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Santa Maria, RS
2023
RESUMO
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LISTA DE FIGURAS
3
LISTA DE TABELAS
4
LISTA DE QUADROS
5
LISTA DE SÍMBOLOS
Φ - Diâmetro do poro.
6
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 8
2. OBJETIVOS....................................................................................................................... 10
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................... 11
3.1 ADSORÇÃO................................................................................................................ 11
3.2 ADSORVENTES......................................................................................................... 12
3.2.1 Carvão ativado...................................................................................................12
3.3 COLUNA DE LEITO FIXO........................................................................................ 15
4. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................. 16
4.1 MATERIAIS.................................................................................................................16
4.2 MÉTODOS...................................................................................................................16
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................ 20
7. CONCLUSÃO.................................................................................................................... 30
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 31
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1. INTRODUÇÃO
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as propriedades do carvão ativo influenciam a taxa e a capacidade de adsorção, sendo
necessário levá-las em conta no desenvolvimento do sistema a ser empregado (SRIDHAR et
al., 1994; HILL JÚNIOR, 1977).
Baseado nestas informações pré-existentes, um dos adsorventes mais estudados e
utilizados é o carvão ativado, devido sua grande área superficial. Um grande número de
substâncias orgânicas e inorgânicas são adsorvidas pelo carvão ativado, incluindo metais
pesados em baixas concentrações. Porém, na prática, este adsorvente se torna inviável em
consequência do alto custo de produção e regeneração após o uso. (IRANI, 2011).
Além disso, o comportamento dinâmico e a eficiência de uma coluna de leito fixo são
descritos em termos da concentração efluente/afluente versus tempo ou volume de líquido
tratado, ou seja, curva de ruptura, também denominada “breakthrough”. O tempo de avanço e
a forma da curva de ruptura são características muito importantes para determinar o
funcionamento e a dinâmica de uma coluna de adsorção (SOUSA et al., 2007; AKSU;
GÖNEN, 2006).
Finalmente, o presente experimento tem como propósito analisar a dinâmica de uma
coluna de leito fixo, utilizando carvão ativado como adsorvente, e comparar os resultados
obtidos com modelos teóricos. A partir dos dados coletados, será possível avaliar a eficiência
do processo de adsorção e suas possíveis aplicações industriais. Ao final, serão apresentadas
as conclusões acerca dos conhecimentos adquiridos por meio da realização deste
experimento.
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2. OBJETIVOS
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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 ADSORÇÃO
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3.2 ADSORVENTES
Adsorventes são materiais cuja superfície sólida insolúvel, geralmente porosa e com
alta área de superfície, atrai outras moléculas de fases diferentes por mecanismos químicos,
físicos ou químico-físicos. A espécie que se acumula na interface do material é normalmente
denominada de adsorvato ou adsorbato e a superfície sólida na qual o adsorvato se acumula, é
denominada adsorvente (RUTHVEN, 1984).
Diversos sólidos são capazes de adsorver gases e líquidos. Entretanto, poucos podem
ser classificados como adsorventes comerciais, uma vez que precisam apresentar
características favoráveis de eficiência, seletividade, resistência mecânica, perda de carga,
custo, aglomeração, inércia química, densidade e, principalmente, área interfacial (GOMIDE,
1980)..
Desse modo, os principais materiais adsorventes utilizados na indústria hoje em dia
são o carvão ativado, alumina ativada, zeólitas, diatomina, bentonita, vermiculita, argila e
argilominerais, sílica, sendo o carvão ativado o mais usado para diversas aplicações.
