Você está na página 1de 34

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM)

CENTRO DE TECNOLOGIA (CT)


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA (DEQ)
DISCIPLINA DE LABORATÓRIO II DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS (DEQ 1017)

DÉBORA FAMBRE MEZADRI


LAURA SARTURI PROVENCI
LUAN GORGINO JEK
PEDRO HENRIQUE BOEIRA SIMÕES

EXPERIMENTO IV - ADSORÇÃO EM LEITO FIXO

Santa Maria, RS
2023
RESUMO

RELATÓRIO DA PRÁTICA IV – ADSORÇÃO EM LEITO FIXO

A adsorção é um fenômeno físico-químico onde um componente em uma fase gasosa ou


líquida é transferido para a superfície de uma fase sólida. Os componentes são divididos
entre adsorvatos, que se unem à superfície, e os adsorventes, que são a fase sólida que retém
o adsorvato. Em um processo contínuo, as partículas do componente adsorvente são
colocadas em um leito fixo, já o fluido a ser adsorvido será bombeado no interior do leito.
Este processo continuará até que o adsorvente atinja o limite de saturação. O objetivo deste
experimento é utilizar carvão ativado para realizar a adsorção do Corante Vermelho 40, assim
como obter os parâmetros experimentais do processo, que dependem da geometria da coluna
e das condições operacionais. Por fim, utilizou-se o modelo de Thomas e Yoon-Nelson para
comparar os dados obtidos experimentalmente. Os resultados obtidos indicam que os
modelos propostos se adequaram bem aos dados experimentais, entretanto, durante o
experimento observou-se que a adsorção do corante ocorreu rapidamente logo nos minutos
iniciais, resultando em estimativas de tempo negativas para o modelo de Yoon-Nelson. Por
fim, concluiu-se que o modelo mais fidedigno aos dados experimentais foi o modelo de
Thomas.

Palavras-chave: adsorvente, carvão ativado, corante, leito fixo.

2
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Fluxograma geral do processo de produção do carvão ativado. 14


Figura 2. Módulo experimental. 16
Figura 3. Gráfico Ct/C0 vs. t, para o primeiro modelo. 20
Figura 4. Gráfico da probabilidade normal dos resíduos. 21
Figura 5. Gráfico de (Ct/C0) vs t, para o segundo modelo. 22
Figura 6. Gráfico da probabilidade normal dos resíduos. 23
Figura 7. Gráfico de (1 - Ct/C0) vs t. 24
Figura 8. Gráfico da probabilidade normal dos resíduos. 25
Figura 9. Gráfico de (C0/Ct) vs. t para o modelo Thomas/Yoon-Nelson. 26
Figura 10. Gráfico da probabilidade normal dos resíduos. 27

3
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Comparação entre os processos de ativação química e física. 13


Tabela 2. Dados experimentais de adsorção em leito fixo. 19
Tabela 3. Tempos de ruptura e exaustão experimentais. 19

4
LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Parâmetros do polinômio de Ct/C0 vs. t. 20


Quadro 2. Parâmetros da curva logarítmica de Ct/C0 x t. 22
Quadro 3. Parâmetros do polinômio de Y x t. 24
Quadro 4. Variáveis experimentais obtidas. 26
Quadro 5. Parâmetros para o modelo Thomas/Yoon-Nelson. 27

5
LISTA DE SÍMBOLOS

Φ - Diâmetro do poro.

6
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 8
2. OBJETIVOS....................................................................................................................... 10
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................... 11
3.1 ADSORÇÃO................................................................................................................ 11
3.2 ADSORVENTES......................................................................................................... 12
3.2.1 Carvão ativado...................................................................................................12
3.3 COLUNA DE LEITO FIXO........................................................................................ 15
4. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................. 16
4.1 MATERIAIS.................................................................................................................16
4.2 MÉTODOS...................................................................................................................16
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................ 20
7. CONCLUSÃO.................................................................................................................... 30
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 31

7
1. INTRODUÇÃO

A adsorção é um fenômeno físico-químico onde o componente em uma fase gasosa


ou líquida é transferido para a superfície de uma fase sólida. Os componentes que se unem à
superfície são chamados adsorvatos, enquanto que a fase sólida que retém o adsorvato é
chamada adsorvente. Quando as moléculas de adsorvato presentes na fase fluida atingem a
superfície do adsorvente a força residual, resultante do desequilíbrio das forças de Van der
Walls que agem na superfície da fase sólida, criam um campo de forças que atrai e aprisiona a
molécula. O tempo que a molécula de adsorvato fica ligada à superfície do adsorvente
depende diretamente da energia com que a molécula é segura, ou seja, é uma relação entre as
forças exercidas pela superfície sobre essas moléculas e as forças de campo das outras
moléculas vizinhas (HOMEM, 2001).
Esta técnica é frequentemente mais econômica e trata-se basicamente de passar a
solução em uma coluna contendo o sólido adsorvente (TREYBAL, 1955). Esses
experimentos normalmente realizados em batelada são limitados ao tratamento de pequenos
volumes de efluente, o que leva a operação a ser simples, com rendimento considerável e de
fácil ampliação da escala laboratorial para escala industrial, porém, geralmente não fornece
dados para dimensão exata dos sistemas contínuos de tratamento (GASPAR, 2003; GUPTA et
al., 1997; SOUSA et al., 2007).
O bombeamento através da coluna pode ser feito em uma vazão ascendente ou
descendente (GASPAR, 2003). Em leito fixo encontra-se ascendente ou descendente,
enquanto que a adsorção em leito expandido/fluidizado é realizada somente em fluxo
ascendente. Com intuito de estudar a adsorção em leito fixo, esta operação é realizada com
fluxo ascendente, sendo utilizado principalmente para evitar compactação do leito, caminhos
preferenciais ou em ciclos de regeneração.
A adsorção em leito fixo é um fenômeno importante na separação de moléculas em
diversas áreas, desde a indústria química até a purificação de água. Os adsorventes
necessários na adsorção em leito fixo são materiais capazes de reter moléculas de outras
substâncias na sua superfície, através do processo de adsorção. Eles podem ser usados para a
remoção de poluentes e impurezas em diversas aplicações, como na purificação de água,
tratamento de efluentes industriais e na produção de alimentos e medicamentos.
(RODRIGUES, 2001).
A compreensão do fenômeno de adsorção requer conhecimento prévio das
características e das propriedades físico-químicas do material adsorvente. Consequentemente,

