo norte da terra, ou seja,


pelo ponto de latitude 90º. Empregada em levantamentos,
quando se deseja grande precisão, normalmente não é Azimute e conta-azimute
empregada em campanha. Os meridianos de uma carta
representam as direções do norte e do sul verdadeiros. Os azimutes são ângulos horizontais medidos no
sentido do movimento dos ponteiros do relógio a partir de
Norte Magnético (NM) ima direção base, para uma direção qualquer. A variação do
azimute é de 0º a 360º.
É a direção que passa pelo pólo magnético da terra, ou
seja, pelo ponto para qual são atraídas todas as agulhas
imantadas. Este ponto fica aproximadamente, na Ilha
Príncipe de Galles, no Canadá. É indicado pelo ponto ―N‖ da Contra-azimute

Instituição de Ensino Charles Babbage | 55


O contra–azimute de uma direção é simplesmente, o
azimute da direção no sentido contrario (oposto).

Para se calcular o contra-azimute basta somar 180º ao


azimute. Se o azimute excede 180º o contra-azimute será o
azimute menos 180º.

Ex.: Contra-azimute de 60º = 60º + 180º = 240º

Contra-azimute de 200º = 200º - 180º = 20º

Designação de locação de pontos na carta

Frequentemente, em operações de combate a incêndio


florestal e de busca de pessoas perdidas nas matas, há
necessidade de se designar pontos na carta. Seja indicando
os focos de incêndio, seja indicando a localização das áreas
percorridas pelas equipes de busca.

Vários processos são empregados para a designação e


locação de pontos na carta. Os mais usados são:

1 – Coordenadas geográficas;

2 – Coordenadas plano-retangulares.

Convenções cartográficas

São símbolos empregados nas cartas para indicar


construções e acidentes existentes no terreno.

Cores

a) Vermelho – Rodovias principais;

b) Amarelo – Rodovias secundarias;

c) Azul – Toda hidrografia;

d) Castanho – Curvas de nível;

e) Preto – Nomenclaturas, planimetria em geral;

f) Verde – Toda a vegetação.

Representação do relevo

A irregularidade da superfície da terra, conhecida como


elevação e relevo torna-se uma fonte importante de
informações militares com as quais o usuário da carta deve
se familiarizar.
Instituição de Ensino Charles Babbage | 56
São vários métodos para indicação da elevação e do Perfil do relevo utilizando curvas de nível.
relevo nas cartas. As cartas em escala pequena, geralmente
usam os processos das hachúrias, o das cores
hipsométricas e dos pontos cotados, ao passo que as cartas
em escala grande o processo das curvas de nível, que
mostram as elevações e o relevo com exatidão e com
detalhes consideráveis.

Curvas de nível

São as projeções ortogonais horizontais das


interseções do terreno com planos horizontais
eqüidistantes.Elas representam linhas imaginarias, no
terreno, ao longo da qual todos os pontos estão em mesma
altitude. As curvas de nível indicam uma distancia vertical
acima, ou abaixo, de um plano de nível zero, cada curva de
nível tem um determinado valor. A distancia vertical entre as
curvas de nível, é como eqüidistante, cujo valor é
encontrado nas informações marginais da carta.

Hachúrias

Hachurias são pequenas linhas paralelas ou


ligeiramente divergente, traçadas na direção dos declives.
Elas são mais ou menos espaçadas as encostas a
representar, sejam suaves ou íngrimes.

Cores Hipsométricas

O relevo é representado, em certas, por meio da cores,


nesse processo cada cor ou tonalidade representa
determinada zona de altitude. As cartas possuem na
margem uma legenda mostrando a correspondência entre
as cores e as altitudes. Normalmente as cores escuras são
as zonas mais elevadas.

Pontos cotados

Esse processo consiste em representar, os pontos do


terreno por projeções horizontais, indicando sua altura ou
cota. É normalmente utilizado nas cartas topográficas como
um sistema complementar às curvas de nível,
particularmente nas regiões pobres de relevo. Segundo o
método adotado para a determinação da altitude, esses
pontos recebem as determinações de pontos
trigonométricos, astrômico e cotados.

Esses pontos ao mesmo tempo em que completam a


definição do relevo, prestam-se também à designação militar
de objetos.

Perfil do relevo

Instituição de Ensino Charles Babbage | 57


Métodos de levantamento planimétrico

Método por Irradiação

Este processo é utilizado para levantamento de


pequenas áreas ou, principalmente como método auxiliar à
Poligonação, e consiste em escolher um ponto conveniente
para instalar o aparelho, podendo este ponto estar dentro ou
fora do perímetro, tomando nota dos azimutes e distâncias
entre a estação do teodolito e cada ponto visado.

Além de ser simples , rápido e fácil , ele tem a


vantagem de poder ser associado a outros métodos (como o
do caminhamento, por exemplo) como auxiliar na
complementação do levantamento, dependendo somente
dos cuidados do operador, já que não há controle dos erros
que possam ter ocorrido.

Cartas

Devido a esses erros é aconselhável ao operador não


abandonar imediatamente o ponto de origem, para verificar
se todos os dados necessários foram levantados. A
conferência pode ser feita através da soma dos ângulos em
torno do ponto de origem que deverá dar 360º, como já
sabemos.

http://www.cfap.cbmerj.rj.gov.br/documentos/apostilas/cefs/topografia.pdf
acessado em 14/08/2012

Instituição de Ensino Charles Babbage | 58


É importante lembrar que se houver lados curvos ao Com as medições prontas no campo, pode-se
longo da poligonal, haverá a necessidade de se fazer um determinar os erros acidentais durante o levantamento tanto
maior número de irradiações, de forma que estas permitam nos ângulos como nas distâncias, os quais serão
um bom delineamento das curvas. comparados com os chamados limites de tolerância, isto é,
com os erros máximos permissíveis para os ângulos e para
as distâncias.
Método por Caminhamento

Este processo consiste, na medida dos lados


sucessivos de uma poligonal e na determinação dos ângulos Métodos de levantamentos altimétricos (Altimetria)

que esses lados formam entre si, percorrendo a poligonal,


A altimetria é a parte da topografia que trata dos
isto é, caminhando sobre ela. Método trabalhoso, porém de
métodos e instrumentos empregados no estudo e
grande precisão, o Caminhamento adapta-se a qualquer tipo
representação do relevo do solo. O estudo do relevo de um
e extensão de área, sendo largamente utilizado em áreas
terreno consiste na determinação das alturas de seus pontos
relativamente grandes e acidentadas. Associam-se ao
característicos e definidores da altimetria, relacionados com
caminhamento, os métodos de irradiação e intersecção
uma superfície de nível que se toma como elemento de
como auxiliares. Ele ainda se divide em:
comparação.

Aberto ou Tenso : quando constituído de uma linha


poligonal apoiada sobre dois pontos distintos e denominados
– um o ponto de origem e o outro, o ponto de fechamento. Aplicação

A determinação da cota/altitude de um ponto é uma


atividade fundamental em engenharia. Projetos de redes de
esgoto, de estradas, planejamento urbano, entre outros, são
exemplos de aplicações que utilizam estas informações. A
determinação do valor da cota/altitude está baseada em
métodos que permitem obter o desnível entre pontos.
Fechado : quando constituído de um polígono que se apoia Conhecendo-se um valor de referência inicial é possível
sobre um único ponto, o ponto de origem, com o qual se calcular as demais cotas ou altitudes. Estes métodos são
confunde o ponto de fechamento. denominados de nivelamento. Existem diferentes métodos
que permitem determinar os desníveis, com precisões que
variam de alguns centímetros até sub-milímetro. A aplicação
de cada um deles dependerá da finalidade do trabalho.

Conceitos

Altitude

É a distância medida na vertical entre um ponto da


superfície física da terra e a superfície de referência
altimétrica, que no caso das altitudes, é o nível médio dos
No levantamento por caminhamento as distâncias
mares prolongado nos continentes.
normalmente são obtidas indiretamente, isto é, por
estadimetria, a não ser quando são pequenas, ocasiões em Cota
que se utiliza a trena para obtê-las. Já os ângulos
horizontais podem ser obtidos por dois processos : pelas É a distância medida ao longo da vertical de um ponto

deflexões, as quais permitem calcular os azimutes, que é o até um plano de referência qualquer, arbitrado. A diferença

caso mais comum, ou pelos ângulos internos dos vértices do entre cota e altitude encontra-se ilustrada na figura abaixo.

polígono.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 59


monumentos, estações ferroviárias ou rodoviárias) pontos
notáveis dos percursos de linhas geodésicas. Abaixo é
ilustrada a materialização de uma Referência de Nível. É
possível obter as informações sobre a rede altimétrica
brasileira através do site do IBGE (www.ibge.gov.br). Para
tal, deve-se conhecer o nome da RN e sua posição (latitude
e longitude), tendo em vista que as informações foram
organizadas com base nas folhas da Carta Internacional do
Mundo ao Milionésimo.

Distância vertical do ponto A ao C = Altitude Ponto de Segurança (PS)

Distância vertical do ponto A ao B = Cota Pontos materializados em campo para controle do


nivelamento topográfico.

Ponto Auxiliar
Datum

São os pontos executados em campo durante o


A origem das altitudes é o nível médio dos mares
nivelamento topográfico, e que não são materializados.
(superfície geoidal), determinado por um equipamento
chamado marégrafo (que faz os registros do nível do mar), e
materializada em um RN que é denominado de ―DATUM
VERTICAL‖. Ângulo Vertical

O ―Datum Vertical‖ Oficial para todo o território Em um teodolito ou Estação Total, a origem da medida
brasileiro é um RN materializado no porto de Imbituba/SC, do ÂNGULO VERTICAL (o 0º00’00‖ do limbo vertical do
com altitude obtida em função do marégrafo ali instalado. equipamento), pode ocorrer nas seguintes situações,
Um esquema simplificado do funcionamento de um ilustradas nas figuras logo abaixo: Sendo o zero do limbo na
marégrafo é apresentado na figura ao lado. direção da vertical do lugar, do Zênite, este equipamento
mede ângulos chamados zenitais, conforme a figura abaixo.
Desnível Atualmente, este modelo é o mais utilizado pelos
fabricantes.
Distância vertical que separa os pontos topográficos
considerados, podendo ser positiva ou negativa, conforme
os pontos estudados estejam acima ou abaixo daquele
tomado com nível de comparação.

Referências Altimétricas

As referências altimétricas são os pontos que dão


origem ao levantamento altimétrico de uma superfície, com
suas alturas referidas a uma superfície de nível arbitrária
(cotas) ou ao nível médio do mar (altitudes). Sendo o zero do limbo na direção do plano horizontal
do lugar, o equipamento mede ângulos chamados
Referência de Nível (RN) horizontais, conforme figura a seguir.

As Referências de Nível (RRNN) são marcas características


de metal (latão ou bronze) cravadas em pilares de concreto
erguidos nos extremos das seções ou (obras de arte,

Instituição de Ensino Charles Babbage | 60


Em equipamentos como estação total e teodolitos
eletrônicos, há a opção de se visualizar, ou o ângulo vertical,
ou a inclinação da luneta. Nos clinômetros, há também a
opção de leitura da inclinação, além do ângulo vertical.

Coordenadas Geográficas

É o sistema mais antigo de coordenadas. Nele, cada


ponto da superfície terrestre é localizado na interseção de
um meridiano com um paralelo. Meridianos são círculos
máximos da esfera cujos planos contêm o eixo de rotação
Sendo o zero do limbo na direção do centro da Terra, o
ou eixo dos pólos, corresponde as linhas que unem os dois
Nadir, este equipamento mede ângulos chamados Nadirais.
pólos ao redor da terra. Meridiano de origem (também
São raros os equipamentos deste tipo, sendo este tipo de
conhecido como inicial ou fundamental) é aquele que passa
ângulo pouco utilizado.
pelo antigo observatório britânico de Greenwich, escolhido
convencionalmente como a origem(0°) das longitudes sobre
a superfície terrestre e como base para a contagem dos
fusos horários.

A leste de Greenwich os meridianos são medidos por


valores crescentes até + 180°. A oeste, suas medidas são
decrescentes até o limite mínimo de - 180°. Os paralelos são
círculos da esfera cujo plano é perpendicular ao eixo dos
Ressalta-se que no caso das Estações Totais, a origem pólos. O Equador é o paralelo que divide a Terra em dois
da medida do ângulo vertical pode ser configurada, tanto no hemisférios(Norte e Sul), considerado como o paralelo de
Zênite, quanto no Horizonte. Em obras de engenharia origem (0°). Partindo do equador em direção aos pólos
lineares (estradas, dutos, ferrovias), o projeto em rampas é temos vários planos paralelos ao equador , cujo tamanho
feito baseado em anotação de inclinação, valor este em vão diminuindo, até se torna um ponto nos pólos
porcentagem. Norte(+90°)e Sul(-90°). Representa-se um ponto na
superfície terrestre por um valor de latitude e longitude.
Assim, a inclinação é a razão entre a diferença de nível Longitude de um lugar é a distância angular entre um ponto
(dH) e a distância horizontal multiplicado por 100, conforme qualquer da superfície terrestre e o meridiano inicial ou de
abaixo. A inclinação pode ser tanto positiva (rampa origem. Latitude é a distância angular entre um ponto
ascendente), quanto negativa (rampa descendente). qualquer da superfície terrestre e a linha do Equador.

Por ser um sistema que considera desvios angulares a


partir do centro da Terra, o sistema de coordenadas
geográficas não é um sistema conveniente para aplicações
em que se buscam distâncias ou áreas.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 61


Para este casos, utilizam-se outros sistemas de variações de escala dentro do fuso. Como conseqüência,
coordenadas, mais adequados, como, por exemplo, o existem duas linhas aproximadamente retas, uma a leste e
sistema de coordenadas planas, descrito a seguir. outra a oeste, distantes cerca de 1o 37' do meridiano central,
representadas em verdadeira grandeza;
A projeção UTM (COORDENADAS PLANAS)
Apesar da característica "universal" de projeção,
O sistema de coordenadas planas, também conhecido
por sistema de coordenadas cartesianas, baseia-se na enfatiza-se que o elipsóide de referência varia em função da
escolha de dois eixos perpendiculares, usualmente os eixos região da superfície terrestre. Geralmente os Sistemas de
horizontal e vertical, cuja interseção é denominada origem,
Informações Geográficas permitem que o usuário defina,
estabelecida como base para a localização de qualquer
ponto do plano. Nesse sistema de coordenadas, um ponto é para a projeção UTM, a orientação dos dados em relação ao
representado por dois números: um correspondente à norte geográfico ou ao norte da quadrícula. Os meridianos
projeção sobre o eixo x (horizontal), associado à longitude, e (norte geográfico) coincidem com as linhas verticais das
outro correspondente à projeção sobre o eixo y (vertical),
quadrículas (norte da quadrícula) da projeção UTM, apenas
associado à latitude.
nos meridianos centrais. Com o aumento da longitude e da
Os valores de x e y são referenciados conforme um latitude, ocorre o aumento do ângulo formado entre os
sistema cartesiano, que representa, como exemplo, as
coordenadas de Leme - SP. meridianos e as linhas verticais da quadrícula, formando
entre estas um ângulo chamado de convergência meridiana.
onde : x = 254.000 m e y = 7.545.000 m
Nos SIG´s, de um modo geral, para a definição de um
Estas coordenadas são relacionadas matematicamente projeto, deve-se fornecer informações adicionais, como
às coordenadas geográficas, de maneira que umas podem escala e características de cada projeção: datum, modelos
ser convertidas nas outras.
de elipsóide, latitude reduzida ou paralelo padrão, latitude de
origem e longitude de origem.

Instrumentos tradicionais p/medições de distâncias,


ângulos e alturas.

Trena

Instrumento para medição direta de distâncias entre


dois pontos topográficos sobre alinhamentos. Dificuldades
de uso em espaços abertos (vento provoca catenária
Projeção UTM - "Universal Transverse Mercator"
horizontal), em terrenos acidentados (necessidade de esticar
O mapeamento sistemático do Brasil é feito na a trena sobre o alinhamento a medir), e distâncias longas
projeção UTM (1:250 000, 1:100 000, 1:50 000). (trenadas até 20,00 metros, para minimizar as catenárias
Relacionam-se, a seguir, suas principais características:
horizontais e verticais).
 A superfície de projeção é um cilindro transverso e a
projeção é conforme; Procedimentos de uso:
 O meridiano central da região de interesse, o equador e os
• Sempre medir do centro de uma baliza até o centro de
meridianos situados a 90° do meridiano central são
representados por retas; outra baliza.
 Os outros meridianos e os paralelos são curvas
complexas; • Não fazer trenadas maiores de 20,0 m.
 O meridiano central é representado em verdadeira
grandeza; • Começar pelo ponto mais alto (zero da trena) no terreno.
 A escala aumenta com a distância em relação ao
meridiano central. A 90° deste, a escala torna-se infinita; • Achar a horizontal (menor distância entre duas linhas
 A Terra é dividida em 60 fusos de 6o de longitude. O
verticais).
cilindro transverso adotado como superfície de projeção
assume 60 posições diferentes, já que seu eixo mantém-se
• Não apoiar a trena em nada
sempre perpendicular ao meridiano central de cada fuso;
 Aplica-se ao meridiano central de cada fuso um fator de
• Esticar bem a trena antes da leitura.
redução de escala igual a 0,9996, para minimizar as
Instituição de Ensino Charles Babbage | 62
• Conferir a leitura. Procedimentos para uso do teodolito:

Teodolito • Instalar o teodolito sobre um ponto topográfico ajustando


de forma precisa a verticalidade e horizontalidade dos 3
eixos do aparelho (eixos horizontal, vertical e de colimação =
linha de visada do fio médio da luneta do teodolito);

• efetuar a visada (sobre a baliza ou a mira);

• efetuar a leitura do ângulo ->Passos (tanto horizontal como


vertical):

1 – identificar qual a janela referente ao tipo de ângulo


(horizontal ou vertical) que vai ler;

2 – com o parafuso do lado oposto ao limbo vertical, ajustar


o marcador sobre uma das divisões (traços pretos) desta
janela;

3 - fazer a leitura do valor ajustado em graus e minutos;

4 - completar a leitura somando, aos valores lidos na janela,


os valores marcados no vernier (minutos e segundos).

Vernier = subdivisão da menor divisão de um limbo

Limbo = marcadores de ângulos horizontal e vertical (=


transferidor)

Exemplos de leitura:
O teodolito é um instrumento óptico de precisão (tem
luneta e microscópio); lê ângulos horizontais, do tipo
goniométrico (ou qualquer) e ângulos verticais (zenital, de
inclinação e nadiral); permitindo fazer levantamentos
planimétricos e taqueometria (luneta com 3 fios paralelos e
equidistantes = estadimetria). Os fios estadimétricos são
paralelos e eqüidistantes entre si ( fs - fm = fm – fi). Os fios
estadimétricos verticais permitem a execução de
levantamentos utilizando-se mira horizontal, e os fios
horizontais são para utilização de mira vertical (a mais
utilizada). O princípio da estadimetria é usado em topografia
para determinar, de forma indireta, a distância horizontal
entre a estação topográfica (ponto onde está instalado o
teodolito) e um ponto visado (ponto onde está a mira ou
baliza). Esse processo é explicado no item taqueometria.

Bússola

Instituição de Ensino Charles Babbage | 63


Lê ângulos horizontais de direção em relação ao N e S
magnéticos. Além dos erros e cuidados comuns ao uso do
teodolito, a leitura de ângulos com bússola requer cuidados
especiais referente a interferência de elementos imantados
sobre o posicionamento da agulha da bússola. Evitar fazer
leituras próximos a elementos metálicos (relógios, balizas,
postes). Outro problema específico é a baixa precisão
quando comparado com o teodolito. Deve-se fazer 3 leituras
de um mesmo ponto da poligonal de apoio e usar o valor do
azimute médio, calculando a partir deste, o valor dos
azimutes dos demais pontos da poligonal.

Estação total vista de frente, teclados de comandos e


display de visualização

Estação total vista de costa. Repare na seta indicando a


posição do nível de bolha

Equipamentos topográficos e suas aplicações

Há vários equipamentos topográficos,vamos estudar


alguns deles?

Estação total
Estação total vista de lado sobre tripé, luneta apontada
O equipamento moderno mais utilizado nos para o horizonte. A estação total usa como acessórios
levantamentos planimetricos e a estacao total. Ela tambem e principais o tripé, o prisma, e o bastão para o prisma.
utilizada na altimetria em nivelamentos trigonometricos, mas
e na area de locacao, transporte de coordenadas e Para ser operada terá que ser fixada ao tripé
levantamentos de areas patrimoniais que ela mais se aproximadamente na altura do topógrafo, centrada em um
destaca (ver fi guras abaixo). ponto (marco topográfico ou piquete com elementos
topográficos conhecidos), nivelada (ela contém duas bolhas
de nível que precisam ser caladas) e, por fim, orientada em
algum outro ponto conhecido, onde será zerada com o

Instituição de Ensino Charles Babbage | 64


auxílio dos retículos da luneta (sistema de mira da estação) O ângulo horizontal (Hz)
apontados para o bastão com o prisma colocado no outro
b) Ângulos verticais obtidos através do círculo vertical,
ponto.
medido com o giro em torno do eixo horizontal da estação
total. O círculo vertical da estação geralmente já é zerado no
zênite quando o aparelho é nivelado, e para se obter o
ângulo vertical subtrai-se ou soma-se com o ângulo zenital,
medido no aparelho.

Vejamos o que é um ângulo vertical

Ângulo vertical (v): é medido entre a direção inclinada


de um ponto (vértice do ângulo) e outro (mais alto ou mais
baixo do que o primeiro) em relação à linha do horizonte.
a) Estação total vista de lado sobre tripé, luneta apontada a Pode ser ascendente (+) ou descendente (-), conforme se
45° do horizonte; e b) luneta apontada para o zênite.
encontre acima (aclive) ou abaixo (declive) da linha do
A estação total contém um círculo vertical e um outro horizonte. Veja o exemplo da cerca abaixo uma das estacas
horizontal, divididos em graus, minutos e segundos. Seu está formando um ângulo vertical com outra estaca.
sistema de operação é todo automatizado.

Prisma sobre bastão de 2,70 m de altura

Elementos geométricos levantados em campo através


Ângulo vertical (v)
de operações com a estação total.

a) Ângulos horizontais obtidos através do círculo horizontal, O zênite (z) encontra-se no infinito vertical superior, e o
com um giro em torno do seu eixo vertical. Agora, vamos ver nadir no infinito vertical inferior. Deles partem os ângulos
o que é um ângulo horizontal:
zenitais e nadirais. Veja a exemplificação na figura a seguir.
O ângulo horizontal (Hz): é medido entre dois alinhamentos
do terreno levando-se em conta apenas o plano horizontal.
Imagine um canto de cerca de uma propriedade, o ângulo
formado entre os dois lances de cercas de direções
diferentes é um exemplo de ângulo horizontal.

O zênite(z)

Instituição de Ensino Charles Babbage | 65


Mira de quatro metros, graduada em metros, decímetros,
e centímetros

O teodolito é um equipamento topográfico mais


antigo que a estação total, em termos de operação com
ângulos ele se assemelha à estação, porém suas demais
operações perdem muito em eficácia quando comparadas
com a estação total. Neste curso, não entraremos em
detalhes sobre esse equipamento.

Nível

O nível é o equipamento mais preciso para o


levantamento altimétrico. Seus acessórios principais são o
tripé (suporte para o nível), a mira (que é uma régua
Tripé em alumínio para suporte de estação total e nível
graduada em metros, decímetros e centímetros, com os
milímetros estimados por aproximação e geralmente tem
quatro metros de altura), e uma trena para medir as
Acessórios complementares utilizados nos
distâncias entre os pontos nivelados.
levantamentos topográficos. Agora vamos citar quatro
acessórios para levantamentos topográficos. Preste
Ao contrário da estação total, o nível só tem um eixo, o
bastante atenção e, se for o caso, releia atentamente cada
vertical, sua luneta é fixa na linha do horizonte, ou seja, seu
uma de suas funcionalidades.
ângulo vertical é fixo em 0°, e para operá-lo é necessário
que o coloque no tripé numa altura conveniente, nivele sua
Piquetes
única bolha, e a partir daí o topógrafo sairá lendo a mira
primeiramente num ponto de altitude conhecida e depois em São feitos geralmente de madeira, pontiagudos, com
outros pontos aos quais se deseja transportar a altitude. uma altura média de 15 cm, são utilizados cravados no solo
para materializar os pontos em campo, geralmente são
Nível sobre tripé. A luneta do nível é fi xa sob o eixo
acompanhados de um piquete maior chamado de estaca
horizontal, ou seja, ela aponta sempre para o horizonte
testemunha, que é cravado próximo ao piquete e serve para
facilitar a sua localização no campo.

Balizas

São feitas de ferro, pontiagudas, com dois metros de


altura e pintadas de vermelho e branco. São utilizadas como
apoio para abertura de picadas alinhadas no mato e também
em medidas de distâncias (com a trena) em linha reta sem o
auxílio de outros equipamentos, bem como na projeção do
piquete na vertical para facilitar a observação feita a partir do
equipamento topográfico, entre outras utilidades.

Trenas

Geralmente de 50 ou 20 metros, são utilizadas para


medições diretas de distância.

Marcos de concreto

Instituição de Ensino Charles Babbage | 66


Na forma de tronco de pirâmide, são usados para 180° x (5-2) = 180° x 3 = 540°
marcação de áreas patrimoniais, como pontos definitivos de
coordenadas e altitudes conhecidas, e são protegidos por
lei, não podendo ser tirados do local, principalmente quando Ângulos externos
colocados por algum órgão federal. Acima de cada marco
vem uma descrição indicando seu registro e o órgão que o São os ângulos da parte externa da poligonal, a soma
implantou. do ângulo interno e externo de um único vértice da poligonal
é igual 360°.
Planimetria

Ângulos internos

São ângulos medidos no interior de uma poligonal, ou


seja, são ângulos de dentro da figura que representa a área.

Ângulos externos

Note que a soma dos ângulos externos desse polígono


é:
Ângulos internos
Soma âng.ext.(Hze) = 272°59’24‖ + 252°51’51‖ + 257°48’38‖
+ 254°47’01‖

+ 221°33’05‖ = 1260°00’00‖.
Note que a soma dos ângulos internos desse polígono
é: Soma âng.int.(Hzi ) = 87°00’36‖ + 107°08’09‖ + 102°11’22‖ Esse valor pode ser conseguido a partir da fórmula:
+ 105°12’59‖
Soma (Hzi ) = 180° x (n + 2)

+ 138°26’55‖ = 540°00’00‖.

Onde n é o número de lados do polígono. Exemplo:

A soma dos ângulos externos de qualquer polígono de 5


Esse valor pode ser conseguido a partir da fórmula:
lados é:

Soma (Hzi ) = 180° x (n – 2) 180° x (5+2) = 180° x 7 = 1260°

Onde n é o número de lados do polígono Os ângulos horizontais internos e externos variam de 0° a


360°.
Ela é importante, pois é uma forma de controlar a
qualidade do levantamento de campo, ou seja, se o Acesse WWW.uniorka.com.br- Portal do aluno, e
somatório dos ângulos não der o esperado, algum ângulo do veja os modelos de cartas.
polígono foi levantado errado.

Exemplo: Bom estudo!

A soma dos ângulos de qualquer polígono de 5 lados é:

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Mineração é um dos setores de maior risco de retorno do
capital empregado. Esse risco é varia em função do estágio
Pesquisa Mineral
em que se encontra o projeto de Mineração que consta de
planejamento, compilação de dados e pesquisa bibliográfica,

Pesquisa e Prospecção Mineral é um conjunto de reconhecimento, identificação de alvos, testes dos alvos,

conhecimentos, técnicas e ferramentas utilizadas para a desenvolvimento dos estudos sobre o Depósito Mineral,
descoberta e estudo de Depósitos Minerais. Os Desenvolvimento da Mina e, finalmente, a Mineração. Cada

conhecimentos referidos na definição acima são, entre um desses estágios envolve diversas atividades, técnicas e
outros: Mineralogia, Petrografia (Ígnea, Metamórfica e procedimentos os quais somente são realizados após
Sedimentar), Geologia Estrutural, Cartografia, Depósitos criteriosa tomada de decisão sobre a continuidade do

Minerais (ou Geologia Econômica), Foto-geologia, empreendimento e na dependência de resultados anteriores.


Informática Aplicada, Estatística Aplicada (ou
Geoestatística), Geotectônica, etc. Outro fato importante é o
conhecimento da atitude geológica da rocha que compõe o
deposito mineral. Atitude de uma superfície geológica planar
(estratificação, foliação metamórfica, falha.) é a definição da
disposição espacial desta superfície com relação ao plano
horizontal e à linha meridiana N S verdadeira, usando-se
dois parâmetros: a direção e o mergulho da camada.

A direção (strike) de uma camada é dada pelo ângulo


entre a linha N S e a linha da interseção do plano da
camada com o plano horizontal. O mergulho (dip) da
camada é o angulo entre a camada e um plano horizontal,
devendo ser indicado o quadrante para o qual mergulha a
camada. Se a camada é horizontal não se tem direção e o
mergulho é zero graus e se for vertical o mergulho é de 90
graus sem quadrante de mergulho. Um Depósito Mineral é
Recurso Natural não-renovável, especificamente um
Recurso Mineral metálico e/ou não-metálico. A Prospecção
e Pesquisa Mineral tratam da execução dos trabalhos Estágios e dispêndios em um programa de exploração mineral, modificado de
SHINTAKU (1998) e
necessários à definição da jazida mineral, sua avaliação e a
http://www.worldlingo.com/ma/enwiki/pt/Mineral_exploration#Stages_of_miner
determinação da exeqüibilidade do seu aproveitamento
econômico. Alguns autores diferenciam exploração e
prospecção, sendo o objetivo da Prospecção o
reconhecimento geral de um Depósito Mineral, enquanto a
Exploração é o reconhecimento detalhado do Depósito
Mineral.

Os trabalhos de Prospecção e Pesquisa Mineral


incluem, entre outros: Seleção de Alvos (anomalias);
Levantamentos Geológicos, Geoquímicos e Geofísicos;
Planejamento, Execução e interpretação de trincheiras,
poços de pesquisa e sondagem, Quantificação de reservas
minerais e determinação da viabilidade técnica do seu
aproveitamento econômico.

A Pesquisa e a Prospecção Mineral são, na realidade,


as primeiras fases da Mineração. Segundo os economistas a
Instituição de Ensino Charles Babbage | 68
Estágios e dispêndios em um programa de exploração mineral, modificado de O sub-produto é um mineral-minério cuja extração não
SHINTAKU (1998) e
se justifica economicamente a não ser que sua exploração
http://www.worldlingo.com/ma/enwiki/pt/Mineral_exploration#Stages_of_miner
al_exploration seja realizada em conjunto com um mineral-minério
principal. Às vezes somente com a extração conjunta do
Ultimados os trabalhos de prospecção, o depósito pode subproduto e do mineral-minério principal torna um
apresentar características econômicas que compensem a jazimento mineral viável sob a ótica econômica.
sua exploração e passa a ser considerado uma jazida
mineral, ou pode representar apenas uma concentração
anormal de um ou mais minerais, porém, sem interesse
econômico imediato, sendo considerada uma ocorrência
mineral. Os conceitos de jazida e ocorrência mineral, no
entanto, não são estáveis no espaço e no tempo, visto que a
mudança de alguns fatores básicos pode transformar uma
ocorrência em jazida, ou vice-versa.

Em definição os depósitos Minerais são acumulações


ou concentrações anômalas locais de rochas e minerais
úteis ao homem. Elas podem acumular minerais metálicos
ou não-metálicos. No jazimento metálico um elemento
químico presente é o objeto do interesse do homem (por ex:
na scheelita o W; na pirolusita o Mn; na cassiteria o Sn, etc),
enquanto no não-metálico é uma propriedade física, como,
por exemplo: minerais gemas (beleza, brilho, etc), argila
(plasticidade), moscovita (resistência elétrica), etc.

A rocha que contém o mineral-minério é chamada de


Alguns Depósitos Minerais não-metálicos também são
minério (ou seja, a rocha que hospeda a mineralização =
chamados de Depósitos de Minerais Industriais que são, na
Hospedeira). A rocha diretamente em contato com o minério
realidade, rochas e minerais não-metálicos, aplicados em
é chamada de encaixante. As rochas encaixantes e as
produtos e processos, como matérias primas, insumos ou
porções do minério que não contém a mineralização (o
aditivos, em diversos segmentos industriais, tais como,
mineral-minério) são chamadas de Estéril.
cerâmicas, tintas, fertilizantes, papel, farmacêutico, vidro,
abrasivos, plásticos, borracha, cimento e materiais de Teor
construção. Alguns minerais metálicos também são
O TEOR é uma relação entre a quantidade de mineral-
englobados nessa classificação dependendo do seu uso.
minério e minério, ou seja, T = MM / M, onde MM= Mineral-
Minério, M=Minério e T = Teor (se o teor é dado em
percentagem multiplica-se o resultado por 100). As unidades
Relação De Alguns Minerais Classificados Como
de teor mais utilizadas em Pesquisa Mineral são: %, g/ton,
Industriais
ppm, ppb, Kg/ton.

Quando o Depósito Mineral pode ser aproveitado


A determinação de TEOR por ―Potência Reduzida‖ é
economicamente é denominado de Jazida Mineral, ao passo
um método de inferência de teor empregada apenas para
que não sendo possível seu aproveitamento econômico
minerais que se apresentam em camadas na escala de
denomina-se de Ocorrência Mineral. O mineral-minério é a
percentagem, conforme representação na figura abaixo Se
substância mineral (útil ao homem) objeto do interesse
faz pela contagem dos grãos minerais contidos numa
econômico, enquanto a ganga são todos os minerais
canaleta imaginária (por exemplo: 10 cm de largura e
constituintes da rocha exceto o mineral-minério e o(s)
comprimento igual à espessura da camada).
possível(is) sub-produto(s).

Instituição de Ensino Charles Babbage | 69


Cartela para auxiliar na Contagemde Teor (Potência Reduzida)

Calcula-se a representação em milímetros da


espessura dos grãos como se fosse um ―cordão‖ de 10 cm
de comprimento conforme o exemplo do parágrafo anterior.

O Teor é igual a = Espessura de mineral-minério (ou


representação em mm / espessura da camada) x 100 Principais componentes de um Jazimento Mineral
(multiplica por 100 se o teor é dado em %). Suponha que
Nas atividades de Geologia de Minas e Lavra de Minas
uma camada de escarnito tem 1,0 m de espessura e foi costuma-se usar os seguintes teores:
contado, numa canaleta imaginária de 10 cm de largura e
Teor Crítico: é o teor em que a operação de lavra não dá
1,0 m de comprimento, em um determinado local desta
lucro e nem prejuízo. É uma espécie de limiar entre lucro vs.
camada, 1 grão de scheelita e 1 cm quadrado e 50 grãos de prejuízo. Matematicamente calcula-se como sendo uma
scheelita de 0,1 cm. Neste caso nós teríamos uma relação entre os custos para se produzir uma tonelada do
concentrado e o preço de venda de 1 tonelada do
espessura de mineral-minério de 1,5 mm. Dividindo 1,5 mm
concentrado.
por 1000 mm (= 1,0m) teríamos que o teor de scheelita
(CaWO4) é de 0,15%. Como o óxido estável desse bem Teor de Corte: já definido anteriormente (vide página 12),
pode ser resumido como o Teor Crítico + Lucro.
mineral metálico é o WO3 e na scheelita aproximadamente
70% é de trióxido de tungstênio, temos que o teor é de Teor diluído: às vezes, devido a questões de engenharia, é
0,1125% ou 0,11% WO3. necessário desmontar minério e encaixante para que, por
exemplo, a galeria (mineração subterrânea) ou a bancada
O CUT-OFF ou TEOR DE CORTE é o teor mínimo da
(mineração a céu aberto) tenha uma altura compatível com
substância útil que permite a sua extração econômica,
os trabalhos mineiros. Assim, o teor da camada se dilui pela
enquanto o TEOR CRÍTICO é o teor limite entre Lucro e
adição de partes da encaixante. Teor Diluído é o teor
Prejuízo de uma atividade econômica de mineração.
resultante da operação de desmonte, representado
Obviamente que esses conceitos variam em função do
matematicamente pela expressão Td = (Espessura da
preço de mercado do bem mineral.
Camada X Teor da Camada) / Espessura de Corte. A
espessura de corte pode ser a altura ou largura da galeria
(mineração subterrânea) ou da bancada (mineração a céu

Instituição de Ensino Charles Babbage | 70


aberto) a depender do comportamento estrutural da camada
de minério (ver figura abaixo).
Minerais De Sulfetos Hidrotermais

Teor Limite = É o menor teor que se pode misturar


(BLENDAGEM) com o teor de uma camada que está sendo
desmontada, de tal forma que, dessa mistura a média seja
coincidente com o teor de corte.

Essa relação de afinidade entre os elementos químicos


possibilita a pesquisa de minerais mais raros. Assim, a
Pesquisa Mineral enfoca o elemento mais abundante em
Associação Geoquímica com aquele mais raro ou de
dispersão mais restrita. Este é o elemento farejador
(pathfinder) – veja a relação de alguns elementos
Teor Diluído em função do teor da camada, da altura farejadores:
da galeria (2,0 m, pois a camada e minério é horizontal) e da
espessura da camada (1,0 m), tendo sido, então, EM ANEXOA TABELA ROCHA DE METAMORFISMO DE
desmontado 1,0 m de minério e 1,0 m de estéril. CONTATO

Teor de Alimentação: termo usado para se referir ao teor


com que o material que sai da mina (Run of Mine ou ROM)
chega à planta de tratamento de minério; Estudo Geral Dos Depósitos Minerais

Teor de Concentrado ou Teor do Produto Final: É uma Um Depósito Mineral é constituído de Minério,
relação que exprime quanto de substância útil tem no Encaixante, Estéril, Mineral-Minério, ganga e Sub-
produto final. Quando trabalhamos com mineral-minério
produto(s), conforme ilustrado anteriormente. A existência
pesado, o produto final é um concentrado, ou seja, um
produto que contém minerais pesados da ganga e o mineral de um Depósito Mineral está condicionada aos processos
minério. O mesmo ocorre com minerais leve, pois a planta geológicos formadores de rocha, tanto os pretéritos,
não consegue recuperar 100%, sempre fica com impurezas. concomitantes, como os processos posteriores a formação
Os teores comerciais de concentrado de scheelita ou
da rocha. Daí a importância do conhecimento prévio de
wolframita é de 65% de WO3, o de tantalita é de no mínimo
30% de Ta2O5. PETROGRAFIA e MINERALOGIA. Desta forma, os
processos geológicos concorrem para a formação de
Associações Geoquímicas e Minerais Formadores de
Depósitos Minerais concentrações anômalas, resultando no Depósito Mineral.

Os Metalotectes podem ser encontrados com uma Existem diversas classificações dos Depósitos
série de elementos químicos e/ou minerais que se Minerais, cada uma delas utilizando-se de um critério
caracterizam pela afinidade e por estarem juntos em
específico, como, por exemplo: utilização comercial do
determinados ambientes geológicos. Apresentamos na
Tabela (abaixo) algumas dessas associações geoquímicas. mineral-minério (commodity), morfologia (Forma do Corpo
Mineralizado), origem (Ígneo, Metamórfico e Sedimentar),
Algumas Associações Geoquímicas De Elementos
Traços rocha hospedeira da mineralização, processo formador,
ambiente geotectônico, tempo relativo de formação com
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respeito à encaixante, Regularidade Estatística etc. Cada definida. Minério Poroso é aquele caracterizado pela
uma delas com vantagens e desvantagens na aplicação. presença de poros, enquanto o Pulverulento se caracteriza
Aqui utilizaremos algumas dessas em caráter informativo. pelo aspecto friável, facilmente transformado em pó
Um Depósito bem conhecido (bastante estudado) serve de (material de falha/cisalhamento).
referência para o estudo de outros. Esse Depósito é
chamado de Depósito-Padrão ou Jazida-Tipo, os quais, via
de regra, são os maiores do mundo (chamados de ―world
class‖).

Quando o Minério é formado ao mesmo tempo em que


a(s) Encaixante (s) diz-se que ele é SINGENÉTICO. Quando
é formado posteriormente a(s) Encaixante(s) diz-se que é
EPIGENÉTICO. Chamam-se Depósitos Primários aqueles
de origem magmática e Secundários aqueles de origem
sedimentar.

Classificação Quanto a Forma do Corpo Mineralizado Forma de Minério (Stockworks, Run e Amas)

As formas mais comuns dos corpos mineralizados são: Os ―chaminés‖ e ―Pipes‖ são corpos que apresentam
Bandado, Acamadado ou em Camadas, em lentes ou forma tabular com seção circular ou ovóide e com o eixo
lenticular, Disseminado, Schilieren, Poroso, Pulverulento, maior inclinado. O Filão (Depósitos Filoneanos) são corpos
Massivo ou Maciço, Stockwerks ou Stockworks, Amas, Run, epigenéticos de faces mais ou menos paralelas e de fraca
Filão ou Filoneano. Diz-se que um minério é espessura em relação às outras dimensões. Também
Bandado,acamadado ou em Camadas (Depósitos chamados de ―veios‖. A disposição do mineral-minério nos
Estratiformes – em forma de estratos) quando se corpos filoneanos (mineralização) pode se dá em faixas
apresentam como corpos tabulares onde a espessura é denominadas Colunas, ore shoots, bolsões ou bonanzas.
muito pequena em relação às outras duas dimensões do
A Faixa de contato entre o Filão e a encaixante
corpo. São do tipo singenético. Lentes ou Lenticulares são
(Eponte) geralmente é definida por uma litologia nova,
aqueles em forma de Bolsões ou elipsóide. produzida devido ao metamorfismo de contato e é
denominada de Salbanda.

Formas de Corpos Mineralizados (Disseminado,


Schilieren, Bandado, Acamadado, Estratiforme Lente ou
Lenticular). Os Stockwerks ou Stockworks são finos veios
interconectados. A forma de Amas é utilizada para designar
morfologia de difícil definição (formas caprichosas que não Filão e seus componentes
podem ser expressas por um modelo geométrico simples).
Os tipos Disseminados, Schilierens, Stockworks
O Run é uma forma alongada, semelhante a lentes, referem-se principalmente a forma como se apresenta o
mas que se apresentam sempre numa posição estratigráfica mineral-minério. O tipo Disseminado diz respeito ao

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comportamento do Mineral-Minério como pontuações
aleatórias (isotrópicas) ao longo da camada hospedeira
(minério). Podem formar tipos disseminados finos até
grosseiros (pórfiros – minério porfirítico). Neste mesmo
sentido é a forma em Schilieren (concentrações geralmente
de minerais máficos). Já o termo Massivo ou Maciço pode
se referir tanto ao mineral-minério formando massas, como
ao minério.

A classificação dos Depósitos Minerais que utiliza os


Processos Geológicos responsáveis pela formação da
anomalia podem ser agrupados, grosso modo, em dois
tipos:
O objetivo é sempre reunir a maior quantidade de
(i) Processos atuantes no interior da terra (Depósitos informações possíveis visando reduzir os riscos de retorno do
Magmáticos e Metamórficos) ou Processos Hipogênicos e; investimento e aumentando a certeza de sucesso. Ao fim de
cada etapa ou fase do Projeto Mineiro se avalia as
(ii) Processos geológicos atuantes na superfície da terra ou
informações obtidas e se toma decisões a respeito do
próximos a ela ou Processos Supergênicos
prosseguimento do Projeto bem como as revisões das
EM ANEXO CLASSIFICAÇÃO DE DEPÓSITOS MINERAIS estratégias e planejamentos da etapa seguinte. Essas
BASEADA NO PROCESSO FORMADOR informações vão sendo acumuladas a medida que o Projeto
avança e os riscos vão diminuindo.

Para ampliar os seus conhecimentos


acesse: www.uniorka.com.br-Portal do aluno.

Bom estudo!

Lavra De Mina I Risco e Fluxo de Caixa. A= Geração, B = Exploração,


Descoberta e Avaliação, C = Pré-desenvolvimento, D =
Desenvolvimento e
Neste Capítulo apresentaremos algumas técnicas e
E = Produção.
ferramentas para a seleção de ―alvos‖ para estudo,
descoberta e desenvolvimento de Depósitos Minerais com Parâmetros de avaliação de jazidas
vistas à mineração. Grosso modo, são quatro as fases de
Leva em consideração, principalmente: a qualidade do
uma Mineração, a saber: (1ª) Geração, (2ª) Exploração, minério e seu mineral-minério e a quantidade do minério e
Descoberta e Avaliação, (3ª) Desenvolvimento (que pode do seu mineral-minério. A qualidade do minério depende
ser dividida em Pré-desenvolvimento e Desenvolvimento) e principalmente da sua composição mineral, teor de
componentes úteis, suas propriedades estruturais e físicas,
(4ª) Produção. Outros autores relacionam como estágios de se é passível de beneficiamento, etc. A composição mineral
um Projeto de Mineração o planejamento, compilação de determina o grau de aproveitamento do minério, tem
dados e pesquisa bibliográfica, reconhecimento, influência nos custos de beneficiamento e transformação
tecnológica.
identificação de alvos, testes dos alvos, desenvolvimento
dos estudos sobre o Depósito Mineral, Desenvolvimento da Em depósitos de metais coloridos (não ferrosos) e
Mina e, finalmente, a Mineração raros, a composição mineral decidirá não somente sobre a
eficiência do beneficiamento, mas também sobre a
rentabilidade de explotação da jazida. A qualidade do
minério dependerá também, além dos elementos úteis, da
composição mineral dos minerais acessórios e da rocha

Instituição de Ensino Charles Babbage | 73


encaixante, por serem extraídos simultaneamente. Isto terá visando adequar a Pesquisa Mineral a fase futura de
influência na eficiência e custos do processo de exploração.
beneficiamento bem como na tecnologia de transformação,
por ex: a qualidade de um minério com o mesmo teor de
O termo Desmonte de Rocha se refere a um conjunto
ferro dependerá do teor de SiO2 e CaO que são
de operações que visam o arranque do material rochoso, o
componentes da rocha encaixante.
qual pode ser efetuado por meios manuais, hidráulicos,
mecânicos e a explosivos ou combinando dois ou mais
As constituições estruturais e a granulometria dos
desses métodos. Os desmontes manuais são utilizados por
minerais também terão uma influência significativa nos
garimpeiros em serviços de exploração artesanal. Os
resultados do beneficiamento. No caso de estruturas com
desmontes hidráulicos e mecânicos são típicos de
granulação grosseira constituídas de grãos grandes e
Mineração a Céu Aberto, sendo o hidráulico mais
isolada, a eficiência do beneficiamento será maior e a
comumente utilizado por garimpeiros que utilizam bombas
qualidade do concentrado também. Para se beneficiar
para jatear água sob pressão em barrancos para efetuar o
minérios de granulometrias finas é necessária a sua
arranque de material. O Mecânico utiliza máquinas (retro-
cominuição até a granulometria de liberação, o que elevará
escavadeiras por exemplo) para desmontar materiais
os custos de beneficiamento bem como as estruturas de
brandos (de fácil desagregação). Já o desmonte a explosivo
granulometrias finas provoca grandes perdas de minério por
é o mais amplamente utilizado por empresas de mineração
ocasião do beneficiamento.
que trabalham com rochas duras e será mencionado mais
Durante a análise da qualidade do minério, tarde neste Livro. O Avanço é a medida linear da Frente de
principalmente referente a componentes úteis, consideram- Lavra (ou Desenvolvimento) entre dois Desmontes
se os parâmetros de teor crítico do componente útil e de teor consecutivos. O conjunto de processos utilizados para a
limite do componente útil. remoção da substância útil contida numa Jazida Mineral é
denominado de Operação de Lavra, ainda que estejam
sendo realizado na fase de Pesquisa Mineral.

onde: Lavra a Céu Aberto

- c T - é o teor crítico expresso em % Mineração a Céu Aberto ou ―Open Pit‖ são escavações

- E - representa o somatório dos custos de extração e realizadas para a exploração do minério ao ar livre. Os
beneficiamento de uma tonelada de Serviços Mineiros a Céu Aberto são desenvolvidos segundo
método de bancadas em cava ou encostas dependendo das
minério, mais as despesas unitárias de administração e
comercialização condições topográficas do terreno, onde a profundidade
máxima da cava dependerá diretamente do teor e da relação
- P - expressa o preço de venda de uma tonelada de
estéril/ minério, como também, as dimensões das
concentrado obtido
plataformas de trabalho dependerão da produção e da
conveniência dos equipamentos.
Serviços Mineiros
As principais etapas para se executar a lavra a céu
Serviços Mineiros podem ser a Céu Aberto ou aberto são:
Subterrâneo dependendo da localização, forma do Depósito
Mineral, segurança e economicidade. Às vezes a •Desmatamento – retirado de espécies vegetais de pequeno

abordagem direta pode ser suficiente através de porte para posterior armazenamento;

afloramento, trincheira, decapeamento do estéril


•Destocamento – retirado de árvores de grande porte para
sobrejacente ou de poços de pesquisa. Grosso modo se
diversas utilizações. Ex. móveis construção de casas,
considera duas fases distintas na produção de minério:
replantio, celulose, etc.
Desenvolvimento e Lavra Propriamente dita. A primeira visa
preparar os blocos de reservas para serem lavrados na fase Decapeamento – retirada da camada fértil de solo rica em
subseqüente. Nos Serviços Mineiros de Pesquisa Mineral se húmus para armazenamento posterior junto com as etapas
anteriores, para reutilização futura na recomposição do sítio
leva em conta a melhor forma de Avaliar o Minério (e o
minerado;
mineral-minério) e, se já existir informações suficientes, se
leva em consideração também a Metodologia de Lavra que Extração do mineral por meio dos métodos citados
anteriormente;
será empregada na fase subseqüente de Exploração,
diversas;

Instituição de Ensino Charles Babbage | 74


•Recuperação Ambiental da área minerada de acordo com escombros e terras de cobertura, área e forma a ocupar por
um plano pré-determinado. estes.

Nas explorações a céu aberto a dimensão das Elementos de uma Bancada – Método de Lavra em
Bancadas (ou degraus) deve garantir a execução das Degraus.
manobras com segurança, obedecendo às seguintes
condições:
Para a Pesquisa Mineral de Rochas Ornamentais o
 A altura dos degraus não deve ultrapassar 15 m, mas na enfoque é peculiar. A Lavra é por um ou vários dos
configuração final, antes de se iniciarem os trabalhos de seguintes métodos: Lavra de matacões, Lavra por
recuperação paisagística, esta não deve ultrapassar os 10 desabamento, Lavra em tiras (ou Strip Mining), Lavra em
m; bancadas horizontais sucessivas, Métodos mistos a céu

 Na base de cada degrau deve existir um patamar, com, aberto. Alguns desses métodos são utilizados para outros

pelo menos, 2 m de largura, para permitir, com segurança, a tipos de Avaliação que não o de Rochas Ornamentais,

execução dos trabalhos e a circulação dos trabalhadores, como, por exemplo: (Strip Mining).

não podendo na configuração final esta largura ser inferior a


3 m, tendo em vista os trabalhos de recuperação;
Os trabalhos de arranque num degrau só devem ser
retomados depois de retirados os escombros provenientes
do arranque anterior, de forma a deixar limpos os pisos que
os servem;

 Relação entre o porte da máquina de carregamento e a


altura da frente não inferior a 1.

A maioria das explorações a céu aberto é realizada por


degraus (Bancadas). No seu planejamento é necessário
considerar os seguintes elementos, segundo a Legislação
Mineral em vigor: altura das frentes de desmonte (degraus);
largura das bases dos degraus, diagramas de fogo (caso
existam), situação das máquinas de desmonte em relação à
frente e as condições da sua deslocação; condições de
Elementos de uma Bancada individual – Método de
circulação das máquinas de carregamento; perfuração e Lavra por Degraus. (a) em três dimensões e (b) em perfil.
transporte; condições de circulação dos trabalhadores;
configuração da escavação durante os trabalhos e no final
dos mesmos, devendo-se ter em conta a estabilidade das A furação para colocação de explosivos é realizada na

frentes e taludes e local de deposição de eventuais Praça segundo um Plano de Fogo pré estabelecido pela
engenharia. A cada desmonte deve ser procedida uma

Instituição de Ensino Charles Babbage | 75


atualização da topografia e da Geologia (mapeamento extraída toda de uma vez. O método permite o re-aterro e a
geológico e amostragens) para, entre outras razões, se recuperação da parte escavada, utilizando o material de
obter uma medição do Avanço, quantidade de material capeamento, imediatamente após a extração, otimizando a
desmontado, cálculo da relação minério / estéril, prosseguir operação sob o aspecto de impacto ambiental. Minas a céu
com a geometrização da Jazida, controle de qualidade do aberto de onde se extrai material de construção são muitas
minério lavrado etc. vezes chamados de pedreiras. Há diferencas entre as minas
a céu aberto, as pedreiras, as borrows, os aluviões, e as
strip mines.

As atualizações topográficas e geológicas


acompanham os trabalhos de Mineração até a exaustão da
Jazida Mineral. Durante a fase de Lavra, esses trabalhos
devem ser rápidos para não atrapalhar a produção, de
preferência, concomitantemente aos trabalhos de Lavra.
Assim, a Geologia recebe Mapas pré-concebidos da frente
de lavra onde serão plotadas as feições geológicas
(litologias, parâmetros de atitude etc). Uma série desses
mapas superpostos ilustra a configuração tri-dimensional do
Nomenclaturas utilizadas em Planos de Fogo Depósito.
(Desmonte a Explosivo) e no carregamento do furo com
explosivos. α = Inclinação do Furo; T = Tampão; Correntemente a Geometrização da Jazida, os Mapas

CC = Carga de Coluna; CF = Carga de Fundo; H = Altura da Topográficos e Geológicos de atualização, os serviços de


Bancada; engenharia, as informações de sondagens, etc, são tratadas
em softwares como o Data Mine, Surpac, Vulcan, Gemcom,
H1 = Comprimento do Furo; E = Espaçamento; V =
Afastamento; Sp = etc., sendo uma poderosíssima ferramenta para o
planejamento da mina e o acompanhamento e controle da
Subperfuração. = (O)―Boca‖ (collar) do Furo para colocação
Mineração.
de explosivos

Operações Unitárias de Lavra à Céu Aberto

Existem diversos métodos e equipamentos para


realização das operações unitárias necessárias à extração
dos diversos minerais de interesse econômico sendo as
principais atividades extrativas em superfície as seguintes:

- Mineração de minérios metálicos (―open pit‖)

- Mineração de carvão (corte e aterro, ―countor mining‖,


―continuos miners‖)

- Mineração de brita e minerais industriais (―open pit‖)

- Mineração de aluviões (desmonte hidráulico, dragagem)

- Mineração de rochas ornamentais

O ciclo de operações unitárias básicas, presentes na


Componentes principais de um Jumbo de furação de maioria das minerações à céu aberto é o seguinte:
bancada (Adaptado de Tamrock, 1984 www. Descobertura => perfuração => carga e detonação =>
machinerytrader.com.br) carregamento => transporte.

Essas operações ocorrem concomitantemente, com


exceção da detonação, que exige a retirada do pessoal e
Lavra em tiras – strip mining que se aplica no caso da
maquinário da área a ser desmontada por razões de
extração de uma camada mineralizada cuja espessura é segurança.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 76


Perfuração: A perfuração das rochas dentro do campo dos sistema de perfuração desse tipo são: a perfuratriz que é a
desmontes é a primeira operação que se realiza e tem como fonte de energia mecânica, a haste que é o meio de
finalidade abrir uns furos, com a distribuição e geometria transmissão de energia, a broca que exerce sobre a rocha a
adequada dentro dos maciços, para alojar as cargas de dita energia e o fluido que efetua a limpeza e a evacuação
explosivos e seus acessórios iniciadores. dos detritos produzidos

Os sistemas de perfuração da rocha que tem sido Os diferentes métodos mais utilizados de perfuração de
desenvolvidos e classificados por ordem de aplicação são: rochas se classificam em:

- Perfuração a percussão

a) MECÂNICOS - Perfuração rotativa

- Perfuração térmica

A seleção de perfuratrizes se faz segundo a


perfurabilidade da rocha, que se mede pelo avanço em
mm/min ou min/m. As perfuração percussiva e rotativa são
competitivas em rochas com dureza mediana até dura.
b) TÉRMICOS
Perfuração percussiva:

Utiliza 3 tipos principais de brocas:

- broca em cruz com 4 pastilhas de carbureto de tungstênio,

- broca tipo cinzel com uma pastilha de carbureto de


tungstênio, e

- broca de percussão tipo ―botton‖ com cilindros de carbureto


c) HIDRÁULICOS de tungstênio.

Para seleção do equipamento de perfuração


percussiva deve-se considerar os seguintes fatores: tipo de

d) SÔNICOS rocha (dureza e abrasividade), tamanho e profundidade dos


furos, forma do terreno, volume da produção e custo do
equipamento. Além disso, o equipamento de perfuração está

e) QUÍMICOS diretamente relacionado com o tamanho do britador e do


equipamento de carregamento.

Perfuração rotativa: A perfuração rotativa é o método de


perfuração mais universal. Pode ser utilizada em material
f) ELÉTRICOS
muito brando, com a utilização de brocas cortantes, e em
rochas de dureza média a até muito duras, com a utilização
de brocas rotativas. As carretas de perfuração para rochas
brandas podem perfurar de 250 a 360 m por turno de 8 h.
g) SÍSMICOS
A limpeza dos furos é realizada através da circulação
de ar. A limpeza com água é empregada unicamente
NUCLEARES quando a afluência de água no furo é demasiado grande. A
penetração de brocas em formações duras com granito,
ferro duro e taconito varia de 5 a 9 m/h. Rochas de dureza
média podem ser perfuradas com velocidades da ordem de
Na mineração e obras públicas os métodos mecânicos 9 a 24 m/h. A perfuração de rochas brandas é muito rápida,
são os mais utilizados. As componentes principais de um
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de 30 a 90 m/h e com freqüência é limitada mais pela a) Perfuração De Bancos: Esse é o melhor método para o
capacidade da máquina de evacuar os detritos de desmonte de rocha já que se dispõe de uma face livre para
perfuração do que pela penetração do trépano. a saída e projeção do material e permite uma sistematização
dos trabalhos. Se utiliza tanto em projetos a céu aberto e
subterrâneos com furos verticais ou inclinados, geralmente,

Perfuração térmica: O método consiste em obter o orifício e também horizontais, em alguns casos pouco freqüentes,

por esquentamento rápido da rocha a alta temperatura pelo


b) Perfuração De Produção: Esta terminologia se utiliza
efeito de uma chama de gás de alta velocidade. O aumento
nas explotações mineiras, fundamentalmente subterrâneas,
brusco e rápido da temperatura causa uma quebra contínua
para aqueles trabalhos de extração do mineral. Os
da rocha por ação do trincamento, sendo desprezível a
equipamentos e os métodos variam segundo os sistemas de
fusão da rocha. O método só é econômico para furos de 6 a
explotação.
10‖ em rochas onde as perfuratrizes convencionais não dão
resultados eficientes. A eficiência dessas perfuratrizes c) Perfuração De Chaminés: Em muitos projetos
depende sobretudo da capacidade da rocha de trincar-se. subterrâneos de mineração e obra pública é preciso abrir
Resultados particularmente bons foram obtidos na chaminés. Bem que existe uma tendência pela aplicação do
perfuração de taconitos. método Raise Boring, ainda hoje se utiliza o método de furos
longos e outros sistemas especiais de perfuração
Na seleção de perfuratrizes os fatores mais
combinadas com o desmonte.
importantes são:
d) Perfuração De Rochas Com Capeamento: A perfuração
- dureza do terreno, que determina o tipo de método de
dos maciços rochosos sobre os quais existem capeamentos
perfuração e ―bit‖,
obrigam a utilização de métodos especiais de perfuração
com tubulações.
- tonelagem diária da mina, que afeta o tamanho e consumo
de energia.
e) Reforço Das Rochas: Em muitas obras subterrâneas e
algumas a céu aberto é necessário realizar o reforço das
rochas, mediante ao uso de tirantes, cavilhas split set, cintas
Tipologia Dos Trabalhos De Perfuração
metálicas, redes metálicas, etc., sendo a perfuração a fase
Dentro da ampla variedade dos trabalhos de prévia em tais trabalhos.
escavação com explosivos, se tem desenvolvido um grande
Outros critérios que intervém na seleção dos
número de equipamentos que dão lugar a um dos
equipamentos de perfuração são: econômicos, desenho
procedimentos de perfuração, que são:
mecânico, manutenção e serviço, capacidade operativa,
a) Perfuração Manual: Se leva a cabo com equipamentos adaptação aos equipamentos de explotação e as condições
ligeiros, manuseados à mão pelos operadores. Se utiliza em da área de trabalho (acessibilidade, tipo de rocha, fontes de
trabalhos de pequena envergadura onde por causa das energia, etc.)
dimensões não é possível utilizar outros equipamentos ou
Carregamento: Em mineração à céu aberto utilizam-se
não é justificado economicamente seu emprego.
amplamente as escavadoras de uma caçamba e de
caçambas múltiplas. Dentro das escavadoras de caçamba
b) Perfuração Mecanizada: Os equipamentos de única predominam as pás carregadeiras.
perfuração são montados sobre umas estruturas, do tipo
As escavadoras de uma caçamba são utilizadas em
mecânico, com os quais o operador consegue controlar os
diversas situações mineiras e com qualquer dureza de
parâmetros da perfuração. Estas estruturas ou chassis
rocha. As rochas brandas são escavadas por ―shovel‖, pás
podem ser montados sobre pneumáticos ou esteiras e
carregadeiras ou ―dragline‖ sem o emprego de explosivo. As
serem automotrizes.
rochas duras são obrigatoriamente fragmentadas com
Por outro lado, os tipos de trabalho, tanto em obras de explosivos antes de seu carregamento.
superfície como subterrâneas, podem classificar-se nos
seguintes:

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A escavabilidade do solo é da maior importância na verdadeira revolução, pois este preparado oferecia um poder
seleção do equipamento de carregamento. Isso depende de de explosão muitas vezes maior que o da pólvora. Tinha
vários fatores tais como a dureza do solo intacto, resistência porém um inconveniente: era muito perigoso quando
mecânica, propriedades abrasivas dos minerais submetido a movimentos bruscos ou atrito, fato que limitava
constituintes, densidade ―in situ‖ e empolado, grau de as condições de segurança em seu manuseio. Alguns anos
preparação do solo, fragmentação, etc. Para a determinação mais tarde, em 1863, o sueco Alfred Nobel superou este
da escavabilidade se pode recorrer ao exame de inconveniente adicionando Kieselguhr à Nitroglicerina,
escavações similares nas vizinhanças, estudo do produzindo desta forma a dinamite: explosivo potente que
comportamento do solo escavado em poços de pesquisa ou oferecia ao mesmo tempo boas condições de segurança.
ensaios sobre amostras de perfurações e estudos de
A casualidade por outro lado, em 1923, na cidade
sismologia de refração.
alemã de Oppau, deu existência industrial a outro membro
Transporte: Na mineração à céu aberto os meios de da família dos explosivos, quando ao tentar-se dinamitar um
transporte pertencem quase que totalmente aos ramos nitrato de amônio que havia empedrado pela ação da
convencionais: rodoviário, ferroviário e hidroviário. Podem umidade, provocou-se enorme explosão, destruindo parte da
também ser utilizados transportes não convencionais como cidade.
oleodutos, gasodutos, minerodutos e correias
De outro acidente nasceu o ANFO (Amonium Nitrate
transportadoras.
and Fuel Oil), mistura de nitrato de amônio e óleo diesel,
A seleção do tipo de transporte é determinada por 3 quando o choque de dois navios, carregando os dois
fatores básicos: produtos acima, resultou em incêndio seguido de violenta
explosão que arrasou o Porto de Texas.
1. características do jazimento,
A partir destes acidentes e das experiências que os
2. tamanho da explotação, e
sucederam consolidou-se o uso do Nitrato de amônio como

3. intensidade de condução dos trabalhos. material explosivo e, com tal intensidade que, atualmente,
tem sido o componente básico de todo explosivo industrial.
As caraterísticas do jazimento determinam o
Conceituação
método de acesso e sistema de explotação,comprimento
das vias de transporte, inclinações, etc. O tamanho da Explosivos industriais são substâncias ou misturas
produção determina a capacidade necessária dos meios de de substâncias que, quando excitadas por algum agente
transporte. Os principais tipos de transporte à céu externo, são capazes de decompor-se quimicamente
aberto são: gerando considerável volume de gases a altas temperaturas.
Estas reações de decomposição podem ser iniciadas por
- ferroviário,
agentes mecânicos (pressão, atrito, vibração, impacto, etc)

- rodoviário, e ou ainda pela ação de outro explosivo (espoletas, boosters


ou outros iniciadores.
- correias transportadoras.
A conceituação moderna de explosivos industriais
Explosivos sugere ainda que na sua fabricação sejam utilizados

A pólvora foi, sem dúvida, o primeiro passo para o componentes que isoladamente não são substâncias

desenvolvimento de quase uma centena de produtos, hoje explosivas, de forma a garantir completa segurança no

em dia, conhecidos como explosivos. Inicialmente utilizada trabalho dentro das fábricas. È o caso da moderna lama

pelos chineses como pirotécnico passou com algumas explosiva (Slurry) que é fabricada no próprio local de

modificações a propelente de projéteis e armamentos em consumo, e bombeada para dentro dos furos na rocha.

geral. Somente alguns segundos após o lançamento da mistura


dentro do furo, tempo necessário para a complementação da
O segundo passo foi dado em 1847 com a descoberta reação química, é que o produto torna-se uma substância
da Nitroglicerina pelo italiano Ascânio Sobrero. Foi uma explosiva

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No setor mineiro, os explosivos visam, principalmente, industrialmente são: azida de chumbo, estifinato de chumbo,
desmontar rochas e minérios para diversas finalidades, fulminato de chumbo, fulminato de mercúrio nitropenta.
desde que tal operação não possa ser realizada por outros
Explosivos Secundários: são os explosivos propriamente
métodos mais baratos. No caso mineiro, o desmonte é
ditos ou explosivos de ruptura. São tão potentes quanto os
conseguido pela introdução de cargas explosivas no interior
explosivos primários, porém por serem mais estáveis
das rochas, através de furos ou câmaras abertas
necessitam de uma maior quantidade de energia para iniciar
especialmente para este propósito, e, em seguida,
o processo de detonação, energia esta geralmente fornecida
explodidos. O desmonte de rochas, com o uso de
pela ação direta da detonação de um explosivo primário. É o
explosivos, envolve conhecimentos das propriedades dos
caso das dinamites, gelatinas, ANFO, lamas, etc.
explosivos e das propriedades mecânicas das rochas a
serem desmontadas. Lembramos aqui, que a estrutura da Quanto ao desempenho
rocha tem relevante papel nas condições de desmonte e
Quanto ao desempenho oferecido os explosivos podem
fragmentação, como por exemplo: juntas, aleitamento,
ser classificados como deflagrantes ou detonantes.
fraturas, alterações e outros.
Explosivos Deflagrantes: são aqueles que se decompõem
A fragmentação da rocha é função, em grande parte, através de uma reação de deflagração acima explicada. São
da quantidade de gases formados durante a explosão, bem também denominados baixo explosivo.

como de sua energia e pressão. Furos destinados à Explosivos Detonantes: decompõem-se pela reação de
explosão deverão ser projetados levando-se em detonação e apresentam grande capacidade de trabalho
consideração todos os fatores acima expostos. pelo que são também conhecidos como explosivos de
ruptura. São os explosivos industriais propriamente ditos e
Para ―fogos‖ de grande porte, serão necessários
que serão abordados diretamente.
ensaios preliminares, afim de que se possam traçar curvas
que relacionam os parâmetros de fragmentação. As Quanto à velocidade: Quanto à velocidade de detonação
vibrações, originárias das explosões, podem perturbar ou os explosivos industriais podem ser classificados com de
causar danos às adjacências do centro de explosão, como baixa velocidade ou de alta velocidade. Podemos considerar
casas, equipamentos, etc. O projetista não deve esquecer como explosivos de baixa velocidade todo aquele que
esta possibilidade, antes de iniciar as operações de detonar com até 3000 m/s e de alta velocidade todo aquele
desmonte. que superar o valor anterior.

