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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

Engenharia Química
Eduarda Eloá Lucas Ferreira
Jhonnes Cleiton de Carvalho
Sheila Almeida Mendes de Matos

UMIDIFICAÇÃO E DESUMIDIFICAÇÃO

Diamantina
2023
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Eduarda Eloá Lucas Ferreira


Jhonnes Cleiton de Carvalho
Sheila Almeida Mendes de Matos

UMIDIFICAÇÃO E DESUMIDIFICAÇÃO

Trabalho apresentado como requisito parcial para


obtenção de aprovação na disciplina Laboratório de
Engenharia Química I, no Curso de Engenharia
Química, na Universidade Federal dos Vales do
Jequitinhonha e Mucuri.
Orientador: João Vinícios Wirbitzki da Silveira

Diamantina
2023
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Eduarda Eloá Lucas Ferreira


Jhonnes Cleiton de Carvalho
Sheila Almeida Mendes de Matos

UMIDIFICAÇÃO E DESUMIDIFICAÇÃO

Relatório apresentado à disciplina de Laboratório de


Engenharia Química I do curso de Engenharia Química
da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e
Mucuri.
Orientador: Prof. Dr. João Vinícios Wirbitzki da Silveira
Data de aprovação _____/_____/_____.

__________________________________________
Prof. Dr. João Vinícios Wirbitzki da Silveira
Instituto de Ciência e Tecnologia - UFVJM
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RESUMO

As torres de umidificação e desumidificação têm como finalidade facilitar a transferência de


calor e massa entre correntes que se encontram em diferentes estados físicos, visando
aumentar ou diminuir a umidade em uma delas. Na indústria, a desumidificação é usada para
retirar a umidade do ar em processos industriais e para recuperar solventes, enquanto a
umidificação é aplicada para adicionar umidade ao ar e controlar os níveis de umidade em
processos de fabricação, preservação de produtos e conforto humano. O propósito deste
experimento consistiu em investigar o funcionamento e a eficácia de uma torre de
umidificação em três cenários distintos, com o intuito de determinar as condições
operacionais da coluna e traçar as curvas de operação em três taxas de vazão de água
diferentes: 0,342 L/min, 0,196 L/min e 0,116 L/min. Através da utilização de sensores de
temperatura conectados à torre, foram efetuadas medições das temperaturas de entrada e saída
da água, bem como das temperaturas de bulbo seco e bulbo úmido no ar, tanto na entrada
quanto na saída da torre. Os resultados obtidos revelaram que as variações na umidade
relativa do ar estavam de acordo com as expectativas, apresentando valores menores na
corrente de saída da torre. Além disso, as linhas de operação demonstraram conformidade,
situando-se acima da curva de equilíbrio, indicando uma operação adequada do sistema.

Palavras chave: Torre de umidificação. Desumidificação. Processo industrial. Umidade


relativa.
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ABSTRACT

The purpose of humidification and dehumidification towers is to facilitate the transfer of heat
and mass between streams that are in different physical states, aiming to increase or decrease
the humidity in one of them. In industry, dehumidification is used to remove moisture from
the air in industrial processes and to recover solvents, while humidification is applied to add
moisture to the air and control humidity levels in manufacturing processes, product
preservation, and human comfort. The purpose of this experiment was to investigate the
operation and effectiveness of a humidification tower in three different scenarios, in order to
determine the operational conditions of the column and plot the operating curves at three
different water flow rates: 0.342 L/min, 0.196 L/min, and 0.116 L/min. Temperature sensors
connected to the tower were used to measure the temperatures of inlet and outlet water, as
well as the dry bulb and wet bulb temperatures in the air, both at the inlet and outlet of the
tower. The results obtained showed that the variations in relative humidity of the air were in
accordance with expectations, with lower values in the outlet stream of the tower.
Furthermore, the operating lines demonstrated compliance, being situated above the
equilibrium curve, indicating proper system operation.

Keywords: Humidification tower. Dehumidification. Industrial process. Relative humidity.