8
as propriedades do carvão ativo influenciam a taxa e a capacidade de adsorção, sendo
necessário levá-las em conta no desenvolvimento do sistema a ser empregado (SRIDHAR et
al., 1994; HILL JÚNIOR, 1977).
Baseado nestas informações pré-existentes, um dos adsorventes mais estudados e
utilizados é o carvão ativado, devido sua grande área superficial. Um grande número de
substâncias orgânicas e inorgânicas são adsorvidas pelo carvão ativado, incluindo metais
pesados em baixas concentrações. Porém, na prática, este adsorvente se torna inviável em
consequência do alto custo de produção e regeneração após o uso. (IRANI, 2011).
Além disso, o comportamento dinâmico e a eficiência de uma coluna de leito fixo são
descritos em termos da concentração efluente/afluente versus tempo ou volume de líquido
tratado, ou seja, curva de ruptura, também denominada “breakthrough”. O tempo de avanço e
a forma da curva de ruptura são características muito importantes para determinar o
funcionamento e a dinâmica de uma coluna de adsorção (SOUSA et al., 2007; AKSU;
GÖNEN, 2006).
Finalmente, o presente experimento tem como propósito analisar a dinâmica de uma
coluna de leito fixo, utilizando carvão ativado como adsorvente, e comparar os resultados
obtidos com modelos teóricos. A partir dos dados coletados, será possível avaliar a eficiência
do processo de adsorção e suas possíveis aplicações industriais. Ao final, serão apresentadas
as conclusões acerca dos conhecimentos adquiridos por meio da realização deste
experimento.

9
2. OBJETIVOS

O objetivo deste experimento é construir uma curva experimental de ruptura (Ct/C0


versus t) para a adsorção do corante vermelho 40 em carvão ativado. A partir dessa curva e
dos dados de operação, serão obtidos vários parâmetros, incluindo o volume total tratado, a
massa de corante adsorvida pela coluna, a capacidade da coluna, o percentual de remoção e o
tempo de ruptura e exaustão.
Além disso, serão ajustados os modelos de Thomas e Yoon-Nelson aos dados
experimentais e seus parâmetros serão estimados e interpretados. Por fim, os resultados
obtidos pelos modelos serão comparados com os resultados experimentais para avaliar a
eficácia do modelo na previsão do comportamento do processo de adsorção.

10
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 ADSORÇÃO

A adsorção é um dos processos de separação e purificação de gases e líquidos mais


consolidados da indústria. A capacidade de um sólido remover corantes de uma solução ou de
um carvão de remover impurezas do ar, já é conhecida há pelo menos um século (YANG et
al, 2019).
Antigamente, utilizava-se a adsorção de maneira comercial para remoção de dióxido
de carbono em cervejarias no século XIX. Desde então, o processo tem sido otimizado e
aprimorado para atender as necessidades da indústria, sobretudo para reduzir os níveis de
compostos tóxicos oriundos dos seus efluentes ao meio ambiente (SANTANA et al., 2020;
OLIVEIRA et al., 2020; MOREIRA et al., 2016).
Um importante marco na história da tecnologia de adsorção foi a introdução do
carvão ativado como um adsorvente comercialmente viável. O carvão ativado foi
inicialmente utilizado para a purificação de água e ar, uma vez que as substâncias tóxicas
presentes no fluido ofereciam resistência a métodos de degradação biológica ou não eram
removidos efetivamente por métodos de tratamento físico-químicos (NASCIMENTO et al.,
2020).
Posteriormente, a adsorção foi empregada para outras aplicações, como a remoção de
gases tóxicos de correntes de ar e a recuperação de solventes. Além disso, o uso de zeólitas
como materiais capazes de adsorver moléculas específicas através da sua estrutura cristalina
regular porosa com alta superfície específica também tem sido bastante utilizada na indústria
petroquímica e na produção de gases industriais (YANG et al, 20129). Dessa forma, sistemas
de adsorção por oscilação de pressão para a recuperação de gases foram empregados, o que
permitiu o desenvolvimento de processos de recuperação de gases mais eficientes e
econômicos em comparação com os métodos convencionais de compressão e liquefação
(YANG et al, 2019).
Ainda que o processo de adsorção seja extremamente rentável industrialmente e
comercialmente, diversos foram os desafios enfrentados ao longo do tempo para que esse
processo se tornasse tão consolidado. Um dos principais desafios foi a falta de conhecimento
sobre os mecanismos de adsorção, o que dificultava a criação de materiais adsorventes mais
eficientes e econômicos. Por isso, estudos nessa área são realizados constantemente para se
encontrar tais materiais e otimizar o processo.

