RESUMO DOS MÉTODOS DE LAVRA SUBTERRÂNEOS

Prof: Dr. Leandro de Vilhena Costa

Universidade Federal de Catalão (UFCAT)
2° semestre de 2021
Classificação dos métodos
 Rocha dura: pequena escala
• Perfuração manual
• Carregamento:
• – carregadeiras LHD (load, haul and dump, 0,4- 4 m³)
ou de descarga traseira.

Transporte:
– caminhões 7 t a 15 t, dependendo do tamanho das vias;
– trens, especialmente composições com vagões tipo
gramby car com 4 t a 8 t de capacidade, sendo usados 8 a
12 vagões por trem;
 Rocha dura: média escala
• Perfuração mecanizada;
• Carregamento:
• – carregadeiras LHD com capacidade entre
• 4,5m³ e 7 m³

• Transporte:
• – caminhões de 20 t a 30 t.
 Rocha dura: grande escala
• Perfuração mecanizada – jumbos;
• Carregamento:
• – carregadeiras LHD com capacidade 9-11 m³.
• Transporte:
• – caminhões de 40 t a 50 t, raramente maiores
 Rocha mole
• Desmonte contínuo;
• Carregamento:
• – mineradores contínuos ou cortadeiras para
• desmonte e/ou carregamento.

• Transporte:
• – Carro transportador (shuttle cars) e correias
• transportadoras;
• – às vezes mineradores contínuos ou combinação
• com LHD e caminhões
 Parâmetros de análise
de métodos de lavra
• Seletividade
Possibilidade de separação na lavra do material
mais interessante do menos interessante.

• Recuperação
Quantidade do material útil presente no minério extraído.

• Diluição
Contaminação do minério pela presença de material
estéril (rocha encaixante).
 Tendências
• Vibração, insalubridade e ruído, entre outras
questões estão recebendo mais atenção das agencias
regulatórias.
• A mineração subterrânea deve se tornar o sistema
dominante, devido a vários fatores, trazendo novos
problemas (Carter, Engineering & Mining Journal,
2006).

• A tendência é de maiores dimensões das aberturas,

com maiores necessidades de suporte (Lima,
FOSMINAS, 2008).
 Métodos sem suporte
• Métodos em que o maciço não requer um sistema
artificial de suporte para manter a estabilidade das
escavações;
• As próprias paredes das escavações e pilares naturais
são suficientes em geral;

Principais métodos: câmaras e pilares e sublevel

stoping
 Métodos com suporte
• Quando as aberturas não se mantém estáveis pelo
tempo de vida necessário sendo preciso a utilização
de um suporte artificial.

• Principais métodos: corte e enchimento

 Método por abatimento
• Consiste em provocar o colapso controlado das
rochas.

• Principais métodos: Métodos: longwall, sublevel

caving, block caving
 Câmara e Pilares
• galerias interligadas por travessas perpendiculares ao
corpo de minério;

• Pilares de rocha, usualmente de tamanho uniforme, para

suportar o teto;

• Os pilares podem ser ou não removidos posteriormente à

retirada do minério.
 
 Critérios
• Profundidades que variam de 70m a 300m.

• recuperação - 20 a 60%, diluição - 0 a 5%;

• método se presta bem à mecanização;

• mina pode ter enchimento ou abatimento;
• reutilização das aberturas depende de planejamento
prévio.
 Equipamentos
• Perfuração mecanizada (frontal, descendente ou ascendente):
• − Minerador contínuo substitui perfuração e detonação –
• Marietta: capacidade 10mil t/dia.

• Carregamento:
• –LHD a diesel ou elétricas de 0,75 a 11 m3

• Transporte:

• Caminhões rebaixados e articulados 15 a 50 t.

