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SERVIÇOS MINEIRO III

Plano de fogo

Ismael Momade Racia


Tete, 2014
Para realizar o plano de fogo de uma mina, em primeiro lugar, é
preciso verificar alguns pontos:
 A seqüência recomendada para o projeto;
 Os dados necessários;
 As decisões básicas de projeto;
 A distribuição da energia e do tempo;
 A análise do projeto de desmonte;
 O cálculo dos custos envolvidos.

Deve-se considerar que existe um abismo entre a teoria e a prática


de execução do plano de fogo.
Outros elementos a considerar

Após as primeiras definições, é preciso pensar nos seguintes


elementos:
 Perfuratrizes;
 Explosivos;
 Sistemas de iniciação;
 Monitoramento;
 Modelagem;
 Análise.
Considerações práticas

Maciço rochoso
Propriedades físicas:
 Resistência mecânica (tração e compressão);
 Módulo de elasticidade (dinâmico);
 Coeficiente de Poisson (dinâmico);
 Textura;
 Estrutura.
Estrutura da rocha
 Maciça; Meio ambiente
 Leitos; Tamanho da detonação;
 Blocos;  Água;
 Fraturas;  Vizinhança (pessoas, estruturas).
 Homogênea ou variável.

Tipo de perfuratriz Explosivo

 Comprimento do furo;  Tipo;


 Diâmetro;  Propriedades físicas;
 Alinhamento.  Quantidade utilizada.
Geometria da malha

 Tamanho e forma;
 Faces livres;
 Subfuração;
Arranjo de retardos para controle do desmonte
 Decking.
Plano de fogo
Sequência do projeto

1 – Coleta de dados;
2 – Definição da geometria;
3 – Definição do diâmetro do furo, da subfuração, do tampão e dos
espaçadores;
4 – Seleção dos explosivos;
5 – Definição densidade de explosivos;
6 – Definição de burden, espaçamento e malha;
7 – Sequência de detonação apropriada;
8 – Definição dos retardos.
Definição da geometria

 Tamanho do desmonte;
 Altura da bancada;
 Tamanho do fogo;
 Ângulo de furação;
 Espaço para a pilha;
 Acessos..
Diâmetro dos furos

 Custos;
 Distribuição de energia;
 Atenuação;
 Gráficos de energia.
Malha de perfuração

Para a distribuição regular dos explosivos, é preciso definir uma


malha de furos também regular. Ela pode ser quadrada ou em pé-
de-galinha.
Detonação/timing
 Define o que realmente acontece no desmonte;
 Controla o burden efetivo e o espaçamento;
 Determina qual o volume de rocha foi afetado por cada carga;
Controla a interação de cargas para o quebramento e a
movimentação;
 Controlas vibrações;
 Verifica o confinamento dos gases, back break ou outros danos;
Afeta o comportamento da pilha de material desmontado.
Tempo de movimento do burden
Refere-se ao tempo necessário para o primeiro movimento do
burden, após iniciação.

Em rochas frágeis com módulo de


elasticidade elevado e pequenos
burdens, o início do movimento
pode ser menor do que 10 ms.

Já em rochas moles ou mais


porosas, o tempo pode passar de
100 ms.
Retardos de detonação
Existem três tipos de retardo de detonação:
 Entre furos;
 Entre linhas;
 No furo.
Considerações sobre o desmonte de rochas
Um dos factores que interferem na qualidade do desmonte de
rocha é a razão entre a altura da bancada (Hb) e o afastamento (A).
A tabela tece alguns comentários acerca desta relação.

Se Hb/A > 4  A bancada é considerada alta.


Se Hb /A < 4  A bancada é considerada baixa.
Fragmentação Onda Ultralança- Vibração Comentários
aérea Mento
1 Ruim severa Severo severa Quebra para trás. Não detonar.
Recalcular o plano de fogo.
2 Regular Regular Regular Regular Recalcular, se possível.
3 Boa Boa Bom Boa Bom controle e fragmentação
4 Excelente Excelente Excelente excelente Não há aumento em benefícios
para Hb/A > 4.
Métodos de determinação das variáveis geométricas

Afastamento
É a menor distância que vai do furo à face livre da bancada ou a
menor distância de uma linha de furos a outra.

  e  
A  0,01232   15
,  x De
  r  
Espaçamento

No caso de bancada baixa dois casos devem ser observados e os


furos de uma linha são iniciados instantaneamente:
 7 A)
E  0 , 33 H b 2A  & E 
(H b
8

No caso de bancada baixa dois casos também devem ser observados


e os furos são iniciados instantaneamente:

E = 2 xA & E = 1,4 x A
Subperfuração (S)

É o comprimento perfurado abaixo da praça da bancada ou do


greide a ser atingido.

Caso não seja observada esta subperfuração, a base não será


arrancada segundo um angulo de 90 e formará o que é
conhecido como “repé”.

S  0,3  A
Profundidade do Furo (Hf )

É o comprimento total perfurado que, devido a inclinação e a


subperfuração (S), será maior que a altura da bancada.

O comprimento do furo aumenta com a inclinação, entretanto, a


subperfuração (S) diminui com esta.

Hb   
Hf   1  x S ou H f  H b  S
cos  100
Tampão (T)

É a parte superior do furo que não é carregada com explosivos, mas


sim com terra, areia ou outro material inerte bem socado a fim de
confinar os gases do explosivo.

O ótimo tamanho do material do tampão (OT) apresenta um


diâmetro médio (D) de 0,05 vezes o diâmetro do furo, isto é:

OT  D : 20 & T  0,7  A
Volume de rocha por furo (V)

O volume de rocha por furo é obtido multiplicando-se a


altura da bancada (Hb) pelo afastamento (A) e pelo
espaçamento (E):

V  (Hb  cos)  A E
Perfuração específica (PE) -

É a relação entre a quantidade de metros perfurados por furo e o


volume de rocha por furo (V), isto é:

H f
PE 
V
Até proxima Aula

Cálculo das cargas

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