11
3.2 ADSORVENTES

Adsorventes são materiais cuja superfície sólida insolúvel, geralmente porosa e com
alta área de superfície, atrai outras moléculas de fases diferentes por mecanismos químicos,
físicos ou químico-físicos. A espécie que se acumula na interface do material é normalmente
denominada de adsorvato ou adsorbato e a superfície sólida na qual o adsorvato se acumula, é
denominada adsorvente (RUTHVEN, 1984).
Diversos sólidos são capazes de adsorver gases e líquidos. Entretanto, poucos podem
ser classificados como adsorventes comerciais, uma vez que precisam apresentar
características favoráveis de eficiência, seletividade, resistência mecânica, perda de carga,
custo, aglomeração, inércia química, densidade e, principalmente, área interfacial (GOMIDE,
1980)..
Desse modo, os principais materiais adsorventes utilizados na indústria hoje em dia
são o carvão ativado, alumina ativada, zeólitas, diatomina, bentonita, vermiculita, argila e
argilominerais, sílica, sendo o carvão ativado o mais usado para diversas aplicações.

3.2.1 Carvão ativado

O carvão ativado é um material poroso que apresenta uma forma microcristalina não
grafítica e que sofreu um tratamento para aumentar a porosidade interna. Após ser ativado, o
carvão apresenta uma porosidade interna comparável a uma rede de túneis, no qual se
bifurcam em canais menores sucessivamente. A porosidade do carvão ativado depende do
tratamento a qual foi submetido, de modo a poder formar micro, macro e mesoporos, os quais
modificam a sua área superficial e a eletividade da adsorção através do efeito de peneira
molecular, sendo essa extensa superfície interna localizada dentro da rede de poros estreitos a
principal característica do carvão ativado (RODRIGUEZ REINOSO e SABIO-MOLINA,
1998). Segundo a IUPAC (1982), os poros num adsorvente são classificados em função do
diâmetro, de modo que as classificações são: Macroporos Φ > 50 nm; Mesoporos: 2 < Φ < 50
nm; e Microporos: Φ < 2 nm.
A ativação do carvão se dá através de duas rotas: a física e química. Na ativação
física, ocorrem duas etapas. A primeira etapa é a carbonização, que ocorre geralmente em
temperaturas que variam de 300-800 ºC, na ausência ou em baixíssimas concentrações de
oxigênio, onde também irã formar a porosidade inicial do carvão, devido a remoção da
umidade e dos compostos voláteis e ao aumento do teor de carbono (YAHYA; AL-QODAH;

12
NGAH, 2015). Em seguida, ocorre a etapa de gaseificação em atmosfera parcialmente
oxidante (normalmente vapor d’água ou dióxido de carbono), em temperaturas na faixa de
700-1000 ºC (PALLARÉS; GONZÁLEZCENCERRADO; ARAUZO, 2018). Durante esta
etapa, ocorre a abertura dos poros anteriormente inacessíveis, além da criação de novos poros
por ativação seletiva e o alargamento de poros existentes (GUO et al., 2009).
Na ativação química, há o uso de um produto químico para realizar o processo,
normalmente um ácido, hidróxido ou sal. Os mais comuns são H₃PO₄, ZnCl₂, NaOH e KOH,
embora, com menor frequência, H₂O₂, K₂CO₃ e CaCl₂, também já foram utilizados como
agentes ativadores (GONZÁLEZ-GARCÍA, 2018). O processo de ativação consiste em
carbonizar o material impregnado sob uma atmosfera inerte, de modo que a temperatura irá
variar de acordo com o produto químico que foi utilizado. Após a ativação, o material
carbonizado é submetido a um exaustivo processo de lavagem para remoção do produto
químico, tornando a estrutura porosa disponível (RASHIDI; YUSUP, 2016).

Tabela 1. Comparação entre os processos de ativação química e física.

Parâmetros Ativação química Ativação física

Densidade de
Maior Menor
empacotamento

Rendimento Maior Menor

Tempo de ativação Menor Maior

Temperatura de ativação Menor Maior

Consumo energético Menor Maior

Resistência mecânica Maior Menor

Homogeneidade dos poros Menor Maior

Custo do agente ativante Maior Menor

Etapa adicional de lavagem Sim Não

Geração de efluentes
Sim Não
líquidos (lavagens)
Fonte: Adaptado de Cândido, 2018.

A ativação, tanto física quanto química, também pode incluir uma etapa de
pré-tratamento, o qual tem como etapas a (i) lavagem, (ii) secagem ao sol ou forno, (iii)

13
trituração, (iv) moagem, e (v) peneiramento do precursor. Estas etapas têm como objetivo a
remoção do teor de cinzas do carvão, as quais possuem baixa capacidade de adsorção e
afetam a resistência mecânica do carvão ativado sintetizado (RASHIDI; YUSUP, 2016).

Figura 1. Fluxograma geral do processo de produção do carvão ativado.

Fonte: Cândido, 2018.

Após a ativação, o carvão pode ser sintetizado na forma de pó e na forma de grânulos.