Classificação Dos Explosivos Quanto à expansão gasosa: Os explosivos industriais em

Os explosivos industriais em função de suas função de suas características químicas desenvolvem maior

características físicas e químicas podem ser classificados de ou menor quantidade de gases na detonação. Podemos

diversas formas, sendo no nosso entender as mais considerar como de baixa expansão gasosa todo aquele que

importantes as que apresentamos abaixo. desenvolver até 800 litros / Kg de gases na detonação e de
alta expansão gasosa aquele que superar o valor anterior.
Quanto à aplicação
Quanto aos gases tóxicos: Quanto aos gases tóxicos
Os explosivos quanto a sua aplicação podem ser desenvolvidos na reação química os explosivos industriais
classificados como primários ou iniciadores e secundários são classificados em três categorias:
ou de ruptura.
- categoria A: até 30 l / Kg de gases tóxicos;
Explosivos Primários: são aqueles que pelo fato de
- categoria B: de 30 l /Kg até 60 l / Kg;
oferecerem uma maior facilidade à decomposição, quando
excitados por um dos mencionados agentes externos, são - categoria C: mais de 60 l / Kg
utilizados como iniciadores de cargas maiores de explosivos
- Quanto à sensibilidade à iniciação
secundários. São todos aqueles materiais utilizados nos
processos de iniciação dos explosivos propriamente ditos: Os explosivos detonantes em função de sua

espoletas, cordel detonante, boosters, etc. Os mais usados estabilidade química podem ser mais ou menos sensíveis a
iniciação do explosivo primário. Na prática dizemos ser ele
Instituição de Ensino Charles Babbage | 80
sensível a um determinado tipo de iniciador ou seja: empregados para conceituar esse conjunto de operações. O
espoleta simples n.º 6, espoleta simples n.º 8, cordel conjunto de operações realizadas no processamento de uma
detonante, booster, etc. matéria prima mineral inclui, dentre outras:

Quanto á sensibilidade à propagação: Também Fragmentação: Redução do tamanho de blocos e/ou


conhecida como teste de ―Air Gap‖, esta classificação indica partículas.
a maior distância longitudinal entre dois cartuchos em que
Separação por tamanho: Colocação dos materiais dentro
ainda ocorre a propagação da detonação do primeiro para o
de uma faixa adequada de tamanho.
segundo.

Concentração: separação de espécies mineralógicas de


Quanto à resistência à água: Quanto à resistência à água
valor econômicos das demais.
os explosivos industriais podem ser classificados como com:

Separação Sólido/liquido: Recuperação da água utilizada


Nenhuma
nas operações e disposição de rejeito.
Boa: não perdem sua sensibilidade mesmo quando
Outras Operações Auxiliares: Manuseio, transporte,
submersos por um período de até 24 horas em condições de
amostragem e estocagem de minérios. As aplicações
pressão hidrostática de 3 atmosfera.
industriais do tratamento de minérios devem estar dispostas
Ótima: desenvolvem seu trabalho normal dentro de um de forma conjunta, arranjadas sequencialmente de modo a
intervalo de 72 horas de submersão nas mesmas condições maximizar a recuperação dos minerais úteis contidos no
de pressão acima.
minério e adequar os produtos obtidos aos seus usuários.

Mineral: È uma substância sólida, natural, inorgânica, que


possui composição química definida e arranjo atômico
ordenado. Ex: Quartzo (SiO2) e Hematita (Fe2O3).

Para ampliar os seus conhecimentos É importante esclarecer que o carvão mineral


acesse: www.uniorka.com.br-Portal do aluno.
encontrado na crosta terrestre não é um mineral (apesar da
Bom estudo! denominação carvão mineral), pois essa substancia é de
origem orgânica. Da mesma forma, os rubis sintéticos não
são se enquadram no conceito pelo fato de serem produtos
artificiais.
Tratamento De Minérios
Mineral Minério: É a espécie mineral da qual se pode
extrair economicamente, uma ou mais substancias úteis,
A mineração é uma atividade que é e continuará sendo
sejam metais, elementos ou compostos químicos.
a principal provedora de materiais para a humanidade. Os
desafios técnicos, sociais e ambientais que se colocam para Exemplo:
a indústria mineral, em nível mundial requerem o
Blenda: (ZnS) – da qual se extrai economicamente o zinco;
aperfeiçoamento e o continuo desenvolvimento de novos
métodos de mineração e de processamento de minerais que Hematita: (Fe2O3) – da qual se extrai economicamente o
permitam minimizar os impactos ao meio ambiente e, ao ferro;
mesmo tempo, fornecer os recursos necessários para a
economia. Galena: (PbS) – da qual se extrai economicamente o
chumbo;
O tratamento de minério pode ser conceituado como o
conjunto de operações básicas que são realizadas em uma Apatita: (PO4)3Ca5F – da qual se extrai economicamente o
matéria prima mineral (minério bruto) com o objetivo de se P2O5;
obter sua adequação, ou seja, produtos comercializáveis. A
Garnierita: (Ni, Mg)O.SiO2.H2O+(Fe2O3) – da qual se
terminologia técnica inclui diversos termos que podem ser
extrai economicamente o Níquel.
Instituição de Ensino Charles Babbage | 81
Ganga: São os minerais inúteis ou de valor secundário, que Beneficiamento conveniente: Quando o minério
ocorrem associados ao mineral-minério. As gangas podem beneficiado apresenta um maior lucro.

ser metálicas ou não metálicas.Considerando a associação


mineral: Ouro, pirita e Quartzo.Para fixação dos conceitos,
Campo de Ação do Beneficiamento:
tem-se: Ouro como mineral-minério (mineral nativo);Pirita
como ganga metálica (FeS2) e Quartzo como ganga não • Eliminação das espécies químicas não desejáveis,
metálica (SiO2). obtendo-se um produto mais rico denominado concentrado.

• Eliminação das partículas de tamanho inconveniente,


Minério: É a associação de mineral-minério e ganga, da
obtendo-se um produto mais selecionado.
qual podemos extrair economicamente, pelos processos
tecnológicos atuais, uma ou mais de uma substancia útil,
sejam metais (minérios metálicos), sejam elementos ou Estágios do Beneficiamento:
compostos químicos (minérios não metálicos ou minérios
a) Sob o ponto de vista físico:
químicos).
• Redução de tamanhos;
Minério Industrial: É o mineral utilizado tal como se
• Separação das partículas de características físicas
encontra na natureza (não se extrai do mesmo nenhuma
diferentes.
substancia útil).

Exemplo:
b) Sob o ponto de vista químico:
 Quartzo (utilizado na indústria de ótica, fundição elemento
• Liberação das partículas de diferentes composições
de liga e na industria eletrônica); químicas;
 Topázio (Utilizado como gema);
• Separação das partículas de diferentes composições
 Asbesto (Utilizado como isolante térmico). químicas;

Obs:

Beneficiamento dos Minerais - Liberar quer dizer: desunir, tornar livres os minerais de uma
associação mineral.

- Separar quer dizer: Isolar, afastar uma espécie mineral de


É o processamento dos minerais brutos, para a
outra.
obtenção de produtos de diferentes valores, sem alterar a
identidade física e química dos mesmos. Compreende Para se conseguir a liberação, tem que haver
aquelas operações que se aplicam aos bens minerais para fragmentação ou cominuição (redução de tamanho) da
modificar as suas condições de composição ou de forma, associação mineral (exceto para os casos em queocorre a
exigidas ou convenientes ao seu uso ou aplicações.É liberação natural; minerais de aluvião, por exemplo). Para se
oportuno salientar que o beneficiamento se diferencia, por conseguir a separação das espécies minerais, necessita-se
exemplo, dos processamentos hidrometalurgicos (em que se liberar esses minerais.
tem tratamentos químicos para se conseguir produtos aptos
Problema Geral do Beneficiamento: É o de separar as
à metalurgia, como é o caso da produção de alumina a partir
partículas minerais de um minério em função da
das bauxitas impuras) ou mesmo dos processamentos
espécie.Separa as espécies minerais úteis (minerais-
hidrometalurgicos (em que tratam minérios brutos:
minério) das espécies minerais inúteis
Pelotização, calcinação,sinterização, etc.).
(gangas).Considerando uma associação mineral constituída
de espécies minerais úteis e inúteis (ganga). Sendo
submetida ao beneficiamento (operações de fragmentação e
Tipos de beneficiamentos
separação), tem-se:
Beneficiamento necessário: Quando o minério não pode
ser aproveitado tal como se encontra. Solução Ideal:

Instituição de Ensino Charles Babbage | 82


• Concentrado ideal – produto constituído somente de Cominuição ou Fragmentação: A cominuição, ou
partículas úteis; redução de tamanho, é uma etapa importante no
processamento da maioria dos minerais, visando:
• Rejeito ideal – produto constituído somente de partículas
•Produção de partículas com tamanho e formato pré
inúteis (ganga). requeridos;

Solução Real: •Liberação dos minerais úteis passíveis de concentração;

•Incrementação da superfície específica, habilitando para


• Concentrado real – produto constituído predominantemente
processos químicos subseqüentes. Os processos de
de partículas úteis (partículas úteis contaminadas com cominuição são basicamente divididos em 2 classes
partículas de ganga); distintas: britagem (cominuição inicial) e moagem
(cominuição final).
• Rejeito real – produto constituído predominantemente de
Britagem: O termo britagem se aplica quando a redução de
partículas de ganga (partículas de ganga com presença de
tamanho envolvida visa a obtenção de produtos com
úteis);
granulometria superior a 10 milímetros. A britagem se

• As vezes obtém-se um produto de valor intermediário: desenvolve em estágios subseqüentes denominados

misto ou médio britagem primária, secundária, terciária e eventualmente


quaternária. Em cada estágio obtém-se uma determinada
relação de redução, definida pelo quociente da dimensão da
alimentação pela dimensão do produto. A relação ideal é a
Propriedades dos Minerais Utilizadas no Beneficiamento
de 4 para 1. Os mecanismos envolvidos compreendem
basicamente impacto, compressão e cisalhamento. Os
equipamentos tradicionalmente utilizados são os britadores
a) Propriedades Físicas giratórios, de mandíbulas, cônicos, de rolos e de impacto
(horizontal e vertical).
• Cor e brilho: cata ou catação manual, seleção automática;

Moagem: O termo moagem se aplica quando a redução de


• Densidade: concentração gravimétrica ou gravítica;
tamanho envolvida visa a obtenção de produtos com
• Susceptibilidade magnética: concentração magnética; granulometria inferior a 10 milímetros. A moagem também
se desenvolve em estágios subseqüentes, considerando-se
• Condutividade elétrica: concentração eletrostática; as relações de redução pertinentes. Os mecanismos
envolvidos compreendem basicamente impacto,
• Tamanho, Forma, Densidade: Peneira, classificação.
compressão e cisalhamento. Os equipamentos mais usados
são os moinhos tubulares rotativos (bolas e barras),
vibratórios, de rolos e de impacto.
b) Propriedades Físico - Químicas de Superfícies:
Graduação (Classificação por Tamanho): Visa á
• Tensão supeficial: Flotação
separação das partículas minerais por ordem de tamanho. É
realizada por peneiramento industrial ou por classificação.
• Molhabilidade: Flotação

Peneiramento Industrial: separa as partículas por


• Adsorção: Flotação
ordem de tamanho. Baseia-se no princípio de que as
È necessário haver, entre as espécies minerais de uma partículas com diâmetro maior que a abertura de uma
associação mineral,uma propriedade diferenciadora, para peneira (por exemplo), nela ficam retidas, e as partículas de
ocorrer a separação das mesmas. diâmetro menor que a abertura da peneira, a atravessam.
Os aparelhos utilizados são as peneiras, grelhas, crivos, etc.
e os produtos over size (partículas retidas) e under size
Operações Unitárias (ou fases Operatórias) do (partículas passantes).
Beneficiamento

Instituição de Ensino Charles Babbage | 83


Classificação: Separa as partículas por ordem de tamanho, sua grande versatilidade e seletividade. Permite a obtenção
forma e densidade. Baseia-se no principio de que as de concentrados com elevados teores e expressivas
partículas de diferentes diâmetros e forma possuem recuperações. E aplicado tanto no beneficiamento de
diferentes velocidades de sedimentação em um meio fluido. minérios com baixo teor, quanto nos que exigem moagem
Os aparelhos utilizados são os classificadores no qual fina para se atingir a liberação desejada. O processo se
citamos: o Espiral de Akins e os Ciclones e hidrociclones. Os baseia no comportamento físico-químico das superfícies das
produtos são denominados Overflow (partículas flutuantes) e partículas minerais presentes numa suspensão aquosa. A
Underflow (partículas que afundam). utilização de reagentes específicos, denominados coletores,
depressores e modificadores, permite a recuperação seletiva
Concentração: Visa ao aumento relativo dos minerais
dos minerais de interesse por adsorção em bolhas de ar. Os
inúteis, baseando-se na diferença de propriedades físicas ou
equipamentos tradicionalmente adotados se dividem em 2
físico-químicas de superfície entre as espécies minerais a
classes,mecânicos e pneumáticos, dependendo do
serem separadas. Os aparelhos utilizados são os
dispositivo utilizado para efetivar a separação. A flotação é
concentradores e os produtos são denominados
adotada na produção de areias quartzosas de elevada
concentrado sendo o produto de maior valor, rejeito sendo o
pureza, cloretos, feldspatos, fluorita, fosfatos, magnesita,
produto inútil e as vezes se obtém um produto de valor
sulfetos, talco, etc..
intermediário ou seja misto denominado middling.
A centrifugação: A centrifugação é a técnica de
Separação Gravimétrica: A concentração gravimétrica
desaguamento que se utiliza de um dispositivo rotativo que
foi a principal ferramenta do tratamento de minérios até o
induz uma sedimentação forçada sob a ação de uma
início do Século XX, quando ocorreu o advento da flotação.
aceleração significativamente elevada. As centrífugas são

Atualmente continua sendo um método importante, equipamentos caros, porém versáteis, podendo ser usadas

principalmente por apresentar bons resultados com baixo como classificadores, espessadores clarificadores e filtros.
No tratamento de minérios elas são utilizadas quando a
custo. E um processo que se baseia na diferença de
densidade existente entre os minerais presentes, utilizando- sedimentação gravitacional é insuficiente para promover a

se de um meio fluido (água ou ar) para efetivar a separação. separação departículas muito finas, ou quando se requer
baixos níveis de umidade no produto final. Classificam-se
Os equipamentos tradicionalmente utilizados são os jigues,
mesas vibratórias, espirais, cones e ―sluices‖. A separação em 2 tipos básicos: centrífugas espirais decantadoras e

gravimétrica é adotada na produção de ilmenita, zirconita, centrífugas de cesto vibratório.

monazita, cromita, cassiterita, etc...


A sedimentação: A sedimentação pode ser definida como a

Separação magnética: A propriedade determinante nesse técnica de desaguamento obtidaatravés da concentração de

processo é a suscetibilidade magnética. Baseado nesse partículas sólidas em suspensão num líquido por ação

fato, os minerais podem ser divididos em 3 grupos, de exclusiva da força da gravidade. As operações são divididas
em 2classes: espessamento e clarificação. O espessamento
acordo com o seu comportamento quando submetidos à um
campo magnético (natural ou induzido): visa uma concentração efetiva de sólidos e a clarificação a
remoção das partículas sólidas presentes numa suspensão
• Ferro magnéticos (forte atração). diluída. A utilização de reagentes específicos denominados
floculantes, favorecem sobremaneira as operações
• Paramagnéticos (média e fraca atração)
pertinentes. Os equipamentos usados compreendem

• Diamagnéticos (nenhuma atração). Os processos podem basicamente cones, espessadores e clarificadores

ser desenvolvidos via seca ou via úmida. Os equipamentos


Separação Sólido Líquido: Visa à eliminação da água que
mais utilizados são os tambores, correias, rolos, carrosséis e
acompanha o material sólido, para obtenção de um produto
filtros. A separação magnética é adotada na produção de
seco. Os processos envolvidos na separação sólido liquido
areias quartzosas, feldspatos, nefelina sienitos, etc..
compreende em espessamento, filtragem (ou filtração) e

Flotação: Atualmente, a flotação é o processo dominante no secagem.

tratamento de quase todos os tipos de minérios, devido à

Instituição de Ensino Charles Babbage | 84


Espessamento: É a primeira da eliminação da água. Redução das despesas metalúrgicas: Grande parte das
Consegue-se uma eliminação grosseira da água (como se impurezas é eliminada pelo beneficiamento, havendo, pois,
fosse uma decantação). Os aparelhos utilizados são os uma economia de combustíveis, de fundentes, de energia
tanques especiais denominados espessadores. Os produtos elétrica, etc., na obtenção do metal.
são chamados de Overflow (partículas flutuantes) e
Menores perdas de metal nas escórias: Na produção do
Underflow (partículas que afundam).
metal, há a produção da escória (produto constituído de
Filtragem:É a segunda etapa de eliminação de água. O impurezas eliminadas pela metalurgia). Essa escória sempre
produto ainda contém7 a 20 % de água. Os aparelhos possui certa porcentagem de metal. Evidentemente, se há
utilizados são os filtros e os produtos são chamados de menos impurezas a eliminar, há um menor volume de
filtrado, bolo ou torta (cake). escória no processamento metalúrgico e, portanto, menor
perda de metal direcionando para um maior resultado de
Secagem: É a ultima etapa de eliminação de água. O
redução ou metalização.
produto ainda contém de1 a 5% de água. Os aparelhos
utilizados são os fornos secadores e o produto é chamado
de produto seco.
Terminologia do Beneficiamento e/ou Tratamento
Mineral
Obs: Em se tratando de minérios a etapa de secagem já
marca uma transição entre o tratamento de minérios e/ou
beneficiamento e a metalurgia.
a)Usina (planta ou engenho): É qualquer instalação que se

Operações Auxiliares: São operações complementares às destina ao beneficiamento e/ou tratamento de minérios. Em
outras palavras, é a instalação que se destina ao
do beneficiamento e/ou tratamento mineral.
beneficiamento dos minerais.
Tem se:
b)Fluxograma: É uma representação esquemática que
Armazenamento: Na qual é feito em silos e proporciona
indica a seqüência das operações a que se submete o
uma reserva de material para possíveis paradas na lavra, no
minério ou associação mineral na usina, bem como os
transporte, no peneiramento, na moagem, etc.
aparelhos utilizados. O fluxograma pode ser qualitativo
(simplificado) ou quantitativo (detalhado).
Transporte: Na qual utiliza desde caminhões, até correias
transportadoras, bombas (para polpas), etc. Fluxograma qualitativo (simplificado): quando o
fluxograma representa a seqüência das operações e os
Amostragem e Pesagem: São necessárias para fins de
aparelhos, sem especificação do numero, bem como da
controle, como verificação do andamento dos processos
capacidade desses.
(concentração, por exemplo).

Exemplo:
Condicionamento: Possibilita a introdução de reagentes
adequados (nos condicionadores) para auxiliar na flotação Representação esquemática de um fluxograma qualitativo
dos minerais. (simplificado):

Justificativas Econômicas do Tratamento de Minérios


e\ou Beneficiamentos

A finalidade primordial do beneficiamento é a obtenção


do lucro através de:
Fluxograma quantitativo (Detalhado): Quando além da
Economia com transporte (frete): com a eliminação dos seqüência das operações e dos aparelhos, há referencia à
capacidade e numero desses, bem como outros detalhes:
produtos menos valiosos ou indesejáveis, transporta-se
somente aquele de maior valor.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 85


AP = US + OS = PB; Relação 2

Relação 1 = Relação 2
NA + OS = US + OS; NA = US

A nova alimentação do britador é igual ao produto


efetivo da peneira (under size).

d) Alimentação: È a quantidade de material que uma usina

Em Anexo Fluxograma Típico De Beneficiamento ou um determinado aparelho recebe para tratar.

Tipos de alimentação:
c) Circuito: É o caminho seguido pelo material dentro da
usina. Pode ser aberto ou fechado.
Alimentação global (Run of mine – ROM ou Run of
Circuito Aberto: É quando o material não é retratado, isto é quarry – ROQ): Material bruto que vem diretamente da mina
quando o material não sofre repetição de tratamento. Esse ou pedreira para ser tratado na usina.
circuito é usado quando não há necessidade de um controle
rigoroso da faixa granulométrica do produto.
Alimentação regulada: quando o material que chega ao
Representação esquemática de um circuito aberto:
aparelho possui velocidade de fluxo constante.

Alimentação não regulada: quando a velocidade é


intermitente.

Circuito Fechado: É quando apenas parte do material sofre Alimentação afogada: quando o material que chega ao
repetição de tratamento, ou seja, recircula. O material que aparelho vem em quantidade maior que a capacidade do
recircula é denominado carga circulante. Esse circuito é mesmo, havendo sobra de material.
usado quando há um controle rigoroso da faixa
Alimentação escalpelada: quando o material que chega ao
granulométrica do produto.
aparelho passa antes por uma classificação, não contendo
partículas abaixo de uma granulometria especificada.
Exemplo de circuito Fechado: Moinho/Classificador
Representação esquemática de um circuito fechado de
e)Teor: Refere-se ao conteúdo de um material útil em um
britagem/peneiramento: determinado produto, sendo geralmente expresso em % e
em peso. Define-se como teor a massa de um elemento ou
substância pura, referido à massa total em consideração. É
determinado em laboratório químico.

Ex: Alimentação com 1% de Cu e concentrado com 36% de


Cu.

Amostragem

Amostra - é uma quantidade representativa do todo


que se deseja amostrar. O método de retirada da amostra
deve garantir que ela seja representativa deste todo, no que
diz respeito à(s) característica(s) de interesse.

Incremento - é uma quantidade modular de material retirada


do todo que se deseja amostrar, para composição de uma

Nesse circuito tem-se: amostra.

AB = NA + OS = PB; Relação 1
Instituição de Ensino Charles Babbage | 86
Lote: é uma quantidade finita de material separada para fundamentalmente da massa da amostra e, em menor
uma utilização específica. instância, do material amostrado. É o erro que se comete
quando a amostragem é realizada em condições ideais;
Amostra primária ou global - é a quantidade de material
resultante da etapa de amostragem propriamente dita. Ea5 = erro de segregação, resultante da heterogeneidade de
distribuição localizada do material;
Amostra Final - é uma quantidade de material, resultante
das etapas de preparação da amostra primária, que possui Ea6 = erro de delimitação, resultante da eventual
massa e granulometria adequadas para a realização de configuração incorreta da delimitação da dimensão dos
ensaios (químicos, físicos, mineralógicos etc). incrementos; e

Amostragem - é uma sequência de estágios de preparação Ea7 = erro de extração, resultante da operação de tomada
(britagem, moagem, secagem, homogeneização, dos incrementos.
transferência etc) e estágios de amostragem propriamente
dita (redução da massa de material), ambos suscetíveis a
alteração do teor da característica de interesse e, portanto, à Erro de Preparação (Ep)
geração de erros de preparação e erros de amostragem.
O erro de preparação é o somatório de cinco erros
independentes, provenientes das operações de redução de
granulometria, homogeneização e quarteamento a que a
Do Erro Total de Amostragem (Ea ) - Segundo Pierre Gy
amostra primária é submetida.
O erro total de amostragem é o somatório do erro de
amostragem propriamente dita (Eap) e do erro de Ep = Ep1 +Ep2 +Ep3 +Ep4 +Ep5 ,
preparação da amostra primária (Ep), para obtenção da
onde:
amostra final.
Ep1 = perda de partículas pertencentes à amostra;
Ea = Eap +Ep
Ep2 = contaminação da amostra por material estranho;

Ep3 = alteração não intencional da característica de


Erro de Amostragem (Eap )
interesse a ser medida na amostra final;
O erro de amostragem propriamente dita é o somatório Ep4 = erros não intencionais do operador (como a mistura
de sete erros independentes, resultantes do processo de de sub-amostras provenientes de diferentes amostras); e
seleção da amostra primária, e provenientes, principalmente,
Ep5 = alteração intencional da característica de interesse a
da variabilidade do material que está sendo amostrado.
ser medida na amostra final.
Eap = Ea1 +Ea2 +Ea3 +Ea4 +Ea5 +Ea6 +Ea7 ,
Os erros Ea1 , Ea2 , Ea3 , Ea4 e Ea5 podem ser
onde: definidos quantitativamente. Suas médias e variâncias
podem ser estimadas a partir de resultados de experimentos
Ea1 = erro de ponderação, resultante da não uniformidade variográficos.
da densidade ou da vazão do material;
Os erros Ea6 , Ea7 e Ep não podem ser estimados
Ea2 = erro de integração - termo regional, resultante da experimentalmente. Todavia, é possível minimizá-los e, em
heterogeneidade de distribuição das partículas, a longo alguns casos, eliminá-los, evitando assim os erros
prazo, no material; sistemáticos indesejáveis.

Ea3 = erro de periodicidade, resultante de eventuais


variações periódicas da característica de interesse no
material; Ea4 = erro fundamental, resultante da Elaboração Do Plano De Amostragem
heterogeneidade de constituição do material. Depende

Instituição de Ensino Charles Babbage | 87


Antes de um material ser amostrado, faz-se necessário Por outro lado, se a ordem de retirada dos incrementos
definir as características principais do plano de amostragem, não tiver qualquer relacionamento com os ciclos de variação
tendo como base o objetivo da amostragem e o do parâmetro de interesse, então a amostragem sistemática
conhecimento anterior sobre o assunto. terá efeitos equivalentes à amostragem aleatória, podendo
ser usada sem restrições.
Características Principais de um Plano de Amostragem
A Precisão Requerida Em geral, quanto maior a precisão
requerida, maior o custo envolvido. Erros de amostragem e
Amostragem Estratificada
de análise existem sempre, devendo ser balanceados entre
si em relação ao valor intrínseco do material, bem como em
É uma extensão da amostragem sistemática,
relação ao custo proveniente da consequência dos erros. envolvendo a divisão do material em grupos distinguíveis
segundo características próprias. Esses são normalmente
O Método de Retirada da Amostra Primária A
amostrados proporcionalmente a seus pesos. Podem ser
experiência normalmente determina a técnica de retirada de
citados como exemplos: amostragem de material em
amostra. Entretanto, algum trabalho experimental pode ser
vagões, caminhões ou containers, material em polpa onde
necessário para a determinação do método de amostragem.
ocorra sedimentação e não seja possível a
A maneira pela qual os incrementos são selecionados homogeneização, amostragem de minério vindo de
para a composição da amostra primária depende diferentes frentes de lavra etc.
principalmente do tipo de material, de como ele é
O Tamanho da Amostra Primária
transportado e também do objetivo da amostragem. Cabe
ressaltar que o método de amostragem deve ser definido É função do tipo de material, granulometria, teor do
antes de se estabelecer a massa da amostra primária. elemento de interesse e precisão desejada. É determinado
estabelecendo-se, inicialmente, a dimensão do incremento e
Alguns tipos de amostragem são apresentados a seguir:
o número de incrementos a serem retirados. A dimensão do

Amostragem Aleatória incremento de amostragem é definida pelo tipo de


equipamento utilizado para a retirada da amostra primária e
É normalmente utilizada quando se dispõe de pouca pela granulometria do material. O incremento deve ser
informação sobre o material a ser amostrado. Nela, os suficientemente grande para que uma porção representativa
incrementos são escolhidos de maneira fortuita, fazendo, de grossos e finos seja retirada em uma única operação.
dessa maneira, com que todas as partes do material
possuam a mesma probabilidade de serem selecionados.
Teoria de Pierre Gy
Na realidade, a amostra verdadeiramente aleatória é
de difícil obtenção, dando vez, na prática, uma amostra A teoria de Pierre Gy supõe que o material a ser
sistemática, já que o operador, com o propósito de cobrir amostrado esteja inteiramente homogeneizado e que não
todas as partes do material a ser amostrado, o subdivide existam erros inerentes às ferramentas de amostragem ou
grosseiramente em áreasiguais, nas quais seleciona equipamento de cominuição, e, além disso, que partículas
incrementos. individuais possam ser selecionadas com igual
probabilidade. Portanto, o erro total de amostragem passa a
constituir-se no erro fundamental.
Amostragem Sistemática
A equação geral é dada por:
É aquela onde os incrementos são coletados a
intervalos regulares, definidos a priori. Deve-se ter em mente
a possibilidade de existência de ciclos de variação do
parâmetro de interesse e desses ciclos coincidirem com os
períodos de retiradas dos incrementos; neste caso não se
recomenda a utilização da amostragem sistemática.
onde:

Instituição de Ensino Charles Babbage | 88


Sa = estimativa do erro total de amostragem expresso como e (v) erros intencionais, como alterar o teor ou outro
desvio-padrão; parâmetro importante ("salgar" a amostra).

d = diâmetro máximo das partículas no material a ser Ideal da amostra seria aquela que englobasse todo o
amostrado; normalmente aproximado pela abertura de seu universo. Para que se possa trabalhar com uma amostra
peneira, em centímetros, que retém 5% do material; de massa menor, normalmente é necessário diminuir a sua
granulometria. De uma maneira geral, a redução da
Q = fator de composição mineralógica, em g/cm3;
granulometria pode ser realizada como segue:

w = massa mínima da amostra, em gramas;


(i) até cerca de 50,8mm, utilizam-se britadores de

W = massa do material a amostrar, em gramas; mandíbulas;

(ii) de 50,8mm até 1,2mm, britadores cônicos ou de rolos; e


l = fator de liberação do mineral, adimensional;

f = fator de forma das partículas, adimensional; e (iii) abaixo de 1,2mm, moinho de barras ou bolas, moinho de
discos,
h = fator de distribuição de tamanho das partículas,
adimensional. pulverizadores ou trituradores manuais (gral).

O erro de segregação é observado principalmente em


silos e pilhas, onde as partículas maiores e/ou mais densas
Técnicas de Amostragem tendem a estratificar-se. Esse erro é minimizado através da
homogeneização do material a ser amostrado e da
O estudo dessas técnicas tem por objetivo minimizar os
diminuição da dimensão dos incrementos e consequente
erros cometidos nas etapas de amostragem propriamente
aumento do número de incrementos que compõem a
dita e de preparação da amostra primária.
amostra. Quanto maior o número de incrementos, menor o
erro total cometido. O número mínimo de incrementos está
relacionado à massa mínima necessária para formar a
Erros amostra primária. A tomada de incrementos do minério em
fluxo é realizada em intervalos iguais de tempo, quando a
Os erros mais comuns praticados na preparação de
vazão e o(s) parâmetro(s) de interesse do minério são
amostra são exemplificados a seguir:
constantes.
(i) perda de partículas pertencentes à amostra, como por
Caso a vazão não seja constante, o incremento é
exemplo, o material retido nos amostradores;
coletado em função de uma certa quantidade de massa
(ii) contaminação da amostra na preparação, por material acumulada ao longo do tempo, e é efetivada aleatoriamente
estranho, como por exemplo, o resultante do desgaste dos quando há variações periódicas de vazão e de parâmetro(s)
instrumentos/equipamentos utilizados, da não limpeza prévia de interesse do minério. Quando o plano de amostragem
dos mesmos (ferrugem, minério estranho, poeira etc). estabelecer que determinados pontos na usina sejam
Quando a contaminação por ferro na amostra é crítica, amostrados num mesmo momento, é aconselhável o uso de
utilizas e geral de ágata ou moinho com discos ou bolas de amostradores automáticos. Não sendo possível a tomada

porcelana; simultânea, é recomendável que ela seja realizada em


sentido inverso ao do fluxo, para que não haja alteração das
(iii) alteração de uma característica a ser analisada, como características das amostras devido à retirada de material a
por exemplo, quando o parâmetro de interesse é a umidade, montante. Na tomada de incrementos utilizam-se
e o operador deixa a amostra exposta a uma fonte de calor amostradores, que são classificados segundo sua trajetória,
ou de umidade; retilínea ou circular.

(iv) erros não intencionais do operador, como misturar sub- Amostradores


amostras de diferentes amostras, etiquetar erradamente etc

Instituição de Ensino Charles Babbage | 89


Os amostradores com trajetória retilínea, os mais Amostrador com trajetória circular
comuns, devem ter arestas retas, paralelas, simétricas em
Tanto os amostradores com trajetória retilínea como
relação ao seu eixo e de espessura constante. O amostrador
circular, deverão mover-se perpendicularmente ao eixo do
corta o fluxo de minério e coleta um incremento para compor
fluxo, através da seção total do fluxo com velocidade
uma amostra.
constante, e ter um volume pelo menos três vezes maior que
o volume do incremento da amostra, para evitar
derramamento.

Homogeneização e Quarteamento

Todas as etapas de preparação, devem ser feitas


observando-se técnicas de homogeneização e
quarteamento. Para isso, utilizam-se pilhas e/ou
equipamentos auxiliares.

Pilhas

As pilhas mais empregadas são as dos tipos cônica e


Amostrador com trajetória retilínea alongada (tronco de pirâmide). Na própria preparação de
uma pilha cônica, obtém-se uma boa homogeneização do
material (Figura 3). A seguir, divide-se a mesma em quatro
A distância D, em milímetros, entre as arestas deve ser
setores iguais (A). O quarteamento é feito formando-se duas
sempre maior que Do sendo:
novas pilhas (B). Caso seja necessário dividir ainda mais a
Do = 3d quando d > 3mm (d = diâmetro da maior partícula amostra, toma-se uma destas pilhas e repete-se a operação.
em mm); e
A pilha alongada é a mais indicada tanto em
Do = 10mm quando d ≤ 3mm.
laboratório, como para grandes quantidades de minério. A
A velocidade v (em mm/s) do amostrador deve ser preparação desse tipo de pilha é feita dividindo-se o lote
menor que a relação 400D/√ Do .
inicial em quatro regiões aproximadamente iguais (Figura
A massa M i do incremento que compõe a amostra 4A). Em seguida, atribui-se a uma pessoa ou grupo de
pode ser calculada pela expressão:
pessoas (A) a responsabilidade da retirada do minério,
alternadamente, de quartos opostos (1 e 3); outra pessoa ou
grupo de pessoas (B) serão responsáveis pelos outros
quartos (2 e 4).

onde:

V = vazão do fluxo em unidade de massa/segundo

Os amostradores com trajetória circular possuem


aberturas radiais que cortam o fluxo de minério, coletando
um incremento para a composição de uma amostra.

Pilhas cônicas

Forma-se a seguir uma pilha com a forma de tronco de


pirâmide (Figura 4B), com uma das pessoas ou grupo (A)

Instituição de Ensino Charles Babbage | 90


colocando sucessivas porções por pá ou equipamento
adequado, num dado sentido; e a (o) outra (o), (B) no
sentido oposto. Deve-se ter o cuidado para que a
quantidade de minério tomado do lote inicial seja suficiente
para descarregar ao longo de toda a pilha, a velocidade
constante. O material constituinte das extremidades (partes
1 e 10 deve ser retomado), sendo distribuído novamente ao
longo da pilha.

Divide-se a pilha ao meio no sentido longitudinal e,


posteriormente, em partes iguais em seu sentido transversal.
A espessura de cada seção transversal deve estar
relacionada com a largura da pá ou instrumento que será
Equipamento de distribuição de minério na pilha
utilizado para a remoção do minério (incremento). O
quarteamento é feito formando-se duas pilhas cônicas,
tomando-se para uma, as porções de índices ímpares e para
Quarteador Jones
outra, as de índices pares. Caso seja necessário, repete-se
a operação com uma das pilhas cônicas. Para pequenas Esse equipamento é constituído por uma série de

quantidades de amostras, da ordem de quilogramas, a calhas inclinadas, ora para um lado ora para o outro. Quanto

formação da pilha é realizada distribuindo-se o minério, a maior o número de calhas mais confiáveis são as amostras

velocidade constante (manualmente ou com equipamento obtidas. As calhas devem ser de aço inoxidável, com uma

adequado), ao longo de toda pilha, num dado sentido e no inclinação > 45° e não devem possuir ângulos vivos. O

sentido oposto. O quarteamento é feito seguindo a mesma número de calhas deve ser par e todas devem ter a mesma

metodologia descrita anteriormente. largura, maior que 2d + 5 mm (d = diâmetro da maior


partícula). O operador deve colocar a amostra a ser
quarteada sobre o quarteador, de maneira lenta e contínua,
para evitar a obstrução das calhas e a emissão de
partículas. Isso pode ser executado com uma pá cuja
dimensão seja a mesma da seção longitudinal do quarteador
ou com um terceiro recipiente coletor da amostra. É
necessário que a amostra a ser quarteada esteja
praticamente seca. Para obtenção de amostras de menor
massa, repetir a operação com o material contido em um
dos recipientes coletores.

Lote inicial de minério

Pilha alongada (tronco de pirâmide)


Quarteador Jones.

Mesa Homogeneizadora/Divisora

Instituição de Ensino Charles Babbage | 91


Esse equipamento consiste de uma calha vibratória, de
vazão e altura de descarga variáveis, que descreve trajetória
circular, sobre uma mesa, sendo alimentada por um silo e
acionada por um motovariador. A amostra alimentada no silo
deve estar seca.

A mesa homogeneizadora e divisora proporciona a


formação de uma pilha circular de secção triangular cujo
diâmetro e altura é controlada por uma calha vibratória com
seções articuladas. A seguir, a pilha é dividida por um
dispositivo constituído de dois interceptadores triangulares,
articulados e reguláveis pelo deslizamento de seu suporte
em um aro graduado (menor divisão: 5°), limitado a um
ângulo máximo de 45°. Esse aro pode ser colocado em
qualquer posição da mesa.
Mesa divisora

Quarteador de Polpa

O quarteador de polpa é constituído por duas partes


principais: um alimentador e um disco giratório contendo um
número par de recipientes. O alimentador deve possuir um
agitador para manter o material homogeneizado e uma
válvula de descarga para manter a vazão de polpa constante
aos recipientes contidos no disco giratório. Cada recipiente
constitui uma fração do quarteamento. Caso se deseje maior
massa, juntam-se as amostras dos recipientes
diametralmente opostos.

Mesa homogeneizadora e divisora

Na mesa divisora, o quarteamento é feito através da


distribuição do material contido no silo, ao longo de um
Quarteador de polpa
conjunto de calhas coletoras. A velocidade de rotação da
calha vibratória e a quantidade de material no silo devem ser
Amostra Final Para Ensaio Ou Análise Química
determinadas de forma a assegurar que em todas as calhas
coletoras haja a mesma quantidade de amostra. Para uso em laboratório, a granulometria do material é
determinada pelo processo, ou pode ser uma das variáveis
em estudo. A quantidade de material necessário para o
desenvolvimento do trabalho experimental deve ser
Instituição de Ensino Charles Babbage | 92
suficiente para a realização de todos os ensaios. Portanto, a Considerando-se o desvio padrão calculado s uma
quantidade de material pode ser maior que a massa mínima estimativa do desvio padrão ζ e que foi retirada apenas uma
amostra do todo a ser amostrado (k = 1) tem-se:
correspondente à granulometria em questão.

No caso de análises químicas e/ou instrumental,


utilizam-se amostras com granulometria na faixa de 147 a
74μm pois, estatisticamente, amostras com essa
granulometria apresentam a maioria dos elementos
homogeneamente distribuídos.A essa granulometria,
normalmente corresponde uma massa de 50 a 60 g,
dependendo do elemento e do material a ser analisado.

Exemplo de Determinação da Massa Mínima de uma


Amostra com Poucas Informações

Problema
O erro de 0,04% WO3 é pequeno, cerca de 9% do
Foi recebida uma amostra de 7 t de minério de valor médio x de 0,45% WO3. Para o nível de informações
wolframita com granulometria de 76,2mm para a realização disponíveis sobre a amostra, atesta-se a validade de
de ensaios preliminares de concentração. utilização da Tabela de Richards. Cumpre esclarecer, no
Macroscopicamente foram constatadas concentrações entanto, que a amostra "pode não representar o universo de
preferenciais de wolframita nas partículas do minério, onde foi retirado", pois uma amostra de sete toneladas
caracterizando-o do tipo Spotty. Desejava-se determinar a somente seria representativa caso essa estivesse na
massa mínima da amostra para cada etapa de granulometria de 25,4mm (Tabela Richards). Deve ressaltar
cominuição/homogeneização/quarteamento, bem como a neste fato, a importância de haver, preliminarmente, uma
massa mínima da amostra, na granulometria de 74μm, para discussão entre o solicitante e o executor do trabalho acerca
análise química, a fim de obter o teor médio de WO3 nesse de um planejamento de amostragem, evitando assim, que
minério. sejam gastos recursos na obtenção de resultados que
podem ser não representativos.
Solução

A Figura apresenta o fluxograma de amostragem EM ANEXO- FLUXOGRAMA DE AMOSTRAGEM DO


utilizado nesse estudo onde para cada etapa de cominuição, MINÉRIO DE WOLFRAMITA
homogeneização e quarteamento, a massa mínima da
amostra foi determinada segundo a Tabela de Richards.
EM ANEXO TABELA DE RICHARDS: DETERMINAÇÃO
Para obtenção do teor médio de WO3 nesse minério
DA MASSA MÍNIMA DA AMOSTRA EM (KG)
foram realizadas análises químicas em quatro amostras
representativas, cujos resultados são apresentados a seguir.
Obs.: Spotty = grande concentração do mineral em pontos
O valor médio x de WO3 é de 0,45% e o desvio padrão preferenciais no minério.

(s) é de 0,025. O erro total de amostragem é expresso como Muito Pobre, Pobre, Médio, Rico e Muito Rico = relativo ao
limite de confiança da média μ pela equação [8]: teor do elemento ou do composto no minério; Muito
Uniforme e Uniforme = relativo à forma de concentração do
mineral no minério.

Britagem

Genericamente, britagem pode ser definida como


conjunto de operações que objetiva a fragmentação de

Instituição de Ensino Charles Babbage | 93


blocos de minérios vindos da mina, levando-os a
granulometria compatíveis para utilização direta ou para Britador de Mandíbulas
posterior processamento. A britagem é um estágio no
processamento de minérios, que utiliza, em sucessivas É o equipamento utilizado para fazer a britagem
etapas, equipamentos apropriados para a redução de primária em blocos de elevadas dimensões/dureza e com
tamanhos convenientes, ou para a liberação de minerais grandes variações de tamanho na alimentação. Compõe-se
valiosos de sua ganga. basicamente de uma mandíbula fixa, e uma móvel ligada ao
excêntrico (esta ligação pode ser feita direta ou indireta),
É aplicada a fragmentos de distintos tamanhos, desde
que fornece o movimento de aproximação e afastamento
rochas de 1000 mm até 10 mm. Não existe um circuito
entre essas. Desta maneira, o bloco de material alimentado
padrão para britar os diferentes tipos de minério. Geralmente
na boca do britador vai descendo entre as mandíbulas,
a operação de britagem é feita dentro dos estágios
enquanto recebe o impacto responsável pela fragmentação.
convenientes.

Os britadores de mandíbulas são classificados em dois


Normalmente, para haver uma liberação satisfatória do
tipos, baseando-se no mecanismo de acionamento da
mineral valioso, é necessário que o minério seja reduzido a
mandíbula móvel. Assim, tem-se britadores de um eixo
uma granulometria fina. Nestas condições, a fragmentação
(Figura) e dois eixos - tipo Blake (Figura). Nos britadores de
desenvolve-se por meio de três estágios, isto é, grossa,
dois eixos, a mandíbula móvel tem movimento pendular
intermediária e fina ou moagem. Nos dois primeiros
(Figura 10), enquanto que os de um eixo, tem movimento
estágios, a fragmentação é realizada em britadorese no
elíptico. Em termos de custos de capital, britadores de dois
último estágio, em moinhos. Não há rigidez quanto aos
eixos são cerca de 50% mais elevados que os de um eixo,
estágios de britagem, porém, normalmente se usa a
sendo indicados para materiais mais abrasivos e de difícil
classificação mostrada na Tabela:
fragmentação. A especificação dos britadores de
mandíbulas é dada pelas dimensões de abertura da
alimentação. Por exemplo um britador com 1000 x 1200 mm,
Classificação dos estágios de britagem
apresenta boca retangular com dimensões de 1.000 x 1.200
mm.

A granulometria do produto é estabelecida pelo ajuste


da descarga, sendo então definida pela razão de redução
que deve ser em torno de 5:1.

Britagem Primária

Os britadores empregados são os de grande porte e


sempre operam em circuito aberto e sem o descarte
(escalpe) da fração fina contida na alimentação. A britagem
primária é realizada a seco e tem uma razão de redução em
torno de 8:1. Para este estágio são utilizados os seguintes
tipos de britadores: britador de mandíbulas, britador
giratório, britador de impacto e o de rolos dentado.

Movimento dos blocos durante a fragmentação no britador


EM ANEXO QUADRO CARACTERÍSTICAS DOS
de mandíbulas de um eixo (Dodge).
BRITADORES PRIMÁRIOS

Instituição de Ensino Charles Babbage | 94


Britador de mandíbulas de dois eixos (Blake).

Britador Giratório

Esquema do movimento do britador de mandíbulas de dois


eixos (Blake).

Britador Giratório

É o equipamento de britagem primária utilizado quando


existe uma grande quantidade de material a ser Esquema do movimento do britador giratório.
fragmentado, sendo mais operacional do que o britador de
mandíbula, pois pode ser alimentado por qualquer lado,
indistintamente, além de permitir uma pequena
Britador de Impacto
armazenagem no seu topo (Figura).
Neste tipo de britador (Figura), a fragmentação é feita
O princípio de funcionamento do britador giratório
por impacto ao invés de compressão. Por meio do
consta do movimento de aproximação e distanciamento do
movimento das barras (500 até 3.000 rpm), parte da energia
cone central em relação à carcaça invertida. Este movimento
cinética é transferida para o material, projetando-o sobre as
circular (85 a 150 rpm) faz com que toda a área da carcaça
placas fixas de impacto onde ocorre a fragmentação.
seja utilizada na britagem, o que fornece ao britador uma
grande capacidade de operação. A desvantagem do uso desse equipamento é que
apresenta elevado custo de manutenção e grande desgaste,
Esse britador tem baixo custo operacional e grande
não sendo aconselhável seu uso, no caso de rochas
seção de alimentação
Instituição de Ensino Charles Babbage | 95
abrasivas e de materiais com valor da sílica equivalente
maior que 15%. Estes equipamentos são escolhidos para
Britagem Secundária
britagem primária, onde se deseja uma alta razão de
redução e alta percentagem de finos. Entende-se por britagem secundária, de forma geral,
todas as gerações de britagem subsequentes à primária.
Tem como objetivo, na maioria dos casos, a redução
granulométrica do material para a moagem. É comum na
britagem secundária, o descarte prévio da fração fina na
alimentação, com a finalidade de aumentar a capacidade de
produção. Esta operação é chamada ―escalpe‖.

Os equipamentos normalmente utilizados são:

 britador giratório secundário;


 britador de mandíbulas secundário;
 britador cônico;
 britador de martelos;
 britador de rolos.

Os britadores giratórios, mandíbulas e martelos são


semelhantes àqueles empregados na britagem primária,
apenas tendo dimensões menores.

Britador de Impacto

Britador Cônico
Britador de Rolo Dentado
O britador cônico possui o mesmo princípio de
Consiste basicamente de um rolo dentado móvel e uma
operação do britador giratório. Contrariamente ao que ocorre
carcaça fixa, como está apresentado na Figura.
no britador giratório, no cônico o manto e o cone apresentam

O movimento giratório do rolo provoca a compressão e longas superfícies paralelas, para garantir um tempo longo

cisalhamento do material entre os dentes e a placa fixada à de retenção das partículas nessa região. No britador

câmara. Tem emprego limitado devido ao grande desgaste giratório, a descarga se dá pela ação da gravidade,

dos dentes, por ser sensível à abrasão. É aconselhável sua enquanto que no cônico, a descarga é condicionada ao

aplicação para rochas de fácil fragmentação e também para movimento do cone. O movimento vertical do cone, para

britagens móveis, dada as pequenas dimensões do cima e para baixo, controla a abertura de saída, para tal,

equipamento. Possui alta tolerância à umidade da utilizam-se dispositivos hidráulicos.

alimentação, sendo na britagem primária o equipamento que


produz menos finos.

Britador de rolo dentado


Britador cônico
Instituição de Ensino Charles Babbage | 96
Em geral é o último estágio de britagem, no entanto,
existem usinas com mais de três estágios, cujo fato está
ligado às características de fragmentação do material, ou à
granulometria do produto final. Os equipamentos em geral
utilizados são os britadores cônicos, cuja granulometria
máxima do produto obtido está compreendida na faixa de 25
a 3 mm, com uma razão de redução de 4:1 ou 6:1. Estes
equipamentos exigem um maior controle de operação,
geralmente trabalhando em circuito fechado.

Britadores de Impacto Vertical

O britador de impacto vertical (Vertical Shaft Impact-


VSI) é conhecido como o equipamento capaz de produzir
Esquema do movimento do britador cônico
modificações nas partículas, dando-lhes formato cúbico ou
arredondado. Essa forma das partículas é atribuída aos
Britador de Rolos mecanismos que ocorrem no rotor e na câmara de britagem
Este equipamento consta de dois rolos de aço girando do britador: impacto, abrasão e atrição. Parte do material
à mesma velocidade, em sentidos contrários, guardando alimentado no britador vai para o interior de um rotor, que
entre si uma distância definida. São destinados a materiais projeta esse material a altas velocidades contra as paredes
friáveis ou de fácil fragmentação. da câmara revestida com o próprio material onde as
partículas colidem entre si e são moídas. Parte do material
A alimentação é feita, lançando-se os blocos de passa por fora do rotor, na forma de cascata e colide contra
minério entre os rolos cujo movimento faz com que os as partículas que passaram pelo interior do rotor,
mesmos sejam forçados a passar pela distância fixada, caracterizando-se como um processo autógeno de
previamente, por parafusos de ajuste. Esta ação promove a cominuição.
fragmentação dos blocos.
O cascateamento das partículas traz os seguintes
Este tipo de britador possui uma forte limitação quanto benefícios: redução do consumo de energia no processo;
à granulometria da alimentação, pois a mesma é limitada redução do consumo de peças de desgaste; aumento da
pela distância fixada entre os rolos e os diâmetros dos capacidade de processamento do britador e controle na
mesmos. distribuição granulométrica.

Britador de rolos.

Britagem Terciária

Instituição de Ensino Charles Babbage | 97


Desenho esquemático do percurso do material na câmara Os minérios que apresentam um alto conteúdo de
de britagem de um britador de impacto vertical. argila e elevada umidade, impossibilitam praticamente a
britagem em granulometria de 20 – 25 cm, pois dificultam o
peneiramento e a operação de alguns tipos de britadores.
Tamanho máximo de blocos na Alimentação
Britadores giratórios, cônicos e de mandíbulas são
A capacidade de produção e tamanho máximo dos altamente sensíveis à presença de argila e à umidade no
blocos contidos no ROM influenciam na escolha de minério.
operação da mina, como indicado na Tabela. Esses dados
são importantes, pois determinam a boca de entrada dos
britadores primários. Densidade do Material

Tamanho máximo de blocos na alimentação de britador Os britadores são equipamentos que apresentam,
primário. como constante, a capacidade volumétrica de produção.
Assim, a capacidade desses equipamentos, expressa em
t/h, é proporcional à densidade do minério. Como a
capacidade nominal é referente a material com densidade
2,7 a capacidade real volumétrica para materiais com outras
densidades pode ser expressa por:

O tamanho máximo da alimentação nos estágios


intermediários de britagem é função das condições
operacionais dos estágios anteriores.
Forma das Partículas

A forma das partículas é importante na definição da boca de


Distribuição Granulométrica da Alimentação entrada dos equipamentos. Para materiais lamelares exige-
se uma relação entre a boca de entrada e o tamanho
A distribuição granulométrica da alimentação é
máximo das partículas maior do que a geralmente requerida
importante na escolha do tipo de instalação. Assim, por
para minérios não lamelares.
exemplo, o conteúdo de finos na alimentação define a
conveniência ou não de um escalpe prévio da alimentação
do britador. Entre outros, os fatores econômicos e
Corrosividade do Minério
opracionais definem a extensão do escalpe, todavia como
regra geral, toma-se como base o limite máximo 30% de Minérios corrosivos impõem condições especiais na
finos na alimentação. Este procedimento não se aplica à escolha dos materiais e equipamentos usados na instalação.

britagem primária. Em geral, as britagens secundárias e


terciárias normalmente têm um conteúdo de finos tal em sua
Moagem
alimentação, que justifica a existência de escalpe prévio.
A moagem é o último estágio do processo de
A presença de blocos de grandes dimensões, por outro
fragmentação. Neste, as partículas são reduzidas pela
lado, prejudica muito a capacidade de britadores de rolos e
combinação de impacto, compressão, abrasão e atrito, a um
aumenta muito o desgaste em britadores de mpacto,
tamanho adequado à liberação do mineral de interesse,
especialmente quando esses equipamentos operam como
geralmente, a ser concentrado nos processos subsequentes.
britadores primários.
Cada minério tem uma malha ótima para ser moído,
dependendo de muitos fatores, incluindo a distribuição do
mineral útil na ganga e o processo de separação que vai ser
Conteúdo de Argila e Umidade
usado em seguida.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 98


A moagem é a área da fragmentação que requer Os corpos moedores são elevados pelo movimento da
maiores investimentos, ocorre maior gasto de energia e é carcaça até um certo ponto de onde caem, seguindo uma
considerada uma operação importante para o bom trajetória parabólica, sobre as outras bolas que estão na
desempenho de uma instalação de tratamento de minérios. parte inferior do cilindro e sobre o minério que ocupa os
A submoagem do minério resulta num produto de interstícios das bolas. Estas acompanham o movimento da
granulometria grossa, com liberação parcial do mineral últil, carcaça e impelidas pela força centrífuga percorrem uma
inviabilizando o processo de concentração. Neste caso, a trajetória circular. Enquanto a força centrífuga for maior que
recuperação parcial do mineral útil e a baixa razão de a força da gravidade, as bolas permanecem nesta trajetória.
enriquecimento respondem pela inviabilidade do processo. No momento que o componente da força da gravidade que
se opõem a força centrífuga, for maior que esta, as bolas
A sobremoagem, também, não é desejada, pois esta
abandonam a trajetória circular e passam a seguir uma
reduz o tamanho das partículas, desnecessariamente, o que
trajetória parabólica mostrada na Figura.
acarretará maior consumo de energia e perdas no processo
de concentração. É conclusivo que a moagem deve ser
muito bem estudada na etapa de dimensionamento e
escolha de equipamento e muito bem controlada na etapa
de operação da usina, pois o bom desempenho de uma
instalação industrial depende em muito da operação de
moagem.

Os equipamentos mais empregados na moagem são:


moinho cilíndrico (barras, bolas ou seixos), moinho de
martelos entre outros.

Moinhos Cilíndricos Velocidade crítica do moinho


Descrição Geral
Há, entretanto, um momento que as duas forças se
Estes moinhos são constituídos de uma carcaça
igualam e é o início da queda da bola . Neste momento tem-
cilíndrica de ferro, revestida internamente com placas de aço se:
ou borracha, que gira sobre mancais e contém no interior
Fc =Fcosα
uma carga de barras ou bolas de ferro ou aço.
Sendo: Fc a força centrífuga e F cos α a componente da
gravidade.

Sabe-se que:

A velocidade v (velocidade linear) pode ser expressa


pelo seguinte valor v = 2 π r n, sendo n o número de
rotações. A expressão ficará:

Moinho Cilíndrico.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 99


possível atingir a plena capacidade do moinho e velocidades
elevadas, para maiores capacidade de moagem grosseira.

Movimento das Bolas Dentro da Carcaça

As bolas de um moinho em operação apresentam


quatro movimentos que são vistos a seguir. Rotação - as
bolas giram em torno delas mesmas e produzem uma
fragmentação por compressão, tal como no moinho de rolos.
Este efeito é pequeno dentro do moinho.

Translação - é o movimento circular de acompanhamento


da carcaça do moinho, até uma certa altura. Este movimento
não promove nenhuma fragmentação e é responsável pelo
gasto excessivo de energia na moagem.

Forças agindo sobre uma bola em um moinho Deslizamento - é o movimento contrário ao movimento do
moinho. As várias camadas de bolas deslizam umas sobre
as outras e a superfície interna do moinho, dando origem à
fragmentação por atrito. Este efeito é acentuado quando a
Aumentando-se a velocidade do moinho, chega um velocidade de rotação do moinho é baixa.
momento em que a bola fica presa à carcaça, pela ação da
Queda - é o movimento resultante das bolas pela força da
força centrífuga, durante a volta completa do cilindro. gravidade e que vai dar origem à fragmentação por impacto.
Nessas condições, o α = 0 e cos α = 1 e a bola não realiza Este efeito aumenta com a velocidade de rotação do
qualquer trabalho, não havendo portanto moagem. A moinho.

velocidade do moinho em que isto ocorre chama-se


velocidade crítica do moinho e pode ser calculada para
Regimes de operação do moinho
qualquer moinho usando-se a seguinte expressão:
A velocidade, o fator de enchimento (isto é, o volume
ocupado pelas bolas em relação ao volume do moinho) e
mais outros fatores determinam o regime de operação do
moinho. Tem-se então, dois regimes no moinho: catarata e
cascata.

Na moagem em catarata, a velocidade do moinho


carrega as bolas até uma posição bem elevada e essas
caem sobre as outras bolas e sobre a polpa causando
fragmentação por impacto. Deve-se usar bolas maiores para
aumentar ainda mais a energia do meio moedor e baixo fator
A velocidade de operação de um moinho é sempre
de enchimento (menos bolas). Este regime é adequado para
referida à percentagem de sua velocidade crítica. Assim, por a fragmentação de material mais grosso e para evitar a
exemplo, um moinho que tenha um nc = 65 rpm e esteja produção de finos.
trabalhando com 50 rpm, diz-se que sua velocidade é de
77% da velocidade crítica: 50/65 x 100 = 77%.

Do ponto de vista prático, os moinhos são operados


nas velocidades de 50 a 90% da sua velocidade critica e a
escolha dessas é determinada pelas condições econômicas.
Sabe-se, por outro lado, que aumentado a velocidade do
moinho, aumenta a sua capacidade de processamento, mas
compromete o seu desempenho (kWht-1). As velocidades
mais baixas são, algumas vezes, usadas quando não é
Moagem em regime de catarata.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 100


Na moagem em cascata, a velocidade baixa do moinho que as barras, são mais adequadas à moagem fina. O termo
e o alto fator de enchimento fazem com que as bolas, ao moinho de bolas é restrito àqueles que têm a relação
alcançarem uma certa altura, rolem sobre as outras, não comprimento/diâmetro de 1,5 a 1 e até menor. Moinhos
havendo quase impacto e a moagem se dá por abrasão e longos com a relação L/D de 3 a 5, usando bolas como meio
atrito. Deve-se usar bolas de diâmetros menores. Este moedor, são geralmente compartimentados, sendo que em
regime é adequado para a obtenção de um produto final cada compartimento tem-se um diâmetro de bolas diferente.
com granulometria fina.
Os moinhos cilíndricos têm o seu tamanho expresso
pelas dimensões do diâmetro e do comprimento da carcaça,
sendo que geralmente se considera a dimensão interna à
carcaça e externa ao revestimento quando se refere ao
diâmetro, e a medida interna aos revestimentos das tampas
quando se refere ao comprimento. As carcaças dos moinhos
são fabricadas para suportar o impacto de cargas pesadas e
usa-se, normalmente, chapa de aço-carbono, calandrada e
soldada. Nos moinhos grandes é comum existir um ou dois
acessos na carcaça, para manutenção.

As cabeceiras são fabricadas em aço fundido ou ferro


fundido nodular, em uma só peça, e são ligadas ao cilindro
por flanges aparafusados. Os moinhos industriais possuem
Moagem em regime de cascata.
diversos furos na carcaça para aparafusar o revestimento do
cilindro. A utilização do revestimento tem como finalidade
proteger o cilindro contra o desgaste e reduzir o
Tipos de Moinhos Cilíndricos
deslizamento da carga moedora dentro da carcaça. O
Moinho de barras revestimento é feito de ferro fundido branco, ligas de aço, de

São moinhos cilíndricos, que utilizam barras como meio níquel (Ni-hard), de borracha e raramente de cerâmica ou de

moedor, e podem ser considerados máquinas de britagem quartzito para usos muito especiais. Os revestimentos de

fina ou de moagem grossa. Esses são capazes de suportar aço constituem a maioria dos revestimentos usados no

uma alimentação tão grossa quanto 50 mm e fornecer um mundo, quer seja nos processos a seco ou a úmdio, por ser

produto tão fino quanto 500 μm; são muitas vezes um material extremamente versátil.

escolhidos para britagens finas quando o material é argiloso.


São produzidos diferentes formas de revestimentos

A característica principal do moinho de barra é que o aplicáveis, cada uma dessas, ao tipo de moinho (bolas ou

comprimento da seção cilíndrica tem 1,25 a 2,5 vezes o barras), tamanho, material a processar (dureza, tamanho),

diâmetro. Essa razão é importante porque as barras, que velocidade de operação, etc. Na Figura são apresentados os

têm somente poucos centímetros menores que o tipos mais comuns de revestimento.

comprimento da carcaça, devem ser impedidas de se


atravessarem dentro da mesma; entretanto a razão entre a
secção cilíndrica e diâmetro do moinho não deve ser muito
elevada, pois isso acarretaria o uso de barras muito longas,
com tendência a se deformarem.

