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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE QUÍMICA
Departamento de Operações e Projetos Industriais
Práticas de Engenharia Química 2
Prof. André Alberton

Prática de Engenharia Química 2

SECAGEM EM TÚNEL DE VENTO

Relatores
Bárbara Souza
Renan Prayer
Renan Ruas
Thamara Azeredo

(Grupo 3)

Original Rev. A Rev. B Rev. C Rev. D Rev. E


Data 08/10/2014
Execução Grupo 2
Verificação
Aprovação
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SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................................... 3
ABSTRACT ................................................................................................................................. 3
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4
2. OBJETIVO E MOTIVAÇÃO ................................................................................................. 10
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................. 11
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ..................................................................................... 18
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................................ 20
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 24
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 25

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RESUMO

A partir do conhecimento das limitações do processo para um determinado


produto, podemos avaliar, projetar e/ou otimizar o processo de secagem,
permitindo a avaliação do tempo de secagem. A predição deste tempo é o
dado fundamental para o dimensionamento e a otimização de uma planta
industrial que realiza operações de secagem, sendo os dados experimentais
essenciais para a modelagem e predição do processo.

Os métodos de cálculo da taxa de secagem diferem quando se trata de


período de velocidade constante ou decrescente. No primeiro período, as
transferências de calor e massa são analisadas da superfície do material e ar
de secagem, enquanto que no segundo período as análises são baseadas nas
transferências internas que governam a secagem.

ABSTRACT

From the knowledge of the limitations of the process for a particular product,
we can assess, design and/or optimize the drying process, allowing the
evaluation of drying time. The prediction of this time is a key factor for scaling
data and optimization of an industrial plant that performs drying operations,
besides good experimental data is essential for fair modeling and prediction
process.

Calculation methods of drying rate differ when it comes to period of constant


or decreasing speed. In the first period, the heat and mass transfers are
analyzed from material surface and air drying, while in the second period
analyzes are based on internal transfers that govern the drying.

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1. INTRODUÇÃO

A secagem está entre as operações mais usuais na indústria química. Em


uma boa parte das situações é o último processamento do produto antes de
sua classificação e embalagem. A qualidade do produto seco, a quantidade de
energia gasta e o tempo utilizado neste processo são parâmetros primordiais
para a rentabilidade do bem submetido a esta operação (WELTY, 2001).

Em geral entende-se por Secagem a operação unitária destinada à


remoção de um líquido agregado a um sólido para uma fase gasosa insaturada
através de vaporização térmica. Esta vaporização ocorrendo em uma
temperatura inferior àquela de ebulição do líquido na pressão do sistema.
Normalmente se mentaliza um sólido como algo com forma definida, em alguns
casos o que se tem na alimentação do secador é uma pasta ou uma
suspensão de sólidos ou ainda uma solução. Porém em qualquer situação o
produto final é sólido com alguma umidade (BIRD, 2004).

Trata-se de um dos processos industriais mais utilizados na prática tanto


para o acabamento final ou equilíbrio da umidade dos diversos materiais
processados com ar ambiente, como é o caso das madeiras e seus derivados,
das borrachas, couros e plásticos. Também é utilizado para a melhor
conservação de produtos como no caso de cereais, alimentos em geral e nos
materiais perecíveis. Os agentes de secagem (gases envolvidos no processo
de arraste da umidade) mais comuns são o ar úmido, e misturas de ar úmido
com gases de combustão (WELTY, 2001).

O processo de secagem pode ser dividido basicamente em três etapas:


etapa zero, que representa o período de indução, ou o período onde o sistema
está entrando em regime operacional; etapa um, chamada de secagem à taxa
constante; etapa dois, que é conhecida como secagem à taxa decrescente.

A etapa um é o período de indução ou o período onde o sistema entra em


regime operacional. No começo o produto é geralmente mais frio do que o ar, a
pressão parcial de vapor da água na superfície do produto é baixa e por
consequência disso, as transferências de massa e calor entre os meios é
também bastante baixa. Conforme o calor vai sendo cedido à superfície do
sólido, ocorre elevação da temperatura do mesmo, o que leva um aumento de
pressão de vapor e aumento na velocidade de secagem. Este fenômeno
continua até que a transferência de calor compense a transferência de massa.
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Esta etapa ocorre por um tempo insignificante se comparado ao período total


da secagem e normalmente não é considerado.