O carvão ativado em pó (CAP) é muito utilizado em aplicações em fase líquida devido a
facilidade com que ocorre a difusão do adsorvato, o que aumenta a cinética de adsorção,
precisando de menores tempos de contato. No entanto, esse tipo de carvão ativado não é
recomendado em sistemas de filtração, uma vez que as partículas pequenas frequentemente
levam ao entupimento e a quedas de pressão (ÇEÇEN, 2014).
O carvão ativado granulado (CAG) pode ser produzido a partir de inúmeras matérias
primas que tenham alto conteúdo carbonáceo, tais como madeira, coque de petróleo e casca
de coco. O CAG apresenta pequenos poros e grande superfície interna, podendo ser usados
em aplicações de fase gasosa e líquida. É utilizado após a filtração, imediatamente antes da
desinfecção, e é operado em leito fixo. Segundo Fernandes (2021, p. 27), Crittenden (2005)
descreve que o CAG também pode ser usado na camada superior dos filtros ou como um
substituto para o meio filtrante granular convencional,

14
Devido a grande afinidade do carvão ativado por substâncias de caráter orgânico por
conta de sua superfície não polar, o uso do carvão ativado é bastante propício na adsorção de
orgânicos para purificação da água, branqueamento de açúcar e recuperação de solventes
(COULSON; RICHARDSON, 1982). Além disso, o uso do carvão ativado tem como
vantagens a alta eficiência para a aplicação de compostos específicos, além de um baixo
custo (MARCHETTO, 2005).
3.3 COLUNA DE LEITO FIXO
Para realizar o processo de adsorção, é necessário escolher um sistema de operação.
Este sistema depende principalmente do volume de fluido a ser tratado e de sua continuidade
e composição, assim como das condições de regeneração do adsorvente (GASPAR, 2003).
Industrialmente, os processos de adsorção são normalmente realizados em colunas de
adsorção de leito fixo com fluxo contínuo, devido a eficiência da remoção em volumes de
efluentes maiores e por permitir a regeneração do adsorvente, diminuindo o custo do processo
(AKSU et al., 2002; MOREIRA et al., 2016; RAULINO et. al., 2014). Desse modo, segundo
o livro Adsorção: aspectos teóricos e aplicações ambientais (2020), Ortiz, Rodríguez e Yang
(2019), descrevem que o uso de leito fixo para simulação de processos de adsorção é uma
ferramenta muito empregada para o design de processos, pois reduz o custo relativo aos testes
realizados no laboratório e na planta piloto antes da expansão
Uma coluna de leito fixo convencional é composta por uma coluna que contém
partículas do adsorvente e é utilizada para entrar em contato com a solução contendo o
adsorvato a ser tratado. O bombeamento na coluna pode ocorrer em uma vazão ascendente ou
descendente (GASPAR, 2003). A concentração de adsorvato nas fases líquida e sólida varia
espacialmente e temporalmente nesse sistema (AKSU et al., 2002). Portanto, a concentração
de analito no efluente é geralmente medida em função do tempo por diferentes técnicas
analíticas para monitorar o processo de adsorção na coluna (AFROZE; SEN; ANG, 2016).
De acordo como o livro Adsorção: aspectos teóricos e aplicações ambientais (2020),
Worch (2012) e Cooney (199) demonstram que durante o processo de adsorção, o adsorvato é
acumulado na superfície das partículas adsorventes, atingindo o estado de equilíbrio.
Inicialmente, a concentração de adsorvato no efluente da coluna é baixa ou nula, uma vez que
o adsorvente retém os compostos que entram na coluna. À medida que o equilíbrio se
estabelece, a concentração de adsorvato aumenta na solução efluente, em decorrência da lenta
cinética de adsorção e da falta de uma fronteira bem definida entre as camadas saturadas e
não saturadas. Segundo os mesmos autores, esse equilíbrio ocorre numa zona de transferência
de massa (ZTM) ou zona de adsorção, que é uma área mais ou menos ampla no leito
15
adsorvente. Ao longo do processo, a concentração de efluente aumenta à medida que as
partículas de adsorvente retêm o adsorvato (GASPAR, 2003), alcançando uma concentração
igual à solução afluente quando o adsorvente estiver completamente saturado (RÉGUER et
al., 2011).

16
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 MATERIAIS

O experimento utilizou um módulo experimental (Figura 2) composto pelos seguintes


componentes: (1) reservatório de solução de corante, (2) mangueiras, (3) bomba peristáltica,
(4) equalizador de vazão, (5) coluna de adsorção contendo carvão ativado e (6) recipiente
para coleta.
Figura 2. Módulo experimental.

Fonte: Roteiro experimental (2023).

Além disso, foram utilizados outros equipamentos e materiais de laboratório, tais


como: espectrofotômetro, balança analítica, erlenmeyers, pipetas volumétricas, balão
volumétrico, falcons de 15 e 50 mL, água destilada, corante vermelho 40, carvão ativado com
diâmetro médio de 0,85 mm e um cronômetro.
4.2 MÉTODOS
Para o experimento, foram preparados dois litros e meio de uma solução contendo
1,309 g/L de corante vermelho 40, que foram adicionados ao reservatório de alimentação do
módulo experimental. Em paralelo, a coluna de adsorção foi preenchida com carvão ativado
até a altura de 26cm, e a massa utilizada foi registrada após a pesagem. Antes do uso, o
adsorvente foi submetido a um pré-aquecimento a 60°C por duas horas.
Após ligar o sistema de alimentação, a vazão foi ajustada para 20 mL/min e, assim
que a primeira gota da solução saiu no topo da coluna, a cronometragem foi iniciada. A cada
5 minutos, foram coletadas amostras da solução até que o leito da coluna fosse saturado. Para
cada amostra coletada, a absorbância foi medida em espectrofotômetro a 500 nm após a
diluição, se necessário, e os resultados foram registrados.