O carvão ativado é um material poroso que apresenta uma forma microcristalina não
grafítica e que sofreu um tratamento para aumentar a porosidade interna. Após ser ativado, o
carvão apresenta uma porosidade interna comparável a uma rede de túneis, no qual se
bifurcam em canais menores sucessivamente. A porosidade do carvão ativado depende do
tratamento a qual foi submetido, de modo a poder formar micro, macro e mesoporos, os quais
modificam a sua área superficial e a eletividade da adsorção através do efeito de peneira
molecular, sendo essa extensa superfície interna localizada dentro da rede de poros estreitos a
principal característica do carvão ativado (RODRIGUEZ REINOSO e SABIO-MOLINA,
1998). Segundo a IUPAC (1982), os poros num adsorvente são classificados em função do
diâmetro, de modo que as classificações são: Macroporos Φ > 50 nm; Mesoporos: 2 < Φ < 50
nm; e Microporos: Φ < 2 nm.
A ativação do carvão se dá através de duas rotas: a física e química. Na ativação
física, ocorrem duas etapas. A primeira etapa é a carbonização, que ocorre geralmente em
temperaturas que variam de 300-800 ºC, na ausência ou em baixíssimas concentrações de
oxigênio, onde também irã formar a porosidade inicial do carvão, devido a remoção da
umidade e dos compostos voláteis e ao aumento do teor de carbono (YAHYA; AL-QODAH;
12
NGAH, 2015). Em seguida, ocorre a etapa de gaseificação em atmosfera parcialmente
oxidante (normalmente vapor d’água ou dióxido de carbono), em temperaturas na faixa de
700-1000 ºC (PALLARÉS; GONZÁLEZCENCERRADO; ARAUZO, 2018). Durante esta
etapa, ocorre a abertura dos poros anteriormente inacessíveis, além da criação de novos poros
por ativação seletiva e o alargamento de poros existentes (GUO et al., 2009).
Na ativação química, há o uso de um produto químico para realizar o processo,
normalmente um ácido, hidróxido ou sal. Os mais comuns são H₃PO₄, ZnCl₂, NaOH e KOH,
embora, com menor frequência, H₂O₂, K₂CO₃ e CaCl₂, também já foram utilizados como
agentes ativadores (GONZÁLEZ-GARCÍA, 2018). O processo de ativação consiste em
carbonizar o material impregnado sob uma atmosfera inerte, de modo que a temperatura irá
variar de acordo com o produto químico que foi utilizado. Após a ativação, o material
carbonizado é submetido a um exaustivo processo de lavagem para remoção do produto
químico, tornando a estrutura porosa disponível (RASHIDI; YUSUP, 2016).
Densidade de
Maior Menor
empacotamento
Geração de efluentes
Sim Não
líquidos (lavagens)
Fonte: Adaptado de Cândido, 2018.
A ativação, tanto física quanto química, também pode incluir uma etapa de
pré-tratamento, o qual tem como etapas a (i) lavagem, (ii) secagem ao sol ou forno, (iii)
13
trituração, (iv) moagem, e (v) peneiramento do precursor. Estas etapas têm como objetivo a
remoção do teor de cinzas do carvão, as quais possuem baixa capacidade de adsorção e
afetam a resistência mecânica do carvão ativado sintetizado (RASHIDI; YUSUP, 2016).
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Devido a grande afinidade do carvão ativado por substâncias de caráter orgânico por
conta de sua superfície não polar, o uso do carvão ativado é bastante propício na adsorção de
orgânicos para purificação da água, branqueamento de açúcar e recuperação de solventes
(COULSON; RICHARDSON, 1982). Além disso, o uso do carvão ativado tem como
vantagens a alta eficiência para a aplicação de compostos específicos, além de um baixo
custo (MARCHETTO, 2005).
3.3 COLUNA DE LEITO FIXO
Para realizar o processo de adsorção, é necessário escolher um sistema de operação.
Este sistema depende principalmente do volume de fluido a ser tratado e de sua continuidade
e composição, assim como das condições de regeneração do adsorvente (GASPAR, 2003).