Na secagem à taxa constante ou a velocidade constante, o sólido se


encontra em um estado onde a umidade se apresenta na forma de um filme de
líquido que existe sobre toda a superfície de secagem (figura 1) e esta atua
como se o sólido não estivesse presente (assume-se que a velocidade de
reposição de água a este filme, por parte do sólido é maior do que a velocidade
de perda de água para o ambiente).

Figura 1 - Transporte de Massa e Energia no interior da partícula de sólido

A velocidade de secagem nesta situação é totalmente controlada pelas


condições externas. Aumentos na temperatura do ar ou na sua velocidade irão
conduzir a aumentos na velocidade de secagem. A temperatura do sólido tende
a se aproximar da temperatura de bulbo úmido do agente de secagem e nestas
condições, a temperatura permanece bastante estável e a taxa de secagem
também permanece constante. Nesta etapa, também, a transferência de calor
e massa se compensam, de forma que o ar “repõe” o que “perdeu” em calor,
sob a forma de vapor.

Ao final do período de velocidade constante, o sólido atinge um valor de


umidade denominado de umidade crítica. Esta situação indica que a
quantidade de água superficial não é mais suficiente para se manter na forma
de um filme sobre a área de secagem. Este valor não deve, no entanto, ser
confundido com o valor de umidade de equilíbrio do sólido em contato com o ar
saturado, pois a situação real não acontece em condições de equilíbrio e
depende das condições da secagem, o que não é uma propriedade do material
em operação.

A partir desse valor de umidade crítica, o valor da velocidade começa a ser


decrescente e nesta etapa, quem começa a controlar a velocidade da secagem

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não é mais o agente, e sim as condições internas do sólido. Esta etapa ocorre
de forma diferenciada dependendo do tipo do material que está sendo utilizado.

Tendo em vista as três etapas apresentadas, a figura 2 representa um


gráfico onde é possível verificar alguns comportamentos durante a secagem
em cada uma dessas etapas:

Figura 2 - Curva das três etapas de secagem

Neste gráfico é possível observar três curvas:

 A curva (a) representa a diminuição do teor de água do produto


durante a secagem, isto é, a curva obtida pesando-se o produto
durante a secagem numa determinada condição de secagem.
 A curva (b) representa a velocidade (taxa) de secagem do produto,
isto é, a variação do conteúdo da umidade do produto por tempo,
dX/dt em relação à evolução do tempo. Em resumo, é a curva obtida
através da diferenciação da curva (a).

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 A curva (c) representa a variação da temperatura do produto durante


a secagem, isto é, a variação da temperatura do produto em relação
ao tempo. Curva obtida através da medição da temperatura do
produto durante a secagem.
Conforme pode ser notado, para a interpretação da cinética de secagem
no gráfico acima, deve-se utilizar a curva (b) em vez da curva (a).

Van Brackel (1980) resumiu e classificou em doze categorias um grande


número de curvas experimentais de taxa de secagem publicadas na literatura.
A figura 3 representa essas curvas, e elas ilustram a diversidade das formas
que a curva de secagem pode assumir em relação aos casos típicos dos
produtos utilizados.

Figura 3 - Curvas típicas de secagem adimensionalizadas

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Cada uma das figuras representa um material sólido diferente:

I. e II. Leito de bolas de vidro ; de areia ; de argila ; de areia com argila ; de


calcário ; de silicagel

III. Evaporação de um líquido orgânico a partir de um leito bolas de vidro a)


benzeno; b) n-pentanol.

IV. Leito de bolas de poliestireno

V. Areia; argila com plástico; cerâmica; lac-tose

VI. Particulados (casos especiais de I)

VII. caso (I) com diferentes curvaturas no período decrescente, exemplo:


silicato de alumínio para diferentes temperaturas ou areia e papel para
diferentes espessuras.