Moinho de bolas

Os estágios finais de fragmentação são realizados em


moinhos cilíndricos, usando bolas como meio moedor. Como
as bolas têm maior área superficial, por unidade de peso, do Tipos de revestimentos de moinhos

Instituição de Ensino Charles Babbage | 101


Alimentação de Moinhos Descarga

O tipo de arranjo de alimentação usado no moinho Os moinhos de barras e de bolas são, muitas vezes,
depende do circuito de moagem, que pode ser aberto ou classificados de acordo com a natureza do dispositivo de
fechado, a seco ou a úmido. O tamanho e a velocidade de descarga da polpa durante a moagem. Em geral, quanto
alimentação também são importantes. Moinhos que operam mais próximo da periferia da carcaça e da boca de
a seco são usualmente alimentados por algum tipo de alimentação estiver situada a saída da polpa, mais rápido o
alimentador vibratório. Nos moinhos a úmido usam-se vários material é descarregado, e ocorre menos sobremoagem.
tipos de alimentadores: a) spout feeder (bica de entrada), b) Nos moinhos de barras, os tipos de descarga mais comuns
scoop feeder (pescador), c) drum feeder (alimentador de são: transbordo, descarga periférica central e descarga
tambor) e d) scoop drum feeder (pescador e tambor periférica terminal.
combinados). O mais simples de todos é o alimentador bica
de entrada (spout feeder) que consiste de uma calha
cilíndrica ou elíptica independente do moinho e lançando a
polpa de alimentação no interior do cilindro.

Este sistema se aplica quando a classificação é feita


em ciclones montados a uma altura suficiente para alimentar
o moinho por gravidade. Também se usa em moinhos de
barras operando em circuito aberto.

O alimentador pescador duplo (scoop feeder) é mais


utilizado com moinho pequeno, em circuitos fechados, com
classificador espiral, pois dispensa bomba de elevação de
polpa. O alimentador de tambor (drum feede) deve ser
usado no lugar do alientador bica de entrada (spout feeder),
quando não se tem elevação do material acima da linha de
centro do moinho. A alimentação entra no tambor via uma
calha e uma espiral interna carrega a alimentação até o
revestimento do munhão. O alimentador de tambor facilita a
adição de bolas ao moinho.

O alimentador pescador e tambor combinados (drum


scoop feede) é usado, via úmida, para alimentação
proveniente de níveis bem abaixo da linha de centro do
moinho, por exemplo, no caso de ser utilizado classificador
espiral.

Tipos de descarga de moinhos cilíndricos

Os moinhos com descarga periférica central são


alimentados pelas duas extremidades através dos munhões
e a descarga do produto do moinho através de janelas no
centro da carcaça. O tempo de residência pequeno, e um
gradiente inclinado, produzem uma moagem grossa com um
mínimo de finos, mas, a razão de redução é limitada. Este
moinho pode ser usado a seco ou a úmido e tem a sua
Alimentadores de moinho
maior aplicação na preparação de areias, onde exigem-se
capacidade elevada e granulometrias grossas. Os moinhos

Instituição de Ensino Charles Babbage | 102


com descarga periférica terminal são alimentados por uma que operando-se a 57% da velocidade crítica reduzia-se o
das extremidades e descarregam o produto moído pela consumo de energia, assim como de revestimento e de
outra, através de várias aberturas periféricas. Este tipo de bolas, sem baixar muito a capacidade do moinho.
moinho é usado, principalmente, em moagem a seco e a
Atualmente, todos os fabricantes recomendam uma
úmido e quando se deseja produtos moderadamente
sensível diminuição da velocidade de operação do moinho,
grossos.
com o aumento do diâmetro do cilindro. Na Tabela 13 estão
Nos moinhos de bolas, os tipos de descarga mais os valores recomendados pela Allis-Chalmers.
usados são: descarga por grade e descarga por transbordo.
Relação diâmetro - velocidade de operação de moinhos
Aqueles com descarga por grade possuem uma grelha entre
(Allis-Chjalmers).
o corpo cilíndrico da carcaça e o cone de descarga,
permitindo a polpa passar livremente pelas aberturas da
grelha, mas não as bolas. Existe um dispositivo de elevação
da polpa no compartimento posterior à grelha, que facilita o
fluxo de polpa no moinho provocando maior velocidade do
fluxo de polpa na sua descarga. Esses moinhos têm um
nível de polpa mais baixo do que os de transbordo,
reduzindo assim o tempo de residência das partículas e
evitando a sobremoagem.

Operação

A importância da operação de moagem na indústria


reside no fato que a maior parte da energia gasta no
processamento mineral é absorvida pela operação de
moagem. Isto nos leva a afirmar que a maior parte do custo
do tratamento depende dessa operação e, portanto, a sua
otimização constitui um constante desafio aos operadores.

O método de cálculo do gasto de energia em moinhos


cilíndricos será detalhado em outra parte deste capítulo.
Nem toda a energia demandada pelo processo de moagem
é utilizada na quebra da partícula. A movimentação dos Efeito da velocidade do moinho em sua potência
corpos moedores consome grande parte da energia
fornecida ao moinho, assim como outros fatores influenciam
no consumo de energia dos moinhos. São estes: velocidade Fator de Enchimento

de operação, fração do volume do moinho ocupado pela Fator de enchimento é a porcentagem do volume do
carga de meio moedor (fator enchimento), percentagem de moinho ocupado com os corpos moedores, incluindo os
sólidos na polpa, tamanho do meio moedor e carga vazios entre os mesmos. Pode ser determinado, de forma
circulante. aproximada, pela expressão:

F = 113 – 126 Hc / D [27]

Velocidade de Operação onde:

A velocidade adequada para operação de moinhos F = fator de enchimento;


cilíndricos são apresentados na literatura e nos catálogos
Hc = distância do topo do moinho ao topo da carga em
dos fabricantes com valores bem variáveis e algumas vezes
repouso, em metros;
até conflitantes. Na década de 20 usavam-se velocidades
acima de 80% de velocidade crítica nos maiores moinhos D = diâmetro do moinho, em metros.

operados na época (φ 2,4 m). Entretanto, Taggart mostrou

Instituição de Ensino Charles Babbage | 103


A maior capacidade do moinho é com um fator de circuito aberto é pouco utilizado, pois não possui nenhum
enchimento (carga do meio moedor) de 50%. Entretanto, na tipo de controle da distribuição de tamanho do produto. A
prática, este nem sempre é o valor mais adequado, segundo taxa de alimentação tem que ser suficientemente baixa para
o tipo de moinho e o tipo de descarga. Na Tabela 14 são assegurar que todas as partículas da polpa sejam
apresentados os valores mais usados. quebradas; com isso muitas partículas do produto sofrem
sobremoagem, o que consome uma energia desnecessária
e pode dificultar o tratamento subsequente.

Valores usuais de fator de enchimento dos corpos


moedores.

Na indústria, geralmente, a moagem é realizada em circuito


fechado, com um classificador ou peneira, cuja fração
grossa retorna ao moinho como carga circulante.

Circuitos de Moagem

A moagem pode ser a seco ou a úmido dependendo do


processo subsequente e da natureza do material a ser
moído. A moagem a seco é exigida por alguns materiais
devido às modificações químicas ou físicas que ocorrem
quando se adiciona água; esta causa menos desgaste no
Moinho em circuito fechado
revestimento e no meio moedor, mas produz grande
proporção de finos, o que em alguns casos é desejável.
Chama-se carga circulante (Cc) à razão entre o retorno
A moagem a úmido é a mais usada em tratamento de do classificador (D) e a alimentação (F), expresso em
minérios, por ser a forma mais econômica e mais adequada percentagem.
aos tratamentos posteriores. As vantagens da moagem a
úmido são:

(i) menor consumo de energia em kWh/t;

(ii) maior capacidade por unidade de volume do moinho; Como a alimentação (F) = ao produto (R), quando o
moinho está em regime, então pode se escreve: (Carga
(iii) torna possível o uso de peneiramento e classificação a circulanta).
úmido no controle

do produto;

(iv) elimina o problema de poeira;

(v) torna possível o uso de meio de transporte simples como A moagem em circuito fechado reduz o tempo de
calhas, bombas e residência das partículas e portanto a proporção de

canos. partículas de tamanho fino, se comparada com a moagem


em circuito aberto. Isso diminui a sobremoagem e aumenta
O tipo de moinho para um caso particular deve ser
a energia disponível para a moagem de partículas mais
considerado simultaneamente com o circuito que será
grossas. Como a tonelagem da nova alimentação cresce, a
usado. Os circuitos são divididos em dois grandes grupos:
carga circulante vai aumentar também, já que aumenta o
abertos e fechados. No circuito aberto, o material é
underflow do classificador. Entretanto, a alimentação
alimentado no moinho numa velocidade tal que, numa
composta do moinho torna-se mais fina por influência do
passagem, o produto já fica no tamanho requerido. O
aumento do material que retorna do classificador. Devido à

Instituição de Ensino Charles Babbage | 104


diminuição do tempo de residência, o material da descarga O moinho de bolas em regime de catarata também
do moinho torna-se mais grosso, logo a diferença do pode ser alimentado com material grosso (3 a 4 mm), mas
tamanho médio da alimentação composta e da descarga, geralmente trabalha em circuito fechado com classificador,
diminui. pois apesar de predominar o impacto, a abrasão e o atrito
também têm ação destacada. O moinho de bolas, em
A capacidade do moinho aumenta com a diminuição do
regime de cascata, é utilizado em moagem secundária com
diâmetro das bolas, devido ao aumento da superfície de
a finalidade de fragmentar o minério na malha requerida ao
moagem, até o ponto em que o ângulo de pega entre as
processo subsequente.
bolas e as partículas é excedido. Consequentemente,
quanto mais partículas de tamanho próximo ao tamanho A alimentação deve ser mais fina e é constituída do produto
desejado existirem na alimentação composta do moinho, e da moagem primária feita num moinho de barras ou de
quanto mais fina for a alimentação, menor será o diâmetro bolas, em regime de catarata. A tendência atual é o uso de
máximo das bolas necessárias à quebra. um único estágio de moagem num moinho de bolas, com
bolas grandes e alta razão de redução. Neste caso, o
Dentro de limites, quanto maior a carga circulante
material deve vir da britagem em tamanho menor possível.
maior será a capacidade do moinho. A carga circulante
ótima de um circuito depende da capacidade do classificador
e do custo de transportar a carga para o moinho. A carga Moinho de Martelos
circulante fica normalmente entre 100 e 350%, entretanto
O moinho de martelos consiste de um eixo girando em
pode chegar a tão alta quanto 600%. Os moinhos de barras
alta rotação e no qual ficam presos, de forma articulada,
geralmente operam em circuito aberto, principalmente
vários blocos ou martelos.
quando preparam material para moinho de bolas. Os
moinhos de bolas são, praticamente, sempre operados em O material é alimentado pela parte superior e as
circuito fechado com algum tipo de classificador. partículas sofrem o impacto dos martelos e são projetadas
contra a superfície interna da câmara, fragmentando-se,
O princípio que rege a ação de todos os classificadores
para depois serem forçadas a passar por tela inferior que vai
é o tempo diverso de sedimentação das partículas
bitolar a granulometria da descarga.
suspensas num fluido, o que significa que as partículas são
classificadas não só pelo seu tamanho como pela sua
densidade. Assim, uma partícula de alta densidade e
pequeno tamanho vai ter um comportamento igual ao de
uma partícula de baixa densidade e tamanho mais grosso.
Dessa forma, um minério contendo um mineral valioso mais
denso, este será sobremoído, pois retornará ao classificador
como underflow, mesmo já estando em granulometria
adequada à concentração.

Aplicações do Moinho de Barras e de Bolas

O moinho de barras é utilizado na moagem primária


recebendo o minério que vem com granulometria que varia
de 3/4 a 3/8 de polegada (19 a 9,53 mm). O meio moedor Moinho de martelos.

sendo barras de peso considerável, torna este moinho apto


a moer material mais grosso, pois a queda de uma barra
Esse tipo de moinho tem pouca aplicação na
produz um impacto significativo, sendo este o mecanismo de
concentração de minérios pois, sendo as gangas geralmente
fragmentação predominante no moinho de barras. Este
silicosas, desaconselha-se o seu uso devido ao grande
moinho geralmente trabalha em circuito aberto.
desgaste da superfície interna, da tela e dos martelos.
Entretanto, é largamente empregado na indústria química,
Instituição de Ensino Charles Babbage | 105
cerâmica, cal, calcário, carvão mineral, onde os materiais
são menos abrasivos.

Moinho de Discos

Este tipo de moinho tem dois discos com ressaltos


internos, sendo um fixo e outro móvel, dotado de movimento
excêntrico. A alimentação vem ter ao centro dos discos
através da abertura central do disco fixo e aí sofre o impacto
e o atrito do disco móvel que com seu movimento excêntrico
vai fragmentando e forçando o material para a periferia,
caindo depois numa câmara coletora. A granulometria da
descarga é dada pelo ajuste da abertura entre os discos na
parte periférica, onde esses são lisos. O moinho de disco é
empregado para pulverizar amostras, desde que a Moinho vibratório - Corte lateral
contaminação com ferro proveniente do desgaste dos discos
não prejudique a sua utilização.

Moinho vibratório

Os tubos são 60-70% ocupados com meio moedor,


geralmente bolas de aço de 10 a 50 mm. O material que
está sendo moído passa longitudinalmente através do
cilindro como um fluido, numa hélice de giro (spin)

Moinho de discos complexo, assim levando o meio moedor a fragmentá-lo por


atrição. O material é alimentado e descarregado através da
junta flexível.
Moinho Vibratório
Os moinhos vibratórios são atraentes pelo seu
São moinhos para operações contínuas ou em
batelada moendo o material em granulometria muito fina e pequeno tamanho e baixo consumo de energia quando

operando a seco ou a úmido. São constituídos de dois tubos comparados a outros moinhos. Esses podem produzir

sobrepostos. Entre esses encontra-se um peso apoiado material com área superficial de 500 m2/g, granulometria

excentricamente e conectado por uma junta universal fina que não se obtém num moinho de bolas convencional.
Constroem-se moinhos vibratórios de até 15 t/h de
flexível a um motor de 1.000 a 1.500 rpm. A rotação do
excêntrico vibra os tubos produzindo uma oscilação circular capacidade, embora unidades de mais de 5 t/h envolvam

de poucos milímetros. consideráveis problemas de engenharia. A faixa de tamanho

Instituição de Ensino Charles Babbage | 106


do material processado é em média de 30 mm de Esquema de um moinho de rolos com mesa
alimentação, e menos de 10 μm o produto.
giratória

Os moinhos, denominados HPGR, estão sendo


Moinhos de Rolos de Alta Pressão
utilizados pela VALE, no Brasil, em São Luiz-MA, na
Os moinhos de rolos com mesa giratória têm origem produção de pellet feed moído, onde na alimentação do
nos antigos moinhos de rolos, com mós de pedra, movidos moinho entra um concentrado com uma superfície específica
por tração animal e usados para moagem de grãos. As de aproximadamente 1500 cm2/g, obtendo-se um produto
primeiras tentativas de utilização dos moinhos de rolos de com 2000 cm2/g. Os avanços alcançados nessa área, em
alta pressão, em moagem de minérios, mostraram um estudos de planta piloto e operações industriais de
desgaste muito elevado na superfície dos rolos. mineração, levou as empresas a considerar o HPGR, como
uma alternativa a ser avaliada em circuitos industriais de
Esta constatação limitou o uso desse equipamento a
cominuição. Hoje, já existem, no mundo, cerca de 500
minérios pouco abrasivos. O moinho de rolos com mesa
unidades de HPGR, em operação industrial.
giratória foi patenteado, na Alemanha, pelo Sr. Curt
Loesche, em 1927. Seu desenvolvimento ocorreu com o
surgimento de novos materiais e mecanismos capazes de
suportar e transmitir os elevados esforços resultantes de sua
operação.

Esse moinho é constituído por uma mesa giratória e


sobre esta se localizam os rolos estacionários, no entanto
giratórios sobre o seu próprio eixo. A pressão dos rolos
sobre a mesa é controlada, hidraulicamente, com sistemas
de alívio para permitir o afastamento dos rolos, no caso de
corpos estranhos. Nesse, o material cominuído é arrastado
verticalmente pelo ar, no sentido das pás do classificador,
para o interior da câmara de moagem e através de aberturas
anulares externas. O material retido pelo classificador
precipita-se sobre a mesa, reiniciando o ciclo de moagem,
até atingir a granulometria de corte do classificador.

Diagrama esquemático de um moinho de alta pressão

Para ampliar os seus conhecimentos


acesse: www.uniorka.com.br-Portal do aluno.

Bom estudo!

Instituição de Ensino Charles Babbage | 107


Dendrítico: ―arborescente‖, em ramos delgados divergentes
que se assemelham a uma planta. Ex.: Pirolusita;
Mineralogia Petrográfica II
Colunar: em indivíduos paralelos, grossos, semelhantes a
colunas. Ex.: Minerais do grupo das turmalinas;
A mineralogia estuda os minerais cientificamente
envolvendo o conhecimento da estrutura interna, Fibroso: em agregados fibrosos paralelos, delgados. Ex.:
composição, propriedades físicas e químicas, modo de Amianto da variedade crisotila;
formação, ocorrência, associações e classificação.
Globular ou botrioidal: indivíduos radiados formando
grupos esféricos ou semi-esféricos. Ex.: goethita;
Propriedades Morfológicas
Pisolítico: agregados de massas semi-esféricas, do
Entende-se por hábito de um mineral ou cristal a forma tamanho aproximado de ervilhas. Ex.: Calcita;
característica e comum, ou a combinação das formas em
que o mineral pode se apresentar. O hábito do mineral inclui Oolítico: semelhante ao anterior, porém em menor

assim a configuração geral e as irregularidades de seu tamanho. Ex.: Calcita;

crescimento, se estas irregularidades são de ocorrência


Bandado: quando o mineral ocorre em faixas estreitas de
comum. Podem ser determinados por vários fatores, dentre
cor e/ou texturas diferentes. Ex.: quartzo em suas
os quais citamos a natureza da solução, a velocidade de
variedades calcedônia e ágata;
crescimento cristalino, e as condições de temperatura e
pressão do ambiente. Estriado: quando ocorrem estrias paralelas ou transversais
a determinado plano cristalino. Ex.: Minerais do grupo das
Seguem abaixo alguns termos utilizados para
turmalinas, rutilo, topázio imperial.
caracterizar a aparência ou o hábito de cristais individuais ou
agregados e os respectivos exemplos de minerais
relacionados:
Classificação de Goldschmidt

Prismático: o mineral ocorre em prismas, acompanhando A classificação de Goldschmidt, desenvolvida por


seu sistema cristalino original. Ex: quartzo hialino, calcita, Victor Goldschmidt (1888-1947), é uma classificação
berilo; geoquímica que agrupa os elementos químicos de acordo
com suas fases preferidas: siderófilos, calcófilos, litófilos e
Piramidal: o mineral ocorre em pirâmides, muitas vezes
atmófilos.
determinando o ―fechamento‖ dos prismas do hábito
prismático. Ex.: quartzo hialino; Siderófilos: São os elementos de transição de alta
densidade que tendem a se ligar com o ferro metálico no
Acicular: em cristais delgados, semelhantes a agulhas;. Ex.:
estado sólido ou fundido. Como mostram maior afinidade
cianita;
pelo ferro do que pelo oxigênio e enxofre são elementos
Capilar: em cristais semelhantes a fios ou cabelos. Ex.: comuns no núcleo terrestre e em meteoritos sideríticos.
rutilo;
Calcófilos: São aqueles metais, às vezes conhecidos como
Laminado ou tabular: cristais alongados, achatados como "metais pobres", e alguns não-metais pesados, que
uma lâmina. Ex.: topázio; apresentam pouca afinidade para o oxigênio, preferindo
ligar-se com o enxofre como sulfetos altamente insolúveis.
Foliáceo: quando o mineral se separa facilmente em
Como apresentam afinidade pela fase sulfídica são
lâminas ou folhas. Ex.: minerais do grupo das micas; encontrados no manto terrestre.

Granular: quando um mineral consiste em um agregado de Litófilos: São principalmente os elementos altamente
grãos pequenos. Ex.: Calcopirita; reativos dos blocos s e bloco f da tabela periódica. Incluem
também um pequeno número de não-metais reativos e os
metais mais reativos do bloco d como o titânio, o zircônio e o

Instituição de Ensino Charles Babbage | 108


vanádio. Como apresentam afinidade pela sílica são
encontrados na litosfera (crosta terrestre).

Atmófilos: São aqueles elementos encontrados


principalmente ou exclusivamente no estado gasoso. O
hidrogênio da água é classificado como atmófilo mesmo que
a água esteja na forma líquida. Isto porque nenhum
hidrogênio existe em compostos sólidos na crosta terrestre.
Devido a maior ou menor volatilidade são encontrados na
atmosfera e hidrosfera.

Alguns elementos apresentam afinidade por mais de


uma fase. A principal afinidade de cada elemento é dada na
tabela abaixo (ver legenda):

EM ANEXO: CLASSIFICAÇÃO GOLDSCHMIDT NA


TABELA PERIÓDICA

Figura1: Tipo de ligações entre os tipos de minerais.

Transformação das rochas em materiais mais estáveis


em condições físico-químicas diferentes daquelas de
Técnicas de análise mineralógica e petrográfica
origem:
Alguns minerais e rochas podem ser identificados sem
equipamento complicados, consistindo em observações
diretas e testes simples. Porém, na maioria das vezes é
necessário recorrer a técnicas analíticas especiais para
identificar os minerais e as rochas.

Descrição macroscópica:

Litologia: trata do estudo das rochas com relação a


composição mineral e outras feições visíveis que
comumente individualizam as rochas.

Cor: Esta propriedade pode resultar da presença de


determinados elementos na composição química do mineral,
da ocorrência de defeitos na estrutura cristalina ou da
presença de impurezas no mineral.

Contudo, em alguns minerais, especialmente nos que


exibem brilho metálico, a cor pode ser importante para a sua
identificação, uma vez que não varia dentro da mesma
espécie mineral (ex. a pirite apresenta sempre cor amarelo
latão). A cor de um mineral, apesar de facilmente
observável, nem sempre é utilizada como meio de
As propriedades Químicas identificação, pois pode ser muito variável (ex. o quartzo
pode ser incolor, branco, róseo, amarelo, etc.).

Instituição de Ensino Charles Babbage | 109


Estrutura: O termo relaciona-se com a disposição Cristalografia
geométrica dos constituintes da rocha. Podem definir-se
elementos estruturais diversos tais como dobras, estruturas
planares (foliações) e estruturas lineares (lineações).

Granulometria: Medição das dimensões dos componentes


clásticos de um sedimento ou de um solo. Por extensão,
composição de um sedimento quanto ao tamanho dos seus Sólidos Cristalinos: Formas regulares e simétricas assim
grãos. As medidas se expressam estatisticamente por meio como a ordenação das partículas que os formam.
de curvas de freqüência, histogra-mas e curvas cumulativas.
O estudo estatístico da distribuição baseia-se numa escala Cristais e suas estruturas

granulométrica. (Sins: análise granulométrica, análise


Cristais são arranjos atômicos ou moleculares cuja
mecânica).
estrutura se repete numa forma periódica tridimensional. Um

Textura: Em petrografia são os aspectos geométricos das exemplo simples é o do sal de cozinha, NaCl, cuja estrutura

partículas componentes de uma rocha, incluindo tamanho, consiste em átomos de Sódio e Cloro dispostos de forma

forma e arranjo que um átomo de sódio terá sempre átomos de cloro como
vizinhos e vice-versa.
Conteúdo fossílifero: quando houver a presença de fosseis

Outros: cor de alteração, etc.

As principais técnicas analíticas utilizadas na


identificação e classificação dos minerais e das rochas são
as seguintes:

êtria de raios-X (DRX)

Figura3: Célula Unitária do NaCl.

A estrutura ordenada dos retículos dos cristais, nem


sempre é refletida pela presença no cristal de uma forma
cristalina distinta. São relativamente raros os cristais típicos,
reconhecíveis exteriormente, pois a substância cristalina
apresenta externamente sua estrutura interna. Pela forma
externa os sólidos podem ser:

Figura2: Comprimento de ondas em nanômetros (nm)  Idiomórficos: possuem faces bem desenvolvidas e
perfeitas;
 Subédricos ou hipidiomórficos: desenvolvimento parcial
; das fases;
 Anédricos ou xenorfícos: sem faces definidas;
- MEV ;  Substância amorfa: sem arranjo interno.

;
Células Unitárias e Redes Cristalinas
;
As células unitárias arranjadas tridimensionalmente
de lupas de mão com formam o que chamamos de rede. Existem 6 tipos de
aumento de 10X a 20X).
simetria nas células unitárias:

›Cúbica

Instituição de Ensino Charles Babbage | 110


›Tetragonal Figura5: Sistema Cristalino dos minerais

›Ortorrômbica

›Hexagonal Rede Bravais

›Monoclínica Célula primitiva: é a menor célula capaz de gerar a rede.

›Triclínica Células de Bravais: Bravais demonstrou que só existem 14


tipos de células unitárias, agrupados em 7 sistemas.

Sistema de Parâmetros de rede

Figura4: Representa os sistemas de parâmetros de rede


das estruturas cristalinas.
Figura6: Modelo das redes de Bravais.

Sistemas Cristalinos

Refere-se à forma na qual os átomos dos elementos


químicos estão agrupados. Cada sistema cristalino é
caracterizado por certo número de elementos de simetria.

Sistema cúbico o isométrico: formado por um cubo. Os


três eixos cristalográficos são iguais e perpendiculares entre
si, de comprimentos iguais. Formas desenvolvidas
igualmente nas três direções do espaço. Como é o caso das
formas cúbicas, tetraédrica, octaédrica, etc. Ex.: Fluorita,
Diamante, Pirita

Sistema hexagonal: formado por um prisma reto de base


hexagonal regular. Os eixos cristalográficos são quatro: 3
horizontais iguais cortando-se em ângulos de 120o, e um
quarto de comprimento diferente e perpendicular ao plano
dos outros três. Pirâmide hexagonal, prisma hexagonal,
trapezoedro hexagonal, pinacóides. Ex.: Berilo-Água
Marinha, Quartzo, Apatitas.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 111


Sistema Trigonal: Ex.: bipirâmide trigonal, bipirâmide Base = distribuição dos átomos em cada ponto da rede.
ditrigonal, piramide trigonal, romboedro, escalenoedro
trigonal; trapezoedro trigonal. Ex.: Turmalina, Rodocrosita.

Sistema tetragonal: prisma reto de base quadrada. Os


eixos cristalográficos são mutuamente perpendiculares; os
dois horizontais são de comprimento igual, mas o eixo
vertical é mais curto ou mais longo do que os outros dois.
Ex.: bipirâmide ditetragonal, pirâmide tetragonal, prismas
tetragonais, trapezoedro tetragonal, escalenoedro
tetragonal, biesfenóide tetragonal. Ex.: Cassiterita, Torita.

Sistema ortorrômbico: prisma reto de base retangular ou


losangular. Os eixos cristalográficos são perpendiculares
entre si e de comprimento diferente. Ex.: Topázio, Barita.

Sistema monoclínico: prisma oblíquo de base retangular Figura8: Mostra a estrutura cristalina com as posições
ou losangular. Os eixos cristalográficos são 3 desiguais, dois dos átomos.
dos quais estão inclinados entre si formando um ângulo
oblíquo, sendo o terceiro perpendicular ao plano dos outros
dois. Ex.: prismas monoclínicos, pinacóides, esfenóide
monoclínico. Ex.: Diopsidío.

Sistema triclínico: prisma oblíquo de base paralelogrâmica.


Três eixos cristalográficos desiguais, formando ângulos
oblíquos. pinacóides e pédios. Ex.: Babingtonita,
Microclínio/Amazonita.

Para descrever a estrutura cristalina é necessário


Figura9: Rede cristalina indicando diferentes células
escolher uma notação para posições, direções e planos à unitárias primitivas e centradas. Primitivas (P) e não
partir de um cubo de lado unitário. primitivas (NP) ou centradas.

Figura7: Plano e posição da célula unitária.

Substância cristalina: átomos estão dispostos em posições Figura10: Como podemos observar uma estrutura
regulares no espaço. cristalina em um plano 3D (tridimensional).

Descrição: rede + base

Rede = estrutura geométrica Elementos de simetria

Instituição de Ensino Charles Babbage | 112


Eixo de simetria A: Uma linha imaginária, através de um vértice semelhante, mas invertido. A operação é uma
cristal, em torno da qual se pode girar o cristal, que repete a inversão.
si mesmo na aparência 2, 3 ou mais vezes durante uma
rotação completa.

A2–binários

A3–ternários ou trigonais

A4–quaternários ou tetragonais

A6–senáriosou hexagonais

Figura 13: Plano de simetria C

Eixo Cristalográfico

Figura 11: Eixo de Simetria A4 (quartenário ou


tetragonais).

Plano de simetria P: Um plano imaginário (―P‖) que divide o


cristal em 2 metades simétricas. Uma imagem é o espelho
da outra nos cristais perfeitamente terminados.Paracada
vértice, aresta ou face há um simétrico na outra metade.

Figura14: todos os eixos cristalográficos.

Outros Exemplos

Defeitos em Cristais:

Não existe cristal perfeito.


Figura12: Plano de simetria P
Tipos de defeitos:

Simetria centro de simetria C: Somente existe quando:  Pontuais


uma linha imaginária pode ser passada de 1 vértice da  Lineares
 Planares
superfície de um cristal, através de seu centro, achando-se
 Volumétricos
sobre essa linha e a uma distância igual além do centro, 1

Instituição de Ensino Charles Babbage | 113


ou de cunha

Figura15: Defeitos pontuais

Figura18: Defeitos planares. Stacking fault

ou falha de empilhamento.

Figura16: Densidade de defeitos pontuais cresce com

a temperatura (rel. tipo Arrhenius).

Figura19: Plano de simetria de cristais gêmeo.

Para ampliar os seus conhecimentos acesse:


www.uniorka.com.br-Portal do aluno.

Bom estudo!

Figura17: Defeitos lineares. Discordância de borda

Instituição de Ensino Charles Babbage | 114


Técnicos, especialmente a confecção de Mapas Temáticos

TÉCNICAS DE MINERAÇÃO como o de drenagens para planejamento e execução de


coleta de amostras de sedimento de corrente e também da
presença de atividades contaminantes.
Pesquisa Mineral II
Alguns Alvos podem ser selecionados a partir de
interpretações de Imagens de Satélite, Radar e/ou
Vamos iniciar este capitulo relembrando um
Fotografias Aéreas, pois proporcionam uma visão prévia aos
conceito básico trabalhado no módulo II, no qual
trabalhos de campo do comportamento das Litologias,
aprendemos que a grosso modo, temos quatro fases de uma
Geologia Estrutural, estratigrafia, tectônica, etc. Assim, os
Mineração, a saber: (1ª) Geração, (2ª) Exploração,
Alvos são pré-selecionados para posterior checagem em
Descoberta e Avaliação, (3ª) Desenvolvimento (que pode
campo. Dependendo dos objetivos do trabalho de Pesquisa
ser dividida em Pré-desenvolvimento e Desenvolvimento) e
Mineral essas interpretações auxiliam no entendimento da
(4ª) Produção. O objetivo é sempre reunir a maior
área com maior rapidez e menor custo. Proporcionam
quantidade de informações possíveis visando reduzir os
também a confecção de Mapas Fotogeológicos e de Zonas
riscos de retorno do investimento e aumentando a certeza
Homólogas que são muito importantes tanto no
de sucesso, para tanto são selecionadas ―áreas alvos‖.
planejamento da etapa de campo, como na execução
São critérios para Seleção de Áreas ―Alvos‖ destes. A título de exemplificação podemos listar: a) Mapa
(―Target‖) e/ou Prospectos, os aspectos econômicos da de Fotolineações (objetivando a interpretação estrutural)
commodity e da empresa, informações preliminares da para identificar Alvos de Depósitos Minerais cujo controle é o
região (Bibliografia, Mapas, inclusive Metalogenéticos Estrutural, como, por exemplo: Zona de Charneira de
Previsionais, Histórico), informações de habitantes ou de Dobramentos no caso da scheelita do Seridó (RN e PB),
pessoal que trabalhou na área, Informações sobre Ambiente Zonas de Cisalhamento visando Alvos para Ouro (Au de São
Geotectônico favorável, Associações Geoquímicas, Francisco, Bonfim, Caicó-São Fernando, todos no RN),
Semelhanças com Depósitos Tipo (ou Jazida Padrão), Fraturas e Falhas em Rochas Ornamentais e Prospecção
Geoquímica e/ou Geofísica Regional, Guias da Prospecção Hidrogeológica, etc.
e Controles da Mineralização, entre os mais comuns.

Seleção De Alvos Com Imagens De Satélite, EM ANEXO: Tabela: Significado Geológico De


Radar E Fotografia Aérea Padrões De Drenagens
A interpretação de Imagens de Satélite, Radar e de
b) Mapa de Zonas Homólogas (mapa de zonas de mesmo
Fotografias aéreas, grosso modo, objetiva a elaboração de
padrão fotogeológico – possivelmente diferentes litologias)
mapas topográficos (tanto planimetria como altimetria) e
visando identificar hospedeiras de mineralizações.
geológicos prévios, para posterior checagem e correções em
campo. São utilizados desde a fase de planejamento, c) Mapas de Drenagens: o padrão de drenagens sugere
passando pela etapa de campo e indo até a elaboração de alguns tipos de litologias e estruturas propícias à
estudos conclusivos a cerca de Depósitos Minerais. Tem mineralização. É utilizado também para planejamento e
sido utilizada como ferramenta para auxiliar a identificação execução de amostragens de Sedimento de Corrente.
de Alvos, uma vez que as mesmas possibilitam uma visão
d) Mapas Hipsométricos: Em fotografias aéreas,
geral das litologias, estratigrafia, Estruturas etc., de uma
principalmente, e através de equipamentos (por ex: barra de
área ou mesmo de uma região.
paralaxe) pode se confeccionar mapas altimétricos ou
A tarefa de interpretação geológica de Imagens de Mapas Hipsométricos. São mapas temáticos que
Satélite, Radar e Fotografias Aéreas geralmente é reservada possibilitam o entendimento das formas de relevo e, assim,
aos Geólogos, mas temos informações que técnicos selecionar alvos.
também realizam esses trabalhos (em áreas já conhecidas e
técnicos seniores em áreas pioneiras). Mais comum,
entretanto, é a interpretação planimétrica ser executada por

Instituição de Ensino Charles Babbage | 115


métodos geofísicos, o método geológico e o método
geoquímico.

Os Métodos Geofísicos principais são: Gravimetria


(Grav), Magnético (Mag), Elétricos (Resistividade, Potencial
Espontâneo, Polarização Induzida, Magnetotelúrico),
Eletromagnético (EM), Sísmicos (Reflexão, Refração),
Radiométricos (gama) e Ground penetrating radar (GPR) ou
Georadar.A Aerogeofísica utiliza mais comumente os
métodos Magnéticos (Mag), Radiométricos (gama) e
Gravimétricos (Grav). Mais recentemente outros métodos
geofísicos têm sido utilizados na geofísica aérea como o
Georadar e o Eletromagnético.

Os Métodos Radiométricos medem anomalias


radioativas, podendo utilizar para tal aparelho denominado
de cintilômetro (cintilometria) para contagem gama total
visando detectar a presença dos elementos radioativos K40,
Fotografia Aérea e Imagem de Satélite U e Th. Por meio de espectômetros de vários canais
(espectrometria gama), pode se determinar a radioatividade
de cada um desses elementos individualmente. Com a
radiometria podemos selecionar alvos para depósitos
Seleção de Alvos com a Geofísica
minerais radioativos (Urânio, Tório etc) e seus associados
A seleção de ―Alvos‖ para a Prospecção Mineral geoquímicos em certos ambientes geológicos como a
através da Geofísica na maioria das vezes envolve métodos tantalita, columbita, cassiterita, wolframita, terras raras,
aéreos e, secundariamente, os terrestres, uma vez que minerais de minério de pegmatitos e granitos (especialmente
geralmente, nos métodos terrestres, o Alvo já foi os mais félsicos).
determinado por outro método e pretende-se localizar o
Tem sido utilizada também para identificação de
Depósito Mineral, determinar possível ―ore shoot‖,
estruturas e mineralizações fortemente controladas por
dimensões etc.
falhas e zonas de cisalhamento. A figura abaixo, apresenta
A geofísica detecta as descontinuidades de um as imagens radiométricas de uma porção dos Estados da
campo, isto é, onde uma região difere de outra em alguma Paraíba e Rio Grande do Norte, onde as anomalias estão
propriedade física, podendo então, caracterizar aquilo que é representadas pela cor vermelha. Essas anomalias
homogêneo na natureza; distinguindo aquilo que apresenta coincidem com as principais zonas de cisalhamento (ZC)
alguma variação no tempo e/ ou espaço. Neste sentido onde se identifica nitidamente a ZC Patos, ZC Santa Mônica
define-se a anomalia geofísica. O termo anomalia geofísica e ZC Picui-João Câmara (no canal de K essa ZC é mais
se refere a uma propriedade física da terra, que em um nítida) e os principais batólitos e stock graníticos.
volume definido difere apreciadamente com respeito a seu
valor comum ou normal correspondente a esta área. Em
caso favorável uma anomalia geofísica corresponde a um
depósito mineral. Uma anomalia de gravidade pode ser
causada, por exemplo, por um depósito mineral de cromita
ou por uma mudança lateral na litologia de um arenito para
um dunito. Se a anomalia geofísica, detectada por um
método geofísico, está relacionada com um depósito mineral
ou com outro fenômeno geológico ou físico, se comprova
Aeroradiometria executada pela CPRM em parte do RN e
aplicando outros métodos de prospecção como outros PB, respectivamente canal de potássio, tório e urânio na
escala 1:250.000.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 116


A Gravimetria mede as variações do campo
gravitacional terrestre provocada por diferentes densidades
das rochas tendo as mais densas, maior influência no
campo gravitacional. Dependendo da escala de
levantamento aerogeofísico a Gravimetria pode ser aplicada
para a Detecção de déficit de massa: carvão, depósito de
sal, etc., Estudo de ―placers‖, para dar uma idéia do
tamanho de depósitos, da topografia do embasamento e
estudos morfológicos e estruturais do substrato – bedrock,
estudo de aqüíferos subterrâneos, como auxiliar no Mapa Aerogravimétrico do Estado do Rio
Mapeamento geológico regional e no estudo do arcabouço Grande do Norte, elaborado pela CPRM, 2007.
estrutural de bacias sedimentares.
A Magnetometria aérea mede as variações no
A anomalia Bouger é computada de uma anomalia campo magnético terrestre, causadas pelas propriedades
ao ar livre (free-air) removendo dela, por métodos magnéticas das rochas. A sua utilização na detecção de
computacionais, a atração do terreno (a Redução de objetos metálicos enterrados (minas explosivas de guerra,
Bouguer) uma correção do efeito da variação da distância do dutos, tangues, etc), inspirou os militares a sua utilização na
ponto de observação em relação ao centro da terra, o efeito década de 40. Em Pesquisa e Prospecção Mineral a
gravitacional das rochas presentes entre o ponto de Aeromagnetometria é utilizada na detecção de Ferro e
observação e o nível de referência. A maioria dos outros minerais magnéticos, na localização e caracterização
levantamentos gravimétricos é apresentada com as de kimberlitos, asbestos e placers, na Identificação de
correções de Bouger (Mapa de Anomalia Bouger). estruturas geológicas que envolvem contraste de
magnetização (falhas, fraturas, dobras, diques, soleiras de
Uma anomalia Gravimétrica indica que as rochas
diabásio, etc), no Mapeamento da profundidade de
na região anômala têm densidade diferente daquela que é
embasamento entre outros.
objeto de comparação. A anomalia Bouger é a mais utilizada
para corrigir as distorções, em detrimento de outros métodos Seleção de Alvos com a Geoquímica
de correção. São cálculos realizados visando reduzir os
efeitos gravitacionais das rochas presentes, variação de O método geoquímico utilizado para Seleção de
distância. Quando o efeito do terreno é removido Alvos é o Sedimento de Corrente, ou sedimento ativo de
precisamente se denomina ―Redução Bouguer refinada ou corrente, no qual a amostra fornece informações a respeito
completa‖. No caso de um terreno com forma aproximada a do material que está à montante da Estação de Coleta e que
uma placa plana de espessura H, a altura do local de está sendo carreado pela Bacia de Captação.
medição da gravidade acima do nível médio do mar, nós
Numa campanha regional de Sedimento de
falamos de uma ―Redução Bouguer simples‖. A diferença
Corrente o conceito de Associação Geoquímica, Elemento
entre os dois, o efeito diferencial gravitacional dos desníveis
Farejador é muito importante, enquanto aqueles
do terreno, é chamado efeito do terreno.
relacionados à Cut- Off, Teor Crítico não tem muito sentido
Ele é sempre negativo. A equação para uma nesta fase. Devem ser coletadas amostras no canal ativo da
Redução Bouguer simples é ―δG_f = 2Hρπγ‖, onde H é a drenagem visando à análise do sedimento (aluvião) que está
espessura da placa ―y‖ é a constante de gravitação e ―ρ‖ é a sendo transportado pelo rio, riacho ou córrego. Esse
densidade do material. A FTG (Gravimetria Tensorial Total) sedimento foi produzido a partir do intemperismo de rochas
ou 3D Air-FTG TM mede diretamente os dados do campo da a montante e subseqüentemente transporte pelos canais de
gravidade em todas as direções e proporciona ou realça a drenagens que constituem a Bacia de Captação, carreando
distribuição da gravidade. Têm sido utilizada em os elementos químicos que constituem as rochas e quiçá um
Mapeamento Geológico, Localização de corpos superficiaise Depósito Mineral. Aqui o Conceito de Anomalia é bastante
Kimberlitos e Depósitos de área e Cascalhos / Aqüíferos. relativizado, levando em conta diversos fatores. Dependem
do elemento que está sendo pesquisado, sua mobilidade no
ambiente secundário em função das características desse

Instituição de Ensino Charles Babbage | 117


ambiente, presença de farejadores, conhecimento da montante da Estação de Amostragem e abrangendo o
Geologia da área, etc. Assim, podem ser consideradas máximo possível a Bacia de Captação. O não cumprimento
anomalias interessantes, de modo a justificar a continuidade rigoroso da densidade de amostragem poderia deixar
dos trabalhos, teores maior que o clarque do metallotecte do regiões importantes sem a varredura geoquímica adequada.
elemento, pelo menos 10x maior que o clarque, a média
EM ANEXO: Espaçamentos de amostragem para
mais 1, 2 ou 3 ou mais Desvio Padrão, teores próximos ao
levantamentos Geoquímicos de sedimento de corrente
clarque em associação geoquímica com elementos (sedimento de Drenagem) regionais e semi-regionais.
característicos de Depósitos Minerais Padrões, etc.

No tocante a o quê coletar existe um elenco de


proposições:

(i) Algumas empresas alegam que o sedimento de


corrente (solo também) deve refletir o ambiente em que
foram coletadas com a maior exatidão possível. Nesses
casos as amostras costumam ser de uma quantidade maior
e abrangendo todo o material (aluvião, água, vegetação etc);

(ii) Outras orientam as equipes de campo a


amostrarem apenas a fração granulométrica silte-argila,
implicando no uso de peneiras durante a coleta.

(iii) Outras recomendam além do peneiramento


para uma determinada fração, uma
Apresentação dos resultados de amostragem
geoquímica de sedimento de corrente e identificação de
área anômala. pré-concentração manual com uso de batéia, visando
amostrar os minerais mais pesados (ver a seguir em
Concentrado de Batéia).

Amostragem de Sedimento de corrente (iv) Outras proíbem o uso de peneiras e


recomendam a coleta com as mãos ou pás
A coleta de amostras deve obedecer a um
planejamento prévio, onde as equipes devem ter em mente
de plástico, com expresso cuidado para coletar somente o
o que coletar, como coleta e quanto coletar em cada
sedimento ativo de corrente.
Estação de Amostragem. Uma idéia preliminar da área é
essencial, não só da Geologia como também de Atividades As amostras podem ser Simples, a coleta é de
ontaminantes (Agricultura, Pecuária, Indústria, Mineração ou apenas 01 (uma) só porção, a qual não tem
Garimpagem, Habitações etc) – rever itens anteriores. representatividade e só deve ser utilizada quando não existe
Sedimento de Corrente em quantidade ou Composta, onde
Sobre Quanto Coletar, via de regra, se estabelece
se coleta várias porções em torno de uma estação de
que o mínimo de amostra a ser coletada deva ser 4 vezes
amostragem, que constituirão uma única amostra (em média
maior que a alíquota a ser enviada ao laboratório para
em torno de 5 porções). A amostra Duplicata é coletada na
análise. Algumas empresas recomendam pelo menos 1 litro
mesma estação de amostragem, objetivando testar se está
a 2 litros de amostra de sedimento de corrente, enquanto
havendo erro na amostragem e/ou análise.
outras chegam a recomendar 5 litros. O Serviço Geológico
Britânico recomenda, na fase de Pesquisa Geoquímica No local de coleta da amostra (Estação de
Regional, uma densidade de 1 amostra a cada 1,5 Km2 Amostragem) deve ser marcada no mapa
(quilômetros quadrados) podendo sofrer um adensamento
onde serão extraídas as amostras; Este local pode sofrer
maior naqueles afluentes que apresentaram anomalias.
alteração. Deve abranger toda largura do canal ativo. Os
Outra regra é coletar amostra na confluência de rios,
sedimentos de corrente Inativos são um conjunto de material
independentemente de uma densidade previamente pré-
que foi depositado marginalmente ao trecho de maior
estabelecida, já que o objetivo é detectar anomalias a
Instituição de Ensino Charles Babbage | 118
velocidade da corrente (canal), durante ou após o período o leito do rio, enquanto outras, objetivando os minerais
das cheias. pesados, recomendam a coleta na porção de deposição dos
rios evitando as margens de erosão. Em Rios profundos
Os sedimentos de corrente Ativos são um conjunto
(>2m) deve-se utilizar Trados manuais (4 ou 6‖ φ), em Rios
de sedimentos não consolidados que está sendo ou que foi
rasos é mais fácil de visualização dos sedimentos Finos.
transportado mecanicamente na corrente do rio, pôr
Utiliza-se Pá de plástico ou as próprias mãos e em Rios
saltação, tração ou suspensão, juntamente com o material
secos deve-se coletar os Sedimentos finos (silte+argila) que
quimicamente precipitado. O sedimento de corrente Ativo
podem existir ou não. Na ausência de finos coleta-se uma
tem as seguintes características:
amostra total do aluvião em maior volume. Na Presença de
finos algumas empresas aconselham a cavar cerca de 15
(a) é o material constantemente movimentado e
misturado na zona de maior turbulência da corrente, cm e embaixo de blocos de rochas e árvores visando pegar

adquirindo uma tendência à homogeneização; minerais mais pesados concentrados naturalmente. Algumas
vezes processa-se um peneiramento prévio, no próprio local
(b) Material de granulação fina (areia muito fina, da coleta, da fração mais grossa, com peneira de nylon ou
silte e argila) resultante da alteração alumínio.

das rochas de toda bacia de captação (bacia de drenagem); Algumas empresas realizam a Preparação de
Amostra para Análise da seguinte maneira:
(c) Sempre traz informações da montante do local
da amostragem; Apresenta alto (a) 300 g de material coletado;

poder de adsorção, devido a grande quantidade de argilo- (b) Peneiramento da fração grossa, se ainda existir;
minerais.
(c) Secagem em estufa a aproximadamente 60°C por 2
Onde Coletar e Como também varia em horas; Desagregação;
conformidade com os objetivos da prospecção
(d) Peneiramento a menos oitenta mesh (- 80#);
e em função da orientação de determinadas empresas ou
chefes de equipe. O cuidado com os (e) Quarteamento e;

contaminantes, evitando-se coletar amostras onde existam (f) embalagem adequada para transporte para o laboratório

atividades agrícolas, industriais, etc é uma recomendação onde será procedida a Analise química ou mineralógica.

generalizada.
Apresentação dos Resultados

Algumas empresas orientam coletar somente o


O Mapa de símbolos divide os teores em intervalos
Sedimento situado no Leito Ativo de Corrente (ou seja,
(classes) e determina as relativas legendas. O Mapa de
aquele que está sofrendo transporte ou que foi transportado
drenagem enlarguesce os traços das drenagens em função
pelas últimas correntes) vai ao encontro dos objetivos aqui
dos intervalos de teores.
descritos de conhecer a composição química dos elementos
das rochas localizadas na Bacia (ou sub-Bacia) de
Vantagens e desvantagens da amostragem de
Drenagem (ou Bacia de Captação). Nesses casos, sempre
Sedimento de corrente
que possível, coletar em trechos retos do canal e evitar
coletar, juntamente com o sedimento de corrente, Matéria
orgânica, óxidos secundários de Fe e Mn e material de
colapso. Coletar nas confluências dos tributários, para
melhor bloquear a área. Coletar preferencialmente nas
drenagens de 2a, 3a e 4a ordem.

Entretanto, algumas empresas orientam coletar


amostras compostas abrangendo todo

Instituição de Ensino Charles Babbage | 119


Dependendo da abundância do elemento, do
estágio do trabalho de prospecção, entre

outros fatores, o concentrado de batéia pode oferecer


informações importantes ainda no campo. A antecipação
das informações favorece as tomadas de decisão e agilizam
alguns procedimentos em campo. Aqueles que argumentam
contrariamente ao Método de Concentrado de Batéia
explicam que o Material enviado ao laboratório é constituído
dos minerais mais densos. Obviamente isso é uma grande
distorção da realidade, ou seja, das características do
material original. Ademais são perdidos alguns minerais
leves que podem dar informações importantes da presença
do metal procurado, como por exemplo, as moscovitas de
pegmatito que geralmente catalisam íons de Ta ou
adsorvem esse metal se o mesmo estiver presente no
pegmatito. No concentrado de batéia esta informação estaria
perdida.

Vantagens e desvantagens do método –


concentrado De batéia

Exemplos de símbolos: pontuais (a – e) e diagrama


linear (f) usados para categorizar anomalias em
mapas de sedimentos de drenagem e água, segundo
Howarth (1983).

Concentrado de Batéia

Esse método de Geoquímica de Exploração tem


por finalidade obter um resíduo pesado (concentrado
pesado) por meio de concentração gravimétrica utilizando
uma batéia. É utilizado principalmente na procura de
elementos/minerais que ocorrem como resistatos no
ambiente secundário, os quais provocam realce nas
anomalias. Pode ser aplicado em qualquer dos métodos
anteriores, pois este método visa a concentração de
minerais pesados para ressaltar possíveis anomalias. Os
defensores desse método afirmam que, se o objetivo da Controle de Qualidade de Amostragem
Pesquisa Mineral é os Minerais Pesados (ouro, scheelita,
Todo o trabalho de campo, recursos investidos em
tantalita, etc) o concentrado de batéia apresenta maior
pessoal, infra-estrutura, equipamentos, etc., bem como o
probabilidade de se obter resultados positivos, diminui a
futuro do prospecto ―esbarra‖ no Laudo Laboratorial dos
possibilidade de erros analíticos devido à baixa
resultados de teor de amostras coletadas.
concentração do elemento procurado ou seu farejador.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 120


Uma coleta mal feita, um controle deficiente das - Método de Obtenção de Coordenadas e Cota;
amostras, preparação das amostras (moagem,
- Informações sobre a Linha e Estação de Amostragem
homogeneização, ataque químico, quarteamento, etc)
(quando a amostragem seguir uma
passivas de contaminação e análises químicas (método
analítico inadequado, pessoal despreparado e/ou
Malha);
equipamentos imprecisos) podem levar a descartar áreas
promissoras ou influenciar investimentos desastrosos. - Data da Amostragem;
Visando evitar tais problemas as empresas investem cada
- Nome do Amostrador;
vez mais em Programas de Qualidade de Amostragem (bem
como na capacitação de pessoal) visando a Acurácia, - Profundidade de coleta da Amostra;
Precisão e a Confiabilidade da Coleta e do laboratório que
analisa as amostras. - Peso da Amostra;

Alguns manuais recomendam simplesmente a - Volume da Amostra;


coleta de duplicatas (também chamadas de ―replicatas‖) a
- Nome do Alvo (Target);
cada quantidade ―X‖ de amostras coletadas. Essa
quantidade ―X‖ varia de empresa para empresa. A duplicata - Descrição da Geologia do local de amostragem;
é enviada ao laboratório como se fosse uma amostra
qualquer, ficando com o Técnico de Geologia o Controle - Descrição das alterações (por ex: hidrotermais) do local de

dessas amostragens, em um Banco de Dados para posterior amostragem;

averiguação. Outras empresas fazem um controle mais


- Descrição da Cor, Textura, Vegetação, Fragmento de
rigoroso no seu Programa de Qualidade. Assim, a cada ―X‖
Rocha;
amostras, é enviada ao laboratório: (a) uma Duplicata; (b)
uma amostra ―Branca‖, ou seja, sem teor algum daquele - Descrição da Litologia, Petrografia, Estrutura;
elemento que se pesquisa; (c) uma Amostra Padrão onde se
conhece o teor dos elementos, pois os mesmos foram - Comprimento, Espessura, Parâmetros da Rocha. Inclusive

analisados em vários outros laboratórios e naquele para o se um desses dados é aparente

qual se está enviando a amostra.


ou real (por exemplo: espessura aparente);

Outras empresas incluem ainda amostras de


- Tamanho dos Grãos (principalmente para sedimento de
concentrado de batéia visando testar a precisão do
corrente e às vezes solo);
equipamento de análise. A Planilha de Levantamento deve
conter as seguintes informações abaixo listadas. Algumas - Código de Cor (o código de cor de Munsill é bastante
podem ser omitidas e outras podem ser inseridas em função detalhado e utilizado para solo e
dos objetivos da campanha:
sedimento de corrente – ver
- Planilha com cabeçalho - identificação do nome da http://soil.gsfc.nasa.gov/pvg/munsell.htm);
empresa, departamento etc;
- pH;
- Informações sobre proveniência do Conjunto de Dados ou
- Fonte de Dados;
nome do projeto;

- Informar se a amostra duplicata, branca, padrão ou outro


- Identificação da amostra
tipo de amostra;
- Tipo de Amostra (sedimento de corrente, solo, etc);
- Nome do Técnico que alimentou o banco de dados e data.
- Tipo de Grid ou Referência Geográfica (Datum, Zona etc);
A Ficha de Controle de Amostra é mais resumida e
- Coordenadas de Localização da Amostra; se destina a uma breve identificação da amostra (ver figura
V.20) para acompanhamento e controle. É aquela que
- Cota;

Instituição de Ensino Charles Babbage | 121


acompanha a amostra. O Técnico de Geologia e Mineração Podem também estar associadas a diversos
geralmente é o responsável pelo acompanhamento e complexos de rochas. Durante a avaliação da jazida podem
controle. Nesta ficha tem um local apropriado para o técnico ser consideradas as mais diversas informações, tais como:
indicar qual é o tipo de amostra que está sendo enviada ao metalogênicas, estruturais, lito-estratigráficas, etc. Por
laboratório. Note que, para o laboratório vai apenas à exemplo, as reservas de uma unidade de superfície numa
amostra e a ficha destacável abaixo com o número da bacia carbonífera tipo geossinclinal serão maiores (entre 10
amostra. Quando o relatório de análise chega do laboratório, a 20 milhões de toneladas por km2) do que jazida de
o Técnico de Geologia alimenta o banco de dados (pode ser plataforma (4 - 7 milhões de toneladas por km2). Da mesma
uma extensão daquela Planilha de Levantamento forma as jazidas de fosfato do tipo geossinclinal (várias
apresentada anteriormente) com as informações de teor. camadas) terão as reservas muito superiores que a mesma
jazida em plataforma (uma camada). Do ponto de vista
Classificação E Avaliação De Reservas Minerais
econômico, as jazidas formadas em ambientes marinhos,
são mais vantajosas do que as formadas em ambientes
A Avaliação de um Depósito Mineral depende de
fatores geológicos, econômicos, tecnológicos, regionais e de fluviais, fluvioglaciais, etc.

mercado. Os fatores geológicos referem-se a: tipo genético


A forma de localização espacial da substância
da jazida, tipo de ambiente geológico, tipos morfológicos,
mineral tem um significado menor na avaliação da jazida.
arquitetura (forma) da jazida, composição química e
Interessantes são jazidas concentradas em formas
mineralógica da jazida. Os fatores econômicos dependem
isométricas (stockwerke - corpo aproximadamente
da capacidade produtiva e da grandeza dos investimentos e
equidimensional constituído por matéria rochosa venulada
abrangem: custos de extração, perdas e empobrecimento do
por finos filões mineralizados e impregnada por minerais de
minério. Os fatores tecnológicos abrangem a problemática
minério, colméia - stock, camadas), dispostas
do beneficiamento e extração e transformação tecnológica.
horizontalmente sem deformações tectônicas. As camadas
Os fatores regionais abrangem os seguintes problemas:
verticalizadas ou que ocorrem em zonas de dobras com
comunicação, demográficos, climáticos, fonte de energia,
grande ângulo de mergulho, geralmente contém reservas
abastecimento em água e materiais.
menores do que as mesmas jazidas dispostas
horizontalmente em formações de plataforma contendo
Os fatores geológicos têm um significado muito
grande na avaliação de jazidas. Cada tipo genético de jazida geralmente grandes reservas.

distingue-se por determinadas condições de ocorrência,


Kreiter (1968) define o coeficiente (fator) de
forma e estruturas, grau de mineralização, uma determinada
mineralização como sendo a relação entre a soma das áreas
qualidade do minério, coeficiente de variação, grau de
ocupadas por mineralização econômica e a área total do
concentração de reservas, etc. O conhecimento da gênese
depósito ou, então, entre a soma dos comprimentos das
da jazida possibilita prever uma série de parâmetros, os
obras de pesquisa que atravessaram minério e a soma dos
quais são muito úteis na sua prospecção e avaliação. Certos
comprimentos de todas as obras ou, ainda, é a razão da
tipos genéticos são interessantes sob o ponto de vista de um
parte da jazida ou minério e o estéril, e é determinado pela
minério, outros não. Por exemplo; depósitos sedimentares
razão do comprimento, superfície ou volume das partes de
de minérios de Zn, Pb, Cu, U, Fe e etc, em geral
jazida citadas, às vezes pela razão de poços/furos de sonda
caracterizam-se por possuírem reservas significativas, fáceis
positivos e negativos. Este coeficiente é muito útil na
de explorar, porém em veios hidrotermais as suas reservas
condução de trabalhos prospectivos, bem como na
são pequenas e irregulares.
avaliação dos resultados obtidos.

O ambiente geológico de ocorrência da jazida


A qualidade do minério tem um significado todo
também tem um significado muito grande na sua avaliação.
especial na avaliação de jazidas e depende de: composição
As jazidas podem ocorrer em regiões de geossinclinais,
química e mineral, teor de substância mineral útil,
depressões, em coberturas de plataformas, embasamento
configuração estrutural e textural, uma série de propriedades
ou escudos, em regiões de fissuras e brechas.
físicas, tais como; pêso específico, densidade, composição
granulométrica, porosidade, resistência mecânica,
propriedades magnéticas, elétricas, superficiais, etc. A
Instituição de Ensino Charles Babbage | 122
qualidade frequentemente depende do tipo de minério bem se é passível de beneficiamento, etc. A composição mineral
como do tipo genético da jazida, por ex. depósito magmático determina o grau de aproveitamento do minério, tem
de minério de ferro contém frequentemente teores mais influência nos custos de beneficiamento e transformação
elevados de titânio e fósforo, enquanto os depósitos tecnológica. Em depósitos de metais coloridos (não ferrosos)
derivados de jazidas lateríticas formados a partir do e raros, a composição mineral decidirá não somente sobre a
intemperismo dos serpentinitos, terão teores elevados de eficiência do beneficiamento, mas também sobre a
niquel, cromo ou outros metais. Minérios de ferro de jazidas rentabilidade de explotação da jazida.
sedimentares possuem frequentemente acréscimo de
A qualidade do minério dependerá também, além
manganês e fósforo, e os depósitos escarníticos - de
dos elementos úteis, da composição mineral dos minerais
sulfetos.
acessórios e da rocha encaixante, por serem extraídos
O coeficiente de variação de uma jazida tem uma simultaneamente. Isto terá influência na eficiência e custos
importância fundamental durante a determinação do do processo de beneficiamento bem como na tecnologia de
intervalo de amostragem (distância entre os pontos de transformação, por ex: a qualidade de um minério com o
amostragem), densidade de trabalhos mineiros, bem como mesmo teor de ferro dependerá do teor de SiO2 e CaO que
para uma correta interpretação dos resultados de análises. são componentes da rocha encaixante. As constituições
O seu valor dependerá principalmente do tipo de minério e estruturais e a granulometria dos minerais também terão
tipo genético da jazida. O seu valor é maior para os minérios uma influência significativa nos resultados do
de metais raros e nobres (preciosos) e é menor para os beneficiamento. No caso de estruturas com granulação
minérios de metais coloridos (não ferrosos/leves). grosseira constituídas de grãos grandes e isolada, a
eficiência do beneficiamento será maior e a qualidade do
Os fatores técnicos são determinados pela
concentrado também.
profundidade de ocorrência do depósito, acessibilidade
mineira, condições hidrogeológicas, propriedades das Para se beneficiar minérios de granulometrias finas
massas rochosas, presença de gases (CH4, CO2, SO2, é necessária a sua cominuição até a granulometria de
H2S), condições térmicas, etc. Cada um desses parâmetros liberação, o que elevará os custos de beneficiamento bem
individualmente ou em conjunto, podem constituir-se em como as estruturas de granulometrias finas provoca grandes
barreiras com mais diversificados graus de dificuldade, que perdas de minério por ocasião do beneficiamento.
em determinadas condições, podem excluir a possibilidade
Durante a análise da qualidade do minério,
de se minerar o depósito. Em casos extremos, existem
principalmente referente a componentes úteis, consideram-
barreiras técnicas que inviabilizam a exploração tais como;
se os parâmetros de teor crítico do componente útil e de teor
mineração abaixo de uma certa profundidade, drenagem das
limite do componente útil.
frentes de trabalho, controlar os gases, dominar e controlar
altas temperaturas, etc. A determinação das reservas, do teor médio, do
custo de extração do minério e das receitas permite a
Durante a avaliação de uma jazida, devemos
obtenção do Teor Crítico e do teor de Corte do depósito
considerar os seguintes parâmetros: suscetibilidade ao
estudado, que representa o valor mínimo para o qual é
beneficiamento do minério, qualidade dos concentrados e
rentável a sua explotação. O seu cálculo depende de um
dos produtos obtidos a partir dos mesmos, custos de
grande número de variáveis, mas uma idéia aproximada do
beneficiamento e transformação tecnológica e os
seu valor pode ser obtida na expressão seguinte:
investimentos indispensáveis.

