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Setembro de 2008
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Departamento de Engenharia de Minas - EEUFMG
PROGRAMA
Pág.
1. Comparação entre lavra subterrânea e lavra a céu aberto......................................1
1.1. Custos..............................................................................................................2
1.2. Investimento ....................................................................................................2
1.3. Riscos de acidentes.........................................................................................2
1.4. Considerações ambientais...............................................................................3
1.5. Recuperação mineral.......................................................................................3
1.6. Fatores psicológicos ........................................................................................4
2. Planejamento na lavra subterrânea .........................................................................4
2.1. Informações técnicas para o planejamento preliminar.....................................4
2.1.1. Informações geológicas e mineralógicas .................................................4
2.1.2. Informações estruturais ...........................................................................5
2.1.3. Informações econômicas .........................................................................5
2.2. Escala de produção .........................................................................................5
2.2.1. Condições de mercado e preço................................................................6
2.2.2. Reserva ....................................................................................................6
2.2.3. Produção no tempo ..................................................................................7
2.2.4. Atitudes governamentais, políticas, etc. ...................................................8
3. Métodos de lavra subterrânea .................................................................................8
3.1. Câmaras e pilares.............................................................................................9
3.2. Sublevel stope ................................................................................................11
3.3. Recalque (“Shrinkage”)...................................................................................13
3.4. Corte e aterro..................................................................................................14
3.5. Longwall..........................................................................................................17
3.6. “Sublevel Caving”............................................................................................19
3.7. “Block Caving”.................................................................................................21
4. OPERAÇÕES UNITÁRIAS ................................................................................................22
4.1. Perfuração e Desmonte ..................................................................................23
4.1 Carregamento e Transporte.............................................................................26
5. Bibliografia .............................................................................................................29
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A diferença entre a lavra a céu aberto e lavra subterrânea pode ser entendida com
a simples definição de lavra subterrânea e céu aberto. Na primeira, os processos de
explotação mineral são realizados abaixo da superfície e na segunda própria superfície
topográfica. Os métodos de lavra subterrânea são utilizados, classicamente, quando a
relação estéril/minério se torna excessiva para os métodos de lavra a céu aberto.
Uma comparação direta entre a lavra subterrânea e a lavra a céu aberto, mostra
que, geralmente, a segunda apresenta melhores resultados em recuperação, controle de
diluição, fatores econômicos, flexibilidade, segurança e condições de trabalho. O volume
de material escavado em operações de lavra subterrâneas representou em 1973
aproximadamente 40% das remoções realizadas a céu aberto. Considerando os trabalhos
de construção civil, como estradas, hidroelétricas, etc., as escavações subterrâneas
representam um montante de remoção volumétrica de apenas 20% do volume total, como
mostra a tabela abaixo:
106 m3 %
Mineração:
Céu Aberto 1550 71.4
Subterrânea 620 28.6
Construção
Civil: Céu Aberto 1450 91.8
Subterrânea 130 8.2
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1.1. Custos
1.2. Investimento
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Céu Aberto
Acidentes/106 t produzidas
Acidentes/100.000 horas
12 14 Lavra Subterrânea
10 12
8 10
8
6
6
4
4
2
2
0 0
1973 1974 1975 1973 1974 1975
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a- Profundidade da cobertura.
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destes conceitos, deve também estar atento aos problemas operacionais envolvidos em
uma mina.
Uma análise puramente financial mostra que quanto maior a razão de extração
maior é a taxa retorno. Isto se deve aos custos fixos e também ao conceito de “present
value” associados a qualquer investimento. Existem, entretanto, limites práticos à escala
de produção. Dos fatores que limitam o tamanho do empreendimento, destacam-se:
d- Atitudes e políticas locais e nacionais quanto leis, taxas etc. que influenciam a
mineração e a estabilidade destes fatores.