VIII. Madeira

IX. a) papel, lã, estearato de alumínio ; b) batata, tapioca, farinha

X. a) pão de centeio, fermento (leveduras) ; b) manteiga, margarinas

XI. a) grãos de trigo; b) e c) continuação da secagem depois de uma


interrupção

XII. a)calcário impregnado de água ; b) de água e sal ; c) tijolo de argila;

Para as categorias de I a VII e XII, que se referem, sobretudo, a produtos


não biológicos, pode-se observar geralmente um período um bem marcado.
Porém é bem raro que a velocidade de secagem seja rigorosamente constante.

As categorias VIII a XI, referem-se à secagem de produtos biológicos, e só


o período de secagem a taxa decrescente está presente. A transição do
período 1 ao período 2 é frequentemente pouco nítida e a determinação do teor
de água neste ponto é delicada. Por outro lado, o teor de água do ponto de
inflexão varia de acordo com a natureza do material, sua espessura e a
velocidade de secagem inicial (que depende das condições de secagem).

Bombas são os equipamentos responsáveis por transferir energia de uma


determinada fonte para um fluido líquido, para que este possa deslocar-se de
um ponto para outro e inclusive ser capaz de vencer um desnível. As bombas
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de uma maneira geral devem apresentar as seguintes características


principais:

 Resistência: devem ser estruturalmente adequadas para resistir aos


esforços provenientes da operação (pressão, erosão, mecânicos);
 Facilidade de operação: ser adaptáveis as mais usuais fontes de energia
e que apresentem manutenção simplificada;
 Alto rendimento: capacidade de transferir energia com o mínimo de
perdas;
 Economia: possuir custos de aquisição e operação compatíveis com as
condições de mercado.
Para a realização dos ensaios de associação de bombas, os procedimentos
empregados são equivalentes aos utilizados para ensaio de apenas uma
bomba. Para ambos, devem-se medir as pressões de entrada e saída de cada
bomba, bem como a vazão alcançada no teste e a rotação de cada
equipamento. Os valores para as alturas manométricas das duas bombas são
calculados individualmente, e as alturas manométricas da associação pode
então ser obtida.

Para nossa prática se faz necessário à utilização de bombas centrífugas, as


quais funcionam através da transformação de energia através do emprego de
forças centrífugas. Estas bombas possuem pás cilíndricas, com geratrizes
paralelas ao eixo de rotação, sendo essas pás fixadas a um disco e a uma
coroa circular, compondo o rotor da bomba. Seu princípio de funcionamento
baseia-se na criação de uma zona de baixa pressão e de uma zona de alta de
pressão, na qual o líquido é succionado na entrada do equipamento (zona de
baixa pressão), atravessa o rotor, onde recebe energia, e finalmente é
impulsionado através da transformação da energia cinética em energia de
pressão.

Por fim, a construção de curvas características para associação de bombas


é de fundamental importância para a caracterização do funcionamento do
sistema em questão, no qual pode-se determinar o comportamento do
equipamento a partir de uma expressão cartesiana, como por exemplo traçar o
head requerido (eixo das ordernadas) versus a vazão do sistema (eixo das
abcissas).

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2. OBJETIVO E MOTIVAÇÃO

O objetivo deste trabalho é o estudo do processo de transferência


simultânea de calor e massa entre a amostra sólida e o ar de secagem,
identificando os seus principais parâmetros relativos ao processo, cujos valores
serão determinados em função de condições térmicas e hidrodinâmicas de
situações de interesse na área de engenharia química.

A análise da secagem é sempre relatada à predição de tempo de secagem.


As taxas de secagem devem ser relacionadas para um determinado produto e
para uma determinada operação (processo e equipamento).

Os estudos da transferência de calor e massa, além do estabelecimento de


possíveis mecanismos de migração interna de umidade possibilitam o
estabelecimento da taxa de secagem. Antes de iniciar os cálculos de secagem
propriamente ditos, é válida uma revisão sobre alguns tópicos importantes e de
grande necessidade neste estudo: As diferenças entre umidade relativa e
absoluta, e as avaliações necessárias ao uso de uma carta Psicrométrica.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 UMIDADE
A umidade absoluta em uma base volumétrica é a quantidade absoluta de
água numa porção de ar seco. A unidade de medida mais comum é gramas de
água por quilograma de ar (g/kg). Se toda a água de um quilograma de ar for
condensada em um vasilhame, esse vasilhame conterá toda a umidade
absoluta dessa porção de ar e a quantidade de água condensada pode ser
pesada para quantificar a umidade absoluta: (SMITH, 2000)