Parâmetros de avaliação de jazidas

Leva em consideração, principalmente: a qualidade onde:


do minério e seu mineral-minério e a quantidade do minério
e do seu mineral-minério. A qualidade do minério depende - c T - é o teor crítico expresso em %
principalmente da sua composição mineral, teor de
componentes úteis, suas propriedades estruturais e físicas,

Instituição de Ensino Charles Babbage | 123


- E - representa o somatório dos custos de extração EXPLORAÇÃO... E DE OUTROS RECURSOS MINERAIS
e beneficiamento de uma tonelada de minério, mais as NO RESPECTIVO TERRITÓRIO, PLATAFORMA
despesas unitárias de administração e comercialização CONTINENTAL, MAR TERRITORIAL OU ZONA
ECONÔMICA EXCLUSIVA, OU COMPENSAÇÃO
- P - expressa o preço de venda de uma tonelada
FINANCEIRA POR ESSA EXPLORAÇÃO‖;
de concentrado obtido:
―COMPETE À UNIÃO ESTABELECER AS ÁREAS
O teor de Corte é o Teor Crítco + Lucro. O termo
E AS CONDIÇÕES PARA O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE
―Corte‖ se refere a Desmonte.
DE GARIMPAGEM, EM FORMA ASSOCIATIVA‖;

Na explotação de jazidas minerais, freqüentemente


―COMPETE PRIVATIVAMENTE À UNIÃO
são extraídos minérios com o teor inferior ao crítico e este
LEGISLAR SOBRE JAZIDAS, MINAS, OUTROS
material pode ocasionalmente ser aproveitado com lucro,
RECURSOS MINERAIS E METALURGIA‖;
pois a mistura com um material rico possibilita a formação
de um minério misto, com teor superior ao crítico (―Blend‖ ou ―É COMPETÊNCIA COMUM DA UNIÃO, DOS
Blendagem). Há, entretanto, um limite, o teor limite, abaixo ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS
do qual a mistura não deve ser efetuada sob pena de REGISTRAR, ACOMPANHAR E FISCALIZAR AS
ocasionar prejuízo. Se o minério contém mais de um CONCESSÕES DE DIREITOS DE PESQUISA E
componente útil possíveis de se recuperar (subproduto), EXPLORAÇÃO DE RECURSOS... E MINERAIS EM SEUS
neste caso o teor limite do componente principal pode ser TERRITÓRIOS‖;
reduzido. A Reserva Mínima é a quantidade de minério que
―É DA COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO
garante a explotação rentável de uma jazida. A
CONGRESSO NACIONAL AUTORIZAR, EM TERRAS
determinação de reservas mínimas é feita individualmente
INDÍGENAS, ... A PESQUISA E LAVRA DE RIQUEZAS
para cada jazida, de acordo com as condições geológicas,
MINERAIS‖;
econômicas e minerais, próprias de uma determinada jazida
e tipo de minério. Antes de avançar nesse tema é importante ―COMPETE AO CONSELHO DE DEFESA
definir o que é uma RESERVA MINERAL e o que é um
NACIONAL ..., E OPINAR SOBRE SEU EFETIVO USO,
RECURSO MINERAL. A primeira refere-se a uma massa ESPECIALMENTE NA FAIXA DE FRONTEIRA E NAS
individualizada e apta a ser lavrada enquanto a segunda é RELACIONADAS COM A PRESERVAÇÃO E A
uma massa individualizada que ainda não está preparada
EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS DE
para ser lavrada. De outra forma, a Reserva Mineral é um QUALQUER TIPO‖;
bloco delimitado por abordagem direta do minério, onde uma
pessoa tem acesso ao corpo hospedeiro da mineralização. ―O ESTADO FAVORECERÁ A ORGANIZAÇÃO DA
ATIVIDADE GARIMPEIRA EM COOPERATIVAS LEVANDO
Legislação Mineral EM CONTA A PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE E A
PROMOÇÃO ECONÔMICO-SOCIAL DOS GARIMPEIROS‖;
ASPECTOS PRÁTICOS DA LEGISLAÇÃO
MINERÁRIA BRASILEIRA ―AS COOPERATIVAS DE GARIMPEIROS TERÃO
PRIORIDADE NA AUTORIZAÇÃO OU CONCESSÃO PARA
I. Fundamentos que regem, no Brasil, a pesquisa e
PESQUISA E LAVRA DOS RECURSOS E JAZIDAS DE
a lavra minerais contidos na CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE
MINERAIS GARIMPÁVEIS, NAS ÁREAS ONDE ESTEJAM
1988 e suas EMENDAS:
ATUANDO, E NAQUELAS FIXADAS PELA UNIÃO, NA
―SÃO BENS DA UNIÃO OS RECURSOS FORMA DA LEI‖;
MINERAIS, INCLUSIVE OS DO SUBSOLO‖;
―AS JAZIDAS EM LAVRA OU NÃO, E DEMAIS
―É ASSEGURADA, NOS TERMOS DA LEI, AOS RECURSOS MINERAIS ... CONSTITUEM PROPRIEDADE
ESTADOS, AO DISTRITO FEDERAL E AOS MUNICÍPIOS, DISTINTA DA DO SOLO, PARA EFEITO DE EXPLORAÇÃO
BEM COMO A ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA DA OU APROVEITAMENTO, E PERTENCEM À UNIÃO,
UNIÃO, PARTICIPAÇÃO NO RESULTADO DA

Instituição de Ensino Charles Babbage | 124


GARANTIDA AO CONCESSIONÁRIO A PROPRIEDADE ―NÃO SE APLICA ÀS TERRAS INDÍGENAS O
DO PRODUTO DA LAVRA‖; FAVORECIMENTO À ORGANIZAÇÃO DA ATIVIDADE
GARIMPEIRA EM COOPERATIVAS, E NEM TERÃO
―A PESQUISA E A LAVRA DE RECURSOS
PRIORIDADE NA AUTORIZAÇÃO OU CONCESSÃO PARA
MINERAIS... SOMENTE PODERÃO SER EFETUADOS
PESQUISA E LAVRA DOS RECURSOS E JAZIDAS
MEDIANTE AUTORIZAÇÃO OU CONCESSÃO DA UNIÃO,
MINERAIS GARIMPÁVEIS‖.
NO INTERESSE NACIONAL, POR BRASILEIROS OU
EMPRESA CONSTITUÍDA SOB AS LEIS BRASILEIRAS E PRINCÍPIOS GERAIS - Regem as atividades de
QUE TENHA SUA SEDE E ADMINISTRAÇÃO NO PAÍS, NA pesquisa e lavra minerais. Estão dispostos no CÓDIGO DE
FORMA DA LEI, QUE ESTABELECERÁ AS CONDIÇÕES MINERAÇÃO e seu REGULAMENTO, além de PORTARIAS
ESPECÍFICAS QUANDO ESSAS ATIVIDADES SE MINISTERIAIS, INTER-MINISTERIAIS e do DNPM,
DESENVOLVEREM EM FAIXA DE FRONTEIRA OU INSTRUÇÕES NORMATIVAS, ORIENTAÇÕES
TERRAS INDÍGENAS‖; NORMATIVAS e COMUNICADOS do DNPM; assim como,
PARECERES JURÍDICOS da AGU, MME e DNPM, e
―É ASSEGURADA PARTICIPAÇÃO AO
legislação correlata de outros ramos do DIREITO.
PROPRIETÁRIO DO SOLO NOS RESULTADOS DA
LAVRA, NA FORMA E NO VALOR QUE DISPUSER A LEI‖; O CÓDIGO DE MINERAÇÃO, originalmente o
DECRETO-LEI Nº 227 de 28/2/67, vem sofrendo desde
―A AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA SERÁ SEMPRE
aquela época várias alterações, culminando com o advento
POR PRAZO DETERMINADO, E AS AUTORIZAÇÕES E
da LEI Nº 9.314 de 14/11/96, que entrou em vigor a partir de
CONCESSÕES PREVISTAS NESTE ARTIGO NÃO
17/1/97. Pode-se dizer que, basicamente, o CÓDIGO regula
PODERÃO SER CEDIDAS OU TRANSFERIDAS, TOTAL
os direitos sobre os recursos minerais do País, os regimes
OU PARCIALMENTE, SEM PRÉVIA ANUÊNCIA DO
de aproveitamento de tais recursos (CONCESSÃO,
PODER CONCEDENTE‖;
AUTORIZAÇÃO, LICENCIAMENTO, PERMISSÃO DE

―AQUELE QUE EXPLORAR RECURSOS LAVRA GARIMPEIRA e MONOPOLIZAÇÃO), e, a

MINERAIS FICA OBRIGADO A RECUPERAR O MEIO fiscalização pelo GOVERNO FEDERAL, da pesquisa, da
lavra e de outros aspectos da indústria mineral. Em
AMBIENTE DEGRADADO, DE ACORDO COM SOLUÇÃO
TÉCNICA EXIGIDA PELO ÓRGÃO PÚBLICO AGOSTO DE 1999, foi promulgada a LEI Nº 9.827/99 que

COMPETENTE, NA FORMA DA LEI‖; alterou o CÓDIGO DE MINERAÇÃO a fim de que aos


ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA E AUTÁRQUICA
―..., A PESQUISA E A LAVRA DAS RIQUEZAS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E
MINERAIS EM TERRAS INDÍGENAS SÓ PODEM SER DOS MUNICÍPIOS, seja-lhes permitida a EXTRAÇÃO de
EFETIVADAS COM AUTORIZAÇÃO DO CONGRESSO substâncias minerais de emprego imediato na construção
NACIONAL, OUVIDAS AS COMUNIDADES AFETADAS, civil, definidas em PORTARIA do MINISTÉRIO DE MINAS E
FICANDO-LHES ASSEGURADA PARTICIPAÇÃO NOS ENERGIA, para uso exclusivo em obras públicas por eles
RESULTADOS DA LAVRA, NA FORMA DA LEI‖; executadas diretamente, respeitados os direitos minerários
em vigor nas áreas onde devam ser executadas as obras e
―SÃO NULOS E EXTINTOS, NÃO PRODUZINDO
vedada a sua comercialização. A LEI Nº 9.827/99 ainda
EFEITOS JURÍDICOS, OS ATOS QUE TENHAM POR
carece de regulamentação; e, a PORTARIA do MME ainda
OBJETO... OU A EXPLORAÇÃO DAS RIQUEZAS
não foi publicada.
NATURAIS DO SOLO, DOS RIOS E DOS LAGOS NELAS
EXISTENTES, RESSALVADO RELEVANTE INTERESSE O ALVARÁ DE PESQUISA é um título assinado
PÚBLICO DA UNIÃO, SEGUNDO O QUE DISPUSER LEI pelo DIRETOR-GERAL DO DNPM, atualmente, e deriva
COMPLEMENTAR, NÃO GERANDO A NULIDADE E A historicamente do DECRETO DE PESQUISA que era
EXTINÇÃO DIREITO A INDENIZAÇÃO OU A AÇÕES assinado pelo MINISTRO do MINISTÉRIO ao qual o DNPM
CONTRA A UNIÃO, SALVO, NA FORMA DA LEI, QUANTO era subordinado; no passado remoto, o DA AGRICULTURA,
ÀS BENFEITORIAS DERIVADAS DA OCUPAÇÃO DE BOA- no passado recente, o DAS MINAS E ENERGIA. Enquanto,
FÉ‖; a PORTARIA DE LAVRA é um título assinado pelo
MINISTRO DE MINAS E ENERGIA que substituiu, no
Instituição de Ensino Charles Babbage | 125
passado recente, o DECRETO DE LAVRA, assinado pelo contados da publicação de tal DESPACHO no DOU, para
MINISTRO do MINISTÉRIO ao qual estava subordinado o cumprir e atender fiel e satisfatoriamente tal (is) EXIGÊNCIA
DNPM, por delegação de competência do PRESIDENTE DA (S). O que não sendo feito, ou cumprido fora do prazo legal,
REPÚBLICA, a quem competia legalmente assinar tal ensejará o INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE PESQUISA.
diploma legal. Os processos assim indeferidos terão suas áreas colocadas
em DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA para
O MANIFESTO é um título de lavra respeitado até
requerimentos de TERCEIROS interessados. Outro caso
os dias de hoje, e foi implantado no BRASIL pelo CÓDIGO
comum de INDEFERIMENTO DE PEDIDO DE PESQUISA é
DE MINAS DE 1934, amparado pela CONSTITUIÇÃO DA
por INTERFERÊNCIA TOTAL COM OUTROS PROCESSOS
REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL DE
PRIORITÁRIOS sobre a mesma área requerida.
1934, e deveria ser registrado pelo INTERESSADO
mediante justificativa judicial no JUÍZO DE DIREITO DA De posse do ALVARÁ, o TITULAR poderá
COMARCA de localização da MINA ou JAZIDA e outra ingressar na área autorizada para iniciar os trabalhos de
técnica no DNPM, ambas com provas testemunhais, e pesquisa preconizados no PLANO DE PESQUISA, desde
comprovação da propriedade do solo onde elas se que tenha celebrado ACORDO com os SUPERFICIÁRIOS.
encontravam ou por quem delas fosse dono por legítimo Se, porventura, não houver ACORDO, ou ainda, caso haja,
título. e se o mesmo não for apresentado ao DNPM, após a
publicação do ALVARÁ, até a data de transcrição do
Pela LEI Nº 9.314/96, o ALVARÁ DE PESQUISA
TÍTULO no LIVRO PRÓPRIO, o DNPM deverá notificar o
pode ser outorgado a PESSOA NATURAL ou JURÍDICA,
JUÍZO DE DIREITO DA COMARCA onde se situa a área
para tanto ela deverá requerer ao DNPM através de
autorizada para pesquisa mineral. O que não ocorrendo, o
FORMULÁRIOS PRÓPRIOS referida AUTORIZAÇÃO,
TITULAR deverá requerer ao DNPM para fazê-lo, a fim de
mediante pagamento de EMOLUMENTOS no valor de 270
que possa homologar em JUÍZO o (s) ACORDO (S) que
UFIR, cuja área pleiteada, dependendo da SUBSTÂNCIA
tenha celebrado com o(s) SUPERFICIÁRIO(S) depois
MINERAL objetivada, poderá atingir uma superfície de até
daquela data. Por sua vez, o JUIZ determina a abertura do
10.000 HECTARES na AMAZÔNIA LEGAL e 2.000
PROCESSO DE AVALIAÇÃO JUDICIAL DOS TERRENOS,
HECTARES no resto do País. Além dos FORMULÁRIOS
provocada pelo DNPM, e intima a TITULAR a dar curso ao
PRÓPRIOS, o REQUERIMENTO DE AUTORIZAÇÃO DE
processo através do pagamento das custas e notifica as
PESQUISA deverá ser apresentado ao DNPM, no
partes na tentativa de um ACORDO amigável; o que não
DISTRITO onde está localizada a área, com o PLANO DE
havendo, o JUIZ nomeará um PERITO para apurar os
PESQUISA devidamente assinado por TÉCNICO
pagamentos a realizar pela TITULAR ao (s)
LEGALMENTE HABILITADO para tal fim, cuja comprovação
SUPERFICIÁRIO(S) por danos e prejuízos causados
é feita através da apresentação ao DNPM do comprovante
(INDENIZAÇÃO) e pela ocupação dos terrenos (RENDA).
de pagamento da ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Isto poderá se arrastar por vários anos, e não tem sido um
TÉCNICA (ART) no CREA do domicílio do TÉCNICO ou do
expediente muito usado por TITULARES de
ESTADO onde se situa a área requerida, e MAPA da área
AUTORIZAÇÕES DE PESQUISA; na mais das vezes,
objetivada.
ocorre o ACORDO amigável entre as partes, mediante
pagamento pelo TITULAR de RENDA PELA OCUPAÇÃO
De posse desses documentos, o DISTRITO do
DNPM estuda o pedido e, caso a área esteja LIVRE e a DOS TERRENOS e INDENIZAÇÃO POR DANOS E

documentação consistente tecnicamente e em boa ordem do PREJUÍZOS CAUSADOS.

ponto de vista legal, expede DESPACHO ao DIRETOR-


O ALVARÁ tem um prazo de vigência de 3 (TRÊS)
GERAL DO DNPM, em BRASÍLIA/DF, propondo a outorga
ANOS e sujeita o TITULAR ao pagamento de TAXA, POR
do ALVARÁ DE PESQUISA e sua publicação no DOU. Caso
HECTARE, para cada ano de validade, atualmente, no valor
contrário, serão formuladas EXIGÊNCIAS para retirar
de 1 UFIR POR HECTARE; cujo não pagamento ensejará
INTERFERÊNCIA PARCIAL COM PRIORITÁRIOS, juntar
MULTA e, em seguida, NULIDADE ex-officio do ALVARÁ,
ART-CREA, acrescentar dados, melhorar ou justificar o
sem prejuízo do registro do TITULAR no CADIN e até a
PLANO DE PESQUISA apresentado, etc. Para o que, o
REQUERENTE tem o PRAZO de 60 (SESSENTA) DIAS,
Instituição de Ensino Charles Babbage | 126
inscrição na DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO; entretanto, tudo SUPERFICIÁRIO(S), o que tem de ser comprovado no
precedido pelo amplo direito de defesa do TITULAR. DNPM, mediante CERTIDÃO do CARTÓRIO que ateste o
competente diligenciamento do já falado PROCESSO DE
Ao cabo dos trabalhos de pesquisa, o TITULAR
AVALIAÇÃO JUDICIAL dos terrenos autorizados para
apresenta, no PRAZO LEGAL, o RELATÓRIO DE
pesquisa mineral.
PESQUISA contendo, em especial, RESERVAS (MEDIDA-
INDICADA-INFERIDA) e TEORES da SUBSTÂNCIA Após publicado no DOU o DESPACHO DE
MINERAL pesquisada, e a pré-viabilidade econômica do PRORROGAÇÃO DO ALVARÁ, cujo PRAZO DE VIGÊNCIA
empreendimento a ser implantado (CUSTOS/PREÇOS). PODE, NO MÁXIMO, SER IGUAL AO DO ALVARÁ – 3
Este RELATÓRIO poderá ser APROVADO, NEGADO ou (TRÊS) ANOS – , o TITULAR volta a ter os mesmos direitos
ARQUIVADO pelo DNPM, dependendo da qualidade do e deveres do ALVARÁ; isto é, tem que pagar as TAXAS
mesmo. Uma nova figura foi estabelecida pela LEI Nº ANUAIS, POR HECTARE, atualmente, no valor de 1,5 UFIR
9.314/96 que é o PEDIDO AO DNPM DE POR HECTARE, renovar os ACORDOS com o(s)
SOBRESTAMENTO DA DECISÃO SOBRE O RELATÓRIO, SUPERFICIÁRIO(S), trabalhar dentro da área autorizada e
em virtude da inexequibilidade técnico-econômica apresentar, no PRAZO LEGAL, o RELATÓRIO FINAL DE
temporária da lavra em face da presença de fatores PESQUISA com os resultados obtidos dos serviços e
conjunturais adversos (TECNOLOGIA/MERCADO). O trabalhos executados ao longo da campanha desenvolvida
SOBRESTAMENTO tem sido aceito pelo DNPM por até 3 na área mostrando RESERVAS (MEDIDA-INDICADA-
(TRÊS) ANOS. INFERIDA) e TEORES, e uma pré-viabilidade econômica do
empreendimento (CUSTOS/PREÇOS).
Se o RELATÓRIO for APROVADO, o TITULAR tem
o prazo de até 1 (HUM) ANO para requerer a CONCESSÃO Mister lembrar faculdade de CESSÃO ou
DE LAVRA, caso seja PESSOA JURÍDICA. E se for TRANSFERÊNCIA DE REQUERIMENTOS DE TÍTULOS DE
PESSOA NATURAL, tem o prazo de 1 (HUM) ANO para DIREITOS MINERÁRIOS; assim como, de CESSÃO OU
negociar tal direito com PESSOA JURÍDICA (EMPRESA DE TRANSFERÊNCIA PARCIAL OU TOTAL DE TÍTULOS DE
MINERAÇÃO), ou se transformar em uma delas e requerer DIREITOS MINERÁRIOS.
diretamente a CONCESSÃO DE LAVRA. Se for NEGADA
A CONCESSÃO DE LAVRA somente pode ser
APROVAÇÃO ou ARQUIVADO o RELATÓRIO, a área
requerida ao DNPM por PESSOA JURÍDICA (EMPRESA DE
deverá ser colocada em DISPONIBILIDADE PARA
MINERAÇÃO), cuja área deveria estar vinculada ao
PESQUISA por TERCEIROS INTERESSADOS.
requerente por via da aprovação do seu RELATÓRIO DE
O CÓDIGO DE MINERAÇÃO e seu PESQUISA referente ao ALVARÁ DE PESQUISA por ela
REGULAMENTO preconizam a PRORROGAÇÃO DO detido, ou por aquisição de TERCEIROS do DIREITO DE
ALVARÁ quando o TITULAR não consegue concluir os REQUERER A LAVRA, ou, ainda, quando se trata de área
trabalhos previstos no PLANO DE PESQUISA no prazo de colocada pelo DNPM em DISPONIBILIDADE PARA LAVRA.
vigência da AUTORIZAÇÃO que é de 3 (TRÊS) ANOS. E,
A LAVRA é requerida mediante petição
ao longo dos anos, tem sido usual a prática do
acompanhada do PLANO DE APROVEITAMENTO
REQUERIMENTO AO DNPM DE PRORROGAÇÃO DO
ECONÔMICO DA JAZIDA (―PAE‖), assinado por TÉCNICO
ALVARÁ, anteriormente denominada RENOVAÇÃO, e que,
legalmente habilitado, com prova de pagamento da ART ao
nas mais das vezes é atendido por aquela AUTARQUIA,
CREA de domicílio do profissional ou do local onde se situa
através da análise do RELATÓRIO DOS TRABALHOS
a área, MEMORIAL DESCRITIVO do campo pretendido para
EFETUADOS E JUSTIFICATIVA DO PROSSEGUIMENTO
a lavra, indicação das SERVIDÕES de que deverá gozar a
DA PESQUISA, e que despacha favoravelmente pela
futura MINA, MAPAS mostrando a localização e situação da
PRORROGAÇÃO POR 2 (DOIS) ou 3 (TRÊS) ANOS do
área pleiteada e ATESTADO DE CAPACIDADE
ALVARÁ, notadamente tratando-se de áreas na AMAZÔNIA
FINANCEIRA. O ―PAE‖ deverá guardar uma relação com o
LEGAL (―REGIÃO ÍNVIA E DE DIFÍCIL ACESSO‖). Outro
RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA DA SUBSTÂNCIA
tipo de solicitação para PRORROGAÇÃO de ALVARÁ se
MINERAL aprovado pelo DNPM, e apresenta um estudo
funda na falta de ingresso na área, por não ter havido
técnico-econômico da lavra e do beneficiamento da
ACORDO (AMIGÁVEL/JUDICIAL) com o(s)
Instituição de Ensino Charles Babbage | 127
substância mineral que ocorre na área pleiteada já sob a ANUAL DE LAVRA, não poluir o meio ambiente, lavrar a
forma de uma JAZIDA. jazida de acordo com o ―PAE‖ aprovado, não praticar lavra
ambiciosa, não abandonar a mina, etc.
Caso o DNPM considere consistente tecnicamente
o ―PAE‖ e os demais documentos em boa ordem, é emitido A CONCESSÃO DE LAVRA perdurará enquanto o
DESPACHO ao MME propondo a outorga da CONCESSÃO TITULAR cumprir todas as obrigações constantes do
DE LAVRA, que tem por título uma PORTARIA assinada CÓDIGO DE MINERAÇÃO e seu REGULAMENTO; caso
pelo MINISTRO DE MINAS E ENERGIA, publicada no DOU, contrário, poderá ser alvo de sanções e penalidades que
e tem validade enquanto o TITULAR cumprir toda a poderão culminar com a CADUCIDADE do TÍTULO.
legislação que regula a espécie, ou, até a exaustão da
Ao longo da existência da CONCESSÃO DE
MINA.
LAVRA, o TITULAR é obrigado ao pagamento da
Lembramos que, para a outorga da CONCESSÃO COMPENSAÇÃO FINANCEIRA ao Estado e Município nos
e publicação no DOU da PORTARIA do MME é necessário quais se localiza a área de lavra, e ao DNPM e IBAMA, cujo
ainda o REQUERENTE apresentar a LICENÇA DE valor depende da SUBSTÂNCIA MINERAL lavrada; assim
INSTALAÇÃO (―LI‖) do EMPREENDIMENTO emitida pelo como, caso não seja proprietário dos terrenos, pagar ao (s)
competente órgão de controle ambiental SUPERFICIÁRIO (S) a PARTICIPAÇÃO NOS
(ESTADUAL/FEDERAL). E, após a publicação da RESULTADOS DA LAVRA que é de 50% (CINQUENTA
PORTARIA do MME no DOU, o já TITULAR é obrigado a POR CENTO) da COMPENSAÇÃO FINANCEIRA.
apresentar a LICENÇA DE OPERAÇÃO (―LO‖) ou LICENÇA
Em havendo problema de mercado ou tecnológico,
DE FUNCIONAMENTO (―LF‖) expedida pelo mesmo órgão
a lavra poderá sofrer INTERRUPÇÃO por um PRAZO de até
de controle ambiental; cujas LICENÇAS AMBIENTAIS são
6 (SEIS) MESES, mediante comunicação ao DNPM. Caso o
obtidas a partir da apresentação do ―EIA/RIMA‖ do
problema persista, a lavra poderá ser alvo de PEDIDO DE
EMPREENDIMENTO.
SUSPENSÃO DAS ATIVIDADES, POR PRAZO
Até 90 (NOVENTA) DIAS após a publicação da DETERMINADO, mediante apresentação ao DNPM de
PORTARIA do MME no DOU, o CONCESSIONÁRIO deverá ―RELATÓRIO DOS TRABALHOS EFETUADOS E DO
requerer ao DNPM a IMISSÃO DE POSSE DA JAZIDA e ESTADO DA MINA, E SUAS POSSIBILIDADES FUTURAS‖.
pagar os EMOLUMENTOS necessários. Em seguida, o
De igual forma, em caso de RENÚNCIA AO
DNPM manda publicar no DOU o EDITAL DE IMISSÃO DE
TÍTULO ou de EXAUSTÃO DA JAZIDA, o
POSSE DA JAZIDA fixando data e hora para a realização do
CONCESSIONÁRIO deverá apresentar ao DNPM um
ATO no campo, o qual é feito de forma solene, com a
RELATÓRIO da SITUAÇÃO da MINA, devidamente
presença dos titulares de direitos minerários vizinhos e dos
acompanhado do competente licenciamento ambiental
superficiários dos terrenos e das terras lindeiras. Todos os
atestando o bom estado dos terrenos recuperados, após a
fatos são registrados em TERMO DE OCORRÊNCIA que
mineração realizada nos mesmos.
são transcritos no LIVRO PRÓPRIO do DNPM. Para o ATO
DE IMISSÃO DE POSSE NO CAMPO, o TITULAR é A área de CONCESSÃO DE LAVRA poderá ser
obrigado a demarcar a área concedida para lavra e colocar
alvo de REAVALIAÇÃO DE RESERVAS, ADITAMENTO AO
marcos específicos nos vértices da poligonal. TÍTULO DE NOVA SUBSTÂNCIA MINERAL PESQUISADA,
NOVO PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÔMICO
Até 6 (SEIS) MESES da publicação no DOU da
(―PAE‖). E, se houver várias CONCESSÕES DE LAVRA,
PORTARIA do MME, o TITULAR deverá dar início às
próximas ou vizinhas, de um mesmo TITULAR e da MESMA
atividades de lavra na área concedida baseado no ―PAE‖
SUBSTÂNCIA MINERAL em áreas de um mesmo jazimento
aprovado pelo DNPM.
ou zona mineralizada, poderão ser reunidas em um
O TITULAR da lavra deve seguir todos os deveres GRUPAMENTO MINEIRO, através de requerimento ao
do concessionário que constam do CÓDIGO DE MME/DNPM e apresentação de um PLANO INTEGRADO
MINERAÇÃO e seu REGULAMENTO, entre os quais, DE APROVEITAMENTO ECONÔMICO (―PIAE‖). Quando se
apresentar, até 15 de MARÇO de cada ano, o RELATÓRIO tratar de CONCESSÕES DE LAVRA próximas ou vizinhas

Instituição de Ensino Charles Babbage | 128


de diferentes TITULARES, abertas ou situadas sobre o a) A céu aberto ou subterrâneo - conforme sejam
mesmo jazimento ou zona mineralizada, elas poderão ser executados na superfície ou no interior dos terrenos. Em
reunidas em CONSÓRCIO DE MINERAÇÃO, com o objetivo geral, está intimamente ligado com o tipo de lavra, se a céu
de incrementar a produtividade da extração, cuja aberta ou subterrânea.
constituição será autorizada por DECRETO do
b) Prévios ou simultâneos com lavra – se executados
PRESIDENTE DA REPÚBLICA.
antes que se inicie a lavra, como condição para esta, ou se
efetuados à medida que a lavra prossegue, mantendo uma
adequada quantidade da jazida desenvolvida para se
permitir à lavra regular, sem interferência dos serviços,
Para ampliar os seus conhecimentos
porém sem exageros de desenvolvimento, resultando em
acesse: www.uniorka.com.br-Portal do aluno.
grandes investimentos prematuros, sem nenhum reembolso
Bom estudo! imediato. Em alguns casos, esta simultaneidade pode ser
forçosa, por exemplo, em serviços de lavra a céu aberto nos
quais o estéril deva ser lançado nos trechos já lavrados,
Lavra de Minas II evitando-se longos transportes para as pilhas de estéril.

c) Sistemáticos ou supletivos – se são empreendidos

Lavra segundo um plano geral, em coordenação com o método de


lavra, ou feitos ocasionalmente, para atender a
Entende-se por lavra ao conjunto de trabalhos conveniências ou imposições locais, tais como o provimento
objetivando a retirada mais completa, mais econômica, mais de vias de ventilação ou esgotamento, saídas de
segura e mais rápida do minério ou massa mineral. A emergência, etc. Mais frequentemente decorrerá de
sistematização e coordenação desses trabalhos são conveniência econômica.
denominados método de lavra. É a segunda fase legal da
mineração e que, do ponto de vista de execução, se divide d) Produtivos ou obras mortas – conforme forneçam

em duas fases, que são o desenvolvimento e a lavra ou substâncias úteis ou estéril, segundo sua locação na jazida,

exploração. nas encaixantes ou em terrenos vizinhos. O fornecimento de


material útil seria desejável, por compensar, parcial ou
1- Desenvolvimento: A extração das substâncias úteis totalmente, as despesas da execução; mas, excluídos os
de uma jazida não pode ser iniciada imediatamente e nem trabalhos de estabelecimento de unidades de desmonte ou
sempre nos locais onde se cortou a mesma ou a colocou a frentes de lavra, as finalidades principais dos
descoberto. Se a extração se iniciasse imediatamente, o desenvolvimentos – transportes rápidos e eficientes,
acesso às partes mais afastadas do local de extração ventilação, drenagem, etc – impõem regularidade de
resultaria extraordinariamente difícil ou quase impossível, o traçados e distanciamento dos locais de desmonte,
que exige uma prévia preparação dentro de um determinado conduzindo comumente à locação no estéril, isto é, a obras
planejamento, preparação esta que se denomina mortas. Estas, pela maior regularidade, menor custo de
desenvolvimento. manutenção, não imobilização de minério como piso ou
pilares de proteção, etc, são comumente mais econômicas,
Como é fase que envolve grandes despesas, por
embora não forneçam recuperações imediatas, por
segurança, ela só deve ser iniciada após a certeza da posse
da jazida. Seu planejamento deve ser condicionado ao tipo
de lavra que se irá executar.

Tipos de Desenvolvimento:

Os desenvolvimentos podem ser agrupados nos


seguintes tipos:

Instituição de Ensino Charles Babbage | 129


fornecimento de minério. constitui numa via contínua, em hélice, apresentando lances
planos e outros em declividade. O acesso é executado à
e) Puros ou exploratórios – segundo tenham ou não
medida que vão sendo extraídas as fatias horizontais,
finalidade subordinada de completar a exploração da jazida,
compreendidas no núcleo da hélice.
para fornecimento de maiores detalhes do corpo; não devem
ser confundidos com os de exploração pura, que podem
ocorrer simultaneamente com os de desenvolvimentos ou
com os de lavras, mas cuja finalidade é o conhecimento da
jazida.

Vias de Acesso: As vias de acesso são desenvolvimentos


básicos que permitem atingir a jazida em um ou vários
horizontes, e o escoamento das substâncias desmontadas.
Quando da sua escolha e locação devem ser levadas em
conta, entre outras condições, a topografia local, a
morfologia da jazida, o tipo de lavra, a independência na
extração das safras, os custos, a produção desejada, etc.

a) Acessos em serviços superficiais: Em lavra a céu Sistema de planos inclinados e céu aberto: Sistema
aberto, as vias de acesso são, comumente, simples estradas aplicável a jazidas de pequena área horizontal, em cavas
principais, convenientemente construídas para possibilitar a profundas. A inclinação dos planos vai desde a valores
lavra dos diversos bancos, que verticalmente dividem e compatíveis com o uso de correias transportadores até a
jazida. Em certos casos especiais outros acessos, que não cerca de 80 graus, para o uso de equipes que trafegam
as estradas, podem ser utilizados, como túneis, planos sobre trilhos. O minério dos bancos é descarregado em
inclinados, poços verticais e, até mesmo, simples furos de chutes que alimentam as equipes e estes, por sua vez,
sonda (lavra de petróleo e gases, sais solúveis, etc.). basculam em chutes fora da cava, que alimentarão trens ou
caminhões.
O traçado desses acessos requer conhecimento
bem detalhado da jazida, dependendo fundamentalmente da Sistema de suspensão por cabos aéreos: Aplicável a
topografia, como já foi dito das produções visadas, dos cavas profundas e de pequena área horizontal, tal sistema,
equipamentos utilizados no transporte, etc. que serão hoje em desuso, foi muito utilizado nas minas de diamantes
condicionadores das larguras, greides, raios de curvatura, de Kimberley. O minério é carregado em caçambas içáveis e
etc. despejado em chutes superficiais, para posterior transporte.
Os cabos de suspensão se estendem sobre a cava,
Os diferentes tipos de acesso, em lavra a céu aberto,
suspensos por uma ou várias torres especiais.
podem ser agrupados em:
Sistema de poço vertical
Sistema de zig-zag ou serpentina: A estrada de acesso
se desenvolve por vários lances, com declividade compatível Um ou mais poços verticais, próximos da cava, são
com o tipo de transporte. Os diversos lances são ligados aos bancos por travessas dotadas de chutes, para
concordados por curvas de grande ou pequeno raio, carregamento de equipes que farão o transporte vertical,
plataformas horizontais ou plataformas de reversão de descarregando em silos na superfície. O sistema tem
marcha. Apresentam a vantagem de imobilizarem pequena produção diária limitada, mesmo que o transporte horizontal,
área horizontal, com a desvantagem de uma baixa até aos chutes do poço, se faça por pás carregadoras
velocidade de transporte.
Sistema de adito inferior

Utilizável para minas lavradas em flanco ou, em casos


Sistema de via helicoidal contínua: Usado para jazida de que a topografia permite, para lavra em cava. Consiste de
grande área horizontal, em cavas profundas, este sistema se um adito sob o minério, associado e uma caixa de minério

Instituição de Ensino Charles Babbage | 130


que se liga aos vários bancos por travessas. Do adito - Transporte fácil (ferramentas, máquinas, escoramentos,
minério é transportado para chutes externos, por veículos pessoal, etc.);
compatíveis com as dimensões de sua seção.
- Arranque independente, a ser executado por determinado
Sistema de funil: Consta de um poço inclinado ou vertical, número de mineiros;
na encaixante, conectado ao corpo de minério por uma
- Extração dos minérios fácil;
travessa da qual partem subidas até varar na superfície. O
minério é desmontado no fundo da cava em cones - Ventilação independente (para minas subterrâneas), etc.
concêntricos com as subidas, comumente verticais, sendo
dispensado o uso de bancos. Por estas subidas o minério
atinge a travessa, indo ter ao poço, donde é içado para a
Divisão vertical da jazida: A divisão vertical é obtida
superfície. Existem outros sistemas iguais, que abrangem
mediante planos horizontais, abstratos, denominados níveis.
toda a área da cava. Tal sistema foi parcialmente usado pela
Poucas são as jazidas que podem ser lavradas sem antes
Meridional de Lafaiete, na lavra de manganês.
dividi-las em pisos ou níveis. Apenas as horizontais ou as de
Acessos em serviços subterrâneos: São os mesmos pouca potência e mergulho fogem a esta regra. Numa lavra,
vistos na exploração subterrânea (poços verticais ou a céu aberto, estes níveis correspondem aos bancos de
inclinados e túneis), distinguindo-se daqueles mais pela lavra e seu distanciamento é a própria altura dos bancos.
finalidade que pela natureza, embora sejam, normalmente, Numa mina subterrânea, os níveis são materializados por
de maiores seções, maior regularidade de tração e locação cabeceiras e travessas, ligando a via principal de acesso ao
diversa dos de pesquisa. corpo, ou dentro do corpo.

A opção por este ou por aquele tipo de acesso, de O espaço compreendido entre dois níveis
um modo geral, pode ser assim resolvida: consecutivos é denominado internível. É claro, portanto, que
a designação mineira de nível corresponde aos serviços
- Em terrenos planos ou pouco acidentados: executados a partir do horizonte de referência no internível
adjacente. A separação entre níveis varia de uns poucos
- Corpos verticais ou horizontais – poço vertical, fora do
metros até cerca de 30 m ou mais, em lavra a céu aberto e
corpo.
entre 15 m e 150 m, em lavra subterrânea.
- Corpos inclinados – poço vertical (na capa, na lapa, de
Nas minas subterrâneas é comum haver nova
transição); no plano inclinado, na lapa ou no corpo.
subdivisão dos níveis, por outros planos horizontais,
- Em terrenos acidentados: Poço vertical, poço inclinado resultando os subníveis. Por sua vez, cada subnível, ou um
ou túnel, na capa, na lapa ou no corpo. nível não subdividido, pode sofrer novas divisões verticais,
com alturas menores, correspondentes às atingíveis no
Divisão da jazida
desmonte de cada lance, denominadas tiras ou retas.Em
casos mais raros, a divisão em tiras pode ser feita por
A lavra de uma jazida de razoável potência,
extensão e extensão em profundidade requer que se tomem planos inclinados, paralelos às paredes do corpo. São as

unidades menores para desmonte e manuseio o material tiras inclinadas, cujas alturas correspondem às atingíveis no
desmonte de cada lance.
desmontado. Portanto, terminada a exploração, é necessário
iniciar-se o desenvolvimento mais amplo e volumoso da
Os diversos níveis são designados, comumente,
jazida, tornando-a facilmente acessível, dividi-la em setores
em ordem descente, por algarismos cardinais e, às vezes,
apropriados à lavra, os quais se podem então arrancar
por suas cotas. Os subníveis são designados, normalmente,
progressiva e sistematicamente, racionalizando, assim, as
pela ordem de lavra, por algarismos ordinais e, de modo
operações de extração. Assim, a divisão de uma jazida
análogo, são designadas as tiras.
formará uma unidade própria, que deverá obedecer aos
seguintes requisitos: Divisão horizontal da jazida

- Acesso fácil;

Instituição de Ensino Charles Babbage | 131


Os bancos, em lavra a céu aberto, e as próprias Esta relação é um dos valores fundamentais de
tiras, em lavra subterrânea, constituiriam unidades ainda qualquer planejamento de lavra, bem como os denominados
muito volumosas para desmonte subterrâneo pois, embora teores de corte (para a mesma jazida haverão teores de
limitada, a seção horizontal se estenderia por toda a largura corte diferentes, se ela for lavrada a céu aberto ou
e pela extensão do corpo, no horizonte considerado. E não subterraneamente, admitindo como tecnicamente viável
só haveria muita dependência dos trabalhos de lavra numa ambos esses tipos de lavra), os teores mínimos ou
frente única, como as necessidades normais de blendagem marginais, etc. A nível de toda a jazida, a opção de lavra
(mesclagem) dos produtos não se tornariam possível. será obtida através de análise das expressões:

No caso de lavra por bancos, a céu aberto, os Expressão


blocos ou setores de lavra costumam ser marcados a tinta Opção
na fase do próprio banco, estabelecendo-se os limites dos
diversos blocos. Na lavra subterrânea a divisão é obtida por CMs > CMca + RCe (1)
planos verticais, abstratos, ou materializados nos seus Lavra a céu aberto
traços nos planos horizontais por galerias. Em casos mais
CMs = CMca + RCe (2)
raros esses planos podem ser inclinados, em vez de
verticais. As massas de mineral delimitadas por esses Lavra indiferente

planos verticais e por dois níveis sucessivos são


CMs < CMca + RCe (3)
denominados blocos quarteirões ou setores de lavras.
Lavra subterrânea
Excepcionalmente, esses blocos podem ser delimitados por
dois subníveis sucessivos, ou mesmo, por duas tiras Onde:
sucessivas. Os blocos são verticalmente subdivididos em
massas menores, constituindo os painéis. CMs – custo de lavra subterrânea de 1 t de minério,
incluindo os custos operacionais de desmonte,
No caso das minas subterrâneas, cada setor de carregamento, britagem do minério é transporte do mesmo
lavra constitui uma unidade independente, com seu pessoal até a usina de concentração;
próprio. Além disso, os diferentes setores de lavra devem
estar de tal forma dispostos, que o trabalho de um deles não CMca – custo de lavra a céu aberto de 1 t de minério,
vá influir nos outros. Um setor de lavra deve ser incluindo os custos operacionais de desmonte,
suficientemente grande para que o arranque do mineral útil carregamento, britagem e transporte até a usina de
aí contido reembolse todos os investimentos nele efetuados, concentração;
incluindo os trabalhos e desenvolvimento. Por outro lado,
Ce – custo de lavra do estéril, incluindo seu desmonte,
não deverá ser maior que o necessário, para que o
carregamento, britagem e transporte até o ―bota-fora‖;
transporte não resulte demasiadamente difícil e o acesso do
pessoal às frentes não seja excessivamente fatigante, nem R – relação de mineração ou relação estéril/minério, que
requeira demasiado tempo. representa o número de unidades de estéril a remover para
cada unidade de minério lavrada a céu aberto.
Lavra

A condição limite é obtida da relação (2),


A extração industrial das substâncias minerais úteis
denominada ralação de mineração limite e que vale RL=
de uma jazida (sua lavra) pode ser efetuada por trabalhos a
CMs – CMca.
céu aberto, por trabalhos subterrâneos ou por uma
combinação de ambos. A opção de se lavrar a céu aberto Ce
ou subterraneamente depende de se ultrapassar ou não a
relação de mineração limite (relação estéril/minério limite), A opção de lavra se referida, para a mesma jazida, a

número adimensional que expressa uma relação entre blocos de decisão de lavra, envolveria outras considerações,

massas ou entre volumes. para as quais se definem:

Teor de corte (céu aberto): Entende-se por teor de corte de


um bloco (tc), aquele teor capaz de pagar sua lavra, seu
Instituição de Ensino Charles Babbage | 132
tratamento, bem como seus custos indiretos e financeiros, inferior ao teor limite (ti« tl) não há lavra pois, se houvesse
não auferindo nenhum lucro e também não suportando a conduziria a prejuízos econômicos.
remoção de nenhum estéril associado.
Se R<RL, várias considerações devem ser feitas:
Teor mínimo ou marginal (céu aberto): Teor mínimo ou
1- Quando R<RL e o teor do bloco ti for igual ou superior ao
marginal (tm) é aquele teor que paga apenas os custos de
teor de corte (ti>tc) o bloco será lavrado a. céu aberto; o
beneficiamento, além dos custos indiretos e financeiros
bloco será lavrado a. céu aberto;
subsequentes. Correspondem ao bloco já lavrado que, em
lugar de ser jogado à ―pilha de Estéril ―é levado à usina de 2- Quando o teor do bloco ti, estiver compreendido entre o
beneficiamento, extraindo-se o elemento valioso, não dando
teor marginal e o teor de corte (tm< ti<' tc) aplica-se o
nem lucro nem prejuízo. conceito de teor de utilização (tu);

Teor de utilização (céu aberto): O conceito de teor de


2- Finalmente, por razões de ordem econômica, não
utilização (tu) tem aspectos a ver com o estabelecimento do se aproveita, em hipótese alguma, materiais com teores
contorno final da cava, planejamento sequencial da lavra, inferiores ao teor mínimo, sendo, pois, estes blocos
beneficiamento do minério e fluxo de caixa da empresa.
considerados estéreis.

Dentre os materiais desmontados com certeza vai- Escolhido o tipo de 1avra, resta selecionar o
se encontrar blocos mineralizados e não mineralizados.
método de lavra mais adequado à jazida em foco.
Estes últimos, como é evidente, serão levados a ―pilha de Comumente, vários métodos são possíveis e será escolhido
estéril‖, os blocos mineralizados constituem o problema: o o que for julgado mais indicável; ou, poderá ser adotada
que se deve utilizar? Como é óbvio, o teor de alimentação uma conciliação entre vários métodos. Os minérios de al¬to
da mina não pode estar aquém do teor marginal, pois então valor usualmente requerem um método seletivo e de custo
não se pagarão as despesas subsequentes.
relativa¬mente alto, para uma completa extração. Os
minérios de baixo valor pedem, usualmente, um método de
Surge assim a necessidade do conceito de teor de
baixo custo, que pode conduzir a uma extração
utilização. Este teor, pelo visto, deve estar compreendido
relativamente baixa.
entre o teor de corte e o teor mínimo. A diminuição do teor
de utilização acarreta um aumento do volume de minério a Lavra a céu aberto: A lavra a céu aberto apresenta, sobre
tratar e uma diminuição do estéril, pois dentro do contorno
a lavra subterrânea as Vantagens do menor custo de
da cava há um volume definido e conhecido. O teor de produção, maior facilidade de supervisão, melhores
utilização é estimado engendrando-se várias admissões, condições de trabalho, permite o uso mais eficiente racional
que levaram a várias alternativas, das quais será dos explosivos, reduz os riscos em geral, permite maiores
selecionada aquela que melhor se coadune com os objetivos produções com o emprego de grande equipamentos, etc.
de produção e econômicos da empresa.
Como desvantagens, exige grandes movimentações inúteis
ou estéreis, imobiliza grandes áreas superficiais, expõe os
Teor limite (teor de corte subterrâneo): Define-se como
trabalhadores as inclemências do tempo, limita a lavra a
teor limite (ti) o menor teor que compensa economicamente
profundidades moderadas etc.
a lavra subterrânea.

Os métodos de lavra a céu aberto não se distinguem


De posse destes conceitos, podemos então concluir:
por uma variedade tão grande quanto os métodos de lavra
Se o bloco tecno1ógico (ou painel) estiver gravado subterrânea. Genericamente podemos classificá-los em:
por uma relação estéril/minério R superior à relação
a) Métodos Gerais ou convencionais (lavra por bancos):
estéril/minério limite RL (R>RL) e se o respectivo teor ti for
igual, ou superior a ti, o bloco será lavrado a.1 Em Flanco
subterraneamente. Se R>RL, com teor de bloco inferior ao
teor limite (ti« tl)' não há lavra pois, se houvesse conduzi¬ria a.2 Em cava
será lavrado subterraneamente. Se R>RL, com teor de bloco
b) Métodos Especiais:

Instituição de Ensino Charles Babbage | 133


b.1) Lavra de plácers Para se ter uma ideia dos efeitos práticos de
variações do talude de lavra, observa-se que um cone
b.2) Lavra de petróleo e gases combustíveis
com150m de profundidade, com talude de 50º, requer o

b.3) Lavra de sãos solúveis ou suspensóides desmonte requerido será de cerca de 7,5 milhões de m2 de
rocha e se diminuirmos de 10º este ângulo, isto é, passá-lo
b.4) Lavra de Enxofre para 40º, o desmonte requerido será de cerca de 15 milhões
de m3 de rocha.
b.5) Lavra submarina
Quanto ás diversas modalidades da lavra
b.6) Lavra ―in situ‖
convencional, estão muito condicionadas à forma adotada

Lavra por bancos: À lavra convencional a céu aberto pode para o transporte dos estéreis, o que determina não

ocorrer em jazidas atingidas em encostas ou por grandes somente a estrutura e as condições de aplicação de um

aberturas, abaixo do terreno normal, através do qual só faz o método de lavra, como também sua economia, posto que

escoamento do material útil desmontado. Para maior em uma lavra a céu aberto, a quantidade de estéreis

facilidade de compreensão, podemos dizer que, se após removidos supera várias vezes à de minério extraído. Sob

desmontado, o minério desce até um determinado nível este aspecto, podemos então grupar tais métodos com

especiais da mina por exemplo, o nível do britador primário), transporte e métodos sem transporte. Os métodos com

a lavra é ao flanco e a remoção das águas superficiais e de transporte, que no Brasil são os mais comuns, se

infiltração se faz, usualmente, por drenagem. Nos casos em caracterizam pela remoção dos estéreis por veículos sobre

que o minério deva subir até esse nível especial, a lavra e rodas ou por correias transportadoras. Na maioria dos

em cava e, usualmente, as águas terão que ser esgotadas. casos, esses métodos se aplicam a lavra de camadas
inclinados, corpos de forte mergulho ou corpos potentes.
Comumente, poucos bancos são lavrados Exemplos típicos seriam as minerações de ferro do
simultaneamente (o que possibilita concentrações dos Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, as minerações de
equipamentos, disposição de maiores larguras para prévia fosfato e pirocloro de Araxá - Minas Gerais, as minerações
execução de furos para explosões, maiores explosões de fosfato e pirocloro de Araxá, etc.
simultâneas, menor número de veículos transportadores,
melhor, melhor supervisão, etc.) a menos que a variação de Os métodos sem transporte se caracterizam

valores do corpo mineral, para fins de blendagem, imponha pela deposição dos estéreis diretamente nos locais já

o trabalho de vários bancos simultâneos ou a premente lavrados, em operação coordenada com a extração da

necessidade de grandes produções. As cristas dos diversos substancia útil. Aplica-se a camadas horizontais ou de

bancos devem estar em um plano que faça um ângulo com pequeno mergulho, como nossas jazidas de carvão e

a horizontal inferior ao de deslizamento natural do terreno. folhelho (xisto) betuminoso. Normalmente se trabalha em

Tal ângulo recebe o nome de talude geral de lavra ou, banco único e, às vezes, em dois bancos. Um drag-line de

simplesmente, talude de lavra. grande lança faz a remoção e deposição do estéril capeante
e escavadoras frontais fazem a extração das substâncias
O talude de lavra é um elemento de extraordinária úteis, conforme mostrando a figura abaixo. Tais métodos
importância, não só pela sua influência na segurança dos são simples, do ponto de vista da execução, e garantem um
serviços; como por delimitar os limites superficiais de uma baixo custo de produção. A principal deficiência está na
cava, influenciando a economicidade da lavra e a dependência entre os serviços de descapeamentos os de
profundidade economicamente atingível. Não é um fator extração das substancias úteis. O uso de grandes drag-lines
apenas local, condicionado à topografia, natureza do aumenta o campo de aplicação desses métodos.
material, seu comportamento ao intemperismo, profundidade
atingida, impregnação de água, etc, mas susceptível de A lavra por bancos, em casos muito mais raros,

apreciáveis variações numa mesma formação geológica, pode ainda ser executada manualmente ou com o uso da

pela ocorrência de fraturas, intercalações, planos de água sobpressão (lavra hidráulica). O mais comum é o uso

aleitamento, dobramentos, efeitos de explosões, etc. da lavra mecanizada, associada ao emprego de explosivo,
quando necessário.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 134


Lavra de Placeres: Os métodos de lavra estão geralmente
associados ao beneficiamento do material ―in loco―, pois
envolvendo o manuseio de grandes volumes, com baixo
valor unitário, não possibilitariam, economicamente, longos
transportes e tratamento elaborado. A recuperação baixa
usualmente inferior a 50% é compensada pela quantidade
produzida, graças aos grandes volumes de material tratado.

A seleção do método de lavra é efetuada pelo


Lavra com monitore Hidráulicos: Neste método a extração
volume do placer, teores, distribuição dos valores,
se faz mediante jatos de água. Com pressões que variam de
profundidades, granulação do material, disponibilidade de
15 a 200 m de coluna d’água, sendo o material concentrado
água, localização, clima, disponibilidade de capital, etc.
nos sluices. Inicia-se por localizar um curso d’água em cota
elevada, acima do corpo que se deseja lavrar e conduzir
Os métodos são classificados em:
esta água por trincheiras, canais ou canos que conduzem os
- Manuais monitores. Em geral a água deve ser suficiente para
assegurar trabalho contínuo porém, em certos casos, o
- hidráulicos
trabalho terá que ser intermitente.

- Mecânicos
Para se obter melhores resultados, a rocha de

- Métodos Manuais fundo deve ter caimento próximo do caimento do sluices,


não menor que 1,5% e de preferência 4,5% ou mais. O
Se limitam a territórios inexplorados, em depósitos espaço disponível para o vertedouro deve ser amplamente
pequenos, porém ricos e pouco potentes. Existem dois suficiente para a área a ser lavrada. A escavação de
métodos principais, o de paleação de material até aos trincheiras na rocha de fundo permite aumentar a caimento,
sluices concentradores e o desmonte hidráulico. No primeiro porém encarece o método. Em alguns casos favoráveis, se
método à água necessária é acumulada numa pequena avança uma galeria sob o aluvião e com isso consegue-se o
represa e conduzida através de canais ou canos à área de caimento e a área necessária para o vertedouro. Quando se
lavra. Os sluices se montam numa trincheira aberta na rocha trabalha em leitos de rios ou locais com desnível insuficiente
de base, o ponto mais baixo do placers; se escava uma faixa para o uso da gravidade, são necessários elevadores
de 3,6 m a 4,5m de largura ao longo do eixo do aluvião e os hidráulicos ou bombas.
sluices vão sendo estendidos à medida que a escavação
progride água acima. O material a ser tratado é jogado com
pás no canal e são desintegrados pela água e arrastados
sobre os rifles ou ranhuras do sluice. Os blocos grandes são
removidos a mão e empilhados ao lado.

Para realizar o desmonte hidráulico, se faz à água


correr sobre a superfície e se parte de uma trincheira aberta
na rocha de fundo, que se vai estendendo água acima, até
alcançar os limites do placer. Ao chegar a este ponto se
dirige a corrente de água contra o bordo superior do banco a
se arranca assim à faixa de 6m de largura, que se avança
no sentido da corrente. A água é conduzida ao longo da
frente de desmonte por valetas ou calhas de madeira. A
trincheira aberta na rocha de fundo conduz as águas e o
material desmontado até aos sluices. Os sluices são limpos
de tempos em tempos e o material recolhido é concentrado
em bateias.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 135


Métodos Mecânicos Lavra Subterrânea

Os métodos mecânicos podem ser executados com A Lavra subterrânea é aquela executada no seio
o desmonte por raspadores de cabos, escavadeiras de dos terrenos. É aplicável a corpos sob espessas camadas
arrasto, dragas de alcatruzes, dragas de concha ou dragas de capeamento, cuja remoção seja antieconômica para lavra
de sucção. As dragas, nas suas diversas modalidades, têm a céu aberto, ou em casos impostos (legislação mineira,
a primazia na lavra de placers. Na sua concepção mais jazidas sob cidades ou espessas lâminas d’água, etc.)
ampla, uma draga é uma máquina escavadora, lavadora-
Os métodos de lavra subterrânea são baseados em
concentradora e transportadora dos rejeitos. Acionada
três princípios fundamentais: o de abandono de pilares, o de
eletricamente, ela trabalha flutuando e escavando sob a
enchimento e o de abatimento controlado do céu da mina.
água ou em bancos de moderada altura sobre o nível da
Esses princípios se referem à maneira de se suportar a
água. Vai descartando os rejeitos atrás, à medida que vai
rocha encaixante, e o próprio minério, durante a lavra. Se
escavando a frente, o que faz com que inexistam os
bem que, quase sempre, há necessidade de algum
tradicionais transportes de minério da mina (run-of-mine) e
escoramento com meio auxiliar ou temporário de suporte.
estéril para pilhas de estéril, da lavra convencional. Com isto
tem se conseguido lavrar placers de baixíssima
concentração (0,05g/m3 de ouro, por exemplo).

A Draga é montada em uma escavação preparada


para isto, que é inundada antes de se começar a lavra. Uma
pesada haste metálica (agulha) na polpa do batelão o
matem fixo no ponto, podendo a draga ter apenas
movimentos de rotação em torno dela. Cabos de aço nas
laterais da proa, adequadamente fixados (nas margens ou
no curso d’água à frente da draga), permitem o controle
desse ângulo de rotação que, em operação, se limita a uns
120 graus. Movimentos da lança no plano vertical, mais o
controle do calado, por admissão ou expulsão de lastro (a
própria água em que flutua), permitem escavar a maior ou
menor profundidade.

Abandono de Pilares

A superfície e as rochas sobrejacentes ao minério


são suportadas por pilares, permanente ou provisórios,
deixados no corpo de minério. Entre os pilares são feitas
escavações de câmeras ou alargamentos, sendo incompleto
o desmonte do minério. É, pois, um princípio de abandono
parcial da jazida (25% a 30% da mesma) e a qualidade
abandonada dependerá das dimensões dos pilares, do
número e disposição dos mesmos, da profundidade da mina
e da natureza do minério.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 136


O princípio é aplicável a materiais que não sucessivas porções da jazida são salopadas e ela abate
imponham recuperação imediata, se bem que, pelo seu próprio peso, mais o das rochas sobrejacentes. O
posteriormente, esses pilares possam ser recuperados, ou, princípio é alta recuperação, evita perda de pilares e as
ainda nos casos de definitiva preservação do céu da mina. despesas com enchimento. É o mais empregado nas
grandes minas metálicas, se executando sistematicamente,
é dos mais seguros.

O abatimento é controlado por escoramento


provisório a distância moderada da frente, evitando-se a
queda de grandes blocos, que poderiam causar fortes
deslocamentos de ar, comprometendo o escoramento. As
desvantagens estão em manter as vias de transporte,
ventilação e drenagem e, em certos casos, haver muito
consumo de escoramento provisório.

Abandono de Pilares

Enchimento

Nesse princípio as escavações são enchidas,


contemporânea ou consequentemente com material estéril.
Verifica, portanto, que as aberturas feitas são ainda
conservadas, posto que cheias com outro material. Se o
enchimento é contemporâneo à escavação, serve também
ao suporte dos trabalhadores. Se for posterior, inicialmente
são deixados pilares, serão lavrados quando da colocação Método de Lavra Subterrânea
do enchimento.
É claro que se tornaria impossível, num curso como
É um princípio claro, devido à maior necessidade este, fazer o estudo de todos os métodos de lavra
de mão de obra e por requerer transporte do material a ser subterrânea, devido à escassez de tempo. Por isso, faremos
empregado, devendo, portanto, ser empregado para material o estudo, em cada princípio, dos métodos mais estratégicos
valioso ou em casos impostos. Ele não preserva e mais em uso atualmente. Observamos, ainda, que muitos
inteiramente o céu da mina, pois sempre ocorre algum são apenas variantes e combinações de outros métodos são
recalque do material empregado, que pode ser colocado a apenas variantes e combinações de outros métodos,
seco ou hidraulicamente. considerações principais.

Abatimento controlado do céu da mina: Nesse princípio Várias classificações existem para os métodos de
desiste-se da conservação da abertura: o céu ou o próprio lavra subterrânea e é comum distinguir-se os métodos de
minério é forçado a abater. Pode-se efetuar o simples lavra de carvão dos de lavra de minerais metálicos.
abatimento do céu, após a retirada do minério, ou o próprio Abordamos estes últimos, dentro da seguinte classificação
minério pode ser desmontado por abatimento. geral:

Neste último caso, uma pequena porção do minério Classe A- Métodos de lavra com sustentação do teto por
é escavada e o material superior é deixado ou forçado a maciços da própria rocha;
cair, com as devidas precauções. Em outros casos

Instituição de Ensino Charles Babbage | 137


Classe B- Métodos de lavra com sustentação do teto por Vantagens:
escoramento ou enchimento;
1- Poucos serviços de desenvolvimento;
Classe C- Métodos de lavra com abatimento do teto;
2- Bom rendimento dos mineiros, com baixo custo de
Classe D- Métodos de lavra compostos. produção;

Esta classificação decorre da sistemática de 3- Pode-se realizar lavra seletiva;


trabalhos integrante e indispensável à continuidade geral da
4- Permite mecanização total da lavra;
lavra, podendo, posteriormente, ser usado um outro princípio
fundamental para o controle geral das aberturas executadas, Desvantagens:
sem que se altere a essência de método de lavra
inicialmente utilizado. 1- Perdas muito grandes, especialmente em jazidas
potentes;
A- Método de lavra com sustentação do teto por
maciços da própria rocha. 2- Algum perigo de abatimento dos alargamentos durante o
trabalho, se o céu não é bem firme.
a) Método de câmeras e pilares (Room and pillars):
b) Método de Recalque (Shrinkage)
Caracterização: Caracteriza-se pela execução de aberturas
dividindo o corpo em pilares, circulares ou quadrangulares, Caracterização – É uma modalidade de lavra ascendente,
que prevê o suporte dos estratos sobrejacentes. na qual o minério desmontado é acumulado na abertura
Naturalmente ocorre com material de pouco valor que, feita, servindo de plataforma para os furadores e de suporte
economicamente, justifique o abandono parcial da jazida (sal para as paredes do alargamento. O material desmontado
minério de ferro, fosfato, etc). exerce função de enchimento provisório, até sua completa
evacuação. Como o material empola ao ser desmontado
Aplicabilidade: É aplicável a jazidas horizontais ou pouco
(25% a 50%), parte dele deve ser descarregado, à medida
inclinadas (no máximo 40 graus); teor e comportamento do desmonte, para possibilitar o ataque da frente
regulares; grandes ares; com céu, chão e corpo ascendente. Após a retirada de todo o minério, o
razoavelmente fortes e minério de pouco valor e abundante;
alargamento fica vazio, sendo então abatido ou enchido co-
potência de até 4 m. estéril.

Desenvolvimento: É geralmente simples, contando de


Aplicabilidade – Em corpos de céu e minério fortes (pelo
acesso, conexão ao corpo e centrais de transporte no menos o céu deve ser forte), mergulho superior a 45º e
próprio corpo, regularmente dispostas, traçando os blocos. potências pequenas ou não muito grandes (vieiros).
As centrais de transporte podem ser duplas ou triplas.
Ocasionalmente em maciços, como subsidiário de outros
métodos. O método é simples, requer um mínimo de
Lavra: Normalmente não requer uma subdivisão em pisos
escoramento, dispensa paleação e é de baixo custo. A
ou, quando esta existe, é bem simples. O minério é lavrado
extração é praticamente total em vieiros estreitos.
de uma só vez, em frente vertical. Quando a jazida é de
maior potência, é possível decompor a frente em vários
degraus, se bem é preferível o uso de jumbos e avanço em
frente única. A lavra é compreendida por alargamentos-
cabeceiras‖ partindo de uma das centrais, com a largura
possível (5 e 6m, usualmente) e por alargamentos-
travessas‖, perpendiculares aqueles, deixando os pilares.
Geralmente, as centrais de transporte são protegidas por
pilares fortes. Os pilares comuns, se quadrangulares, tem
cerca de 6 e 10 m de lado e disposição sistemática ou não.
A lavra é frontal e quando são empregados trilhos eles são
levados junto às frentes.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 138


Desenvolvimento- Além dos acessos e conexões, - Impossibilidade de recuperação dos minérios mais
compreende central de transporte no nível ou nos subníveis pobres, existentes na capa ou na lapa, devido ao
e subidas, comumente no minério. Geralmente essas desmoronamento das paredes.
centrais distam de 30 m a 60 m entre si (em profundidade),
dependendo de menor ou maior facilidade de escoamento
do minério desmontado armazenado. As subidas de acesso Método de lavra com sustentação do teto por
aos diversos alargamentos de cada central são executadas escoramento ou enchimento:
de cada 30m a 100 m, conforme a consideração anterior e o
armazenamento tolerável.

Os alargamentos São abertos a partir de uma subida Método de travessas (Cross-cut method)
central, de duas extremas ou de várias subidas. No caso de
centrais abertas no minério, elas são fortemente protegidas
por paliçadas, com chutes a cada 6 a 10 m, ou é deixado um Caracterização- É uma modalidade de lavra ascendente ou
longo pilar de proteção. Em alguns casos, as centrais são na descendente em que o suporte das paredes e para os
lapa, providas de chutes feitos em subidas-travessas e uma trabalhadores, as vezes o da própria frente de desmonte, é
cabeceira paralela é executada no minério, para fornecer a provido por estéril, em operação que constitui parte
frente inicial de desmonte (abertura de alargamento) integrante da lavra, dela dependente para o seu
prosseguimento. Há algum consumo de madeira.
Lavra- Comporta várias modalidades, uma delas faz com
que o minério da abertura de alargamento caia na central e Aplicabilidade- É aplicável a vieiros potentes ou maciços,
ai é carregado e transportado; estabelece-se paliçada de com minérios e paredes fracos. O minério é lavrado por tiras
proteção, com portas e bicas para a necessária descarga do horizontais, em ordem ascendente ou descendente, com
minério desmontado, mantendo uma frente livre de 2 a 3m execução de painéis estreitos, enchidos antes de se lavrar o
acima do empilhamento (c). O acesso e a ventilação se contíguo.
fazem por passagens nas extremidades, emadeiradas (A),
ou por passagens auxiliares (P), todas gradativamente Desenvolvimento- Acessos e conexões, distando os níveis
aumentadas à medida do avanço de alargamento. A frente de 15 a 20 m, com central de transporte na lapa. São
de avanço é, comumente, sensivelmente horizontal, às executadas subidas a cada 12 a 20 m (em extensão), até o
vezes estagiada ou corrida. nível superior.