17
5. TRATAMENTO DE DADOS

Para transformar os valores obtidos experimentalmente de absorbância (ABS) em


concentração (Ct) utiliza-se a Equação 1.
𝐶𝑡 = 20, 833 . 𝐴𝐵𝑆 (1)

Para encontrar os valores da concentração adimensional divide-se os valores de Ct por


C0, onde C0 = 1309,00 mg/L. Em seguida deve-se construir a curva de ruptura (Ct/ C0) por
tempo. A partir desta curva, obtém-se os valores de tr (tempo no qual a concentração de saída
atinge 5% da concentração de entrada) e te (tempo no qual a concentração de saída atinge
95% da concentração de entrada) e calcula-se o comprimento da zona de transferência de
massa (ZTM) utilizando a Equação 2.
𝑡𝑟
𝑍𝑇𝑀 = 𝑍. (1 − 𝑡𝑒
) (2)

Também necessita-se do valor do volume total tratado (Veff), obtido pela Equação 3.
onde, Z é a altura da coluna (cm), Q é a vazão de alimentação (mL/min) e ttotal é o tempo do
experimento (min).
𝑉𝑒𝑓𝑓 = 𝑄. 𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (3)

Para calcular a massa de corante adsorvida pela coluna (qtotal) utiliza-se a Equação 4.
𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑄.𝐶0
𝑞𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 3 . ∫ 𝑌𝑑𝑡 (4)
10 0

Y pode ser considerado um polinômio de ordem 3 na forma da Equação 5.


2 3 𝐶𝑡
𝑌 = 𝑎 + 𝑏𝑡 + 𝑐𝑡 + 𝑑𝑡 = 1 − 𝐶0
(5)

sendo que, os parâmetros a, b, c e d devem ser estimados por regressão polinomial dos dados
experimentais da curva (1-Ct/C0) por t. A massa total de corante alimentada (mt), a
capacidade da coluna (qeq), o percentual de remoção R podem ser obtidos pelas Equações 6, 7
e 8 respectivamente.
𝑄.𝐶0.𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑚𝑡 = 3 (6)
10

18
𝑞𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑞𝑒𝑞 = 𝑚
(7)

𝑞𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑅= 𝑚𝑡
. 100 (8)

onde, m é a massa de carvão ativado (g) contido na coluna. Os modelos de Thomas e


Yoon-Nelson estão apresentados nas Equações 9 e 10, respectivamente.
𝐶0
𝐶𝑡
= 1 + 𝑒𝑥𝑝 ( 𝑘𝑇ℎ.𝑞𝑒.𝑚
𝑄 )
− 𝑘𝑇ℎ. 𝐶0. 𝑡 (9)

𝐶0
𝐶𝑡 (
= 1 + 𝑒𝑥𝑝 τ. 𝑘𝑌𝑁 − 𝑘𝑌𝑁. 𝑡 (10) )

19
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir dos valores experimentais de absorbância medidos e dos tempos de coleta, foi
construída a Tabela 2 com as concentrações, calculadas com a Equação 1 e a razão das
concentrações com a concentração inicial em cada instante.

Tabela 2. Dados experimentais de adsorção em leito fixo.

Tempo (min) Absorbância Concentração no tempo Ct (mg/L) Ct/Co Y

C0 2,992 1309,000 1,0000 0,0000


1 2,109 922,688 0,7049 0,2951
5 2,749 1202,688 0,9188 0,0812
10 2,895 1266,563 0,9676 0,0324
15 2,940 1286,250 0,9826 0,0174
20 2,940 1286,250 0,9826 0,0174
25 2,940 1286,250 0,9826 0,0174
30 2,940 1286,250 0,9826 0,0174
35 2,940 1286,250 0,9826 0,0174
40 2,940 1286,250 0,9826 0,0174
Fonte: Autores (2023).

Através da curva de ruptura foi possível encontrar os valores de tr (tempo no qual a


concentração de saída atinge 5% da concentração de entrada) e te (tempo no qual a
concentração de saída atinge 95% da concentração de entrada). Demonstrados na Tabela 3.

Tabela 3. Tempos de ruptura e exaustão experimentais.

tr (min) te (min)
0,07 8,20
Fonte: Autores (2023).

Os valores de tr e te mostraram-se baixos, o que significa que o carvão foi rapidamente


saturado. A partir da equação 2 e dos valores de tr e te encontrados, obteve-se o comprimento
da zona de transferência de massa (ZTM) de 25,78 cm, considerando a altura da coluna de 26

20
cm. O volume total tratado foi de 800 mL, calculado com a equação 3, considerando uma
vazão de alimentação de 20 mL/min e 40 minutos de experimento.
Com os dados experimentais, pode-se construir o gráfico com os valores de “Ct/C0 por
t” no software Statistica. Assim, foi possível determinar a curva de ruptura ajustada por uma
equação polinomial de ordem 4, que pode ser visualizado através da Figura 3.

Figura 3. Gráfico Ct/C0 vs. t, para o primeiro modelo.

Fonte: Autores (2023).

Os parâmetros ajustados para o polinômio de quarto grau, o erro, o teste t, o p-valor e


o coeficiente de determinação da curva (R2) gerado pelo Statistica, dispostos no Quadro 1.

Quadro 1. Parâmetros do polinômio de Ct/C0 vs. t.

Parâmetro a b c d e R²
Valor 6,49E-01 7,05E-02 -5,00E-03 1,00E-04 -1,00E-06 0,9794
Erro 2,43E-02 9,30E-03 9,65E-04 3,58E-05 4,33E-07 -
t(4) 26,70 7,58 -5,21 4,07 -3,41 -
p-valor 1,17E-05 1,62E-03 6,46E-03 1,52E-02 2,69E-02 -
Fonte: Autores (2023).