𝑔 𝐻2𝑂
𝑈𝐴 = (1)
𝐾𝑔 𝑎𝑟 𝑠𝑒𝑐𝑜

Umidade Relativa é a relação entre a pressão de vapor do ar (medida em


pascal) e a pressão de vapor do ar obtida em condições de equilíbrio
ou saturação sobre uma superfície de água líquida ou gelo. O valor da UR varia
entre 0 e 1 para condições até a saturação (e acima de 1 para condições
supersaturadas) de acordo com a temperatura. Convencionalmente também é
denotada em porcentagem: (SMITH, 2000).

𝑦𝐻2 𝑂
𝑈𝑅 (%) = 𝑥 100 (2)
𝑦𝐻2 𝑂𝑚𝑎𝑥

3.2 CARTA PSICROMÉTRICA


Para utilização adequada das equações descritas, é importante a correta
utilização e interpretação dos dados da leitura em cartas psicrométricas. As
principais informações de interesse são:

Temperatura de bulbo seco (Tbs): Corresponde a uma medida direta de


temperatura da mistura gasosa Ar + Vapor.

Temperatura de bulbo úmido (Tbu): Corresponde a uma medida onde o


termômetro está imerso em um meio saturado em evaporação.

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Figura 4 - Carta Psicrométrica

3.3 ETAPA DE VELOCIDADE CONSTANTE

Neste primeiro caso, as transferências de calor e massa na interface


produto - ar é que governam e fixam a velocidade a secagem. Baseado nisso,
o método adotado tem como interesse a determinação da velocidade de ótima
para as condições de processo dadas. Esta metodologia poderia ser aplicada
também à etapa dois, caso fosse possível predizer de formar simples a
atividade da água e a temperatura da superfície do sólido.

As equações são definidas através da interface através de uma relação com


o fenômeno de camada limite, onde se considera a formação de uma fina
camada de ar em escoamento laminar ao redor da partícula e há um equilíbrio
de temperatura e umidade entre o ar e a superfície dessa partícula. Para
sólidos porosos, a transferência pode ser aproxewimada pelo chamado
mecanismo capilar, considerando-se que a transferência de massa se dá
devido a diferenças de pressão hidrostática e tensão superficial.

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Para uma esfera de raio r, tem-se que:

2𝛾
−∆𝑃 = (3)
𝑟

Onde:
−∆𝑃 = Diminuição da pressão devido a efeitos de tensão superficial
𝛾 = Tensão superficial para o contato entre as fases liquida e gasosa
r = Raio da esfera

Considerando os efeitos de capilaridade de acordo com a figura abaixo,


pode-se verificar que este depende da área do “tubo capilar” formado pelos
poros do sólido:

Figura 5 – Modelo Capilar

Que resulta na seguinte equação:

𝑔 2𝛾
−∆𝑃 = ∆𝑧 (𝜌𝑙 − 𝜌𝑣 ) = (4)
𝑔𝑐 𝑟
Onde:
𝑔𝑐 2𝛾
∆𝑧 = (5)
𝑟𝑔(𝜌𝑙 − 𝜌𝑣 )

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E para o cálculo do tempo de secagem, tem-se:

−𝑊𝑠 𝑑𝑋′ 𝑁𝑎 𝑀𝑎
𝑅= = (6)
𝐴 𝑑𝜃 𝐴
Onde:

R = Velocidade de secagem
Ws = Massa de sólido seco
X’ = Umidade absoluta do sólido

Considerando-se o período de velocidade constante (R=cte) e fazendo-se


os rearranjos e integrando a equação anterior, temos:

−𝑊𝑠 ′
𝜃𝑐 = (𝑋 𝑐 − 𝑋 ′ 1 ) (7)
𝐴𝑅𝑐

Onde:
X’c =Umidade no final do período de secagem constante
X’1= Umidade no início da secagem
𝜃𝑐 = Tempo de secagem à velocidade constante

Ao final da etapa de secagem à velocidade constante, o sólido alcança um


valor de umidade conhecido como umidade crítica. Neste ponto, a velocidade
com que com que o líquido chega à superfície do sólido é insuficiente para
manter uma camada sobre o mesmo, pois a evaporação está a uma taxa
maior. Como este valor depende de uma série de fatores, como a estrutura
porosa do sólido, da velocidade de secagem e da “facilidade” da umidade
percorrer o sólido, a sua medida experimental é bastante comum para a
avaliação de projetos de engenharia.