Não existe nenhum conjunto de fórmulas capaz de, através dos parâmetros de teor
(ou valor) mineral e tonelagem disponível, prever uma razão de extração ideal, a vida útil
da mina ou a melhor recuperação dos valores minerais. Estas relações são
invariavelmente muito complexas.
A vida da mina e consequentemente a razão de extração deve, primeiramente,
satisfazer o “rate of return” (IRR) desejado. Portanto, a não ser que o corpo mineral seja
completamente homogêneo, uma grande diferença econômica existirá dependendo da
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seqüência da lavra (iniciada geralmente nas porções mais ricas). A grande maioria das
reservas não possui um valor fixo, absoluto para a relação tonelagem-teor; e tal relação
deve ser explorada. De maneira geral, a redução dos “teores de corte” (qualidade)
corresponde a um aumento da tonelagem (quantidade). Em tais casos o custo unitário do
produto geralmente se eleva.
Considerando um novo empreendimento, todas as possibilidades tonelagem-teor e
seus respectivos custos de exploração, devem ser avaliadas. Neste estágio todas as
limitações de ordem externa serão ignoradas com o objetivo de se obter uma matriz de
resultados ilustrando as diversas possibilidades de escala de produção de acordo com as
tonelagens/teores relacionados.
a- Investimento sobre um período de tempo mais longo até que valores positivos do
“cash-flow” sejam alcançados.
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A distribuição dos custos no tempo podem ser mais importantes que o valor total
dos custos. Portanto essa distribuição deve ser considerada através de uma analise de
sensibilidade. Qualquer desenvolvimento que possa ser protelado, sem prejuízos para a
produção, para depois que valores positivos de “cash-flow” sejam obtidos devem ser
considerados.
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• Métodos com suporte: De maneira geral consideramos com métodos com suporte
aqueles em que não se permite deformações excessivas do maciço em torno das
escavações.
- suportes naturais:
Câmaras e pilares (“room and pillars”)
Realce em subníveis (“Sublevel stopping”)
Recalque (“shrinkage”)
- suportes artificiais
Corte e aterro (cut and fill)
“Longwall”
“Sublevel caving”
“Block caving”
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Vantagens
- Produtividade e escala de produção moderadas.
- Custo operacional baixo a moderado
- Versatilidade
- Boas condições de ventilação
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Desvantagens
- Baixa recuperação
- Moderado a elevado capital de investimento ( se mecanizado).
- Potenciais problemas de segurança (operações sob teto recém desmontado)
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Vantagens
- Produtividade e escala de produção moderadas a elevadas.
- Moderado capital de investimento (adaptável a mecanização).
- Boa recuperação (75%).
- Operações unitárias simultâneas.
- Boas condições de segurança.
Desvantagens
- Necessidade de grandes desenvolvimentos.
- Inflexibilidade e Não Seletividade
- Desmonte de grandes volumes associado a vibrações, sobre-pressão e dano
as estruturas.
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Vantagens
- Conceito simples
- Baixo custo de investimento. (baixa mecanização e baixo desenvolvimento)
- Boa recuperação (aproximadamente 80%) e baixa diluição (5 a 10%)
Desvantagens
- Baixa produtividade (Operações manuais – perfuração)
- Alto custo operacional (impossibilidade de mecanização)
- Condições de segurança e trabalho não adequadas (piso irregular, e teto
recém desmontado)
- Minério preso no realce por longo período (atraso no “pay-back”)
- Minério é passível de alterações com oxidação por exemplo
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Vantagens
- Boa seletividade e flexibilidade.
- Baixo custo de desenvolvimento.
- Moderado capital de investimento (possibilidade de mecanização).
- Excelente recuperação (90 a 100% com recuperação dos pilares) e baixa
diluição (5 a 10%).
- Deposição de rejeitos em escavações subterrâneas.
Desvantagens
- Custo de operação elevado (os mais elevados entre os métodos de lavra
subterrânea).
- Produção cíclica (aterro) e, portanto, descontínua.