21
Assim, o polinômio é dado a seguir:
𝐶𝑡 −3 2 −4 3 −6 4
𝐶0
= 0, 649 + 0, 0705𝑡 − 5𝑥10 𝑡 + 1𝑥10 𝑡 − 1𝑥10 𝑡

Figura 4. Gráfico da probabilidade normal dos resíduos.

Fonte: Autores (2023).

Conforme descrito na Figura 4, os valores residuais estão próximos da reta de


distribuição normal. O erro médio relativo (ARE) foi de 1,14, e o R² = 0,979, o que se pode
considerar bem ajustado aos dados.
Entretanto, observa-se na Figura X, que há uma região de decaimento na curva do
modelo, o que não reflete a realidade dos dados, visto que não é possível uma diminuição na
adsorção. Portanto, construiu-se o gráfico com os valores de “Ct/C0 por t” no software
Statistica e uma curva de ruptura ajustada por uma função logarítmica, que pode ser
visualizado através da Figura 5.

22
Figura 5. Gráfico de (Ct/C0) vs t, para o segundo modelo.

Fonte: Autores (2023)

Os parâmetros ajustados para a curva logarítmica, o erro, o teste t, o p-valor e o


coeficiente de determinação da curva (R2) gerado pelo Statistica, dispostos no Quadro 2.

Quadro 2. Parâmetros da curva logarítmica de Ct/C0 x t.

Parâmetro a b R²
Valor 7,57E-01 7,13E-02 0,9166

Erro 3,33E-02 1,18E-02 -

t(7) 22,70 6,07 -

p-valor 8,15E-08 5,08E-04 -

Fonte: Autores (2023)

Assim, a equação logarítmica é dada a seguir:


𝐶𝑡
𝐶0
= 0, 76 + 0, 071 * 𝑙𝑜𝑔(𝑡)

23
Figura 6. Gráfico da probabilidade normal dos resíduos.

Fonte: Autores (2023)

Conforme descrito na Figura 5, observa-se que os valores estão bem aproximados da


reta de distribuição normal. O erro médio relativo (ARE) foi de 3,40, o que é significativo
pois apresenta-se menor que 10, sendo o R² = 0,917.
Por fim, mesmo que o valor de R² do modelo logarítmico seja menor que o do
polinomial de 4° grau, é preferível utilizar este modelo pois se ajusta de maneira mais fiel aos
dados.
Para o cálculo da massa de corante adsorvida pela coluna, realizou-se o gráfico de Y
(1-Ct/C0) por t, para geração de um novo polinômio e estimativa dos parâmetros.

24
Figura 7. Gráfico de (1 - Ct/C0) vs t.

Fonte: Autores (2023).

Os parâmetros ajustados para o polinômio, o erro, o teste t, o p-valor e o coeficiente


de determinação da curva (R2) gerado pelo Statistica foram dispostos no Quadro 3.

Quadro 3. Parâmetros do polinômio de Y x t.

Parâmetro a b c d R²

Valor 3,04E-01 -4,29E-02 1,87E-03 -2,45E-05 0,9588

Erro 3,57E-02 8,16E-03 4,75E-04 7,62E-06 -

t(5) 8,52 -5,26 3,93 -3,22 -

p-valor 3,65E-04 3,29E-03 1,11E-02 2,35E-02 -


Fonte: Autores (2023).

Assim, a equação polinomial é dada a seguir:


2 −4 3
𝑌 = 0, 30 − 0, 042𝑡 + 0, 0019𝑡 − 0, 24𝑥10 𝑡

25
Figura 8. Gráfico da probabilidade normal dos resíduos.

Fonte: Autores (2023).

Conforme observa-se na Figura 5, os valores residuais obtidos estão


consideravelmente próximos à reta de distribuição normal.
Assim, realizando a integral de Y no tempo decorrido no experimento, temos:
𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
2 3
∫ 𝑌𝑑𝑡 = ∫ 𝑎 + 𝑏𝑡 + 𝑐𝑡 + 𝑑𝑡 𝑑𝑡
0 0
𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 40
2 3 4
| 𝑏𝑡 𝑐𝑡 𝑑𝑡 |
∫ 𝑌𝑑𝑡 = |𝑎𝑡 + + + |
0
| 2 3 4 |0
𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

∫ 𝑌𝑑𝑡 = 3, 57
0

Com as condições operacionais e com uma massa de carvão ativado de 66,58 gramas,
calculou-se a massa total de corante alimentada (mt) pela Equação (6), a capacidade da
coluna (qeq) pela Equação (7), o percentual de remoção (R) pela Equação (8) e a massa de
corante adsorvida na coluna (qtotal) pela Equação (4), disponíveis na Quadro 4.

26
Quadro 4. Variáveis experimentais obtidas.

Variável mt (g) qeq (min-1) R(%) qtotal (mg/min)


Valor obtido 1,0472 0,0014 8,925 0,093
Fonte: Autores (2023).

Para o erro médio relativo (ARE) foi encontrado um valor de 70,02. Porém, por mais
que o erro médio relativo se apresente elevado, os outros valores de parâmetros foram
satisfatórios, como um R² = 0,95, logo, podemos dizer que o modelo é significativo.
Por fim, utilizou-se os modelos de Thomas e Yoon–Nelson para ajustar a curva de
(C0/Ct) por t, a partir das Equações (9) e (8), para estimar a constante de Thomas (kTh), a
capacidade de adsorção no equilíbrio (qe), a constante de Yoon–Nelson (kYN) e τ. Utilizou-se
o ajuste C0/Ct = 1 + exp(a − bt) no Software Statistica para gerar o gráfico da Figura 9 e
estimar os parâmetros dos modelos presentes no Quadro 5.