Desvantagens- Lavra- Cada bloco é servido por uma subida e é lavrado por
paineiras e travessa, com a largura possível e emadeirados.
- Requer desmonte em fragmentos pequenos, para evitar o A parte lateral de cada painel é revestida com pranchões e o
engaiolamento nas portas de descarga; painel é enchido. O enchimento necessário desce do nível
superior, pela subida do bloco. A ordem do desmonte dos
- Pouca seleção nas diversas ―cachoeiras ―, para controle
painéis é variável. Lavrada uma tira de um bloco, a central
de teor;
correspondente pode ser elevada e empreendida a lavra da
- O esfoliamento das encaixantes polui o minério, tira superior no bloco ( o minério é despejado para a central
especialmente em vieiros estreitos; do nível através da parte inferior da subida correspondente a
esse bloco). Os demais blocos são identificados lavrados e
- Considerável investimento imobilizado com o minério enchidos. A partir da 3a tira, a subida emadeirada servirá
armazenado, o que pode ser vantajoso na regulação da
para descida do minério até à central do nível e, na sua
produção da mina, e evitando gastos suplementares de parte superior, para entrada do enchimento. Em alguns
remanuseio superficial do minério; casos, os diversos painéis são lavrados sucessivamente, em
ordem contínua, caso não se imponha enchimento imediato
- Inflexibilidade do método;
(possibilitando triagem e jogada do estéril no painel
contíguo).

Instituição de Ensino Charles Babbage | 139


Esses painéis ou paineiras travessas tem 1,8 a 2,5 m Desenvolvimento- Comumente, central de transporte na
de altura e 1,8 a 3,0 m de largura (quanto o minério permitir). lapa. A partir dessa central de nível, são feitas subidas até a
A lavra é frontal e, naturalmente, mais fácil nas travessas altura do subnível mais elevado (subidas duplas, com
posteriores à primeira de cada bloco, bem como nas tiras compartimento de passagem e de saída de minério). As
superiores. A lavra da última tira de cada nível requer diversas subidas são ligadas por cabeceiras,
cuidados especiais, a menos que já esteja consolidado o correspondentes aos subníveis, e delas partem travessas,
enchimento do nível superior. A lavra descendente das dividindo o minério em blocos. A distância vertical entre os
diversas tiras requer assoalhos e vigas longitudinais sob os diversos subníveis depende, entre outros fatores, do
postes dos jogos de madeira assentados. Raramente um comprimento da furação a ser executada, influência da
nível comporta mais de 10 tiras, pois o enchimento não é altura na diluição do minério, etc. Comumente varia de 7 a
compactado e cede um pouco, pela pressão do minério 15 m.
superincumbente.
A distância horizontal entre as travessas varia de 9
Métodos de lavra com abatimento do teto: a 15 m. Lavra processa-se como mostra a frota abaixo. Não
há revestimento das galerias e não há formação de
Abatimento por Subnível (sub-level cavaing ou SLC)
―colchão‖separador do material abatido do minério. A lavra

Caracterização – A lavra se processa em ordem se processa em recuo, da capa para lapa e das

descendente e com abatimento do material superior, à extremidades do corpo para o centro. Em cada bloco, os

medida que se remove o minério inferior. Nos últimos 20 diversos subníveis avançam defasadamente. O minério é

anos tem tido grande aplicação, com substanciais mudanças removido à medida que é desmontado, voltando-se a
carregar e a explodir, à medida das necessidades. As
técnicas. É considerado de alta produção, com mínimo de
mão-de-obra e grande mecanização. Em alguns corpos o furações são feitas em leque, abrangendo toda a largura do

custo é competitivo com os métodos de abatimento em bloco considerado. Tendo-se em conta à necessidade de
descarregar o material desmontado e a corrida do estéril
bloco e de lavra aberta por subníveis. Além de intensa
mecanização, houve total supressão do madeiramento e da acompanhando o minério que é extraído, a geometria dos

característica formação de ―colchão ―separador do céu subníveis é fator de alta importância, bem como as
dimensões envolvidas.
abatido do minério subjacente.

Nessas condições, alguma diluição do minério é É igualmente importante a disposição dos furos de
desmonte; usualmente, o leque abrange um setor de 60o a
inevitável o cuidadoso controle operacional deve ocorrer,
quanto à retirada do minério desmontado, a fim de evitar 120o e seu plano faz ângulo de 70o a 90o com um plano
horizontal, cada plano dista de 1,5 a 2,0m do outro.
perdas deste. As melhores operações atuais acusam
diluição de 15 a 20% e recuperações de até 85% em Normalmente cada leque é explodido separadamente, para

condições favoráveis. É claro que a capa deve abater e melhor eficiência do explosivo. Nos últimos anos tem-se
verificado tendência para furos largos, de 6‖de diâmetro,
acompanhar o minério extraído, a fim de provocar a quebra
do minério, evitar sérios problemas do peso e a verticais, em bancos de até 60 m de altura. São iniciados a

possibilidade de bruscas quedas, com perigosos partir de um subnível superior e executados até varação no
nível inferior, tamponados, carregados e explodidos.
deslocamentos de ar.

Aplicabilidade- É aplicável a corpos maciços e corpos de Em alguns casos, na Rússia, tentou diminuir a
contaminação e perda de minério, mediante o emprego de
potência média, fortemente mergulhantes. É requisito básico
que seja possível manter espaço entre o chão e o teto, que um a três camadas de tela de arame, colocadas junto ao

permita a execução de um leque de furos longos. Também é teto, durante a abertura do alargamento, (a melhor produção

desejável que o céu abata facilmente e em fragmentos não reduziu o custo por tonelada em 13,6). O método permite

muito finos, e, relação aos de minério desmontado. Como alta mecanização e é bastante flexível, podendo ser
empregado em terrenos fracos, desde que o capeamento
apresenta razoável diluição, um método de processamento
dos minérios barato é desejável. abata e possa haver espaço para a execução dos leques.
Observa-se que ao contrário do método clássico, não há
abatimento do minério pelo peso do estéril sobrejacente,
Instituição de Ensino Charles Babbage | 140
sendo o mesmo apenas auxiliado pelas pressões que se O intervalo vertical entre os níveis de 25m a 200m e
manifestam, decorrentes das aberturas executadas e, o dos subníveis de 6m a 60m, conforme o tipo de furação
subsidiariamente, da pressão suplementar do estéril abatido. adotado e do minério ser mais forte.

Lavra

Pode variar amplamente, conforme a potência e


mergulho do minério, resistência do minério e das
encaixantes, sistema de furação,etc. Um exemplo típico para
potência de 6m a 10m, mergulho forte, céu e minérios forte e
furação convencional. A cabeceira do 1o subnível é largada
até às paredes, exceto nos 3 ou 4m iniciais, preservados
para constituírem um pilar de proteção da subida. Esta
frente é avançada em toda a extensão do bloco, de uma
subida à outra (preservados os pilares de proteção). A
medida que a frente avança são feitos furos descendentes,
em volta das subidas-travessas que varam neste subnível,
para se confeccionarem os funis de descida do minério e,
depois furos ascendentes, até cerca da metade da distância
MÉTODO DO SUBNÍVEL “Sub-level Stoping”
que separa este internível do 2o subnível. São carregados e

Caracterização explodidos os furos descendentes e, depois, os furos


ascendentes, desmontando uns 2,5m a 3,5m sobre toda
É uma modalidade de lavra ascendente, na qual o largura da frente avançada.
minério são desmontados a partir de subníveis, previamente
abertos e sistematicamente dispostos. Requer um O minério desmontado cai nas subidas-travessas e

desenvolvimento relativamente elevado, em parte vai aos chutes construídos na central de transporte. Depois

compensado por ser a maioria no minério (desenvolvimento que este subnível avançou uns 5m a 10m, o 2o subnível é

produtivo). lavrado semelhantemente, caindo o minério na abertura e


chutes inferiores; os furos executados no chão e no céu são
Aplicabilidade explodidos juntos, desmontando as partes inferior e superior
correspondente a esse subnível. Procedimento análogo é
É aplicável em corpos grandes e
feito, sucessivamente, nos subníveis superiores, com frente
regulares.potentes, de céu e chão firmes e minério forte.
decalcadas de 5m a 10m. Ao se atingir o pilar de proteção
Preferencialmente em mergulhos fortes, mas adaptável a
da subida oposta do bloco, os subníveis do bloco contíguo já
mergulhos fracos, desde que a potência aumente com a
devem ter sido abertos, permanecendo este pilar de
diminuição do mergulho. Não é um método seletivo, daí
segurança entre os dois blocos adjacentes. O pilar poderá
requer corpos uniformes e regulares.
ser recuperado posteriormente, com o enchimento dos
Desenvolvimento alargamentos.

Além do acesso e das conexões, o Vantagens


desenvolvimento requerido é relativamente grande e muito
Serviço seguro (trabalho sob céu e chão firmes),
variável, conforme a potência do corpo. Um exemplo típico é
reduzido consumo de madeira e outros escoramentos,
um poço vertical, travessia de conexão nos níveis, centrais
oferece muitas frentes de desmonte pequeno consumo de
de transporte na lapa, travessas delimitando as
explosivos (desmonte em bancada).
extremidades do bloco e subidas no minério e chutes de
cada 6m a 10m. Desvantagens

Instituição de Ensino Charles Babbage | 141


Desenvolvimento caro e demorado, fragmentos - Mecanização: com utilização de veículos LHD, acesso
desmontados grandes imporão desmonte secundário (para por rampas helicoidais, execução mecânicos pneumáticos
não obstruir os chutes). ou a das subidas;

MÉTODO DE CORTE E ENCHIMENTO “CUT AND FILL - Enchimento: com dispositivos no enchimento: para
STOPING” aumento de sua resistência;

Caracterização - Emprego de cavilhamento das frentes: para suportes


temporários, etc.
É um método em que o suporte das paredes e para
os trabalhadores, eventualmente, o da própria frente de Vantagens e desvantagens:
desmonte é provido por estéril, em operação que constitui
1) Permite boa recuperação (cerca de 95%)
parte integrante da lavra,dela depende para o seu
prosseguimento. Geralmente o corpo é desmontado em 2) Baixo custo de desenvolvimento
pequenas seções ou áreas, totalmente enchidas antes que
se passe a lavra das seções adjacentes. Quase sempre, a 3) Possibilita utilizar os rejeitos do beneficiamento com
lavra ascendente, com frente horizontal e o enchimento é enchimento;
mantido sensivelmente paralelo a ela e tão próximo quanto
4) Lavra seletiva;
possível.

5) É um método de alto custo de lavra, devido ao manuseio


Aplicabilidade
de estéril.
Corpos de forte mergulho (45º a 50º), minério forte,
Exemplos de Aplicação
potência até 6m, encaixantes fracas ou fortes. É aplicável
também para minorar subsidências. 1) Mineração Morro Velho

Desenvolvimento Os alargamentos ascendentes são enchidos com


estéril, proveniente do exterior da mina. Há três subidas, a
Além do acesso e conexão, são feitas centrais de
meia declividade, para cada bloco. O minério é
transporte, geralmente na lapa, providas de chutes para o
subido pelas duas rampas extremas do bloco e o
minério desmontado. São construídas subidas, geralmente
enchimento é descido pelo centro, ou é subido pela rampa
no minério. Geralmente a subida é previamente executada,
do centro e por uma das laterais e o enchimento é descido
até varação no nível superior, provendo entrada
pela outra rampa lateral. O enchimento é colocado a seco,
suplementar, descida de enchimento ―fill pass‖desde o
pois a alta temperatura impede enchimento a úmido.
exterior, elas devem ser contínuas através dos diversos
níveis. 2) Mineração São Bento

Lavra Os alargamentos ascendentes são enchidos


hidraulicamente com polpa proveniente dos rejeitos do
Se processa por tiras horizontais ascendentes, em
beneficiamento. Após a retirada do minério do painel de
alargamentos corridos ou estagiados. Após a limpeza ou
lavra é constituído um cerco de madeira, revestido com
rastelamento do minério para os chutes, fica um vão no
bidim, para drenagem; é feita distribuição da rede de
lugar, havendo então a necessidade de enchimento desse
drenagem e montagem das tubulações para acesso de
vão, para a formação de um novo piso, dando altura para se
pessoal e passagem de minério, que também são forrados
perfurar um novo corte e também para escorar as laterais do
com bidim. O enchimento (back fill) desce através de furos
painel. Para isso são construídos chutes emadeirados a
de sonda, desde a superfície até ao painel.
cada 6 a 15m, segundo a extensão, sucessivamente
prolongado à medida que se procede o enchimento do Saúde E Segurança Na Mineração
alargamento.
A NR22 tem como objetivo julgar os conceitos a
As tendências, com métodos de enchimento incluem: serem observados na organização e no ambiente de

Instituição de Ensino Charles Babbage | 142


trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o • Assessorar na elaboração da análise preliminar de tarefa;
desenvolvimento da atividade mineira com a busca
• Acompanhar a execução de obras e reformas;
permanente da segurança e saúde dos trabalhadores.

• Treinar empregados/ contratados;


Ciclo de operações na Mina

• Elaborar procedimento de segurança;


Algumas minas trabalham com a extração
mecânica através de perfurações e detonações de minério
• Acompanhar visitas;
de ferro, sendo utilizada neste processo trator de esteira,
escavadeira, trator de pneu, patrol, carregadeira, caminhão • Realizar auditorias nas áreas de trabalho;
fora de estrada que transporta o minério para ser
• Elaborar relatórios gerenciais e estatísticos.
beneficiado nas instalações de britagem e de concentração
de minérios. Geralmente nas minas existem horários e *CIPAMIN = Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
avisos de detonações em diversas áreas. Isso ocorre para na Mineração- NR 22
que essas áreas sejam evacuadas antes da detonação para
que não haja nenhum tipo de acidente com os Atuação da Higiene Ocupacional, reconhecer,
trabalhadores. avaliar e monitorar os riscos do ambiente de trabalho,
atuação da Medicina do Trabalho. A Medicina do Trabalho
É imprescindível nas minas ter uma equipe deverá elaborar e implementar o PCMSO (PROGRAMA DE
especializada de manutenção elétrica e principalmente uma CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL - NR 7);
Brigada de Emergência para que, em caso de acidentes, os realizar exames de Saúde Ocupacional; elaborar e
trabalhadores tenham onde recorrer para a solução do implementar PCA (Programa de Conservação Auditiva - NR
mesmo. Alguns funcionários trabalham em equipamentos, 7 e 9) e PPR (Programa de Proteção Respiratória – NR 7 e
mas para isso é necessário que neste equipamento tenha 9);participar da adequação ergonômica dos postos de
sido feito o bloqueio elétrico corretamente. E se necessário trabalho; atender e acompanhar urgências e médicas;
esses funcionários devem passar por um treinamento de desenvolver projetos de promoção da saúde e prevenção de
bloqueio específico de cada unidade. acidentes; cumprir legislação municipal, estadual e federal.

Um dos maiores riscos de acidentes em uma mina Acidente do Trabalho (Conceito Legal)
ocorre por problemas com a eletricidade e para prestar
socorro todos devem estar ciente de que o circuito esteja Acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo
desligado antes de tocar na vítima para não ocorrer novos exercício do trabalho ao serviço da empresa, provocando
acidentes.Portanto o cuidado no manuseio da parte elétrica lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte,
é essencial e deverá sempre ser feito por profissionais. perda ou redução permanente ou temporária da capacidade
para o trabalho.
Organização do SESMT (Segurança do Trabalho)
Conceito Prevencionista
O SESMT tem por objetivo a promoção da saúde e
a proteção da integridade física do servidor no seu local de Acidente é uma ocorrência indesejada, imprevista,
trabalho, e a norma que rege esses serviços é a NR4.. que interfere no processo normal de uma rotina, gerando
danos materiais e/ou pessoais.
Nela são dispostas as seguintes obrigações:
Conceito de Quase Acidente
• Propor melhorias das condições de trabalho;
É todo fato ou acontecimento não desejado que por
• Trabalhar em conjunto com a CIPAMIN*; questão de espaço e tempo não resultou em lesão ou danos
materiais.
• Inspecionar equipamentos, veículos e áreas de trabalho;

Tipos de Acidentes
• Especificar EPI;

• Prestar acessória técnica às diversas áreas de trabalho;

Instituição de Ensino Charles Babbage | 143


Acidente Pessoal: é o acidente que ocorre pelo ocorrência de novos acidentes. Todo acidente ou quase
exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando acidente deve ser comunicado imediatamente ao
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, supervisor/chefia imediata, gestor do contrato e
perda ou redução permanente ou temporária da capacidade segurança/medicina do trabalho.
para o trabalho.
Principais Causas de Acidentes de Trabalho em uma
Acidente Impessoal: é o acidente no qual não há Mina
existência de vítimas, embora haja danos materiais.
• Falta/falha de procedimento;
Classificação dos Acidentes
• Falta de treinamento;
First Aid Case – FAC
• Treinamento ineficaz;
É todo o acidente que decorre em trauma de menor
• Falha/falta de equipamento;
intensidade, e requer apenas tratamento de primeiros
socorros, que pode ser adequadamente tratado por um
• Negligência do empregado;
socorrista qualificado.
• Negligência de terceiros;
Medical Treatment Case - MTC
• Falta de atenção ao executar a tarefa;
É todo o acidente ou doença ocupacional que
requer o tratamento por um médico ou pela equipe de • Brincadeiras;
saúde, sob supervisão médica, ou qualquer caso que
• Agente nocivo;
necessite de tratamento subseqüente por médico. São
classificadas como MTC lesões moderadas ou graves • Falha na comunicação;
(traumas moderados ou graves) que necessitam de
tratamento por uma equipe de saúde. Todas as doenças • Falta de sinalização;
ocupacionais devem ser consideradas pelo menos MTC.
• Condição do ambiente;
Restricted Workday Cases - RWC
• Não utilização de EPI;
Todo acidente ou doença ocupacional que não
• Falha de projeto;
resulte em afastamento do trabalho, mas resulte em
restrição laboral (uma ou mais tarefas), imediatamente após • Não seguir procedimentos de segurança;
a lesão.
• Stress/Fadiga;
Lost Workday Case - LWC
Riscos Físicos
Todo acidente ou doença ocupacional que resulta
em afastamento do trabalho a partir do turno seguinte ao • Ruído, Radiação ionizante, Radiação não ionizante,

que ocorreu a lesão. Quando o acidente ocorrer em data Temperaturas extremas, Vibração.

anterior a folga, o médico do trabalho, deve decidir se o


Símbolos que indicam material radioativo:
empregado estaria ou não capaz de exercer suas atividades
normalmente no dia seguinte imediato ao acidente.

Caso o empregado, fique internado para


observação e não retorne ao trabalho no dia seguinte ao
acidente, é considerado um LWC, mesmo não tendo
ocorrido tratamento médico. Comunicação, Investigação e
Análise de Acidente e Quase Acidente. Tem como objetivo,
analisar as causas que provocaram os acidentes e propor
melhorias para a não repetição dessas causas, evitando a
Instituição de Ensino Charles Babbage | 144
As áreas que possuem esses símbolos são de
acesso restrito. Havendo qualquer ocorrência com esses Reatividade (Amarelo)
materiais deve-se comunicar imediatamente o Supervisor de 4 - Pode detonar - esta substância em condições normais de
Radioproteção ou a Segurança do Trabalho. pressão e temperatura pode detonar (Km/s).
3 - Explosiva - esta substância explode (cm/s) em contato
Riscos Químicos com fonte de calor, choque ou água.
2 - Instável - esta substância provoca reação química
Poeira, Gases, Fumos metálicos, Névoas, Vapores
violenta em contato com água em condições normais de
pressão e temperatura.
SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO DE
1 – Normalmente estável - esta substância pode ficar
PRODUTOSQUÍMICOS - “DIAMANTE DE HOMMELL”
instável (não violenta) em condições de pressão e
temperatura elevadas ou quando em contato com água.

0 – Estável - esta substância permanece estável mesmo em


condições de pressão e temperatura elevadas ou em
contato com a água.

Riscos Biológicos

• Vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas e bacilos.

Consequências: Doenças infecciosas

Riscos Ergonômicos
Saúde (Azul)

• Os riscos ergonômicos estão relacionados a fatores


4 - Mortal - exposição curta a esta substância há fisiológicos e psicológicos do exercício das atividades
perigo de morte.
profissionais, tais como: trabalho pesado, postura incorreta,
3 - Extremamente perigoso - exposição a esta
tensões emocionais, repetitividade, monotonia.
substância pode causar sérios danos à saúde.
2 - Perigoso - exposição a esta substância causa • Os efeitos podem ser: artrite, artrose, bursite, hérnia de
danos à saúde.
disco, lombalgia, tenossinovite etc.
1 - Pequeno perigo - exposição a esta substância
causa danos secundários à saúde. Riscos de Acidentes
0 - Ausência de perigo - exposição a esta substância
não oferece risco significante à saúde. • Arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem
proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas.

Inflamabilidade (Vermelho)
Exemplo de conseqüência: Quedas, choques,
4 - Ponto de fulgor abaixo de 27ºC e ponto de ebulição
queimaduras e lesões em geral.
abaixo de 37,7ºC - esta substância é muito inflamável, volátil
ou detonadora. Estas características são dos gases
Ferramentas SSO
inflamáveis ou líquidos extremamente inflamáveis.
3 - Ponto de fulgor abaixo de 37,7ºC - esta substância é Análise Prevencionista da Tarefa (APT)
inflamável, volátil ou explosiva.
2 - Ponto de fulgor abaixo de 93,3ºC - esta substância pode Eliminar atos e condições inseguras nos locais de
se inflamar através de uma fonte de calor. Esta trabalho, levantando as causas e efeitos de cada risco,
característica é dos líquidos combustíveis. adotando medidas de prevenção ou correção. É realizada
1 - Ponto de fulgor acima de 93,3ºC - esta substância deve antes do início da execução da tarefa e utilizando formulário
estar próximo de uma fonte com temperatura elevada para
apropriado.
se inflamar. A maioria dos sólidos inflamáveis estão nesta
categoria.
Como Elaborar a APT
0 - Não é inflamável - esta substância não queima (não
combustível).
Instituição de Ensino Charles Babbage | 145
1 - Fazer no local da atividade e mantê-la em local visível; • Manutenção em redes de gás natural metano e
inflamáveis;
2 - Envolver toda equipe responsável pela execução da
atividade, considerar a qualificação e habilitação do • Retomada de sondagem, desenvolvimento e lavra em
executante da tarefa; galerias subterrâneas e poços paralisados.

3 - Incentivar a participação ativa de todos os empregados. Trabalho em Altura

4 – Refazer a APT: Prevenir acidentes por quedas seja de pessoa ou


de objeto, com diferença de nível.
• quando houver mudanças nas condições ambientais;
Tipos de Trabalho em Altura
• Substituição/inclusão de executante;
• Andaimes e plataformas;
• Substituição de equipe.
• Escadas móveis;
Tarefa
• Trabalhos em taludes;
• Preparar a atividade;
• Trabalho em cadeiras suspensas (balancim individual);
• Executar a atividade;
Direito de Recusa
• Desmobilizar.
Objetivo: Assegurar aos empregados o direito de recusa ao
Metodologia
trabalho quando identificar qualquer situação de risco grave

a) Dividir a tarefa em etapas; e iminente de acidente.

Definições
b) Identificar todas as atividades da etapa;

Risco grave e iminente: Toda condição ambiental ou


c) Identificar os riscos em cada atividade;
situação de trabalho que possa causar dano grave e
d) Indicar ações para neutralizar/eliminar cada risco. imediato.

Permissão para Trabalhos Especiais • O empregado não se sentindo seguro em iniciar ou


continuar uma tarefa por julgar haver risco grave e iminente
Estabelecer procedimentos para realização de
de acidente, comunica ao seu supervisor/ chefia imediata;
trabalhos especiais ou em condições especiais de forma a
eliminar e/ou controlar os riscos. • O supervisor/ chefia imediata analisa junto com o
empregado a procedência do questionamento utilizando as
Atividades Especiais
ferramentas de análise disponíveis, Análise Preliminar de

• Espaços confinados; Tarefas.

• Detonações em local de risco; • Havendo concordância de que é necessária medida


corretiva/ preventiva, esta deverá ser providenciada antes de
• Testes radiológicos; se iniciar ou recomeçar a tarefa;

• Trabalhos em instalações elétricas sob tensão; • Não havendo concordância, o empregado interrompe o
trabalho, preenche o formulário e entrega a primeira via para
• Trabalho em altura;
seu supervisor/ chefia imediata que a encaminha para o
• Trabalhos de oxi-corte e solda próximos a locais de risco gerente de área;

• Manutenção em depósitos de explosivos, inflamáveis, • O gerente da área e o SESMT, em conjunto com o


silos de armazenamento; supervisor/chefia imediata e o empregado, analisam a
situação e concluem sobre a procedência da recusa.
Instituição de Ensino Charles Babbage | 146
Preenchem o campo apropriado do formulário e Cintos de Segurança
providenciam as medidas necessárias para corrigir a
ABDOMINAL, não é mais usado por ser inseguro, a
situação.
não ser o cinto para eletricista com talabarte para evitar
Equipamento de Proteção Individual (EPI) quedas ou usado como limitador de movimento.

É todo dispositivo de uso individual, destinado a PARA-QUEDISTA, usado nas áreas acima de 2
proteger a saúde e a integridade física do empregado. metros quando não houver proteção contra queda. Ao estar
suspenso fica-se preso por quatro pontos. Preso nas
Tipos de Proteção
costas, este forçará a coluna a dobrar-se para a frente,

Proteção para o corpo inteiro evitando o esforço ou impacto na mesma. Usar ajustado
ao corpo não deixando pontos frouxos.
• macacão de segurança
Utilização de Trava Queda
• jaquetas
Para movimentação na vertical em subida e
• calça descida com cinto de segurança conectado ao trava queda e
este ao cabo ou corda guia. A extremidade superior do
Proteção para o tronco
cabo/corda guia deve estar ligada a estrutura e a

• aventais extremidade inferior pode estar solta. O cabo do sistema de


fixação da cadeira suspensa ou andaime suspenso não
• jaquetas deve ser usado para afixar a trava queda como cabo guia.
Atado a barra fixa, para movimentação vertical e horizontal.
• capas
Cabo guia horizontal, para movimentação em
Proteção para a cabeça / protetores faciais
telhados, descarga de caminhões em armazéns. Cabo guia
• óculos vertical, para subir em andaimes e escadas em alturas
elevadas acima de 6 metros. Para trabalhos em cadeira
• máscaras para soldadores suspensa, proibido usar corda.

• capacete de segurança Equipamento de Proteção Individual

Proteção contra queda • São distribuídos pela supervisão imediata do empregado;

• cinto de segurança • Todo EPI recebido é lançado na Ficha Individual do


empregado;
Proteção para os membros superiores

• Para substituição, procurar o supervisor.


• luvas

Responsabilidades do Empregador
• mangas

• Adquirir o EPI;
Proteção respiratória

• Fornecer somente EPI aprovado pelo Ministério do


• respirador
Trabalho;
Proteção auditiva
• Orientar e treinar os empregados;
• Protetor auricular
• Tornar obrigatório o seu uso.
Proteção para membros inferiores

• Botina de segurança
Responsabilidades do Empregado

Instituição de Ensino Charles Babbage | 147


• Usar o EPI apenas para a finalidade a que se destina; -Responsabilizar-se pela Notificação de Infração de Trânsito
que porventura vier a dar causa, arcando com o ônus
• Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
financeiro e de pontuação da CNH;

• Comunicar ao empregador qualquer alteração que o


Bloqueio de dispositivo de manobras
torne impróprio;
Objetivo
• Cumprir as determinações do empregador sobre o uso
adequado; Estabelecer práticas e instruções mínimas para o
bloqueio de dispositivos de manobras - (de equipamentos,
• Guardar e higienizar seus EPI’s.
instalações e/ou circuitos) - que liberem energia de origem
elétrica, térmica, mecânica, pneumática, hidráulica,
radioativa ou outras, e cuja ativação inadequada ou
Regras de Circulação indesejada possa resultar em acidentes.

Circulação e Transporte de Pessoas e Equipamentos Treinamento

• A mina possui norma de tráfego. Deverão passar pelo treinamento específico da


área, todos os empregados envolvidos em atividades nas
• É obrigatório o uso de cinto de segurança para todos os
quais possa haver liberação indesejada de qualquer tipo de
ocupantes de veículos.
energia.

• Os veículos de pequeno porte que transitam nas áreas


Equipamentos móveis e semi-móveis
deverão possuir bandeirolas, sinal sonoro de ré, giroflex e
faróis ligados. Objetivo

• Não transitar a pé na mina, exceto topografia e Estabelecer práticas seguras para operação, de
manutenção de sinalização. equipamentos móveis e semi-móveis.

• Fique atento aos sinais sonoros de ré dos equipamentos Regras Básicas


e saia o mais rápido possível do local.
• Somente poderão operar equipamento móveis e semi-
Autorização de Tráfego móveis, empregados autorizados e que portarem crachá de
autorização;
Para as pessoas que irão dirigir em área de lavra é
necessário ser treinado e aprovado no Treinamento de • Para transporte de produtos perigosos o condutor
Norma de Tráfego em Mina a Céu Aberto, onde o mesmo deverá possuir o curso MOPE – Movimentação de Produtos
receberá uma autorização. Perigosos.

Instrução para Utilização de Veículos Leves • Obrigatório o uso de sinal sonoro quando manobrando
de ré para todos os Equipamentos Móveis e semi-móveis,
Responsabilidades do Usuário
exceto quando operado em área de atuação devidamente

-Zelar pelo veículo que lhe foi entregue, verificando se todos sinalizada e isolada.

os documentos estão em ordem e se o cartão com o


• Todos devem ter extintores de incêndio instalados em
telefone da Companhia de Seguros está junto à
local de fácil acesso.
documentação do veículo;
• Possuir proteção para o operador em caso de
-Registrar todas as anomalias verificadas durante o uso;
capotamento do equipamento e queda de objetos e

-Disponibilizar o veículo para manutenção de acordo com o materiais.

plano de manutenção do veículo, relacionando os problemas


• É proibido dar carona em equipamentos moveis e semi-
detectados;
móveis.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 148


• Quando houver necessidade do uso de batedor nos  Operar em equipe de pelo menos 2 trabalhadores, onde
deslocamentos dos equipamentos deverão ser observados um deles atuará como vigia, sempre do lado de fora.
os procedimentos específicos de cada unidade e a  Os empregados que forem realizar trabalhos em espaço
legislação de trânsito quando aplicável. confinado, deverão ser treinados no Procedimento
Específico.
Ergonomia
Inspeção de Segurança
É um conjunto de ciência e tecnologia que procura
a adaptação confortável e produtiva entre o ser humano e Realizada preferencialmente pela linha gerencial e
seu trabalho, basicamente procurando adaptar as condições segurança, com a função de detectar falhas individuais e
de trabalho às características do ser humano. condições inseguras no ambiente industrial ou
administrativo, como por exemplo:
Objetivo
• Falta de proteção em máquinas e equipamentos;
Estabelecer critérios para a elaboração e
implementação de ações de ergonomia para levantamento, • Condição de pisos, passarelas e estruturas prediais;
avaliação e melhorias dos postos de trabalho.
• Falta de limpeza e ordenação (5S);
Comitê De Ergonomia
• Falta e descumprimento de procedimentos, etc.
Equipe multidisciplinar que irá elaborar o programa
ergonômico, visando a adaptação das condições de trabalho Visando reduzir o potencial de acidentes através de

às características psicofisiológicas dos empregados e a medidas preventivas e corretivas nas ações, atitudes e nas

natureza do trabalho a ser executado. condições inseguras do ambiente.

Inspeção em Veículos e Equipamentos Móveis

Atividades em Espaço Confinado Tem como objetivo a verificação do funcionamento


de itens de segurança do veículo/equipamento móvel.

 Cinto de segurança;
Espaço Confinado  Farol;
 Seta;
Local não projetado para ocupação humana, de
 Farolete;
acesso limitado ou restrito, sem condições seguras para
 Buzina;
trabalhos em seu interior, com possibilidade de
 Alarme de ré;
contaminação atmosférica e/ou deficiência de oxigênio.
 Retrovisor;
Objetivo  Outros itens.

 Estabelecer os requisitos mínimos para prevenir Eventos de Segurança e Saúde Ocupacional


acidentes nas atividades em espaços confinados.
• Diálogo de Segurança e Saúde ocupacional Reunião de
 Atividades em Espaço Confinado
segurança mensal;
 PRO 021 DECG

• CIPAMIN;
Descrição

• SIPATMIN;
 Somente poderão executar atividades em espaço
confinado de acesso restrito os empregados treinados e • Campanhas de Segurança.
credenciados pelo SESMT;
 Qualquer atividade em espaço confinado de acesso Programa de Gerenciamento de Risco (PGR)

restrito só poderá ser realizada com a emissão da PTE;

Instituição de Ensino Charles Babbage | 149


Cabe a empresa de mineração implantar o PGR, Fogo: É uma reação química que se caracteriza pela
abordando no mínimo os seguintes aspectos: presença de Luz e calor.

a) riscos físicos, químicos e biológicos; Classificação

b) atmosferas explosivas; Para provocar a reação química (fogo) há


necessidade da presença de elementos essenciais:
c) proteção respiratória, de acordo com a Instrução
Normativa nº1, de 11/04/94, da Secretaria de Segurança e - Combustível
Saúde no Trabalho;
- Oxigênio (Comburente)
d) investigação e análise de acidentes do trabalho;
- Calor
e) ergonomia e organização do trabalho;
- Reação química
f) riscos decorrentes do trabalho em altura, em profundidade
Elementos Essenciais
e em espaços confinados;

Combustível: É o elemento que serve de campo de


g) riscos decorrentes da utilização de energia elétrica,
propagação do fogo. Pode ser: Sólido, Líquido e Gasoso.
máquinas, equipamentos, veículos e trabalhos manuais;
Exemplos: Madeira, Papel, Tecido, Óleo, Gasolina, Carvão,
h) equipamentos de proteção individual de uso obrigatório, Álcool, Graxa, Gases, etc...
observando-se no mínimo o constante na NR-6;
Oxigênio (Comburente)
I) estabilidade no maciço;
É o oxigênio existente no ar atmosférico, que
j) plano de emergência; possibilita vida às chamas.

k) outros resultantes de modificações e introduções de Composição do ar atmosférico:


novas tecnologias.
 Nitrogênio – 78%
 Oxigênio – 21%
 Outros gases – 1%
Proteção contra poeira mineral
Calor: É o elemento que serve para dar início a um incêndio
Em toda mina deve estar disponível água (pipa e
e que o mantém.
sistema de aspersão) em condições de uso, com o propósito
de controle da geração de poeiras, onde rocha ou minério
estiver sendo perfurado, cortado, detonado, carregado,
descarregado ou transportado. Transmissão Do Calor

• As superfícies de máquinas, instalações e pisos dos locais Radiação

de trânsito de pessoas e equipamentos, devem ser


É o processo pelo qual o calor se transmite, por
periodicamente umidificados ou limpos de forma a impedir a
meio de ondas de energia calorífica que se desloca através
dispersão de poeira no ambiente de trabalho;
do espaço ou matérias.

• Quando ultrapassados os níveis de ação para exposição a


Condução
poeiras minerais, devem ser adotadas medidas técnicas e
administrativas que, reduzam, eliminem seus efeitos sobre a É o processo pelo qual o calor se transmite da
saúde dos trabalhadores considerados os níveis de ação matéria para a matéria e de molécula para molécula, isto é,
estabelecidos nesta Norma. sem intervalos entre os corpos.

Prevenção E Combate A Incêndio Convecção

Instituição de Ensino Charles Babbage | 150


É o processo pelo qual o calor se transmite, por Método de Extinção
intermédio da massa de ar ou de gases quentes que se
 Abafamento
deslocam do local do fogo para outros, levando calor
suficiente para incendiar corpos combustíveis com os quais  Agente Extintor

entrem em contato.  Agente extintor especial a base de grafite, sal-gema etc.

Classes Gerais De Incêndio Métodos De Extinção

Incêndio da Classe "A" É a retirada de um dos elementos essenciais,


desfazendo o quadrado do fogo. O RESFRIAMENTO,
É o incêndio em corpos combustíveis comuns, ABAFAMENTO E O ISOLAMENTO constituem as três
como: Madeira, Tecido, Borracha, ou seja, incêndios em possibilidades básicas para extinção do fogo.
materiais sólidos de natureza orgânica.
Extintores De Incêndio
Método de Extinção
São aparelhos que utilizam agentes extintores para
 Resfriamento à proteção contra princípios de incêndio, devem ser
 Agente Extintor manuseados por pessoas treinadas.
 Água
Uso ou Função
 Espuma
 Soluções contendo grandes porcentagens de água Extinguir princípios de incêndio.

Classificação

Incêndio da Classe "B" Os extintores são fabricados em vários e diferentes


tipos, tamanhos e indicados segundo suas características,
É o incêndio envolvendo líquidos inflamáveis tais como:
para uma ou mais classes de incêndios.
 Gasolina, Óleos, Tintas, etc...
 Portáteis (manuais)
 Métodos de Extinção
 Não portáteis (carretas ou estacionários)
 Por abafamento
 Agentes Extintores
 Pó químico Seco
Extintores Portáteis
 CO2
 Espuma Manuais: São aparelhos que podem ser transportados
 Água em forma de neblina manualmente e seu peso total não deve ultrapassar:

- 20 kg para pó químico

Incêndios da Classe "C": É o incêndio em equipamentos - 25 kg para CO2


eletroeletrônicos energizados.
- 20 kg para espuma
Método de Extinção
Extintores Não Portáteis
 Abafamento
 Agente Extintor Carretas

 CO2
 Extintores montados sobre rodas.
 Pó químico
 Estacionários
Incêndio da Classe "D": É o incêndio que ocorre em  Extintores estacionários de maneira fixa.
metais pirofóricos (magnésio).
Prevenção E Combate

Instituição de Ensino Charles Babbage | 151


Quando, a prevenção falha, os trabalhadores Plano de Emergência: EMERGÊNCIA é uma
devem estar preparados para o combate ao princípio de combinação de fatos, decorrentes de defeito em
incêndio o mais rápido possível. equipamentos, falhas no controle de processo, fenômenos
naturais, ou falhas humanas, que podem resultar em
Para que o combate seja eficiente é necessário que:
incêndio, explosão, derramamento ou vazamento de

a) Existam equipamentos de combate a incêndio em produtos químicos, emissão atmosférica acidental, descarga

quantidade suficiente e adequados. acidental na água e no solo, ou qualquer acidente com


lesão, dano à propriedade, ao meio ambiente, e até mesmo
b) As pessoas que trabalhem na área, saibam como usar os na comunidade.
extintores e que avaliem a capacidade de extinção
O Plano de Emergência é o conjunto de medidas
Combate ao Fogo com Extintor de Água a serem adotadas no caso de uma emergência como:
Pressurizada: incêndio, explosão, derramamento ou vazamento de
produtos químicos, evitando assim que estes acidentes se
Deve ser operado da seguinte forma:
tornem maiores.

1) O operador leva o extintor ao local do fogo;


 Padrão (ou Estrutura)

2) Retira a trava ou o pino de segurança;  Textura


 Sombra
3) Empunha a mangueira;

4) Ataca o fogo (classe A), dirigindo o jato d’água para a sua


base.

Extintor de Gás Carbônico - CO2 Para ampliar os seus conhecimentos


acesse: www.uniorka.com.br-Portal do aluno.
O CO2 é encerrado num cilindro com uma pressão
de 61 atmosferas. Bom estudo!

Extintor de Pó Químico Seco

Utiliza bicarbonato de sódio não higroscópico e Tratamento de Minério II


um agente propulsor que fornece a pressão (CO2 ou N2).
É fornecido para uso manual ou em carretas e pode ser
Princípios de Concentração Gravítica
de pressão permanente ou com pressão injetada.

A concentração gravítica pode ser definida como


Extintor de PQS a Pressurizar
um processo no qual partículas de diferentes densidades,
1) Operador leva o extintor ao local do fogo; tamanhos e formas são separadas uma das outras por ação
da força de gravidade ou por forças centrífugas. É uma das
2) Abre o cilindro de gás;
mais antigas formas de processamento mineral e, apesar de

3) empunha a mangueira; tantos séculos de utilização, seus mecanismos ainda não


são perfeitamente compreendidos. Os principais
4) Ataca o fogo procurando formar uma nuvem de pó, mecanismos atuantes no processo de concentração
cobrindo toda área atingida. gravítica são os seguintes:

Brigada De Incêndio (i) aceleração diferencial;

Formada por um grupo de empregados de vários (ii) sedimentação retardada;


turnos, os quais são avaliados clinicamente, treinados e
orientados para atuarem em situações de emergência. (iii) velocidade diferencial em escoamento laminar;

Instituição de Ensino Charles Babbage | 152


(iv) consolidação intersticial;
O critério de concentração (CC) é usado em uma
(v) ação de forças cisalhantes.
primeira aproximação e fornece uma idéia da facilidade de

A equação de movimento de uma partícula se obter uma separação entre minerais por meio de
processos gravíticos, desconsiderando o fator de forma das
sedimentada em um fluido viscoso de densidade ρ é:
partículas minerais. O critério de concentração, com base na
experiência industrial aplicado à separação de dois minerais
em água é definido como segue:

CC = (ρp −1) /(ρ −1)

onde: onde: ρp e ρ são as densidades dos minerais pesado e


leve, respectivamente, considerando a densidade da água
 m é massa do mineral; igual a 1,0.
 a é a aceleração;
Para o par wolframita/quartzo, por exemplo, a
 R é a resistência do fluido ao movimento da partícula.
relação acima assume os valores:
 g aceleração gravidade;
 m' é a massa do fluido deslocado; CC = (7,5 - 1) / (2,65 - 1) = 3,94.

A Tabela abaixo mostra a relação entre o critério de


concentração e a facilidade de se fazer uma separação
gravítica.

Equipamentos Gravíticos

Calha Simples - Uma calha consiste essencialmente de


uma canaleta inclinada, feita normalmente de madeira e de
seção transversal retangular. Inicialmente, no fundo da calha
são instalados vários septos ou obstáculos (riffles),
arranjados de modo a prover alguma turbulência e
possibilitar a deposição das partículas pesadas, enquanto as
leves e grossas passam para o rejeito.

Efeito dos mecanismos de concentração gravítica.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 153


Seção transversal de uma calha simples e esquema de majoritária da polpa passa para a mesa plana seguinte,
riffles húngaro (normalmente empregado). havendo oportunidade de se recuperar mais partículas de

Calha Estrangulada - Uma calha estrangulada típica ouro.

consiste de um canal inclinado que decresce em largura ("se


estrangula") no sentido do fluxo. A polpa, com alta
percentagem de sólidos, é alimentada na parte mais larga
da calha em um fluxo relativamente laminar, ocorrendo uma
variação de velocidade de modo que as partículas finas e
pesadas se concentram na parte inferior do fluxo, por meio
de uma combinação de sedimentação retardada e
consolidação intersticial.
Ernst Reichert, trabalhando para a Mineral Deposits
Ltd., Austrália, concluiu que uma grande deficiência nas
calhas estranguladas era o efeito da parede lateral,
concebendo, então, um equipamento sem paredes, ou um
cone invertido. Desenvolvido no início dos anos 60 com um
ou dois cones operando em série, já nos anos de 1970 a
unidade padrão de um concentrador Reichert era composta
Esquema de uma mesa plana
de multi-estágios, com até oito cones duplos e simples; sua
aplicação também foi além dos minerais pesados de areias Jigue - O processo de jigagem é provavelmente o método
de praia, incluindo minérios de ferro, estanho e ouro, entre gravítico de concentração mais complexo, por causa de
outros. suas contínuas variações hidrodinâmicas. Nesse processo,
a separação dos minerais de densidades diferentes é
realizada em um leito dilatado por uma corrente pulsante de
água, produzindo a estratificação dos minerais.

(a) Calha estrangulada; (b) Cone Reichert.

Mesa Plana - mesa plana (plane table) também denominada


de mesa fixa ou mesa estática, consiste de uma mesa Esquema simplificado de um jigue

inclinada coberta com tapete deborracha com sulcos


Mesa Oscilatória - A mesa oscilatória típica consiste de um
longitudinais, em forma de "V", paralelos aos lados da mesa
deque de madeira revestido com material com alto
e na direção do fluxo de polpa. No final de cada mesa −
coeficiente de fricção (borracha ou plástico), parcialmente
normalmente há três seções em sequência − existe uma
coberto com ressaltos, inclinado e sujeito a um movimento
abertura regulável e transversal ao fluxo de polpa. Os
assimétrico na direção dos ressaltos, por meio de um
minerais mais densos e o ouro movimentam-se próximos à
mecanismo que provoca um aumento da velocidade no
superfície, percorrendo os sulcos longitudinais, e são
sentido da descarga do concentrado e uma reversão súbita
recolhidos continuamente naquela abertura. A parte

Instituição de Ensino Charles Babbage | 154


no sentido contrário, diminuindo suavemente a velocidade e maximizar a influência da densidade das partículas.
no final do curso. Quando comparado com o ciclone classificador, apresenta
maior diâmetro e comprimento do vortex finder e com ângulo
do ápex bem superior (Figura 8). Quando a polpa é
alimentada tangencialmente, sob pressão, um vortex é
gerado em torno do eixo longitudinal. A força centrífuga,
inversamente proporcional ao raio, é bastante grande perto
do vortex e causa a estratificação radial das partículas de
diferentes densidades e tamanhos (por aceleração
diferencial).

(a) estratificação vertical entre os riflles, (b) arranjo das partículas


ao longo dos riffles, (c) distribuição na mesa.

Espiral - O concentrador espiral é construído na forma de


um canal helicoidal de seção transversal semicircular (Figura
7). Muito embora sejam comercializadas espirais com
características diferentes − diâmetro e passo da espiral,
perfil do canal e modo de remoção do concentrado −
conforme o fabricante e o fim a que se destina, os
mecanismos de separação atuantes são similares.

Características diferentes − diâmetro e passo da espiral,


perfil do canal e modo de remoção do concentrado −
conforme o fabricante e o fim a que se destina, os
mecanismos de separação atuantes são similares.

Hidrociclone: (a) esquema de um hidrociclone; (b) tipos.

Separação Magnética

Materiais magnéticos do tipo magnetita, que atuam


como magnetos e são capazes de remover minerais de
ferro, são conhecidos desde os primórdios da civilização. No
entanto, o significado prático da separação magnética só foi
reconhecido no século XIX.

Fundamentos Teóricos

Minerais ferromagnéticos compreendem aqueles


que são fortemente atraídos pelo ímã comum. O exemplo
mais conhecido é a magnetita. Os paramagnéticos são
fracamente atraídos e o exemplo clássico é a hematita. Os
minerais diamagnéticos possuem susceptibilidade
Esquema de uma espiral (Humphreys).
magnética negativa e, portanto, são repelidos quando
submetidos a um campo magnético. Entre outros se
destacam: quartzo, cerussita, magnesita, calcita, barita,
Hidrociclone - O hidrociclone usado para concentração fluorita, esfalerita etc. Quando se descreve um campo
gravítica é projetado para minimizar o efeito de classificação magnético, é comum referir-se a duas grandezas: densidade

Instituição de Ensino Charles Babbage | 155


de fluxo magnético (→B) e intensidade de campo (→H),
ambas medidas em Tesla (T). A primeira →B, refere-se ao
número de linhas de indução que passam através da
partícula do mineral. A segunda, →H, é a força de
magnetização que proporciona a passagem das linhas de
indução através da partícula. Tais grandezas são vetoriais e,
portanto, possuem módulo, direção e estão relacionadas
pela Equação.

B = μH

μ = permeabilidade magnética do meio.


No vácuo, μ pode ser igual a μo para fins práticos.
Nas situações em que →B e →H diferem somente pelo fator
de proporcionalidade μ, indistintamente podem ser
chamadas de campo magnético.
Há duas formas de se produzir um gradiente. A
primeira, e mais simples, consiste na construção de um polo
de eletroímã com a área bem menor que a do polo oposto. A
segunda consiste na utilização de matrizes entre os polos do
eletroímã. A finalidade dessas matrizes é aumentar o
gradiente, produzindo sítios dentro das mesmas com campo
de alta intensidade. Vários modelos foram propostos e/ou Diagrama representativo dos separadores a úmido
utilizados, dentre os quais se destacam: esferas, hastes, de alta intensidade para laboratório (A) e de carrossel (B)
placas sulcadas, grades, lã de aço, etc. A matriz deve ser para circuito contínuo.
escolhida de modo a se ajustar às características do
minério, inclusive contribuir ao melhor desempenho da Separador de Correias Cruzadas - O separador, conforme
separação. No processo de seleção da matriz devem ser ilustrado, consiste essencialmente de um transportador de
feitas, entre outras, as seguintes considerações: correia plana (correia principal), que passa entre os polos
(i) gradiente máximo de campo; paralelos de dois eletroímãs, e outro transportador de
(ii) área superficial de captação por unidade de volume correia plana perpendicular à principal (correia secundária).
da zona da matriz;
(iii) capacidade de limpeza da matriz (remoção das
partículas magnéticas) com rapidez para manter o sistema
de fluxo contínuo;
(iv) porosidade da matriz para permitir a vazão da
polpa; caso ela tenha um valor muito baixo, é necessária
maior pressão para obter a vazão ideal sem obstrução;
(v) o material usado na fabricação das matrizes deve
reter o mínimo de magnetização quando as mesmas são
removidas do campo; no caso de a matriz reter quantidade
significativa de magnetização, torna-se impossível a
remoção das partículas magnetizadas.

EM ANEXO : Diagrama contendo as características,


classificação e aplicações dos separadores magnéticos.

Separador Magnético Tipo Carrossel - ilustram-se as


características essenciais do separador magnético a úmido
de alta intensidade, para circuito contínuo. O equipamento Diagrama esquemático de um separador magnético
consta de um anel rotativo, às vezes chamado de carrossel, de correias cruzadas.

que atravessa um campo magnético, no qual são instaladas


Separador de Rolo Induzido - Em tal separador, a fração
as matrizes. A alimentação é feita, de modo que a polpa magnética é separada durante a passagem do minério
atravesse uma região com campo de alta intensidade. A através de campos magnéticos com intensidades de até 1,8
T, produzidos por rotores localizados entre os polos de
fração magnética é captada pela matriz, ou pelo menos, é
eletroímãs.
retardada o suficiente para ser carregada pelo movimento do
anel rotativo a uma região de campo com baixa intensidade.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 156


bombardeamento iônico (trecho BC) por meio do eletrodo de
ionização.

Diagrama esquemático do separador


eletrodinâmico ou de alta tensão.

Processos De Flotação

O processo de flotação atua geralmalmente nas


Separação Eletrostática interfaces água/ar e água/óleo (pouco utilizado), para
realizar a separação entre os minerais de interesse.
A separação eletrostática é um processo de Diversas outras interfaces têm sido estudadas, como a
concentração de minérios que se baseia nas diferenças de interface água + álcool/ar e água/plástico na tentativa da
algumas das propriedades dos minérios, tais como: descoberta de outras aplicações, sendo assim, o sistema de
condutibilidade elétrica, susceptibilidade em adquirir cargas interfaces origina o nome do processo de flotação. Os
elétricas superficiais, forma geométrica, densidade, entre principais processos de flotação utilizados pela indústria
outras. Para promover a separação, é necessária a mineral são (Leal Filho, 1995):
existência de dois fatores elétricos:
(i) carga elétrica superficial das partículas ou Flotação por Espumas (Froth flotation) - é o processo
polarização induzida, que lhes permitam sofrer a influência mais comum e o mais importante. Neste processo, os
do campo elétrico; minerais hidrofobizados dispersos, no meio aquoso, são
(ii) um campo elétrico de intensidade suficiente para coletados por bolhas de ar e arrastados à superfície, sendo
desviar uma partícula eletricamente carregada, quando em removidos na camada de espumas por transbordo ou
movimento na região do campo. mecanicamente. Os minerais hidrofílicos permanecem na
fase aquosa acompanhando o fluxo de água.
Eletrização por Indução - Quando as partículas minerais,
em contato com uma superfície condutora e aterrada, são Flotação em Película (Skin flotation) - é o processo de
submetidas a um campo elétrico, observa-se a indução de separação de minerais utilizando as propriedades da
uma carga superficial nas mesmas. interface água/ar. Neste processo, os minerais são
despejados lentamente na superfície da água, as partículas
hidrofílicas se molham e afundam e as partículas
hidrofóbicas permanecem na superfície sem se molhar,
sendo removidas por transbordamento.

Flotação em Óleo (Bulk oil flotation) - é o processo de


separação de minerais utilizando as propriedades da
interface água/óleo. Neste processo, as partículas minerais
são agitadas em uma suspenção água/óleo. Após repouso
do sistema binário (água/óleo), as partículas hidrofílicas
Diagrama representativo de duas partículas após o
molhadas afundam e as partículas hidrofóbicas se
carregamento por indução.
concentram na interface água/óleo.
Separadores Eletrodinâmicos
Flotação Carreadora (Carrier flotation) - é o processo de
flotação usado para recuperar partículas ultrafinas,
Eles possuem a configuração esquematizada, na
utilizando-se minerais com granulometria grosseira
qual se observa o tambor rotativo (T) e aterrado, os
previamente hidrofobizado. As partículas ultrafinas
eletrodos, a escova de limpeza e as várias trajetórias das
hidrofóbicas aderem às partículas grosseiras, que são
partículas. A mistura, constituída de minerais com diferentes
carreadas pelas bolhas de ar e então flotadas.
susceptibilidades à eletrização superficial, é alimentada em
A, sobre a superfície do tambor que recebe o

Instituição de Ensino Charles Babbage | 157


Eletroflotação - é o processo de flotação onde as bolhas de
gás são geradas pela decomposição eletroquímica da água.
Flotação em floco (Floc flotation) - é um processo
de flotação utilizado para recuperação de partículas finas
após a sua agregação seletiva das mesmas. Após a
agregação seletiva, os flocos formados são flotados de
modo tradicional.
O processo de flotação por espumas é a
modalidade de flotação mais utilizado na tecnologia mineral, Arranjo de células de flotação.
para concentração de minerais e apresenta termos técnicos
específicos para definir a maneira ou modus operandi de
como a flotação está sendo conduzida. A seguir, algumas
definições dos processos mais usuais de flotação.

Flotação direta - é quando os minerais de interesse são


flotados e separados nas espumas. Os minerais de ganga
acompanham o fluxo da polpa mineral.

Flotação reversa - é quando os minerais de ganga são


flotados e os minerais de interesse permanecem na polpa
mineral.

Flotação coletiva (Bulk flotation) - é quando um grupo de


minerais com características semelhantes são flotados em
conjunto.

Flotação seletiva - é quando uma única espécie mineral é


flotada.

Flotação instantânea (Flash flotation) - é quando a


flotação é realizada em intervalos de tempo curto, logo após
a moagem. As partículas mistas (não liberadas) retornam ao Máquina de flotação (Modelo Wemco).
moinho para uma nova etapa de moagem e, a seguir, são
novamente flotadas.

Máquinas de Flotação

Tratam-se de tanques projetados para receber a


polpa alimentada, continuamente, por uma das suas faces
laterais e descarregá-la pelo lado oposto. Cada unidade
desses tanques é chamada célula. Podem ser usadas
células individualizadas, mas a regra é agrupar conjuntos de
duas ou mais. Numa extremidade do conjunto é instalado
um compartimento de alimentação e na extremidade oposta,
um compartimento de descarga. Este inclui algum
dispositivo para a regulagem do nível de polpa dentro das
células.
Embora existam modelos de células fechadas, a
tendência moderna é não usar divisões entre uma célula e
outra. A espuma sobe e é descarregada pela frente (e em
alguns modelos, como os mostrados nas Figuras, também
por trás), transbordando sobre calhas dispostas ao longo da
extensão do conjunto de células. O material deprimido é
arrastado pela corrente de água e sai pelo fundo da célula,
passando para a célula seguinte e, finalmente, sendo
Máquina de flotação (Modelo Galigher).
descarregado pela caixa de descarga. Desta forma, há dois
fluxos: um de deprimido, no sentido da caixa de alimentação
para a caixa de descarga e outro de espuma, ascendente
Circuitos De Beneficiamento
dentro das células e no sentido oposto ao do deprimido,
através das calhas.
Como em toda operação de concentração, também
para a flotação é difícil obter o teor e a recuperação

Instituição de Ensino Charles Babbage | 158


desejados numa única etapa. Genericamente, executa-se pela água. Esta diferença funcional determina o
uma primeira flotação, chamada ―rougher", onde se obtém comportamento dos dois grupos de reagentes: enquanto os
um concentrado pobre e um rejeito que ainda contém teores coletores tendem a migrar para a interface sólido-gás, os
dos minerais úteis. O concentrado é re-lavado numa espumantes se dirigem para a interface líquido-gás.
segunda flotação, denominada "cleaner", onde é produzido Como requisitos de qualidade para um bom
um concentrado final e um rejeito de teor elevado. O rejeito espumante, os mesmos devem apresentar as seguintes
rougher é repassado numa outra flotação, chamada características:
―scavenger‖, onde se obtém um rejeito muito pobre (rejeito (i) não ter propriedades coletoras, isto é, não
final) e um concentrado que reúne os minerais úteis que adsorver na superfície do mineral;
estavam no rejeito rougher, mas que é pobre para ser (ii) formar bolhas estáveis, permitindo o transporte de
considerado produto final. Tanto o rejeito cleaner como o partículas minerais e a drenagem da água;
concentrado scavenger ainda contêm minerais úteis e por (iii) formar bolhas estáveis durante o transporte do mineral
isso são retornados à célula rougher. O circuito fica como até a superfície, mas que colapsem na descarga;
mostrado na Figura abaixo. Eventualmente, pode ser (iv) insensível à variação de pH e a presença de sais
necessário usar vários estágios de recleaning. É o caso da dissolvidos;
fluorita grau ácido, que tem teores de contaminantes (SiO2 e (v) ter baixo custo e disponibilidade no mercado.
CaCO3) admissíveis muito baixos e por isso exige de 4 a 6
estágios de cleaning sucessivos. Desenvolvimentos Recentes

Os mecanismos envolvidos na operação de


flotação e descritos nos itens anteriores podem ser
considerados como sendo:
(i) condicionamento dos minerais com os coletores e
moduladores da coleta;
(ii) aeração da polpa;
(iii) captura das partículas a flotar pelas bolhas de ar;
(iv) separação da espuma.

Os progressos mais recentes dizem respeito à


Circuito de flotação maneira de fazer a aeração da polpa. Na flotação
convencional, em células mecânicas, o ar é aspirado ou
O evento de uma partícula de mineral útil ao passar soprado para dentro da célula e quebrado em um grande
para o concentrado de uma operação de flotação, depende número de pequenas bolhas pela ação conjunta do rotor e
do sucesso de uma série de eventos independentes: estator. Existem duas outras maneiras de fazer essa
(i) a partícula deve entrar em contato com o coletor; introdução de ar no sistema:
(ii) o coletor deve adsorver sobre a superfície da
partícula; Dispersão de ar - em que o ar é forçado para dentro da
(iii) a partícula coletada deve colidir com um número polpa através de placas porosas, aspersores, tubos Venturi.
de bolhas de ar suficiente para torná-la leve a ponto de Conseguem-se bolhas com diâmetros de 0,5 a 0,1 m; ar
flutuar; dissolvido - em que o ar dissolvido na água é desprendido
(iv) a partícula não pode desprender-se das bolhas pela súbita despressurização dentro da célula. A água pode
durante o percurso ascendente; ter sido previamente saturada com ar ou outro gás, para
(v) a partícula deve permanecer dentro da espuma e melhor desempenho. Outrossim, pode-se proceder à
escorrer para a calha de concentrado. eletrólise da água para gerar bolhas dos gases que a
compõem. As bolhas têm diâmetros de 0,03 a 0,12 mm e
Espumantes são geradas diretamente sobre as partículas, resultando um
contato bolha-partícula mais eficiente, apesar de mais caro.
São compostos tenso-ativos heteropolares, não
ionizáveis, que contém um grupo polar (OH, COOH, C=O, Células Pneumáticas - Estes equipamentos têm uma
OSO2, e SO2OH) e uma cadeia hidrocarbônica, capazes de vantagem muito grande, que é o fato de não disporem de
se adsorverem na interface água/ar. Sua função principal na peças móveis. O ar é injetado para dentro da célula através
flotação é reduzir a tensão superficial na interface água/ar, de uma peça chamada aerador. Trata-se de um tubo ou
aumentando a resistência das bolhas, tornando-as mais placa porosa feita de bronze, vidro ou plástico sinterizado,
dispersas e estáveis, melhorando as condições para coleta de modo a resultarem em canais de diâmetros controlados.
das partículas de mineral hidrofobizado. A célula corresponde a um tanque cilíndrico ou de seção
Os espumantes utilizados na flotação são compostos quadrada, onde é feita a separação.
orgânicos heteropolares, cuja estrutura é portanto parecida
com a dos coletores. A diferença reside no caráter funcional Toda a agitação deve ser feita pela ação do ar
do grupo polar: o radical dos coletores é quimicamente ativo injetado. Em consequência, é de se esperar maior consumo
e capaz – em princípio - de interagir elétrica ou energético. Em contrapartida, as funções de aeração da
quimicamente com a superfície do mineral a ser coletado. Já polpa e separação de espuma não são afetadas pela
os espumantes têm um radical liofílico de grande afinidade agitação mecânica, havendo portanto condições mais

Instituição de Ensino Charles Babbage | 159


favoráveis. A literatura aponta vantagens para a flotação de pelo vortex finder. A alimentação é introduzida
minérios com distribuição granulométrica muito ampla, tangencialmente ao ciclone. O contato das bolhas de ar com
minerais de elevada densidade e minerais frágeis. as partículas dá-se no encontro dos dois fluxos: o radial das
bolhas e a circular das partículas. As condições para a
colisão das partículas e bolhas são portanto favorecidas,
bem como a rejeição das partículas não coletadas, no
campo centrífugo. As partículas aderidas às bolhas
descarregam-se portanto pelo overflow, e as partículas não
coletadas pelo underflow.

Célula Flotaire (Deister).

Miniusina de Flotação

A miniusina de flotação instrumentada (Figura) da


CPT – Canadian Process Technology é composta por banco
de células de flotação, moinhos, condicionadores e um
sistema de dispersão de reagentes. A miniusina insere uma
gama de ferramentas laboratoriais, muito versáteis, que
permite extrair uma quantidade máxima de informação com
amostras de testemunhos de sondagem, em tempos de
operação mais curtos que aqueles despendidos em unidade Air spairged hidrocyclone
piloto convencional. É possível realizar testes, com
quantidades reduzidas de amostras (10 a 15 kg/h), por 20 h
de operação contínua. Entre outros efeitos que afetam um
circuito de flotação, a recirculação de cargas e de produtos
intermediários, é quantificada com um índice de
confiabilidade que excede aqueles obtidos em testes Para ampliar os seus conhecimentos
padrões de flotação em circuito fechado, no qual estão acesse: www.uniorka.com.br-Portal do aluno.
inseridas as etapas de rougher/scavenger/cleaner.
Bom estudo!