- Desenvolvimento extensivo
- Pode necessitar de mão de obra intensa.
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3.5. Longwall
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Vantagens
- Excelente produtividade (maior entre todos os métodos de lavra subterrânea).
- Baixo custo de desenvolvimento (um dos menores entre todos os métodos de
lavra subterrânea).
- Elevada Escala de produção.
- Mecanização e automação (“produção contínua”)
- Excelente recuperação (70 a 90%) e baixa diluição (aproximadamente 10%).
- Boas condições de segurança.
Desvantagens
- Elevado custo de investimento.
- Subsidência extensa.
- Inflexibilidade e rigidez da geometria da lavra.
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Vantagens
1. Alta produtividade.
2. Elevada Escala de produção.
3. Alta recuperação (70 a 90%).
4. Seletividade, adaptabilidade e flexibilidade significativas.
5. Boas condições de segurança.
Desvantagens
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2. Subsidência intensiva.
3. Elevada diluição.
3.7.“Block Caving”
Entre todos os métodos de lavra subterrânea o “Block Caving” foi desenvolvido com
o objetivo de recuperar grandes volumes de material com baixos teores, como aqueles
apresentados pelos depósitos de cobre pórfiro. Neste método de lavra, galerias são
desenvolvidas abaixo do depósito e posteriormente alargadas promovendo o abatimento
do corpo mineral. Neste processo, tanto o minério quanta as encaixantes superiores
entram em processo de abatimento.
• “Block caving”
• “Mass caving”
• “Panel caving”
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Vantagens
1. Elevada produtividade.
2. Elevada Escala de produção (maior entre os métodos de lavra subterrânea).
3. Baixo custo de operação.
4. Alta recuperação (aproximadamente 90%).
5. Boas condições de segurança (operações normais).
Desvantagens
4. OPERAÇÕES UNITÁRIAS
O termo Operações Unitárias Principais pode ser empregado para descrever as
operações diretamente envolvidas com a extração do bem mineral. As operações que se
enquadram nesta categoria são: a perfuração, o desmonte, o carregamento e o transporte.
Outros processos ou operações são realizados com o objetivo de apoio ou para facilitar ou
mesmo possibilitar as operações unitárias principais. Estas operações podem ser
classificadas como Operações Unitárias Auxiliares. Na lavra subterrânea se destaca a
Ventilação de Mina.
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4.1.Perfuração e desmonte
Perfuração é a primeira operação unitária executada no processo de lavra. Seu
objetivo é desenvolver no maciço rochoso furos com geometria (profundidade, inclinação e
diâmetro) e distribuição (espaçamento e afastamento) adequadas. Estas perfurações são
utilizadas para colocação (carregamento) do explosivo.
Nas operações de lavra subterrânea duas operações de perfuração e desmonte
devem ser distintas: uma especifica para o desenvolvimento e a outra específica para o
método de lavra utilizado.
No desenvolvimento o desmonte ressente-se da inexistência de uma segunda face
livre. Conseqüentemente esta face livre deve ser criada pelo próprio o plano de fogo. Com
mostra a figura a seguir, três diferentes regiões podem ser identificadas em uma face de
desmonte: O pilão que tem como objetivo o desenvolvimento de uma face livre; os furos
de alargamento, que efetivamente produzem o volume do desmonte e os furos de
contorno, que além de garantir o acabamento da escavação também garantem a
estabilidade do maciço remanescente.
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“Jack Hammer”
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4.2.Carregamento e Transporte
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80% para mover a carga útil. Além desse ganho na utilização da energia, o custo do óleo
diesel é bem maior que o custo da energia elétrica.
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5. Bibliografia
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York, 2v.
FYTAS, K.; COLLINS, J. L.; SINGHAL, R.K. (eds.), 1988, Computer applications in the
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HUSTRULID, W. ; KUCHTA, M. 1995, Open pit mine – Planning & design, Balkema,
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