LHD
Minerador Continuo
 Exemplos de aplicações no Brasil

• Urucum (manganês) – CVRD – Corumbá/MS;

• Morro Agudo (zinco/chumbo) – Cia Mineira de
Metais – Paracatu/MG;
• Parte da Mina Crixás (ouro) – Anglogold/TVX-
Normandy – Crixás/GO;
• Carvão de SC, em profundidades de 70 m a 300m e
recuperação máxima de 50%
 Sublevel Stoping
• lavra ascendente,
• Desmonte de tiras verticais de minério, de grande volume,
escoando-se o material desmontado pelos chutes e travessas
de produção;
• corpo mais potente - trabalha-se mais de um subnível por
horizonte;
• fácil ventilação, pequena exposição a condições inseguras,
pequena necessidade de suporte, recuperação pode alcançar
75%, diluição da ordem de 20%;
• não seletivo, furos longos requerem cuidadoso alinhamento.
 Método de subníveis
(Sublevel Stoping)
• Perfuração mecanizada: em leque ou paralela;
• Carregamento:
• – LHD, descarga traseira, carregadeira frontal,
• chutes;
• Transporte:
• – Caminhões convencionais ou rebaixados, correias;
• Preferência para equipamentos de maior porte
 Método de subníveis
• Fazenda Brasileiro, Yamana, Barrocas/BA, na variante
sublevel retreat - Au;
• Votorantim, Baltar (SP) - calcário;
• Mina do Palito, Serabi – ouro (PA);
• Mina de Vazante, Votorantim – zinco – VRM;
• Mina São Bento, Eldorado, Santa Bárbara/MG, com
enchimento posterior dos realces - Au;
• Ferbasa, Medrado e Ipueira, em Andorinhas/BA,
utilizando sublevel retreat – Cr;
• Caraíba, em Jaguarari/BA - Cu;.
 Alargamento em subníveis -variante

• VCR (Vertical Crater Retreat)

• subnível de perfuração é alargado atoda a potência;
• com furos ascendentes, lavram-se camadas
horizontais que caem no alargamento inicial.
• O desmonte usa cargas esféricas (razão 6/1 entre o
comprimento do furo e seu diâmetro; melhor
aproveitamento da energia do explosivo).
• É um método patenteado.
 Corte e enchimento
• Minério é completamente removido;

• Material de enchimento suporta as paredes e fornece piso

para a lavra da próxima fatia de minério;

• Resistência das rochas encaixantes: fraca;

• Teor alto;

• Forte mergulho, mas adaptável

 Corte e enchimento
• resistência das encaixantes: fraca; forma da jazida:
pode ser irregular, descontínua; teor alto;
forte mergulho, mas adaptável;
• permite alta mecanização;
• boa seletividade, alta recuperação (90 a 100%);
• baixa diluição, baixo custo de desenvolvimento;
• Versátil;
• estéril e rejeito podem ser distribuídos no subsolo
 Vantagens
• Alta mecanização;
• Boa seletividade;
• Alta recuperação de minério (90 a 100%);
• Baixa diluição;
• Baixo custo de desenvolvimento;
• Versátil;
• Estéril e rejeito podem ser distribuídos no
subsolo.
 Exemplos de aplicações no Brasil
• Anglogold, Mina Cuiabá, em Sabará/MG, com enchimento
mecânico - Au;
• Mina de Vazante, Votorantim, zinco;
• Mina São Bento, Santa Bárbara/MG, com enchimento
backfill;
• Anglogold, parte da Mina de Crixás/GO, enchimento com
areia (sandfill)- Au;
• Santa Isabel – Jaguar, Engenho – Mundo, Raposos/MG,
Morro da Fumaça /SC;
• Canadá, Austrália;
• Matla Mine/ África do Sul
 Shrinkage Stoping (recalque)
• Lavra ascendente de tiras horizontais, minério
desmontado mantido temporariamente no interior do
realce, sendo suporte para encaixantes e plataforma
de trabalho para perfuração manual;
• Boa recuperação (75 a 80%), baixa diluição(menos
de 10%), pequena necessidade de suporte,
• Desenvolvimento moderado, perigosas condições de
trabalho (piso desigual), mais de 60% do minério só
é retirado após meses no alargamento.
 Exemplos de aplicações no Brasil
• Foi empregado em minas metálicas:
– Morro Velho (várias minas) – Nova Lima/ MG.
Em fase de revisão de projetos
– São Bento (ouro) – Eldorado. Santa Bárbara/MG
– Itapicuru – Anglo American. Jacobina/BA
• (Todas minas semi-mecanizadas).
 Vertical Crater Retreat (VCR)
• Subnível de perfuração é alargado a toda apotência;
• Com furos ascendentes, lavram-se camadas
horizontais que caem no alargamento inicial.
• É um método patenteado
 Exemplos de aplicações no Brasil
• Mina Caraíba (cobre) - Mineração Caraíba –
Jaguarari/Ba.