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS........................................................................................13
2 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................16
3 MATERIAIS E MÉTODOS ...............................................................................................21
3.1 Materiais ...........................................................................................................................21
3.2 Métodos .............................................................................................................................21
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................................24
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................
6 REFERÊNCIAS...................................................................................................................
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1 INTRODUÇÃO

A umidificação e desumidificação são processos essenciais em diversas áreas da vida


cotidiana e da indústria, desempenhando papéis fundamentais no controle da umidade do ar.
A umidificação refere-se ao aumento da quantidade de água no ar, elevando seu teor de
umidade relativa, enquanto a desumidificação é o processo oposto, que retira a umidade do ar,
reduzindo a sua umidade relativa. Ambos esses processos desempenham um papel crucial em
muitas aplicações, desde o conforto ambiental em residências até processos industriais
complexos.

A umidificação é frequentemente utilizada em climatização, em que sistemas de


umidificação são empregados para manter níveis adequados de umidade em ambientes
internos, melhorando o conforto humano e preservando a qualidade do ar em locais como
residências, escritórios e hospitais. Além disso, a umidificação é fundamental em processos
industriais, como na fabricação de produtos farmacêuticos, têxteis e alimentos, onde o
controle preciso da umidade é crítico para a qualidade do produto final.

Por outro lado, a desumidificação desempenha um papel crucial em áreas com alta
umidade, como regiões tropicais e em processos industriais onde a umidade excessiva pode
causar danos ou afetar negativamente a produção. A desumidificação é comumente usada em
sistemas de ar condicionado, refrigeradores, secadores de grãos, entre outros, ajudando a
remover o excesso de umidade do ar e manter condições ideais.

Na situação em discussão, o processo de desumidificação é concretizado por meio de


uma coluna que desempenha um papel não apenas na desumidificação, mas também na
absorção. Enquanto na umidificação, um único componente transita da fase líquida para a fase
de vapor, na absorção, temos a participação de dois componentes distintos.

Os parâmetros cruciais para o controle efetivo desse processo são as temperaturas de


bulbo seco e bulbo úmido. Através dessas variáveis, podemos determinar a entalpia, umidade
relativa e absoluta, fazendo uso de densidade, bem como da taxa de transferência de calor e
massa. Para realizar esses cálculos, empregamos as cartas psicrométricas como ferramentas
essenciais.

Esse experimento foi conduzido com o auxílio do Módulo Didático de Absorção


Líquido-Gasoso, que consiste de uma coluna de adsorção contendo cinco estágios
preenchidos com Anéis de Raschig. Procedeu-se à variação da vazão de entrada do líquido
com o propósito de avaliar sua influência na taxa de transferência de calor e massa, o que, por
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conseguinte, afeta a eficiência do processo. Para efetuar análises detalhadas, utilizaram-se as
temperaturas de entrada e saída tanto do líquido quanto do gás, bem como a temperatura de
bulbo úmido e de bulbo seco.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Umidificação e Desumidificação

A umidificação e desumidificação são duas operações unitárias com características


distintas que envolvem a transferência simultânea de calor e massa entre dois componentes e
duas fases diferentes. A umidificação, por exemplo, é um processo em que se aumenta a
umidade absoluta de um gás não condensável, como o ar, movendo-o da fase líquida para a
gasosa. Por outro lado, a desumidificação é completamente diferente, pois implica na remoção
parcial do vapor de água do ar úmido, transformando-o da fase gasosa para a fase líquida,
geralmente usando a água. Essas operações podem ser realizadas por meio de diversas
técnicas, como absorção, adsorção ou resfriamento. (FOUST et al., 2011).

A umidificação e a desumidificação, geralmente aplicadas no contexto de sistemas


ar-água, desempenham papéis essenciais em diversas aplicações. Sistemas de
condicionamento de ar empregam a desumidificação como parte de seu processo, enquanto a
umidificação é comumente utilizada para controlar a umidade ambiental e para resfriar e
recuperar água através da exposição ao ar de baixa umidade. Esta água resfriada pode ser
reutilizada em trocadores de calor industriais, embora a escolha entre um trocador de calor e
um equipamento de umidificação deva ser baseada em considerações econômicas, levando em
conta a perda de água no processo, o custo operacional da fonte de arrefecimento e as
despesas associadas às unidades de resfriamento superficial. (FOUST et al., 2011;
INCROPERA et al., 2008).