3.4 ETAPA DE VELOCIDADE DECRESCENTE


A curva de velocidade decrescente está mais associada à difusão de calor e
massa pelo sólido, do que com as condições de operação do sistema, visto que
o transporte de líquido à superfície do mesmo agora é o fator limitante do
processo devido à diminuição da umidade absoluta do sólido.

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Em muitos casos, a curva de velocidade desta etapa se aproxima de uma


linha reta, partindo da umidade crítica.

𝑅 𝑅𝑐
= (8)
𝑋′ 𝑋𝑐

Onde o subscrito “c” indica a umidade crítica. Ao se fazer os rearranjos


necessários e integrando a equação anterior, tem-se:

−𝑊𝑠 𝑋′𝑐 𝑋′
( 𝜃 − 𝜃𝑐 ) = ln (9)
𝐴 𝑅𝑐 𝑋′𝑐

Onde observa-se uma relação logarítmica da concentração em relação à


velocidade de secagem. Esta relação é uma boa aproximação quando o
material a ser seco é constituído de partículas muito rígidas (FOUST, 1987).

Ao final desta etapa, verifica-se que a velocidade de secagem é zero, o que


significa que não há mais transferência de massa entre o sólido e o agente de
secagem. Porém, isso não significa que o líquido foi completamente removido
do sólido, pois não importa por quanto tempo mais a operação continue, a
quantidade de líquido presente no sólido entrou em equilíbrio com o vapor
presente no agente secante. Este valor de umidade chama-se de umidade de
equilíbrio e depende da estrutura do sólido, da quantidade de umidade e da
temperatura do agente de secagem.

3.5 TUBO DE PITOT


Na operação do equipamento da prática, será necessário realizar a medição
da velocidade do fluido de secagem. Isto será feito através do uso de um tubo
de Pitot, e por isso, uma revisão de seu funcionamento se faz necessário:

Tubo de Pitot ou tubo pitot é um instrumento de medição de velocidade


muito utilizado para medir a velocidade de fluidos em modelos físicos em
laboratórios de hidráulica, em laboratórios de aerodinâmica e também em
hidrologia para a medição indireta de vazões em rios e canais, em redes de
abastecimento de água, em adutoras, em oleodutos e ainda a velocidade dos
aviões, medindo, neste caso, a velocidade do escoamento do ar. Deve o seu
nome ao físico francês do século XVIII Henri Pitot (FOX, 2001).

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O tubo de Pitot consiste de em um tubo com uma abertura perpendicular à


direção do escoamento e um segundo tubo cuja abertura é paralela ao
escoamento.

Figura 6 – Representação do Tubo de Pitot em uma tubulação

A velocidade de escoamento é calculada a partir da diferença entre a


pressão na abertura paralela ao escoamento, chamada pressão estática, e a
pressão no tubo interno ao escoamento, chamado de pressão de estagnação.
Segue uma representação esquemática do tubo de Pitot para facilitar o
entendimento:

Figura 7 – Representação Esquemática de um Tubo de Pitot

Para se iniciar os cálculos do balanço de energia mecânica do sistema,


utiliza-se a equação de Bernoulli aplicada nos pontos 1 e 2 conforme o
esquema acima.

𝑃1 𝑣12 𝑃2 𝑣22
+ + 𝑔𝑧1 = + + 𝑔𝑧2 (10)
𝜌 2 𝜌 2

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Como os pontos estão no mesmo nível, pode-se considerar que não há


variação da energia potencial do sistema e além disso o ponto 2 é a
representação do ponto de estagnação, onde a energia cinética se converte
em energia de pressão. Ao se aplicar essas simplificações à equação de
Bernoulli, obtemos:

𝑣12 (𝑃2 − 𝑃1 )
= (11)
2 𝜌

Que, após um rearranjo, pode ser apresentada na seguinte forma:

2. ∆𝑃𝑃1−𝑃2
𝑣1 = √ (12)
𝜌

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4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Para a prática de secagem em túnel de vento, primeiramente, a amostra foi


preparada à partir de uma mistura de maisena e água com composição
definida e aferida em uma balança digital.