– Realces pequenos, alta velocidade de lavra;

– Rejeito cimentado (<5%), tipo pasta;

– Boas condições de estabilidade;

– Recuperações acima de 83%.

Abatimento em subníveis (Sublevel
caving)
• Método onde o processo de fragmentação do minério
pelo peso próprio é induzido (induced caving) e o
minério é detonado com furação em leque; o estéril
sobrejacente deve desabar à medida que o minério é
removido.
 Vantagens
• Requisitos rígidos;
• Melhores índices de segurança e de saúde;
• Alta recuperação (80 a 90%);
• Independência das operações;
• Diluição inevitável (10 a 35%);
• Perdas de minério entre a detonação de um
leque e outro (10 a 20%);
• Subsidência (desvantagens).
 Block Caving
• blocos solapados para induzir abatimento. Minério e
rocha encaixante são abatidos.
• alta produtividade, altas escalas de produção;
• baixo custo de lavra (custo relativo de 20%),
• diluição de 10 a 20%, recuperação pode alcançar100%,
• operações padronizadas, boa supervisão; bons índices
saúde e segurança;
• • subsidência pode ser em grande escala, controle de
fluxo crítico, grande tempo de desenvolvimento para
blocos (cerca de 1.000 m2), se desmonte sem explosivo.
 Abatimento em subníveis (sublevel
caving) e em blocos (block caving)

• Mina Ipueira, Ferbasa, em Andorinhas/BA – Cr;

• Mina Fazenda Brasileiro, Barrocas/BA, na porção
• mais superficial, se usou variante com recalque -Au;
• Mineração Caraíba/BA, em algumas situações.
• Grandes minas, Palabora, África do Sul e El
• Teniente, Chile - lavra de teores 0,7-1,0% Cu;
• Urad – EUA – blocos - molibdênio.
 Longwall
• Para mergulho baixo (minas de carvão). 
• lavra integral, desmonte em face contínua, por toda a
extensão da área a ser lavrada,
• arranjo longitudinal para corpos de pequena espessura;
arranjo transversal para espessura a partir de 30 m;
• Blocos solapados para induzir abatimento;
• Minério e rocha encaixante são abatidos;
• Alta produtividade, altas escalas de produção;
• Baixo custo de lavra(custo relativo de 20%);
• Diluição: 10 a 20%, recuperação até100%;
• Operações padronizadas, boa supervisão; bons
índices saúde e segurança;
• Grande tempo de desenvolvimento para blocos (cerca
de 1000m), se desmonte sem explosivo.
 Vantagens
• Lavra em avanço (menor desenvolvimento prévio) ou
em recuo;
• (entradas simples usadas apenas por um painel, mais
barata,
• mais rápida, requer menos mão de obra);
• Grande produtividade (maior em subsolo);
• Grande recuperação na lavra;
 Desvantagens
• Custo de manutenção elevado (tempo de
transferência de equipamentos de um painel para
outro);
• Alto custo de investimento ou de capital.

• Subsidência pode ser em grande escala, controle de

fluxo crítico;
• 80%: desmonte com mineradores contínuos;
• Carregamento:
• Transportadores de correntes que operam junto à
face.
• Transporte:
• Correias transportadoras ou carros (shuttle cars)
dispostos nas travessas.
 Exemplos de uso
• lavra de carvão e de potássio para profundidades
maiores do que 300 m;

• uso em mineração de ouro em rocha dura (20%), com

pilares artificiais;

• Mimosa (México) – carvão,

• Wyoming (EUA) - trona;

Carro transportador (shuttle car)
Método de lavra subterrânea em algumas minas
(Brady e Brown, 2006)
Comparativo dos métodos