Diversos equipamentos de umidificação são amplamente utilizados na indústria,


incluindo a câmara de nebulização, o depurador de fumos e a torre de resfriamento. A câmara
de nebulização, em particular, é um umidificador simples e adequado para operações de
menor escala, comumente empregado para controlar a umidade em ambientes como salas e
oficinas. Este dispositivo libera o líquido na forma de uma névoa densa diretamente na
corrente de gás, mantendo uma velocidade baixa para garantir um contato mínimo com o
líquido. (SANTIM et al., 2018).

Nesse contexto, a umidificação encontra aplicação em diversas áreas da indústria, sendo


utilizada em equipamentos de resfriamento de águas industriais, no controle da umidade de
ambientes específicos e na recuperação de água através do contato com ar de baixa umidade.
(SILVA et al., 2021; MATOS, 2015).
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Psicrometria

A psicometria, é o estudo das propriedades termodinâmicas das misturas envolvendo


ar e vapor de água, conta com uma ferramenta essencial conhecida como a Carta
Psicrométrica Figura (1). Inicialmente desenvolvida em 1904 por Willis H. Carrier, essa carta
relaciona várias variáveis cruciais. (RABELLO et al., 2017).

Figura 1 – Carta Psicrométrica.

Fonte: BERTINI, 2012.

Sendo elas a temperatura (medida através de termômetros de bulbo seco e bulbo


úmido), temperatura de ponto de orvalho (indicando o início da condensação do vapor d'água
sob pressão e razão de mistura constantes), pressão de vapor (vinculada à temperatura
específica do ambiente), umidade relativa (que relaciona pressão parcial de vapor e pressão de
saturação a uma temperatura específica), umidade específica (a relação entre a massa de vapor
d'água e a massa de ar úmido), entalpia (representando a energia por unidade de massa de ar
úmido) e volume específico (indicando o volume por unidade de massa de ar seco).
(CORTINOVIS, SONG, 2005). Essas variáveis desempenham papéis cruciais na
compreensão e controle de processos relacionados com a umidade e o ar, sendo de extrema
importância em diversas aplicações práticas.
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É possível, encontrar uma relação entre as vazões de entrada do gás e entrada do
líquido em função da eficiência do processo (ղ), representada pela equação 5.

𝑇𝐵𝑆, 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎−𝑇𝐵𝑆, 𝑠𝑎í𝑑𝑎 (5)


η= 𝑇𝐵𝑆, 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎−𝑇𝐵𝑈, 𝑠𝑎í𝑑𝑎

Onde:

TBS, entrada : temperatura de bulbo seco da entrada;

TBS, saída : temperatura de bulbo seco da saída;

TBU, saída : temperatura de bulbo úmido da saída.

Projeto de torres de resfriamento

Em muitos processos industriais, a dissipação de calor é uma necessidade comum, e


frequentemente a água é o fluido de resfriamento escolhido. Quando água em temperatura
adequada, como a de um rio, está disponível, pode ser utilizada de forma contínua. Contudo,
se essa opção não for viável economicamente ou ambientalmente, a alternativa mais comum é
o emprego de torres de resfriamento. Estas torres possibilitam a transferência de calor da água
quente para o ar frio, resfriando a água para que possa ser utilizada como fluido refrigerante.
(FOUST et al., 2011).

As torres de resfriamento desempenham um papel essencial em operações de refinaria,


sendo alimentadas com água de reposição para compensar as perdas por evaporação. A água
aquecida nos trocadores de calor é direcionada para a torre de resfriamento, e a água resfriada
na torre retorna aos trocadores ou a outras unidades para resfriamento subsequente. A
eficiência das torres de resfriamento está diretamente relacionada ao desempenho do processo
de transferência de calor. Por isso, essas torres são projetadas considerando as temperaturas de
bulbo úmido mais elevadas, que estabelecem o desempenho mínimo das torres. À medida que
a temperatura do bulbo úmido diminui, a disponibilidade de água de resfriamento também
reduz, sendo fundamental considerar essa variável em projetos industriais. (HYNDMAN,
2020).

Com a intenção de se projetar uma torre, a altura deve ser determinada, o qual pode ser
feito utilizando a equação 07.
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𝑉' 𝑑𝐻𝑉 (07)


𝑧= 𝑆𝐾𝑦𝑎
∫ 𝐻𝐿−𝐻𝑉

Tendo que:

z = altura da torre;

V’= vazão do solvente;

S = seção reta da torre;

Ky = fator de transferência de massa vinculada ao sistema;

a = área interfacial de volume da coluna;

HV = entalpia da fase vapor;

HL = entalpia da fase líquida.