Figura 9. Gráfico de (C0/Ct) vs. t para o modelo Thomas/Yoon-Nelson.

Fonte: Autores (2023).

Logo, os valores encontrados para os modelos de Thomas e Yoon-Nelson estão


dispostos no Quadro 5.

27
Quadro 5. Parâmetros para o modelo Thomas/Yoon-Nelson.

Parâme-
a b kTH qE kYN τ R²
tro

Valor -5,08E-01 3,66E-01 2,79E-04 -5,46E+02 3,66E-01 -1,82E+03 0,9922

Erro 7,59E-02 5,24E-02 - - - - -

t(7) -6,69 6,98 - - - - -

p-valor 2,81E-04 2,16E-04 - - - - -


Fonte: Autores (2023).

Figura 10. Gráfico da probabilidade normal dos resíduos.

Fonte: Autores (2023).

Para o erro médio relativo (ARE) foi encontrado um valor de 1,41, o que significa que
o modelo foi bem ajustado, já que está abaixo de 10. Portanto, ambos os modelos se
ajustaram bem aos dados experimentais, entretanto, o modelo que melhor descreve o
resultado obtido é o modelo de Thomas, pois o modelo de Yoon-Nelson apresentou uma
constante de tempo negativa, o que é explicado pelo fato de adsorção ocorrer rapidamente, ou

28
seja, segundo o modelo de Yoon-Nelson, para que haja a adsorção de 50% da concentração
inicial, é necessário um tempo negativo, o que não reflete a realidade.

29
7. CONCLUSÃO

A adsorção em leito fixo é um processo importante na remoção de contaminantes de


águas residuais. Este estudo se concentrou na análise da curva de ruptura que é definida pela
razão entre a concentração no tempo (Ct) e a concentração inicial (Co) em um leito fixo de
adsorvente. Os resultados indicam que o tempo de retenção (tr) e o tempo de equilíbrio (te)
foram de 0,07 min e 8,20 min, respectivamente. A curva de ruptura foi ajustada por uma
equação polinomial de ordem 4, com R² de 0,9794 e erro médio relativo de 1,14. Esses
resultados indicam que o adsorvente estudado, o carvão ativado, tem um desempenho
promissor na remoção de contaminantes de águas residuais.
Além disso, o estudo também considerou a zona de transferência de massa (ZTM),
que é uma importante propriedade para o processo de adsorção. O comprimento da ZTM foi
medido como 25,78 cm e o volume total tratado foi de 800 mL. Os resultados mostraram que
o modelo Thomas e Yoon-Nelson foi adequado para descrever o processo de adsorção em
leito fixo, com um R² de 0,9922 e um erro médio relativo de 1,41. Isso indica que o modelo
pode ser utilizado para prever a capacidade de remoção do adsorvente em condições de
operação específicas. Único ponto a ser ressaltado, que pode ser evidenciado através das
análises gráficas, é a constante do tempo, que fora negativa, sendo justificado pela adsorção,
que ocorreu de forma extremamente rápida.
Em resumo, a análise da curva de ruptura, bem como o comprimento da zona de
transferência de massa (ZTM) e a adequação do modelo de adsorção, fornecem informações
importantes para avaliar o desempenho de um adsorvente em um processo de adsorção em
leito fixo. Os resultados deste estudo mostraram que o adsorvente estudado apresentou um
bom desempenho na remoção do corante vermelho 40 na água utilizada, com promissoras
aplicações na remoção de contaminantes de águas residuais em abastecimentos. Estes
resultados são de grande relevância para aprimorar as tecnologias de tratamento de águas
residuais, contribuindo para a preservação do meio ambiente e da saúde pública.
Finalmente, foi possível, com o procedimento experimental, observar um importante
vínculo entre a teoria e a prática de adsorção. O experimento permitiu, ainda, relacionar os
conteúdos aprendidos com a aplicação da técnica de adsorção em leito fixo para remoção de
corantes e possivelmente na área de tratamento de águas contaminadas. Com isso, os pode-se
aprimorar conhecimentos teóricos e desenvolver habilidades práticas que poderão ser úteis na
área ambiental.

30
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AFROZE, S.; SEN, T. K.; ANG, H. M. Adsorption performance of continuous fixed bed
column for the removal of methylene blue (MB) dye using Eucalyptussheathiana bark
biomass. Research on Chemical Intermediates, v. 42, n. 3, p. 2343-2364, 2016

AKSU, Z.; GÖNEN, F. Binary biosorption of phenol and chromium(VI) onto


immobilized activated sludge in a packed bed: Prediction of kinetic parameters and
breakthrough curves. Separation and Purification Technology, v. 49, p. 205-216.

ANTANA, G. B.; NÓBREGA, D. C.; OLIVEIRA, J. T.; MARTINS, I. A.; NASCIMENTO,


R. F.; VIDAL, C. B. Aplicação da semente de moringa (Moringa oleífera) como
coagulante natural no tratamento de efluente de indústria de tintas no Ceará. Revista
Tecnologia (UNIFOR), Fortaleza, v. 41, n. 1, p. 1-17, jun. 2020. DOI:
http://dx.doi.org/10.5020/23180730.2020.9889.

ÇEÇEN, Ferhan. Activated carbon. Kirk-Othmer Encyclopedia of Chemical Technology.


[S.l: s.n.], v. 1, p. 143 – 150, 2014

COULSON, J.M.; RICHARDSON, J.F. Tecnologia Química vol 3. Fundação Calouste


Gulbenkian, Lisboa, 1982.