Geoprocessamento

Princípios Físicos De Sensoriamento Remoto


Um fluxo de radiação eletromagnética (REM) ao se
propagar pelo espaço pode
interagir com os diferentes alvos
da superfície terrestre, sendo
por estes refletido, absorvido e
Miniusina de flotação (CPT – Canadian Process Technology)
mesmo reemitido. As variações
"Air-sparged Hidrocyclone" que essas interações produzem
no fluxo considerado dependem
Esta operação é feita em um ciclone especial,
esquematizado na Figura. A injeção de ar é feita através de fortemente das propriedades
uma parede porosa que circunda o corpo do ciclone. As físico-químicas dos alvos irradiados e o fluxo resultante
bolhas (de maneira geral, de diâmetro inferior a 0,1 mm)
constitui uma valiosa fonte de informações a respeito dos
tendem a se mover em direção ao fluxo ascendente que sai
Instituição de Ensino Charles Babbage | 160
mesmos. Tal constatação tem motivado a criação de por sensores remotos destacam-se as fotografias aéreas e
dispositivos, que, situados a grandes distâncias dos alvos de as imagens de satélite, os quais podem ser obtidos em
interesse, podem detectar e registrar o fluxo de radiação várias escalas e faixas de radiação.
eletromagnética provenientes destes. Assim, os dados
obtidos, geralmente sob a forma de gráficos ou imagens, Elementos Da Fase De Aquisição
são então analisados por especialistas na busca de Considerando a metodologia para geração de
informações que auxiliem no desenvolvimento de projetos informação na área de sensoriamento remoto a nível orbital,
de pesquisa e controle de recursos naturais e de meio podem ser destacadas duas fases: a fase de Aquisição,
ambiente da Terra. relacionada com os processos de detecção e registro dos
As técnicas de sensoriamento remoto evoluíram dados; e a fase de Análise, que compreende o tratamento e
primariamente a partir de necessidades militares. A a interpretação dos dados obtidos. No caso da fase de
astronomia, a geofísica e a aerofotogrametria clássica aquisição, pode-se identificar a participação de elementos
forneceram os elementos adicionais. Atualmente, essas cuja influência nas características dos dados obtidos deve
técnicas estão sendo utilizadas para identificar, mapear e ser bem compreendida de modo a possibilitar uma correta
cadastrar os recursos naturais da Terra e controlar sua interpretação. Dentre tais elementos destacam-se a energia
utilização pelo homem. Problemas correlatos, decorrentes radiante, a fonte, o alvo, a trajetória e o sensor. A atuação
da atividade humana (ocupação urbana, poluição e daqueles elementos em imagens coletadas a grandes
modificações ambientais), é também objeto do altitudes pode ser visualizada esquematicamente na Figura
sensoriamento remoto. 1.1. A energia radiante emitida pela fonte (sol), após
Nos últimos quinze anos, a pesquisa em atravessar a atmosfera (trajetória), irradia a superfície (alvo),
sensoriamento remoto tem produzido ferramentas cada vez sendo por ela refletida. Parte dessa energia atravessa
mais sofisticadas, ampliando a sua aplicabilidade a uma novamente a atmosfera e é coletada pelo sistema sensor,
grande gama de problemas ecológicos, urbanos e recursos onde é detectada e registrada.
naturais. Nesse intervalo de tempo, o sensoriamento remoto
demonstrou efetivamente e eficientemente a sua habilidade
em registrar, de modo significativo, uma grande quantidade
de fenômenos do nosso ambiente. Só mais recentemente,
algumas aplicações passaram do campo da pesquisa
científica para um nível operacional. Nesse contexto, a
seguir é feita uma fundamentação teórica de alguns
aspectos mais relevantes ligados aos princípios físicos do
sensoriamento remoto.
Elementos da fase de aquisição.
Conceitos Básicos
O termo sensoriamento remoto refere-se ao conjunto Radiações Eletromagnéticas
de atividades relacionadas com a aquisição, o Corresponde a forma de energia de interesse ao
processamento e a análise de dados coletados por sensores sensoriamento remoto, sendo a única que não necessita de
acoplados em plataformas como aeronaves (aviões) e um meio material para se propagar. O exemplo de energia
espaçonaves (satélites), com o objetivo de estudar o radiante ou eletromagnética mais familiar e de maior
ambiente terrestre, considerando o fluxo de energia radiante relevância ao sensoriamento remoto é a energia solar, que
emitido e/ou refletido pelos alvos que compõem a sua se propaga pelo espaço desde o sol até a Terra. Para
superfície. Em outras palavras, o termo sensoriamento explicar a natureza da energia eletromagnética são
remoto está ligado ao método que utiliza a REM modificada empregados dois modelos, denominados de ondulatório e
ou produzida pelas propriedades físicas e químicas de alvos de corpuscular. No caso do modelo ondulatório, a radiação
relacionados com recursos naturais e ambientais da Terra, eletromagnética corresponde a toda a forma de energia que
como meio para obter informações destes alvos se propaga a velocidade da luz (3.108 m/s), na forma de
remotamente, isto é, sem a necessidade de entrar em ondas. Uma onda eletromagnética é composta de duas
contato físico com os mesmos. Dentre os produtos gerados componentes ou campos, um elétrico e outro magnético,
Instituição de Ensino Charles Babbage | 161
simultâneos e dinâmicos, que vibram perpendicularmente a O espectro magnético pode ser conceituado como
direção de propagação (Figura abaixo). uma representação contínua da radiação eletromagnética
em termos de comprimento de onda ou de freqüência, como
apresentado na Figura 1.3. Este espectro é subdividido em
faixas, que representam regiões com certas características
peculiares em termos dos processos físicos geradores de
energia em cada faixa, ou dos mecanismos físicos de
detecção desta energia. Embora os limites de cada faixa
espectral não sejam bem definidos, podem ser destacadas
as seguintes

Flutuações dos campos elétrico (E) e magnético (M) de uma


onda eletromagnética se propagando na direção Z.

Onde, X = plano de excitação do campo elétrico;


Y = plano de excitação do campo magnético;
λ = comprimento de onda;
↑ = vetores E/M que representam o valor instantâneo
do campo elétrico e/ou magnético.
Vale salientar que as ondas eletromagnéticas se
diferenciam entre si quanto à freqüência e ao comprimento
de onda. O comprimento de onda é a distância entre dois
máximos sucessivos, ou seja, é à distância em que a onda Representação do espectro eletromagnético.
se repete em dado instante. Por outro lado, a freqüência de
onda é o número de ondas que passa por um ponto do a) Ondas de Rádio - As ondas eletromagnéticas nesta faixa
espaço num determinado tempo, sendo diretamente são utilizadas para comunicação à longa distância, pois,
proporcional à velocidade de propagação da radiação. Como além de serem pouco atenuadas pela atmosfera, são
o comprimento de onda é inversamente proporcional a refletidas pela ionosfera, propiciando uma propagação de
freqüência, quanto maior for a freqüência com que uma longo alcance.
carga elétrica é acelerada, menor será o comprimento de
onda resultante. b) Microondas - Em tal faixa de comprimento de onda,
Embora a teoria ondulatória seja bastante adequada podem-se construir dispositivos capazes de produzir feixes
para longos comprimentos de onda e para exprimir os de REM altamente concentrados, chamados radares, que
processos de propagação da REM, quando se trata dos podem ser usados como meio de sondagem. A radiação na
processos de absorção e emissão de energia radiante e faixa de microondas tem ampla utilização na área de
curtos comprimentos de onda, costuma-se usar a teoria sensoriamento remoto devido as suas características de
corpuscular. Em tal teoria é considerado que a energia é sofrer pouca atenuação pela atmosfera e pelas nuvens.
emitida, absorvida ou propagada não de maneira contínua,
mas sim em pequenas parcelas discretas de energia c) Infravermelho - Este tipo de radiação é de grande
chamadas de quanta (plural de quantum) ou fótons. A importância para o sensoriamento remoto devido as suas
quantidade de energia contida em cada fóton de um fluxo de características específicas como a fácil absorção pela
radiação eletromagnética é diretamente proporcional à maioria das substâncias, nelas produzindo um efeito de
freqüência e inversamente proporcional ao comprimento de aquecimento; a energia emitida pelos corpos aquecidos se
onda a ele associado. situa principalmente nesta faixa.

Espectro Eletromagnético d) Visível - Corresponde a radiação capaz de produzir a


sensação de visão para o olho humano normal, ocupando

Instituição de Ensino Charles Babbage | 162


apenas uma pequena variação de comprimento de onda que
vai do violeta ao vermelho. Tal radiação pode ser produzido
por luminescência ou por corpos muito quentes. Os produtos
de sensores remotos obtidos na faixa do visível geralmente
apresentam excelente correlação com a experiência visual
do foto intérprete.

e) Ultravioleta - Esta faixa compreende uma extensa faixa


do espectro eletromagnético e embora mostre um relativo
potencial de aplicações em sensoriamento remoto, a forte
atenuação atmosférica nesta faixa se apresenta como um
grande obstáculo para a sua utilização. É interessante notar
que as películas fotográficas são mais sensíveis à radiação
ultravioleta que à luz visível.

f) Raios-X - São gerados principalmente, pela parada ou


freamento de elétrons de alta energia. Como fótons de alta
energia, os raios-X são altamente penetrantes, sendo uma
poderosa ferramenta em pesquisa sobre a estrutura da
matéria; parte dos raios-X são muito utilizados na área
médica.

Interação da REM com a estrutura de um objeto.


g) Raios-Gama - Constituem as mais penetrantes das
emissões de substâncias radiativas. Não existe, em Onde, φi = fluxo incidente φa = fluxo absorvido; φr =
princípio, limite superior para a freqüência das radiações fluxo refletido φt = fluxo transmitido. Neste contexto,
gama, embora ainda seja encontrada uma faixa superior de considerando-se a Lei de Conservação da Energia, pode ser
freqüência conhecida como raios cósmicos. descrita como:
As faixas que compreendem os raios-Gama, raios-X
φi= φr + φa + φt
e rádio não são empregadas em sensoriamento remoto. A
Dividindo-se os dois membros da equação anterior
faixa espectral que se estende de 0,3 µm a 15,0 µm,
pelo fluxo incidente (φi), tem-se então:
corresponde a amplitude aonde se situam a maioria dos
experimentos em sensoriamento remoto. Tal região do
espectro eletromagnético é conhecida por espectro óptico,
pois nela os componentes ópticos de reflexão e refração,
tais como, lentes, espelhos, prismas, etc., podem ser usados
para coletar e reorientar a radiação.

Propriedades Espectrais Dos Alvos Em tal equação, as frações do segundo membro


representam propriedades espectrais que são denominadas
O estudo da interação da radiação eletromagnética respectivamente de refletância (ρ), absortância (α) e
com os alvos da superfície terrestre é realizado através da
transmitância () do objeto; sendo assim, a equação
análise das propriedades espectrais dos mesmos. Quando
um fluxo de REM irradia um objeto, podem acontecer três assume a seguinte forma:

fenômenos: parte do fluxo é refletido; parte penetra no ++=1


objeto, sendo progressivamente absorvido; e parte
Dentre aquelas propriedades espectrais, a mais
consegue atravessá-lo (transmitido), emergindo novamente
relevante é a refletância na medida em que este coeficiente
para o espaço (Figura 1.4).

Instituição de Ensino Charles Babbage | 163


assume uma maior importância sobre o ponto de vista do subtraídos valores de brilho ao sensor, determinando que o
sensoriamento remoto. sinal medido não coincida com a radiância do objeto visado.
No processo de atenuação promovido pelos
Fontes De Radiação Eletromagnética elementos constituintes da atmosfera que ocorrem ao longo
da trajetória que a REM percorre entre a fonte, o alvo e o
A energia refletida ou emitida pelos alvos naturais sensor, são sentidos dois efeitos principais denominados de
pode-se originar de fontes naturais como, o sol, a Terra, a absorção e espalhamento. Os processos de absorção e
radiatividade, etc., ou fontes artificiais como o radar e o espalhamento atuam subtraindo e adicionando,
laser. Dentre tais fontes, o sol é a fonte de REM mais respectivamente, valores de brilho ao sinal coletado por
importante utilizada na área de sensoriamento remoto. sensores remotos a partir de alvos da superfície terrestre.
Uma fonte de REM é caracterizada por um espectro A absorção é um fenômeno de natureza quântica que
de emissão que pode ser contínuo ou distribuído em faixas depende da constituição da atmosfera. Assim, a REM ao se
discretas. O sol, por exemplo, emite radiação distribuída propagar pela atmosfera é absorvida pelos seus vários
continuamente numa faixa que vai da região dos raios-X até constituintes e dentre estes, o ozônio é o principal atenuador
a região das microondas. Por outro lado, os radares e os na região do visível, embora em muitos casos práticos, esta
lasers emitem radiação concentrada em estreitas faixas do absorção pode ser desprezada por ser muito pequena.
espectro. Existem ao longo de todo o espectro eletromagnético
Todo corpo com temperatura superior a zero grau regiões onde a absorção atmosférica é relativamente
absoluto ou zero Kelvin (0 K= -273,16°C) emite REM, sendo pequena, sendo denominadas de janelas atmosféricas por
a quantidade de radiação emitida (refletância) proporcional a causa de sua boa transmitância à REM. Portanto, essas são
temperatura que o mesmo apresenta, sendo por isso as regiões onde praticamente todas as atividades em
denominada térmica. Como cada corpo possui sensoriamento remoto podem ser realizadas com maior
características próprias de emissão térmica, o espectro da facilidade.
radiação emitida pelo mesmo será então particularizado. O caráter aditivo do espalhamento atmosférico é o
Devido os diferentes materiais presentes na natureza não principal processo de introdução de distorções radiométricas
serem corpos negros ideais, parte da radiação incidente não em dados de sensoriamento remoto, sendo a sua magnitude
é absorvida, sendo refletida ou mesmo transmitida. Desta inversamente proporcional ao comprimento de onda. Neste
forma, é necessária a definição de emissividade, que processo, a energia a energia solar incidente no topo da
corresponde à razão de exitância de um corpo real pela atmosfera que originalmente se propaga em uma direção
exitância de um corpo negro, à mesma temperatura. Em bem definida, gerará um campo de luz difusa, que se
outras palavras, a emissividade de um corpo caracteriza propagará em todas as direções. Isto acarretará que a
quanto este corpo se aproxima ou se afasta do padrão energia coletada por um sensor remoto não se relacione
teórico de um corpo negro, sendo sempre menor que um. apenas ao alvo de interesse, uma vez que a energia
espalhada pela atmosfera e por outros alvos poderá atingir o
Efeitos Atmosféricos sensor, mascarando parcial ou totalmente a informação
A atmosfera promove degradação na qualidade dos desejada.
dados de sensores remotos, que variam em função dos
diferentes intervalos espectrais correspondentes às bandas Geometria De Aquisição
dos sensores em operação. Dentre os parâmetros
atmosféricos mais relevantes que interferem nas medições Os fatores geométricos que variam e interferem na
de refletância, estão a umidade atmosférica, a presença de iluminação de uma cena compreendem o ângulo zenital do
aerossóis e a turbulência. sol, o ângulo de visada do sensor e os ângulos azimutais do
O sinal registrado por detetores a bordo de sol e do sensor (Figura 1.5). O aumento do ângulo zenital do
aeronaves e satélites, geralmente corresponde ao fluxo de sol proporciona uma diminuição da irradiação na superfície
energia solar que interage com a atmosfera até atingir alvos de um alvo e conseqüentemente diminuição na percentagem
terrestres e retorna ao sensor, interagindo novamente com a de energia refletida pelo mesmo, além de contribuir também
atmosfera. Isto proporciona que sejam adicionados ou para o incremento da incidência de radiação difusa naquela
superfície. Por outro lado, o aumento do ângulo de visada do
Instituição de Ensino Charles Babbage | 164
sensor implicará na redução do contraste entre os alvos que a) Reflexão Especular - Neste caso a radiação é refletida
compõe uma cena. segundo o mesmo ângulo de incidência; as radiações
incidente e refletida, além da normal à superfície no ponto
de incidência, encontram-se todas no mesmo plano.

b) Reflexão Difusa - Neste tipo de reflexão, a superfície


reflete radiação em todas as direções, gerando um campo
de luz difusa.

Variáveis geométricas de aquisição de dados que afetam as


medidas de refletância.

Os ângulos azimutais do sol e do sensor alteram a Comportamento da reflexão especular (a) e difusa (b) em
distribuição de energia da superfície de alguns alvos, uma superfície. FONTE: Steffen et al. (1981).
principalmente para o caso de culturas plantadas em linhas.
Assim, em dosséis agrícolas a máxima resposta para a Em alguns casos, pode-se ter uma mistura de
refletância ocorre quando o ângulo de azimute solar for igual reflexão especular e difusa, mas para todos os efeitos,
ao ângulo de azimute das fileiras de plantio, pois será visto costuma-se considerar como reflexão difusa quando uma
um maior número dos componentes do dossel, inclusive o porção considerável, da ordem de 25% ou mais da radiação
solo. é refletida difusamente.
O relevo representa um importante fator influenciador Em nível de paisagem, as diferenças nas taxas de
da variação do sinal detectado por um sensor remotamente cobertura do solo promovem respostas espectrais distintas
situado, quando a cena é submetida à variação da radiação que podem ser detectadas por sensores remotamente
incidente. Um alvo localizado em região montanhosa é situados. Assim, o perfeito entendimento dos processos que
submetido a diferentes intensidades de radiação em função afetam o comportamento espectral da vegetação e dos
da sua exposição em relação à fonte, desta forma a parcela solos, mostra-se imprescindível, na medida em que facilita a
voltada para a fonte certamente terá um maior valor de extração de informações confiáveis a partir de produtos de
radiância, pois tal coeficiente é função da irradiância. sensoriamento remoto.
Adicionalmente, a variação topográfica também interfere no
ângulo de visada do sensor, na medida em que se para uma
superfície plana a visada de um sensor acima dele é nadir, Comportamento Espectral Da Vegetação E Dos Solos
no caso de uma superfície inclinada esta visada será
oblíqua. Considerando a paisagem como uma formação
antropo-natural, os alvos mais marcantes correspondem à
Superfícies Dos Alvos vegetação e ao solo, os quais alternam-se em graus de
importância neste ambiente. A cobertura vegetal dentro
Um dos processos de maior relevância na interação desse contexto é representada pelas formações antrópicas,
da REM com a superfície dos alvos é o da reflexão, pois a as quais envolvem os alvos cultura agrícola, pastagem e
maior parte das informações é obtida através da análise da vegetação secundária, e em menor proporção, pelas
energia refletida pelos alvos. Considerando-se a reflexão formações naturais que compreendem vários tipos
como um fenômeno essencialmente de superfície, podem fitofisionômicos distintos. Os solos, particularmente
ser destacados dois casos com relação à distribuição da importantes nas suas feições superficiais, são considerados
energia refletida: a reflexão especular, causada por em relação à influência de seus atributos intrínsecos e a
superfícies lisas; e a reflexão difusa, causada pelas nível de ambiente, na medida em que é um dos fatores
superfícies rugosas . condicionantes da vegetação. Outros alvos importantes

Instituição de Ensino Charles Babbage | 165


observados em nível de paisagem correspondem a corpos espectral da maior parte das formações vegetais. O
d’água e rochas. comportamento da refletância ao longo do espectro
Na Figura abaixo pode ser observada a grande eletromagnético para a vegetação, considerando-se o
variabilidade apresentada pelas curvas relativas ao intervalo de 0,4 µm a 2,5 µm gera uma curva (Figura 2.2),
comportamento espectral de alguns dos alvos presentes na onde podem ser discriminadas três regiões espectrais:
superfície terrestre. A obtenção de dados de sensoriamento visível, infravermelho próximo e infravermelho médio.
remoto é afetada por fatores de diversas naturezas que
interferem na coleta de medidas, tais como: parâmetros
geométricos, atmosféricos e relativo aos alvos. Neste
capítulo serão tratados de forma sucinta a seguir os
parâmetros relativos aos alvos vegetação, solo, água e
rochas.

Figura 2.2 - Curva de refletância típica para a vegetação.


Fonte:Carlos Roberto de Souza Filho et al.

Região Do Visível

Na região que vai de 0,4 µm a 0,7 µm, a refletância é


relativamente baixa decorrente da forte absorção da
radiação pelos pigmentos do grupo da clorofila. A absorção
da energia incidente por esses pigmentos relacionada ao
processo de fotossíntese, ocorre nas bandas centradas
aproximadamente em 0,45 µm (azul) e 0,65 µm (vermelho),
Comportamento espectral de alguns alvos da superfície em oposição a um pico de refletância em torno de 0,55 µm
terrestre. (verde). Por essa razão, a vegetação sadia para o olho
humano aparece em tons de verde.
Características Espectrais Da Vegetação Os pigmentos verdes denominados clorofilas "a" e
"b", são os pigmentos mais importantes no processo
O processo físico que envolve a resposta espectral fotossintético. No processo de interação da radiação
da vegetação apresenta-se bastante complexo, sendo eletromagnética com a vegetação, o máximo de atividade
função de fatores de diferentes naturezas. Tais fatores fotossintética ocorre no mesmo comprimento de onda que a
podem ser divididos em dois grandes grupos, em função do de máxima absorção por clorofila.
nível de abordagem, denominados de fatores endógenos e Os pigmentos foliares de importância secundária
exógenos da vegetação. Os fatores endógenos relacionam- naquele processo compreendem os carotenóides (carotenos
se aos aspectos morfológicos, anatômicos e estruturais das e xantofilas) e as antocianinas, nas cores amarela e
folhas; enquanto que os exógenos estão ligados aos vermelha, respectivamente. Tais pigmentos quando
aspectos quantitativos e qualitativos da REM incidente sobre aparecem em concentrações mais significativas imprimem
a vegetação. tons amarelados nas folhas (clorose), como observado para
Salienta-se que as folhas são os elementos que o caso de doenças ou deficiência mineral.
possuem o papel mais importante no comportamento

Instituição de Ensino Charles Babbage | 166


Região Do Infravermelho Próximo Percentualmente, a refletância de uma cobertura
vegetal é consideravelmente menor que a de uma folha
Para a faixa compreendida entre 0,7 µm a 1,3 µm há verde isolada, devido a diversos fatores como influência de
um aumento significativo da refletância, estando relacionada superfícies desfolhadas, ângulos variados de iluminação e
à estrutura interna celular da folha. No mesófilo foliar orientação das folhas., etc, além é claro do estado
ocorrem múltiplas reflexões e refrações da radiação fenológico dos indivíduos que a compõem. Em uma
eletromagnética associadas à descontinuidade entre os abordagem macroscópica, vale ressaltar também a
índices de refração (IR) dos espaços celulares preenchidos importância dos parâmetros biofísicos na resposta espectral
com ar (IR=1,00) e das paredes celulares hidratadas de uma cobertura vegetal, entre os quais citam-se o Índice
(IR=1,42). A alta refletância observada nessa faixa é muito de Área Foliar (IAF), a Distribuição Angular de Folhas (DAF),
importante para que a folha mantenha o equilíbrio no o Índice de Cobertura Vegetal (ICV) e a Fitomassa.
balanço de energia e não se superaqueça, evitando assim, a
destruição da clorofila. Através de medidas espectrais Características Espectrais Do Solo
realizadas nas faces inferior (dorsal) e superior (ventral) de O solo é um fator particularmente importante na
folhas de várias espécies cultivadas, foi verificado que as refletância de dosséis, principalmente nos casos de baixas
superfícies foliares inferiores tinham valores de refletância percentagens de cobertura vegetal, lavouras em fileiras
maiores do que os obtidos para as superfícies superiores. quando visadas verticalmente e ângulos altos de elevação
Tais observações deram indícios que o parênquima solar.
lacunoso contribui mais para o espalhamento que o As assinaturas espectrais dos solos podem variar
paliçádico. devido à diferença de brilho associadas à magnitude da
radiância refletida, assim como pela mudança da curva
Região Do Infravermelho Médio espectral atribuída as feições mineralógica, orgânica e de
absorção de água dos solos. Na Figura 2.3 são
O decréscimo dos valores de refletância para a apresentadas curvas de refletância típicas para alguns
região que vai de 1,3 µm a 2,5 µm é devido principalmente grupos de solos.
ao conteúdo de água presente na folha. Nessa faixa
encontram-se as bandas de absorção de água, marcadas
em 1,4 µm, 1,9 µm e 2,7 µm, sendo a última a mais intensa
e referida como a banda de absorção de água vibracional
fundamental. Com relação ao conteúdo de água celular, foi
observado em condições controladas, que folhas hidratadas
quando comparadas com as desidratadas, de uma maneira
geral, refletem menos e absorvem mais radiação na faixa de
0,5 µm a 2,5 µm.
A taxa de energia incidente absorvida na faixa do
infravermelho médio pela vegetação é função da soma total
da água presente no mesófilo, a qual está relacionada à
percentagem de umidade contida na folha e à espessura da Figura 2.3 - Curvas de refletância típicas para alguns solos.
mesma. Existem ainda algumas características estruturais
das folhas que podem afetar a refletância da vegetação, tais Dentre os parâmetros que influenciam o
como a presença de pilosidade (tricomas) e cera comportamento espectral dos solos, tem sido citados com
epicuticular, efeito da idade e iluminação na folha, e mais freqüência a umidade, a matéria orgânica,
ocorrência de fototropismos. Embora as observações feitas granulométrica, óxidos de ferro, mineralogia da argila e
anteriormente sejam referentes a uma única folha verde e material de origem. O efeito de cada fator é somado aos
mostrem-se fundamentais para o perfeito entendimento do efeitos de todos os outros fatores, resultando num
comportamento espectral da vegetação, este padrão não determinado comportamento que é a ponderação de todos
pode ser aplicado diretamente para a planta inteira ou para os efeitos. Em determinadas condições a influência de um
uma cobertura vegetal. parâmetro sobrepuja as dos outros, resultando em algumas
Instituição de Ensino Charles Babbage | 167
feições específicas daquele parâmetro na curva de tamanho das partículas há um aumento exponencial na
comportamento espectral daquele solo. refletância em todos os comprimentos de onda entre 0,4 µm
e 1,0 µm, principalmente para as partículas menores que 0,4
Umidade mm de diâmetro. O efeito do tamanho das partículas
Considerando o parâmetro umidade do solo, para constituintes do solo na refletância é bastante variável,
muitos casos, espera-se que a refletância observada em sendo em geral observado que o aumento da refletância é
solos úmidos corresponda à metade do valor que teria se proporcional ao aumento da concentração de areia no solo,
estivessem secos. As curvas de refletância de solos úmidos isto é, os solos com características superficiais mais
definem bandas proeminentes de absorção de água arenosas apresentaram refletância mais alta. A despeito de
centradas em 1,45 µm e 1,95 µm. Em adição a essas nos solos de textura arenosa a redução do tamanho das
bandas de absorção, o aumento do conteúdo de umidade partículas promover um aumento da refletância, nos casos
geralmente diminui a refletância do solo em todos os de solos com textura média a fina isto não é observado, pois
comprimentos de onda; por essa razão os solos úmidos tais parâmetros apresentam correlação direta. Isto deve-se
freqüentemente aparecem mais escuros em relação aos ao fato que nos solos de textura média a fina haver
secos. Salienta-se que a curva espectral substancialmente formação de agregados estáveis em água, o que cria uma
não muda de formato quando se umedece o solo, sendo superfície diferente daquela formada por grãos simples dos
entretanto observado uma redução dos valores de solos arenosos.
refletância, além de que, as bandas de absorção de água
tornam-se mais incisivas. Adicionalmente, a diminuição dos Óxidos De Ferro
valores de refletância é maior quando se umedece solos
com pouca matéria orgânica do que em relação aos solos Este parâmetro é muito importante para solos
com alta concentração deste elemento. tropicais altamente intemperizados. O tipo e a quantidade
relativa de óxidos de ferro influenciam as cores em solos
Matéria Orgânica vermelhos e amarelos, os quais são ricos em argilas
sesquioxídicas.
Este parâmetro é relevante no comportamento O conteúdo de óxidos de ferro livre no solo em
espectral dos solos quando considerados o seu conteúdo e termos de influência espectral é significativo tanto no visível
composição. Assim, à medida que o conteúdo de matéria quanto no infravermelho, porém a significância é maior com
orgânica aumenta, a refletância do solo diminui no intervalo o aumento do comprimento de onda. A presença de
de 0,4 µm e 2,5 µm. Quando o conteúdo de matéria compostos de ferro origina as bandas de absorção em 0,7
orgânica excede aos 2%, ela confere propriedades µm, 0,9 µm e 1,0 µm, sendo a intensidade das mesmas
espectrais aos solos, enquanto que em concentrações proporcionais a concentração destes compostos.
inferiores a 2%, torna-se menos efetiva no mascaramento
dos efeitos dos outros constituintes do solo. O aumento do Mineralogia Das Argilas
teor de matéria orgânica promove principalmente uma
redução da refletância na região do visível. Os constituintes Nos espectros dos minerais de argila dos grupos da
orgânicos, tais como os ácidos húmico e fúlvico, além de montmorilonita e caulinita, as principais feições devem-se a
componentes não específicos, incluindo resíduos de plantas presença de água. As bandas de absorção muito fortes em
em decomposição, influenciam a refletância do solo em 1,4 µm e 2,2 µm devem-se a água confinada típica das
diferentes graus, embora a contribuição de cada um seja montmorilonitas, enquanto a forte banda de hidroxila
difícil de quantificar. centrada em 1,4 µm é típica da refletância da caulinita. Para
ambos os grupos de argila ocorre uma redução geral na
Granulometria refletância com a diminuição do comprimento de onda a
partir de 0,7 µm. Os sesquióxidos, típicos de solos altamente
O tamanho e a forma das partículas, bem como, o intemperizados, apresentam espectros de refletância
tamanho e a forma dos agregados do solo podem influir na dominados pelo ferro férrico e ocasionalmente por
refletância do solo de várias maneiras. Em experimentos de hidróxidos.
laboratório verificou-se que à medida que se diminui o
Instituição de Ensino Charles Babbage | 168
Material De Origem

As curvas de refletância para solos desenvolvidos de


calcários, de argilitos e de arenitos exibem formas
contrastantes, devido às características de seus materiais de
origem serem diferentes. Por exemplo, as intensidades de
refletância para rochas ígneas diminuem progressivamente
a partir das formas ácidas, para as intermediárias, as
básicas e as ultrabásicas. Portanto, áreas geográficas de
material de origem similares podem ser melhor estudadas
separadamente quando se objetiva relacionar a refletância
com outros parâmetros do solo.
Além dos já citados parâmetros influenciadores da
resposta espectral de solos, podem ser destacados ainda a
cor, a estrutura, a rugosidade superficial, presença de
fragmentos grosseiros, encrostamento, ocorrência de
sombras, e práticas culturais.

Características Espectrais De Minerais E Rochas

As propriedades espectrais de minerais e rochas são


passíveis de análise via perfis espectrais onde são
observados gradientes e localização de bandas de
absorção, sendo principalmente discutida nas regiões do
visível e do infravermelho próximo devido à maior
disponibilidade de dados. Os elementos químicos mais
abundantes na natureza como Si, Al, O e Mg não possuem Figura 2.4 – Duas figuras que apresentam as Curvas de
feições típicas de absorção, daí terem interesse secundário. refletância típicas para dois tipos de rochas.
Nos minerais, os elementos ou as substâncias mais
importantes que determinam as feições diagnósticas na A feição espectral mais comum relacionada ao
2+
faixa do espectro refletido são os íons ferroso (Fe ) e férrico processo conhecido como transferência de cargas,
3+ 2+ 3+
(Fe ), o carbonato, a água e a hidroxila, os quais tem observada normalmente para pares de íons (Fe /, Fe ,
2+ 3+ 3+ 4+
potencialidade para dar informações indiretas sobre a Mn / Mn e Ti / Ti ), ocorre sob um pronunciado
concentração dos elementos mais abundantes. decréscimo na intensidade de resposta espectral do
Os espectros padrão para minerais e rochas foram ultravioleta para o visível, sendo bem evidente no espectro
obtidos a partir de medidas em laboratório, sob condições da limonita. O processo denominado vibrações moleculares
ideais, onde foram detectadas a localização das principais provoca bandas de absorção na região do infravermelho
bandas de absorção para vários minerais. Assim, de uma médio: para OH- ocorrem em 1,4 e 2,3 µm; para H2O em 1,4
2-
maneira geral, pode-se notar que os valores para refletância e 1,9 µm; e para CO3 em 1,9; 2,0; 2,16; 2,35; e 2,55 µm.
em rochas aumentam com o comprimento de onda. São Assim, no comportamento espectral das rochas, a
perceptíveis por meio de um processo denominado efeito de maioria dos seus minerais formadores não mostram feições
campo cristalino as bandas de absorção em 0,44 µm e 1,0 diagnósticas que permitam uma identificação segura das
3+ 2+
µm, associadas respectivamente aos íons Fe e Fe . mesmas. O outro empecilho é a presença de minerais
Adicionalmente, ocorrem também bandas de absorção em opacos que atenuam a resposta espectral e obliteram
torno de 0,7 e 0,87 µm, relacionados aos íons férricos. Na feições diagnósticas. Além destes fatores, as feições
Figura 2.4 são apresentadas curvas de refletância típicas diagnósticas das rochas podem estar associadas a produtos
para dois tipos de rocha. de alteração, apenas indiretamente relacionados com a
mineralogia primária. Embora todos os fatores tratados
Instituição de Ensino Charles Babbage | 169
- 2-
anteriormente dificultem o caráter discriminatório das rochas, além das exibidas pela H2O, OH e CO3 no intervalo de 1,9
a razão principal para que a análise espectral seja a 2,5 µm, sendo a de maior intensidade observada em 2,3
empregada na discriminação destes alvos baseia-se em que µm. Quando ocorre presença de material argiloso e
tais fatores tendem a variar de acordo com as grandes carbonoso, o contraste entre as feições espectrais tende a
classes litológicas. ser minimizada, além de provocar redução geral da
As rochas de acordo com o seu material de origem refletância de maneira análoga à presença de magnetita em
são estratificada em ígneas, metamórficas e sedimentares, rochas ígneas.
sendo tal classificação também empregada para descrever
os processos ligados as características espectrais das Rochas Metamórficas
mesmas.
Derivadas de rochas pré-existentes por mudanças
Rochas Ígneas mineralógicas, químicas, texturais, etc., em resposta às
mudanças de pressão e temperatura no interior da crosta
Resultantes do resfriamento e solidificação de terrestre. Mostra padrões não usuais de comportamento
magma sobre a superfície terrestre sob pressões elevadas. quando comparadas as outros grupos de rochas devido a
Este grupo de acordo com o teor de SiO2 que possui pode sua natureza mais cristalina, favorecendo assim que sejam
ser subdividido nos tipos Ácida (SiO2 > 66%), Intermediária produzidas absorções mais bem definidas.
(SiO2=66-52), Básica (SiO2 = 52 a 45%) e ultrabásicas (< Nos casos em que sejam observadas a ausência
45%). dessas feições, há um forte indício da presença de
a) Rochas Ácidas - possuem baixa absorção da REM substâncias opacas como grafita, magnetita ou mais
incidente, alta transparência, alta refletividade de seus comumente material carbonáceo. Em tais rochas podem
-
minerais félsicos (quartzo e feldspato) e pouca presença de ocorrer bandas de absorção para H2O e OH em 1,4 e 1,9
2-
opacos. As feições de absorção mais evidentes são ligadas µm, e para CO3 de 2,2 a 2,3 µm.
-
ao processos de vibração moleculares para H 2O e OH . As
2+ 3+
bandas de absorção de Fe e Fe são pouco evidentes Características Espectrais Da Água
pela baixa concentração de minerais máficos.
A água apresenta-se na natureza sob diferentes
b) Rochas Intermediárias - As bandas de absorção de H2O estados físicos, que influenciam de modo fundamental o seu
-
e OH são menos evidentes, baixa concentração de minerais comportamento espectral. A Figura 2.5 apresenta o
máficos e devido aos maiores teores de magnetita, a comportamento espectral da água em seus diferentes
refletância em geral tende a diminuir. estados físicos: água propriamente dita (estado líquido),
água em forma de nuvens e água na forma de neve.
c) Rochas Básicas - apresentam-se geralmente mais
refletivas que os dois tipos anteriores pela redução da
concentração de opacos; as feições ligadas aos íons de Fe
são aqui mais evidentes.
d) Rochas Ultrabásicas - devido às características de suas
substâncias constituintes, ocorre proporcionalmente a maior
refletância efetiva, pois a concentração de opacos é baixa;
as feições férricas e ferrosas são bastante pronunciadas.

Rochas Sedimentares

Figura 2.5 - Comportamento espectral da água em seus


São originadas a partir de processos de
diferentes estados físicos.
sedimentação à superfície da litosfera, em temperatura e
pressão comparativamente mais baixas que outros grupos
O comportamento espectral da água é função das
de rochas. Nestas rochas é comum a presença de bandas
2+ propriedades óticas da água pura e de outras substâncias
de absorção ligadas aos íons Fe centradas em 0,9 µm,
Instituição de Ensino Charles Babbage | 170
nela dissolvidas e em suspensão, sendo em geral, a maior Em linhas gerais um sistema sensor é constituído
refletância deste alvo observada na faixa espectral do visível pelo coletor móvel, sistema de dispersão, sistema de
(0,4 a 0,6 µm), decrescendo gradualmente na direção do detecção (detetores) e processador de sinal (unidade
infravermelho. À medida que acrescentamos sedimentos na eletrônica). A energia, na forma de REM emitida e/ou
água, há um aumento progressivo da refletância e o pico se refletida por um alvo, é inicialmente recebida pelo coletor,
desloca na direção dos maiores comprimentos de onda. passa para o detetor após ser filtrada pelo sistema de
Dentre as substâncias mais importantes que dispersão e finalmente é encaminhada para a unidade
funcionam como absorvedoras de radiação na água figuram eletrônica, que a transforma num sinal eletrônico de modo
os pigmentos fotossintéticos e a matéria orgânica dissolvida, que possa ser lido e registrado através de um medidor.
enquanto que as substâncias espalhadoras são A função básica de um coletor, que pode ser uma
representadas principalmente pelos sólidos em suspensão. lente, espelho ou antena, é captar a REM emitida e/ou
A maioria das espécies de fitoplâncton se comporta mais refletida pelos alvos que compõem uma cena. Por outro
uniformemente nas faixas do azul e do verde, sendo a lado, o sistema de dispersão, presente geralmente em
banda de absorção da clorofila ocorrente no vermelho bem sensores ópticos, objetiva selecionar a faixa espectral de
mais característica, a despeito que tenha pouca influência interesse, sendo para isso utilizado prismas, grades de
na cor da água. Salienta-se que absorção da luz por dispersão ou filtros.
pigmentos fotossintéticos varia de acordo com a estrutura Os detetores visam transformar a REM em outra
externa, configuração das células e a densidade óptica de forma de energia, comumente um sinal elétrico diretamente
seu interior. proporcional à radiância do alvo imageado. As substâncias
As variações de intensidade da radiação retro constituintes de um detetor normalmente apresentam efeito
espalhada estão relacionadas ao tamanho, índice de fotoelétrico por ocasião da incidência da REM e de acordo
refração e concentração de partículas em suspensão com os mecanismos físicos envolvidos no processo de
presentes em um corpo d’água. O aumento do retro transformação de tal radiação em sinal eletrônico, os
espalhamento na água devido ao aumento da concentração detetores podem ser classificados nos tipos térmicos e
de partículas é atribuído principalmente às propriedades quânticos.
espalhadoras de partículas inorgânicas e algas em A unidade eletrônica é constituída basicamente por
suspensão. um amplificador que aumenta um nível do sinal e por um
As avaliações da turbidez da água através de processador de sinal que transforma o sinal elétrico que
medidas no campo com o disco de Secchi tem mostrado recebe em um formato passível de ser interpretado, seja na
freqüentemente correlação com os produtos multiespectrais forma digital ou analógica.
obtidos a partir de satélites. A radiância espectral difusa
emergente do corpo d’água representa em média uma
Classificação Dos Sistemas Sensores
fração de apenas 0,5% da radiação incidente, sendo
proporcional a variação da geometria de iluminação, QUANTO À TRANSFORMAÇÃO SOFRIDA PELA
RADIAÇÃO
rugosidade superficial e índice de refração.
O sensoriamento remoto constitui-se numa a) Sensores Imageadores - São aqueles que fornecem
ferramenta de trabalho valiosa no levantamento e imagens das superfícies observadas, tais como as câmaras
monitoramento de recursos naturais em vários níveis de fotográficas.
detalhe. Porém, para atingir os objetivos de interesse é
necessário refletir sobre alguns aspectos referentes aos b) Sensores Não Imageadores - Neste caso os dados
sensores disponíveis e os produtos gerados para esse fim, coletados são registrados sempre na forma de gráficos ou
como apresentado a seguir. tabelas, como no caso dos radiômetros.

Sensores E Produtos
Quanto À Fonte De Energia

Sistema Sensor a) Sensores Ativos - Possuem uma fonte própria de


radiação, como observado para os radares.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 171


área imageado. Quanto menor for o período de
b) Sensores Passivos - Necessitam de uma fonte externa repetitividade, melhor será a resolução temporal.
de radiação para operarem, que quase sempre é o sol,
como ocorre para os sensores ópticos.

Resolução Do Sistema Sensor

Os dados multiespectrais coletados por sensores


remotos Imageadores apresentam características que os
diferenciam de outras imagens digitais, tais como a
resolução ou capacidade dos sistemas sensores em
detalhar informações. A resolução relaciona-se aos
parâmetros espectrais, espaciais, radiométricos e temporais
Figura 3.2 - Imagens de diferentes resoluções
do sistema sensor, conforme mostrado a seguir :
radiométricas: a) 2 níveis de cinza e b) 32 níveis de cinza.

a) Resolução Espectral - Está ligada ao número de bandas


PRINCIPAIS SISTEMAS SENSORES
espectrais do sistema sensor e à largura da faixa de
comprimento de onda definida para cada banda. Quanto Sensores Fotográficos

mais estreitas forem as faixas espectrais e quanto maior o São sensores Imageadores passivos operados a
número de bandas, mais alta será a resolução espectral. partir de aeronaves e espaçonaves que tem permitido a
obtenção de imagens da superfície terrestre com resolução
b) Resolução Espacial (Geométrica) - É a capacidade do espacial raramente igualada por outros tipos de sensores.
sistema sensor em detectar objetos na superfície terrestre; Os seus produtos denominados fotografias são obtidos na
representa o IFOV (Instantaneous Field of View). Assim, região visível do espectro e nas suas proximidades, daí o
quanto maior for a capacidade de definição de elementos na seu conteúdo ser mais facilmente interpretável.
paisagem, maior será a resolução espacial (Figura 3.1). A câmera fotográfica consiste de um magazine
protegido da luz exterior, onde o filme sensível é
armazenado e posicionado para a exposição. Um sistema
óptico, compreendido de objetiva e filtro, é utilizado para
projetar sobre a superfície do filme uma imagem
espectralmente conveniente da cena fotografada. Um
sistema obturador e um diafragma determinam a duração e
o brilho da cena projeta sobre o filme, respectivamente
(Figura 3.3).

Figura 3.1 - Influência da resolução espacial na definição de


imagens.

c) Resolução Radiométrica - É dada pelo número de níveis


de cinza usados para expressar os dados coletados pelo
sistema sensor. Quanto maior for a amplitude de níveis de
Figura 3.3 - Componentes básicos de um sistema
cinza ou nível de quantização de dados, melhor será a
fotográfico.
resolução radiométrica (Figura 3.2).

Os filmes fotográficos são detectores que respondem


d) Resolução Temporal - Refere-se a repetitividade com
a quantidade de energia radiante ou exposição que
que o sistema sensor obtém informações para uma mesma
recebem. Após o processamento (revelação), a resposta do

Instituição de Ensino Charles Babbage | 172


filme à exposição recebida é representada pela sua magnéticas (registrador). A imagem resultante será função
densidade óptica. Os filmes fotográficos utilizados em do sinal de retorno, ou seja , a densidade registrada no filme
sensoriamento remoto são o preto e branco, colorido e irá variar ponto a ponto com a rugosidade do terreno,
infravermelho falsa cor, sendo que a sua escolha está umidade e outros parâmetros.
condicionada a atender ao objetivo de interesse. Entre as vantagens intrínsecas ao radar citam-se a
capacidade de poder operar a noite, pois é um sensor ativo,
e sob praticamente qualquer condição atmosférica, mesmo
Sensores De Microondas (Radar)
em dias nublados, já que a transmitância da REM nesta
São sensores Imageadores ativos, sendo que o faixa de comprimento de onda é de quase 100%. O único
termo "radar" corresponde a uma sigla proveniente de Radio fator meteorológico limitante para o retorno adequado do
Detetion and Ranging. O princípio básico de operação de sinal radar é a chuva.
um radar é a emissão de um sinal que sendo refletido por No sistema de imageamento mais comum, conhecido
um objeto distante, retorna ao sensor onde é processado como radar de visada lateral ou SLAR, a aeronave carrega
para a extração do tempo decorrido entre a emissão e a uma antena cuja dimensão longitudinal coincide com a
recepção do mesmo. O sinal emitido pelos radares se direção de vôo e permite o imageamento contínuo do
propagam à velocidade da luz, sendo os pulsos, na maioria terreno. Esta antena tem a propriedade de emitir pulsos na
dos radares, emitidos a frequências bastantes altas, da direção normal à direção de vôo, com a particularidade de
ordem de 3 GHz, e duração aproximada de 10-6 s. A Figura serem dirigidos para um dos lados da aeronave. Os retornos
3.4 apresenta, de forma esquematizada, o funcionamento de de radar, produzidos por reflexão ou retroespalhamento de
um sistema de imageamento radar. alvos situados a diferentes distâncias do receptor, serão
separadas no tempo quando registradas.

Sensores Ópticos

Dentre os produtos de sensoriamento remoto,


aqueles oriundos de sistemas orbitais apresentam algumas
vantagens sobre os demais sistemas, para o levantamento e
estudo de alvos que apresentam aspectos dinâmicos, tais
como feições da cobertura vegetal e uso da terra. Isso deve-
se principalmente ao fato que os sistemas orbitais
proporcionam um constante fluxo de dados multiespectrais
sobre alvos da superfície terrestre de forma repetitiva e
sinóptica, a custos relativamente baixos.
Figura 3.4 - Representação diagramática de um sistema de
imageamento de radar.
Sistema Landsat

Os componentes básicos de um sistema radar são: O Sistema Landsat de origem norte-americana,


antena transmissora/ receptora, receptor, detector e anteriormente conhecido por ERTS, foi desenvolvido da
registrador. A antena transmissora produz pulsos de energia necessidade de informações dos recursos naturais e meio
a intervalos regulares, que são enviados a direção ambiente da Terra dentro de uma forma global, sinóptica e
perpendicular ao deslocamento da plataforma que transporta repetitiva.
o sistema sensor. A energia é então refletida pela superfície Nos satélites Landsat, lançados em 1972 (1), 1975
imageada e retorna à antena, que neste instante encontra- (2), 1978 (3), 1982 (4) e 1984 (5), a energia necessária para
se sincronizada para recebê-la (antena receptora). Esta o funcionamento do sistema é obtida através de painéis
energia refletida é convertida em um sinal passível ser solares, que convertem a energia solar incidente em elétrica.
amplificado, que é então transferido para o receptor, Adicionalmente, na plataforma encontram-se instalados os
posteriormente atingindo o detector que produz um sinal sensores e demais subsistemas destinados à gravação e
elétrico passível de ser registrado em filmes ou fitas

Instituição de Ensino Charles Babbage | 173


transmissão de dados, medição e controle de atitude e
temperatura, retransmissores, etc.
As plataformas dos satélites Landsat deslocam-se
em uma órbita geocêntrica e quase polar, sendo também
heliossíncrona, isto é, o ângulo sol-terra-satélite permanece
constante, o que garante condições semelhantes de
iluminação, ao longo do ano, na área imageada. Na Tabela
3.1 são apresentadas algumas características dos satélites Figura 3.5 - Configuração dos satélites da série Landsat: a)

da série Landsat. 5; b) 7 (Fonte: Engesat, 2004)

EM ANEXO: TABELA 3.1 - Características de Órbita dos


Satélites Landsat EM ANEXO: Tabela 3.2 Principais características dos
+
Sensores TM e ETM

Os três primeiros satélites deste sistema possuíam


dois tipos de sistemas sensores: um imageador
multiespectral de varredura (Multispectral Scanner System- O sensor MSS fez parte de todos os satélites da série

MSS) com quatro bandas espectrais e um sistema de e foi mantido no Landsat 5 apenas para dar tempo aos

televisão (RBV), sendo três canais nos Landsat 1 e 2 e um países portadores de estações receptoras de adaptarem

canal no Landsat 3. seus sistemas de recepção para as imagens TM, evitando

Por outro lado, nos Landsat 4 e 5, o sistema de assim, causar prejuízos na continuidade de seus projetos de

televisão foi substituído por um novo e mais moderno sensor aplicação.

denominado Mapeador Temático (Thematic Mapper-TM), No satélite Landsat a varredura pelo sistema

com sete bandas espectrais. imageador é perpendicular a trajetória da plataforma, sendo

O Landsat7 é o mais recente satélite em operação do conseguida a partir de um espelho oscilante. O sistema

programa Landsat, financiado pelo Governo norte- permite a obtenção de linhas de varredura, na superfície, de

americano. O novo satélite foi lançado em abril de 1999, aproximadamente 185 Km. A radiação proveniente da cena,

com um novo sensor a bordo denominado ETM+ (Enhanced após a reflexão no espelho oscilante, é focalizada pelo

Thematic Mapper Plus). Uma imagem LANDSAT 7 ETM+ é sistema óptico através de uma matriz de fibras que conduz o

composta por 8 bandas espectrais que podem ser fluxo de radiação até então ser decomposto através de filtros

combinadas em inúmeras possibilidades de composições nas faixas espectrais correspondentes as bandas espectrais

coloridas e opções de processamento. do sensor. Atingindo a seguir os detetores, a radiação é

Entre as principais melhorias técnicas, se comparado agora convertida em um sinal elétrico de intensidade

com satélite Landsat 5, destacam-se a adição de uma banda proporcional a radiância da porção de superfície

espectral (banda Pancromática) com resolução de 15 m, correspondente a área amostral do sistema sensor.

perfeitamente registrada com as demais bandas, melhorias Posteriormente, o sinal é então quantizado em níveis

nas características geométricas e radiométricas, e o de cinza, sendo em seguida transmitido à Terra, ou

aumento da resolução espacial da banda termal para 60 m. eventualmente, gravado para transmissões posteriores. Os

Esses avanços tecnológicos permitem qualificar o dados coletados, quando transmitidos às estações terrenas

LANDSAT 7 como sendo o satélite mais interessante para a de recepção, são gravados e processados, tornando-se

geração de imagens de satélites com aplicações diretas até disponíveis aos usuários do sistema sob a forma de imagens

a escala 1:25.000, em áreas rurais principalmente, mesmo multiespectrais fotográficas ou gravadas em fitas

em grandes extensões de território, como acontece compatíveis com computador. No Brasil, a recepção,

freqüentemente no Brasil. processamento e comercialização dos dados TM/Landsat-5

Na Figura 3.5 podem ser visualizadas a configuração é realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

dos satélites Landsat, enquanto que na Tabela 3.2 são (INPE). Através de uma antena de rastreio são realizadas as

descrita as principais características dos sensores MSS, TM operações de recepção e gravação das imagens na região

e ETM+. de Cuiabá (MT), local que por ser o centro geográfico da

Instituição de Ensino Charles Babbage | 174


América do Sul, permite o recobrimento da maioria dos seus Figura 3.6 - Configuração dos satélites da série Spot: a)
países. 1,2,3,4; b) 5 (Fonte: Engesat, 2004)
Em seguida as fitas gravadas são então
encaminhadas para Cachoeira Paulista (SP) para serem EM ANEXO: Tabela 3.3 – Características do satélite Spot
tratadas no Laboratório de Processamento de Imagens.
Posteriormente, com a geração dos produtos corrigidos, as
imagens no formato fotográfico ou digital estão disponíveis EM ANEXO:Tabela 3.4 – Principais Instrumentos
aos usuários. Sensores do Spot

Principais Aplicações:
1. Acompanhamento do uso agrícola das terras; Principais Aplicações:
2. Apoio ao monitoramento de áreas de preservação;
3. Atividades energético-mineradoras; • Impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente;
4. Cartografia e atualização de mapas; • Monitoramento de fenômenos naturais;
5. Desmatamentos; • Acompanhamento do uso agrícola das terras;
6. Detecção de invasões em áreas indígenas; • Apoio ao monitoramento de áreas de preservação;
7. Dinâmica de urbanização; • Atividades energético-mineradoras;
8. Estimativas de fitomassa; • Cartografia e atualização de mapas;
9. Monitoramento da cobertura vegetal; • Desmatamentos;
10. Queimadas Secas e inundações ; • Dinâmica de urbanização;
11. Sedimentos em suspensão nos rios e estuários. • Estimativas de fitomassa;
• Monitoramento da cobertura vegetal;
• Queimadas;
Sistema Spot
• Secas e inundações;
A série SPOT (Satellite pour l'Observation de la • Sedimentos em suspensão nos rios e estuários.
Terre), foi iniciada com o satélite franco-europeu SPOT 1,
em 1986 sob a responsabilidade do Centre National Sistema Cbers
d'Etudes Spatiales - CNES da França. Hoje a plataforma do
O programa CBERS (China-Brazil Earth Resources
SPOT está em órbita com três satélites (2, 4 e 5) o que
Satellite ou Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres)
possibilita acesso a qualquer ponto da Terra em menos de
mantém dois satélites de observação terrestre em órbita: o
24 horas e atuando em conjunto, revisitas em intervalos de 3
CBERS-1 e o CBERS-2, lançados na China. Os satélites
a 5 dias. Os satélites da família SPOT operam com sensores
são equipados com sensores de diferentes resoluções
ópticos, em bandas do visível, infravermelho próximo e
espaciais que podem cobrir o planeta em menos de 5 dias e
infravermelho médio. Com o lançamento do SPOT 5,
ao mesmo tempo produzir informações mais detalhadas em
ocorrido em maio de 2002, a missão inaugurou a
uma visada mais estreita. O CBERS carrega câmeras para
possibilidade de aquisição de imagens orbitais
observação óptica e um sistema de coleta de dados
tridimensionais graças a sua capacidade de visada lateral de
ambientais. É um sistema único pois mantém em órbita
até 27º (estereoscopia cilíndrica) e também conseguiu
instrumentos sensores que combinam características
melhorar a resolução espacial do canal pancromático para 5
especialmente adequadas às diversas escalas temporais e
metros. A figura 3.6 apresenta a configuração dos satélites
espaciais, necessárias ao monitoramento e à preservação
Spot. A tabela 3.3 apresenta as características dos satélites
do ecossistema.
Spot e a tabela 3.4 apresenta os principais instrumentos
O sistema de coleta de dados é destinado à
sensores.
retransmissão, em tempo real, de dados ambientais
coletados em Terra e transmitidos ao satélite por meio de
pequenas estações autônomas. Os dados provenientes das
diversas estações, localizados em vários pontos do Planeta,
são dirigidos ao mesmo tempo às centrais de

Instituição de Ensino Charles Babbage | 175


processamento e usuários finais, por meio de transmissões interpretação visual e substituindo em grande parte dos
em freqüências diferentes. casos, o uso de fotografias aéreas. A figura 3.8 apresenta a
Em 14 de outubro de 1999, ocorreu o lançamento do configuração do satélite Ikonos. A tabela 3.7 apresenta as
primeiro Satélite CBERS, utilizando-se o foguete Longa principais características do satélite Ikonos II e a tabela 3.8
Marcha 4B, a partir da Base de Lançamento de Taiyuan, e o apresenta as características do sensor.
segundo satélite foi lançado em 21 de outubro de 2003. As
equipes técnicas de ambos os países concluíram estudos de
viabilidade para a construção de mais dois satélites da
família CBERS, o CBERS-3 e o CBERS-4, com a
substituição da atual câmara CCD por outra com resolução
de 5 metros.
Figura 3.8 - Configuração do satélite Ikonos II (Fonte:
O lançamento do CBERS-3 está previsto para ocorrer
Engesat, 2004)
em 2008 e o CBERS-4 em 2010. A figura 3.7 apresenta a
configuração do satélite Cbers. A tabela 3.5 apresenta as
EM ANEXO: TABELA 3.7 – Características do Satélite
características dos satélites CBERS e a tabela 3.6 apresenta
Ikonos
os principais instrumentos sensores.

EM ANEXO: TABELA 3.8 – Características do sensor do


satélite Ikonos

Principais Aplicações do Ikonos:


• Mapeamentos urbanos e rurais que exijam alta precisão
Figura 3.7 - Configuração do satélite Cbers (Fonte: Engesat, dos dados (cadastro, redes, planejamento,
2004) telecomunicações, saneamento, transportes);
• Mapeamentos básicos e aplicações gerais em Sistemas
EM ANEXO: TABELA 3.5 – características dos satélites de Informação Geográfica;
cbers • Uso da Terra (com ênfase em áreas urbanas);
• Estudo de áreas verdes urbanas;
• Estimativas de colheitas e demarcação de propriedades
EM ANEXO: TABELA 3.6 – Principais Instrumentos rurais e laudos periciais em questões ambientais.
Sensores do Satélite Cbers

Sistema Quickbird
Principais Aplicações do Cbers:
 Gerenciamento de recursos terrestres; O Quickbird foi desenvolvido pela DigitalGlobe e é

 Desmatamentos e Queimadas na Amazônia Legal; um satélite de alta precisão que oferece imagens comerciais
de alta resolução da Terra. As imagens pancromáticas e
 Monitoramento ambiental, particularmente de
multiespectrais são planejadas para dar suporte nas
florestas, meio físico e hidrologia.
aplicações em gerenciamento de avaliação de riscos e
publicações de mapas com ênfase nas áreas urbanas. O
Sistema Ikonos sistema coleta dados com 61 centímetros de resolução
O satélite Ikonos II, operado pela Space Imaging, foi espacial no pancromático e 2,5 metros no multiespectral em
lançado em 24 de setembro de 1999, sendo o primeiro um vasto campo de observação, apresenta rápida seleção
satélite comercial de alta resolução com capacidade de de alvo e permite a geração de pares estereoscópicos. A
imageamento de 1 metro. Seu sistema sensor capta freqüência média de visita é de 1 a 3,5 dias. figura 3.9
imagens no modo pancromático e multiespectral. apresenta a configuração do satélite Quickbird. A tabela 3.9
Adicionalmente, há a possibilidade de combinação de apresenta as características do satélite Quickbird e a tabela
imagens preto e branco com dados multiespectrais para a 4.0 apresenta as características do sensor.
geração de imagens coloridas, facilitando assim a

Instituição de Ensino Charles Babbage | 176


Nível De Detalhes

Em função dos objetivos dos trabalhos de


mapeamento, faz-se necessário a definição do nível de
detalhes que precisa ser atingido. De modo geral, o
detalhamento é englobado em três diferentes níveis :
a) Regional - Refere-se a escalas menores que 1 : 100.000.

b) Semi-Detalhe - Empregado geralmente para escalas de 1


Figura 3.9 - Configuração do satélite Quickbird (Fonte: : 50.000.
Digitalglobe, 2004) c) Detalhe - Relacionado a escalas maiores que 1 : 25.000.
Definido o nível de detalhes do mapeamento, é
EM ANEXO: TABELA 3.9 - Característica do Satélite necessário avaliar a resolução dos sistemas sensores
Quickbird disponíveis de modo a selecionar o produto a ser
interpretado. Para a extração de informações referentes à
EM ANEXO: TABELA 4.0 - Característica do Sensor do vegetação, a partir da análise visual de produtos
Satélite Quickbird fotográficos, deve-se levar em conta que : o comportamento
espectral da vegetação reflete as variações sazonais
apresentadas pelas espécies, em especial pelos períodos
Principais Aplicações do Quickbird: seco e úmido; o produto selecionado permite a detecção das
• Mapeamentos urbanos e rurais que exijam alta precisão características de refletância e absorção da REM
dos dados (cadastro, redes, planejamento, apresentada pelo alvo em questão, no comprimento de onda
telecomunicações, saneamento, transportes); do referido produto; e que a resolução espacial dos
• Mapeamentos básicos e aplicações gerais em Sistemas sensores determina as limitações às escalas de trabalho.
de Informação Geográfica; Assim, como pré-requisito para o início dos trabalhos
• Uso da Terra (com ênfase em áreas urbanas); referentes à aquisição de informações através de produtos
• Estudo de áreas verdes urbanas; de sensores remotos faz-se necessário a seleção da época
• Estimativas de colheitas e demarcação de propriedades da tomada da cena, do produto a ser analisado e da escala
rurais; de trabalho.
• Laudos periciais em questões ambientais.
Fases De Execução
A análise dos dados contidos em produtos de
sensores remotos corresponde a etapa crucial para a O desenvolvimento da análise visual de imagens de
geração de informações de interesse. Dentre os métodos de sensores remotos se processa em três etapas distintas :
análise desses dados, a interpretação visual será tratada no
próximo capítulo. a) Foto leitura - Corresponde à fase de reconhecimento ou
identificação de feições ou objetos presentes na cena e
precede qualquer análise referente aos parâmetros
determinantes das feições.
Interpretação Visual De Dados

A análise visual baseia-se na identificação das 2) Foto análise - Favorece o estudo das relações entre as
feições de interesse a partir da associação da acuidade características de interesse ao tema de estudo. Inicia-se a
visual do foto intérprete, com o entendimento das interação do analisador da imagem com os padrões e
características dos produtos e com o conhecimento prévio características da cena.
referente ao tema de estudo. Esta análise pode ser realizada
a partir de dados originais e/ou processados digitalmente. 3) Fotointerpretação - Permite a extração de informações
da cena, a partir da associação das características das
feições extraídas ao raciocínio lógico dedutivo e indutivo.
Instituição de Ensino Charles Babbage | 177
Baseia-se fundamentalmente na experiência e utilizado pelas imagens (cujas visadas são feitas sobre a
conhecimento do foto intérprete ao tema de estudo. cena), a resolução espacial do sensor e a escala dos
produtos, que determinam as formas visíveis.
Elementos De Fotointerpretação O atributo de forma baseia-se nos aspectos
geométricos das feições analisadas, permitindo
A menor superfície contínua e homogênea principalmente a distinção entre os aspectos naturais e os
distinguível em uma imagem fotográfica (independente da de origem antrópicas, pois estes últimos são geralmente
resolução espacial e escala) e passível de repetição, caracterizados pela retilinearidade. Assim, nos produtos de
constitui um elemento de reconhecimento ou sensores remotos, a forma da vegetação apresenta aspecto
fotointerpretação. Dentre eles são importantes a tonalidade, variável segundo o seu tipo e idade, porém com a
a forma, o padrão, a textura e a sombra. Esses elementos particularidade da vegetação natural estar relacionada à
podem ser assim definidos : áreas de contornos irregulares, enquanto as áreas
cultivadas assumirem formas regulares ou em faixas.
Tonalidade (Ou Cor)
Padrão (Ou Estrutura)
Constitui o primeiro elemento considerado em uma
análise visual e possibilita a partir da sua diferenciação nos Corresponde ao atributo que exprime ou define o
produtos fotográficos, a extração de várias feições de padrão de organização no espaço dos elementos texturais,
interesse na cena. É associada à variação (matiz) de tons de ou seja, é determinado pela união ou extensão de formas.
cinza identificada pelo olho humano, em uma amplitude que Desta forma, é possível distinguir estruturas segundo a
varia do preto ao branco, porém limitada até duas dezenas disposição dos elementos de modo sequencial e aleatório.
de tons. Para os sensores ópticos, a tonalidade de cinza No caso do modo sequencial (organizado) a combinação
pode estar relacionada com a quantidade de energia das feições lineares resulta em padrões geométricos
refletida e/ou emitida, enquanto que no caso de imagens de definidos, enquanto no modo aleatório (desorganizado) a
radar, diz respeito à intensidade do sinal de retorno. distribuição ocorre sob padrões geométricos extremamente
Em produtos coloridos, a tonalidade está associada complexos e de difícil definição.
às variações de cores, que se apresentam com níveis de
intensidade distintos entre si; no caso do olho humano, Textura
podem estar associadas a identificação de milhares de
combinação de cores. As cores em produtos fotográficos, É proveniente do arranjo de elementos iguais ou
que podem ser naturais ou falsa-cor, são resultantes do similares que estão em conjunto em uma mesma área, ou
comprimento de onda, da sensibilidade dos filmes e da seja, representa a imagem de conjunto formada pela
inclusão de filtros. disposição das menores feições que conservam a sua
Salienta-se que a identificação de feições/objetos identidade. É definida pelo aspecto físico, provocado na
somente através dos atributos de tonalidade de cinza ou cor, visão humana, do aglomerado de elementos. É evidente que
só é segura apenas em casos muito específicos. Assim, tais com a variação da resolução espacial e da escala é possível
atributos nunca devem ser utilizados isoladamente como chegar a casos extremos, onde a textura fotográfica
parâmetro discriminatório ou como meio absoluto de observada em um produto de alta resolução e grande
identificação, a menos que as fotografias tenham sido escala, pode ser avaliada como um elemento de textura em
correlacionadas com as feições observadas no campo. um produto de baixa resolução espacial e pequena escala.
A textura é um importante indicador da composição
Forma da floresta em fotografias de pequena escala e das
características de árvores individuais em fotografias de
Corresponde a expressão da disposição espacial de grande escala. Em fotografias de escala intermediária, a
elementos fotográficos com propriedades comuns, isto é, os combinação de textura e padrão (arranjo espacial de
elementos de uma mesma classe organizados em estruturas elementos discretos) pode ajudar o foto intérprete a
bem ou mal definidas, resultam em formas identificáveis. determinar a composição das espécies, bem como a
Este elemento leva em consideração, também, o referencial estrutura de um "stand".
Instituição de Ensino Charles Babbage | 178
d) Antrópicos - Resultam das modificações da superfície
Sombra natural da Terra em consequência das atividades
As sombras, para o caso das imagens que registram construtivas ou destrutivas do homem na paisagem.
a energia solar refletida, são resultantes da iluminação
oblíqua (pelo sol) sobre áreas que apresentam rugosidades e) Estado da Vegetação - O estado fenológico e a própria
no terreno. Assim relaciona-se aos ângulos de elevação e existência da vegetação natural implicam na geração e
azimute solar e com o ângulo de visada do sensor, controle da textura e estrutura fotográfica, as vezes de forma
favorecendo preponderantemente impressões de relevo. peculiar, impedindo ou dificultando a análise de feições ou
No caso de mosaicos de radar de visada lateral, as objetos de interesse.
sombras estão relacionadas a ausência de sinal de retorno.
A presença de sombras constitui um dos elementos Limitações Na Análise Visual
fundamentais para os casos de imagens fotográficas que
não apresentam o recurso da estereoscopia, pois conferem Mesmo de posse dos elementos de fotointerpretação,
a estes tipos de imagens a noção de relevo ou morfologia do alguns produtos de
terreno. sensores remotos apresentam algumas limitações à
Adicionalmente, devem ser consideradas no extração de informações a partir da análise visual, como as
processo de análise visual os critérios de tamanho, elemento que se seguem:
diretamente associado à escala do produto e às dimensões
reais do alvo no terreno; e de posição geográfica ou a) Falta de Estereoscopia - Esta limitação impossibilita a
regional, que define-se pelo conhecimento por parte do visão tridimensional da cena a partir da análise visual do
analista do produto, da área e de suas características gerais. produto fotográfico, como é o caso das imagens
TM/Landsat.
Fatores Condicionantes Dos Padrões
b) Resolução Espacial Grosseira - Limita a detecção de
A partir das definições de textura e estrutura alvos que apresentam dimensões espaciais compatíveis
fotográfica apresentadas pode-se verificar que existe uma com o elemento de resolução do sensor e/ou daqueles que
relação íntima entre tais elementos e as estruturas da tem contraste espectral intenso com relação à sua
superfície terrestre (naturais ou antrópicas). Deste modo, o vizinhança.
conhecimento pelo foto intérprete dos principais fatores
controladores das citadas textura e estrutura fotográficas c) Interferência Atmosférica - A degradação dos dados
são indispensáveis. orbitais promovida pela atmosfera atua de forma
a) Morfogenéticos - São responsáveis pela elaboração das diferenciada em função do posicionamento no espectro
formas de relevo e drenagem. A modelagem do terreno é eletromagnético da banda espectral do sensor.
função da sua estrutura e dos agentes modeladores
externos (erosões marinha, fluvial, eólica, antrópicas, etc.) e d) Contraste Espectral Baixo - Característica observada
internos (processos tectônicos). entre alguns alvos sob determinadas condições.

b) Litológicos - Dependem das propriedades físico- Colorimetria


químicas dos materiais rochosos, tais como, resistência à
erosão, permeabilidade, plasticidade, ruptibilidade, O olho humano é capaz de discriminar até 2.000
solubilidade e entropia. matizes de cor, ao invés de 200 tons de cinza, além de estar
mais acostumado a distinguir objetos utilizando-se do
c) Deformacionais - São fatores resultantes das subsídio da cor. Essas características favorecem de
deformações sofridas pelos materiais rochosos, tectônica ou sobremaneira a utilização de produtos coloridos pelo foto-
atectonicamente. intérprete.
Uma imagem colorida é obtida através da adição de
uma cor primária (azul, verde ou vermelho) a outra cor
primária. Este procedimento é denominado processo aditivo
Instituição de Ensino Charles Babbage | 179
de formação de cores (Figura 4.1a). As cores secundárias
resultantes denominadas de amarelo, margenta e ciano, são Método Das Chaves
produtos respectivamente da adição do verde e vermelho,
azul e vermelho, e azul e verde. O branco é cor resultante Está baseado no estudo comparativo, isto é, apóia na
da adição conjunta e proporcional das três cores primárias. foto leitura (reconhecimento dos elementos texturais de
De uma maneira análoga, no processo subtrativo (Figura interesse); foto análise (discriminação das estruturas,
4.1b), são utilizadas as cores secundárias amarela, formas, tonalidades de cinja e/ou cores); e fotointerpretação
margenta e ciano. Onde há sobreposição do amarelo e (comparação dos dados "lidos e analisados" com aqueles de
margenta, ocorre a formação da cor vermelha. Azul e verde feições ou qualquer outro elemento previamente conhecido).
são formados pela sobreposição do ciano e margenta e do O emprego deste método é vantajoso nos casos em
ciano e amarelo, respectivamente. Salienta-se que a cor que não há necessidade de interpretações aprofundadas
preta é obtida pela sobreposição do amarelo, margenta e (predominando a foto leitura e a foto análise), e busca-se a
ciano. formação de um banco de dados. Este banco de dados
conterá apenas dados facilmente identificáveis que não
impliquem na tentativa de descoberta de modelos de
fenômenos.