Industrialmente, os processos de adsorção são normalmente realizados em colunas de
adsorção de leito fixo com fluxo contínuo, devido a eficiência da remoção em volumes de
efluentes maiores e por permitir a regeneração do adsorvente, diminuindo o custo do processo
(AKSU et al., 2002; MOREIRA et al., 2016; RAULINO et. al., 2014). Desse modo, segundo
o livro Adsorção: aspectos teóricos e aplicações ambientais (2020), Ortiz, Rodríguez e Yang
(2019), descrevem que o uso de leito fixo para simulação de processos de adsorção é uma
ferramenta muito empregada para o design de processos, pois reduz o custo relativo aos testes
realizados no laboratório e na planta piloto antes da expansão
Uma coluna de leito fixo convencional é composta por uma coluna que contém
partículas do adsorvente e é utilizada para entrar em contato com a solução contendo o
adsorvato a ser tratado. O bombeamento na coluna pode ocorrer em uma vazão ascendente ou
descendente (GASPAR, 2003). A concentração de adsorvato nas fases líquida e sólida varia
espacialmente e temporalmente nesse sistema (AKSU et al., 2002). Portanto, a concentração
de analito no efluente é geralmente medida em função do tempo por diferentes técnicas
analíticas para monitorar o processo de adsorção na coluna (AFROZE; SEN; ANG, 2016).
De acordo como o livro Adsorção: aspectos teóricos e aplicações ambientais (2020),
Worch (2012) e Cooney (199) demonstram que durante o processo de adsorção, o adsorvato é
acumulado na superfície das partículas adsorventes, atingindo o estado de equilíbrio.
Inicialmente, a concentração de adsorvato no efluente da coluna é baixa ou nula, uma vez que
o adsorvente retém os compostos que entram na coluna. À medida que o equilíbrio se
estabelece, a concentração de adsorvato aumenta na solução efluente, em decorrência da lenta
cinética de adsorção e da falta de uma fronteira bem definida entre as camadas saturadas e
não saturadas. Segundo os mesmos autores, esse equilíbrio ocorre numa zona de transferência
de massa (ZTM) ou zona de adsorção, que é uma área mais ou menos ampla no leito
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adsorvente. Ao longo do processo, a concentração de efluente aumenta à medida que as
partículas de adsorvente retêm o adsorvato (GASPAR, 2003), alcançando uma concentração
igual à solução afluente quando o adsorvente estiver completamente saturado (RÉGUER et
al., 2011).
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4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 MATERIAIS
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5. TRATAMENTO DE DADOS
Também necessita-se do valor do volume total tratado (Veff), obtido pela Equação 3.
onde, Z é a altura da coluna (cm), Q é a vazão de alimentação (mL/min) e ttotal é o tempo do
experimento (min).
𝑉𝑒𝑓𝑓 = 𝑄. 𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (3)
Para calcular a massa de corante adsorvida pela coluna (qtotal) utiliza-se a Equação 4.
𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑄.𝐶0
𝑞𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 3 . ∫ 𝑌𝑑𝑡 (4)
10 0
sendo que, os parâmetros a, b, c e d devem ser estimados por regressão polinomial dos dados
experimentais da curva (1-Ct/C0) por t. A massa total de corante alimentada (mt), a
capacidade da coluna (qeq), o percentual de remoção R podem ser obtidos pelas Equações 6, 7
e 8 respectivamente.
𝑄.𝐶0.𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑚𝑡 = 3 (6)
10
18
𝑞𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑞𝑒𝑞 = 𝑚
(7)
𝑞𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑅= 𝑚𝑡
. 100 (8)
𝐶0
𝐶𝑡 (
= 1 + 𝑒𝑥𝑝 τ. 𝑘𝑌𝑁 − 𝑘𝑌𝑁. 𝑡 (10) )
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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir dos valores experimentais de absorbância medidos e dos tempos de coleta, foi
construída a Tabela 2 com as concentrações, calculadas com a Equação 1 e a razão das
concentrações com a concentração inicial em cada instante.
tr (min) te (min)
0,07 8,20
Fonte: Autores (2023).