As condições na interface onde ocorre o contato líquido-gás podem ser determinadas


por meio de um método gráfico. Na Figura 2, presente no diagrama para a operação de
umidificação, estabelece-se uma relação entre a temperatura do líquido (TL) e a entalpia do
vapor (HV). Esse gráfico proporciona uma representação visual das condições
termodinâmicas cruciais para o processo de umidificação. (FOUST et al., 2011).

Figura 2 – Representação da operação de umidificação.

Fonte: FOUST et al., 2011.


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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Todos os procedimentos experimentais foram realizados no Laboratório de Engenharia


Química I da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus
Diamantina, sob a orientação do Prof. Dr. João Vinícios Wirbitzki da Silveira.
3.1 Materiais

● Água gelada a 4°C;


● Ar a temperatura ambiente;
● Banho termostático;
● Bomba peristáltica;
● Bomba de nível;
● Cronômetro;
● Coluna de umidificação/desumidificação com 7 estágios, em que 5 são preenchidos
com anéis de Raschig;
● Painel de temperatura;
● Proveta;
● Reservatório;
● Termômetros;
● Válvula de controle manual.

Neste cenário experimental, o modelo didático (Figura 3) utilizado é composto por um


reservatório de água gelada, tubos e mangueiras, uma bomba de nível para fornecer calor (ar)
ao sistema e uma bomba peristáltica para controlar a vazão do fluido frio em três cenários
distintos (40%, 30% e 20%). Uma torre de umidificação/desumidificação, com 5 estágios
preenchidos com anéis de Raschig, um psicrômetro e um painel de controle de temperatura,
opera em contracorrente, com o fluido frio introduzido na parte superior da coluna e o fluido
quente na parte inferior. O sistema é projetado para demonstrar e monitorar trocas térmicas e
de umidade em diferentes condições de fluxo e temperatura.

3.1 Métodos

Inicialmente, o banho termostático foi acionado a temperatura de 4°C antes de iniciar a


prática. Uma vez que o banho atingiu a temperatura desejada, o painel elétrico foi ligado,
mantendo a bomba peristáltica desativada, permitindo que os medidores de temperatura de
entrada e saída se estabilizassem. Em seguida, foram feitas anotações das temperaturas de
bulbo seco e bulbo úmido na entrada, bem como das temperaturas de entrada e saída tanto do
fluido quente quanto do fluido frio.
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Posteriormente, a bomba centrífuga foi acionada para fornecer uma vazão de ar para o
sistema, sendo a vazão regulada para 20 L/min. Logo após, a bomba peristáltica foi acionada,
operando inicialmente a 40% da potência, a fim de obter uma vazão adequada de fluido frio.

Após a estabilização da temperatura do ar proveniente do compressor foi medida a


temperatura na entrada e na saída por meio do painel elétrico. As vazões de líquido foram
determinadas coletando-se um volume específico em uma proveta durante 15 segundos. Em
seguida, com a válvula de fundo fechada, a vazão de água foi ajustada para 30%. Após a
estabilização do sistema, as temperaturas inicial e final do fluido frio e quente foram
registradas, juntamente com as temperaturas de bulbo seco e bulbo úmido no início e no final
do processo para o fluido quente. O mesmo procedimento foi repetido para o último cenário,
em que a bomba peristáltica operava a 20% da potência.

Figura 3 – Módulo didático do processo de umidificação.

Fonte: Autoria própria.


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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Diante a prática foi possível obter as informações necessárias para observar o


funcionamento do processo para cada um dos cenários estabelecidos. Tabela 1 mostra os três
cenários realizados, que são caracterizados pela potência da bomba, e as respectivas vazões
encontradas.

Tabela 1 - Variação da potência da bomba e suas vazões.

Cenário Potência (%) Vazão (L/min)

1 40 0,342

2 30 0,196

3 20 0,116
Fonte: Autoria própria.