Método Sistemático

Figura 4.1 - Processo aditivo (a) e subtrativo (b) de


Relaciona-se ao estudo das propriedades estruturais
formação de cores.
das feições e/ou objetos contidos nas imagens fotográficas
para a definição de um modelo de um fenômeno, sendo
Métodos De Interpretação Visual
baseado na foto-leitura (reconhecimento dos elementos
texturais de interesses-símbolo); foto-análise
Existem procedimentos sistemáticos, mais ou menos
(reconhecimento das leis e da complexidade de organização
subjetivos que constituem em métodos de fotointerpretação.
dos elementos texturais de interesse-código); e
Os procedimentos mais subjetivos são aqueles que
fotointerpretação (estabelecimento das relações entre a
independem de uma sistematização dos trabalhos. Assim, o
imagem fotográfica e o modelo do fenômeno registrado no
"mapeamento" das feições e/ou objetos contidos em uma
terreno-elucidação da imagem codificada). A escolha do
imagem fotográfica depende essencialmente das reações
método de interpretação visual mais adequado é uma
intuitivas do foto intérprete, baseado em experiências
função da complexidade das informações que precisam ser
adquiridas anteriormente. Os critérios menos subjetivos são
obtidas a partir das imagens fotográficas.
aqueles que sistematicamente, tratam os produtos
As análises que envolvem produtos de
fotográficos como documentos codificados e passo a passo
sensoriamento remoto muitas vezes são afetadas por
procuram decifrar os "símbolos", que uma vez compostos,
fatores diversos que atuam prejudicando a extração de
elucidam a mensagem codificada.
informações. Para maximizar a extração destas informações
a partir de produtos digitais, aplicam-se as técnicas de
Métodos Intuitivos
processamento de imagens, as quais serão tratadas a
seguir.
Baseiam-se no conhecimento que o foto intérprete
tem "a priori"; no caso dos especialistas em Ciências da
Terra, o vasto conhecimento acumulado durante estudos "in
Processamento De Imagens Digitais
loco" permite a associação com feições e objetos contidos
nas imagens, mesmo no caso que sejam de áreas
A utilização de sistemas computacionais para auxiliar
desconhecidas, pois desenvolveram critérios próprios e
o elemento humano na interpretação das informações
particulares para a
contidas em imagens de sensores remotos, é a principal
interpretação. Tais critérios não deixam de ser uma
característica do processamento de imagens digitais. Em
variação do método das Chaves que será tratado a seguir.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 180


geral, este procedimento facilita a identificação e a extração
das informações das imagens para análises posteriores. Correção Atmosférica
Os dados de imagens digitais são espacialmente
compostos de elementos discretos, ou "pixels", que Apesar da correção dos efeitos atmosféricos ser
apresentam-se radiometricamente quantizados em níveis bastante complexa, os dados espúrios que acompanham a
discretos de brilho. Assim, esse arranjo dos dados digitais cena, oriundos principalmente dos efeitos de espalhamento,
gera uma matriz, onde as linhas e colunas definem as podem ser minimizados a partir da aplicação de algumas
coordenadas do pixel, e o nível de cinza ou brilho indica a técnicas. Em geral os modelos matemáticos são mais
radiância presente neste pixel (Figura 5.1). precisos, sendo porém de difícil implementação, pois exigem
parâmetros atmosféricos obtidos na data e hora da
aquisição das imagens por estações meteorológicas com
equipamentos de radio sondagem.
As técnicas opcionais de correção baseiam-se na
associação dos dados da imagem com o comportamento
espectral teórico e/ou medido no campo por radiômetros.
Dentre essas técnicas, citam-se o Método de Subtração do
Pixel (Objeto) Escuro e o Método do Histograma.
Figura 5.1 - Sistema de coordenadas de uma imagem O método de correção pela subtração do pixel
digital. escuro, de implementação simples, consiste em subtrair um
O método de análise digital envolve uma série de determinado valor digital de uma imagem multiespectral
técnicas de manipulação numérica dos dados contidos em baseando-se em alvos que teoricamente deveriam
imagens, sendo os quais oriundos de sistemas de varredura apresentar valor de refletância nulo, tais como, sombra de
multiespectral. Uma imagem multiespectral pode ser relevo e água límpida e profunda (lagos). Através de uma
representada digitalmente através de uma matriz inspeção dos valores dos pixels que compõem esses alvos,
tridimensional, onde para cada coordenada (x,y) haverá um é observado se os mesmos registram valores acima de zero,
vetor que representa os canais espectrais. o que deverá ser atribuído à contribuição aditiva da
A análise dos dados digitais através de sistemas de atmosfera. Assim, os valores de nível de cinza diferentes de
processamento possibilita uma grande flexibilidade na zero relacionados às amostras selecionadas, são então
manipulação das informações contidas em produtos de subtraídos de toda a cena.
sensores remotos. Tal manipulação denominada de Nas situações em que os alvos tomados como base
processamento de imagens digitais, é dividida geralmente para aplicação do método de subtração do pixel escuro não
em três fases denominadas de pré-processamento, são disponíveis, ou quando presentes mostram-se
processamento de realce e classificação. Adicionalmente, inadequados, o método do histograma é uma alternativa
cita-se a fase conhecida como segmentação, que muitas relevante. Tal técnica de atenuação dos efeitos atmosféricos
vezes pode anteceder a classificação de imagens digitais. permite ao usuário selecionar o valor digital referente a
turbidez atmosférica diretamente do histograma de
Técnicas De Pré-Processamento frequência dos níveis de cinza de uma determinada imagem
digital. Isto baseia-se no fato que o histograma dos níveis de
A aplicação das técnicas de pré-processamento cinza de dadas bandas espectrais, em particular as bandas
refere-se ao tratamento inicial dos dados brutos obtidos pelo do espectro visível, apresentarem geralmente um aumento
sistema sensor, de modo a remover características brusco na frequência de pixels a partir de algum nível digital,
indesejáveis produzidas na imagem. Assim, devidamente sendo este valor associado supostamente ao espalhamento
corrigidas, as imagens estariam prontas para serem atmosférico naquela referida banda.
submetidas a processamentos digitais posteriores e/ou
análise visual. As Correção Radiométrica
técnicas de pré-processamento podem ser
agrupadas em três tipos de correção denominadas de As imagens digitais podem apresentar degradações
atmosférica, radiométrica e geométrica. radiométricas em linhas ou pixels isolados em função de
Instituição de Ensino Charles Babbage | 181
desajustes na calibração de detetores, de erros esporádicos torna-se necessário aplicar correções, de modo a
na transmissão de dados e de outros problemas de reorganizar os pixels da imagem em relação a um
instrumentação. Nestes casos, os pixels afetados por ruídos determinado sistema de projeção cartográfica. A
radiométricos normalmente apresentam o valor de nível de uniformidade obtida é possibilitada pelo fato que os pixels
cinza igual a zero, indicando perda de dados, ou o valor em questão podem ser reorganizados para o sistema de
máximo, indicando saturação. projeção cartográfica de uma carta ou mapa da mesma área
As principais degradações radiométricas são imageada, a ser tomado como referência. Através de tal
representadas pelo "stripping", as linhas com dados ruins processo denominado de georreferenciamento, os pixels
("dropped lines") e os ruídos em pixels isolados. O estariam agora individualizados em termos de coordenadas
"stripping" é caracterizado por um padrão sistemático de geográficas e não apenas no sistema de linhas e colunas.
faixas horizontais com abruptas mudanças de brilho, As técnicas de georreferenciamento baseadas no
originadas por diferenças nas respostas do conjunto de método de reamostragem por interpolação diferenciam-se
detetores de uma mesma banda. A degradação aleatória basicamente pelo número de pixels vizinhos usados no
definida como linhas com dados ruins consiste na perda cálculo do valor do nível de cinza de um pixel da grade
parcial ou total de informação para uma linha de uma corrigida. Dentro dessa abordagem, citam-se as técnicas de
determinada banda, devido a problemas de saturação do alocação do vizinho mais próximo, interpolação bilinear e
detetor, assim como na aquisição, registro, transmissão ou interpolação por convolução cúbica, que utilizam um, quatro
processamento de dados em terra. Por outro lado, os ruídos e dezesseis pixels vizinhos, respectivamente.
em pixels isolados representam degradações pontuais com Há casos em que, adicionalmente, busca-se sobrepor
distribuição aleatória em uma imagem. imagens de maneira que fiquem perfeitamente coincidentes
A função dos programas de correção radiométrica é no espaço, sendo necessário que as mesmas sofram um
minimizar diferenças entre os níveis de cinza registrados por tipo de transformação espacial. Assim, é realizado um
um conjunto de detetores. De implementação simples, as processo de alinhamento geométrico que pode ser efetuado
técnicas de remoção de ruídos baseiam-se na análise do em duas ou mais imagens, ou seja, o ajuste do sistema de
desvio de cada pixel em relação a sua vizinhança, coordenadas da imagem ao sistema equivalente de outra,
objetivando a detecção de dados defeituosos. Para esse tipo cobrindo a mesma área. O registro de imagens se faz
de análise, um pixel ou linha com ruído pode ser então necessário nos casos em que se deseja realizar análise
substituída pelo pixel ou linha vizinha mais próxima sem comparativa de imagens multitemporais, combinar imagens
problemas, ou por um nível de cinza interpolado entre a sua de diferentes sensores sobre a mesma área, ou ainda
vizinhança. justapor imagens.

Correção Geométrica E Registro De Imagens Técnicas De Processamento De Realce

As fontes de distorções geométricas em imagens As técnicas de realce de imagens tem como objetivo
orbitais podem ser atribuídas a fatores como a rotação e melhorar a qualidade visual de toda a imagem, ou de feições
curvatura da Terra; erros de instrumentação; padrão de específicas, a partir da alteração das relações de brilho ou
varredura e campo de visada em sensores; distorção níveis de cinza dos pixel originais. Assim, são aplicados
panorâmica; e variações de altitude, atitude e velocidade da algoritmos que atuam reduzindo o volume de dados e
plataforma. De um modo geral, em qualquer produto orbital realçando os alvos de interesse para inspeção visual, ou
fornecido aos usuários, as correções geométricas ocasionalmente para subsequente análise automática. Isso
necessárias já encontram-se processadas com base nas é realizado por transformações pontuais do valor de brilho
informações registradas pelos instrumentos a bordo da de cada pixel que está sendo processado, ou por
plataforma, sendo as mesmas enviadas às estações de transformações espaciais dos pixels vizinhos, de modo a
recepção no momento do imageamento. realçar as feições de baixo contraste espectral na imagem. A
As imagens de sensores remotos são sujeitas a uma escolha da melhor técnica de realce, ou da melhor imagem
série de distorções espaciais, não possuindo precisão realçada está condicionada às características fisiográficas
cartográfica quanto ao posicionamento dos objetos, da área de interesse, ao objetivo específico do trabalho e à
superfícies ou fenômenos nelas apresentados. Dessa forma, própria capacidade do analista em interpretar a imagem.
Instituição de Ensino Charles Babbage | 182
Dentre esses algoritmos existem alguns que apresentam mais utilizada. Tal técnica consiste basicamente na divisão
potencialidade nos estudos referentes a cobertura vegetal e do valor digital dos pixels de uma determinada banda pelos
uso da terra. correspondentes valores de outra banda. Ao efetuar uma
razão entre bandas, os quocientes variam em um intervalo
Ampliação Linear De Contraste que compreende valores reais contínuos. Para discretização
desses valores multiplica-se os quocientes por um ganho e
Geralmente os valores de nível de cinza originais de adiciona-se a ele um "offset", cujos valores ideais variam de
uma cena não ocupam todo o intervalo dinâmico possível. A acordo com a imagem e o tipo de "ratio". Esses valores
ampliação linear de contraste representa uma técnica de devem atribuir à imagem resultante respectivamente, uma
manipulação de contraste que permite, através de uma maior variância possível sem saturá-la, e uma média
transformação linear, ampliar o intervalo original para toda a próxima daquela do intervalo máximo dos valores digitais da
escala de cinza disponível, sendo para o caso do sensor TM imagem. Na Razão de Bandas, utiliza-se o seguinte
correspondente a 256 níveis. algoritmo de transformação :
A principal característica da técnica de ampliação Vi = A Va/Vb + B onde,
linear de contraste é que as barras que formam o Vi = valor do pixel resultante A = ganho
histograma da imagem de saída são espaçadas igualmente, Va = valor do pixel da banda "a" B = "offset"
pois a função de transferência é uma reta. Além disso, como Vb = valor do pixel da banda "b"
pode ser observado na Figura 5.2, o histograma final será Salienta-se que a razão entre bandas tende a
idêntico em formato ao histograma inicial, exceto que atenuar os efeitos multiplicativos relativos a topografia e
apresentará valor médio e espalhamento diferentes. enfatizar feições da curva espectral de alvos específicos.
Entretanto, esta técnica ainda que adicionalmente reduza a
dimensão dos dados, apresenta algumas desvantagens
como perder as características espaciais da cena pela
atenuação do sombreamento do relevo e minimizar a
discriminação de alvos com comportamento gradiente
semelhante, além de perder as informações originais.
Devido as suas particularidades intrínsecas, a Razão de
Bandas é bastante utilizada na determinação dos chamados
índices de vegetação, como o NDVI (Normalizated
Difference Vegetation Index).

Transformação Por Componentes Principais

Figura 5.2 - Histograma de uma imagem e de sua versão Normalmente, as imagens multiespectrais
com ampliação linear de contraste. apresentam certa redundância entre bandas adjacentes, fato
este indesejável, pois, em composições coloridas, diminui a
O aumento exagerado da inclinação da reta de eficiência de exposição das cores. A alta similaridade visual
transferência, pode ocasionar que as intensidades de brilho e numérica de dados multiespectrais pode originar-se da
na imagem contrastada excedam os limites permitidos. Tal correlação espectral natural, do sombreamento topográfico e
aumento ocasionará perda de informação ("overflow"), que da sobreposição espectral entre bandas adjacentes. Neste
dependendo da extremidade de ocorrência, as colunas do contexto, a Transformação por Componentes Principais tem
histograma ficarão concentradas no valor preto (0) ou como função principal determinar a extensão de correlação
branco (255). entre bandas de uma mesma imagem e removê-la através
de uma transformação matemática apropriada.
Razão De Bandas Espectrais Tal técnica de transformação envolve uma rotação e
uma translação num hipotético espaço de atributos
Dentre as técnicas que envolvem operações espectrais, produzindo novas variáveis conhecidas como
aritméticas em imagens digitais, a Razão de Bandas é a componentes ou eixos (Figura 5.3). Desta forma, o conteúdo
Instituição de Ensino Charles Babbage | 183
de informação de uma imagem é redistribuído de tal maneira determinado pixel, de acordo com seu relacionamento com
que a primeira imagem formada concentrará a maior parte os níveis de cinza dos pixels vizinhos.
da variância total e portanto o maior contraste. A medida que Os filtros digitais podem ser classificados em dois
vão sendo geradas novas imagens sem nenhuma correlação grupos básicos: filtros passa-baixa e filtros passa - alta. Os
entre si, as feições espectrais serão progressivamente filtros passa-baixa suavizam os detalhes da imagem e
menos significantes. reduzem a variância do nível de cinza, deixando a imagem
com uma aparência desfocada. A maior utilização dos filtros
passa-baixa é na remoção de ruídos eletrônicos, presentes
em imagens orbitais e na uniformização dos valores de
brilho dos pixels na imagem.
Os filtros passa - alta realçam detalhes nas imagens
aumentando a variância, produzindo uma imagem com
histograma relativamente estreito, centralizado no nível de
cinza zero. Tais filtros são muito eficientes para aumentar o
contraste nas regiões de transição ou bordas dentro da
Figura 5.3 - Comportamento da transformação por imagem, como por exemplo diferentes usos e/ou manejos da
componentes principais em uma distribuição bivariada. terra. Os efeitos destes filtros podem ser observados na
Figura 5.4.
As componentes principais vem sendo mais
empregadas para reduzir a dimensionalidade dos dados,
porém, é uma das melhores maneiras de selecionar dados a
serem associados as cores fundamentais ou servirem como
entrada para um classificador automático. Isto deve-se ao
fato que o produto obtido por essa transformação apresenta
somente cores espectrais puras e intensamente saturadas.
Embora no referido produto haja a perda das características
Figura 5.4 - Efeito dos filtros passa - alta (A) e passa-baixa
espectrais originais dos alvos, dificultando a análise pelo foto
(B) sobre imagens.
intérprete, as componentes principais permitem a redução
da dimensionalidade dos dados e a melhora do poder de
Técnicas De Segmentação
discriminação entre alvos.

Em geral, a análise de imagens digitais vem sendo


Filtragem
realizada pelo método convencional de classificação
estatística (ponto a ponto), onde o objeto pictórico é o pixel.
Nas imagens de sensores remotos, as regiões onde
Entretanto, a identificação do objeto sofre algumas
ocorre uma grande variação de níveis de cinza em
limitações, pois é definida considerado-se apenas as
pequenas áreas são conhecidas como de altas freqüências.
características do ponto, ou seja, são utilizados atributos
Quando a distribuição dos níveis de cinza em uma região é
exclusivamente espectrais e de natureza bastante limitada :
mais uniforme, com limites menos nítidos, é chamada de
o nível de cinza do pixel nas diversas bandas espectrais.
imagem de baixa freqüência. A grande mistura de
Para contornar as limitações intrínsecas dos métodos
freqüências em uma imagem dificulta a interpretação de
de classificação convencionais, tem sido propostas
feições com freqüências específicas. Para resolver este
metodologias alternativas, onde a fase de análise é
problema, são utilizadas as técnicas de filtragem espacial,
precedida pela fase de segmentação. Assim, em tais
que visam realçar seletivamente as feições de alta ou baixa
abordagens a imagem é particionada em regiões de onde
freqüências que compõem as imagens.
são extraídos atributos espectrais, geométricos e
Tal transformação, que ocorre pixel-a-pixel, não
contextuais, os quais serão utilizados posteriormente na
depende somente do pixel processado mas também da sua
classificação das mesmas. Entende-se como região um
vizinhança. Desta forma, a filtragem é uma operação
dependente do contexto, alterando o nível de cinza de um
Instituição de Ensino Charles Babbage | 184
conjunto de pixels contíguos com alguma similaridade, que que todos os pixels menores ou iguais ao limiar serão
se espalham bidimensionalmente. atribuídos a um "cluster" e os pixels restantes a um segundo
Cada região que compõe uma imagem segmentada "cluster". Um dos procedimentos mais fáceis para seleção
deve preferencialmente apresentar-se uniforme e do limiar conveniente, consiste em examinar o histograma
homogênea com respeito a algumas características, como de níveis de cinza e então posicionar o limiar na depressão
por exemplo, nível de cinza ou textura. Adicionalmente, tais entre os picos de moda dominantes.
características devem apresentar-se diferentes em relação A técnica referida como crescimento de regiões
as regiões adjacentes. A segmentação é um processo consiste em agrupar pixels com características similares
geralmente baseado em duas das propriedades dos níveis dentro de regiões contíguas. O mais simples desses
de cinza : a descontinuidade e a similaridade. A procedimentos corresponde a agregação de pixels baseada
descontinuidade corresponde a partição da imagem na similaridade entre as propriedades como o nível de cinza
baseada na mudança abrupta na tonalidade de cinza, onde e textura de um conjunto de pixels em relação a sua
são importantes as operações de detecção de pontos vizinhança. No método de separação de regiões a imagem
isolados, linhas e bordas. Por outro lado, a similaridade a ser particionada é tomada como segmento inicial, sendo
refere-se ao processamento de agregação dos pixels de então sucessivamente dividida em segmentos menores na
uma imagem pela semelhança com a sua vizinhança, sendo medida em que for constatado que o mesmo não seja
baseada nos critérios de limiarização, crescimento de suficientemente homogêneo. Nas situações onde seja
regiões e separação/junção de regiões. apenas utilizada a operação de separação de regiões, é
provável que a partição final contenha regiões adjacentes
Detecção De Descontinuidades com propriedades idênticas. Assim, para contornar esse
problema e maximizar o resultado da segmentação, é
A detecção de bordas é de longe o procedimento utilizado de forma combinada as operações de fusão e
mais comum para a detecção de descontinuidades entre divisão de regiões. A fusão de um par de regiões adjacentes
níveis de cinza, pois em pontos isolados e linhas não são com as distribuições de intensidade de tons de cinza
frequentes de ocorrer em muitas aplicações de interesse suficientemente similares permite que se reduza a
prático, apesar da existência de técnicas combinadas para a "artificialidade" do processo de segmentação.
detecção de todas estas feições.
A detecção de bordas corresponde a um método de Técnicas De Classificação
segmentação de imagens baseado na descontinuidade dos
níveis de cinza e/ou textura entre os limites dos diferentes A classificação de imagens digitais consiste em
objetos que compõem uma imagem. Desta forma, uma identificar nas mesmas, os diferentes alvos, fenômenos ou
borda separará duas regiões relativamente uniformes feições que apresentam padrões espectrais similares e
quando os objetos ou regiões detectadas exibem alguma atribuí-los a uma determinada classe ou tema. Uma hipótese
uniformidade interna com respeito as propriedades da básica subjacente ao processo classificatório reside no fato
imagem e contrastam com a sua vizinhança. Salienta-se que de que os diferentes alvos terrestres apresentam
as técnicas para a detecção de qualquer tipo de comportamento espectrais distintos em faixas específicas do
descontinuidade em imagens baseiam-se geralmente na espectro eletromagnético, possibilitando a formação de um
aplicação de máscaras ou filtros. espaço de atributos que permite a identificação dos
mesmos. Na Figura 5.5 é apresentada a representação de
Agregamento De Pixels uma imagem digital em sua forma normal (níveis de cinza) e
a sua correspondente imagem temática.
Dentre as operações de agregamento de pixels, a
limiarização constitui-se em uma técnica simples e eficiente
na segmentação de imagens, a qual envolve atributos do
pixel como o nível de cinza e propriedades locais do mesmo.
Para uma imagem que apresente objetos brilhantes
sob um fundo escuro, a separação entre estas duas regiões
de brilho poderá ser definida pela aplicação de um limiar tal
Instituição de Ensino Charles Babbage | 185
Figura 5.5 - Representação de uma imagem digital: normal (Maxver ou "Maximum Likelihood"). O Maxver é um
(a) e temática (b). algoritmo estatístico que consiste em classificar a imagem
ponto a ponto, usando o critério de máxima verossimilhança
Geralmente os algoritmos de classificação a partir das classes fornecidas pelo analista. Esse critério
multiespectral são divididos em função da presença ou não baseia-se em associar o padrão à classe para a qual ele
de uma fase de treinamento, pela qual o analista fornece tenha a maior probabilidade de pertencer, considerando as
amostras referentes a pixels representativos para cada uma suas características ou atributos. Devido a complexidade
das classes de interesse, de modo a orientar o classificador: relativa da base estatística, para que a classificação seja
classificações supervisionada e não supervisionada. suficientemente precisa, é necessário um número razoável
de pixels (maior que uma centena) para cada conjunto de
Classificação Supervisionada treinamento.
A probabilidade de um pixel da imagem pertencer a
Na classificação supervisionada o analista tem algum qualquer uma das classes anteriormente definidas será
conhecimento sobre as classes presentes na imagem baseado em um limiar introduzido no sistema pelo analista.
quanto a seu número e aos pixels representativos destas Um fator relevante para este classificador ter um bom
classes. Em tal abordagem, o analista treina o classificador, desempenho corresponde a necessidade de que as áreas
deixando a ele a tarefa de localizar todos os demais pixels de treinamento sejam amostras homogêneas das classes
pertencentes as classes anteriormente definidas, baseando- envolvidas, ao mesmo tempo em que contemplem toda a
se em regras estatísticas pré-estabelecidas. A Figura 5.6 variabilidade inerente à classe.
representa um espaço de atributos de classes, onde podem
ser observadas as probabilidades de um determinado pixel Classificação Não Supervisionada
pertencer a uma classe hipotética, com base nos parâmetros
Esta técnica é utilizada quando não há nenhum tipo
estatísticos da área de treinamento.
de conhecimento sobre a área imageada, por exemplo,
quando não se dispõe de dados prévios sobre o número de
classes presentes na cena de interesse. Tal abordagem de
classificação corresponde a uma técnica de segmentação de
imagens onde as mesmas são divididas em classes não
conhecidas, ou seja, o algoritmo define as classes com base
em regras estatísticas.
A classificação não supervisionada baseia-se em
uma análise de agrupamento onde são identificadas no
espaço de atributos, nuvens ou "clusters" formadas por
pixels espectralmente similares. Para aplicação desse
classificador deve-se primeiramente especificar um número
Figura 5.6 - Espaço de atributos onde os círculos
de nuvens de pixels ou classes esperadas, apesar de o
concêntricos representam a probabilidade de um pixel
número atual ou ótimo não ser conhecido. Posteriormente,
pertencer às classes A, B e C, enquanto as linhas espessas
observa-se quais das concentrações de pixels obtidas
constituem os limites de decisão para individualização de
devem ser tratadas como grupos distintos, atribuindo-se um
tais classes.
limiar, cujo valor é definido pelo analista.
Dentre os algoritmos de classificação não
A classificação supervisionada envolve várias fases
supervisionada, o K-Médias é o mais comumente utilizado.
no tratamento de dados multiespectrais, tais como: seleção
Esse algoritmo determina o agrupamento natural dos dados
de áreas de treinamento (supervisionamento); definição pelo
em K dimensões no espaço, onde "K" corresponde ao
analisador do comportamento espectral das amostras (áreas
número de bandas espectrais e/ou imagens envolvidas.
de treinamento); e classificação da cena, através das
Assume-se que cada nuvem de pixels gerada é
amostras fornecidas pelo analista.
representativa da distribuição de probabilidade de uma
Dentre os classificadores que exigem a fase de
determinada classe.
treinamento tem-se o Método da Máxima Verossimilhança
Instituição de Ensino Charles Babbage | 186
Inicialmente o algoritmo define um vetor média para Hidráulica e Mecânica Aplicada
cada classe, sendo em seguida, os pixels da amostragem
avaliados individualmente com relação a cada uma destas
médias, de modo a agrupar os pixels mais similares Noções Introdutórias

digitalmente. Esse procedimento é contínuo até que não A Hidráulica tem por objetivo o estudo do
ocorra mudança significativa nos vetores de média das comportamento da água e de outros líquidos, quer em
repouso quer em movimento.
classes e/ou posicionamento dos pixels na classificação, ou
ainda, atinja um número máximo fixado de iterações. Com a A hidráulica teórica divide-se em:
conclusão da fase de avaliação por agrupamento, todos os
(a) Hidrostática e (b) Hidrodinâmica.
pixels da imagem serão classificados em função da máxima
verossimilhança. Hidrostática - A hidrostática estuda as condições de
equilíbrio dos líquidos em repouso.

Classificação Híbrida Este nome faz referência ao primeiro fluido estudado,


a água, é por isso que, por razões históricas, mantém-se
Visando um melhor desempenho da classificação esse nome. Fluido é uma substância que pode escoar
digital são empregados abordagens de classificação híbrida facilmente, não tem forma própria e tem a capacidade de
de modo a minimizar as desvantagens inerentes aos mudar de forma ao ser submetido à ação e pequenas forças.
A palavra fluido pode designar tanto líquidos quanto gases.
métodos de classificação quando considerados
isoladamente. Dentre as várias abordagens envolvendo Ao estudar hidrostática é de suma importância falar de
densidade, pressão, Princípio de Pascal, empuxo e o
classificações híbridas, a mais utilizada corresponde aquela
Princípio Fundamental da Hidrostática.
que associa algoritmos de classificação supervisionada e
não supervisionada. Densidade
Apesar do grande poder da classificação
Densidade (ou massa específica) de um corpo é a
supervisionada, a mesma necessita para o seu bom
relação entre a massa do m e o volume do mesmo, ou seja:
desempenho, ter delineadas a priori classes espectrais
unimodais, o que nem sempre é possível. Esta limitação
pode ser contornada com o emprego da classificação não
supervisionada que estabelece os agrupamentos de pixels
que podem ser tratados como classes espectrais distintas, A densidade informa se a substância do qual é feito
ainda que não se espere que a mesma execute inteiramente um determinado corpo é mais ou menos compacta. Os
corpos que possuem muita massa em pequeno volume,
a classificação. O emprego da classificação não
como é o caso do ouro e da platina, apresentam grande
supervisionada visa orientar a seleção de amostras densidade. Já os corpos que possuem pequena massa em
homogêneas e representativas da cena em termos grande volume, como é o caso do isopor, apresentam
pequena densidade. A unidade de densidade mais usada é
espectrais, as quais serão fornecidas na fase de treinamento
1g/cm3. Para a água temos que a sua densidade é igual a
para o algoritmo que se baseia no supervisionamento. 1g/cm3, ou seja, 1cm3 de água tem massa de 1g. Apesar de
esta unidade ser a mais usada, no SI (sistema Internacional
de Unidades) a unidade de densidade é 1kg/m3.

Pressão

É a relação entre a força aplicada


perpendicularmente sobre um corpo e a sua área sobre a
qual ela atua. Matematicamente, temos:
Para ampliar os seus conhecimentos
acesse: www.uniorka.com.br-Portal do aluno. P= F/A

Bom estudo! A unidade de pressão no SI é o newton por metro


quadrado (N/m2), também chamado de pascal (Pa), em
homenagem a Blaise Pascal, físico francês que estudou o
funcionamento da prensa hidráulica.

Princípio Fundamental da Hidrostática

Instituição de Ensino Charles Babbage | 187


Também chamado de Princípio de Stevin, diz que:―A velocidade de escoamento é pequena, ou seja, quando a
diferença de pressão entre dois pontos do mesmo líquido é velocidade de escoamento for a mesma em todos os pontos.
igual ao produto da massa específica (também chamada de Ex.: a água de um rio calmo, escoamento de ar e gases.
densidade) pelo módulo da aceleração da gravidade local e
pela diferença de profundidade entre os pontos Escoamento não estacionário – ou turbulento é quando a
considerados‖. velocidade do fluído varia no decorrer do tempo. Ex.: quedas
d´água em virtude de rochas e outros obstáculos existentes.

O tamanho dos tubos (diâmetro) e a viscosidade do fluído


influenciam muito no escoamento de fluídos através de
tubos, isso porque, com a viscosidade, aparecem forças de
movimento relativo entre as camadas do fluído, o que
ocasiona a dissipação de energia mecânica.

Vazão

É definida como a razão entre o volume e o tempo.

Simbolicamente podemos escrever:

Onde:
Q = vazão

Onde d é a densidade do líquido, g é o módulo da


aceleração da gravidade local e h é a diferença entre as V = volume do fluído
profundidades dos pontos no mesmo líquido.
t = tempo
A partir do princípio de Stevin pode-se concluir que:

 Pontos situados em um mesmo líquido e na mesma


Sua unidade no SI é m³/s.
horizontal ficam sujeitos a mesma pressão;
 A pressão aumenta com o aumento da profundidade;
 A superfície livre dos líquidos em equilíbrio é horizontal.
Equação da Continuidade
Determinada por Castelli, discípulo de Galileu, diz que
quanto menor a seção, maior a velocidade com que se
b) Hidrodinâmica - A hidrodinâmica tem por objeto o estudo
escoa o fluído.
dos líquidos em movimento.

Num sentido restrito, a hidrodinâmica, é o estudo da


teoria do movimento do fluido ideal, que é um fluido teórico,
sem coesão, viscosidade, elasticidade e, em alguns casos,
sem peso. Na hidráulica aplicada, ou hidrotécnica, faz-se a
aplicação dos princípios estudados na hidráulica teórica aos
diferentes ramos da técnica; compreende a hidráulica
urbana (abastecimento de água, esgotos sanitários e
pluviais), a hidráulica rural ou agrícola (irrigação,
saneamento, drenagem), a hidráulica fluvial (rios e canais) a
hidráulica marítima (portos, obras marítimas), a hidrelétrica e
a hidráulica industrial.

A hidrodinâmica é a responsável pelo estudo do Velocidade da Pressão


movimento dos fluídos. Sua aplicação prática acontece nos A velocidade do fluído, ao passar de uma área maior para
sistemas de abastecimento de água, irrigação das terras, uma menor, aumenta, em razão da pressão do fluído na
entre outros. Abordaremos as noções básicas da parte larga ser maior do que na parte estreita. Essa
hidrodinâmica. definição também é baseada pela equação de continuidade.

Equação de Bernouli
Tipos e Escoamento: Escoamento Estacionário –
Também chamada de equação fundamental da
também conhecido como laminar, é obtido quando a

Instituição de Ensino Charles Babbage | 188


hidrodinâmica, foi desenvolvida baseada nos estudos
voltados para a energia de escoamento dos fluídos.

Onde:
p = pressão (energia potencial por unidade de volume)
dgh = pressão hidrostática (energia potencial gravitacional
por unidade de volume)
dv/2 = pressão dinâmica (energia cinética por unidade de
volume)

Equação De Bernoulli Para Fluídos Ideais Equação de Bernoulli para Fluídos Reais

No interior da massa fluída, em escoamento


permanente consideramos dois pontos quaisquer:

Escoamento em orifícios de grandes dimensões em


relação à carga.

Equação de Bernoulli para Fluídos Ideais Caso Geral

Equação De Bernoulli Para Fluídos Reais


Sabemos que a vazão em um orifício é:
A experiência mostra que, no escoamento dos fluídos em uma faixa elementar a área é: x.dh, substituindo na
reais, uma parte de sua energia se dissipa em forma de equação da vazão para uma área elementar temos:
calor e nos turbilhões que se formam na corrente fluída. Isto
ocorre devido a viscosidade do fluído e a rugosidade da
parede em que o fluído está em contato. A parte da energia
dissipada é chamada perda de carga (hp).

Instituição de Ensino Charles Babbage | 189


Bocais

Definição

Bocais são pequenos tubos adaptados a orifícios em


paredes delgadas, pelos quais escoam os líquidos dos
reservatórios.

Bocal Curto

Sejam L e d, respectivamente, o comprimento e o


diâmetro de um bocal cilíndrico. O bocal é curto quando L<d.
Finalidade Neste caso estamos dentro da condição de orifício delgado
e < d, portanto ele funciona como tal (Cd = 0,61 - Valor
A principal finalidade do bocal é dirigir o jato de água e médio).
regular a vazão.

Lei Do Escoamento

A equação teórica do escoamento é a mesma dos


orifícios. Os coeficientes de velocidade, de contração e o de
descarga é que mudam, em função da forma, deposição e Bocal Longo
dimensão do bocal.
O bocal é longo quando L ≥ d.

Perda De Carga Em Bocais

Instituição de Ensino Charles Babbage | 190


A equação é a mesma deduzida anteriormente para Máquina motriz: é toda a máquina que produz a energia
orifícios: necessária à produção do trabalho. Como exemplos, podem
ser citados: o trator, o compressor de ar, o gerador elétrico e
outros equipamentos.

Equipamento operatriz: é aquele que acionado pela


máquina motriz, possui implemento (s) que realiza (m) o
serviço desejado. Como exemplo, podem ser mencionados:
Perda de carga em bocais (quando se conhece a a motoniveladora, o trator de esteira dotado de lâmina
velocidade) onde: hp é a perda de carga no bocal, m frontal, a pá carregadeira e outros equipamentos do gênero.

Cv é o coeficiente de velocidade (Cv=0,98 para a água) De acordo como emprego, as máquinas e os


equipamentos podem ser classificados da seguinte forma:
v é a velocidade no eixo do jato do bocal, m/s.
- Tratores;
ou
- Equipamentos de escavação;

- Equipamentos de transporte;
Perda de carga em bocais (para
casos em que se conhece h) - Equipamentos de compactação;

- Equipamentos de desagregação de solos;

- Equipamentos de esgotamento de líquidos;


Máquinas
- Equipamentos de fragmentação de rochas;
Definições
- Máquinas e equipamentos auxiliares.
Máquina: é todo o aparelho que pode produzir um
movimento ou pôr em ação uma forma de energia;
Potência De Um Motor
Implemento: é qualquer conjunto que complete uma
máquina para a execução de um serviço específico;
Como definição, potência de um motor é o trabalho
Equipamento: máquina ou agrupamento formado por duas por ele realizado em um determinado intervalo de tempo.
ou mais máquinas ou máquina (s) e implemento (s)
A potência pode ainda ser definida de outras formas
destinado (s) à execução de um determinado serviço;
pelos fabricantes de motores e instituições normativas, em
Acessório: peça ou conjunto de peças, não essencial à função de vários fatores intervenientes em sua
determinação, como sejam as condições ambientais,
operação do equipamento e que contribui para ao maior
colocação ou não de acessórios e outros.
conforto segurança ou rendimento operacional do mesmo;

Ferramenta de ataque: conjunto de peças que entram em No quadro abaixo são apresentadas as condições
ambientais estabelecidas com padrão, na determinação de
contato direto com o material trabalhado, na execução de
potências:
um serviço específico;

Peça: parte ou elemento unitário de máquina, de


implemento, ferramenta de ataque ou acessório;

Conjunto: agrupamento integrado de peças com função


específica;

Instrumento: aparelho de medição e/ou controle;


Potência máxima do motor: (maximumenginehorsepower)
Sistema: agrupamento de conjuntos para fins específicos ou
é a potência máxima que um motor básico é capaz de
não.
produzir em condições ambientais adotadas com padrão.

Potência líquida do motor: (net horsepower) é a potência


Classificação que um motor instalado em uma máquina pode produzir, nas
condições normais de trabalho e ambientais adotadas como
Quanto a sua finalidade, a máquina e o equipamento, padrão, estando deduzida a potência absorvida pelos
pode ser classificado em dois grupos: motriz e operatriz. acessórios.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 191


Potência ao freio: (brakehorsepower) é a potência Existe uma grande variedade de forças de interação, e
desenvolvida no eixo motor (volante), nas condições que a caracterização de tais forças é, via de regra, um
ambientais adotadas como padrão, determinada pelo freio trabalho de caráter puramente experimental. Entre as forças
de Prony ou outro dispositivo similar de prova. É conhecida de interação que figuram mais frequentemente nos
também, como Potência Efetiva. processos que se desenvolvem ao nosso redor figuram as
chamadas forças elásticas, isto é, forças que são exercidas
Se na determinação da potência ao freio forem por sistemas elásticos quando sofrem deformações. Por
consideradas as perdas causadas pelos acessórios normais este motivo é interessante que se tenha uma idéia do
do motor é obtida a Potência Líquida. comportamento mecânico dos sistemas elásticos. Não
conhecemos corpos perfeitamente rígidos, uma vez que
Potência na barra de tração: (drawbarhorsepower) fornece todos os experimentados até hoje sofrem deformações mais
a potência disponível na barra de tração dos equipamentos ou menos apreciáveis quando submetidos à ação de forças,
que possuem movimento de deslocamento próprio. entendendo-se por deformação de um corpo uma alteração
na forma, ou nas dimensões, ou na forma e, dimensões, do
Máxima potência efetiva líquida (ABNT): deve ser
corpo considerado.
entendida como a maior potência disponível na tomada de
potência (volante), para a produção doscomponentes Essas deformações, que podem ser de vários tipos -
necessários ao seu funcionamento autônomo, conforme a compressões, distensões, flexões, torções, etc - podem ser
sua aplicação. elásticas ou plásticas:
Potência efetiva máxima (ABNT): deve ser entendida com - Deformação plástica: persiste mesmo após a retirada das
a maior potência bruta do motor básico, de série, com forças que a originaram.
apenas os componentes essenciais a sua operação.
- Deformação elástica: quando desaparece com a retirada
Potência disponível: é a potência que um equipamento tem das forças que a originaram.
para execução de trabalho e corresponde a potência que se
dispõe na barra de tração. Em 1660 o físico inglês Robert Hooke (1635-1703),
observando o comportamento mecânico de uma mola,
Potência necessária: é, como o nome indica, a potência descobriu que as deformações elásticas obedecem a uma
necessária para a execução de um serviço. Deve ser inferior lei muito simples. Hooke descobriu que quanto maior fosse o
à disponível. Os principais fatores que determinam esta peso de um corpo suspenso a uma das extremidades de
potência são: resistência ao rolamento e resistência de uma mola (cuja outra extremidade era presa a um suporte
rampa. fixo) maior era a deformação (no caso: aumento de
comprimento) sofrida pela mola. Analisando outros sistemas
Potência útil: é a potência que vai ser absorvida,
elásticos, Hooke verificou que existia sempre
efetivamente, na execução de um trabalho. Deve ser
proporcionalidade entre força deformantes e deformação
verificada em função de fatores tais, como: aderência ao
elástica produzida. Pôde então enunciar o resultado das
terreno e altitude de trabalho.
suas observações sob forma de uma lei geral. Tal lei, que é
conhecida atualmente como lei de Hooke, e que foi
publicada por Hooke em 1676, é a seguinte:
Lei de Hooke
―As forças deformantes são proporcionais às deformações
A lei de Hooke é a lei da física relacionada à elásticas produzidas. ‖
elasticidade de corpos, que serve para calcular a
deformação causada pela força exercida sobre um corpo, tal Estando uma mola no seu estado relaxado e sendo
que a força é igual ao deslocamento da massa a partir do uma extremidade mantida fixa, aplicamos uma força ( ) à
seu ponto de equilíbrio vezes a característica constante do sua extremidade livre, observando certa deformação.Ao
corpo que é deformada: observar esse fato, Hooke estabeleceu uma lei, a Lei de
Hooke, relacionando Força Elástica ( ), reação da força
aplicada, e deformação da mola ( ):

A intensidade da Força elástica ( ) é diretamente


No SI, em newtons, em e em metros. proporcional à deformação ( ).
Nota-se que a força produzida pela mola é
diretamente proporcional ao seu deslocamento do estado Matematicamente, temos: ; ou
inicial (equilíbrio). O equilíbrio na mola ocorre quando ela vetorialmente: , onde é uma
está em seu estado natural, ou seja, sem estar comprimida constante positiva denominada Constante Elástica da mola,
ou esticada. Após comprimi-la ou estica-la, a mola sempre
faz uma força contrária ao movimento, calculada pela
expressão acima. com unidade no S.I. de . A Constante Elástica da mola
traduz a rigidez da mola, ou seja, representa uma medida de

Instituição de Ensino Charles Babbage | 192


sua dureza. Quanto maior for a Constante Elástica da mola, Tensão em Pascal
maior será sua dureza.
Deformação específica, (adimensional)
É importante ressaltar que o sinal negativo observado
na expressão vetorial da Lei de Hooke, significa que o vetor Módulo de elasticidade ou Módulo de Young.
Força Elástica ( ), possui sentido oposto ao vetor
A movimentação de polpas na indústria mineral é,
deformação (vetor força aplicada), isto é, possui sentido
normalmente, feita porbombas centrífugas adaptadas às
oposto à deformação, sendo a força elástica considerada
polpas.É importante selecionar a bomba que melhor se
uma força restauradora.
preste às condições dedeterminada instalação. A incorreta
seleção e, consequentemente, ofuncionamento das bombas
Sendo a Força aplicada, tem-se:
fora das condições especificadas geramproblemas na
eficácia do processo industrial e podem resultar
nadanificação das bombas.Por isso, é essencial que os
critérios utilizados sejam corretamenteprojetados, de forma a
assegurar a correta condição operacional dasbombas.

Polpa Transicional - A maior parte de todas as polpas que


ocorrem no tratamento deminérios se encaixa nesta
classificação de comportamento.As partículas finas
presentes na polpa fazem com que o fluido fiquemais denso
A lei de Hooke pode ser utilizada desde que o limite
e melhore a sustentação, interferindo desta forma
elástico do material não seja excedido. O comportamento
navelocidade de decantação.
elástico dos materiais segue o regime elástico na lei de
Hooke apenas até um determinado valor de força, após este
valor, a relação de proporcionalidade deixa de ser definida
(embora o corpo volte ao seu comprimento inicial após
remoção da respectiva força). Se essa força continuar a
aumentar, o corpo perde a sua elasticidade e a deformação
passa a ser permanente (inelástico), chegando à ruptura do
material.

O instrumento que usa a lei de Hooke para medir


forças é o dinamômetro.

A Lei de Hooke também é percebida após a realização


do ensaio de tração e deste é obtido o gráfico de Tensão x Bombeamento de Popas
Extensão. O comportamento linear mostrado no início do
gráfico está nos afirmando que a Tensão é proporcional à O sistema de alimentação da bomba tem que ser
Extensão. Logo, existe uma constante de proporcionalidade capaz de criar umapressão positiva no olho do rotor
entre essas duas grandezas. (NPSHd) maior que a pressão que abomba requer (NPSHr)
para não produzir cavitação.
Sendo,
NPSH - Net Positive Suction Head

- Altura positiva de sucção


onde:

Instituição de Ensino Charles Babbage | 193


bombeamento, caso este ar alcance o interior da bomba. Já
se a entrada de ar ocorrer na linha de descarga o fluxo pode
ser intermitente ou nulo.

Limitações

Pressão - O fabricante especifica a pressão interior máxima


quepode suportar. Nas bombas centrífugas é uma função
davelocidade e é muito difícil ultrapassa-la se a bomba for
bemselecionada. A velocidade do rotor é o fator
predominante pararegular a pressão de descarga nas
bombas centrífugas depolpa.

Velocidade (Rpm) - Limitada pelas características


mecânicas doeixo-rolamentos-lubricação-velocidade crítica.
Limitada pelosmateriais em contato com o fluido (tipspeed) e
Definições pelo desgasteerosivo (nas bombas de polpa).

- NPSH - Diferença entre a pressão absoluta na sucção da Potência - A potência máxima aplicável ao eixo está
bomba e apressão absoluta de vapor de líquido. Ambas se limitada pelascaracterísticas do Frame (estrutura), pela
expressãogeralmente em METROS DE ÁGUA. resistência do eixo e acapacidade dos rolamentos.

-NPSHd - (disponivel). É função do sistema em que opera a Como dito anteriormente, nas bombas centrífugas de
bomba e éparticular para cada instalação. polpa, o fator mais relevante é aVelocidade no Rotor.A
regulagem da vazão está limitada pelas características
-NPSHr - (requerido). É uma função do desenho da bomba. dabomba pela relação Q/H – Potência – NPSH - Curva de
Éfornecido pelo fabricante nas curvas de performance. O resistência do sistema, podendo estar associado a alguns
NPSHdisponível tem que ser maior que o requerido para fatores como:
que se produza obombeamento e não ocorra cavitação.
 Abrir / Fechar Válvula de descarga;
- Cavitação - É a formação de bolhas de vapor no interior da  Variar Velocidade;
bomba.As bolhas se geram como uma ebulição instantânea  Reduzir pressão de descarga;
e violenta quandoum líquido está submetido a uma pressão  Subir / Reduzir nível da caixa de alimentação;
inferior à sua pressão devapor, a qual pode se suceder no  Diminuir linha de descarga
olho do rotor.A pressão de vapor é peculiar de cada líquido e
é função datemperatura e altitude. EM ANEXO: A sequência básica de operações
para cálculo e escolha de uma bomba.
A cavitação é produzida a partir de fatores como:

 Pressão de vapor (temperatura)


 Pressão atmosférica (altitude) Sendo necessários alguns dados para o processo:
 Baixo nível de sucção
 Obstrução na sucção  Q= VAZÃO = 2150 m3/h
 Vazão excessiva Bomba inadequada  % sólidos em peso = 50%
 d50 = 150 Microns = 0,15mm
 ds = Densidade do sólido = 2,65
 dl = Densidade do líquido = 1

Dimensionamento Isométrico:

 Altura geométrica descarga = Zd = 15m


 Altura geométrica sucção = Zs = 1m
 Comprimento da Tubulação recalque = 350 m
 5 curvas de 90º recalque
 1 Válvula Guilhotina sucção
 Comprimento tubo de sucção = 1,5 m

Onde:

Em caso de entrada de arna linha de sucção pode Densidade da Polpa:


ocorrer a cavitação ou até mesmo a detenção do

Instituição de Ensino Charles Babbage | 194


- fator de atrito de Darcy
Percentual de sólidos em volume - comprimento equivalente (m)
- velocidade na tubulação (m/s)
- Diâmetro da tubulação (m)
2
- Aceleração da gravidade (m/s )

b) Cálculo da perda de carga na sucção e na descarga

O processo para seleção do diâmetro de tubulação é por


tentativa

 Vt – velocidade de transporte (m/s) c) Cálculo do TDH (altura total desenvolvida pela bomba)
 Vl – velocidade limite de sedimentação (m/s)
 Q – vazão (l/s) 𝑇𝐷𝐻 = 𝑍 − 𝑍𝑠 + 𝐻𝑓 + P
 d – diâmetro da tubulação (mm)
Isométrico:
 FL – fator que depende do tamanho da partícula eda
concentração volumétrica de sólidos
Altura geométrica descarga = Zd = 15m
 D – diâmetro da tubulação (m)
 g - Aceleração da gravidade (m/s2)
 Altura geométrica sucção = Zs = 1m
 Zd – 15m
 Zs -1m
 Hf –Hfr +Hfs =16,7+0,7 =17,4m
 P -0

𝑇𝐷𝐻 = 31,4 𝑚𝑐p

d) Determinação do fator de correção (Hr e ER) e altura


corrigida

 d50 – 0,15mm
 ds – 2,65
 % sólidos em peso – 50%
 D – 1067mm (diâmetro rotor)

a) Cálculo da perda de carga

Determinação da curva do sistema

Instituição de Ensino Charles Babbage | 195


A curva do sistema é traçada por interpolação

e) Determinação da vazão mínima de assentamento

vt=vl = 3,63m/s
d=400mm
Q=456,2l/s

f) Cálculo do motor

Para ampliar os seus conhecimentos


acesse: www.uniorka.com.br-Portal do aluno.
g) Cálculo da velocidade periférica
Bom estudo!

Mineração E Ambiente

Os tipos de mineração e as características do


depósito mineral, em particular, afetam a paisagem.
A lavra subterrânea causa, usualmente, pequenos
danos à superfície e a reabilitação de áreas como barragens
Cálculo do NPSH disponível
de rejeitos, remoção das construções e equipamentos fazem
da área mais segura. A lavra a céu aberto resulta da
 Hs – altura geométrica da sucção = 1,0 metros
destruição da vegetação existente e no perfil do solo.
 Hfs –Perda de carga na sucção = 0,7m
Remoção do capeamento e rocha estéril colocada
 Temperatura = 32º
em pilhas ou cava extinta, podem significar mudanças na
 Altitude = 550m topografia e estabilidade da paisagem. Alguns materiais do
capeamento podem liberar sais ou conter material sulfídrico
os quais podem gerar drenagem ácida de mina. Estes
materiais podem e devem ser selecionados e dispostos de
maneira que não causem problema ou podem requerer
tratamentos especiais e reabilitação. Um exemplo da

Instituição de Ensino Charles Babbage | 196


necessidade de tratamentos especiais é a utilização do Depósito Mineral – é a ocorrência geológica de minerais
cianeto na extração do ouro através da lixiviação em pilhas. em formas relativamente concentradas;
Com todas estas atividades, o meio ambiente
sofrerá as consequências com a provocação de impactos Jazida Mineral – é a ocorrência mineral que pode ser
visuais, no ar, qualidade da água, no solo, etc. Estes extraída com lucro.
impactos, na sua maioria, destroem o meio ambiente,
gerando áreas degradadas e passivas ambientais, nada que Impactos Ambientais Causados Pela Mineração
não possa ser recuperado total ou parcialmente.
Considera-se impacto ambiental qualquer alteração
A importância dos recursos minerais para a das propriedades físicas, químicas e biológicas sobre o meio
humanidade: ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou
energia resultante das atividades humanas que direta ou
Assim como a agricultura, a mineração é uma das indiretamente afetam:
primeiras indústrias básicas da civilização, sendo a
agricultura, a primeira, e a mineração, a Segunda atividade  A biota;
da espécie humana.  A saúde, segurança e o bem estar da população;
A importância da mineração para a humanidade  As atividades sociais e econômicas;
remonta de milhares de anos atrás, quando os recursos  As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
minerais eram utilizados para a confecção de ferramentas  A qualidade dos recursos ambientais.
para a caça e pesca, com a finalidade de se alimentar, e
armas para a guerra; ornamentos e decoração através de Com todas estas atividades o meio ambiente
pedras preciosas; moeda (ouro, prata e bronze) para a sofrerá as consequências com a provocação de impactos,
compra de alimentos e utensílios; energia (carvão mineral e visuais, no ar, qualidade da água, no solo, etc. Estes
petróleo) para a iluminação e combustível para automóveis e impactos, na sua maioria, degradam o meio ambiente
geração de energia elétrica; e mais recentemente, energia gerando áreas degradadas a passivos ambientais, nada que
nuclear gerada por minerais radioativos para a geração de não possa ser passível de recuperação e reabilitação total
energia e armas nucleares. ou parcial.
Degradação Ambiental é quando a vegetação
ELEMENTOS DA MINERAÇÃO nativa, a fauna e a camada fértil do solo são destruídas,
removidas ou expulsas e a qualidade dos rios, lagos, etc.
A existência de termos expressões únicas para a são alterados.
mineração a caracterizam como uma técnica. Recuperação Ambiental (reclamation) é a
Estes termos serão descritos a seguir: estabilização de áreas degradadas para posterior utilização
Mina – é a escavação feita no subsolo para a extração de de acordo com um plano pré-estabelecido.
bens minerais; Reabilitação Ambiental (rehabilitation) é a atribuição à
área degradada de um novo uso (um estágio biológico
Cava – é a escavação a céu aberto em forma de um enorme apropriado), tais como: preservações ambientais,
buraco, com bancadas (degraus) descendentes para a habitacionais, industriais e comerciais, recreação, lazer,
extração de bens minerais; piscicultura, reflorestamento pastagem, etc.
Engenharia de Minas – é a arte e ciência aplicada aos Passivo Ambiental é a descrição do acúmulo de
processos mineração e operações de mina. Esta, quando danos ambientais que deve ser reparado afim de que seja
acompanhada do geólogo, desenvolve e extraí um depósito mantida a qualidade ambiental de um determinado local.
mineral; Esta noção de passivo ambiental foi tomada emprestada das
ciências contábeis e representa, num primeiro momento, um
Mineral – é uma ocorrência mineral de subst6ancia valor monetário necessário para reparar os danos
usualmente inorgânica, tendo uma composição química ambientais. Desta forma pode-se incluir valores monetários
definida e características físicas distintas; (custos) estimados na reparação de danos causados ao
meio ambiente pelo empreendimento mineiro. Representa
Rochas – são conjuntos de minerais; uma ―dívida‖ para com a geração futura.

Minério – é o mineral que tem utilidade e valor suficiente Poluição Ambiental


para ser extraído com lucro;
São aquela que resulta de atividades que, direta ou
Estéril ou ganga – é o mineral sem nenhuma utilidade ou indiretamente, prejudicam a saúde, a segurança e o bem
valor agregado quando minerado e é proveniente das estar da população, criando condições adversas ás
operações de lavra; atividades sociais econômicas por atividades causadoras de
degradação ambiental. Poluidor é toda pessoa ou empresa,
Rejeito – é o mineral que sofreu processo físicos ou pública ou privada, responsáveis por atividades causadoras
químicos e que não tem valor agregado e é proveniente do da degradação ambiental.
processamento mineral; A poluição ocorre, sobre a biosfera, através de
atividades humanas de duas maneiras: Liberação de
resíduos tóxicos que ataquem os tecidos dos seres vivos,
Instituição de Ensino Charles Babbage | 197
por absoluta falta de um melhor destino para os materiais  Nitratos provenientes de explosivos não detonados;
poluentes. Ex. lixo radioativo, metais pesados, etc. Pelo
próprio homem através da superpopulação onde se  Sólidos em suspensão na água que diminui a sua
acumulam resíduos metabólicos (gás carbônico, esgotos, claridade e reduz a transmissão de luz e quantidade de
etc.). Ex. grandes cidades sem infraestrutura de oxigênio dissolvido na mesma.
saneamento, etc..
O controle da poluição nos cursos d’água pode ser
Impactos Visuais e formas de controle efetivado com drenagens convenientes (desvio da água das
frentes de lavra), o controle da erosão (compactação do
São alterações paisagísticas causadas pela solo), o replantio de vegetação e umedecimento da
implantação de uma mineração em uma área onde se vegetação, além da recirculação da água utilizada no
explora uma jazida mineral. tratamento mineral.

abertura de frentes de lavra a céu aberto; Impactos no solo e formas de controle


 Implantação de infraestrutura (alojamento, oficinas,
escritório,etc.); Um dos fatores responsáveis pela degradação é a
 Disposição de resíduos sólidos e aquosos. erosão causada pela água, quando não drenada, que corre
 O controle do impacto visual pode ser feito através de: sobre o solo, causando a sua destruição. O desmatamento e
 Cortinas arbóreas que confinam a região explorada, a retirada da cobertura vegetal, também acelera o processo
protegendo o meio ambiente dos poluentes relativos a de destruição do solo. O lançamento de resíduos da mina
poeira e ruídos, melhorando a paisagem visual; contendo substâncias tóxicas, também causa destruição do
 Bancadas que quando recobertas com vegetação solo.
diminuem a agressividade da área que está sendo O controle da degradação do solo pode ser feito por
minerada; meio de drenagens superficiais, canaletas, bueiros, etc.,
 Preparo da superfície do solo para receber a vegetação; cobertura vegetal de áreas descobertas, para impedir que a
o Paisagismo que tenta restabelecer a paisagem típica da ação das chuvas destrua o solo; e, por último, a
região como era antes ou dar outro uso à terra. neutralização de substâncias tóxicas em contato com o solo.

Impactos pela poluição do ar e formas de controle Impactos relativos a ruídos e vibrações

Este é definido pala presença ou lançamento na atmosfera A maior fonte de ruídos e vibrações na mineração é
de substâncias em concentração suficiente para intervir a detonação através de explosivos. As fontes de ruídos de
direta ou indiretamente na saúde, na segurança e no bem menor escala são: compressores, britadores, tratores,
estar humano. caminhões, perfuratrizes, etc.
O controle destas fontes é feito através de planos
Ex. de fogo melhores projetados, para evitar uma maior
 Fontes fixas de poluição do ar: liberação de energia. Para as outras fontes é necessária a
 Chaminés de fábricas; regulagem dos motores dos equipamentos e isolamento das
 Britagem e moagem de minérios. fontes emissoras de ruídos. Impactos causados pelos
 Fontes móveis: resíduos sólidos de mineração e formas de controle. Os
 Movimento dos caminhões na mina resíduos de mineração causam vários problemas
 As formas de controle da poluição do ar: ambientais, em particular, quando as operações são a céu
 Aspersão de água nos britadores, frentes de lavra, aberto e movimentam uma grande quantidade de estéril e
estradas de circulação de veículos, etc. rejeito, que deve ser disposto em local apropriado. Procura-
 Revegetação; se, em princípio, uma área que venha a sofrer o menor
 Controle de detonação. impacto possível aliado à segurança e estabilidade das
pilhas de estéril e barragens de rejeitos.
 Impacto pela poluição das águas e formas de
controle.
Os impactos ambientais mais comuns causados pela
disposição controlada de estéril e rejeitos de mineração
É a parte do ambienta mais afetada pela
podem ser melhores entendidas no quadro abaixo:
mineração. Isto acontece através do carreamento de solo
para os rios, lagos, etc. e quando o tratamento de minério
requer a utilização de metais pesados ou compostos  Constantes, causados durante a construção de pilhas,
orgânicos (mercúrio, alcális, etc.). bacias ou barragens de rejeitos até o término de suas
operações;
As principais fontes de poluição das águas são:  Acidentais, causados por mau dimensionamento de
pilhas, barragens ou bacias de rejeitos, podendo
 Oficinas de equipamento (tratores, caminhões, etc.) pela comprometer a sua estabilidade.
liberação de óleos ou detergentes;
Os principais impactos ambientais causados por pilhas
 Tratamentos inadequados do ouro com mercúrio e
de estéril e barragens de rejeitos. A metodologia de
cianetos;

Instituição de Ensino Charles Babbage | 198


construção e recuperação ambiental de pilhas de estéril É claro que estes objetivos serão executados com a
pode ser mais bem participação da empresa, da comunidade envolvida e do
órgão ambiental responsável. Sem a participação destes
interessados não será possível alcançar os objetivos de
recuperação desejados.
A recuperação e reabilitação de áreas mineradas
têm como objetivo primordial:

 Proteção da saúde e segurança da comunidade;


 Minimizar ou eliminar o dano ambiental; e,
 Permitir, no local, um uso produtivo similar ao original ou
uma alternativa aceitável.