FERNANDES, S. G. S. Materiais adsorventes e suas aplicações: uma revisão


bibliográfica. (Bacharelado em Ciência e Tecnologia) - Universidade Federal Rural do
Semi-Árido ,Angicos, 2021.

GASPAR, A. T. F. S. Bioadsorção de cromo em algas marinhas utilizando coluna


extratora. 2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química)- Universidade Estadual de
Campinas, Campinas-SP, 2003."

GOMIDE, R. Operações Unitárias. São Paulo: Edição do autor, 1980

31
GONZÁLEZ-GARCÍA, P. Activated carbon from lignocellulosics precursors: A review of
the synthesis methods, characterization techniques and applications. Renewable and
Sustainable Energy Reviews. [S.l: s.n.], v.1, p. 30 – 60, 2018.

GUO, S. et al. Effects of CO2 activation on porous structures of coconut shellbased


activated carbons. Applied Surface Science, v. 255, n. 20, p. 8443–8449, 2009.
HOMEM, E. Remoção de chumbo, níquel e zinco em zeólita utilizando sistema de leito
fluidizado. 2001. 104 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) - Faculdade de
Engenharia Química, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001.

IRANI, M.; AMJADI, M.; MOUSAVIAN, M. A. Comparative study of lead adsorption


onto natural perlite, dolomite and diatomite. Chemical Engineering Journal, vol. 178, p.
317-323, 2011.

MARCHETTO, Margarida; Filho, Sidney Seckler Ferreira. Interferência do processo de


coagulação na remoção de compostos orgânicos causadores de gosto e odor em águas de
abastecimento mediante a aplicação de carvão ativado em pó. São Paulo, 2005;

NASCIMENTO, Ronaldo Ferreira do et al. Adsorção: aspectos teóricos e aplicações


ambientais. E-book. 2. ed. Fortaleza: Imprensa Universitária. 2020. (Estudos da
pós-graduação). Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/53271. Acesso
em: 01 de maio de 2023;

OLIVEIRA, F. F.; MOURA, K. O.; COSTA, L. S.; VIDAL, C.B.; LOIOLA, A.R.;
NASCIMENTO, R.F. Reactive Adsorption of Parabens on Synthesized Micro - and
Mesoporous Silica from Coal Fly Ash: pH Effect on the Modification Process. ACS
Omega, Fortaleza, v. 5, n.7, 2020, p. 3346-3357, fevereiro, 2020. DOI:
10.1021/acsomega.9b03537

OLIVEIRA, A. H. B.; NASCIMENTO, R.F. Removal of Ni2+, Cu2+, Zn2+, Cd2+ and
Pb2+ ions from aqueous solutions using cashew peduncle bagasse as an eco-friendly
biosorbent. Desalination and Water Treatment, Fortaleza, v. 57, n.22, p. 10462- 10475, abril,
2016. https://doi.org/10.1080/19443994.2015.1037355

32
PALLARÉS, J.; GONZÁLEZ-CENCERRADO, A.; ARAUZO, I. Production and
characterization of activated carbon from barley straw by physical activation with
carbon dioxide and steam. Biomass and Bioenergy, v. 115, n. January, p. 64–73, 2018.

RASHIDI, N. A.; YUSUP, S. A Review on Recent Technological Advancement in the


Activated Carbon Production from Oil Palm Wastes. Chemical Engineering Journal, v.
314, p. 277–290, 2017.
SIQUEIRA, José Guilherme Martins; Estudo cinético da adsorção do antibiótico
sulfametoxazol pela casca de arroz in natura, p. 43 -58.

RÉGUER, A. et al. Measurement and modelling of adsorption equilibrium, adsorption


kinetics and breakthrough curve of toluene at very low concentrations on to activated
carbon. Environ. Technol. v. 32, n. 1, p. 757-766, 2011.

RODRIGUEZ-REINOSO, F; MOLINA-SABIO, M. Textural and chemical


characterization of microporous carbons. Advances in Colloid and Interface Science, v.
76-77, pp. 271-294, 1998.

RUTHVEN, Douglas. M. Principles of Adsorption & Adsorption Process. New York: John
Wiley & Sons, 1984.

SOUSA, F. W. D. Adsorção de metais tóxicos em efluente aquoso usando pó da casca de


coco verde tratado. 2007. 105 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil. Saneamento
Ambiental) - Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2007.

SRIDHAR, P. et al. Mathematical simulation of bioseparation in an affinity packed


column. Chemical and Engineering Technology, v. 17, p. 422-429, dez. 1994. Disponível em:
<http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ceat.v17:6/issuetoc>. Acesso em: 1 mai. 2023.

TAVARES, Liliam Quelem; SOUSA, Priscila Afonso Rodrigues; COELHO, Luciana Melo;
SIQUEIRA, José Guilherme Martins; "Estudo cinético da adsorção do antibiótico
sulfametoxazol pela casca de arroz in natura", p. 43 -58. In: Tecnologias em pesquisa:
ciências exatas e biológicas. São Paulo: Blucher, 2017.

33
TREYBAL, E. R. Mass-transfer operations. New York: McGrawHill, 1955.

YAHYA, Mohd Adib; AL-QODAH, Z.; NGAH, C. W Zanariah. Agricultural bio-waste


materials as potential sustainable precursors used for activated carbon production: A
review. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 46, p. 218–235, 2015.

YANG, R. T.; TSUCHIYA, K.; TENG, Y. Adsorption technology and design. John Wiley &
Sons, 2019

34

Você também pode gostar