Após o preparo da amostra e a tomada de massa dos materiais utilizados:


box dryer (massa e dimensões), do béquer de preparo da amostra, béquer
com a maisena e béquer com a amostra úmida, a utilização do esquema
experimental foi iniciada. Para uma melhor visualização, o esquema encontra-
se descrito abaixo:

Figura 8 – Esquema Experimental

De forma concisa, o experimento funciona a partir do acionamento do


soprador de ar do túnel de vento, sendo a placa com a amostra levada então
para a câmara de secagem. Ao alocar a amostra dentro da câmara, o
cronômetro é imediatamente acionado, a fim de ser garantir um intervalo de 10
minutos para as medições.

Após cada 10 minutos, a amostra é retirada da câmara e sua massa é


pesada na balança digital. Outros valores como: a temperatura de bulbo seco
(T1), a temperatura de bulbo úmido (T2) e a temperatura da câmara de

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secagem (T3) são identificados e tabelados antes do início de cada repetição


do processo.

Este procedimento foi repetido por 13 vezes (total de 130 minutos da


amostra alocada no interior da câmara de secagem), com o intuito de se retirar
a maior massa possível de água da amostra em análise.

Por fim, a vazão da corrente de ar que percorre o sistema é medida por um


manômetro de tubo inclinado preenchido com água e acoplado a um tubo de
Pitot. O manômetro de tubo inclinado embora tenha limitações no range de
medição, é um equipamento mais sensível as variações de pressão comparado
aos manômetro em U, por isso é o escolhido para as medições.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para as nossas análises foram encontrados os seguintes resultados


experimentais, a partir do procedimento descrito no capítulo anterior.

Tabela 1: Resultados Experimentais

O cálculo da velocidade do fluxo de ar que escoa pela amostra no túnel foi


realizado através da medição e leitura da variação do nível de água de um
manômetro inclinado e conectado a um tubo de Pitot.

A equação de Bernoulli foi aplicada encontrando se o resultado apresentado


na tabela acima utilizando os seguintes dados da literatura e variação da altura
do manômetro:

Tabela 2: Dados Literatura

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Com os dados da massa da amostra aferidos após o tempo de locação da


mesma no interior da câmara de secagem, foi possível calcular a massa de
água presente na mesma. Com estes valores chegou-se aos dados do teor de
umidade a partir da equação abaixo:

m  msólido sec o 
Teor de umidade   sólidoúmido  x100 (13)
 msólido sec o 
 
Com estes valores calculados, uma terceira coluna de dados foi inserida na
tabela. Esta consiste no fluxo de secagem e esta em função da variação da
massa da amostra, tempo e área do box dryer (local de deposição da amostra).

Tabela 3: Resultados Experimentais – Fluxo de Secagem e Teor deUmidade

Com estes dados foram plotados gráficos, a fim de se visualizar e


analisar o comportamento dos resultados obtidos. Primeiramente, foi plotado o
gráfico do teor da umidade da amostra em relação ao tempo. Posteriormente
foi plotado o gráfico do fluxo de secagem versus o teor de umidade.

Original Rev. A Rev. B Rev. C Rev. D Rev. E


Data 08/10/2014
Execução Grupo 2
Verificação
Aprovação
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE QUÍMICA
Departamento de Operações e Projetos Industriais
Práticas de Engenharia Química 2
Prof. André Alberton

Tempo x Teor de Umidade


45
43
41
Teor de umidade (%)

39
37
35
33
31
29
27
25
0 20 40 60 80 100 120 140
Tempo (min)
Gráfico 1 - Teor de Umidade x Tempo

É possível observar no gráfico, o comportamento esperado para um


processo de secagem. Verifica-se no gráfico teor de umidade x tempo que a
massa de água da amostra decresce à medida que o tempo de operação do
equipamento, em uma relação aproximadamente linear. Para uma melhor
caracterização uma reta que descreva os pontos experimentais pode ser
traçada: y = -0,0671x + 41,964.