Após analisar cada cenário, é possível notar que de acordo com o que a potência
decresce, temos uma redução na vazão. Com isso, serão analisadas as influências das vazões
diante ao processo. Variáveis como as temperaturas de entrada e saída da água também foram
coletadas para cada cenários, onde o resfriamentos da água usada no processo a 4 ºC,
esperando promover a desumidificação do ar de entrada na torre.

A seguir são apresentadas as temperaturas na tabela 2.

Tabela 2 - Temperaturas de entrada e saída da água em cada cenário.

Cenário Temperatura de entrada (°C) Temperatura de saída (°C)

1 7,5 11,7

2 8,4 10,8

3 10,3 12,3
Fonte: Autoria própria.

Após análise da tabela 2 pôde-se observar que houve o aumento da temperatura da


água, comparando com os 4 ºC visto na água do reservatório, isso pode ser explicado pelo
trabalho da bomba em que há uma troca térmica do ambiente do fluido através da tubulação
de bombeamento. Também foi possível notar que ao diminuir a potência tem-se um aumento
nas temperaturas que é justificado pelo aumento do tempo de permanência do fluido na
tubulação com a diminuição da vazão, gerando uma maior troca térmica entre o fluido e o
ambiente, devido ao tempo maior.
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As temperaturas de bulbo seco e úmido nas entradas e saídas de cada cenário foram
variáveis importantes coletadas para obtenção da umidade relativa do ar através de uma carta
psicrométrica, estas variáveis estão presentes na tabela 3.

No dia da realização do experimento foram medidas as temperaturas do ar através dos


termopares presentes na torre que registraram uma temperatura de bulbo seco do ambiente de
17,8 °C e de 14,9 °C para temperatura de bulbo úmido.

Tabela 3 - Temperaturas de bulbo seco e úmido nas entradas e saídas de cada cenário.

Cenário Temp. de bulbo Temp. de bulbo Temp. de bulbo Temp. de bulbo


seco na entrada úmido na seco na saída de úmido na saída
de ar (°C) entrada de ar ar (°C) de ar (°C)
(°C)

1 18,0 15,0 17,1 13,7

2 17,9 14,9 16,8 13,2

3 18,0 15,0 17,0 13,9


Fonte: Autoria própria.

A partir da organização de dados da tabela 3 notou-se que as temperaturas de bulbo


seco e úmido sofrem poucas variações é isso pode ser justificado pelo fato de ar de entrada
não ter nenhuma operação entre transferência de massa, tendo somente a de transporte o ar de
entrada, sendo assim, apenas o ar do ambiente. Nota-se também uma diminuição nas
temperaturas de bulbo úmido de saída e pouca variação nas temperaturas de bulbo seco, onde
esse fato fortalece a ocorrência de uma desumidificação, pois quanto maior a diferença de
temperaturas de bulbo seco e úmido menor será a umidade relativa do ar em questão. Abaixo
será melhor visto na apresentação da tabela 4 das umidades relativas. Com a utilização da
carta psicrométrica e das temperaturas de bulbo seco e úmido obtém-se umidade relativa do ar
para cada cenário.

Tabela 4 - Umidade relativa do ar de entrada e saída em cada cenário.

Cenário Umidade relativa do ar de Umidade relativa do ar de


entrada (%) saída (%)

1 75 62

2 72 69

3 75 71
Fonte: Autoria própria.
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A partir destes dados, evidencia-se a ocorrência de desumidificação, onde seria o
esperado, pois, a água de entrada no sistema possuía uma temperatura mais baixa e a umidade
relativa do ar de entrada era mais alta, ocasionando a condensação do vapor d’água do ar que
passa para corrente de líquido. Também é encontrado o valor da entalpia que utiliza-se para
gerar as linhas de operação do processo.

A tabela 5 apresenta os seguintes dados:

Tabela 5 - Entalpias do ar de entrada e saída em cada cenário.

Cenário Entalpia do ar de entrada Entalpia do ar de saída


(kJ/kg ar seco) (kJ/kg ar seco)

1 58,0 54,0

2 57,5 55,0

3 58,0 57,0
Fonte: Autoria própria.

Após coletar os dados de entalpia de entrada e saída, com o auxílio do Excel gerou-se
gráfico com a linha de saturação e as linhas de operação para cada cenário, onde são
importantes para o projeto de uma torre de desumidificação. A figura 4 demonstra as linhas de
operações encontradas

Figura 4- Linhas de operação em cada cenário.