20
cm. O volume total tratado foi de 800 mL, calculado com a equação 3, considerando uma
vazão de alimentação de 20 mL/min e 40 minutos de experimento.
Com os dados experimentais, pode-se construir o gráfico com os valores de “Ct/C0 por
t” no software Statistica. Assim, foi possível determinar a curva de ruptura ajustada por uma
equação polinomial de ordem 4, que pode ser visualizado através da Figura 3.
Parâmetro a b c d e R²
Valor 6,49E-01 7,05E-02 -5,00E-03 1,00E-04 -1,00E-06 0,9794
Erro 2,43E-02 9,30E-03 9,65E-04 3,58E-05 4,33E-07 -
t(4) 26,70 7,58 -5,21 4,07 -3,41 -
p-valor 1,17E-05 1,62E-03 6,46E-03 1,52E-02 2,69E-02 -
Fonte: Autores (2023).
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Assim, o polinômio é dado a seguir:
𝐶𝑡 −3 2 −4 3 −6 4
𝐶0
= 0, 649 + 0, 0705𝑡 − 5𝑥10 𝑡 + 1𝑥10 𝑡 − 1𝑥10 𝑡
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Figura 5. Gráfico de (Ct/C0) vs t, para o segundo modelo.
Parâmetro a b R²
Valor 7,57E-01 7,13E-02 0,9166
23
Figura 6. Gráfico da probabilidade normal dos resíduos.
24
Figura 7. Gráfico de (1 - Ct/C0) vs t.
Parâmetro a b c d R²
25
Figura 8. Gráfico da probabilidade normal dos resíduos.
∫ 𝑌𝑑𝑡 = 3, 57
0
Com as condições operacionais e com uma massa de carvão ativado de 66,58 gramas,
calculou-se a massa total de corante alimentada (mt) pela Equação (6), a capacidade da
coluna (qeq) pela Equação (7), o percentual de remoção (R) pela Equação (8) e a massa de
corante adsorvida na coluna (qtotal) pela Equação (4), disponíveis na Quadro 4.
26
Quadro 4. Variáveis experimentais obtidas.
Para o erro médio relativo (ARE) foi encontrado um valor de 70,02. Porém, por mais
que o erro médio relativo se apresente elevado, os outros valores de parâmetros foram
satisfatórios, como um R² = 0,95, logo, podemos dizer que o modelo é significativo.
Por fim, utilizou-se os modelos de Thomas e Yoon–Nelson para ajustar a curva de
(C0/Ct) por t, a partir das Equações (9) e (8), para estimar a constante de Thomas (kTh), a
capacidade de adsorção no equilíbrio (qe), a constante de Yoon–Nelson (kYN) e τ. Utilizou-se
o ajuste C0/Ct = 1 + exp(a − bt) no Software Statistica para gerar o gráfico da Figura 9 e
estimar os parâmetros dos modelos presentes no Quadro 5.
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Quadro 5. Parâmetros para o modelo Thomas/Yoon-Nelson.
Parâme-
a b kTH qE kYN τ R²
tro
Para o erro médio relativo (ARE) foi encontrado um valor de 1,41, o que significa que
o modelo foi bem ajustado, já que está abaixo de 10. Portanto, ambos os modelos se
ajustaram bem aos dados experimentais, entretanto, o modelo que melhor descreve o
resultado obtido é o modelo de Thomas, pois o modelo de Yoon-Nelson apresentou uma
constante de tempo negativa, o que é explicado pelo fato de adsorção ocorrer rapidamente, ou
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seja, segundo o modelo de Yoon-Nelson, para que haja a adsorção de 50% da concentração
inicial, é necessário um tempo negativo, o que não reflete a realidade.
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7. CONCLUSÃO
30
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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column for the removal of methylene blue (MB) dye using Eucalyptussheathiana bark
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31
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characterization of activated carbon from barley straw by physical activation with
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YANG, R. T.; TSUCHIYA, K.; TENG, Y. Adsorption technology and design. John Wiley &
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