Tempo x Teor de Umidade


45
43
y = -0,0671x + 41,964
41
R² = 0,9011
Teor de umidade (%)

39
37
35
33
31
29
27
25
0 20 40 60 80 100 120 140
Tempo (min)
Gráfico 2 - Gráfico da Melhor Reta que se Ajusta aos Pontos

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Data 08/10/2014
Execução Grupo 2
Verificação
Aprovação
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE QUÍMICA
Departamento de Operações e Projetos Industriais
Práticas de Engenharia Química 2
Prof. André Alberton

Por outro lado, a curva de fluxo de Secagem versus teor de umidade é


capaz de descrever melhor o processo, sendo teoricamente possível inclusive
identificar as duas principais regiões de operação: uma etapa constante na
parte mais acima do gráfico, e uma etapa de grande decréscimo da taxa de
secagem. Contudo, nossa amostragem não foi capaz de alcançar o segundo
plateau, onde o teor de umidade e mantém estabilizado em relação ao
aumento do fluxo de secagem.

Uma solução para melhora dos dados coletados seria o prosseguimento do


experimento até o segundo plateau ser encontrado, gerando uma melhor
visualização do processo de secagem.

Fluxo de secagem x Teor de Umidade

44,00

42,00
Fluxo de Secagem (g/(m².min))

40,00

38,00

36,00

34,00

32,00

30,00
0 10 20 30 40 50
Teor de Umidade (%)
Gráfico 2 - Gráfico de Fluxo de Secagem x Teor de Umidade

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Execução Grupo 2
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INSTITUTO DE QUÍMICA
Departamento de Operações e Projetos Industriais
Práticas de Engenharia Química 2
Prof. André Alberton

6. CONCLUSÃO

O objetivo dessa prática era estudar o processo de transferência mássica e


energética em uma operacão ordinária e de interesse para processos de
engenharia, assim como identificar as principais etapas e variáveis
empregadas. Por meio do procedimento empregado, em um processo de
secagem, foi possível observar na prática nao só as principais questões
envolvidas-temperatura, umidade relativa e velocidade do agente secante -,
como também as características do sólido, tal qual a sua umidade absoluta
e,no fim, as relações entre essas variáveis e o tempo de secagem total da
amostra, parâmetro mais essencial para o dimensionamento de equipamentos
para esse fim.

No que diz respeito ao processo, os resultados obtidos permitiram a


verificação com facilidade das etapas descritas na revisão teórica (Etapa
Constante e Decrescente), assim como determinar experimentalmente , por
meio de gráficos plotados, as umidades crítica e de equilibrio para o nosso
sistema experimental. Ainda com relação aos gráficos, foi possiíel verificar uma
semelhança com grande aproximação linear entre o tempo do processo e a
variação na umidade da amostra. Esse vínculo, também esperado, obteve um
r2 razoável (0,92), o que indica que os pontos experimentais também foram
medidos com uma exatidão bastante razoável, permitindo afirmar que esse
procedimento apresentou erros que não foram significativos ao ponto de
influenciar negativamente os resultados.

Original Rev. A Rev. B Rev. C Rev. D Rev. E


Data 08/10/2014
Execução Grupo 2
Verificação
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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Práticas de Engenharia Química 2
Prof. André Alberton

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 INCROPERA, F. P.; DEWITT, D. P.; BERGMAN, T. L.; LAVINE, A. S.


Fundamentos de Transferência de Calor e Massa. 6 ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2012, 644 p.
 Foust, Alan S, et al. Princípios das Operações unitárias, 2ª ed., LTC, Rio
de Janeiro, 1982.
 Welty, J., Wicks, C., Wilson, R, E., Rorrer, G. L., Fundamentals of
Momentum, Heat, and Mass Transfer, 4ª edição, John Wiley & Sons,
2001.
 Bird, R. B., Stewart, W. E., Lightfoot, E. N., Fenômenos de Transporte,
2a edição, LTC, 2004.

 Fox, R. W., McDonald, A. T., Introdução à Mecânica dos Fluidos, 5ª


edição, LTC, 2001.
 Smith, J. M., Van Ness, H. C. e Abbott, M. M., Introdução à
Termodinâmica da Engenharia Química, 5a Ed., LTC – Livros Técnicos
e Científicos Editora, Rio de Janeiro, 2000.

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Data 08/10/2014
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