Estes objetivos só podem ser aceitos se o local


apresentar condições aceitáveis de:
Recuperação De Áreas Degradadas
Estabilidade Física – estruturas tais como: pilares e
Os tipos de mineração e as características do depósito
aberturas subterrâneas, cavas, barragens de rejeitos e
mineral em particular, ambas afetam a paisagem. A lavra
vertedouros que devem ser estabilizados para evitar
subterrânea causa, usualmente, pequenos danos à
qualquer dano à comunidade local.
superfície e a reabilitação de áreas como barragens de
rejeitos, remoção das construções e equipamentos, fazem
Estabilidade Química – águas superficiais e subterrâneas
da área mais segura. A lavra a céu aberto resulta da
devem ser protegidas contra impactos ambientais adversos
destruição da vegetação existente e no perfil do solo.
resultantes das atividades de lavra e beneficiamento.
Remoção do capeamento e rocha estéril colocada em
pilhas ou cava extinta, podem significar mudanças na
Uso futuro da área – quando do fechamento da mina a
topografia e estabilidade da paisagem. Alguns materiais do
reabilitação e recuperação dos sítios minerados devem ser
capeamento podem liberar sais ou conter material sulfídrico
compatíveis com o uso futuro das áreas vizinhas.
o qual podem gerar drenagem ácida de mina. Estes
 Restauração da área lavrada semelhante à área antes
materiais podem e devem ser selecionados e dispostos de
da lavra com a restauração do escossistema nativo;
maneira que não causem problema ou podem requerer
 Restauração da área lavrada com o retorno da
tratamentos especiais e reabilitação. Um exemplo da
vegetação nativa, restaurando as atividades anteriores à
necessidade de tratamentos especiais é a utilização do
lavra, tais como: agricultura ou florestas nativas;
cianeto na extração do ouro através da lixiviação em pilhas.
 Desenvolvimento da área para usos significativos, mas
diferentes do existente antes da mineração. Criação de uma
Objetivos da recuperação e de áreas degradadas
nova forma de benefícios para a comunidade local. Ex.:
áreas de lazer, habitação, florestas temáticas, agricultura,
Esta pratica indica como objetivos da recuperação de
etc.;
sítios de mina, em ordem de prioridades:

 Proteger a saúde e a segurança da comunidade; Atividades mineiras e medidas adotadas para a


 Minimizar ou eliminar o passivo ambiental, e; reconformação do terreno.
 Permitir, no local, um uso produtivo similar ao original
ou uma alternativa aceitável.

Acrescenta ainda que, para satisfazer as condições


anteriores é necessário que o local esteja em adequadas
condições de estabilidade física (todas as estruturas da
mina) e química (água superficiais e subterrâneas)
protegidas contra os impactos ambientais adversos
resultantes da lavra e beneficiamento, e, por último, um uso
futuro da área aceitável, após a desativação da mina.
Inegavelmente, os objetivos do governo canadense
são muito gerais e correspondem exatamente, ao que todos
nós queremos chegar, só que para isto, é necessário que se
minimizem os impactos causados pela mineração, desde o
início das suas atividades e durante a sua vida útil para que
se proteja e preserve o sítio da mineração, mantendo a sua
estabilidade física e química. Um avanço nesta proposta é a
preocupação com a desativação da mina. É nesta etapa que
se pode escolher qual o tipo de recuperação que devemos
adotar.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 199


pode conter uma tabela com informações de clientes, uma
tabela com informações de fornecedores e uma tabela com
informações de eventos. A tabela com informações de
eventos pode ter um campo para relacioná-la à tabela de
clientes e um campo para relacioná-la à tabela de
fornecedores. Dessa maneira, por exemplo, se o telefone de
um fornecedor mudar, as informações poderão ser alteradas
uma só vez na tabela de fornecedores, e não em cada
evento que envolva o fornecedor.

O Access é uma ferramenta que pode ser usada para


desenvolver, de maneira fácil e rápida, aplicativos de banco
de dados relacional que ajudam a gerenciar as informações.
Você pode criar um banco de dados para ajudá-lo a
controlar praticamente qualquer tipo de informação, como
estoque, contatos profissionais ou processos comerciais. Na
verdade, o Access fornece modelos que podem ser usados
imediatamente para controlar uma grande variedade de
informações, o que facilita o trabalho até mesmo para
iniciantes.
Para ampliar os seus conhecimentos acesse:
www.uniorka.com.br-Portal do aluno. Ao abrir o Access

Bom estudo! Ao iniciar o Access 2010, você vê o modo de exibição


Microsoft Office Backstage, no qual é possível obter
informações sobre o banco de dados atual, criar um novo
banco de dados, abrir um banco de dados existente e exibir
conteúdo de destaque do Office.com.

Informática Aplicada

O que é o Access?

O Access 2010 é uma ferramenta de design e


implantação de aplicativos de banco de dados que pode ser
usada para controlar informações importantes. Você pode
manter os dados no computador ou publicá-los na Internet
— para que outras pessoas possam usar seu banco de
dados com um navegador da Web.

Muitas pessoas começam a usar o Access quando o


programa que usam para controlar informações
gradativamente fica menos adequado para a tarefa. Por
exemplo, vamos supor que você seja um planejador de
eventos e que deseja controlar todos os detalhes que
precisa gerenciar para garantir o sucesso dos eventos. Se
você usar um processador de texto ou um programa de Criar um banco de dados a partir do zero
planilha para fazer isso, poderá facilmente ter problemas
com dados duplicados ou incoerentes. Você pode usar OBSERVAÇÃO Se você quiser uma introdução mais
software de calendário, mas controlar informações completa sobre os conceitos do uso do Access para criar um
financeiras em um calendário não é adequado. banco de dados, consulte o artigo Fundamentos do design
de banco de dados.
Bancos de dados relacionais no Access
Se nenhum dos modelos atender às suas
Às vezes, é necessário um banco de dados relacional necessidades ou se houver dados em outro programa que
para controlar essas informações — um repositório de dados você deseja usar no Access, talvez você imagine que é mais
que foram separados em coleções menores de dados conveniente criar um banco de dados do zero. No Access
(chamadas tabelas) para eliminar a redundância e depois 2010, há uma alternativa: um banco de dados desktop
foram relacionados em conjunto com base em partes padrão ou um banco de dados da Web.
comuns de informações (chamadas campos). Por exemplo,
um banco de dados relacional de planejamento de eventos

Instituição de Ensino Charles Babbage | 200


OBSERVAÇÃO Para obter mais informações sobre Se você não quiser inserir dados ainda, clique em
bancos de dados da Web, consulte o artigo Criar um banco Fechar Imagem do botão.
de dados para ser compartilhado na Web.
Introdução a tabelas
Para criar um novo banco de dados, siga este procedimento:
Visão geral
Inicie o Access.
Normalmente, um banco de dados relacional como o
 Na guia Novo do modo de exibição Backstage, clique em do Access tem várias tabelas relacionadas. Em um banco de
Banco de Dados em Branco ou Banco de Dados da Web em dados bem projetado, cada tabela armazena dados sobre
Branco. um determinado assunto, como funcionários ou produtos.
 IMPORTANTE A sua escolha determinará quais Uma tabela tem registros (linhas) e campos (colunas). Os
recursos estão disponíveis no banco de dados. Os bancos campos têm diferentes tipos de dados, como texto, números,
de dados desktop não podem ser publicados na Web, e os datas e hiperlinks.
bancos de dados da Web não oferecem suporte a alguns
recursos desktop, como as consultas de totais.
 À direita, digite um nome para o banco de dados na caixa
Nome do Arquivo.
 Para alterar o local onde você criará o arquivo, clique em
Procurar Imagem do botão ao lado da caixa Nome do
Arquivo, procure e selecione o novo local e clique em OK.

Clique em Criar.
Um registro
 O Access cria o banco de dados e abre uma tabela vazia
(chamada Tabela1), no modo de exibição Folha de Dados.  contém dados específicos, como informações sobre um
 O Access colocará o cursor na primeira célula vazia da determinado funcionário ou produto.
coluna Clique para Adicionar da nova tabela.
 Para adicionar dados, comece a digitar — ou cole os Um campo
dados de uma outra fonte, como descreve a seção Colar
dados de outra fonte em uma tabela do Access, mais  contém dados sobre um aspecto do assunto da tabela,
adiante neste artigo. como nome ou endereço de email.

OBSERVAÇÕES Um valor de campo

A inserção de dados no modo Folha de Dados foi  cada registro possui um valor de campo. Por exemplo,
pensada de modo a ser muito semelhante com a inserção Contoso, Ltd. ou alguem@exemplo.com.
de dados em uma planilha do Excel. A principal restrição é
Propriedades de tabela e de campo
que os dados devem ser inseridos em linhas e colunas
contíguas, começando no canto superior esquerdo da folha
As características e comportamento das tabelas e
de dados. Não tente formatar os dados incluindo linhas ou
campos são definidos e controlados pelas propriedades. As
colunas em branco como faria em uma planilha do Excel,
propriedades de uma tabela são definidas na folha de
pois isso vai ocupar espaço da tabela. A tabela
propriedades dessa tabela. Por exemplo, você pode definir a
simplesmente contém os dados. Toda a apresentação visual
propriedade Modo de Exibição Padrão para especificar
dos dados será feita nos formulários e relatórios que você
como a tabela é exibida por padrão. A propriedade de um
criará depois.
campo define um aspecto de seu comportamento. Você
também pode definir as propriedades do campo no modo
A estrutura da tabela é criada enquanto você insere os
Design, usando o painel Propriedades do Campo. Todo
dados. Sempre que você adicionar uma nova coluna à folha
campo tem um tipo de dados que define o tipo de
de dados, um novo campo será definido na tabela. O Access
informação armazenado no campo. Por exemplo, várias
define o tipo de dados do campo de acordo com o tipo de
linhas de texto ou moeda são tipos de dados.
dados inserido. Por exemplo, se houver uma coluna na qual
você inseriu somente valores de data, o Access definirá o
Relações de tabelas
tipo de dados do campo como Data/Hora. Se mais tarde
você tentar inserir um valor que não seja uma data (como Embora cada tabela de um banco de dados armazene
um nome ou número de telefone) nesse campo, o Access dados sobre um assunto específico, as tabelas em um
exibirá uma mensagem informando que o valor não banco de dados relacional como o Access armazenam
corresponde ao tipo de dados da coluna. Quando for dados sobre assuntos relacionados. Por exemplo, um banco
possível, planeje a tabela para que cada coluna contenha o de dados pode conter:
mesmo tipo de dados, seja texto, datas, números ou
qualquer outro. Isso facilita muito a construção de consultas,  Uma tabela de clientes que lista os clientes da empresa e
formulários e relatórios que selecionam apenas os dados seus respectivos endereços.
desejados.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 201


 Uma tabela de produtos que lista os produtos que você Uma chave primária é identificada pelo ícone de chave
comercializa, incluindo os preços e as imagens de cada ao lado do nome do campo.
item.
 Uma tabela de pedidos que controla os pedidos dos Uma chave estrangeira — observe a ausência do ícone de
clientes. chave.
 Para conectar dados armazenados em tabelas diferentes,
Vantagens de usar relações
você cria relações. Uma relação é uma conexão lógica entre
duas tabelas que têm um campo comum. Estas são as vantagens de manter os dados
separados em tabelas relacionadas:
Chaves
Adicionar uma tabela a um banco de dados da área de
Os campos que fazem parte de uma relação de tabelas são
trabalho
chamados de chaves. Normalmente, uma chave consiste em
um campo, mas pode ter mais de um. Existem dois tipos de Crie uma nova tabela se você tiver uma nova fonte de
chave: dados que não pertence a nenhuma das suas tabelas
existentes. Há diversas opções para adicionar uma tabela ao
Chave primária: uma tabela só pode ter uma chave
seu banco de dados do Access, como criar um novo banco
primária. A chave primária consiste em um ou mais campos
de dados, inserir uma tabela em um banco de dados
que identificam de forma exclusiva cada registro
existente ou importar ou vincular a uma tabela de outra fonte
armazenado na tabela. O Access fornece automaticamente
de dados, como uma pasta de trabalho do Microsoft Excel,
um número de identificação exclusivo, chamado de número
um documento do Microsoft Word, um arquivo de texto, um
de identificação, que serve como chave primária. Para obter
serviço Web ou outro banco de dados. Quando você cria um
mais informações, consulte Adicionando ou alterando a
novo banco de dados em branco, uma nova tabela vazia é
chave primária de uma tabela.
inserida automaticamente. Você pode então inserir os dados
Chave estrangeira: uma tabela também pode ter uma ou na tabela para começar a definir os campos.
mais chaves estrangeiras. Uma chave estrangeira contém
Para obter mais informações sobre a adição de um
valores que correspondem a valores na chave primária de
campo a um banco de dados da área de trabalho, consulte o
outra tabela. Por exemplo, você pode ter uma tabela
artigo Adicionar um campo a uma tabela.
Pedidos na qual cada pedido tem um número de
identificação do cliente que corresponde a um registro em
 Criar uma nova tabela em um novo banco de dados da
uma tabela Clientes. O campo de identificação do cliente é
área de trabalho
uma chave estrangeira da tabela Pedidos.
 Em Arquivo, clique em Novo > Banco de dados do
A correspondência de valores entre campos de chave desktop em branco.
forma a base de uma relação de tabelas. A relação de  Na caixa Nome do Arquivo, digite um nome de arquivo
tabelas é usada para combinar os dados das tabelas para o novo banco de dados.
relacionadas. Por exemplo, suponhamos que você tenha  Para salvar o banco de dados em um local diferente,
uma tabela Clientes e uma tabela Pedidos. Na primeira, clique no ícone de pasta.
cada registro é identificado pelo campo de chave primária, o  Clique em Criar.
ID.  O novo banco de dados é aberto com uma nova tabela
chamada Tabela1; renomeie a tabela de acordo com o tipo
Para associar cada pedido a um cliente, você adiciona de dados que ela armazena.
um campo de chave estrangeira à tabela Pedidos que  Criar uma nova tabela em um banco de dados existente
corresponda ao campo ID da tabela Clientes e, em seguida,  Clique em Arquivo > Abrir e clique no banco de dados, se
cria uma relação entre as duas chaves. Ao adicionar um ele estiver listado em Recentes. Caso contrário, selecione
registro à tabela Pedidos, você usa um valor para a uma das opções de navegação para localizar o banco de
identificação do cliente que é proveniente da tabela Clientes. dados.
Sempre que desejar visualizar qualquer informação sobre o
cliente de um pedido, você usará a relação para identificar Em Criar, clique em Tabela.
quais dados da tabela Clientes correspondem a quais
registros na tabela Pedidos. Uma nova tabela é adicionada e aberta no modo Folha
de Dados.

Consistência Como cada item de dados é registrado


apenas uma vez em uma tabela, há menos oportunidades
de gerar ambiguidade ou inconsistência. Por exemplo, você
armazena o nome de um cliente apenas uma vez em uma
tabela sobre clientes, em vez de armazená-lo de forma
repetida (e possivelmente, inconsistente) em uma tabela que
contenha dados do pedido.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 202


Eficiência O registro de dados em um único lugar  Na guia Dados Externos, no grupo Importar e Vincular,
significa menos espaço em disco utilizado. Além disso, clique em uma das fontes de dados disponíveis.
tabelas menores tendem a fornecer dados mais rapidamente  Siga as instruções nas caixas de diálogo exibidas em
do que as maiores. Por fim, se você não usar tabelas cada etapa.
separadas para assuntos separados, introduzirá valores  O Access cria a nova tabela e a exibe no Painel de
nulos (ausência de dados) e redundância em suas tabelas, o Navegação.
que pode desperdiçar espaço e prejudicar o desempenho.  DICA Você também pode importar ou vincular a uma
lista do SharePoint. Para obter mais informações, consulte
Compreensibilidade O design de um banco de dados Importar de ou vincular dados a uma lista do SharePoint.
ficará mais fácil de entender se os assuntos estiverem
devidamente separados em tabelas. Início da página INÍCIO DA PÁGINA

Dados externos Usar um site do SharePoint para criar uma tabela

Você pode criar um vínculo com uma variedade de Você pode criar uma tabela no banco de dados que
fontes de dados externas, como outros bancos de dados, importe de uma lista do SharePoint ou vincule a ela.
arquivos de texto e pastas de trabalho do Excel. Durante a Também pode criar uma nova lista do SharePoint usando
vinculação a dados externos, o Access pode usar o vínculo um modelo predefinido.
como se fosse uma tabela. Dependendo da fonte de dados
externa e do modo como o vínculo é criado, é possível editar  Em Criar, clique em Listas do SharePoint e siga um
os dados na tabela vinculada e criar relações que a destes procedimentos:
envolvam. Entretanto, não é possível alterar o design dos  MostrarCriar uma lista do SharePoint baseada em um
dados externos usando o vínculo. modelo
 MostrarCriar uma nova lista personalizada
 MostrarImportar os dados de uma lista existente
Importar ou vincular para criar uma tabela  MostrarVincular a uma lista existente
 Definir propriedades da tabela em um banco de dados da
Você pode criar uma tabela importando ou vinculando área de trabalho
a dados armazenados em outro lugar. Você pode importar  É possível definir propriedades que se apliquem a toda
ou vincular a dados em uma planilha do Excel, uma lista do uma tabela ou a registros inteiros.
Windows SharePoint Services, um arquivo XML, outro banco  Selecione a tabela cujas propriedades você deseja
de dados do Access, uma pasta do Microsoft Outlook etc. definir.
 Na guia Página Inicial, no grupo Modos de Exibição,
Ao importar dados, você cria uma cópia deles em uma clique em Modo de Exibição e depois em Modo Design.
nova tabela no banco de dados atual. Qualquer alteração  Na guia Design, no grupo Mostrar/Ocultar, clique em
subsequente nos dados de origem não afetará os dados Folha de Propriedades.
importados, e vice-versa. Depois de se conectar a uma fonte
de dados e importar os dados, você poderá usar os dados
importados sem a conexão com a fonte. É possível alterar o
design de uma tabela importada.

Ao criar um vínculo com os dados, você gera uma


tabela vinculada no banco de dados atual que representa
um link dinâmico com as informações já existentes
armazenadas em outro lugar. Quando você altera os dados
em uma tabela vinculada, está modificando esses dados na
fonte. Sempre que isso ocorre, essa alteração é mostrada  Na folha de propriedades, clique na guia Geral.
na tabela vinculada. Você deve ser capaz de se conectar à  Clique na caixa à esquerda da propriedade que você
fonte de dados sempre que usar uma tabela vinculada. Não deseja definir e insira uma configuração para a propriedade.
é possível alterar o design de uma tabela vinculada. Para ver uma lista das propriedades da tabela, clique em
Propriedades de Tabela Disponíveis.
OBSERVAÇÃO Você não pode editar dados em  Pressione CTRL+S para salvar as alterações.
uma planilha do Excel usando uma tabela vinculada. Uma  DICA A fim de fornecer mais espaço para editar ou
solução alternativa é importar os dados de origem para um inserir uma configuração na caixa da propriedade, pressione
banco de dados do Access e depois vinculá-lo ao banco de SHIFT+F2 para exibir a caixa Zoom. Se você estiver
dados do Excel. Para obter mais informações sobre como definindo a propriedade Regra de Validação como uma
vincular ao Access a partir do Excel, pesquise a Ajuda do expressão e desejar ajuda para fazer isso, clique em
Excel Imagem de botão ao lado da caixa de propriedade
RegraDeValidação para exibir o Construtor de Expressões.
 Criar uma nova tabela importando ou vinculando a dados
externos Adicionar um campo a uma tabela em um banco de
dados da área de trabalho

Instituição de Ensino Charles Babbage | 203


Armazene cada parte de dados que deseja controlar Excel é o ―.XLSX‖ (a partir da versão 2007), pois
em um campo. Por exemplo, em uma tabela de contatos, anteriormente era ―.XLS‖.
crie campos para Sobrenome, Nome, Número de Telefone e
Endereço. Em uma tabela de produtos, crie campos para Uma das vantagens do uso do Excel é a sua interface
Nome do Produto, Identificação do Produto e Preço. simples. Ela facilita o trabalho dos usuários e é composta de
―linhas‖ (identificadas por números) e ―colunas‖ (identificadas
Antes de criar os campos, tente separar os dados em por letras). A intersecção de uma linha e de uma coluna é
partes úteis menores. É muito mais fácil combinar dados denominada ―célula‖. Esta é representada pela identificação
mais tarde do que separá-los. Por exemplo, em vez de um da coluna e da linha.
campo Nome Completo, considere a possibilidade de criar
campos separados para Sobrenome e Nome. Depois, você Criando planilhas
poderá pesquisar ou classificar por Nome, Sobrenome ou
ambos. Se você planeja relatar, classificar, pesquisar ou Para dar início aos trabalhos de criação de planilhas
calcular um item de dados, coloque-o em um campo no Excel, deve-se, primeiramente,selecionar o comando
sozinho. Para obter mais informações sobre design de um ―Novo‖ e a opção ―Pasta em Branco‖. Caberessaltar que
banco de dados e criação de campos, confira os links na dentro de uma pasta pode haver várias planilhas. Na Figura
seção Consulte também. pode se verificar que se está trabalhando em ―Plan1‖ e, se
clicarmos como mouse em ―Plan2‖ ou ―Plan3‖, encontrar-se-
Depois de criar um campo, você também pode definir ão as planilhas vazias. Pararealizar a alteração do nome da
as propriedades dele para controlar sua aparência e seu planilha basta clicar duas vezes com o botãoesquerdo do
comportamento. mouse em cima do nome que se deseja alterar. Para inserir
umanova planilha basta clicar em ―Inserir Planilha― (Figura)
Você pode criar um novo campo no Access inserindo ou através da teclade atalho (Shift+F11).
dados em uma nova coluna no modo Folha de Dados.
Quando você cria um campo inserindo dados no modo Folha
de Dados, o Access automaticamente atribui um tipo de
dados para o campo, com base no valor inserido. Caso
nenhum outro tipo de dados estejam implícito pelo que você
inseriu, o Access definirá o tipo de dados como Texto, mas
você poderá alterá-lo
Quando se deseja inserir um texto, um valor ou
Adicionar um campo inserindo dados umafórmula sempre se fará isso em uma determinada célula
da planilha. Comoexemplo, pode-se visualizar a planilha
Quando você cria uma nova tabela ou abre uma já apresentada na Figura, onde na―célula C4‖ foi digitado o
existente no modo Folha de Dados, pode adicionar um valor 0
campo à tabela inserindo dados na coluna Adicionar Novo
Campo da folha de dados.

Insira dados na coluna Adicionar Novo Campo em branco.

Para adicionar um novo campo:

 Crie ou abra uma tabela no modo Folha de Dados.


 Na coluna Adicionar Novo Campo, insira o nome do
campo que você deseja criar. Use um nome descritivo, para Fórmulas
que o campo seja identificado mais facilmente.
 Insira dados no novo campo. Operadores aritméticos

O Microsoft Excel São utilizados para a realização de operações


matemáticas básicas comoadição, subtração, multiplicação,
A partir das planilhas desenvolvidas é possível a divisão e exponenciação.
geração de relatórios, gráficos, bem como a exportação
dessas para outros softwares e sua publicação em páginas
web. Atualmente, a extensão dos arquivos de uma planilha

Instituição de Ensino Charles Babbage | 204


Gráfico em linhas

Os gráficos em linhas são bastante utilizados para a


apresentação de tendênciasao longo do tempo. Suas
diferentes configurações são apresentadas a seguir,na
Figura.

Operadores de comparação

Gráfico em pizza

O gráfico em pizza é usado para denotar a


contribuição de cada valor com relaçãoao total. Só são
utilizados quando os valores da série puderem ser somados
ouquando há a existência de uma série única de dados e
todos os valores positivos.Suas diferentes configurações são
apresentadas a seguir na Figura.

Gráficos no Excel

De acordo com Microsoft Excel (2012), os gráficos são


usados para exibirséries de dados numéricos em formato
gráfico, com o objetivo de facilitar acompreensão de grandes
quantidades de dados e do relacionamento entrediferentes
séries de dados. Para a criação de um gráfico a partir de
uma planilhaexistente, deve-se clicar no menu a opção
―Inserir‖ e na guia, ―Gráficos‖ (quepode ser visualizada na
Figura)

Gráfico em barras

Os gráficos em barras são utilizados para uma melhor


comparação entremúltiplos valores. Suas principais
configurações são apresentadas a seguir,na Figura.

Gráfico em colunas

Os gráficos em colunas são utilizados para a


comparação de valores emvárias categorias. A seguir, na
Figura, apresentam-se os diferentes tiposde gráficos em
colunas.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 205


apresentação PPT bem montada, fica uma pergunta: como é
que eles conseguem fazer isso?
Gráfico de área
O PowerPoint, assim como o Word e o Excel – só para
Os gráficos de área denotam as diferenças entre ficar nos aplicativos mais usados – aceita os mesmos
vários conjuntos de dados aolongo de um período de tempo. comandos básicos de edição. Inserir, copiar, mover e apagar
Seus principais tipos podem ser visualizadosna Figura. qualquer elemento de uma apresentação são ações feitas
de forma similar ao que se faz um arquivo de textos.

Mas uma apresentação bem feita começa bem antes


de se colocar as mãos na massa, no caso, no programa
propriamente dito. Como qualquer projeto, para que o
resultado final seja satisfatório, é necessário planejar tendo
em vista o que se quer comunicar, para quem se vai falar e
– acredite – até o tamanho e condições de iluminação do
local onde a apresentação será feita. Afinal, de nada vai
adiantar você todo o esmero no preparo do seu PPT se ele
não puder ser visto por toda a audiência, certo?
Gráfico de dispersão Seu conhecimento e domínio vão ajudar a sedimentar
conceitos úteis tanto para PPTs mais simples, quanto na
É um gráfico utilizado quando os valores a serem
elaboração de apresentações mais complexas.
apresentados não se encontramem ordem no eixo X. É
também conhecido como gráfico X,Y. Suas formassão
apresentadas a seguir na Figura.
Planejamento
A etapa que precede a criação de uma apresentação é
de vital importância para o sucesso projeto como um todo.

Há quem argumente que sempre é possível inserir um


slide (como cada uma das telas da apresentação são
chamadas) a qualquer momento, para completar o que se
deseja comunicar. Mas não reclame se, no final, a
apresentação ficar parecida com uma colcha de retalhos.

Além dos tipos de gráficos apresentados


Defina claramente a(s) mensagem(ns) que deve(m)
anteriormente, outros tipos sãodisponibilizados e
ser transmitida(s) e procure ter em mãos (eletronicamente
visualizados na FiguraApresentação Técnica.
falando) todas as informações necessárias: dados, textos,
tabelas, gráficos, imagens, vídeos, áudio e links na web.

Priorize e ordena as informações de modo a permitir


que a audiência compreenda claramente o que se deseja
comunicar.

Evite, por exemplo, mostrar um slide que traga um


dado ou conceito que só será explicado muito adiante; é
provável que quando o slide com a explicação chegar,
ninguém se lembre mais ao que ela diz respeito.

Se algum dado não for essencial para o contexto da


apresentação, não pense duas vezes e deixe-o de lado. Em
geral, somos tentados a querer adicionar um amontoado de
informações como se isso fosse sinal de conteúdo
adequado.

Um PPT poluído ou com excesso de detalhes distrai a


audiência e tira o foco do que realmente é importante. Em
resumo: muita informação, no lugar de ajudar, atrapalha.
Das ferramentas que compõem a suíte de escritórios
da Microsoft, o PowerPoint é, talvez, a mais flexível e a mais Além disso, não coloque todos os dados nos slides;
complexa de ser usada. Toda vez que vemos uma manter algumas informações-chave em mãos, que serão
faladas durante a apresentação, ajudam o palestrante – no

Instituição de Ensino Charles Babbage | 206


caso, você – a manter a atenção da audiência e evita que Slide mestre: não é necessário aceitar todas
você se torne um leitor de PPT. as sugestões feitas pela ferramenta

A próxima ilustração apresenta uma sugestão slide


mestre que utilizamos em PC World, com o logotipo da
editora (Now!Digital Business) em primeiro plano, e na parte
inferior do slide, as marcas de cada uma de nossas
publicações.

Excesso de informação: este slide, usado por Bill Gates na


apresentação do
Windows Live, é considerado um dos piores exemplos de
mau uso do software

Slides fundamentais

Qualquer apresentação, por mais simples que seja,


deve conter três slides. Gastar um tempo em sua criação vai
compensar: você poderá utilizá-los no Perca um tempo em Slide Mestre enxuto: contém só a informação
sua criação, vai valer a pena. visual necessária ao contexto

Slide de abertura

Slide-mestre Esse é o primeiro slide que sua apresentação deve


ter. Nele, devem contar o tema da apresentação; um
Este slide é o que serve de pano de fundo para todas subtítulo, com no máximo duas linhas, com informações
as suas apresentações. Ele pode conter, por exemplo, o adicionais; seu nome e cargo. Pode-se incluir ainda outro
logotipo de sua empresa e outra informação que seja slide – com a informações da agenda de sua apresentação.
importante, como um telefone de contato.

Slide de fechamento
Evite ―poluir‖ o slide mestre. Ainda que se possa
colocar diversas informações nele, tenha em vista que, Também conhecido como o ―Muito obrigado‖, este slide
quanto mais elementos gráficos ele tiver, menos espaço vai é importante por apresentar, como forma de reforço, seu
sobrar para ser usado nos slides que devem conter a nome e informações de contato. É simpático (e esperado)
informação que você quer passar para audiências. fornecer seu e-mail e telefone comercial – a não ser que
você seja um vendedor, não indicamos fornecer o número
Para abrir o slide mestre, clique em Exibir, Mestre e, do seu celular para uma platéia que você desconheça.
depois, Slide Mestre.
Regras gerais de uma boa apresentação
Note (figura abaixo) que o aplicativo oferece caixas
pré-definidas para que se possa escolher itens importantes. Não acredite em receitas milagrosas: cada apresentação
Mas o usuário pode optar por usar outros elementos, como é única. Contudo, existem regras fundamentais que, se não
logotipos. asseguram sucesso absoluto do seu PPT (isso depende
muito da sua desenvoltura no momento da apresentação),
podem evitar que ela seja um fracasso.

Quanto menos, melhor: essa é uma dica que tem duas


aplicações distintas já que vale tanto para o número de
slides da apresentação, quanto para a quantidade de
informação por slide. Uma apresentação enxuta oferece a
oportunidade de maior interação entre o palestrante e a
audiência. E prefira usar imagens a textos: lembre-se que
uma imagem vale mais que mil palavras.

Garanta visibilidade: não se esqueça que o que você vê na


tela do computador quase sempre é diferente do que é
mostrado numa apresentação em sala escura, com os
Instituição de Ensino Charles Babbage | 207
Avalie a real necessidade de usar elementos gráficos e níveis em excesso
projetores existentes por aí. Evite utilizar fontes (tipos de
letras) com excesso de detalhes – a Arial é uma fonte
comum e bem aceita – e não é preciso dizer que não se
deve misturar fontes distintas em uma mesma apresentação. Domine as informações: não há nada mais irritante do que
um palestrante que precisa a todo instante consultar suas
Efeitos e cores: Negritos, itálicos e sublinhados devem ser anotações ou mesmo os dados dos slides para completar
evitados– eles cansam e não costumam funcionar muito uma frase ou responder a uma pergunta qualquer da
bem à distância. O uso de cores também deve ser feito com audiência; treine, repasse os dados tantas vezes quantas
cautela. O que aparece num reluzente laranja na tela do forem necessárias para que não reste dúvidas.
notebook pode ser exibido na tela de projeção com outro
tom e confundir em vez de se destacar. Opte por cores que
apresentem bom contraste com a cor usada no fundo Para ampliar os seus conhecimentos acesse:
(principalmente se o slide mestre tiver alguma cor). Faça um www.uniorka.com.br-Portal do aluno.
teste de cores antes, se possível na mesma sala onde a
Bom estudo!
apresentação será feita.

Química Aplicada

A Química e uma ciência natural que estuda a


composição, a estrutura e as propriedades das substâncias
e suas transformações. Os conhecimentos de Química são
Cores inadequadas dificultam a leitura do conteúdo empregados na explicação e resolução de muitos
problemas, com base em aspectos científicos e técnicos.
Cuidado com gráficos: As imagens são mais importantes Por exemplo: o efeito da chuva ácida nas obras civis; os
que as palavras, mas elas devem trazer informações riscos ao meio ambiente da utilização de certos produtos
legíveis. Um gráfico poluído ou que utilize uma escala muito químicos em estações de tratamento de águas de
pequena (ou muito grande – dependendo da informação abastecimento ou residuária; produção de materiais
apresentada) pode ser tão inútil quanto um parágrafo alternativos na construção civil; contaminação por metais
enorme e que dá sono em quem vai ler. pesados provenientes de tintas e vernizes; etc.

Não crie muitos níveis: O PowerPoint oferece uma cômoda Matéria, Substância, Elemento, Composto e Misturas
maneira de ser criar conteúdo de texto nos slides,
fornecendo bullets (que podem ter as mais diversas Todos os corpos que nos rodeiam, fazem parte da
representações) e que cria subníveis se você teclar Tab em matéria do universo. Cada espécie de matéria e uma
um item em branco. A cada novo item, uma representação substância. A substância e constituída de elementos. E a
diferente é criada e o tamanho da fonte diminui. O bom união de duas ou mais substâncias forma uma mistura.
senso indica que não se deve usar mais do que três níveis,
sob o risco de as informações ficarem confusas. Matéria - Tudo que tem massa e ocupa lugar no espaço. A
matéria e descrita através de uma especificação de uma
Evite excessos: Usar recursos multimídia, como vídeos, extensão ou quantidade.
animações e músicas, podem tornar a apresentação mais
dinâmica. Porém, tenha em mente que o importante é a Estados da Matéria - A matéria pode ser apresentada em 5
mensagem que se deve passar e não o show que você fará. estados físicos:
Se tal recurso servir para reforçar a mensagem, vá em  Sólido
frente; caso contrário, dispense.
 Líquido
Cuidado com a ortografia: a apresentação pode estar  Gasoso
impecável, com toda a informação corretamente organizada,  4º estado (plasma)
coesa e leve. Mas um único escorregão com a língua  5º estado
portuguesa pode por tudo a perder. Revise, revise e revise
de novo. No estado sólido, a matéria apresenta forma
própria e volume definido. No estado líquido, a matéria
apresenta volume constante, mas a forma é aquela do
recipiente que a contém. No estado gasoso, a matéria não
apresenta forma própria e nem tem volume constante.

Propriedades da Matéria - As propriedades da matéria


podem ser: físicas e químicas:

Instituição de Ensino Charles Babbage | 208


Propriedades Físicas: são utilizadas para identificar a de serem caracterizadas, como por exemplo, à água
substância (ex.: ponto de fusão, ponto de ebulição, salgada, que e uma mistura de água e sal. As misturas
densidade, solubilidade, calor especifico, massa, volume, podem ser classificadas em: homogêneas e heterogêneas.
etc.).
Misturas Homogêneas: São uniformes em relação a todas
Propriedades Químicas: não são utilizadas para identificar as propriedades, são monofásicos e são chamadas de
a substância, são usadas para prever transformações (ex.: solução (ex.: ar, água salgada, gasolina, vidro, etc.).
reatividade, eletronegatividade, afinidade eletrônica, energia
de ionização). Misturas Heterogêneas: São constituídos de misturas
homogêneas (fases) separadas por superfícies bem
Substâncias - E a matéria formada por moléculas iguais definidas (interface), onde ocorrem mudanças bruscas de
entre si. Um só tipo de molécula constitui a substância pura propriedades (ex.: água e óleo; areia e água, água
(ex.: água, sal, ferro, açúcar e oxigênio, etc.). As substâncias gaseificada - água e dióxido de carbono, etc.).
puras podem ser formadas de elementos e de compostos,
são denominadas substâncias simples ou substâncias Periodicidade Química
compostas, respectivamente.
As substâncias são reconhecidas pelas suas Por simplicidade, na pratica, um único átomo e
características ou propriedades. As propriedades de uma denominado de Elemento Químico, onde a quantidade de
substância informam o emprego a que se destinam. prótons contido em seu núcleo passou a ser designado
como Número Atômico (Z) ou Número de Prótons. Assim, o
Substância Simples: Formada por um único elemento Número Atômico e usado para identificar o Elemento
químico, um só tipo de átomo na molécula (ex.: ferro Químico. Outro número característico do Elemento Químico
metálico – Fe, gás oxigênio – O2, gás ozônio – O3, etc.). e a sua massa atômica (A), assim o elemento e
representado na Tabela Periódica com:
Substância Composta: Formada por átomos de mais de
um elemento químico, mais de um tipo de átomo na
molécula (ex.: gás clorídrico – HCl, gás carbônico – CO2,
etc.).

Elemento - E uma substância pura, simples, fundamental e


elementar (ex.: sódio, cloro, hidrogênio, oxigênio, ferro, etc.).
Um elemento não pode ser separado ou decomposto em
substâncias mais simples. Cada elemento pode ser
representado por um símbolo. Assim, a palavra elemento
normalmente e relacionada ao símbolo químico da
substância simples.
A primeira tentativa de relacionar os diferentes
elementos químicos da natureza foi realizada por Lavoisier, Famílias e Períodos
em 1789, compondo uma lista de 33 substâncias tomadas
como elementos, porém um pouco mais de 20 eram A Tabela Periódica e organizada em colunas verticais
realmente elementos. Hoje em dia se conhecem 111 chamadas grupos ou famílias e filas horizontais chamadas
elementos. de períodos.

Famílias ou Grupos: a classificação dos grupos segue


Composto - E uma substância pura constituída de dois ou
regras diferentes de acordo com dois órgãos científicos de
mais elementos combinados sempre nas mesmas
química. De acordo com Chemical Abstract Service Group,
proporções (ex.: sal de cozinha - NaCl, açúcar –
os grupos são divididos nos seguintes grupos:
C12H22O11, sal de sulfato de cobre penta-hidratado –
CuSO4.5H2O, etc.). Os compostos são representados por
-elementos representativos (grupos A) e;
fórmulas. Um composto pode ser separado ou decomposto
em substâncias mais simples. Proust elaborou a Lei das -elementos de transição (grupos B).
Proporções Definidas ou Lei da Composição Constante cujo
enunciado é: Os grupos A são conhecidos por nomes especiais como:
―Um composto puro, qualquer que seja sua origem,
contém sempre as mesmas proporções definidas, ou  Grupo IA (ou Grupo 1): metais alcalinos;
constantes, dos elementos que os constituem‖  Grupo IIA (ou Grupo 2): metais alcalinos terrosos;
 Grupo IIIA (ou Grupo 13): família do boro;
Mistura - É a composição de duas ou mais substâncias  Grupo IVA (ou Grupo 14): família do carbono;
misturadas fisicamente. As misturas podem ser identificadas  Grupo VA (ou Grupo 15): família do nitrogênio ;
através do ―olho nu‖, lupas ou microscópios. Exemplo:  Grupo VIA (ou Grupo 16): família dos calcogênios (os que
granito (observa-se a ―olho nu‖ os grânulos de quartzo geram calor);
branco, mica preta, feldspato rosa concreto, madeira, óleo  Grupo VIIA (ou Grupo 17): família dos halogênios (os que
de motor e ligas metálicas). Algumas misturas são difíceis geram sais);
Instituição de Ensino Charles Babbage | 209
números iguais de elétrons de cada spin. Os materiais
paramagnéticos são fracamente atraídos em presença de
um campo magnético. As substâncias paramagnéticas são
fortemente atraídas em presença de um campo magnético.

Distribuição dos Elétrons nos Orbitais A distribuição dos elétrons nos orbitais é feita através
de um método gráfico chamado de Diagrama de Linus
A disposição dos elétrons nos orbitais de um átomo
Pauling (Figura). O preenchimento dos orbitais, formado
em estado fundamental é chamada de configuração
pelos subníveis (s, p, d, f), com elétrons, e realizado
eletrônica. Os elétrons se distribuem segunda a regra de
seguindo as flechas diagonais descendentes. Verifica-se
Hund, o que significa que os elétrons se encontram nos
que o subnível s do orbital 4 e menos energético que o
menores níveis de energia disponível. A localização do
subnível 3d, assim como o 5s e menos energético que o 4d
elétron e indicada pelos seguintes números quânticos:
e o 6s possui menor energia que o 4f, e assim
sucessivamente.
 Número Quântico Principal
 Número Quântico Secundário ou Azimutal
 Número Quântico Magnético
 Número Quântico Spin Estequiometria

A estequiometria e a parte da química em que se


investigam as proporções dos 5 elementos que se
Número máximo de elétrons nos orbitais s, p, d e f. combinam ou dos compostos que reagem. Essas
proporções são determinadas por meio de cálculos
estequiométricos. RUSSEL (1994) define estequiometria
como:

―Estudo quantitativo da composição química (composto e


fórmula estequiométrica) e transformações químicas (reação
e equação estequiométrica). ‖

Os cálculos estequiométricos têm importância


fundamental em todos os campos da química,
O movimento circular de carga elétrica faz com que o
especialmente na análise quantitativa e na síntese de
elétron atue como um eletroímã da mesma forma como uma
compostos. Na Química Aplicada a Engenharia do Meio, o
corrente elétrica, passando através de um fio enrolado em
profissional precisa frequentemente conhecer ou deduzir
torno de um prego, faz com que o prego se torne
relações entre as quantidades de substâncias que
magnetizado. Os elétrons podem girar no sentido horário e
participam de reações químicas em meios aquáticos,
anti-horário. Dois elétrons próximos apresentando spins
atmosfera e solo. Para tanto, os conceitos de massa
contrários se repelem eletricamente, porem se atraem
atômica, massa molecular, mol, entre outros, devem ser
magneticamente; e dois elétrons próximos apresentando
revistos.
spins iguais se repelem elétrica e magneticamente.
Conceitos Fundamentais da Estequiometria
O spin do elétron e também responsável pela maioria
das propriedades magnéticas que se encontram associadas
A seguir serão revistos os conceitos de Fórmulas químicas,
aos átomos e moléculas. Os materiais podem apresentar as
massa atômica, massa molecular, mol, número de
seguintes propriedades magnéticas diamagnetismo,
Avogadro, massa molar.
paramagnetismo e ferromagnetismo.
Fórmulas Químicas
Os materiais que são diamagnéticos não sofrem
atração quando submetidos a um campo magnético (são
repelidos ligeiramente). Nestas substâncias, existem
Instituição de Ensino Charles Babbage | 210
As Fórmulas químicas são empregadas para A massa molecular e a soma das massas atômicas de
representar compostos ou agregados de átomos. Existem todos os átomos constituintes da molécula. Como por
basicamente dois tipos de Fórmulas: as moleculares e as exemplo, a massa molecular da propanona e igual a 58,09
estruturais. As Fórmulas moleculares são formadas pelos u; a massa molecular do perclorato de potássio = 122,44 u.
símbolos dos átomos e um subíndice para indicar a
quantidade de átomos existente na molécula, dando a Mol
quantidade real de átomos, como por exemplo, a molécula
da glicose representada pela formula C6H12O6. A palavra mol vem do latim e significa um amontoado
ou pilha de pedras para conter as águas do mar (quebra-
As Fórmulas estruturais são aquelas que mostram as mar). Por analogia, o termo mol representa um amontoado
ligações entre os átomos, como por exemplo, a formula de átomos, moléculas, elétrons, íons ou outras partículas.
estrutural do sabão.
Esse amontoando contem sempre 6,02.1023
unidades, do mesmo modo de 1 dúzia que corresponde a 12
unidades. Por conseguinte, como uma dúzia de ovos contém
12 unidades de ovos; um mol de ovos corresponde a
6,02.1023 unidades de ovos; um mol de elétrons
corresponde a 6,02.1023 unidades de elétrons; um mol de
moléculas corresponde a 6,02.1023 unidades de moléculas
e assim por diante. Uma vez que átomos, íons ou moléculas
Massa Atômica são pequenos de mais para serem tratados individualmente
no laboratório, na pratica se trabalha com os moles destas
Como e impossível fisicamente se determinar a massa partículas.
ou peso de um átomo foi necessário criar um padrão de
unidade (teórico), denominada de ―unidade de massa Assim, pode-se pesar um mol de qualquer substância
atômica‖, simbolizada por ―uma‖ ou ―u‖. em uma balança comum; por exemplo, 1 mol de limalha de
ferro equivale a massa atômica do elemento químico Fe
A ―uma – unidade de massa atômica‖ foi estabelecida expresso em gramas. Logo:
em função de 1/12 da massa do átomo de carbono (C)
isótopo 12, como demonstrado na Tabela. 1 mol de ferro (Fe) = 6,02.1023 átomos de ferro = 55,845 g

Ligações Químicas

Os átomos possuem a capacidade de se combinar


entre si para produzirem espécies mais complexas. Eles se
que equivale a: combinam para ficarem estáveis, adquirindo a configuração
eletrônica dos gases nobres. Os gases nobres não fazem
1/12 da massa de C = 1 uma = 1 u = 1,66.10-24 g ligações químicas com os demais elementos, pois
apresentam grande estabilidade. Esta estabilidade e
Portanto, a massa atômica é a massa de um átomo, consequência da configuração eletrônica que apresentam 8
expresso em unidades de massa atômica (uma), como por elétrons na camada de valência. Os outros elementos
exemplo, massa atômica do flúor = 18,998 uma. estabelecem as ligações químicas para adquirirem a
configuração eletrônica idêntica a dos gases nobres. Desta
Massa Molar
forma, a Regra do Octeto dita que:
Como os átomos podem se agrupar para formar
―Os átomos tendem a ganhar ou perder elétrons até
conjuntos bem definidos, denominados moléculas. Assim,
que existam oito elétrons em sua camada de valência. ‖
molécula e a menor parte da matéria que caracteriza uma
substância pura. Aqui cabe lembrar a definição de elemento Assim como os átomos, as moléculas de algumas
químico ou substância simples, que e um conjunto de substâncias também são capazes de reagir com outras
átomos iguais, de mesma espécie. E substância pura e um moléculas para formar novas substâncias. Estas
conjunto de moléculas iguais. combinações são ocasionadas pelos diferentes tipos de
ligações químicas. As ligações químicas são forças que
E sabido que os átomos que reagem, sempre
unem os átomos formando agrupamento de átomos,
guardando entre si relações simples de números inteiros,
agrupamentos de partículas carregadas (os íons) ou
como por exemplo, átomos de hidrogênio e de oxigênio,
moléculas. Os tipos de ligações químicas determinam as
combinam-se numa proporção de 2:1 para formar moléculas
propriedades características das substâncias.
de água; átomos de enxofre, carbono e nitrogênio, por outro
lado, formam o íon tiocianato (SCN-), quando se combinam Principais Tipos de Ligações Químicas
numa razão de 1:1:1.
Basicamente existem 3 tipos de ligações químicas mais
importantes:

Instituição de Ensino Charles Babbage | 211


 ligação iônica;  Moléculas polares são solveis em solventes polares,
 ligação metálica; moléculas apolares são solúveis em solventes apolares.
 ligação covalente.
Tipos de Ligações Químicas Intermoleculares
Entretanto, existem algumas interligações moleculares
que conseguem explicar determinadas propriedades As outras ligações, menos energética e uma pouco
peculiares de algumas substâncias. Vale lembrar, que um mais fraca que as ligações citadas anteriormente, são:
tipo de ligação química não predomina sozinha, ocorre uma
ligação intermediaria entre os tipos puros definidos pelos  Forças de Van der Waals, forças de London ou dipolo
modelos, pois entendê-los isoladamente se torna mais induzido;
simples e mais didático.  Forças dipolo permanente;
 Ligações de hidrogênio.
Ligação Iônica
Forças de Van der Waals, Forças de London ou Dipolo
A ligação iônica ocorre quando um ou mais elétrons Induzido - Dipolo Induzido
são transferidos da camada de valência de um átomo para a
camada de valência de outro, resultando na atração As forças de Van der Waals, forças de London ou
eletrostática entre uma partícula de carga positiva (íon dipolo induzido - dipolo induzido ocorrem entre moléculas
positivo) e outra de carga negativa (íon negativo). apolares ou entre átomos de gases nobres, quando por um
motivo qualquer ocorre uma assimetria na nuvem eletrônica,
As substâncias iônicas são caracterizadas pelas gerando um dipolo que induz as demais moléculas ou
seguintes propriedades: átomos a também formarem dipolos. São de intensidade
fraca. Ex.: H2; N2; O2; I2; Br2; CO2; BF3; He; Ne; Ar.
 Possuem elevados ponto de fusão (PF) e ponto de
ebulição (PE); Forças Dipolo Permanente - Dipolo Permanente
 São solúveis em solventes polares;
Ocorrem em moléculas polares, de modo que a
 Conduzem a corrente elétrica quando fundidos (fase
extremidade negativa do dipolo de uma molécula se
líquida) ou em solução aquosa, situações onde existem íons
aproxime da extremidade positiva do dipolo de outra
livres na solução;
molécula. São mais fortes que as forças de London; Ex.:
 Sólidos em temperatura ambiente;
HCl; HBr; HI; H2S; PH3.
 Formam cristais quebradiços.
Pontes de Hidrogênio
Ligação Metálica
As pontes de hidrogênio são forças de natureza
A ligação metálica consiste na formação de uma rede
elétrica do tipo dipolo permanente - dipolo permanente,
cristalina onde estão localizados os íons positivos
porem bem mais intensas. O corre quando a molécula e
circundados por uma nuvem de elétrons livres.
polar e possui H ligado a elemento muito eletronegativo e de
As substâncias metálicas são caracterizadas pelas pequeno raio (F, O, N), de modo que o hidrogênio de uma
seguintes propriedades: molécula estabelece uma ligação com o átomo muito
eletronegativo de outra molécula. Ex.: H2O; HF; NH3.
 Possuem elevados ponto de fusão (PF) e ponto de
Na prática as forças intermoleculares podem atuar em
ebulição (PE) (exceção: mercúrio, césio e frâncio);
conjunto, e a interação entre as moléculas e calculada pela
 Na forma metálica são insolúveis em solventes polares e
soma dos diversos tipos de forças intermoleculares
apolares;
atuantes. Por exemplo, na água a principal forca de
 Ótimos condutores de corrente elétrica, mesmo na fase
interação molecular são as pontes de hidrogênio, embora
solida devido a presença dos elétrons livre;
também haja interações do tipo dipolo permanente. Entre as
 São dúcteis e maleáveis;
moléculas com interações do tipo dipolo permanente
 São ótimos condutores de calor.
existem também interações do tipo forças de Van der Waals.
Ligação Covalente

A ligação covalente e uma das ligações mais Reações Químicas


resistentes e mais energéticas, consistindo no
compartilhamento de um par de elétrons entre os átomos. A reação ou transformação química e uma
reorganização dos átomos das substâncias, na qual uma
As substâncias formadas por ligações covalentes são
espécie de matéria, ou mais de uma, se transforma em nova
caracterizadas pelas seguintes propriedades:
espécie de matéria ou em diversas novas espécies de
matéria. O enferrujamento do ferro, no qual o ferro se
 Possuem pontos de fusão e ponto de ebulição variáveis;
combina com o oxigênio da atmosfera para formar a
 Não conduzem corrente elétrica (exceção: grafita);
ferrugem, e uma transformação química. As substâncias
 Podem ser sólidos (glicose), líquidos (água) ou gasosos
iniciais, ferro e oxigênio, combinam-se quimicamente e não
(oxigênio) em temperatura ambiente;
podem ser separadas por procedimentos físicos.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 212


Tipos de Reações Químicas um elemento químico sofre oxidação e o outro elemento
sofre redução. Oxidação e processo de perda de elétrons e
Existem basicamente 3 tipos de reações químicas: redução e o processo de aquisição de elétrons.

 Reações de precipitação; As reações de oxidação-redução podem ser do tipo:


 Reações ácido-base; combinação, decomposição, deslocamento e combustão.
 Reações de oxidação-redução. Como por exemplos:

a) Combinação: Na (s) + Cl2  2 NaCl

Reações de Precipitação b) Decomposição: CaCO3 CaO (s) + CO2 (g)

As reações de precipitação ocorrem da mistura de c) Deslocamento: Zn (s) + 2 HCl (aq)  ZnCl2 (aq) + H2 (g)
duas soluções de substâncias iônicas para formar uma
substância iônica solida, chamada de precipitado. d) Combustão: 4 Fe (s) + 3O2  Fe2O3
Precipitado e um composto sólido insolúvel formado durante
a reação química em solução.

Para prever se haverá ou não formação de um O balanceamento de uma equação de oxidação-


precipitado, basta saber as regras de solubilidade. redução pode ser feito de acordo com o passo-a-passo a
seguir:
EM ANEXO TABELA DE REGRAS

Como exemplos têm-se as seguintes reações:


1º Passo: Indicar os números de oxidação (nox) de cada
elemento químico;

2º Passo: Identificar qual o elemento químico em que ocorre


mudança do nox;

3º Passo: Identificar qual o elemento químico sofre redução;


Reações de Ácido - Base
4º Passo: Identificar qual o elemento químico sofre oxidação;
As reações de ácido - base ocorrem quando uma
substância ácida reage com uma substância básica 5º Passo: Determinar a quantidade de elétrons para
produzindo sal mais água. Estes tipos de reações também redução;
são conhecidas como reações de neutralização, quando as
quantidades de ácido e base são equivalentes. 6º Passo: Determinar a quantidade de elétrons para
oxidação;
Por exemplo,
7º Passo: Balancear as quantidades de elétrons,
multiplicando cruzado;

8º Passo: Colocar, como índice no primeiro termo da


equação, o número determinado pelo balanceamento;
Quando as quantidades de ácido ou base são
excedentes no meio, elas podem ser detectadas utilizando- 9º Passo: Verificar as quantidades de átomos dos elementos
se indicadores, que são substâncias orgânicas (ácidos ou químicos diferentes do hidrogênio e oxigênio;
bases orgânicas fracas) adicionadas em pequenas
quantidades ao meio, dando uma coloração característica. 10º Passo: Balancear as quantidades de oxigênio e
hidrogênio por último.
Os indicadores são muito empregados nas titulações
de ácido – base, para que o operado consiga visualizar o
ponto de viragem (ponto de equivalência) da titulação. Como
Exemplos:
a mudança de coloração do meio para cada indicador ocorre
em uma determinada faixa de pH, é necessário que se a) HI + H2SO4  H2S + I2 + H2O.
escolha o pH adequado para cada ponto de equivalência da
titulação. Resposta: 8HI + H2SO4  H2S + 4I2 + 4H2O.

Reações de Oxidação - Redução b) K2Cr2O7 + HBr  KBr + CrBr3 + Br2 + H2O

As reações de oxidação - redução ocorrem quando Resp.: K2Cr2O7 + 14HBr  2KBr + 2CrBr3 + 3Br2 + 7H2O
existe a transferência de elétrons entre os reagentes, onde

Instituição de Ensino Charles Babbage | 213


e o eletrodo onde ocorre a reação de redução (significa
ganhar elétrons e tornar-se negativo) e denominado de
c) Ag + HNO3  AgNO3 + NO + H2O cátodo.

Resp.: 3Ag + 4HNO3  3AgNO3 + NO + 2H2O Eletrodo Positivo ou Ânodo: a placa positiva do ânodo
atrai os íons ânions do eletrólito. Os íons ânions ao tocarem
a placa cedem seus elétrons, passando para o estado
fundamental (Figura). Este processo e chamado de
Eletroquímica
oxidação. Os elétrons por sua vez percorrem o circuito
A eletroquímica e a parte da química que estuda as metálico externo, fazendo com que os íons metálicos
conversões de energia elétrica e química. A conversão de formados pela ausência de elétrons na placa, passem para a
energia elétrica em energia química, e denominada de solução eletrolítica na forma de íons cátions, promovendo a
eletrólise. E a conversão da energia química em energia corrosão da placa. A passagem dos íons metálicos positivos
elétrica e denominada de galvanometria. para a solução eletrolítica, diz que a corrente elétrica está
entrando no eletrólito.

Eletrólise

O processo de eletrólise e a conversão de elétrica em


energia química promovida pela passagem da corrente
elétrica através de uma solução contida em uma célula
eletrolítica (Figura). Neste processo o escoamento de
elétrons e forcado por uma fonte de energia externa ao
sistema. A energia fornecida deve ser suficiente para
promover uma reação de oxidação e redução no sentido
inverso daquela em que se processaria espontaneamente.

Oxidação no eletrodo positivo (ânodo)

Eletrodo Negativo ou Cátodo: a placa positiva atrai os íons


cátions do eletrólito. Os íons cátions ao tocarem a placa
recebem os elétrons excedentes, passando para o estado
fundamental (Figura). Este processo e chamado de redução,
na qual ocorre a deposição (incrustação no eletrodo). À
passagem dos elétrons da solução eletrolítica para placa, diz
que a corrente elétrica está saindo do eletrólito.

As leis de Faraday permitem o cálculo da


transformação de matéria que ocorre nos eletrodos.

Célula Eletrolítica

A célula eletrolítica ou cuba eletrolítica e o recipiente


onde ocorre a eletrólise na qual e composta pelos seguinte
elementos:

 Eletrodos;
 Solução eletrolítica;
 Circuito metálico externo.

Eletrodos: são as superfícies solidas cujas interfaces


ocorrem as reações químicas de oxidação e redução. O Redução no eletrodo negativo (cátodo)
eletrodo no qual ocorre a reação de oxidação (significa
perder elétrons e tornar-se positivo) e denominado de ânodo

Instituição de Ensino Charles Babbage | 214


Eletrólito: é a substância condutora de eletricidade por meio adequadamente, o zinco sofre oxidação espontaneamente,
de íons moveis, na qual pode ser obtida por meio da fusão perdendo seus elétrons e produzindo íons cátions Zn2+.
de um sal fundido ou solução. Estes íons migram para solução, promovendo a dissolução
do zinco, ocasionando, por conseguinte, a corrosão na placa
Circuito Metálico Externo: é o suporte metálico, externo a de zinco. A interface da placa do eletrodo que ficou
cuba eletrolítica, que conduz a corrente elétrica por meio dos carregada positivamente atrai os ânions SO42- da solução
elétrons gerados por uma fonte corrente continua. de sulfato de zinco. A solução, por sua vez, vai aumentando
a concentração de partículas positivas. Estas atraem os íons
cloretos da ponte salina.
Galvanometria Os elétrons perdidos pelo zinco caminham pelo fio do
circuito externo até o eletrodo de cobre, tornando a placa do
O processo de galvanometria e a conversão química
eletrodo carregada negativamente. Os íons Cu2+ contidos
em energia elétrica promovida pelas transformações
na solução de sulfato de cobre são reduzidos, produzindo o
químicas desenvolvidas em uma pilha galvânica. As reações
cobre metálico, que se deposita no eletrodo de cobre. A
de oxidação e redução ocorrem espontaneamente.
concentração de íons cátions na placa de cobre afasta os
Célula Galvânica íons SO42-, tornando a solução de sulfato de cobre
carregada negativamente, atraindo os íons K+ contidos na
O processo de funcionamento de uma célula galvânica ponte salina.
ou voltaica é muito parecido com a de uma célula eletrolítica.
Na célula eletrolítica, a corrente elétrica e inserida no As semi-reações e a reação global que ocorrem nas
sistema (um sistema externo fornece energia), enquanto que semi-pilhas são as seguintes:
na célula galvânica, a energia elétrica é gerada no sistema
(a célula fornece energia para um sistema externo), como
ilustrado na Figura.

O importante fato de eletricidade pode ser produzida


por meio de transformações químicas, permite o estoque de
energia elétrica sob a forma de reagentes químicos, os quais
poderão ser usados para gerar energia elétrica e outras
formas de energia, quando houver necessidade.

Noções de Química Orgânica e Bioquímica

Os compostos orgânicos são os compostos formados


pelo carbono, excluindo os óxidos de carbono, carbonatos,
cianetos e carbetos (compostos inorgânicos). As principais
diferenças entre os compostos orgânicos e inorgânicos são
as seguintes:

Célula galvânica ou pilha galvânica

Cada compartimento da Figura 2.15, recebe o nome


de meia-pilha, e quando eles são conectados

Instituição de Ensino Charles Babbage | 215


Ligações do Átomo de Carbono

O átomo de carbono apresenta 4 elétrons periféricos,


proporcionando 4 ligações covalentes. Assim, ele pode
formar vários milhões de diferentes compostos, porque os
átomos de carbono se ligam fortemente a outros átomos de
carbono, assim como outros átomos de não metais. As
ligações que o átomo de pode formar são:

A cadeia carbônica e a ligação sequencial de átomos


de carbono que podem ser abertas ou fechadas.

a) Cadeias Abertas, Acíclica ou Alifática - a ligação


sequencial de átomos de carbono possui extremidades,
podendo ser dos seguintes tipos:

- Saturadas (C-C-C): todos os carbonos fazem ligações


simples;

- Insaturadas (C=C-C=C≡C-C): algum carbono faz ligação


dupla ou tripla;

- Homogêneas (C-C-C=C-C): não há um elemento diferente


ligado entre carbonos;

- Heterogêneas (C-X-C-C): há um elemento entre carbonos


denominado heteroátomo;

- Normais (C-C-C-C): somente há carbonos primários ou


secundários;

- Ramificadas (C-C-C-C): ha carbonos terciários e


quaternários.

b) Cadeias Fechadas ou Cíclica - a ligação sequencial de


átomos de carbono não possui extremidades, podendo ser
dos seguintes tipos:

- Aromática: possui o núcleo benzênico

EM ANEXO: IMPORTANTE GRUPOS FUNCIONAIS

Instituição de Ensino Charles Babbage | 216


ANEXOS

Módulo: II
Conteúdo: Pesquisa Mineral I

Instituição de Ensino Charles Babbage | 217


Modúlo: II
Conteúdo: Pesquisa Mineral I

CLASSIFICAÇÃO DE DEPÓSITOS MINERAIS BASEADA NO PROCESSO FORMADOR

Instituição de Ensino Charles Babbage | 218


Modulo II

Conteúdo: Lavra de Mina

Tabela de Richards

Instituição de Ensino Charles Babbage | 219


Tabela de Richards: Determinação da massa mínima da amostra em (kg)

Obs.: Spotty = grande concentração do mineral em pontos preferenciais no minério.


Muito Pobre, Pobre, Médio, Rico e Muito Rico = relativo ao teor do elemento ou do composto no
minério; Muito Uniforme e Uniforme = relativo à forma de concentração do mineral no minério.

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Módulo: II
Conteúdo: Tratamento de Minerio- Britagem

Quadro características dos britadores primários

Instituição de Ensino Charles Babbage | 221


Módulo: II
Conteúdo: Mineralogia/ Petografia

Classificação Goldschmidt na Tabela Periódica

Transformação das rochas em materiais mais estáveis em condições físico-químicas diferentes


daquelas de origem:

Instituição de Ensino Charles Babbage | 222


Modulo III

Conteúdo: Pesquisa Mineral II

Tabela: Significado Geológico De Padrões De Drenagens

Instituição de Ensino Charles Babbage | 223


Modulo : III

Conteúdo: Pesquisa Mineral II

Espaçamentos de amostragem para levantamentos Geoquímicos de sedimento de corrente (sedimento


de Drenagem) regionais e semi-regionais.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 224


Modulo: III

Conteúdo: Pesquisa Mineral II

A Ficha de Controle de Amostra

Instituição de Ensino Charles Babbage | 225


Modulo: III

Conteúdo: Tratamento de minério II

Diagrama contendo as características, classificação e aplicações dos separadores magnéticos.

Instituição de Ensino Charles Babbage | 226


Modulo: III

Conteúdo: Tratamento de Minério II

Regras de solubilidade.

Modulo: III

Conteúdo :Tratamento de minério II

Instituição de Ensino Charles Babbage | 227


Instituição de Ensino Charles Babbage | 228
Modulo:III

Conteúdo: Geoprocessamento

TABELA 3.1 - Características de Órbita dos Satélites Landsat

Modulo :III

Conteúdo: Geoprocessamento
+
Tabela 3.2 Principais características dos Sensores TM e ETM

Instituição de Ensino Charles Babbage | 229


Modulo: III

Conteúdo: Geoprocessamento

Tabela 3.3 – Características do satélite Spot

Tabela 3.4 – Principais Instrumentos Sensores do Spot

Instituição de Ensino Charles Babbage | 230


Modulo :III
Conteúdo: Geoprocessamento

TABELA 3.5 – características dos satélites cbers

Modulo:III

Conteúdo: Geoprocessamento

TABELA 3.6 – Principais Instrumentos Sensores do Satélite Cbers

Instituição de Ensino Charles Babbage | 231


Modulo:III
Conteúdo: Geoprocessamento

TABELA 3.7 – Características do Satélite Ikonos

Modulo:III

Conteúdo: Geoprocessamento

TABELA 3.8 – Características do sensor do satélite Ikonos

Modulo:III

Conteúdo: Geoprocessamento

TABELA 3.9 - Característica do Satélite Quickbird

Instituição de Ensino Charles Babbage | 232


TABELA 4.0 - Característica do Sensor do Satélite Quickbird

Modulo : III

Conteúdo: Hidráulica e mecânica aplicada

A sequência básica de operações para cálculo e escolha de uma bomba segue abaixo:

Instituição de Ensino Charles Babbage | 233


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