27
Fonte: Autoria própria.

Obtemos as linhas de operações, onde foi usado a vazão de 0,020 kg/min tendo em
vista que a variação na massa específica do ar de 17,9 - 18,0 ºC e encontrado os valores dos
coeficientes angulares como 6,0 no primeiro cenário, 5,8 no segundo cenário e 6,0 para o
terceiro.

Tabela 6 - Temperaturas de bulbo seco e úmido nas entradas e saídas de cada cenário.

Cenário V’ Lmed
(kg ar seco/ min) (kg de água/min)

1 0,020 0,342

2 0,020 0,196

3 0,020 0,116
Fonte: Autoria própria.

Temos tabelado que a capacidade calorífica (Cp) da água é de 4,2 kJ/kg.ºC. E com
isso, conseguimos por fim, realizar o cálculo de eficiência com a finalidade de saber quais
condições de operação forneceram ao sistema maior efetividade no objetivo, utilizando os
valores da tabela acima, temos a tabela de eficiência representada na figura 7.

Tabela 7 - Eficiência do processo em cada cenário.

Cenário Potência (%) Eficiência (%)

1 40 20,93

2 30 23,40

3 20 24,39
Fonte: Autoria própria.

Portanto, podemos observar que a vazão menor possui uma eficiência maior, isso pode
ser explicado pelo aumento de área superficial, pois o líquido consegue ter uma facilidade de
se espalhar melhor pelos anéis de raschig, aumentando a superfície de transferência de massa
e o tempo deste líquido na torre é maior em menores vazões.
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Figura 5- Eficiência versus L/G

Fonte: Autoria própria.


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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O experimento desempenhou um papel de extrema relevância, permitindo a aplicação


prática dos conceitos previamente estudados sobre desumidificação. Os resultados
relacionados à variação da umidade relativa do ar corroboraram com as expectativas, uma vez
que este parâmetro diminuiu na saída do sistema.

Constatamos que o cenário 3 demonstrou uma eficiência superior na torre de


resfriamento. Neste cenário específico, a potência da bomba foi de 20%, resultando em uma
eficiência da torre de 24,39. Isso revela uma eficiência consideravelmente maior em
comparação com a operação em que a bomba é operada com maior potência. Como
conclusão, podemos afirmar que, para este processo em particular, a operação do sistema com
vazões menores é altamente favorecida.
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6 REFERÊNCIAS

CORTINOVIS, G. F. & SONG, T. W. Funcionamento de uma torre de resfriamento de


água. Revista de Graduação da Engenharia Química, São Paulo , SP, v. 6, n. 14, p. 5-10,
2005. Disponível em: < http://www.hottopos.com/regeq14/giorgia.pdf >. Acesso em: 03 set.
2023.

FOUST, A. S. et al. Princípios das Operações Unitárias; 2 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.

HYNDMAN, B. Heating, ventilation, and air conditioning. Clinical Engineering Handbook,


p. 662-666, 2020.

INCROPERA, F. P. et al. Fundamentos de Transferência de Calor e Massa. 6ª ed. Rio de


Janeiro. Editora LTC, v. Único, 2008.

MATOS, S. P. Operações unitárias: fundamentos, transformações e aplicações dos


fenômenos físicos e químicos. São Paulo: Érica, 1 ed., 161 p. 2015. E-book ISBN
978-85-365-2001-8. Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788536520018/pageid/2 >. Acesso 27
de setembro. 2023.

OLIVEIRA, E. G. Umidificação. Unipampa. [S.l.]. 2012.

RABELLO, G. L. et al. Software de interface gráfica para a carta psicrométrica. Blucher


Chemical Engineering Proceedings, p. 44-47, 2017.

SANTIM, C. G. S. et al. Operações Unitárias II; 1 ed. Paraná: S.A., 2018.

SILVA, N. L. et al. Operações unitárias de transferencia de calor e massa. Porto Alegre:


SAGAH, 216 p. 2021. E-book. ISBN 978-65-5690-237-1. Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786556902371/pageid/1 >. Acesso 28
de setembro. 2023.

VIANA, S. T. Análise de viabilidade técnica para a recuperação de água em torres de


resfriamento. 2010. 113 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010.
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